Grupo Pestana está a recrutar. Há mais de 300 vagas

A cadeia hoteleira Pestana Hotel Group vai percorrer o país e as ilhas para recrutar profissionais de hotelaria. Programa arranca no dia 2 de fevereiro, no Algarve, e tem mais de 300 vagas em aberto.

O Grupo Pestana vai estar presentes em várias cidades portuguesas para recrutar para a empresa profissionais de hotelaria. São mais de 300 vagas que a cadeia hoteleira tem em aberto, para além de um conjunto de estágios disponíveis no continente e nas ilhas.

Se sempre quis trabalhar numa das mais conceituadas unidades hoteleiras do país, esta é uma boa oportunidade para si. O Pestana Hotel Group vai percorrer o país a recrutar profissionais, com sessões que irão decorrer em várias zonas do país, para além da Madeira e dos Açores. Há vagas disponíveis para áreas como a cozinha, housekeeping, restaurante, receção, animação, etc, espalhadas pelo Porto, Cascais/Sintra, Algarve, Madeira e Açores.

A “tour” de recrutamento arranca no dia 2 de fevereiro, no Pestana Alvor Praia, no Algarve. Para além desses dias, os candidatos podem ainda apresentar-se nos dias 1 e 29 de março. Daí partem para a ilha madeirense de Porto Santo, no dia 7 de fevereiro, para o Pestana Casino Park. O próximo destino é Cascais, no Pestana Cascais, dia 6 de março. Por fim, no dia 22 de março, o grupo dirige-se até ao Porto para recrutar no Pestana Palácio do Freixo. As sessões de recrutamento decorrem das 9h00 às 19h00.

“Só com uma forte aposta nos recursos humanos conseguiremos continuar a prestar o serviço de excelência que nos distingue e posiciona como maior grupo hoteleiro internacional de origem portuguesa”, sublinha Jaime Morais Sarmento, diretor de recursos humanos dos Hotéis de Portugal e África do Grupo Pestana.

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Cellnex interessada nas torres de telecomunicações da Meo

Torres de telecomunicações da Meo à venda em Portugal já terão uma empresa interessada. A Cellnex estará a ponderar avançar com uma proposta, diz a Bloomberg.

A operadora de telecomunicações Cellnex estará a ponderar apresentar uma proposta para adquirir as torres de telecomunicações da Meo que a Altice estará a vender em Portugal, avança a Bloomberg. A venda destes ativos em território nacional já tinha sido uma hipótese levantada pelo presidente executivo da Altice Europa, em resposta a uma questão do ECO numa conferência telefónica no início do mês.

Sedeada em Espanha, a Cellnex é uma empresa que fornece serviços de telecomunicações sobretudo no mercado italiano, mas também na Holanda, França, Reino Unido e no país de origem. Contudo, segundo a Bloomberg, que cita uma fonte conhecedora do processo, existirão também outras empresas interessadas nas torres de telecomunicações da Meo.

Foi no final do ano passado que a Altice anunciou uma travagem nas compras e a venda de ativos não estratégicos, uma forma de reforçar a liquidez numa altura em que se levantaram dúvidas quanto à capacidade de pagar uma dívida de mais de 50 mil milhões de euros. Em causa, as várias operações de fusão e aquisição levadas a cabo pelo grupo de Patrick Drahi nos últimos anos, como foi o caso da Portugal Telecom e da proposta de compra da Media Capital, que ainda aguarda luz verde do regulador da concorrência.

(Notícia atualizada às 17h28 com mais informação)

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Lisboa renova máximos de dois anos com o impulso do BCP

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Janeiro 2018

O JPMorgan empurrou as ações do BCP para as suas "top picks" e para máximos de junho de 2016. O PSI-20 não resistiu e avançou perto de 1%.

O BCP registou, esta segunda-feira, a melhor sessão desde novembro do ano passado. O avanço de 5% do banco liderado por Nuno Amado suportou os ganhos do PSI-20, num dia que também foi de valorização para a Galp. Assim, o principal índice bolsista avançou perto de 1%.

Após o JPMorgan ter colocado o banco liderado por Nuno Amado na lista de “top pick” do setor ibérico, os títulos avançaram 5,06% para 31,99 cêntimos, renovando máximos de junho de 2016. À boleia desta escalada, o PSI-20 também terminou em máximos de novembro de 2015, valorizando 0,98% para 5.744,83 pontos

Lisboa em máximos de novembro de 2015

Para além do gigante da banca, a sessão também foi positiva para as energéticas, em especial para a Galp. A petrolífera avançou 1,36% para 16,38 euros. A elétrica EDP ganhou 0,21% para 2,89 euros, enquanto a EDP Renováveis valorizou 0,71% para 7,11 euros. A REN não ficou para trás, com ganhos de 0,08% para 2,56 euros.

