STCP vai ter 188 autocarros “verdes” até 2020. Investimento é de 47,5 milhões de euros

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

A STCP vai contar com 188 autocarros elétricos ou a gás natural, num investimento de 47,5 milhões de euros.

A rede de autocarros da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) vai ter, até 2020, 188 viaturas “verdes” na sua frota, num investimento global de 47,5 milhões de euros, foi este sábado anunciado pelo conselho de administração da empresa. Em causa está a compra de veículos 100% elétricos e da nova geração de gás natural. Esta tarde, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, acompanhado de autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP), fizeram a primeira viagem num autocarro “verde”.

Este ano, está previsto que entrem em funcionamento 50 veículos desta nova frota (15 elétricos e 35 a gás natural), em 2019, entram em circulação mais 60 e em 2020, entram ao serviço mais 78, totalizando os 188. “A STCP irá abater 188 autocarros, o mesmo número que agora se propõe substituir neste investimento, aumentando para 81% do total, a percentagem dos veículos verdes da frota”, lê-se no dossiê distribuído à imprensa.

O projeto foi cofinanciado pelo PO SEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos. Três dos novos autocarros entraram hoje em circulação nas linhas 201 Aliados-Viso, 302 Aliados-Damião de Góis e 303 Circular Praça-Constituição. João Pedro Matos Fernandes admitiu que este investimento é “fundamental para melhorar as condições de mobilidade da AMP”, sublinhando o facto de se tratar de uma escolha “muito mais eficiente do ponto de vista ambiental”.

O ministro do Ambiente também apontou que este é “um importante contributo para os compromissos que Portugal tem no âmbito do acordo de Paris”, referindo-se ao facto de o país ter de reduzir em 25% as emissões atmosféricas até 2030. O governante enumerou outros investimentos, nomeadamente na empresa Carris, em Lisboa, e apontou que em maio será aberto um aviso de mais 18 milhões de euros para comprar mais autocarros ‘verdes’.

Tendo como presidente do conselho de administração Paulo de Azevedo, a STCP é agora gerida por seis municípios da AMP – Porto, Vila Nova de Gaia, Maia, Matosinhos, Gondomar e Valongo — algo recordado e valorizado pelo presidente da área metropolitana, Eduardo Vítor Rodrigues, que aproveitou a cerimónia para deixar um desafio ao Governo. “Continuem a acreditar nos municípios”, disse, lembrando o processo de descentralização.

Já o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, reforçou “a sustentabilidade dos novos autocarros”, mostrando-se confiante de que “com mais conforto e com melhorias para o meio ambiente, os utentes voltem a confiar nos transportes públicos”.

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Das t-shirts à Sport TV, bancos voltam aos brindes para atrair clientes

Televisões, smartphones, milhas, bilhetes de cinema e entradas para jogos de futebol, ou mesmo Sport TV. Muitos são os "brindes e borlas" que os bancos oferecem para seduzir e fidelizar clientes.

Na caça aos clientes, todas as armas e estratégias são permitidas. Da oferta de televisões às milhas aéreas que se convertem em bilhetes de viagem, passando pelas entradas em jogos de futebol, ou mesmo acesso aos canais premium para ver o desporto rei, muitos são os “brindes” e “borlas” que os bancos disponibilizam para seduzir e fidelizar utilizadores.

“Regra geral, o objetivo destas campanhas é angariar novos clientes ou até mesmo fidelizá-los“, explica Natália Nunes, da Deco, ao ECO. A representante da associação focada na defesa do consumidor sublinha que o consumidor deve, no entanto, fazer uma comparação de mercado para decidir a contratação do produto e não se guiar pelos prémios que são prometidos.

A mais recente campanha deste tipo foi lançada pelo BPI, que oferece aos clientes que domiciliem, pela primeira vez, o ordenado de forma automática, até 30 de junho, um de três prémios: uma televisão Samsung 32″ M4005, um smartphone Samsung J3 2017 ou uma assinatura de nove meses da Sport TV Premium.

Os brindes desta Conta Valor estão, no entanto, apenas disponíveis para quem disponha de um rendimento mensal igual ou superior a 800 euros. Por outro lado, caso o salário do cliente ultrapasse os 2.500 euros, essas ofertas engordam: a subscrição do pacote televisivo referido alarga-se para os 12 meses, a televisão cresce para as 40″ e o smartphone ganha um upgrade (é colocado à escolha o Samsung A5 2017).

Para aderir a esta campanha, o banco exige ainda que o cliente passe a ter toda a documentação digital e que mantenha duas ordens de pagamento permanente ativas, até ao final de agosto deste ano. Se as condições não forem respeitadas (durante 24 meses), o BPI “reserva-se o direito de debitar o valor de 200 euros”.

“Trata-se de mais uma forma de promover e atrair a atenção para um produto-base, que constitui uma novidade no banco e que se dirige à totalidade dos clientes“, adiantou fonte do BPI ao ECO.

Se ainda estiver a estudar e não for capaz de cumprir estes requisitos, o banco liderado por Fernando Ulrich não se esqueceu de si. Os cartões AEIST e as várias modalidades do Universitário (ligados a três associações de estudantes do ensino superior) preveem descontos entre os 10% e os 50% em produtos e serviços variados: do aluguer dos cacifos, às t-shirts das instituições de ensino, passando por um Menu Refeição Sócio no espaço de refeições da Faculdade de Arquitetura de Lisboa.

Para fechar a trilogia de “borlas”, destaca-se o Cartão FC Porto, que oferece uma entrada gratuita num jogo de futebol de Estádio do Dragão (um bilhete por cartão e por época, excluindo competições europeias e jogos com o SLB) e várias vantagens e descontos na loja do clube.

Cinema a metade do preço? É possível com certas contas bancárias.

