Elliott entra na EDP. É o 3.º maior novo acionista ativista na Europa

A participação de 2,45% no capital da elétrica, avaliada em 370 milhões de euros, coloca o fundo americano no pódio das campanhas públicas lançadas no primeiro trimestre a nível europeu.

Acionista ativista, um termo que graças à participação do fundo norte-americano Elliott Management no capital da EDP ganhou destaque nos últimos meses. A campanha do fundo em relação à gestão da elétrica portuguesa tornou-se a terceira maior nova operação de ativismo acionista na Europa no primeiro trimestre de 2019.

A Elliott Management, fundada por Paul Singer, entrou no capital da EDP em novembro e pronunciou-se sobre a gestão (em particular contra a oferta pública de aquisição lançada pela China Three Gorges) em fevereiro. A participação de 2,45% das ações é avaliada pela publicação Activist Insight em 417 milhões de dólares (cerca de 370 milhões de euros), o que a coloca a fechar o pódio das operações na Europa.

No relatório Shareholder Activism relativo ao primeiro trimestre do ano, a campanha pública da Elliott na EDP (focada no reforço das renováveis, venda de ativos e rejeição da OPA) é superada apenas por outras duas na Europa. A participação do fundo Sherborne Investors no Barclays, avaliada em 1,9 mil milhões de dólares, é a líder. Segue-se ainda a participação de 486 milhões de euros do fundo Cevian Capital na empresa Panalpina World Trnspt.

“O Reino Unido teve o primeiro trimestre mais movimentado dos últimos anos, com 17 empresas a enfrentarem exigências públicas de ativistas”, refere o relatório. “Portugal e a Rússia registaram, cada um, os primeiros alvos de ativismo públicos nos últimos anos”.

A nível global, há 295 novas campanhas de acionistas ativistas no primeiro trimestre do ano, o que representa uma quebra de quase 20% face ao período homólogo. No total do ano passado, foram 935 novas campanhas. O maior país é os Estados Unidos, apesar de estar a perder peso relativo, com os fundos (principalmente norte-americanos) a atacarem alvos fora do país.

“Quase 16% das empresas alvo de ativistas norte-americanos nos 12 meses terminados a 11 de abril têm sede fora dos EUA, o mais elevado desde que há registo da Activist Insight Online. Na Ásia, fundos norte-americanos apontaram a 21 empresas, acima das 16 no ano que terminou a 11 de abril de 2018. Na Europa, o número disparou de 24 para 37, em grande parte porque o ativismo norte-americano no Reino Unido pulou de sete para 19 empresas publicamente atingidas“, acrescentou o relatório.

Empresas publicamente sujeitas da ativismo de fundos norte-americanos no último ano

Fonte: Relatório Shareholder Activism da Activist Insight

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Bombas, transportes, hotéis e até funerárias. Como a falta de combustível está a parar a economia

Supermercados, agências funerárias, serviços de segurança, transportes, recolha do lixo, fábricas, têxteis, turismo... A greve está a provocar o caos generalizado. Veja o ponto de situação possível

Foi como uma espécie de vírus. Poucos deram por ela começar na segunda-feira, mas explodiu no dia seguinte, começando pelos aviões e espalhando-se rapidamente a vários setores da economia. Se no início da semana as atenções estavam focadas no programa de estabilidade ou na luta dos professores, as primeiras notícias sobre as falhas de abastecimento nos aeroportos trouxeram com elas a realidade: a greve estava a propagar-se de forma acelerada. Seguiu-se (e prossegue) o caos.

Na terça-feira, já quase todos os setores essenciais do país se dizem à beira do colapso — apesar de todos os avanços, as economias continuam assentes essencialmente numa mobilidade de combustíveis fósseis –, antevendo-se impacto na economia do país. Só no final deste trimestre o INE terá informação para dar contas se a economia sentirá o efeito. Mas se há decisões económicas que podem simplesmente ser adiadas para mais tarde, há produção e consumo que já não deverão ser recuperados, o que tem impacto na economia e nas receitas do Estado.

No imediato, já há setores a alertarem para impactos sérios, como é o caso da hotelaria que, com a Páscoa nos próximos dias, não tirará proveito de um dos fins de semana mais importantes do ano. Mas é apenas um em muitos outros. Dos supermercados ao têxtil, às viagens de Uber, ao transporte rodoviário de passageiros, bem como às filas intermináveis em postos de combustível, o impacto é visível. O vírus propagou de forma rápida e total. Tanto que até as agências funerárias já falam em recusar trasladações por falta de combustível.