Destaque positivo ainda para a Mota-Engil, que depois de ter ganho um novo contrato na Costa do Marfim para tratamento, acelerou 1,13% para 4,03 euros. O negócio poderá valer até 140 milhões de euros à construtora portuguesa liderada por Gonçalo Moura Martins.

No entanto, também houve baixas nesta primeira sessão da semana. O dia foi negativo para os CTT que perderam 3,41% para 3,51 euros. A retalhista Jerónimo Martins foi a única gigante da bolsa a ceder, caindo 0,31% para 17,50 euros.

O PSI-20 não foi exceção na Europa, com as bolsas a ficarem à margem da incerteza política vivida em terras de Donald Trump. O espanhol Ibex-35 avançou 1%, enquanto o alemão ganhou 0,22%. Em França, o CAC-40 subiu 0,28%. O agregador Stoxx 600 valorizou 0,23%.

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O que é feito da Chofer, a “Uber portuguesa”? Diz que foi “alvo de fraude”

A Chofer foi lançada em agosto como a primeira empresa portuguesa a concorrer com a Uber, mas já não terá carros em Lisboa. Motoristas reclamam dívidas, mas a empresa diz que foi "alvo de fraude".

A Chofer diz que foi “alvo de fraude” e já pediu desculpa, de acordo com um email a que o ECO teve acesso. Saiba o que é feito da startup portuguesa que veio ao mundo para concorrer com a Uber.Chofer

Nasceu como a primeira concorrente portuguesa da Uber. Mas… o que é feito da Chofer? Apesar da cobertura mediática que a aplicação teve quando foi lançada em agosto, pouco mais se ouviu falar dela. Quando se tenta chamar um motorista em Lisboa, não só não existe mapa como surge a indicação: “Não existem veículos disponíveis.” Num breve contacto com a empresa, é indicado que plataforma está “com problemas a nível do Google Maps”. Mas a Chofer também diz que foi “alvo de fraude”.

A Chofer é uma aplicação de transporte privado apresentada ao público no primeiro dia de agosto de 2017. “É a primeira startup portuguesa prestadora de serviços eletrónicos na área do transporte privado urbano e baseada em tecnologia disruptiva através de aplicações móveis”, lia-se numa nota enviada à imprensa. Como mercado inicial, as cidades de Lisboa, Porto e Algarve. Era ainda anunciada “para breve a expansão internacional para os mercados de Espanha, Brasil, Reino Unido e Rússia”. Nesse mesmo dia, a aplicação começou a funcionar em Portugal.

Foi em setembro que surgiram as primeiras queixas: a Chofer não estaria a pagar o prometido. No dia 16, surgia uma primeira denúncia no Portal da Queixa: “Não pagam a quem garantiram que pagavam”, lê-se no título de um caso exposto por Joaquim Alberto, que terá sido motorista ao serviço da aplicação. No mesmo dia, o ECO recebia também, por email, uma queixa de um parceiro da Chofer: “Não pagam o que prometeram e estão em irregularidade.” A 9 de outubro, nova queixa no portal. O título? “Falta de pagamento.” “Não fizeram a transferência, alegando que estão a tentar cobrar ao cliente”, indicava a publicação.

“Não existem veículos disponíveis”, lê-se na aplicação da Chofer. Também não há mapa.Chofer

Os alarmes começaram a tocar nas comunidades de motoristas de plataformas eletrónicas — que, em alguns casos, trabalham para vários serviços ao mesmo tempo, como a Uber, a Cabify e, mais recentemente, a Taxify. Mensagens foram trocadas em grupos no WhatsApp. Contactos terão sido feitos com a empresa. Parceiros reclamaram o pagamento dos chamados “incentivos de lançamento”. Alguns foram pagos, outros não terão sido. Numa reclamação à empresa, um parceiro queixou-se de não ter recebido os pagamentos a que teria direito. Na resposta, a que o ECO teve acesso, a empresa escreve: “Relativamente aos incentivos dos motoristas, todos os incentivos já foram liquidados, pelo que caso não tenha recebido é porque não atingiu os objetivos definidos”, respondeu a Chofer. De qualquer forma, a empresa mostrou-se disponível para “analisar o caso específico”.