Cinema a metade do preço

A moda da oferta de um bilhete de cinema gratuito na compra de um a preço normal está, oficialmente, instalada na banca portuguesa. Esse tipo de “brinde” fica, nos variados casos, associado apenas aos cinemas Nos, sendo disponibilizado pelo Millennium BCP (a clientes com cartão Classic Gémeos) e pelo Activo Bank (a clientes com cartão BOOST ou cartão de crédito).

À parte dos descontos nas visitas ao grande ecrã, a tendência adotada por outras tantas instituições bancárias nacionais é a de associar seguros e serviços de assistência a certos tipos de contas.

No Santander Totta, por exemplo, ter uma conta Mundo 123 significa ter serviço de assistência médica no lar (o cliente paga apenas a consulta e os medicamentos, sendo a deslocação do profissional gratuita), serviço de assistência técnica ao domicílio (o cliente paga apenas a reparação, ficando a deslocação do profissional a custo zero) e um seguro de responsabilidade civil familiar.

“Nas contas Mundo 123 há também vantagens que vigoram no primeiro ano de vida após contratação, é o caso do seguro de responsabilidade Civil Familiar. Para clientes com Conta Mundo 123 Select, acresce a todos estes seguros o de acidentes pessoais que pode ser acionado em qualquer parte do mundo“, enfatiza fonte do Santander, em conversa com o ECO. De acordo com o banco, durante o período do Verão, esses clientes desfrutam ainda de algumas promoções nos hotéis Vila Galé. “Nos últimos anos, esta campanha tem estado associada ao Mundo 123, em que pelas utilizações de 500 € era atribuído um vale de 25 €”, conta o mesmo representante.

Já no Novo Banco, as contas NB 100%, NB 360º, NB 100% Gold RE e NB Boas Vindas desfrutam de seguros semelhantes (assistência técnica e médica). “Entre vários produtos como é o caso dos cartões de débito, cartões de crédito e cheques, estas contas incluem também o acesso a serviços de assistência técnica e médica ao domicílio”, reforça fonte da instituição, em declarações ao ECO. O mesmo representante faz questão de notar que “no caso da Conta NB 360º e da Conta NB 100% Gold RE, [também estão incluídas] uma consulta por ano e duas horas de mão-de-obra na primeira assistência do ano”.

Para os universitários, o banco liderado por António Ramalho criou a conta NBUp, cuja adesão é sinónimo de oferta de camisolas e t-shirts das instituições de ensino superior, descontos nas viagens organizadas pelas Associações de Estudantes e cortes na fatura do material escolar. “Estas ofertas são exclusivas para os alunos das universidades com as quais o banco tem parceria“, realça a fonte referida.

Aderir a certos cartões de crédito é sinónimo de ficar mais perto do seu destino de sonho.

Do banco aos céus

Transformar a adesão a um determinado cartão de crédito em mais um passo na direção da sua viagem de sonho é fácil. A Caixa Geral de Depósitos e o Banco Best oferecem ambos a possibilidade de concretizar essa conversão.

No caso do banco público, a adesão ao cartão Miles&More Classic representa a conquista de três mil milhas que podem ser trocadas por viagens na Lufthansa ou em qualquer companhia aérea membro do consórcio Star Alliance. A partir desse momento, todos os gastos realizados com este cartão podem ser convertidos para o mesmo sistema de passageiro frequente.

“A atribuição de brindes ou benefícios tem sempre como objetivo primordial o reconhecimento e agradecimento ao cliente pela sua preferência pela Caixa, num contexto em que existem inúmeras possibilidades de escolha”, conta ao ECO fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos.

Já o Banco Best acaba de lançar uma campanha especial dirigida aos novos clientes. Ao abrir a sua primeira conta nesta instituição bancária, ganhará 40 mil milhas TAP Victoria, que representam duas viagens na Europa. No fim do primeiro trimestre, se tiver mantido um envolvimento financeiro igual ou superior a 25 mil euros, receberá mais 10 mil milhas do mesmo programa.

“A inclusão de programas de premiação resulta da necessidade e objetivo que o Banco tem em disponibilizar produtos e ofertas diferenciadoras e de valor acrescentado para os seus clientes”, comenta o diretor de Marketing desta instituição, em conversa com o ECO.

Para aqueles que são clientes, mas cobiçam as milhas, a adesão ao cartão Best Gold Plus também vale prémios semelhantes: cinco mil milhas iniciais, mais 100 milhas por cada 200 euros de compras a crédito.

“A aceitação deste tipo de oferta é muito favorável, gerando níveis mais altos de fidelização, isto é, os clientes que subscrevem um cartão de crédito com um programa de premiação associado, utilizam-no de forma muito mais significativa face ao grau de utilização de um cartão dito ‘standard’ sem ofertas promocionais diferenciadas“, sublinha a mesma fonte.

“É com alguma reserva que vemos este tipo de campanha associadas ao produtos de crédito”, salienta, no entanto, Natália Nunes. A representante da Deco defende uma “contratação de forma responsável” que não seja baseada nos benefícios extra associados a esses produtos, uma vez que tal pode levar a uma “decisão enviesada”.

A última ronda de “brindes” deixará feliz, por outro lado, os adeptos do investimento. O Banco BiG oferece 30 dias com comissão de trading a 50% no Euronext Lisboa aos seus novos clientes. “[O prémio serve] para que os novos clientes possam experimentar os produtos e serviços disponibilizados pelo BiG no seu primeiro contacto com o Banco”, conta ao ECO fonte da instituição, esclarecendo que essa oferta já é disponibilizada há mais de 10 anos e tem tido sempre “forte adesão”.

Bancos estão a voltar aos brindes e até já oferecem televisões.