O ECO faz aqui um ponto de situação de tudo o que está a acontecer por causa da “crise energética” no país, que começa a fazer eco na imprensa internacional.

Aeroportos e aviões

Foram as falhas de abastecimento nos aeroportos de Faro e Lisboa que primeiro chamaram à atenção que esta não era uma qualquer paralisação, depois de um voo da TAP ter sido cancelado e seis da easyJet terem registado atrasos à conta de desvios pontuais para se abastecerem noutros aeroportos.

Entretanto, as companhias aéreas acabaram por adaptar as suas operações dando prioridade a abastecimentos noutros aeroportos, seja em Sevilha, seja no Porto, já que o Sá Carneiro é abastecido diretamente por um pipeline. O vírus foi rapidamente contido pelas companhias aéreas. Mas nem autocarros, nem ambulâncias, nem carros conseguem voar até outras cidades ou países.

Transportes de passageiros

A Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (Antrop), que representa a maioria das empresas do setor que irão transportar muitos dos residentes em Portugal nas suas férias da Páscoa, referiu esta quarta-feira que estas transportadoras têm combustível “no limite, para dia e meio”. Ou seja, quando chegar a sexta-feira Santa, já não terão combustível.

Mas nem todas lá chegarão:

A estas transportadoras juntam-se as empresas de transporte urbano, que a cada hora que passa vão vendo as reservas estratégicas a desaparecer. A Barraqueiro, por exemplo, já anunciou que a partir desta quinta-feira vai começar a suprimir carreiras. E os Transportes Sul do Tejo vão suprimir carreiras entre Setúbal e Lisboa já esta quinta-feira. Idêntica decisão já foi tomada pela Rodoviária do Tejo, que se prepara para reduzir carreiras a partir desta quinta-feira.

Mas como as medidas urgentes tomadas pelo Governo, ou os serviços mínimos acordados entre as partes estão a ser manifestamente insuficientes para evitar o caos, há transportadoras que, como os aviões, conseguem ativar os seus próprios planos de emergência. A Transtejo e a Soflusa, por exemplo, já anunciaram esta tarde que decidiram ativar o seu plano de contingência. “O plano de contingência da Transtejo e Soflusa está em curso, encontrando-se garantido o abastecimento dos navios da frota.” Ou seja, quem não tem camião, caça com barco.

Já a CP admitiu esta quarta-feira que a operação “poderá evoluir desfavoravelmente” caso não seja reposta a normalidade com celeridade. A empresa está “a acompanhar a evolução das necessidades de abastecimento dos depósitos em articulação com as entidades competentes e, até ao momento, não existe rutura de combustível, sendo que, no contexto atual, a situação poderá evoluir desfavoravelmente”, avançou fonte oficial à Lusa.

Também o Metro de Lisboa já admitiu ao ECO que pode ter a sua operação afetada caso a paralisação se prolongue.

Recolha do lixo e correios

Mas não é só o transporte de passageiros que depende de combustíveis. Também a recolha do lixo vai começar a ressentir-se no imediato. A Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA) alertou já em comunicado para “as graves consequências” da greve, consequências que se sentirão sobretudo ao nível da recolha e tratamento de resíduos.

“Não obstante terem sido ativados atempadamente os procedimentos preventivos de atuação das equipas operacionais, estes mecanismos não são já suficientes e bastantes para assegurar o bom cumprimento das suas obrigações contratuais de recolha, tratamento e valorização dos resíduos.” A Norte é já assumido que a recolha do lixo está em perigo já a partir de quinta-feira em Espinho, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conte, segundo a Lipor – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos.

Também os CTT já comunicaram que decidiram esta quarta-feira limitar o uso de viaturas à conta da crise dos combustíveis. “Fruto da greve em curso os CTT estão esta quarta-feira a registar alguns constrangimentos na operação em Portugal Continental, nomeadamente devido à limitação do uso de algumas viaturas”, indicou a empresa em comunicado.

Turismo e têxteis

Saindo dos setores que dependem diretamente dos combustíveis, nota-se que a greve do SNMMP alastrou-se rapidamente a toda a economia. Porque toda ela ainda assenta em fontes fósseis. A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal já comunicou estar bastante apreensiva perante a paralisação, que rotulou de “ameaça séria à atividade turística“. Em causa não só dificuldades do setor em aceder com produtos essenciais, como o cancelamento de muitos planos de férias. É que se não há combustíveis para carros e autocarros, não há turistas a passar uns dias fora na Páscoa. Ou a procurar restaurantes nesses dias de descanso. Ou a usar rent-a-car.

