24 mil consumidores já reclamaram à Deco sobre comissões no MB Way

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

Deco defende que o Banco de Portugal deve impor uma "comissão máxima de 0,2% por transferência" na app e "limites claros para os custos em todas as formas de pagamento (cartões ou eletrónicos).

A Deco revelou esta terça-feira que 24 mil consumidores já reclamaram contra as comissões sobre transferências na aplicação móvel MB Way, de acordo com a newsletter da associação de defesa dos consumidores. De acordo com o documento enviado aos subscritores, a Deco defende que o Banco de Portugal (BdP) deve impor uma “comissão máxima de 0,2% por transferência” na app e “limites claros para os custos em todas as formas de pagamento (cartões ou eletrónicos)”.

“Colocámos esta questão na agenda política exigindo a limitação das comissões MB Way no caderno reivindicativo que entregámos recentemente aos partidos políticos”, acrescenta ainda a associação. O registo anterior de reclamações da Deco datava de 9 de julho, data em que a associação afirmou já terem sido feitas 14 mil queixas.

Nesse dia, a associação de defesa dos consumidores voltou a “reivindicar, junto do Banco de Portugal, que emita uma recomendação através da qual o regulador assuma a sua inequívoca posição sobre o comissionamento bancário, em particular no que respeita às transferências realizadas por MB Way, dadas as suas especificidades e limitações (inclusive de valor)”.

A Deco afirmou também que o BdP estava a dar uma resposta estandardizada em que se desculpabiliza na falta da lei e no facto de haver no MB Way um serviço efetivamente prestado.

Segundo a Deco, não se pode “aceitar que o regulador afaste responsabilidades pelo facto de a lei não explicitar que determinada comissão é proibida ou elevada”, além de que considera que o supervisor e regulador bancário está a esquecer-se de princípios como proporcionalidade, transparência e lealdade na avaliação destas comissões.

O MB Way é uma aplicação para telemóveis que permite efetuar compras, pagamentos ou transferências de dinheiro sem ser necessária a utilização física de cartões de débito e de crédito. Foi desenvolvida pela SIBS, empresa detida pelos bancos e gestora da rede multibanco, tendo atualmente mais de um milhão de utilizadores.

Depois de nos últimos anos este sistema ter sido gratuito (os clientes não pagam pelas transferências), este ano já BPI, BCP e Santander Totta passaram a cobrar. Outros bancos poderão seguir-se. Recentemente, vários banqueiros vieram também queixar-se da isenção de encargos para os clientes que usam o sistema multibanco. Em Portugal é proibido por lei cobrar por operações no multibanco.

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Bruxelas questiona impacto das alterações laborais no emprego

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

A Comissão Europeia considera que, apesar da evolução positiva do mercado de trabalho em Portugal, a precariedade é "persistentemente elevada".

A Comissão Europeia considerou esta terça-feira que, apesar da evolução positiva do mercado de trabalho em Portugal, a precariedade é “persistentemente elevada” e manifestou dúvidas quanto ao impacto das alterações laborais no crescimento do emprego.

“A evolução do mercado de trabalho ainda é positiva”, começa por afirmar a Comissão Europeia no relatório divulgado na sequência da décima missão de acompanhamento pós-programa, que decorreu entre 14 e 19 de junho passado, em Lisboa. Porém, “o trabalho precário é persistentemente alto”, referindo-se ao acordo tripartido na Concertação Social de 2018 sobre as medidas de combate à precariedade, que levaram em julho à aprovação, no Parlamento, das alterações laborais, que entraram em vigor este mês.

Para a Comissão Europeia, “como as medidas são mais direcionadas para penalizar o emprego precário do que para transformar os contratos permanentes mais atrativos, resta saber se a segmentação pode ser reduzida sem limitar o crescimento do emprego”. Entre as alterações ao Código do Trabalho no âmbito do combate à precariedade estão a redução da duração máxima dos contratos a prazo de três para dois anos ou a criação de uma taxa de rotatividade a aplicar às empresas que abusem dos contratos a termo, que será aplicada apenas a partir de 2021.

