Lei laboral e tensões na geringonça vão ao Estado da Nação

  • Lusa
  • 10 Julho 2018

O debate no Plenário na próxima sexta-feira poderá ser marcado pelas alterações à lei laboral que marcaram a atualidade política dos últimos dias, criando divisões na maioria parlamentar.

As alterações à lei laboral que marcaram a atualidade política dos últimos dias, criando divisões na maioria parlamentar, poderão voltar ao plenário durante o debate do Estado da Nação, na sexta-feira, com o primeiro-ministro, António Costa.

Durante o debate em 6 de julho, onde foram discutidas e votadas propostas do Bloco de Esquerda (BE) e do PCP sobre a lei laboral, os dois partidos que apoiam o Governo deixaram avisos ao executivo contestando as “cedências” às confederações patronais, enquanto a direita defendeu que o que ficou acordado na Concertação Social deve ser respeitado pelo parlamento.

No sábado, a coordenadora do BE, Catarina Martins, após uma reunião da Mesa Nacional do partido, avisou o Governo de que um acordo sobre as leis laborais é “decisivo” antes das negociações do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019).

A proposta do Governo sobre o Código do Trabalho – que mereceu o acordo das quatro confederações patronais e da UGT na Concertação Social, deixando a CGTP de fora – será votada na generalidade no último plenário antes do verão, no dia 18. A discussão na especialidade sobre as propostas dos vários partidos ficará para setembro.

Uma das medidas que mais tensão tem causado entre a maioria parlamentar é o alargamento do período experimental de 90 dias para 180 dias para contratos sem termo de jovens à procura do primeiro emprego ou desempregados de longa duração. Além disso, tanto a direita como a esquerda alertam para riscos de inconstitucionalidade.

Esta não é a primeira vez que o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, propõe alargar a duração do período experimental, mas a medida proposta durante o governo de José Sócrates acabou por ser ‘chumbada’ pelo Tribunal Constitucional.

O fim do banco de horas individual é consensual entre os partidos que sustentam o Governo, mas a possibilidade prevista na proposta do executivo de um novo regime de banco de horas por acordos de grupo, dependente da aprovação de 65% dos trabalhadores, está a dividir a esquerda.

No debate parlamentar de 6 de julho, o PS juntou-se ao PSD e CDS para chumbar seis projetos de lei do PCP e do BE e aprovou dois, um dos comunistas e outro dos bloquistas, com alterações à lei laboral.

Na generalidade, foram aprovados o projeto de lei do PCP que altera normas no contrato a termo certo para trabalhadores à procura do primeiro emprego, e outro, do BE, que muda o regime jurídico aplicável à contratação a termo, medidas que estão em linha com as propostas acordadas entre o Governo e os parceiros sociais.

Estes dois diplomas tiveram os votos favoráveis do PS, PCP, BE, PEV, os votos contra do PSD e CDS e a abstenção do PAN.

A bancada socialista ajudou também a ‘chumbar’ os projetos dos partidos da esquerda e do PAN relacionados com mudanças legais no regime de férias, indemnizações e contratação coletiva.

No projeto do PCP, reprovado no parlamento, para revogar as alterações ao Código do Trabalho adotadas no período da ‘troika’, a deputada do PS e ex-sindicalista Vanda Guimarães juntou ao deputado do PAN André Silva e absteve-se.

Foi também aprovado, na generalidade e com os votos do PS, o projeto bloquista que elimina os regimes do banco de horas individual e da adaptabilidade individual, alterando o Código do Trabalho.

Durante o debate, o PS pediu aos parceiros de esquerda um acordo de princípio para alterações a efetuar na especialidade em relação às leis laborais, frisando que o acordo de concertação social celebrado pelo Governo “não é imutável”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Santa Maria e Pulido Valente em falência técnica. Recebem mais que São João no Porto e fazem menos

  • ECO e Lusa
  • 10 Julho 2018

O Centro Hospitalar de Lisboa Norte endividou-se a um ritmo de 7 milhões de euros por mês em 2017, revela o relatório do Tribunal de Contas.