Mas a paralisação da mobilidade está também a passar uma elevada fatura aos têxteis. A Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção veio a público alertar para os “danos catastróficos” que o setor do vestuário já está a sentir. A greve, avançou a associação, “acarreta o bloqueamento dos transportes dos trabalhadores e suas famílias, bem como o cumprimento dos prazos de entrega das encomendas, provocando nalguns casos a perda do cliente” e causando “incomensuráveis prejuízos ao setor do vestuário”.

Distribuição e agroalimentar

Idêntica situação vivem as indústrias agroalimentares. A Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares já veio alertar o governo que se as medidas por si anunciadas “não surtirem efeito imediato, é provável que se intensifiquem roturas” na cadeia de abastecimento do setor, “sejam as entregas dos produtos, seja a receção das matérias-primas”.

Um outro setor onde a greve pode trazer um maior impacto direto nos residentes em Portugal passa pela distribuição, ou seja, os supermercados. O Minipreço já assumiu que vai ter “constrangimento” na oferta caso a paralisação persista até sexta-feira, isto apesar da associação do setor sublinhar que “até agora” ainda não houve quebras em stocks nos supermercados.

Também a Sumol+Compal já anunciou que decidiu interromper a produção com efeitos imediatos. Não diretamente por causa da gasolina ou do gasóleo, mas devido à falta de gás. “A Sumol+Compal confirma que interrompeu a produção na fábrica de Almeirim por escassez no abastecimento de gás”, avançou a empresa. É que também a distribuição de gás é um dos efeitos desta greve, conforme reconheceu já a Galp.

Uma outra fábrica em risco de fechar é a da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE) no Tramagal, Abrantes. Fonte oficial da empresa que produz o modelo Canter, disse esta quarta-feira à Lusa que a fábrica, “devido aos problemas de abastecimento, está a trabalhar no limite”, dando conta de uma situação insustentável a curto prazo. A Autoeuropa, por seu lado, está a trabalhar sem problemas.

Economia de luto?

Um outro setor que já começa a sentir os efeitos da paralisação é o das funerárias. A Associação Nacional de Empresas Lutuosas explicou à Lusa que a escassez de combustíveis pode levar à recusa de trasladações, já que as empresas podem não ter garantias que terão capacidade para as assegurar. Carlos Almeida, desta Associação, explicou que as empresas funerárias estão a privilegiar funerais locais e na área de intervenção em detrimentos dos que exigem uma deslocação maior, por uma questão de gestão de combustíveis.

Os impactos da greve da SNMMP estão assim a disseminar por toda a economia portuguesa, restando saber até que ponto a mesma se fará sentir (ou quanto se fará sentir) na evolução das contas públicas do país…

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Serviços mínimos alargados. Grevistas asseguram 40% das operações normais.

  • Lusa
  • 18 Abril 2019

Reunião entre os motoristas de matérias perigosas, a ANTRAM e o Governo terminou já de madrugada. Conversas continuam ao final da manhã desta quinta-feira.

Os serviços mínimos decretados devido à greve dos motoristas de transporte matérias perigosas vão ser alargados a todo o país, prevendo-se a realização de 40% das operações normais de abastecimento de combustíveis, foi anunciado na madrugada desta quinta-feira.

Depois de uma longa reunião que começou na tarde de ontem e se prolongou pela madrugada, Pedro Henriques, do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosos (SNMMP), explicou que a greve vai manter-se e que as partes vão voltar a reunir-se durante o dia desta quinta-feira.

A reunião, que decorreu no Ministério do Trabalho, em Lisboa, contou com a presença da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e do Governo.

No final de 10 horas de reunião, o vice-presidente do sindicato, Pedro Henriques, disse que “foram dados passos muito importantes” e salientou que os serviços mínimos foram ampliados, “para servir as populações de todo o país, garantindo os 40% de combustível de norte a sul do país”.

Depois, acrescentou, o Governo comprometeu-se a iniciar com o sindicato um diálogo para “a resolução dos problemas” dos trabalhadores, estando já marcada para esta quinta-feira, às 11:30, uma nova reunião entre sindicato e representantes do Governo, no Ministério do Trabalho.

Na reunião prevista para a manhã de hoje “serão apresentadas as reivindicações” dos trabalhadores, tendo o executivo prometido que iria fazer a mediação entre o sindicado e a ANTRAM, afirmou Pedro Henriques, convicto de se chegará “a bom porto”.