Além disso, deixam de ser motivos para se contratar a termo o facto de em causa estarem jovens à procura do primeiro emprego ou desempregados de longa duração. Sobre a evolução do salário mínimo nacional, que passou de 580 euros para 600 euros este ano, a Comissão lembra que no final do ano passado a percentagem de trabalhadores a receber esta remuneração era inferior a 20%, o que “permitiu aliviar ligeiramente a compressão salarial observada nos últimos anos”.

“As autoridades consideram que aumentos consecutivos do salário mínimo não prejudicaram o crescimento do emprego de trabalhadores pouco qualificados”, destaca Bruxelas. A Comissão Europeia indica ainda que a percentagem de contratos permanentes celebrados no âmbito das políticas ativas de emprego como os Estágios Profissionais e o Contrato-Emprego é elevada (cerca de 87%), referindo que no primeiro trimestre deste ano entraram em vigor alterações para melhorar a eficácia das mesmas.

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Comissão Europeia alerta para pressões na despesa devido à Função Pública e pensões

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

A Comissão Europeia alertou para pressões crescentes na despesa pública com salários devido ao descongelamento das carreiras e ao crescimento da força de trabalho no Estado.

A Comissão Europeia alertou esta terça-feira para pressões crescentes na despesa pública com salários devido ao descongelamento das carreiras, ao crescimento da força de trabalho no Estado e aos aumentos nas pensões.

“O descongelamento das carreiras no setor público, a aceleração contínua no crescimento da força de trabalho do Estado (2,3% no primeiro trimestre de 2019 em termos homólogos) e a mudança para as 35 horas de trabalho semanais para os contratos privados no serviço de saúde [público], desde julho de 2018, colocam pressão crescente sobre a remuneração dos funcionários”, lê-se no relatório divulgado esta terça-feira, na sequência da décima missão de acompanhamento pós-programa, que decorreu entre 14 e 19 de junho passado, em Lisboa.

A Comissão Europeia acrescenta que, “além disso, os aumentos extraordinários nas pensões” e as alterações no acesso à reforma antecipada “implicaram novos aumentos com gastos em pensões”, além das pressões crescentes motivadas pelo envelhecimento da população. Por outro lado, “o investimento público permaneceu muito baixo em comparação com os padrões da União Europeia e os níveis pré-crise”, ficando “consistentemente abaixo das metas do Governo” ao longo de vários anos.

No mesmo relatório, a Comissão Europeia indica que, “apesar de Portugal ter feito mais progressos no ajustamento económico, a recente deterioração da conta corrente merece atenção, face à ainda elevada dívida externa do país”. “No entanto, a capacidade de pagamento de Portugal deverá permanecer forte”, acrescenta, referindo-se ao empréstimo concedido no âmbito do pedido de ajuda internacional em 2011.

De salientar que a balança corrente mede as receitas e pagamentos ao exterior pela troca de mercadorias, serviços, rendimentos e transferências. Ou seja, junta os saldos de três outras balanças: a balança de bens e serviços, que inclui o turismo; a balança de rendimentos, onde se incluem salários, lucros e juros; e a balança de transferências correntes, como remessas de migrantes.

Bruxelas indica também no relatório que Portugal dispõe de “uma janela de oportunidade para perseverar na consolidação orçamental e redução da dívida pública ainda elevada, a fim de reduzir a vulnerabilidade a riscos negativos”.

“Desde a conclusão da nona missão de vigilância pós-programa em novembro de 2018, o desempenho da economia de Portugal permaneceu forte e o crescimento abrandou menos do que na zona euro como um todo”, indica também Bruxelas no documento, acrescentando que “as perspetivas de curto prazo permanecem amplamente favoráveis, mas os riscos relacionados com o ambiente externo aumentaram”.