Bancos regressam às borlas

Esta estratégia de sedução baseada em “brindes e borlas” não é novidade, no sistema bancário português, mas depois de um período de arrefecimento está, mais uma vez, a ganhar expressão.

Em 2010, a Deco mencionava a oferta de um mealheiro pelo Banco Espírito Santo, de consolas e bilhetes para parques temáticos pelo Banco Popular e de um brinquedo do Noddy pelo Montepio na adesão aos depósitos para os mais novos.

Nesses anos dourados dos presentes, alguns bancos — como o Santander Totta e o BBVA — chegaram mesmo a entregar máquinas de café, iPads, máquinas fotográficas e televisões aos clientes com contas ordenados, consoante o nível das suas remunerações.

E se hoje a Caixa Geral de Depósitos oferece milhas, há menos de dois anos oferecia malas de viagem a quem abrisse conta e subscrevesse a soluções integradas de produtos.

Contas aos brindes feitos, como fazer as melhores escolhas? “Compare o mercado de forma independente e [foque] nessas conclusões a decisão”, insiste a Deco.

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Governo investe mais 16,2 milhões em municípios afetados por fogos

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

O Ministério do Ambiente vai investir mais 16,2 milhões de euros para intervir na rede hidrográfica de 57 concelhos afetados por incêndios no ano passado.

O ministro do Ambiente anunciou este sábado, em Alijó, um investimento de 16,2 milhões de euros para intervir em 1.360 quilómetros de rede hidrográfica de 57 concelhos afetados pelos incêndios em 2017.

“Em 57 concelhos nós vamos intervir em 1.360 quilómetros de rede hidrográfica, aplicando, em conjunto com as autarquias, 16,2 milhões de euros, dos quais 4,2 milhões de euros já estão em execução, e dizem respeito à zona onde ocorreram os trágicos incêndios de Pedrógão”, afirmou João Pedro Matos Fernandes.

O governante presidiu, em Alijó, distrito de Vila Real, à assinatura de protocolos com 18 municípios do Norte, que vão receber dois milhões de euros para investir em “projetos urgentes e inadiáveis” de regularização fluvial. Depois, até à primeira semana de maio, serão assinados protocolos com autarquias do Centro do país, que vão receber quatro milhões de euros, e do Tejo, que vão receber seis milhões de euros. As verbas são disponibilizadas ao abrigo do Fundo Ambiental e por intermédio da Agência Portuguesa do Ambiente.

“Trata-se claramente de prevenir e de criar um território mais resistente e trata-se mesmo de melhorar, introduzindo aqui técnicas de engenharia natural que já têm alguma robustez científica em Portugal, mas que não são tão comuns como isso”, afirmou. João Pedro Matos Fernandes salientou que se vão fazer obras “sem betão”.

Uma rede hidrográfica limpa, que tem nas suas margens a vegetação que é suposto ter, é mais resistente ao fogo.

João Pedro Matos Fernandes

Ministro do Ambiente

“A rede hidrográfica é fundamental na estruturação do território (…). O conjunto de ecossistemas que existem à volta desta mesma rede hidrográfica é absolutamente fundamental para estruturar o território e dar-lhe resiliência. Dito de outra forma, uma rede hidrográfica limpa, que tem nas suas margens a vegetação que é suposto ter, é mais resistente ao fogo”, referiu.

Para João Pedro Matos Fernandes, este é um “trabalho fundamental” para recuperar áreas que foram afetadas, como também algumas infraestruturas, como praias fluviais, pequenas pontes e açudes. E é, acrescentou, “sobretudo muito importante como tarefa de prevenção estrutural contra incêndios”.

As intervenções e as verbas aplicadas em cada município são de dimensões diferentes, sendo que, por exemplo, para Oleiros, foi afetado um milhão de euros, e visam limpar as ribeiras para garantir as condições de escoamento e realizar intervenções em margens e nos taludes para diminuir o risco de erosão.

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Schneider vê a internet ligada a tudo o que mexe até 2020

O diretor-geral da Schneider Electric em Portugal aponta para estimativas de que existam 30 mil milhões de dispositivos conectados em 2020. Mas acredita que pode ser "muito antes".

O verão ainda não chegou, ainda que muitos já anseiem pelo tempo quente. Mas antes de entrar no automóvel para ir à praia, há quem já agarre no telemóvel para ligar a climatização à distância. É apenas um exemplo da forma como tudo começa a estar conectado. Em breve, passará a ser uma realidade na vida de muita gente. A internet das coisas está a acelerar. E, diz João Rodrigues, diretor-geral da Schneider Electric em Portugal, vai massificar-se até 2020.

Já havia, no final do ano passado, 8,4 mil milhões de dispositivos ligados à internet. Estima-se também que, em 2020, existam 20,4 mil milhões destes dispositivos conectados. Mas previsões são previsões. E há previsões para todos os gostos. As de João Rodrigues são mais otimistas. “[Estima-se que] existam 30 mil milhões de dispositivos ligados em 2020. Eu acho que vai ser muito antes”, afirmou, num encontro com jornalistas. Se o mercado ganhar mais maturidade, teremos dispositivos conectados e sensores em cada esquina da nossa rua.

E a Schneider Electric tem vindo a ganhar relevo neste segmento, desenvolvendo soluções de domótica para a nova era das casas inteligentes, assim como sensores e outras tecnologias de controlo e automatização de edifícios. Avaliada em quase 40 mil milhões de euros, a empresa tem ainda operações noutros segmentos, como o da eficiência energética. Mas a aposta não é só neste ramo. Também chega à indústria.

Até os contadores inteligentes da EDP, por exemplo, vão passar a comunicar melhor com os postos de transformação graças a uma aposta na tecnologia da Schneider. É, aliás, uma área que pode beneficiar desta nova vaga de conectividade que vem para impactar tudo e todos. Seja nas casas, nas fábricas, nas empresas ou nas cidades. “Temos vindo a ser muito bem-sucedidos nestas áreas”, disse.