Nas palavras do sindicalista, a abertura do Governo “é um primeiro passo para o fim da greve”, mas para já a paralisação mantém-se, com os serviços mínimos a serem garantidos em primeiro lugar por trabalhadores que não aderiram à greve e, só depois, em caso de necessidade, pelos que estão em greve.

O consenso sobre os serviços mínimos surgiu em primeiro lugar para impedir que a população continuasse a ser afetada, frisou.

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Veja quais as bombas prioritárias em Lisboa e no Porto

Governo revelou a lista das 310 postos de combustível prioritários onde cidadãos e entidades prioritárias terão acesso a abastecimento. Se vive em Lisboa ou no Porto, veja quais as bombas disponíveis.

Já foi publicado em Diário da República a lista das 310 bombas de gasolina prioritárias da Rede Estratégica de Postos de Combustíveis (REPA) criada pelo Governo e que entra em vigor no imediato. Distribuídas por todo o país, aqui fica a lista de postos prioritários nas cidades de Lisboa e Porto.

Na cidade de Lisboa estão definidas dez bombas prioritárias:

  1. Galp da Av. Marechal Craveiro Lopes;
  2. Galp da Av. Almirante Gago Coutinho;
  3. Galp da Av. Eng. Duarte Pacheco;
  4. Galp da Rua Frederico Jorge;
  5. BP na Nova Rotunda do Aeroporto;
  6. BP da Praça José Queirós;
  7. BP da Estrada da Luz;
  8. BP da Avenida das Descobertas;
  9. Cepsa da Av. Santo Condestável;
  10. Repsol da 2ª Circular, sentido Sul/Norte.

Já na cidade do Porto, foram consideradas prioritárias cinco bombas.

  1. Jumbo da Alameda de Cartes;
  2. Prio da Rua Engenheiro Ferreira Dias;
  3. Cepsa na estrada da Circunvalação;
  4. Galp na estrada da Circunvalação;
  5. Prio sem referência a morada.

Apesar de acessíveis aos cidadãos, o fornecimento nestes postos estará limitado a 15 litros por cada veículo. E para assegurar o cumprimento desta disposição, “os postos podem requerer a presença de elementos das forças de segurança”, avança o comunicado de ambos os ministérios.

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CGD corta spread da casa para 1,23%. Passa BCP, Novo Banco e BPI

Pela terceira vez em pouco mais de um ano, o banco público desce a margem mínima que se dispõe a cobrar para financiar a compra de casa. Com este último corte deixa de ser o banco mais "caro".

A banca está em “luta cerrada” no crédito à habitação. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) baixou o spread mínimo do crédito à habitação para 1,23%, apurou o ECO. Com este movimento, o banco liderado por Paulo Macedo junta-se ao conjunto de cinco bancos que, desde o início do ano, já tomaram decisões semelhantes. E deixa ainda de ser o banco mais “caro” do mercado, passando a apresentar uma taxa abaixo da do BCP, Novo Banco (NB) e BPI.

A revisão em baixa do spread da CGD acontece já esta quinta-feira. Desta data em diante o banco passa a aplicar uma margem a partir de 1,23% para financiar a compra de casa, depois de ter mantido o spread mínimo nos 1,3% nos últimos dez meses. Mais em específico, desde junho do ano passado. Para o banco público trata-se ainda da terceira revisão em baixa no espaço de pouco mais de um ano.

Esse corte acontece poucos dias depois de o EuroBic também ter revisto em baixa a sua margem mínima, dos 1,49% para 1,2%, movimento que permitiu ao banco liderado por Teixeira dos Santos deixar de ter a oferta mais “cara” e passar a integrar o conjunto de bancos mais “baratos”. Mas tal, deixou a CGD com o estatuto do banco menos competitivo na oferta de crédito à habitação.

“A Caixa é líder na carteira de crédito à habitação e está atenta ao mercado”, disse na altura fonte oficial do banco confrontada pelo ECO com esse novo cenário, negando comentar uma eventual reação em resultado desse novo quadro de spreads. As dúvidas ficam agora desfeitas. Ao baixar o seu spread para 1,23%, a CGD ultrapassa o BCP, NB e BPI que oferecem todos spreads mínimos de 1,25% e que, a partir de agora, passam também a partilhar o estatuto dos bancos com a oferta menos competitiva.