O Centro Hospitalar de Lisboa Norte mostra grandes dificuldades em gerir o dinheiro atribuído pelo Estado, estando em “falência técnica”. Comparado com o Centro Hospitalar de São João no Porto, compara mal. A unidade do norte revela uma eficiência muito superior, segundo mostra a auditoria do Tribunal de Contas.

Foram analisadas as estruturas de gestão e os resultados obtidos por cada hospital e o do Porto conseguiu ser mais eficiente em quase todas as áreas, particularmente nos custos por doente padrão, e na eficiência operacional da atividade.

O centro de Lisboa Norte recebeu mais 213 milhões de euros do que o Centro Hospitalar de São João. Para o Tribunal de Contas, a “atribuição de reforços de financiamento substancialmente superiores na unidade hospitalar de Lisboa não é justificável apenas pela problemática do subfinanciamento crónico“.

Financiamento anual atribuído aos centros hospitalares

Fonte: Tribunal de Contas

Do dinheiro atribuído ao centro de Lisboa, quase um quinto, 221 milhões de euros, “não teve contrapartida em cuidados de saúde prestados, servindo para financiar as ineficiências relativas do centro hospitalar na produção de cuidados de saúde, face à média, e a fazer face ao contínuo crescimento das dívidas a fornecedores”.

“Os esforços para a recuperação económico-financeira do centro hospitalar, através de financiamento extraordinário, não estão a obter os resultados esperados”, afirma o Tribunal de Contas no relatório. A dívida do Centro Hospitalar Lisboa Norte cresceu ao ritmo de quase 7 milhões de euros por mês, entre dezembro de 2016 e novembro de 2017.

Segundo o Tribunal de Contas, “tem evidenciado uma estrutura de totalmente dependente de fundos alheios”, o que o coloca “em falência técnica” em 2015 e 2016. Há ainda uma “clara subutilização dos equipamentos” neste Centro Hospitalar, um dos maiores do país, alerta o Tribunal de Contas.

O Centro Hospitalar de Lisboa Norte é composto pelo Hospital Pulido Valente e pelo Hospital Santa Maria, e é responsável pela prestação direta de cuidados de saúde a uma população de cerca 300 mil habitantes. O Presidente do Conselho de Administração é Carlos José das Neves Martins, que já foi Secretário de Estado da Saúde.

“As verbas de convergência são-nos facultadas não para colmatar as ineficiências, mas sim para suprir a insuficiente dotação orçamental que nos tem sido atribuída (…) ao longo dos anos“, justificou Carlos José das Neves, citado no relatório.

Esta auditoria foi realizada antes da injeção de capital, de 1,4 milhões de euros, por parte do Estado nos hospitais decidida pelo Governo no final do ano passado. Mesmo assim, para solucionar estes problemas, o Tribunal recomendou ao governo que “o financiamento atribuído às unidades hospitalares seja adequado às necessidades efetivas da população“.

Aconselha ainda “que sejam dadas orientações para a replicação das melhores práticas identificadas e para que se proceda à contenção das práticas reiteradas de financiamento da atividade do SNS através da acumulação de dívida a fornecedores”.

Se o Centro Hospitalar Lisboa Norte conseguisse igualar os custos por doente padrão iguais aos do Centro Hospitalar de São João, tinha obtido uma poupança de 211 milhões de euros, suficientes para o Estado financiar o tratamento de 30 mil utentes com Hepatite C2.

O centro da capital consegue no entanto mostrar eficiência em algumas categorias. O atendimento no serviço de urgência dos dois hospitais de Lisboa apresentaram menos demoras do que no Porto.

Presidente do CHLN considera conclusões “injustas”

O administrador do Centro Hospitalar Lisboa Norte considera injustas e fora de contexto a esmagadora maioria das conclusões do relatório do Tribunal de Contas. “Não posso deixar de referir que, em relação às conclusões finais do Tribunal de Contas, as considero injustas, sobretudo porque estão fora do contexto na sua esmagadora maioria”, afirmou em entrevista à Lusa Carlos Martins, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente.