Bruxelas antecipa um abrandamento do crescimento económico no curto prazo, tendo como pano de fundo uma “forte procura interna e um contexto externo enfraquecido”. E prevê um crescimento de 1,7% da economia portuguesa este ano e em 2020, depois da expansão de 2,1% em 2018.

Relativamente ao saldo orçamental, a Comissão Europeia mantém a previsão de um défice de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,1% do PIB em 2020, pior do que as previsões do Governo, que constam no Programa de Estabilidade 2019-2023 de um défice de 0,2% este ano e um excedente de 0,3% em 2020.

Bruxelas explica que a diferença na sua estimativa do défice este ano, relativamente à previsão do Governo, “decorre das premissas mais conservadoras das suas previsões relativas à evolução de alguns itens da receita e de pressões mais elevadas sobre alguns itens de despesa”. Do lado da receita, a Comissão aponta premissas “mais conservadoras para as receitas decorrentes das vendas e outras receitas correntes em 2019, com base nos recentes registos de evolução desses itens”, e nas contribuições sociais.

Para 2020, a Comissão indica que a estimativa de um défice de 0,1% do PIB pressupõe a inexistência de mudanças nas políticas e “um saldo estrutural amplamente inalterado”.

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Faltam resultados à plataforma de crédito malparado, alerta Bruxelas

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

A Comissão Europeia considera que faltam resultados significativos à plataforma de crédito malparado, e que Portugal continua a apresentar o terceiro maior volume de malparado.

A Comissão Europeia (CE) considera que faltam resultados significativos à plataforma de crédito malparado, criada no final de 2017, e que, apesar dos progressos feitos pelos bancos portugueses, Portugal continua a apresentar o terceiro maior volume de malparado.

Segundo o relatório divulgado esta terça-feira na sequência da décima missão de acompanhamento pós-programa, que decorreu entre 14 e 19 de junho passado, em Lisboa, a qualidade dos ativos bancários melhorou e foi notória em 2018 a redução do malparado, ajudada sobretudo pelas vendas pelos bancos de carteira de empréstimos em incumprimento (seis mil milhões de euros em 2018).

Isto levou o rácio de malparado a descer do “marco psicológico de 10% pela primeira vez desde a crise financeira em Portugal”, ao passar dos 17,9% em junho de 2016 para 9,4% em final de 2018. Contudo, refere o relatório, o rácio do crédito malparado (face ao crédito total) continua em Portugal acima da média da zona euro e é o terceiro mais alto da União Europeia (UE), depois da Grécia e de Chipre.

O relatório fala ainda da plataforma de gestão integrada de crédito malparado, de que fazem parte Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novo Banco, considerando que ainda “não produziu ainda resultados significativos” e o seu funcionamento permanece complicado. Apesar dos mil milhões de euros em créditos geridos já terem sido analisados e as estratégias elaboradas, a implementação continua a ser o “verdadeiro teste”, referindo que a plataforma ainda tem de provar que é uma ajuda importante aos bancos que nela participam.

Ainda no crédito, o relatório elogia as medidas macroprudenciais decididas pelo Banco de Portugal em 2018, considerando que contribuíram para tomar o crédito mais prudente, ainda que os riscos relacionados com os preços das casas tenham de continuar a ser acompanhados. Quanto à rentabilidade dos bancos, refere a CE que melhorou sobretudo devido à queda das provisões e imparidades, apesar da deterioração das receitas.

As baixas taxas de juro são agora o grande desafio à rentabilidade, mas recorda Bruxelas que essas mesmas baixas taxas de juro são dos principais fatores por detrás da melhoria das condições macroeconómicas, o que ajuda aos lucros dos bancos através da queda das imparidades e provisões. Sobre rácios de capital, apesar de os bancos portugueses os terem acima do regulamentado, o relatório considera que ainda estão fracos face à média dos pares europeus, além de que se fossem mais fortes “tornariam os bancos mais resilientes a um enfraquecimento da economia”.