Sobem para seis as revisões. Intervalo de spreads encolhe

No seguimento da revisão em baixa da Caixa, encolhe o intervalo entre os spreads mínimos oferecidos pelos dez bancos nacionais mais representativos do mercado de crédito à habitação. Este passa a abranger o intervalo entre o o mínimo de 1% disponibilizado pelo Bankinter, seguido de bem perto pelo Banco CTT (1,1%), e o máximo de 1,25% oferecidos pelo BCP, NB e BPI.

Quando o ano arrancou o intervalo ia dos 1% aos 1,5%, antes de uma “chuva” de revisões em baixa de spreads nos primeiros meses deste ano. O BPI foi o primeiro, ao descer a margem mínima, em fevereiro, para 1,25%. Em março outros três bancos deram passos semelhantes. Em concreto o Santander Totta e o Crédito Agrícola que colocaram a margem mínima nos 1,2%, e o Montepio que reduziu o seu spread para 1,175% no âmbito de uma campanha de comemoração dos 175 anos da instituição financeira que dura até setembro. Em abril, seguiu-se o EuroBic e agora a CGD.

Novo quadro de spreads dos dez bancos

Em suma, mais de metade dos bancos — seis num total de dez — já baixaram spreads desde o início do ano, revelando o adensar da luta entre os bancos pela captação de clientes para o crédito à habitação.

Esta situação que ocorre num contexto em que a política monetária do Banco Central Europeu assente em juros de referência que se encontram em mínimos históricos também incentiva os bancos a injetarem liquidez no mercado. E o crédito à habitação tem sido um dos principais motores desse objetivo.

Um eventual próximo marco é os spreads mínimos descerem aquém da fasquia dos 1%. “Sempre me pareceu improvável que os spreads descessem dos 1%, mas reconheço que agora pode ser atrativo para algum banco quebrar essa barreira para se diferenciar dos demais”, considera Filipe Garcia, economista e CEO da IMF.

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Esta é a lista dos 310 postos de abastecimento prioritário

O Governo criou uma rede de postos de combustível prioritários no país. A lista já foi revelada. Veja aqui.

Perante a greve dos motoristas de matérias perigosas, e num contexto de falta de abastecimento dos postos, o Governo decidiu avançar com a criação de uma rede de 310 postos de combustível prioritários no país.

Estes postos de abastecimento, espalhados por todo o país, mas com especial incidência em Lisboa e no Porto, vão estar acessíveis a todos os cidadãos, mas o fornecimento estará limitado a 15 litros por cada veículo.

Veja a lista completa dos postos publicada em Diário da República:

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Wall Street em queda. Saúde tira ânimo

  • ECO
  • 17 Abril 2019

Numa sessão marcada por uma queda acentuada do setor da saúde, as tecnológicas atenuaram o impacto negativo.

Wall Street viveu uma sessão negativa. A forte queda do setor da saúde pesou no comportamento dos índices, sendo que a queda só não foi mais acentuada por causa do bom desempenho das tecnológicas.

O Dow Jones encerrou com uma queda de 0,01%, para 26.449,54 pontos, enquanto o Standard & Poor’s 500 recuou 0,23% para fechar a negociação nos 2.900,45 pontos.

Os problemas no setor da saúde pesaram nos índice nova-iorquinos, apesar das boas notícias do crescimento da economia chinesa e os resultados sólidos de empresas norte-americanas importantes. A UnitedHealth esteve entre os títulos mais penalizados.

A impedir uma queda mais acentuada estiveram as tecnológicas. Depois de ter encerrado o litígio com a Apple, a Qualcomm disparou, registando uma subida de mais de 10%. A Apple e a Intel também valorizaram.

Perante estes desempenhos, o Nasdaq, que brilhou no arranque da sessão, apesar de não resistir à pressão vendedora, acabou por apresentar uma desvalorização bem mais ligeira. Perdeu 0,05%, para 7.996,08 pontos.

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Pharol aumenta posição na Oi. Agora tem 5,51% do capital

  • Lusa
  • 17 Abril 2019

Foram subscritas "85.721.774 novas ações ordinárias" da Oi, depois da "entrega à Pharol de 25 milhões de euros", diz a empresa liderada por Palha da Silva.

A Pharol concretizou o aumento da sua posição no capital social da Oi para 5,51%, operação envolvida no âmbito do acordo para o fim dos litígios entre as empresas.