[Estima-se que] existam 30 mil milhões de dispositivos ligados em 2020. Eu acho que vai ser muito antes.

João Rodrigues

Diretor-geral da Schneider Electric em Portugal

Este novo mundo digital está a transformar a sociedade e os negócios, algo que o gestor da multinacional em Portugal também reconheceu, ao referir um “aumento absolutamente exponencial do mundo digital” nos últimos anos. E se dúvidas existem de que isso seja bom ou mau, João Rodrigues não deixou margem para dúvidas. Garantiu que o digital “vai permitir melhorar a eficiência das organizações”.

Da mesma forma, lembrou que ainda há uma parte da população mundial sem acesso à internet e que também existem pessoas que nem sequer têm energia elétrica, em alguns pontos do globo. “Mil milhões não têm acesso a energia. É uma dicotomia brutal”, referiu o gestor, para depois indicar: “A energia é um bem necessário à vida. O digital também.” Neste âmbito, a Schneider Electric em Portugal assumiu recentemente um compromisso. Essa promessa foi a de que, “até 2030, toda a energia consumida pela Schneider venha de fontes renováveis”.

Mas a internet das coisas também traz desafios. É certo e sabido que, com o crescente aumento de dispositivos conectados, será exigido cada vez mais às infraestruturas de comunicação. Por isso, o setor das telecomunicações está a trabalhar na transição para a quinta geração de rede móvel, que permitirá maiores débitos e a capacidade de enviar e receber grandes quantidades de informação de forma bem mais rápida.

Outro desafio que tem vindo a ser apontado é o risco da interconectividade. No final de 2016, uma rede composta por milhões destes dispositivos foi usada para derrubar alguns dos maiores sites existentes na internet, num ataque informático inédito. A indústria tem vindo a trabalhar para aumentar o grau de segurança destes dispositivos para mitigar esses riscos e aumentar a cibersegurança destes equipamentos.

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Expansão do Hospital da Luz pode criar 1.000 empregos em 2019

  • ECO
  • 21 Abril 2018

A Luz Saúde pretende criar 1.000 empregos em 2019 com o projeto da expansão do Hospital da Luz. Entrada da Fosun no capital deu novo fôlego para crescer.

A Luz Saúde tenciona criar “1.000 postos de trabalho em 2019”, disse Jorge Magalhães Correia, presidente do conselho de administração da dona do Hospital da Luz, em entrevista ao semanário Expresso (acesso condicionado). Isto acontece numa altura em que 49% da empresa foi vendida aos chineses da Fosun, que também detém 85% da Fidelidade — e, desta forma, controla direta e indiretamente 97,78% da Luz Saúde.

A operação vem dar novo fôlego financeiro à empresa para crescer e a administração está contente com o desempenho do grupo. “A abertura de mais cinco unidades desde que entrámos no capital é ilustrativo deste crescimento, que tem como exemplo mais evidente o projeto de expansão do Hospital da Luz, em curso, e que criará 1.000 postos de trabalho em 2019″, disse Jorge Magalhães Correia, que também é presidente da Fidelidade.

A Fidelidade começou por comprar a Luz Saúde na bolsa em 2014, tendo vendido 49% em janeiro à Fosun Healthcare. Agora, segundo o gestor, não existem intenções de vender a posição remanescente, que é de cerca de 50%. Aliás, na semana passada, os acionistas decidiram-se pela retirada da Luz Saúde da bolsa de Lisboa, ou seja, a “perda da qualidade de sociedade aberta”.

A operação, segundo o gestor, permitiu a empresa “aumentar o rácio de capital e atingir os 150%, que era o objetivo” proposto para 2017. “Este nível de capital suporta o nosso crescimento em Portugal, com um aumento de 7,5% no segmento Não Vida, e a nossa expansão internacional no Peru, Bolívia e Paraguai”, disse Jorge Magalhães Correia.

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Um Hyundai arrojado… de uma ponta à outra. É o Kauai

Num campeonato cada vez mais concorrido, há um novo jogador. Vem da Coreia do Sul com um nome que, no início, não tinha tradução fácil para português. Mudou, mas continua difícil de pronunciar.

Poucos modelos da marca coreana geraram tanto buzz como este. É que, como muitos modelos na história da indústria automóvel, o nome inicialmente escolhido não tinha tradução fácil para português. Assim, do Kona, nasceu o Kauai, um SUV compacto cuja designação continua difícil de pronunciar, mas que dificilmente passa despercebido na estrada. É uma proposta arrojada, ao gosto de um público mais jovem.

Com as cavas de rodas proeminentes, bem como com as saias laterais vincadas, o Kauai mostra dotes de um fora de estrada. É terreno que dificilmente conquistará, mas é um estilo que tem atraído cada vez mais condutores. E no caso do Kauai, esse “look” é reforçado pelo jogo de luzes que a marca desenhou na dianteira. As luzes diurnas bem no limite do capot tornam o pequeno SUV… maior. E os faróis? Mais abaixo, ladeando a nova grelha da marca.

Se o conjunto funciona perfeitamente na dianteira, na traseira os faróis esguios assentam que nem uma luva, mas depois há uma miscelânea de cores (das luzes de mudança de direção, da marcha-atrás e de nevoeiro) embutida no para-choques que, infelizmente, estraga um pouco a pintura. Não será, certamente, consensual. Mas também dependerá muito da cor que se escolhe. Algumas funcionam melhor que outras.

Não basta mudar os símbolos

A irreverência do exterior dá lugar a um interior mais consensual, em que a única recordação da estética jovial vem sob a forma de detalhes à cor da carroçaria (ou outra que se queira) nos contornos do sistema de ventilação, caixa de velocidades, bancos e volante – e até os cintos de segurança. Reina, ao invés, um conjunto de linhas simples, com uma construção assente em plásticos que, alguns deles, poderiam ser de toque mais agradável.