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PS venceu, mas sem maioria. Confira aqui os resultados das eleições legislativas

O PS ganhou as eleições legislativas, mas falhou a maioria absoluta. Os resultados ditaram a entrada de três novos partidos para a Assembleia da República. Confira os resultados.

Numas eleições legislativas marcadas pela maior taxa de abstenção de sempre, os portugueses foram às urnas e deram vitória ao PS. Os socialistas ganharam com 36,65% dos votos, e não conseguiram a maioria absoluta. O partido de António Costa conseguiu eleger 106 deputados, o que levou o atual primeiro-ministro a admitir que vai voltar a “contactar os seus parceiros parlamentares”.

O Bloco de Esquerda, que conseguiu aumentar o número de assentos na Assembleia, mostrou-se disponível para negociar. Já Jerónimo de Sousa, não excluiu a hipótese mas falou com reticências.

O PAN foi um dos vencedores da noite. Esta legislatura, o Pessoas-Animais-Natureza assegurou quatro deputados.

O PSD obteve 27,90% dos votos, menos 29 do que os socialistas. Rui Rio considerou que o resultado “não é desastre nenhum”, e manifestou interesse em ocupar o lugar de deputado.

Ainda na direita, o CDS-PP foi também vencido. O resultado levou Assunção Cristas, presidente do partido, a convocar o conselho nacional para eleger um novo líder.

O triunfo do Livre, Iniciativa Liberal e Chega, trazem novas cores ao parlamento. Cada um destes partidos conseguiu entrada na Assembleia com um deputado.

Confira aqui os resultados:

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Sete arguidos suspeitos de fraude no caso das golas antifumo

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

O processo que investiga os negócios efetuados no âmbito do programa Aldeia Segura/Pessoas Seguras, tem sete arguidos por suspeitas de fraude na obtenção de subsídio.

O processo que investiga os negócios efetuados no âmbito do programa Aldeia Segura/Pessoas Seguras, no qual estão incluídas as golas antifumo, tem sete arguidos por suspeitas de fraude na obtenção de subsídio, segundo o Ministério Público.

No âmbito do inquérito, foram constituídos, por reporte aos factos integradores do crime de fraude na obtenção de subsídio, sete arguidos, duas pessoas coletivas e cinco pessoas singulares“, respondeu hoje a Procuradoria-Geral da República, à agência Lusa.

Entre os arguidos já conhecidos estão o ex-secretário de Estado da Proteção Civil José Artur Neves, que se demitiu no seguimento do caso, e o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mourato Nunes

No dia 18 de setembro, o MP e a Polícia Judiciária realizaram mais de meia centena de buscas, nomeadamente no Ministério da Administração Interna, Secretaria de Estado da Proteção Civil, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e Comandos Distritais de Operações de Socorro, por suspeita de fraude na obtenção de subsídio, de participação económica em negócio e de corrupção.

Nesse dia, uma nota da PGR referiu que o caso investigava suspeitas no âmbito de financiamentos da União Europeia para os Programas Aldeia Segura/Pessoas Seguras e Rede Automática de Avisos à População (SMS).

O caso das golas antifumo (que fazem parte do ‘kit’ distribuído à população no âmbito do programa “Aldeia Segura) levou em julho o ministro da Administração Interna a abrir um inquérito sobre a contratação de “material de sensibilização para incêndios” e, dois dias depois, à demissão do adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil.

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“Economia global está em abrandamento sincronizado”. Nova líder do FMI vai rever em baixa previsões de crescimento

Kristalina Georgieva não tem dúvidas de que "a economia global está em abrandamento sincronizado" e vai rever em baixa as previsões de crescimento para este e para o próximo ano.