Carlos Martins entende que há um contexto que deve ser enunciado quando se compara o Lisboa Norte com o São João. “O Centro Hospitalar de São João é uma unidade de referência para o país. Teve uma liderança de 10 anos, estável, com rumo e continuidade ano após anos e que começou quando havia autonomia e capacidade financeira nas instituições. Nós, em contraponto, tivemos três lideranças nos últimos 10 anos. Foi aberta uma parceria público privada na nossa área de influência e perdemos 41,3% da nossa população. Continuámos com 100% dos custos e perdemos 41,3% dos ‘clientes’”, justificou.

Carlos Martins considera que a “perda brutal da atividade” com a abertura do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, fez com que o Centro Hospitalar, em 2013, tivesse “batido no fundo em termos de atividade e de desempenho financeiro”, recordando que havia 300 milhões de euros de dívida. Para o administrador do Santa Maria, a injustiça das conclusões do Tribunal de Contas reside muito no facto de não ter sido feito “um comparador com um determinado período da história da instituição”.

(Notícia atualizada às 17:50 com as declarações de Carlos Martins).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Treinador e equipa resgatados da gruta na Tailândia. Estão todos a salvo

  • ECO e Lusa
  • 10 Julho 2018

Um grupo de 12 jovens, com idades entre os 11 e os 16 anos, e o seu treinador de futebol estivera encurralados numa gruta durante mais de duas semanas. Entretanto, todos foram resgatados.

Depois de terem sido resgatadas mais quatro crianças esta segunda-feira, os trabalhos foram retomados esta terça-feira, tendo culminado no resgate de todos os que estavam na gruta. A operação de resgate do grupo de 12 rapazes que ficaram encurralados numa gruta inundada na Tailândia, juntamente com o seu treinador de futebol, foi iniciada este domingo.

A operação de retirada de 12 jovens, com idades entre os 11 e os 16 anos, e do seu treinador de futebol, de 25 anos, presos numa gruta inundada no norte da Tailândia há duas semanas, começou este domingo. Os rapazes e o seu treinador foram explorar a gruta depois de um jogo de futebol, no passado dia 23 de junho.

As inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, já que a única maneira de chegar até ao local onde se encontram era mergulhando através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes.

Nos últimos dias, as autoridades estudaram a melhor forma para resgatar o grupo. Estiveram envolvidos na operação de resgate 90 mergulhadores, entre 50 estrangeiros e 40 tailandeses.

(Notícia atualizada às 12h57)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preço das casas em Portugal tem a quarta maior subida da UE no arranque do ano

  • Lusa
  • 10 Julho 2018

Portugal teve, nos primeiros três meses do ano, a quarta maior subida homóloga do índice dos preços da habitação na União Europeia (UE) e a terceira face ao quarto trimestre de 2017.

Portugal teve, nos primeiros três meses do ano, a quarta maior subida homóloga do índice dos preços da habitação na União Europeia (UE) e a terceira face ao quarto trimestre de 2017, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat.

De acordo com o gabinete de estatísticas da UE, entre janeiro e março, o índice de preços da habitação subiu 4,5% na Zona Euro e 4,7% nos 28 Estados-membros, face ao mesmo período de 2017.

As maiores subidas homólogas dos preços da habitação registaram-se na Letónia (13,7%), na Eslovénia (13,4%), na Irlanda (12,3%) e em Portugal (12,2%), tendo sido assinalados recuos na Suécia, Itália (-0,4% cada) e na Finlândia (-0,1%).

Portugal no top da subida dos preços das casas

Face ao quarto trimestre de 2017, o indicador aumentou 0,6% na Zona Euro e 0,7% na UE.