A Pharol revelou que “após a homologação do acordo pelo Juízo de Recuperação Judicial e da sequente transferência de 33,8 milhões de ações existentes na tesouraria da Oi”, a empresa “passou a ser titular de 326.259.859 ações ordinárias e 1.800.000 ações preferenciais, totalizando 328.059.859 ações, representativas de 5,51% do capital social da Oi”, pode ler-se num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No mesmo comunicado, a Pharol esclareceu que “no âmbito do acordo com a Oi”, e conforme comunicados anteriores, foram subscritas “85.721.774 novas ações ordinárias” da Oi, depois da “entrega à Pharol de 25 milhões de euros”.

A homologação do acordo ocorreu em 3 de abril, e tinha previsto o início do prazo do cumprimento das obrigações previstas, “incluindo o pedido de extinção da totalidade dos litígios envolvendo as partes indicadas […] e a entrega à Bratel de 33,8 milhões ações da Oi detidas na sua tesouraria, sendo 32 milhões ações ordinárias e 1,8 milhões ações preferenciais”.

Segundo a informação divulgada em janeiro, após negociações nas quais “chegaram a um consenso”, terminam todos os litígios “no Brasil, Portugal e em todos os diferentes países onde existem discussões envolvendo empresas dos dois grupos”, adiantou a Pharol (antiga Portugal Telecom), na altura.

Entre as condições a serem cumpridas pela brasileira Oi constava o “pagamento à Pharol de 25 milhões de euros” e a entrega a esta de “33,8 milhões de ações da Oi que estão em sua tesouraria”, situação formalizada hoje.

Já como condições a serem cumpridas pela Pharol, fica esta obrigada a “utilizar o mínimo de 25 milhões de euros para subscrição do aumento de capital”, que está previsto para a companhia no seu Plano de Recuperação Judicial, a “comparecer e votar favoravelmente em quaisquer assembleias-gerais de acionistas da Oi que tenham como objeto a aprovação ou ratificação de qualquer ato ou medida prevista no PRJ” e a “manter alinhamento com a Oi e apoio à implementação do Plano de Recuperação Judicial aprovado e homologado em todas as instâncias”.

A Pharol detém a 100% as empresas Bratel B.V., sediada na Holanda e a funcionar como veículo financeiro e, direta e indiretamente, a Pharol Brasil, onde é prestado apoio administrativo à Pharol SGPS no Brasil.

Também detém, através da Bratel BV, a Bratel Sarl, com sede no Luxemburgo, onde está concentrada a participação acionista na Oi, segundo a informação disponível no ‘site’ da Bratel.

Na bolsa de Lisboa, a Pharol cedeu hoje 1,69%, para 0,17 euros.

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Rede de postos de combustível prioritários limitam abastecimentos a 15 litros por veículo

Governo cria rede de postos prioritários, mas com limites de abastecimento. Entidades como transportes públicos vão ter stock exclusivo. Para garantir cumprimento, postos podem ter policiamento.

Os ministérios da Administração Interna e do Ambiente e da Transição Energética anunciaram esta quarta-feira à noite a criação de uma rede de 310 postos de combustível prioritários no país. Apesar de acessíveis aos cidadãos, o fornecimento nestes postos estará limitado a 15 litros por cada veículo. E para assegurar o cumprimento desta disposição, “os postos podem requerer a presença de elementos das forças de segurança”, avança o comunicado de ambos os ministérios.

Denominada de Rede Estratégica de Postos de Combustíveis (REPA), esta rede visa assegurar o acesso público a combustíveis, mas sem perder o foco nas entidades prioritárias, pois além da limitação no abastecimento por veículo particular, estas bombas também ficam obrigadas a reservar uma unidade de abastecimento para entidades prioritárias e um mínimo garantido para estas entidades.

Segundo o despacho, este mínimo “para uso exclusivo das entidades prioritárias” implica uma quantidade de cada produto igual de “10 000 l de gasóleo, ou 20 % da sua capacidade de armazenagem de gasóleo, no caso dessa capacidade de armazenagem ser inferior a 50 000 l”, “4000 l de gasolina, ou a totalidade da capacidade de armazenagem se esta for inferior”, “2000 l de GPL -auto, ou 20 % da sua capacidade de armazenagem de GPL -auto, no caso dessa armazenagem ser inferior a 10 000 l”.

Por entidades prioritárias, detalha o comunicado governamental, devem entender-se “forças armadas”, “forças de segurança”, “agentes de proteção civil”, “serviços de emergência médica e transporte de medicamentos”, “entidades públicas ou privadas que prestam serviços públicos, designadamente transporte coletivo de passageiros, recolha de resíduos urbana e limpeza urbana, serviços de água, energia e telecomunicações”. Também as entidades que garantem “o transporte de pessoas portadoras de deficiência” são incluídas na lista de entidades prioritárias.