A nova diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) não tem dúvidas de que “a economia global está em abrandamento sincronizado”. Desta forma, Kristalina Georgieva vai rever em baixa as estimativas de crescimento para este e para o próximo ano, sinalizou a responsável no seu primeiro discurso desde que tomou posse.

Atualmente, o FMI prevê um crescimento de 3,2% em 2019 e de 3,5% em 2020. Mas o valor real deverá ficar abaixo disso, acredita a líder do fundo. “Em 2019, esperamos uma desaceleração em cerca de 90% do mundo. A economia global está agora num abrandamento sincronizado. Isso significa que o crescimento neste ano cairá para a taxa mais baixa desde o início da década”, disse Kristalina Georgieva.

A atualização vai constar na próxima edição do World Economic Outlook, garantiu a responsável. A divulgação do documento está agendada para a próxima terça-feira, 15 de outubro.

Em 2019, esperamos uma desaceleração em cerca de 90% do mundo. A economia global está agora num abrandamento sincronizado.

Kristalina Georgieva

Diretora-geral do FMI

No mesmo discurso, a nova líder do FMI, que assumiu o cargo no início deste mês, alertou também para a crescente “necessidade de cooperação internacional”. Mas reconheceu que essa necessidade é inversamente proporcional “à vontade” de os países participarem nessa cooperação.

Em causa, os crescentes confrontos comerciais que envolvem os Estados Unidos e várias regiões como a China e a União Europeia (UE). “Toda a gente perde numa guerra comercial. Para a economia global, o efeito cumulativo dos conflitos comerciais poderá significar uma perda de 700 mil milhões de dólares até 2020, ou 0,8% do PIB [Produto Interno Bruto]. Para referência, é aproximadamente o tamanho da economia da Suíça”, justificou Georgieva.

A nova líder do FMI também apontou para os juros negativos como outro risco para a economia. “A continuação dos juros baixos também acarreta consequências negativas. Pensem, por exemplo, nos fundos de pensões e nas empresas de seguros de saúde, que estão a fazer investimentos mais arriscados para atingirem os seus objetivos de retorno”, explicou.

(Notícia atualizada às 15h43 com mais informações)

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Juros baixos e alojamento local. É por isto que os preços das casas em Portugal não descem, diz a Comissão Europeia

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

A Comissão Europeia considera que a moderação de preços permanecerá “lenta” devido às taxas de juro reduzidas e as casas continuaram a ser canalizadas para alojamento local.

A subida do preço das casas desacelerou no início deste ano, mas a Comissão Europeia considera que a moderação de preços permanecerá “lenta” devido às taxas de juro reduzidas e as casas continuaram a ser canalizadas para alojamento local.

Apesar de se ter registado um aumento da oferta de casas novas e das licenças de construção, o que contribuiu para desacelerar a subida de preços, “é provável que o ritmo de moderação dos preços permaneça lento, à luz de uma conjuntura de taxas de juro baixas e do aumento da utilização de imóveis para alugueres de curta duração”, refere o relatório esta terça-feira divulgado na sequência da décima missão de acompanhamento pós-programa, que decorreu entre 14 e 19 de junho passado, em Lisboa.

“Depois de uma forte recuperação que começou em 2015, o ritmo de crescimento dos preços das casas continua elevado”, indica o documento, que assinala que aquele ritmo registou algum abrandamento no início deste ano, por comparação com 2018.

No primeiro trimestre deste ano, o preço das casas registou uma subida de 9,2%, refletindo um ligeiro abrandamento face aos 9,3% observados no trimestre imediatamente anterior e à média anual de 10,3% em 2018.

Também o número de vendas registou um abrandamento, tanto nas regiões mais turísticas, como o Algarve, como nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, onde esta tendência foi ainda mais acentuada.

Esta situação, é referido, “aponta para alguma moderação na procura que estará muito provavelmente relacionada com perspetivas de desaceleração da economia mundial, afetando as expectativas do mercado para o turismo e para a procura de imobiliário por parte de não residentes”, lê-se no relatório.