Na variação trimestral, as maiores subidas observaram-se na Letónia (7,5%), Hungria e Eslovénia (4,4% cada) e em Portugal (3,7%), enquanto os principais recuos foram registados em Malta (-4,7%), Chipre (-1,8%) e na Suécia (-0,8%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Revista de imprensa internacional

  • Juliana Nogueira Santos
  • 10 Julho 2018

Em Espanha, o Popular perdeu quase 20% dos clientes depois da venda ao Santander. Nos Estados Unidos já há luz verde para a Takeda comprar a Shire.

Nos Estados Unidos já há luz verde para a Takeda comprar a Shire, enquanto a Uber e a Alphabet investiram mais de 300 milhões numa empresa de partilha de bicicletas. Em Espanha, o Popular perdeu quase 20% das suas contas depois da venda ao Santander. Estas e outras notícias que fazem as manchetes dos meios de comunicação internacionais.

Financial Times

“Big four” receberam milhões de Bruxelas para aconselhamento em assuntos fiscais

As quatro maiores consultoras mundiais — Deloitte, KPMG, EY e PwC — celebraram contratos de milhões de euros com a Comissão Europeia para aconselhamento em assuntos fiscais nos últimos cinco anos, fazendo disparar os alertas de conflitos de interesse. Segundo as últimas investigações relativas a evasão fiscal e branqueamento de capitais, estas empresas estiveram envolvidas nos contratos entre empresários e paraísos fiscais. Tal aconteceu no caso Luxemburgo Leaks, Panamá Papers e Paradise Papers. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Reuters

Uber e Alphabet investem 335 milhões em serviço de partilha de bicicletas

A Lime, serviço de partilhas de bicicletas, fechou uma ronda de financiamento de 335 milhões de dólares que contou com a participação da Uber e da Alphabet, a dona da Google. Para além do financiamento, a empresa que disponibiliza bicicletas e motas para partilhar em mais de 60 cidades e universidades norte-americanas vai agora ser parceira da Uber, de forma a que os seus veículos apareçam na aplicação da empresa fundada por Travis Kalanick e sejam alugadas por lá. A Lime está agora avaliada em 1,1 mil milhões de dólares. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

Bloomberg

Takeda avança para a compra da Shire depois de autorização federal

A Takeda recebeu autorização federal para avançar para a compra da Shire por 62 mil milhões de dólares. O negócio foi fechado há dois meses, mas ficou em suspenso devido à investigação do Estado norte-americano em torno da concorrência. Ainda que nenhum outro país tenha levantado entraves ao negócio, prevê-se que também a Comissão Europeia se prepare para escrutinar profundamente a operação. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

The Guardian

Martin Sorrel ultrapassa WPP na compra da MediaMonks

Martin Sorrel, fundador da agência WPP, fez uma oferta mais alta em nome individual para comprar a produtora holandesa Media Monks, ultrapassando assim a licitação feita pelo grupo que fundou e que o expulsou da gestão. Sorrel ofereceu 300 milhões de euros pela empresa que regista receitas de 110 milhões anuais e emprega 750 pessoas em 11 cidades por todo o mundo. O empresário volta assim para um dos lugares cimeiros na indústria da publicidade. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

Expansión

Popular perdeu perto de 400 mil clientes em 2017

O Popular perdeu 380.983 contas em 2017, ou seja, 17% das que tinha em 2016, isto num período que coincide com a crise do banco que levou à sua venda por um euro ao Santander. A queda mais acentuada deu-se nos depósitos a prazo, levando o banco a perder quase um terço do total. Por outro lado, a instituição liderada por Ana Botín ganhou mais de um milhão de novos clientes no mesmo ano, estabelecendo-se nos 8.137 milhões de contas ativas. Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fitch melhora perspetiva de rating de Angola. Vê dívida como “sustentável”

  • Lusa
  • 10 Julho 2018

A agência de notação a perspetiva de evolução da economia de Angola de negativa para estável. Contudo, a Fitch mantém a dívida do país no "lixo".