A 22 de novembro, a Chofer admitiu finalmente a existência de problemas com os pagamentos e fez um mea culpa numa mensagem enviada a motoristas e parceiros, a que o ECO teve acesso. O email tem o título “Um pedido de desculpa!”, e começa assim: “Certamente já teve conhecimento de algumas viagens que não foram pagas aos motoristas da nossa plataforma Chofer. Antes de mais, gostaríamos de lhe pedir desculpa e dar um esclarecimento a respeito desta situação.”

No email, a empresa garante que “foi alvo de fraude por parte de alguns motoristas e utilizadores”. Estas situações terão resultado em “viagens não cobradas e, consequentemente, não pagas aos motoristas”, refere a companhia. “Estamos neste momento a regularizar todos os pagamentos aos motoristas, mesmo não tendo recebido o dinheiro dessas mesmas viagens. Assumiremos o erro e o problema causado e queremos obviamente que se sinta confortável e confiante em trabalhar com a nossa empresa”, indica também a mensagem.

A Chofer sublinha ainda que desenvolveu “uma funcionalidade de segurança” para assegurar que, agora, “todas as viagens realizadas são cobradas aos utilizadores”, evitando “situações de fraude ou não pagamento de viagens”. “Gostaríamos muito de contar com a sua ajuda. Ao estar disponível para realizar viagens, estará a contribuir para que todos os nossos passageiros possam beneficiar destas ofertas e experimentar o serviço da Chofer. Continuamos a trabalhar no sentido de tornar a aplicação Chofer o mais robusta e fiável possível para todos os nossos motoristas e utilizadores”, conclui a empresa.

Estamos neste momento a regularizar todos os pagamentos aos motoristas, mesmo não tendo recebido o dinheiro dessas mesmas viagens.

Chofer

Mensagem enviada aos parceiros e motoristas

Mas o que aconteceu?

A contribuir para o problema terá estado um esquema que resultou em viagens reais por cobrar e outras viagens fraudulentas. Alguns utilizadores terão viajado através da Chofer usando como método de pagamento um cartão de crédito descartável MBNet. São cartões virtuais que, apesar de funcionarem como cartão de crédito, podem ter um montante limite para as transferências. Alguns podem mesmo só ser usados numa única operação.

Até aqui tudo bem. O método de pagamento MBNet é amplamente usado na própria Uber. No entanto, alguns utilizadores terão efetuado viagens longas com cartões bloqueados no limite mínimo, que é de cinco euros. Ao tentar cobrar serviços de valores superiores junto destes utilizadores, as operações terão sido rejeitadas, ficando as viagens por cobrar. Mas mesmo assim, a empresa seria capaz de chegar até ao titular, uma vez que os cartões são registados pela SIBS e os respetivos números mantêm-se associados a um cliente em concreto.

No entanto, a fraude que afetou a Chofer terá ido ainda mais além. Alegadamente, alguns motoristas terão usado uma metodologia semelhante para reclamarem créditos junto da empresa a que não tinham direito, simulando viagens que nunca foram cobradas, explicou ao ECO uma fonte do mercado. A dificuldade em separar o trigo do joio terá resultado num complexo imbróglio para a empresa.

Outra prática fraudulenta terá sido o “uso abusivo de vales de viagem”. Em dezembro, a Chofer expandiu-se para Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Madeira e São Miguel. Mas, pelo menos atualmente, já não estará a operar de forma significativa em Lisboa, Porto ou mesmo São Miguel, ilha onde, por vezes, só existe um motorista disponível.

Este problema foi confirmado ao ECO pela própria empresa, momentos depois da publicação deste artigo. “Apesar de os nossos parceiros serem selecionados segundo alguns critérios, existiram algumas situações identificadas como fraudulentas, envolvendo alguns motoristas e utilizadores, sendo a que descreve uma delas”, indicou fonte oficial da empresa. “Os parceiros que praticaram atos fraudulentos já foram identificados e estão de momentos impedidos de usar os nossos serviços, e (…) o departamento jurídico está a analisar o tema”, acrescentou.

Questionado acerca da inexistência de motoristas em Lisboa, um operador da Chofer disse ao ECO que a aplicação está “com problemas a nível do Google Maps”.Chofer

Luís Gomes, proprietário de uma empresa parceira da Uber, garante que, cerca de dois meses depois das desculpas enviadas pela Chofer, ainda não recebeu o pagamento das dívidas que reclama. “Garantidos e confirmados, a mim devem-me mais de 3.000 euros”, comenta, em conversa com o ECO. Desdobra-se em críticas à empresa, afirmando que “não tem estrutura para realizar uma operação desta envergadura”. E refere que, logo na primeira semana de agosto, a aplicação terá tido um problema que resultou no reset dos contadores de horas dos seus motoristas, informação que o ECO não conseguiu confirmar. Outro ex-parceiro da Chofer garante ao ECO que a empresa lhe estará a dever cerca de 300 euros, mas já desistiu de tentar reaver o montante a que diz ter direito.