No que diz respeito às zonas do país onde o mercado imobiliário tem revelado maior dinamismo, o relatório assinala que no Algarve e no Porto “o aumento de preços permaneceu acima da média”, enquanto em Lisboa se verificou o contrário.

Para esta situação contribuiu “a recuperação substancial” no número de edifícios recém-construídos observada na área metropolitana de Lisboa.

O abrandamento no ritmo de crescimento dos preços foi também mais sentido nas transações de casas novas do que nas usadas, mas o relatório salienta que as vendas de construção nova pesam apenas 15% do total das transações e 19% do valor total transacionado.

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Lentidão dos tribunais fiscais continua a ser aspeto crítico da Justiça, alerta Comissão Europeia

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

A Comissão Europeia reconhece os esforços de Portugal para melhorar a resposta da Justiça, mas sublinha que a lentidão no tratamento dos processos continua a ser um aspeto crítico.

A Comissão Europeia (CE) reconhece os esforços de Portugal para melhorar a resposta da Justiça, mas sublinha que a lentidão no tratamento dos processos administrativos e fiscais continua a ser um aspeto crítico do sistema de justiça.

“A eficiência do sistema judicial é uma das áreas onde Portugal continua a enfrentar desafios”, lê-se no relatório divulgado esta terça-feira na sequência da décima missão de acompanhamento pós-programa, que decorreu entre 14 e 19 de junho passado, em Lisboa.

Segundo a CE e o Banco Central Europeu (BCE) — que regressam no final deste outono ou no início de 2020 para a próxima missão de acompanhamento –, aquela situação é particularmente “crítica” nos tribunais administrativos e fiscais. “A eficiência do sistema de Justiça em Portugal continua a melhorar, mas permanecem desafios críticos especialmente relacionados com a duração e o tempo dos processos nos Tribunais Administrativos e Fiscais”.

Bruxelas reconhece, contudo, que foram tomadas medidas para melhorar esta situação, nomeadamente a promoção de equipas especializadas nos tribunais administrativos e fiscais, e para reduzir as pendências nos processos de insolvência. Relativamente a questões fiscais, o relatório refere o estudo realizado no âmbito dos benefícios fiscais e a respetiva despesa fiscal e cujos resultados foram conhecidos em junho.

Esse relatório identificou a existência de 542 benefícios fiscais em vigor que, somados às taxas preferenciais do IVA (as taxas em vigor nas Regiões Autónomas e a reduzida e intermédia em vigor no Continente), representam uma despesa fiscal de 11,7 mil milhões de euros — o equivalente a 6,5% do PIB.

Excluindo aquelas taxas preferenciais do IVA, a despesa fiscal “ainda seria considerável, representando 2,5% do PIB”, refere o documento, assinalando os “resultados positivos” do Sistema de Incentivos Fiscais à Inovação e Desenvolvimento (SIFIDE), que demonstram que por cada euro de despesa fiscal há um volume de investimento em investigação e desenvolvimento superior a um euro.

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Tensão entre China e EUA aumenta. Wall Street cai 1%

Os EUA adicionaram mais uma série de empresas chinesas à lista negra, uma medida que poderá ameaçar as negociações com a China marcadas para esta semana. Investidores voltam a "fugir" das ações.

Wall Street está a prolongar as perdas da sessão desta segunda-feira. As negociações continuam condicionadas pela incerteza em torno das questões comerciais, numa altura em que os investidores aguardam o início de mais uma ronda negocial entre EUA e China, marcado para esta quinta-feira, havendo pouca esperança de um desfecho positivo para o comércio global.

Tanto o S&P 500 como o industrial Dow Jones perdem mais de 1%. Os índices estão a ser penalizados pela Boeing, numa altura em que a fabricante desvaloriza 1,38%, para 371,35 dólares, pressionada pela notícia de que a China está a ponderar retaliar contra a decisão dos EUA de colocar mais uma série de empresas tecnológicas na lista negra, por alegadas “violações aos direitos humanos” por via da opressão a minorias muçulmanas.