A agência de notação financeira Fitch melhorou a perspetiva de evolução da economia de Angola de negativa para estável, mantendo o rating da qualidade do crédito soberano em B, abaixo do nível de recomendação de investimento.

“A revisão da perspetiva de evolução da economia de Angola de negativa para estável reflete as melhorias na gestão do regime de câmbio e a adoção de uma ambiciosa agenda de reformas, que inclui ajustamentos nas vertentes monetária, orçamental e estrutural, que vão diminuir as vulnerabilidades externas e melhorar as finanças públicas”, dizem os analistas.

De acordo com o relatório completo de rating sobre Angola, a que a Lusa teve acesso, a Fitch mantém Angola no “lixo”, ou seja, abaixo do nível de recomendação de investimento, mas sobe a avaliação que faz sobre a direção da política económica, o que significa que não antecipa eventos que possam fazer descer o rating do país.

"A revisão da perspetiva de evolução da economia de Angola de negativa para estável reflete as melhorias na gestão do regime de câmbio e a adoção de uma ambiciosa agenda de reformas, que inclui ajustamentos nas vertentes monetária, orçamental e estrutural, que vão diminuir as vulnerabilidades externas e melhorar as finanças públicas.”

Fitch

Entre as principais razões para a melhoria da avaliação do andamento da economia, a Fitch aponta os ajustamentos externos em curso, nomeadamente o fim da taxa de câmbio fixa, a melhoria do crescimento económico, ainda que limitado, e a retoma da consolidação orçamental, salientando que o setor bancário continua a ser uma fraqueza e que os fatores estruturais do país são um constrangimento para a avaliação da qualidade do crédito.

“Os ratings de Angola estão constrangidos pela fraqueza estrutural, principalmente pelo fraco desempenho nos indicadores de desenvolvimento humanos e de governação e pelo mais alto nível de dependência de matérias-primas entre os países analisados pela Fitch”, escrevem os analistas no relatório completo.

A Fitch antevê que o crescimento económico de Angola suba de 2,3%, este ano, para 2,5% em 2019, e que o défice orçamental diminua para 5,4% este ano, depois de no ano passado ter chegado aos 6,8%.

“A dívida pública aumentou para 66,6% do PIB no final do ano passado, quando era de 50,7% no final de 2015″, lembram os analistas, que antecipam que a dívida pública chegue a um pico de 67,5% no final deste ano e depois comece a cair a partir de 2019, para chegar a 2020 nos 58,7% do PIB.

Dívida pública de Angola é “sustentável”

A Fitch considera que o volume de dívida pública de Angola é sustentável a médio prazo, alertando, no entanto, para as dificuldades do país em servir a dívida durante o próximo ano.

“Na opinião da agência de notação, a posição de Angola em termos de dívida externa a médio prazo é sustentável, ainda que em dificuldades. No entanto, cumprir os pagamentos da dívida durante o próximo ano será um desafio“, escrevem os analistas no relatório.

Entre as razões para a dificuldade em servir a dívida, para além do próprio volume, estão “a falta de capacidade dentro do Ministério das Finanças, que foi responsável por pagamentos atrasados aos credores oficiais e o registo de erros administrativos noutros pagamentos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Greve na Noruega põe petróleo a caminho dos 80 dólares

Os preços do "ouro negro" estão a subir. Mas não à custa dos esforços da OPEP. É uma paragem da produção na Noruega que está a dar um novo fôlego às cotações da matéria-prima.

Os preços do petróleo estão a subir. Uma valorização que não se deve aos esforços da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para reduzir o excesso de matéria-prima no mercado, mas sim a uma paragem da produção na Noruega. Os trabalhadores das plataformas do país vão entrar em greve, o que está a dar um novo impulso às cotações do “ouro negro” rumo aos 80 dólares.

Neste contexto, o Brent, negociado em Londres, está a valorizar 0,79% para 78,69 dólares, atingindo um máximo de duas semanas, aproximando-se cada vez mais da fasquia dos 80 dólares por barril. Do outro lado do Atlântico, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, avança 0,49% para 74,21 dólares.