"Garantidos e confirmados, a mim devem-me mais de 3.000 euros.”

Luís Gomes

Proprietário de empresa parceira da Chofer

Ao ECO, a empresa garante, por seu lado, que “os valores pagos pelos utilizadores” têm sido “liquidados semanalmente junto dos parceiros”. “A Chofer incentiva os seus parceiros atribuindo-lhes prémios sob a forma de viagens ou outros, em função de critérios definidos”, refere. A Chofer foca-se também num parceiro que, diz, “tem usado vários meios para denegrir a imagem” da empresa e refere que a questão está a ser analisada pelo “departamento jurídico”. “No caso específico deste parceiro, o mesmo não atingiu os objetivos/critérios definidos para a campanha, pelo que não recebe o incentivo definido”, justifica uma vez mais a companhia.

Quem é responsável pela Chofer?

Em agosto, o jornal Observador dava conta do lançamento da Chofer, a “primeira Uber portuguesa”. “Não querem dar a cara, mas os fundadores da Chofer arrancam esta terça-feira com aquela que é a primeira empresa portuguesa a fazer concorrência à Uber e à Cabify”, lê-se no artigo. De facto, são poucas as indicações públicas acerca da origem e dos responsáveis da companhia. Na loja Play Store da Google, a aplicação é da responsabilidade da JDSM Unipessoal Lda., uma empresa sedeada em Lisboa com Ângela Sofia Gonçalves Simões como única sócia.

A plataforma tecnológica da Chofer foi desenvolvida pela 4All Software, uma empresa de software com sede em Vila do Conde. Ora, apesar dos problemas “a nível do Google Maps” informados pela empresa, a 4All Software não tem conhecimento destas falhas técnicas, apurou o ECO junto de fonte familiarizada com o assunto. A não existência de motoristas disponíveis em Lisboa será, acrescentou a mesma fonte, “uma questão ao nível das operações”.

Mesmo assim, a Chofer garante que está indisponível devido a “uma dificuldade técnica que a equipa” está a procurar resolver “nas próximas horas”. “Relativamente à nossa operação, de momento a Chofer está presente em várias cidades portuguesas com vários motoristas disponíveis, prevendo-se para 2018 a chegada a mais cidades, nomeadamente no interior do país”, aponta também. Por fim, garante que “tem registados mais de 1.000 motoristas” em Portugal, mas rejeita revelar o número de viagens realizadas, “por uma questão estratégica”.

(Notícia atualizada às 17h50 com respostas da Chofer às questões enviadas pelo ECO)

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Costa reúne-se com o Presidente de Angola na terça-feira à noite em Davos

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2018

O primeiro ministro português vai reunir-se esta terça-feira à noite com o presidente angolano em Davos, na Suíça. Esta reunião foi solicitada por Angola e será a segunda em menos de dois meses.

O primeiro-ministro, António Costa, reúne-se com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, na terça-feira à noite, em Davos, na Suíça, disse esta segunda-feira à agência Lusa fonte oficial do Governo português.

Esta reunião bilateral, que foi solicitada por Angola e que será a segunda entre ambos em menos de dois meses, acontecerá logo após a chegada de António Costa a Davos, onde participará até sexta-feira no Fórum Económico Mundial. “A reunião com o chefe de Estado angolano foi marcada logo para o primeiro momento de disponibilidade na agenda do primeiro-ministro. As relações com Angola são uma prioridade do Estado português“, acentuou à agência Lusa a mesma fonte do executivo de Lisboa. António Costa e João Lourenço já estiveram reunidos em 29 de novembro passado, na Costa do Marfim, em Abidjan, durante a última cimeira entre África e União Europeia.

As relações entre Portugal e Angola têm sido perturbadas pelo processo movido pelas autoridades judiciais portuguesas contra o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente no âmbito da operação “Fizz”, em que é acusado de corrupção ativa e branqueamento de capitais. A Procuradoria-Geral da República recusou transferir o processo de Manuel Vicente para Angola, o que levou o Presidente angolano, João Lourenço, a classificar como “uma ofensa” a atitude da justiça portuguesa, advertindo que as relações entre os dois países vão “depender muito” da resolução do caso.