Evolução das ações da Boeing em Nova Iorque

Em simultâneo, o tecnológico Nasdaq abriu a perder 0,77%, para 7.895,41 pontos, num dia em que a Apple recua 0,27%. Cada título da fabricante do iPhone está a cotar em 226,44.

Uma outra notícia também está a retirar esperança aos investidores. Segundo a Reuters, o Presidente Donald Trump estará a estudar a possibilidade de iniciar discussões para restringir os fluxos de capitais para a China. Soma-se a isso as perspetivas pouco animadoras para a próxima temporada de apresentações de resultados, que arranca já na semana que vem.

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Portuguesa Codacy fecha ronda de 7,7 milhões. Join Capital lidera

Startup fundada por Jaime Jorge e João Caxaria fechou ronda de financiamento em que participam as portuguesas Armilar Venture Partners, Faber Ventures e Caixa Capital. Produto e expansão são focos.

A Codacy acaba de fechar uma ronda de financiamento no valor de 7 milhões de euros (7,7 milhões de dólares), confirmou o ECO. A ronda liderada pela Join Capital, conta com as participações da EQT Ventures e das portuguesas Armilar Venture Partners, Faber Ventures e Caixa Capital.

“Queremos focar-nos no segmento enterprise, que já é um segmento no nosso portefólio”, diz Jaime Jorge, CEO e cofundador da Codacy, ao ECO. A ronda servirá também para continuar a desenvolver a qualidade do software e expandir a equipa de engenheiros e de marketing e vendas, acrescenta o founder.

“Lisboa continua a ser um foco e cada vez somos mais remote friendly. Otimizamos para talento e não para localização”, explica o responsável.

Jaime Jorge, cofundador e CEO da Codacy.Paula Nunes / ECO

Fundada em 2014, a Codacy desenvolveu um software as a service (SaaS) que tenta resolver o problema de não standardização e pobre qualidade de software, que cria enormes dificuldades técnicas e gera gaps de produtividades às empresas na entrega de produto. Em linhas gerais, a Codacy criou um produto que permite aos developers corrigir linhas de código ao mesmo tempo que estas são criadas.

Por dia, a plataforma da startup analisa mais de 30 mil milhões de linhas de código enviadas por uma carteira de mais de 450 clientes, incluindo empresas como Norwegian Cruise Line, Barracuda, PetSmart, Delivery Hero, Angie’s List, Genesys, Toptal, e O.C. Tanner (estas empresas viram uma poupança de tempo de 90% no processo de revisão de código, avança a Reuters).

Com uma equipa que ronda os 50 trabalhadores, a Codacy quer continuar a crescer e planeia contratar e expandir globalmente, ainda que o seu principal mercado seja os Estados Unidos (que asseguram 60% do revenue da empresa). Com esta ronda, a startup de Jaime Jorge e João Caxaria já levantou, em rondas de financiamento, um total de 14 milhões de dólares.

A assessoria jurídica desta operação de investimento ficou a cargo da SRS Advogados, que representou a startup portuguesa, e da DLA Piper ABBC, que representou a Codacy.

Para a SRS Advogados, os principais desafios prenderam-se com a “complexidade de estruturar uma ronda de investimento com uma multiplicidade de investidores” e ainda com a “alteração/ajuste aos direitos e deveres das várias partes envolvidas (fundadores e investidores)”, explicou Paulo Bandeira, sócio da SRS, à Advocatus.

“A entrada de um novo investidor que assume uma valorização mais elevada para a startup implica sempre um reequacionar da preponderância de outros investidores na estrutura de capital e dos direitos e deveres associados à mesma”, acrescenta o sócio responsável pela equipa que liderou esta operação.