Noruega leva petróleo a subir

Centenas de trabalhadores das plataformas offshore de petróleo e gás da Noruega devem entrar em greve esta terça-feira, depois de rejeitarem um acordo salarial proposto. Uma medida que deverá afetar pelo menos um campo de petróleo da Shell, em Knarr. Ou seja, haverá menos produção da matéria-prima no Mar do Norte, o que está a puxar pelos preços.

Apesar desta diminuição na oferta norueguesa, o impacto nas cotações deverá ser travado pelo acordo entre a Arábia Saudita e os seus aliados, incluindo a Rússia, para aumentarem a produção da matéria-prima. O objetivo foi compensar uma quebra no Irão e responder à procura global que não para de crescer.

“No fim de contas trata-se da capacidade disponível dentro da OPEP (…) e os mercados começaram a concentrar-se nisso”, disse Victor Shum, vice-presidente para energia da IHS em Singapura, citado pela Reuters.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Setor dos resíduos dá mais 3,6 mil milhões de euros à economia

  • Lusa
  • 10 Julho 2018

Segundo um estudo divulgado esta terça-feira, em 2016 o setor dos resíduos gerou uma produção adicional na economia portuguesa de 3,6 mil milhões de euros.

A atividade do setor dos resíduos gerou uma produção adicional na economia portuguesa de 3,6 mil milhões de euros em 2016, a que correspondem 43 mil postos de trabalho, estima um estudo divulgado esta terça-feira.

A versão atualizada do estudo “Relevância e Impacto do Setor dos Resíduos em Portugal na Perspetiva de uma Economia Circular”, promovido pela Associação Smart Waste Portugal e realizado por um grupo liderado pelo economista Augusto Mateus, retrata esta área de atividade e volta a referir as expectativas para o seu desenvolvimento até 2030.

Àquela produção adicional na economia corresponde, segundo o estudo, um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de dois mil milhões de euros e cerca de 43 mil postos de trabalho, além de requerer um acréscimo de importações de cerca de 284 milhões de euros.

O documento refere estatísticas oficiais, apesar de os autores apontarem que a sua “robustez é discutível”, para dizer que em 2016, a economia portuguesa gerou cerca de 14,8 milhões de toneladas de lixo, dos quais 4,9 milhões de resíduos urbanos. Do total de resíduos produzidos, foram valorizados 71%, equivalentes a 10,6 milhões de toneladas.

Apenas metade do total de resíduos urbanos ou equiparados são sujeitos a valorização, “embora a última década se tenha caracterizado por um aumento” deste tipo de tratamento, quando em 2004, era 34,8%, segundo o estudo.

A recolha seletiva – de papel e cartão, plástico, metal e vidro, mas também de resíduos urbanos biodegradáveis – corresponde a 15,9% do total do lixo urbano, “não obstante ter aumentado em anos recentes”, acrescenta.

“O peso da deposição em aterro no panorama nacional ainda é muito elevado, pelo que este é visto como uma oportunidade e uma imposição na mudança de paradigma, tendo as empresas um papel muito relevante nesta transição”, acrescentam os autores do trabalho.

Em 2016, o setor dos resíduos em Portugal era formado por 2.542 entidades, que empregavam cerca de 25 mil trabalhadores e faturavam quase 2,5 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tem um iPhone? Estudo diz que é muito provável que ganhe bem acima da média

  • Juliana Nogueira Santos
  • 10 Julho 2018

É utilizador de iPhone ou iPad? Segundo investigadores da Universidade de Chicago este é um sinal de que tem rendimentos mais altos que a média, pelo menos nos Estados Unidos.

“Diz-me com que smartphone andas, dir-te-ei quanto dinheiro tens.” A adaptação do ditado antigo é a conclusão de um estudo norte-americano que mostra que ter um iPhone ou um iPad é um indício muito forte de riqueza e rendimentos altos.