Numa tentativa de desdramatizar o quadro de relações entre os dois países, o primeiro-ministro, António Costa, fez questão de frisar que as relações políticas e económicas entre Portugal e Angola “são excelentes”, embora tenha a observado a existência de uma questão envolvendo as autoridades judiciárias portuguesa e Angola. “Não há nenhum problema entre Portugal e Angola dos pontos de vista económico e político. Há uma questão que transcende o poder político, que não diz respeito ao Presidente da República, ao Governo ou à Assembleia da República. É um tema da exclusiva responsabilidade das autoridades judiciárias”, salientou o primeiro-ministro português.

Questionado se as autoridades judiciárias portuguesas deveriam transferir o processo que envolve Manuel Vicente para Angola, António Costa recusou-se a pronunciar-se sobre essa matéria, invocando o princípio da separação de poderes. “As autoridades judiciárias têm plenos poderes para decidir sobre essa matéria. Não há um problema entre os governos português e angolano, ou entre os presidentes da República de Portugal e de Angola, ou entre os parlamentos dois países“, insistiu o primeiro-ministro.

Segundo António Costa, existe sim “uma questão que Angola identificou muitíssimo bem, de uma forma muito precisa e que é da exclusiva responsabilidade das autoridades judiciárias portuguesas”. Nesta mesma linha política, no sábado, em Paris, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou que as relações diplomáticas entre Portugal e Angola “são neste momento excelentes” e escusou-se a comentar a intenção de Luanda de fechar consulados em Lisboa e Faro. “Não tenho nada a dizer. Essas comunicações são por via formal”, justificou o ministro, quando questionado sobre a proposta hoje conhecida que prevê que o Governo angolano encerre nove embaixadas e 18 consulados-gerais, nomeadamente os consulados de Lisboa e Faro.

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BCP acelera 5% após JPMorgan anunciar que banco é “top pick”

Nuno Amado tem razões para sorrir. Os bancos de investimento continuam a dar boa nota ao BCP. Agora foi a vez de o JPMorgan melhorar a avaliação. Ações disparam mais de 5% na bolsa.

Os ventos continuam a soprar a favor do BCP em 2018. O banco liderado por Nuno Amado apresenta-se com o melhor desempenho na bolsa de Lisboa desde o início do ano e esta segunda-feira teve mais motivos para sorrir: o JPMorgan colocou o título como “top pick” no setor ibérico depois de subir o preço alvo para 35 cêntimos.

Fruto desta nota de research positiva, as ações do BCP revelaram intensa pressão compradora ao longo da sessão. Sinal desse apetite do mercado refletiu-se na valorização de 5,06% do título que fechou a valer 0,3199 euros, a cotação mais elevada desde junho de 2016.

A par do Santander e BBVA, o BCP está entre os preferidos do JPMorgan na banca da Península Ibérica. “O BCP é a nossa maior convicção no quarto trimestre de 2017, já que vemos potencial ascendente para melhorias de capital e redução de malparado”, disse o banco de investimento citado pela Reuters.

“A postura positiva reflete o suporte do ambiente macro e dos preços do imobiliário que baixam o custo do risco; taxas mais elevadas com cada aumento de 100 pontos base nas taxas de juro, traduzindo-se num potencial de subida de 20% a 30% do lucro por ação”, explicam ainda os analistas do JPMorgan.

Neste cenário, o JPMorgan manteve a recomendação de “overweight” no BCP, aumentando-lhe o preço-alvo para dezembro de 2018 dos 0,3 euros para os 0,35 euros, “oferecendo um potencial de subida de 16%”.

Com este desempenho, o BCP passa a cotar-se com uma avaliação de mercado de 4,6 mil milhões de euros.

O banco apresenta contas a 14 de fevereiro. Os analistas estimam que o BCP tenha obtido lucros de 160 milhões de euros no exercício de 2017, um aumento substancial face ao resultado líquido positivo de 24 milhões de euros registado em 2016.

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Guindos diz que Espanha apresenta candidatura ao BCE até 7 de fevereiro

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2018

O ministro da economia espanhol, Luis de Guindos, disse que o novo candidato à vice-presidência do BCE vai ser apresentado até dia 7 de fevereiro.

O ministro da Economia espanhol afirmou esta segunda-feira que Madrid apresenta o seu candidato à vice-presidência do Banco Central Europeu (BCE) antes de 7 de fevereiro, quando deve terminar o prazo para as candidaturas à sucessão de Vítor Constâncio.