De modo a assegurar que os veículos particulares cumprem os limites de abastecimento, mas também que é respeitada a quota-parte prevista para as entidades prioritárias, o governo assume que “para garantir o cumprimento do disposto no Despacho, os postos REPA podem requerer a presença de elementos das forças de seguranças”.

Apesar de admitir o recurso a forças de segurança, certo é que o despacho governamental coloca o ónus do controlo dos abastecimentos nas próprias bombas de gasolina. No ponto em que é fixado o racionamento a 15 litros por veículo privado, o executivo salienta que cabe “ao responsável pela exploração de cada posto de abastecimento, pelo processo que for adequado, assegurar o cumprimento do mesmo”.

O comunicado enviado pelo ministério do Ambiente realça também que estes postos vão então beneficiar de prioridade “de abastecimento face aos restantes postos, devendo, para o efeito, promover-se o destacamento das forças de segurança necessárias para assegurar o seu abastecimento”.

Por fim, determina o despacho, “cabe à Entidade Nacional para o Setor Energético, E. P. E. (ENSE, E. P. E.), a fiscalização do cumprimento do presente despacho e normas legais e regulamentares que o suportam”.

(Notícia atualizada às 00h10)

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Lucros da Martifer afundam 80%. Ganhou 1,3 milhões

  • Lusa
  • 17 Abril 2019

O “volume de negócios gerado fora de Portugal e exportações ascendem a mais de 66% do volume de negócios total” do grupo.

A Martifer registou em 2018 lucros atribuíveis ao grupo de 1,3 milhões de euros, uma redução de 80% face aos resultados obtidos em 2017, de 6,5 milhões de euros.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa referiu ainda que os proveitos operacionais atingiram os 217,4 milhões de euros, uma subida de 17,13% em relação ao período homólogo.

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) obtido em 2018 totalizou os 15,2 milhões de euros, um crescimento de 78,8% face a 2017.

A empresa adiantou ainda que o “volume de negócios gerado fora de Portugal e exportações ascendem a mais de 66% do volume de negócios total” do grupo.

Por outro lado, a dívida bruta “teve um decréscimo de 17 milhões de euros face a dezembro de 2017 para 219 milhões de euros, enquanto a dívida líquida teve uma redução de 3 milhões de euros, para 186 milhões de euros”, adiantou a empresa.

Já a carteira de encomendas na construção metálica e na indústria naval chegou aos 373 milhões de euros, “a mais robusta dos últimos cinco anos”, garantiu a Martifer.

O grupo registou um capex (investimento) de 1,8 milhões de euros em 2018. Em 2017 tinha atingido os 2,8 milhões de euros.

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Acidente com autocarro turístico na Madeira provoca 29 mortos

  • ECO e Lusa
  • 17 Abril 2019

Vítimas eram turistas alemães, que saíam de um hotel próximo. Governo expressou "pesar" pelas famílias e pela população madeirense.

O acidente com um autocarro turístico ocorrido esta quarta-feira no Caniço, no concelho de Santa Cruz, a este da ilha da Madeira, provocou 29 mortos, disse o presidente do município, Filipe Sousa. Entre as vítimas, contam-se 11 homens e 18 mulheres. Serão todos turistas, maioritariamente de nacionalidade alemã, e saíam de uma unidade hoteleira próxima do local do acidente.

“Várias pessoas foram retiradas para o hospital da Cruz de Carvalho [atual Hospital Central do Funchal] e algumas estão a ser assistidas no local”, afirmou o autarca, que aproveitou para “enaltecer o trabalho da Proteção Civil”, disse Sousa, à Lusa. Na conferência de imprensa no hospital, ficou a saber-se que às 28 vítimas já conhecidas juntou-se uma outra cidadã alemã.

O autocarro turístico saiu da estrada ao final da tarde, na zona do Caniço, e acabou por capotar. No autocarro seguiam 51 pessoas, tendo várias delas sido transportadas para o hospital com ferimentos de várias gravidades. Entre esses feridos estão dois portugueses, o motorista e a guia turística.

Segundo a Proteção Civil da Madeira, o acidente ocorreu pelas 18h30 e foram deslocados para o local vários meios, incluindo duas viaturas de emergência médica, várias ambulâncias e uma viatura de apoio ao desencarceramento, no total de 19 veículos.