Os investigadores da Universidade de Chicago, Marianne Bertrand e Emir Kamenica, analisaram a relação entre a demografia dos Estados Unidos e os comportamentos de consumo de bens, serviços e até informação e chegaram à conclusão que não há uma marca que diga “eu ganho bem” como a Apple.

Enquanto em 1992, se alguém utilizava mostarda Grey Poupou Dijon havia 62,2% de probabilidade de esta estar no percentil mais alto de rendimentos, em 2004 era quem consumia manteiga Land O’Lakes Regular que se poderia apontar como mais rica. Já em 2016, ter um iPhone ou um iPad dá 69,1% e 66,9% de probabilidade de ser visto como alguém com rendimentos altos.

O estudo não inclui, ainda assim, a época em que foram lançados os equipamentos mais caros da Apple, sendo eles o iPhone X, que está à venda em Portugal por perto de 1.200 euros, e o iPhone 8, que na etiqueta mostra o preço de cerca de 820 euros.

Os investigadores utilizaram inteligência artificial para analisar os dados da Mediamark Research Intelligence, que faz questionários duas vezes por ano para determinar métricas como os rendimentos ou os hábitos de consumo. A conclusão é que, num país fraturado pelas questões políticas e sociais, os hábitos de consumo são um laço que une os norte-americanos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Incentivos às empresas aprovados em overbooking há cinco meses

Incentivos comunitários ao investimento das empresas estão 13 pontos percentuais acima da dotação máxima prevista. Autoridades de gestão esperam pelo reforço de verbas com a programação.

O sistema de incentivos às empresas está há cinco meses consecutivos a aprovar projetos em overbooking, estando já 113% acima da dotação global do apoios reservados no Portugal 2020 para as empresas.

De acordo com o último boletim mensal do sistema de incentivos, a 30 de junho foram aprovados 12.671 projetos que vão obter 4,49 mil milhões de euros de apoio comunitário, ou seja, um valor que supera os 3,98 mil milhões de euros destinados no Portugal 2020 a financiar as empresas através dos diversos programas operacionais.

Também ao nível do projetos contratados, ou seja, aqueles em que autoridades de gestão e promotor já assinaram contrato, já se trabalha numa lógica de overbooking, neste caso de 103%. Foi a 30 de abril que se atingiu a meta dos 100% da verba inicial.

Taxa de compromisso há cinco meses em overbooking

Fonte: Sistema de Incentivos

Esta prática não é estranha aos fundos comunitários, já que as autoridades de gestão tentam sempre compensar eventuais quebras que surgem nos projetos — seja por desistência, seja por revisão em baixa dos montantes inicialmente previstos investir. Mas, normalmente, é uma opção que se assume mais junto ao final do quadro comunitário em vigor. Neste caso, o overbooking reflete a expectativa que os responsáveis têm de reforço das verbas comunitárias destinadas a apoiar o investimento das empresas, no âmbito do exercício de reprogramação.

O secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson Souza, já revelou ao Expresso que, no contexto da reprogramação do Portugal 2020, “a dotação dos fundos que apoiam o investimento empresarial será reforçada em 650 milhões de euros”. Ou seja, o sistema de incentivos ficará com uma dotação global de 4.633 milhões de euros.

O boletim mensal referente a 30 de junho revela ainda que já foram pagos 1.628 milhões de euros em incentivos às empresas, ou seja 41%, e que a taxa de execução (verbas pagas e certificadas por Bruxelas) ascende a 37%. De sublinhar que, no final do primeiro trimestre (últimos dados disponíveis), o Portugal 2020 tinha uma taxa de execução de 24%, sendo os domínios da competitividade e internacionalização e o do Capital Humano os que apresentaram evoluções mais significativas da taxa de execução face a dezembro — 218 milhões e 134 milhões de euros executados, respetivamente.

Taxa de execução do sistema de incentivos é de 37%

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Papeleiras animam Lisboa. Bolsa segue ganhos europeus, com a praça britânica em destaque

Altri e Navigator estão a dar um novo ânimo a Lisboa, depois de o grupo EDP ter pressionado no arranque. A bolsa acompanha os ganhos na Europa.