Luis de Guindos, que falava aos jornalistas à entrada para a reunião do Eurogrupo em Bruxelas, não adiantou se vai ser o candidato. “Parece-me que o prazo acaba a 7 de fevereiro, temos aproximadamente 15 ou 20 dias e vão saber [quem é o candidato] quando a Espanha apresentar a candidatura”, disse antes do início da reunião de ministros da Economia e Finanças da zona euro. Os ministros do Eurogrupo devem abrir esta segunda-feira o período para a apresentação de candidatos à substituição de Constâncio.

Questionado sobre a posição do Parlamento Europeu que defende que o Eurogrupo deve assegurar o equilíbrio de géneros entre candidatos, o ministro afirmou que esse fator “é importantíssimo” e considerou que há possibilidade de um aumento da presença feminina no BCE. “No próximo ano e meio parece-me que há que renovar cinco cargos na comissão executiva do BCE e existem hipóteses de entrarem mulheres, o que é uma questão fundamental“, indicou.

O ministro espanhol afirmou que não sabe se outros países da zona euro vão apresentar candidatos à vice-presidência do BCE, mas mostrou-se convencido de que o cargo será para Espanha. “Tenho uma enorme confiança na candidatura espanhola será a que tem melhores condições para alcançar essa posição“, afirmou citado pela agência Efe, acrescentando que o Governo espanhol sabe os apoios com que conta entre os parceiros da zona euro.

O Eurogrupo deverá fixar esta segunda-feira o calendário para a substituição de Constâncio, cujo mandato termina a 31 de maio. O objetivo é que na reunião de 19 de fevereiro próximo os ministros conheçam os candidatos e possam designar um nome que será analisado pelos líderes dos países da União Europeia (UE) na cimeira de 22 de março. O novo vice-presidente do BCE vai assumir o cargo no dia 1 de junho por um período de oito anos.

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Preços das casas devem crescer 5% ao ano em 2018 e 2019 em Portugal

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2018

A agência de rating Fitch prevê que o preço das casas aumente 5% durante estes dois anos, principalmente em Lisboa, Porto e na região do Algarve. Crédito à habitação também deverá aumentar.

Os preços das casas em Portugal devem crescer em 2018 e 2019, em torno de 5% por ano, prevê a agência de notação financeira Fitch no relatório divulgado esta segunda-feira sobre tendências do mercado de habitação.

A moderação do crescimento é justificada pela oferta limitada de imóveis e pela procura mais confiante, sustentadas por um melhor contexto macroeconómico. As subidas acima da média devem ocorrer em cidades maiores como Lisboa e Porto, assim como na região do Algarve, “locais com mercados de trabalho mais fortes do que outras regiões e que são influenciados por investidores imobiliários corporativos que visam capitalizar as oportunidades de mercado”.

No relatório recorda-se que a recuperação de preços se tem consolidado com subidas de 4% a 5% por ano desde o final de 2015, “apoiadas por uma melhoria da perspetiva macroeconómica, confiança do consumidor e oferta limitada de imóveis”. A Fitch referiu que, apesar da construção “continuar frágil, a recuperação está a começar”, acrescentando que as estatísticas oficiais mostram que os licenciamentos e as finalizações cresceram pelo segundo ano consecutivo, “embora de uma base muito baixa”.

“Por exemplo, a contagem anual de licenciamento de novas casas cresceu 30% a partir do 2.º trimestre de 2017, apesar desse valor representar apenas 25% do valor máximo desde 2006/2007”, lê-se no relatório. Para quem compra casa pela primeira vez deverá continuar a ter dificuldades nos próximos dois anos, devido ao facto de os preços da habitação estarem a crescer mais do que o rendimento disponível dessas famílias. Já para quem paga crédito à habitação, deve contar com taxas de juro estáveis, por não se esperarem aumentos significativos nos próximos dois anos.

Os novos contratos têm obrigado ao pagamento entre 1,7% e 2% de juros anuais, enquanto os contratos existentes registam taxas de 1,2%, segundo dados de agosto de 2017 citados no documento. A empresa notou ainda a redução do crédito malparado. A Fitch perspetiva que aumente o crédito nos próximos anos, num contexto de subida do Produto Interno Bruto (PIB), descida do desemprego e não alteração significativa das taxas de juro.

O ritmo dos novos empréstimos bancários para aquisição de casas tem sido mais forte desde 2014, de acordo com os dados do Banco Central Europeu (BCE), crescendo 44% em 2016 e deverá crescer em 35% em 2017. O valor de 2017 é equivalente a 35% – 40% do pico registado em 2007/2008. A taxa de crescimento para compra deve desacelerar em 2018 e 2019 em relação aos dois últimos anos, considerando principalmente o decréscimo na previsão do PIB e as restrições de acessibilidade para os compradores de primeira casa.