No centro do tablier é impossível não reparar no ecrã de 5 ou 8 polegadas. Segue a moda de muitas outras marcas ao parecer flutuar – pena a parafernália de botões que o rodeiam –, ao nível dos olhos de quem vai ao volante. Integra o sistema de navegação, mas também pode mostrar o que se passa no smartphone já que conta tanto com o Apple Carplay como o Android Auto. A conexão é simples… com o carro parado. A andar, não dá. E para emparelhar terá de se lembrar do nome original deste Hyundai…

Vrum, vrum… e mais vrum

Com o SUV na estrada, o que salta à vista, ou melhor, ao ouvido, é o vruummm do motor. A moda dos diesel está a dar lugar à dos motores a gasolina de baixa cilindrada, mas com potências elevadas – os diesel e o elétrico vêm mais tarde. A marca sul-coreana propõe um 1.0 a gasolina com 120 cv que se mostra vivaço em cidade. Responde bem, embora seja demasiado audível no interior, especialmente no para-arranca.

Fora da cidade, lembramo-nos que apesar de tanta potência para um motor tão pequeno, não deixa de ser um motor… pequeno. O binário obriga, muitas vezes, a recorrer à caixa de velocidades que apesar de bem escalonada, poderia ser um pouco mais suave. Pode não ser defeito, mas feitio. Requer habituação. Certo é que tanta troca de caixa acaba por pesar um pouco nos consumos (acima dos sete litros aos 100 km), coisa de que não se pode queixar na hora de o comprar. A marca pede pouco mais de 20 mil euros.

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Coreia do Norte anuncia suspensão dos testes nucleares

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

Kim Jong-un suspendeu os testes nucleares e de mísseis intercontinentais e quer, antes, focar-se em melhorar a economia. EUA e China saúdam decisão. Japão pede mais.

A Coreia do Norte anunciou esta sexta-feira que suspendeu os testes nucleares e o lançamento de mísseis de longo alcance e que tem planos para encerrar as suas instalações de testes nucleares, adiantou a Associated Press (AP). A agência de notícias oficial da Coreia do Norte adiantou que a suspensão dos testes nucleares tem efeito a partir deste sábado, 21 de abril, na Coreia do Norte. O país disse estar a mudar o foco da sua política nacional e concentrado em melhorar a sua economia.

O anúncio acontece dias antes de o líder norte-coreano Kim Jong-un se encontrar com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in numa localidade fronteiriça para uma rara cimeira entre os dois países que tem por objetivo resolver a disputa nuclear com Pyongyang. A decisão da Coreia do Norte foi tomada numa reunião do Comité Central do partido no poder, que acordou discutir “um novo período” de políticas no país.

Trump saúda decisão norte-coreana

O Presidente norte-americano, Donald Trump, considerou uma “muito boa notícia” a decisão da Coreia do Norte de suspender testes nucleares, manifestando-se desejoso de se encontrar com o líder norte-coreano, Kim Jong-Un.

O Presidente dos Estados Unidos disse que houve “um grande progresso” no diálogo com Pyongyang e expressou a sua alegria sobre o anúncio da suspensão. “A Coreia do Norte aceitou suspender todos os testes nucleares e o encerramento de um importante centro de testes. Esta é uma boa notícia para a Coreia do Norte e para o mundo, um grande progresso. Estamos desejosos de celebrar o nosso encontro”, afirmou Trump na sua conta da rede social Twitter. O encontro deverá ocorrer em maio ou junho.

Japão pouco satisfeito e quer mais

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também celebrou a decisão da Coreia do Norte de suspender os testes nucleares e expressou a esperança que esta sirva para o desarmamento “completo, verificável e irreversível” do país vizinho. O chefe do Executivo japonês considerou a decisão como um “movimento positivo”, mas manifestou cautela, afirmando que “a única coisa importante (agora) é ver se esta ação levará a uma eliminação completa, verificável e irreversível das armas nucleares e mísseis” do país vizinho, de acordo com declarações divulgadas pela emissora pública NHK.

Abe adiantou que o seu Governo “estará atento” ao assunto e deixou claro que o Japão e os Estados Unidos coordenaram a sua atuação perante os vários cenários possíveis com a Coreia do Norte, durante a cimeira que teve com o Presidente norte-americano, Donald Trump, esta semana na Florida.

A cautela do primeiro-ministro japonês foi partilhada por outros membros do seu gabinete, como o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Taro Aso, que de Washington, onde está a participar numa reunião ministerial do G20, disse que ainda é cedo para saber se a Coreia do Norte irá abandonar as armas. Taro Aso disse que em outras ocasiões foram feitas concessões económicas e de outra índole para que Pyongyang abandonasse o seu programa nuclear, “mas os testes continuaram”, de acordo com a agência Kyodo.

Já o ministro da Defesa japonês considerou insatisfatória a decisão da Coreia do Norte em suspender os testes nucleares, já que Pyongyang não mencionou “o abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance”.

“Não podemos ficar satisfeitos”, afirmou Itsunori Onodera aos jornalistas, adiantando que Pyongyang não fez qualquer referência “ao abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance”, pelo que Tóquio irá manter pressão sobre a Coreia do Norte.

“A decisão da Coreia do Norte representa um passo significativo para a desnuclearização da península coreana, que o mundo aguarda”, afirmou a presidência da Coreia do Sul, em comunicado, elogiando o “ambiente muito positivo para as próximas cimeiras entre as duas Coreias e entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, que a decisão de Pyongyang “irá criar”.