A bolsa de Lisboa arrancou a sessão em queda, pressionada pelo grupo EDP, mas rapidamente voltou aos ganhos. A praça portuguesa sobe pela quinta sessão consecutiva, animada pelas papeleiras. Está, assim, a acompanhar a tendência positiva do resto da Europa.

O índice de referência nacional, o PSI-20, abriu em baixa de 0,12% para 5.636,04 pontos. Mas tem oscilado desde a abertura entre ganhos e perdas, estando agora a subir 0,04%. Isto num dia de ganhos nas restantes bolsas do Velho Continente. O Stoxx 600 está a avançar 0,19% para 385,32 pontos. O britânico FTSE destaca-se ao continuar a valorizar num contexto de crise no governo de May que está a penalizar a libra.

PSI-20 oscila entre ganhos e perdas

A queda da bolsa nacional justificou-se inicialmente pelas perdas do grupo EDP. A empresa liderada por António Mexia mantém a tendência negativa, mas está a cair apenas 0,06% para 3,49 euros, enquanto a subsidiária recua 0,33% para 9,0250 euros. Ainda do lado das quedas, a Jerónimo Martins está a perder 0,52%, enquanto o BCP desvaloriza 0,31%.

A compensar este movimento negativo está a Galp Energia. A petrolífera está a valorizar 0,35% para 17,25 euros, depois de ter dado mais um passo para produzir gás em Moçambique. A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva disse, na segunda-feira em comunicado, que já entregou o plano de desenvolvimento ao Governo moçambicano.

Ainda em Moçambique, a Navigator também anunciou um plano de investimento no valor de 260 milhões de dólares. Um anúncio que está a levar as ações a subirem mais de 1% para 5,125 euros.

Tal como a Navigator, também a Altri brilha, registando mesmo a subida mais expressiva da sessão. A empresa de pasta de papel está a disparar 2,52% para cotar nos 8,95 euros, mas chegou a tocar um novo máximo histórico de 8,99 euros. Isto depois de o Santander ter iniciado a cobertura da empresa com um preço-alvo de 10,5 euros por ação e uma recomendação de “comprar”.

(Notícia atualizada às 9h28 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores a recibos verdes no Estado aumentam 14,6%. Ministério do Trabalho tem mais de metade

  • ECO
  • 10 Julho 2018

Havia perto de 18 mil trabalhadores em situação de prestação de serviços no segundo semestre de 2017. Do total, mais de metade estavam ao serviço do Ministério do Trabalho.

Os serviços do Estado central e as autarquias tinham, no final do segundo semestre de 2017, 17.728 pessoas em regime de prestação de serviços, uma aumento de 14,6% do que no mesmo período de 2016. Isto mesmo com o programa de regularização dos precários no Estado em curso.

Os dados são da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) e foram divulgados esta terça-feira pelo Público (acesso condicionado), nos quais se pode identificar que este é o número mais alto desde o segundo semestre de 2013, altura em que eram 28 mil os precários do Estado.

Os números recolhidos incluem os trabalhadores a recibos verdes que estão à espera da regularização da sua situação, os que iniciaram a prestação de serviços depois de maio do ano passado e outras prestações de serviços que não estão abrangidas neste processo de regularização.

No entanto, mais de metade dos trabalhadores a recibos verdes está ligado à administração central, principalmente aos serviços que dependem do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, da Saúde e da Ciência e Ensino Superior. O ministério de Vieira da Silva contava com 6.113 prestações de serviços, perfazendo 61% de todos os recibos verdes da administração central e um terço do total.

Na análise que faz aos dados, a DGAEP dá conta do “acréscimo particularmente relevante” no ministério do Trabalho “devido ao sinal da retoma da atividade do Instituto do Emprego e Formação Profissional com a contratação maioritariamente de formadores”. Já as autarquias contabilizam 43,7% das prestações de serviços registadas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.