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Bruxelas dá luz verde à compra da CaetanoBus pela Mitsui

  • ECO
  • 22 Janeiro 2018

A empresa japonesa Mitsui vai controlar 42% da CaetanoBus e o restante capital será detido pelo grupo Salvador Caetano. O objetivo é promover os autocarros elétricos na Europa e na Ásia.

A Comissão Europeia aprovou a aquisição do controlo conjunto da CaetanoBus pelo grupo Salvador Caetano e a Mitsui, um dos maiores grupos empresariais do Japão.

No final do ano passado, a Mitsui adquiriu 15% do capital da CaetanoBus, não tendo sido revelado o valor da operação. Na altura, Jorge Pinto, presidente da CaetanoBus, justificou ao Público que a parceria é necessária para que a empresa possa crescer. A Mitsui, disse então o responsável, está “muito orientada para a mobilidade elétrica” e para as novas tecnologias.

A empresa que fabrica autocarros e carroçarias vai, agora, passar a ser controlada pelo grupo Salvador Caetano e pela empresa japonesa. “A Mitsui detém, atualmente, uma participação minoritária de 15% na CaetanoBus. Em resultado da transação proposta, a Mitsui e o grupo Salvador Caetano passam a deter, respetivamente, 42% e 58% da Caetano Bus”, pode ler-se no comunicado emitido esta segunda-feira pela Comissão Europeia. Assim, acrescenta, “a Mitsui e o grupo Salvador Caetano vão deter o controlo conjunto da Caetano Bus”.

A Mitsui, por seu lado, pretende contribuir para a “promoção dos autocarros elétricos” da CaetanoBus “para a Europa, Ásia e para o resto do mundo”.

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Rui Rio mantém Hugo Soares como líder da bancada do PSD… até ao congresso

O líder parlamentar dos social-democratas vai ficar no cargo pelo menos até 18 de fevereiro. Depois do congresso, Rui Rio fará uma "análise política da questão".

Rui Rio decidiu manter o atual líder parlamentar até ao congresso nacional, anunciou o PSD. Após a reunião com Hugo Soares no Porto, o presidente eleito disse que quer “evitar qualquer foco de agitação, decorrente do período de transição”. Na semana passada, após um encontro com Passos Coelho, Rio disse que havia “alguma turbulência” dentro do partido.

Rui Rio entende que a atual direção da bancada se deve manter na plenitude das suas funções até ao próximo Congresso Nacional, remetendo-se apenas para essa altura a necessária análise política da questão”, lê-se no comunicado enviado às redações pelo novo presidente do PSD. O congresso onde serão eleitos os novos órgãos sociais do partido realiza-se entre 16 e 18 de fevereiro. Só após essa data é que Rio vai voltar a pensar na sua liderança parlamentar.

Hugo Soares aceitou ficar. “O presidente do Grupo Parlamentar mostrou-se concordante com estes objetivos, assumindo ser também essa a sua leitura, no quadro da presente situação política do partido”, refere também o comunicado. A dúvida sobre o futuro do atual líder parlamentar criou-se no dia 13 de janeiro, após a derrota de Pedro Santana Lopes, candidato apoiado por Soares.

A decisão de Rui Rio vem no seguimento das suas declarações na primeira entrevista que deu após a sua vitória. À RTP, Rio tinha insistido que o líder do partido era Pedro Passos Coelho até à realização do congresso. Esta segunda-feira deu esse mesmo argumento para manter Hugo Soares, assinalando que é sua “vontade garantir a estabilidade e a capacidade de intervenção do Grupo Parlamentar”.

O atual líder parlamentar terá, em princípio, mais dois debates quinzenais até ao congresso nacional pelo que será responsável pelo confronto e oposição a António Costa até o novo presidente do PSD começar a entrar no terreno.

Na semana passada, Rui Rio reuniu-se com Pedro Passos Coelho. O ex-primeiro-ministro disse que queria “naturalidade” na transição para a nova liderança, mas o presidente eleito do PSD falou em “alguma turbulência”. “Alguma turbulência mas a gente vai resolver essa pequena turbulência, não sei se a turbulência é real ou é mais na comunicação social“, afirmou Rio à frente da sede nacional do PSD, em Lisboa.

(Notícia atualizada às 16h25 com mais informação)

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Supremo recusa emitir nova ordem de prisão contra Puigdemont

O Ministério Público espanhol queria reativar a ordem de detenção europeia contra Puigdemont, depois de este ter viajado esta manhã para a Dinamarca. Juiz recusa emitir nova ordem de prisão.