China diz que decisão vai “ajudar a apaziguar” situação na Coreia

A China, principal aliado da Coreia do Norte, saudou o anúncio de Pyongyang de que irá suspender os seus ensaios nucleares e de mísseis intercontinentais, afirmando que isso contribuirá para a desnuclearização da península coreana.

“A China pensa que a decisão de suspender os ensaios nucleares e de se concentrar no desenvolvimento económico e na melhoria das condições de vida vai ajudar a apaziguar a situação na península coreana e fará avançar o processo de desnuclearização, assim como os esforços no sentido de uma solução política”, disse Lu Kang, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.

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Riscos identificados pela DBRS “estão controlados”, garante Mourinho Félix

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado adjunto e das Finanças, garantiu que os riscos identificados pela agência DBRS em Portugal "estão controlados" e a melhorar.

O secretário de Estado adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, disse esta sexta-feira que os riscos identificados pela agência de notação financeira DBRS são reconhecidos pelo Governo, mas estão controlados e numa trajetória de melhoria.

“Há razões para preocupação, sendo riscos, mas os riscos estão controlados e estamos a dar uma resposta de prosseguir com finanças públicas saudáveis, crescimento económico sustentado e equilibrado, e a manutenção daquilo que são os equilíbrios macroeconómicos básicos e que também foram reconhecidos pela Comissão Europeia quando retirou Portugal do procedimento de desequilíbrios macroeconómicos excessivos”, disse Ricardo Mourinho.

Em declarações à Lusa em Washington, à margem dos Encontros da Primavera do Fundo Monetário Internacional, o secretário de Estado das Finanças reagiu à decisão da DBRS de melhorar o rating de Portugal para dois níveis acima da recomendação de não investimento, sublinhando que “é o reafirmar da confiança na trajetória seguida, com a qual o Governo se comprometeu desde o início do mandato e que tem vindo a cumprir”.

A DBRS, reagiu o governante, “ao nível do sistema financeiro, reconhece que há uma melhoria muito grande e uma estabilidade do sistema financeiro que não havia há dois ou três anos e que não está completa, os bancos continuam a reestruturar-se e a melhorar a qualidade dos balanços e também de regresso aos lucros, o que já aconteceu com alguns, em particular com a CGD.

Para o governante, “o que resulta desta melhoria é a confirmação de que a agência encontra motivos para considerar que a situação de Portugal está a melhorar”, e isso, acrescentou, “é reconhecido pelas instituições internacionais e pelos investidores”.

Há razões para preocupação, sendo riscos, mas os riscos estão controlados e estamos a dar uma resposta (…).

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado adjunto e das Finanças

A DBRS “conhece bem Portugal, acompanhou o país durante a crise e confiou na estratégia e vê essa confiança que demonstrou a dar os seus resultados, vincou o secretário de Estado, referindo-se aos anos em que a DBRS era a única das maiores agências de rating a dar uma avaliação a Portugal que permitia ao país beneficiar do programa de compra de dívida por parte do BCE.

A agência canadiana melhorou a notação atribuída a Portugal de ‘BBB (baixo)’ para ‘BBB’, com perspetiva estável. Segundo a DBRS, a revisão em alta reflete o entendimento de que a sustentabilidade da dívida portuguesa melhorou, apoiada numa consolidação das finanças públicas “mais duradoura”.

A DBRS recorda que, depois de estabilizar em torno dos 130% entre 2014 e 2016, a dívida pública em percentagem do PIB caiu para 125,7% e “projeta-se que continue a cair”, ao mesmo tempo que a “disciplina orçamental” se manteve, a economia cresce “a bom ritmo” e que o crédito não performativo (NPL, na sigla em inglês) desce. “A DBRS, tal como um conjunto de analistas, está surpreendida e satisfeita com o desempenho económico e o resultado orçamental de 2017, que superou as expectativas de analistas e agências de ‘rating’, e encontra aqui um Governo que está a implementar e a ter resultados melhores do que era antecipável”, salientou Ricardo Mourinho.

A trajetória de descida da dívida “é sustentável, e a agência de rating encontra no Programa de Estabilidade uma marca deste Governo, que é crescimento económico sustentável com criação de emprego e redução das desigualdades e que isso é sustentável do ponto de vista financeiro, económico e social, tendo em conta a base de apoio política consistente com a estabilidade do que é a evolução da situação em Portugal”, concluiu o governante.

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Contas bancárias de Ricardo Salgado arrestadas na Suíça

  • ECO
  • 21 Abril 2018

As autoridades suíças arrestaram contas do antigo líder do GES no banco UBS em Genebra, ao abrigo do processo que tem o atual presidente da Associação Mutualista Montepio, Tomás Correia, como arguido.

Contas bancárias de Ricardo Salgado, antigo líder do Grupo Espírito Santo (GES), terão sido arrestadas na Suíça pelas autoridades, ao abrigo do processo que tem o atual presidente da Associação Mutualista Montepio, Tomás Correia, como arguido. Segundo o Expresso (acesso pago), o Ministério Público suíço arrestou várias contas de Salgado no banco UBS, em Genebra.

Ricardo Salgado já tinha sido arrestado em Portugal, mas não na Suíça. No âmbito deste processo, suspeita-se que Tomás Correia terá recebido 1,5 milhões de euros do construtor José Guilherme que, por sua vez, também terá pago 14 milhões de euros a Ricardo Salado. Suspeita-se também que Ricardo Salgado tenha recebido outro pagamento de dois milhões de euros do mesmo construtor.

O antigo líder do GES não é arguido neste processo, mas o arresto surgiu, segundo o semanário, na sequência de uma carta rogatória enviada pela Procuradoria-Geral da República que identificava Ricardo Salgado como suspeito de corrupção, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Desta feita, o Tribunal Federal Penal da Suíça determinou, por acórdão datado de 2 de março deste ano, o arresto das contas bancárias de Salgado. E enviou para Portugal os extratos bancários dessas contas desde 2006.