O Executivo liderado por António Costa já reagiu ao acidente. O ministro José António Vieira da Silva afirmou que “o Governo expressa pesar e desgosto pelo trágico acidente” que fez mais de duas dezenas de vitimas, acrescentando que expressa “aos familiares das vítimas e ao povo madeirense a solidariedade”. Também Costa manifestou o “profundo pesar”.

Também o Presidente da República manifestou a sua consternação. “Deixe-me que aproveite este momento para exprimir o pesar de todos os portugueses, sobretudo dirigido para os familiares das vítimas, ao que me dizem, todos alemães. Significa o pesar e a solidariedade num momento trágico para essas vidas, para essas famílias, para esses familiares”, afirmou.

Depois do acidente, o Governo Regional reuniu-se, “extraordinariamente, tendo deliberado pelo decretar de luto regional durante três dias, a partir de amanhã [quinta-feira], devido ao trágico acidente ocorrido neste final de tarde, no Caniço”, lê-se num comunicado enviado às redações pelo Gabinete da Presidência do Governo Regional da Madeira.

(Notícia atualizada às 23h17 com o aumento do número de vítimas)

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Brisa recusa acusações de credores de tirar dividendo oculto da Douro Litoral. “Mais uma evidência da má-fé”

Brisa recusa acusação de ter tirado dividendos de forma oculta da Douro Litoral, acusação que considera "mais uma evidência da má-fé de alguns credores da concessão" e uma peça "de desinformação".

A Brisa considera como “mais uma evidência da má-fé de alguns credores” a acusação feita esta quarta-feira, em comunicado, pela gestão indicada por estes mesmos credores para a Autoestradas Douro Litoral. Em comunicado, esta administração acusou a empresa detida pelo Grupo Mello, Arcus e Tagus de ter continuado “a pagar a si própria um dividendo oculto através de um contrato de Operação e Manutenção”, mesmo depois da AEDL ter deixado de cumprir com as suas obrigações financeiras.

“Estas afirmações são mais uma evidência da má-fé de alguns credores da concessão Douro Litoral e mais uma peça na sua estratégia de desinformação. A operação e manutenção na Douro Litoral foi contratada, por concurso, à proposta mais competitiva, e integra o contrato de concessão, que era do conhecimento prévio e foi aprovado pelos credores originários, e que, necessariamente, também era do conhecimento dos novos credores, antes destes comprarem os créditos sobre a AEDL”, avançou fonte oficial da Brisa em declarações ao ECO.

Ainda de acordo com a mesma fonte, os contratos de concessão “são públicos e é enganoso falar em dividendo oculto, quando na verdade existe contratualmente uma lista de prioridades de pagamento acordadas por todas as partes contratantes“. A Brisa garante que o contrato foi sempre cumprido pela AEDL, “nomeadamente no que diz respeito ao pagamento devido à operadora, incluindo durante o período em que estiveram em funções os administradores ilegitimamente nomeados pelos credores”.

Em nota à imprensa divulgada esta quarta-feira, onde dava conta de um conjunto de pareceres jurídicos que reforçam a convicção de que a tomada de controlo da AEDL por parte dos credores foi correta, a gestão nomeada pelos fundos e bancos de investimento para liderar a Douro Litoral deu mais um passo nas acusações desta longa novela, acusando a Brisa de ter andado a extrair de forma oculta dezenas de milhões de euros em dividendos.

"Estas afirmações são mais uma evidência da má-fé de alguns credores da concessão Douro Litoral e mais uma peça na sua estratégia de desinformação”

Fonte oficial da Brisa

Além desta acusação, e da referência aos pareceres que validam a tomada do controlo, a gestão nomeada pelos credores assegurou igualmente neste comunicado ter em mão vários pareceres jurídicos que apontam que a Brisa é a responsável pela dívida de mais de mil milhões de euros acumulada pela AEDL desde 2014. “A Brisa é responsável pela dívida perante os credores. A Brisa detinha todos os direitos económicos e de controlo da AEDL antes da apropriação das ações pelos credores”, assegura o comunicado.

Este último ponto é, de facto, o ponto sensível desta guerra: Quem tem responsabilidade pela dívida, a concessionária Douro Litoral ou a sua principal acionista, a Brisa? Os fundos querem invocar o artigo 501º do Código das Sociedades Comerciais, que define as responsabilidades da empresa-mãe em relação às “filhas”.

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