Maioria das PME espera aumentar atividade este ano
Um estudo da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa revela que, em 2018, cerca de 47% das empresas inquiridas entraram em pelo menos um mercado novo. O Brasil está no topo das preferências.
A maioria das pequenas e médias empresas (PME) inquiridas num estudo da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) espera aumentar a sua atividade internacional em 2019, revela um estudo publicado esta terça-feira.
De acordo com o estudo ‘InSight’, organizado pela CCIP pelo terceiro ano consecutivo e a que a Lusa teve acesso, 63% das empresas inquiridas prevê que o volume de negócios da atividade exportadora e/ou internacional vá crescer em 2019, ao passo que 26% considera que se vai manter ao nível corrente e 4% que vai decrescer.
Já sobre a entrada em novos mercados este ano, 86% das sociedades inquiridas prevê aumentar o número de mercados em que está presente.
Relativamente ao ano passado, 17% das empresas inquiridas referiu Espanha como mercado que mais contribuiu para a evolução positiva das dinâmicas internacionais, seguindo-se França (14%), e Angola, Alemanha e Reino Unido com 10% cada.
“Para 59% das empresas inquiridas, 2018 foi um ano positivo, de crescimento da atividade internacional, no que aparentemente reflete um cumprimento das expectativas dos gestores (56% dos casos)”, pode ler-se no estudo a que a Lusa teve acesso.
No entanto, e relativamente aos números de 2016 e 2017, “começam a ser expressivas quer as percentagens de empresas nas quais a atividade internacional diminuiu (17% da amostra), quer as percentagens dos respondentes que afirmam que o ano de 2018 ficou abaixo das expectativas (36% da amostra)”.
“Objetivamente, podemos afirmar que estas respostas são um cabal reflexo do abrandamento do ritmo do crescimento das exportações observado a partir de meados de 2018”, de acordo com os autores do estudo.
Objetivamente, podemos afirmar que estas respostas são um cabal reflexo do abrandamento do ritmo do crescimento das exportações observado a partir de meados de 2018.
Ainda assim, “em 2018, cerca de 47% das empresas inquiridas entraram em pelo menos um mercado novo, sendo que 21% afirmam ter aberto dois ou mais novos mercados (em 2017 estas percentagens foram de 46% e 21%, respetivamente)”, pode ler-se no documento.
No topo de novos mercados internacionais, o Brasil ocupa o primeiro lugar, com 7% das empresas inquiridas a terem entrado no país pela primeira vez no ano passado, seguindo-se com 4% os Estados Unidos e a Colômbia, e com 3% Alemanha, Bélgica, Emirados Árabes Unidos e China.
No inquérito, a percentagem de empresas que relata resultados positivos “evolui de forma expressiva, de 42% no caso de empresas internacionalizadas há menos de cinco anos para 78% nas que estão internacionalizadas há mais de dez anos”.
Os empresários inquiridos apontam como maior fonte de preocupação para 2019 o possível aumento das taxas de juro, as políticas protecionistas de Donald Trump nos Estados Unidos, o ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia) e ainda o progressivo aumento do salário mínimo nacional até aos 600 euros.
Em termos estritamente operacionais, 50% das empresas inquiridas relevam as dificuldades de acesso ao financiamento como um fator de preocupação na atividade internacional, seguindo-se o acesso a mão de obra qualificada (47%) e o sistema judicial/justiça económica (39%).
A amostra deste estudo correspondeu a 414 pequenas e médias empresas respondentes, das quais 288 estavam internacionalizadas.
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