Atualmente, Ricardo Salgado é arguido em quatro processos: o caso Monte Branco, o do GES, a operação Marquês e, desde esta sexta-feira, o chamado “caso EDP”.

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Ministério Público já tem dados fiscais e bancários de Pinho e Mexia

  • ECO
  • 21 Abril 2018

O DCIAP já terá na sua posse as declarações de impostos e os extratos bancários do antigo ministro Manuel Pinho e do líder da EDP, António Mexia. Investigadores também analisam viagens feitas aos EUA.

O Ministério Público já terá em sua posse os dados fiscais e bancários do ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, e também do presidente executivo da EDP, António Mexia. A notícia é avançada este sábado pelo semanário Expresso (acesso pago). De acordo com o jornal, estes elementos chegaram ao DCIAP no início deste mês de abril. Isto depois de, no ano passado, o juiz de instrução criminal, Ivo Rosa, ter recusado a obtenção dos mesmos.

Mas, agora, houve novos desenvolvimentos na investigação. E as suspeitas sobre o antigo ministro do Governo de José Sócrates adensam-se. Por um lado, Manuel Pinho terá comprado um apartamento em Nova Iorque através de uma sociedade offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. Por outro, através de outra empresa do mesmo tipo e com sede no Panamá, Pinho terá recebido mais de um milhão de euros do “saco azul” do Grupo Espírito Santo (GES).

O chamado “caso EDP” investiga decisões tomadas em 2007, de remuneração da energética nacional com as rendas dos CMEC após entrada em vigor do mercado liberalizado de energia e, também, de extensão das concessões das barragens da EDP, com o facto de Manuel Pinho ter ido lecionar para a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, após um alegado pagamento de 1,2 milhões de euros da EDP àquela instituição.

Além das declarações de impostos e extratos bancários do ex-ministro e do gestor da EDP, o semanário garante que o Ministério Público quer analisar as viagens feitas aos Estados Unidos. Um despacho datado de 10 de abril pede à TAP e ao SEF dados das viagens feitas àquele país, que terão sido feiras não só por Manuel Pinho como por António Mexia e, também, João Manso Neto, o líder da EDP Renováveis que já é arguido neste processo.

Este é o mesmo caso que, a partir desta semana, passou a envolver também Ricardo Salgado, o antigo líder do GES, formalmente constituído arguido esta sexta-feira. A notícia tinha sido avançada em primeira mão pelo jornal digital Observador.

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Primeiros 100 dias de Centeno à frente do Eurogrupo sem sobressaltos

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

Os primeiros 100 dias de Mário Centeno na presidência do Eurogrupo foram marcados pelos trabalhos com vista à conclusão do resgate à Grécia e à reforma da zona euro.

Centeno chegou à reunião do Eurogrupo de julho de 2016 envergando o cachecol da Seleção Nacional. Na altura ainda não presidia ao Eurogrupo.EPA/OLIVIER HOSLET

Eleito em dezembro de 2017 para a liderança do fórum informal de ministros da zona euro, Centeno recebeu o “testemunho” do seu antecessor, o holandês Jeroen Dijsselbloem, em 12 de janeiro, numa cerimónia na Embaixada de Portugal em Paris.

Iniciou funções no dia seguinte e, desde então, já presidiu a três reuniões do Eurogrupo, todas elas dedicadas ao aprofundamento da União Económica e Monetária (UEM), com as atenções focadas na união bancária, e ao programa grego, num contexto bem diferente daquele vivido em Bruxelas durante os tempos de crise num passado recente.

Um primeiro balanço destes trabalhos sob a presidência de Centeno só será, todavia, possível no verão, já que é em junho que é suposto serem alcançados acordos políticos sobre a reforma da zona euro e em agosto a Grécia deverá concluir o seu terceiro programa de ajuda externa e a Europa ficar enfim sem “resgates” em curso.

Tendo assumido a liderança do Eurogrupo numa conjuntura favorável — numa situação de retoma da economia europeia, com o programa de assistência à Grécia “nos carris” e sem nenhuma crise com que lidar –, foi logo no início do seu mandato que Centeno teve que enfrentar a primeira polémica, mas rapidamente ultrapassada: a pretensão do líder parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber, anunciada em 30 de janeiro, de agendar um debate no hemiciclo sobre “as alegações” relativas a hipotéticos benefícios concedidos pelo ministro das Finanças em troca de bilhetes de jogos de futebol.

As próprias delegações do PSD e CDS — que integram o PPE — ajudaram a extinguir desde logo a eventual controvérsia em torno do caso (entretanto arquivado pelo Ministério Público em Portugal), considerando “impertinente” e “absurda” a questão, que “morreu” logo aí, sem ter sido sequer equacionado pela assembleia um debate parlamentar.

Centeno tem podido então dedicar-se, num ambiente tranquilo, às suas novas funções de presidente do Eurogrupo, apostado em aproveitar “a janela de oportunidade” que há atualmente no espaço da moeda única, “em termos políticos e económicos” para fazer avançar os trabalhos com vista a completar a reforma das instituições da zona euro, aquela que apontou como a grande prioridade quando assumiu a presidência.

Em 23 de março passado, o presidente do Eurogrupo participou numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que revelou que ainda há muitas diferenças a ultrapassar entre os Estados-membros com vista às reformas, que Centeno disse, no entanto, acreditar que podem ser ultrapassadas.

“Naquilo que tem sido o trabalho do Eurogrupo, ele tem evoluído de forma bastante construtiva, sempre numa dimensão muito alargada de opiniões que existem na UE e na área do euro sobre estas matérias, mas sem preocupação de maior”, disse na ocasião, acrescentando que o objetivo é que “a instituição Euro saia deste processo de reforma reforçada, na sua capacidade de gestão de crises, nas suas dimensões de estabilização macroeconómica, na sua capacidade de trazer as poupanças que são geradas na Europa para investimento na Europa”.