O Supremo Tribunal espanhol recusou pedido do Ministério Público de reativar a ordem europeia de detenção contra o ex-presidente da Generalitat, na Dinamarca, país para onde Puigdemont viajou na manhã desta segunda-feira para participar num debate organizado pela Universidade de Copenhaga.

O juiz Pablo Llarena considera o pedido do Ministério Público razoável, mas considera que este não é o momento oportuno para pedir a um país estrangeiro a detenção do ex- presidente da Generalitat. Aliás, Llarena considera mesmo que o objetivo de Puigdemont é forçar a detenção por forma a facilitar nova investidura como presidente da Generalitat.

O Ministério Público tinha ameaçado este fim de semana que se Puigdemont viajasse para a Dinamarca iria pedir ao Supremo Tribunal que reativasse o mandato de captura internacional, que tinha ficado suspenso em dezembro, o que viria a acontecer esta manhã. O advogado de Puigdemont, Jaume Alonso-Cuevillas admitiu mesmo que o risco de detenção era bastante alto.

Puigdemont está em Bruxelas, desde o final de outubro, proclamando uma espécie de governo de exílio e, esta viagem à Dinamarca é a primeira saída do ex-líder catalão em mais de 80 dias.

Estas notícias acontecem no dia em que o presidente do Parlamento catalão, Roger Torrent oficializou o nome de Carles Puigdemont como candidato a presidente da Generalitat, no ato eleitoral que se realiza a 31 de janeiro. Torrent afirmou ainda ter enviado uma carta a Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol, pedindo diálogo para a “situação anómala que vive o Parlamento”.

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Decisão da Anacom abre a porta a tarifários com chamadas gratuitas para todas as redes

Decisão anunciada pela Anacom vai tornar possíveis tarifários com chamadas ao mesmo preço para todas as redes, ou tarifários móveis com chamadas gratuitas independentemente da rede de destino.

A Anacom vai impor uma descida dos preços que as operadoras pagam umas às outras quando são feitas chamadas entre redes diferentes. Até aqui, numa chamada que partia da rede X para a rede Y, a rede X pagava à Y um preço de 75 cêntimos por minuto. Mas, nos termos do novo projeto de decisão do regulador, a partir de 1 de julho a rede X só terá de pagar à Y 43 cêntimos por minuto, uma redução de 43%. Este é um preço grossista que se dá pelo nome de “preço de terminação de chamadas em redes móveis”. A decisão abre a porta a chamadas com o mesmo preço independentemente da rede de destino, ou tarifários móveis com chamadas gratuitas para todas as redes.

Além da descida deste ano, a Anacom prevê uma atualização ao nível da inflação a 1 de julho de 2019, pelo que o preço deverá descer para os 41 cêntimos. Um ano depois, em 2020, este preço deverá descer ainda mais, para 36 cêntimos por minuto de chamada. Na visão da Anacom, esta é uma medida que traz “benefícios para os consumidores em geral”, beneficiando as empresas de telecomunicações móveis com menor quota de mercado.

A descida (…) permite viabilizar a existência de tarifários com preços iguais independentemente da rede de destino ou que incluem chamadas gratuitas para todas as redes.

Anacom

Fonte oficial

Por outras palavras, nas redes de menor dimensão é mais provável as chamadas serem feitas para redes diferentes e maiores, pois há mais clientes destas últimas do que da primeira. Ora, nas chamadas efetuadas dentro da mesma rede, a operadora não tem este custo. Assim, as operadoras com redes com menos clientes saíam-se prejudicadas, explica a Anacom num comunicado enviado às redações.

“A descida das tarifas de terminação móvel reveste-se de grande relevância, pois permite corrigir distorções na concorrência que penalizam o mercado, em particular os operadores de menor dimensão”, lê-se na mensagem enviada pelo regulador. “A descida dos preços (…) permite uma redução do esforço financeiro suportado pelos operadores de menor dimensão que assim poderão melhorar a sua capacidade competitiva e tornar-se mais atrativos, podendo daqui decorrer benefícios para os consumidores em geral”, acrescenta a entidade liderada por João Cadete de Matos.

A Anacom reitera ainda que “a descida das terminações móveis permite viabilizar a existência de tarifários com preços iguais independentemente da rede de destino ou que incluem chamadas gratuitas para todas as redes, contribuindo para eliminar esse efeito de rede, já que não penaliza a realização de chamadas para fora da rede do operador a que pertence”. A Anacom intervém, assim, por “nunca” terem sido promovidas descidas “voluntárias” destes preços grossistas por parte das empresas de telecomunicações.

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