A equipa que prestou a assessoria jurídica foi constituída por 12 advogados de diversas áreas – startups e venture capital, societário, laboral, propriedade intelectual e fiscal. O exercício de auditoria legal foi coordenado por Inês Maltez Fernandes, associada de societário, e a redação do acordo de investimento e do acordo parassocial por Paulo Bandeira, sócio da SRS, e por Solange Fernandes, advogada associada.

Por sua vez, a Codacy foi assessorada pela DLA Piper ABBC. “O principal desafio destes projetos está no número de acionistas, no diferente perfil de cada um deles e nas diferentes finalidades com que olham para o projeto”, refere João Costa Quinta, sócio, e Jorge Serrote, associado sénior.

Para os representantes da sociedade na operação foi fundamental negociar e criar os mecanismos contratuais para permitir uma “conveniência harmoniosa” entre os investidores. “É preciso articular os direitos e demais prerrogativas dos fundadores com os direitos e demais prerrogativas dos investidores, sendo que, dentro destes, é preciso perceber que nem todos entraram na mesma altura e nas mesmas condições”, notam.

A equipa da DLA Piper foi constituída por João Costa Quinta, sócio, e Jorge Serrote, associado sénior, ambos da área de societário e financeiro.

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Presidente da CIP antevê estabilidade mas quer Governo “mais amigo das empresas”

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

Presidente da Confederação Empresarial diz que o país tem condições para a estabilidade política nos próximos quatro anos, mas alerta para a necessidade de um Governo mais amigo das empresas.

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, considerou esta terça-feira que o país tem condições para a estabilidade política nos próximos quatro anos, mas alertou para a necessidade de um Governo mais amigo das empresas.

“Lamentavelmente este Governo focalizou-se muito na retoma das remunerações e pouco ou quase nada no incentivo às empresas”, disse António Saraiva durante um pequeno-almoço organizado pela Câmara de Comércio Americana em Portugal, em Lisboa, dois dias depois das eleições legislativas em que o PS venceu sem maioria absoluta e terá de tentar a repetição de uma solução de Governo à esquerda, numa eleição marcada pela derrota histórica da direita e pela entrada de três novos partidos no parlamento.

Aos jornalistas à margem do evento, o presidente da CIP reforçou que o quadro que resultou das eleições “e a geometria variável de apoios que o Partido Socialista e António Costa têm à sua disposição faz prever que à semelhança da legislatura anterior a próxima legislatura será de estabilidade”.

Segundo o dirigente empresarial, é provável que o PS alcance acordo por “blocos de assuntos que vão ao parlamento, sejam orçamentos, reformas ou medidas desta ou daquela natureza onde o PS venha a negociar”.

“A atual composição parlamentar permite e esse acordo e estabilidade que antevejo que vai acontecer”, reforçou.

Durante o debate, o presidente da CIP lamentou, no entanto, que a legislatura anterior não tenha apoiado mais o crescimento das empresas e que os partidos à esquerda, Bloco de Esquerda e PCP, continuem a “atacar a iniciativa privada” seguindo “ideologias do século passado”.

“Percebendo alguma retoma de rendimentos, não poderíamos ter ficado apenas pela retoma dos rendimentos, deveríamos ter olhado para a competitividade da economia e dotar as empresas de um alívio fiscal e alívio de burocracia de uma justiça económica mais célere, licenciamentos […] em vez disso a carga fiscal subiu, a imprevisibilidade fiscal continuou a acontecer por cada orçamento de estado que tivemos”, disse.

Na opinião de António Saraiva, o investimento poderia ter-se verificado em bases diferentes e as empresas poderiam ter encontrado um ambiente melhor para o desenvolvimento das suas atividades.

“Esta última legislatura poderia ter dado mais do que deu e espero que se acautele este quadro complexo que vamos viver, com turbulência dos mercados, guerra comercial entre os EUA e a China e Europa e o Brexit…”, disse.

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