Bem encaminhada está a outra “frente” do início de mandato, o programa de assistência à Grécia, tendo sido já Centeno a anunciar, em 02 de março, a conclusão bem-sucedida da terceira e penúltima revisão do programa, que abriu caminho ao desembolso de 5,7 mil milhões de euros para Atenas, no final do mês.

Centeno é o terceiro presidente da história do fórum de ministros das Finanças da zona euro, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker e do holandês Jeroen Dijsselbloem, tendo sido eleito para um mandato de dois anos e meio, até meados de 2020.

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As frases mais marcantes de Centeno à frente do Eurogrupo

  • Lusa
  • 21 Abril 2018

Eleito para um mandato de dois anos e meio, Centeno é o terceiro presidente do Eurogrupo. Estas são as frases mais marcantes dos primeiros 100 dias do seu mandato.

A passagem simbólica de testemunho entre Jeroen Dijsselbloem e Mário Centeno.European Council Newsroom

Mário Centeno foi eleito em dezembro para a liderança do Eurogrupo, recebendo o “testemunho” de Jeroen Dijsselbloem, em 12 de janeiro, estando prestes a completar 100 dias na liderança do fórum de ministros da zona euro.

Eleito para um mandato de dois anos e meio, Centeno é o terceiro presidente do Eurogrupo, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker e do holandês Jeroen Dijsselbloem.

Seleção de frases sobre os 100 dias de Mário Centeno na liderança do Eurogrupo

Estou muito motivado para liderar o Eurogrupo nos próximos dois anos e meio. Agradeço ao Jeroen [Dijsselbloem] pelo trabalho duro e pelos compromissos que conseguimos atingir nos últimos cinco anos. Muito foi feito. Saímos da crise, mas o trabalho ainda não acabou, certamente nunca está, mas a janela de oportunidade que temos agora em termos políticos e económicos deve ser usada para completar a reforma das instituições da zona euro.”
Cerimónia de passagem de testemunho da presidência do Eurogrupo do holandês Jeroen Dijsselbloem para Mário Centeno
12-01-2018

É muito motivante aquilo que nos espera nos próximos dois anos e meio, mostraremos todo o empenho no processo de construção de uma Europa mais robusta e mais resistente a crises, que é aquilo que os decisores políticos têm como obrigação fazer para com os seus cidadãos, numa relação transparente e que traga previsibilidade à vida de todos nós.”
12-01-2018

Portugal tem, obviamente, imenso a ganhar – como todos os outros países – da superação destes desafios que agora enfrentamos e vamos dar o nosso melhor.”
12-01-2018

Estamos agora num momento-chave na zona euro e temos uma oportunidade única nos próximos meses que não pode ser desperdiçada. A notícia que recebemos da Alemanha apenas reforça esta janela de oportunidade.”

Em referência ao acordo de princípio para a formação de um novo governo na Alemanha
12-01-2018

“Portugal é um dos mais importantes ‘case study’ na Europa nestes dias.”
17-01-2018

Politicamente, é muito importante que neste momento em concreto possamos olhar para a expansão da zona euro com muito otimismo e com muita determinação. Temos naturalmente de criar condições para que isso aconteça.”
22-01-2018

Sobre a Grécia há boas notícias. Alcançámos um acordo político sobre a terceira revisão do programa do Mecanismo Europeu de Estabilidade. Saudámos a adoção de quase todas as ações prévias e mandatámos o grupo de trabalho do Eurogrupo para verificar a conclusão das restantes nas próximas semanas.”
22-01-2018

“Sobre a Grécia, há excelentes notícias: as instituições informaram que a Grécia atuou em todas as ações prévias. Foi um esforço tremendo do Governo grego, que está a demonstrar forte responsabilização do programa. De todas as 110 ações prévias, só duas estão ainda pendentes, e estão fora do controlo do Governo. Estou confiante de que poderão ser desobstruídas em breve pelas instituições.”
19-02-2018

Depois de ter estado focado, durante muitos anos, na gestão de crises, o Eurogrupo pode finalmente virar todas as suas atenções para o processo de completar a arquitetura da UEM [União Económica e Monetária]”.
20-02-2018

“Sou favorável a que se discutam várias opções, porque a verdade é que o orçamento europeu precisa de novas fontes de financiamento para fazer face aos desafios da União.”
20-02-2018

Eu, enquanto presidente do Eurogrupo, recomendaria a todos os países da área do euro manterem o excelente trabalho que tem sido feito em cada um desses países no sentido de promover a estabilidade das contas públicas, a estabilidade do sistema financeiro e a melhoria da competitividade da área do euro.”
21-02-2018

“[Se os problemas existentes não forem resolvidos,] a próxima crise virá mais cedo e pode doer tanto [como a anterior]. Não estamos ainda totalmente a salvo.”
01-03-2018

“Quanto à reforma do MEE [Mecanismo Europeu de Estabilidade], estamos a fazer bons progressos. Há um apoio alargado para reforçar o papel do MEE na gestão de crises no atual quadro institucional, evitando ao mesmo tempo duplicações com a Comissão Europeia.”
12-03-2018

“A União Bancária é uma prioridade. (…) Completar a União Bancária, com os três pilares, será uma grande conquista para nós neste ano.
20-03-2018

O Eurostat preconiza um registo da capitalização da CGD [Caixa Geral de Depósitos] no défice de 2017 que está errado. É contrário à decisão da Comissão Europeia, contraria os tratados europeus e não representa condignamente o investimento feito na CGD pelo seu acionista, o Estado português.”
25-03-2018

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