Elisa Ferreira irá abster-se em decisões que envolvam “direta ou indiretamente” o marido

  • Lusa
  • 2 Outubro 2019

Em resposta aos eurodeputados, a comissária indigitada por Portugal garantir que irá abster-se de participar em decisões que envolvem o marido. Isto para evitar a perceção de conflito de interesses.

A comissária indigitada por Portugal, Elisa ferreira, revelou, esta quarta-feira, que irá abster-se de participar em decisões que envolvam “direta ou indiretamente” o seu marido, de modo a prevenir qualquer “perceção de um conflito de interesses”.

Questionada pela eurodeputada austríaca Simone Schmiedtbauer (Partido Popular Europeu) sobre a possível existência de um conflito de interesses entre a pasta que irá tutelar – da Coesão e Reformas – e o cargo do marido, Fernando Freire de Sousa, que é presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Norte, entidade responsável pela aplicação de fundos comunitários, a comissária designada começou por agradecer a oportunidade de, diante do Parlamento Europeu, poder esclarecer a questão.

“Escrevi à presidente eleita dizendo que, se em algum momento, houver algum risco – e vou ler o que escrevi –, estou preparada para tomar todas as medidas necessárias para prevenir qualquer perceção de conflito de interesses. Concretamente, isto significa que me absterei de qualquer participação em decisões relativas à implementação de fundos que são da minha responsabilidade e que possam diretamente ou indiretamente ter impacto nos interesses pessoais do meu marido enquanto presidente dessa instituição”, revelou.

Elisa Ferreira, que escolheu responder em inglês para que “todos percebessem”, insistiu que, se em algum momento, “houver algum aspeto pessoal” relacionado com o seu marido, irá abster-se “por completo”, o que significa que se considera “impossibilitada de decidir e caberá à presidente eleita decidir ou delegar a decisão”.

Estou convencida que isto nunca irá acontecer. O meu marido nunca conheceu ou negociou com o anterior comissário [a romena Corina Cretu] e o anterior comissário nunca teve qualquer coisa a decidir sobre ele. Contudo, queria esclarecer esta questão e enviei a carta à presidente eleita”, sublinhou.

A comissária indigitada por Portugal disse ainda estar preparada para tomar “quaisquer medidas adicionais” que os eurodeputadas possam considerar necessárias. A antiga ministra dos governos chefiados por António Guterres – primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002- e antiga eurodeputada (2004-2016) reiterou estar convicta de que não há conflito de interesses entre a sua pasta e o cargo de Fernando Freire, uma vez que o presidente da CCDR-Norte responde ao Governo português, nomeadamente ao ministro do Planeamento.

Elisa Ferreira está neste momento a enfrentar, perante a comissão de Desenvolvimento Regional da assembleia europeia (com a participação de eurodeputados das comissões de Orçamentos e de Assuntos Económicos e Monetários), a audição decisiva para assumir em 01 de novembro a pasta da Coesão e Reformas no novo executivo comunitário liderado por Ursula von der Leyen.

Dada a hora tardia a que a audição terminará (aproximadamente às 21:30 de Bruxelas), o parecer dos eurodeputados só será conhecido na quinta-feira de manhã. Se Elisa Ferreira, de 63 anos, receber a ‘luz verde’ dos eurodeputados, como é expectável, tornar-se-á a primeira mulher portuguesa a integrar o executivo comunitário desde a adesão de Portugal à comunidade europeia (1986).

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Tancos: Azeredo Lopes soube que os autores do furto estavam dispostos a entregar as armas

  • Lusa
  • 2 Outubro 2019

No interrogatório judicial do caso Tancos, Azeredo Lopes admitiu saber que havia informadores e que os autores do furto das armas estavam dispostos a entregar o material.

O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes admitiu no interrogatório judicial do caso de Tancos que teve conhecimento da existência de um informador e que os autores do furto das armas estavam dispostos a entregar o material.

De acordo com o processo consultado pela Lusa, e na parte que diz respeito ao achamento das armas, Azeredo Lopes relatou que o seu chefe de gabinete, tenente-general Martins Pereira, lhe disse que havia um informador do Algarve, de nome Fechaduras [Paulo Lemos], que dava informações à Polícia Judiciária (PJ) e à Polícia Judiciária Militar (PJM), e que tinha indicações que os autores do furto estavam dispostos a entregar as armas, mas que teria de ser feito um telefonema simulado da margem sul do Tejo por elementos da PJM a dar conta da localização do material.

Admitiu ainda que sabia que este informador não podia ser identificado por ter medo. O ex-ministro disse também que Martins Pereira o informou que o ex-diretor da PJM Luís Vieira tinha consigo documentos com informações, mas que estes tinham de ser destruídos.

Luís Vieira, acusado neste processo dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas, falsificação de documentos, denegação de justiça, prevaricação e favorecimento pessoal, sempre foi um veemente opositor de que o furto das armas fosse investigado pela PJ, tentando por várias vezes e com várias pessoas que o caso ficasse debaixo da alçada da PJM.

Azeredo Lopes negou que tivesse transmitido ao primeiro-ministro a revolta e o inconformismo do diretor da PJM, apenas admitindo que lhe deu a ideia de que havia desagrado por parte da PJM. O ex-ministro esclareceu mesmo que, em questões de Defesa, o seu interlocutor mais frequente era o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas.

Um mês após o furto das armas [04 de agosto], Azeredo Lopes recebeu Luís Vieira no seu gabinete e na presença do seu chefe de gabinete, Martins Pereira. Na ocasião, disse ter recebido do diretor da PJM um documento timbrado e assinado por este, relativo ao mal-estar da PJM face à intervenção da PJ nas investigações, mas que o mesmo não deu entrada oficial no seu gabinete por não reunir os critérios necessários, segundo a avaliação feita por Martins Pereira.

Quanto ao dia do achamento das armas [18 de outubro de 2017], Azeredo Lopes recebeu uma chamada telefónica da então Procuradora Geral da República Joana Marques Vidal a relatar que considerava que a PJM militar não tinha respeitado a delegação de competências na investigação do furto de Tancos e que estava muito desagradada com a situação, estando a ponderar fazer uma participação para efeitos da instauração de processos.

Neste processo foram constituídos 23 arguidos, sendo que nove foram acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais de Tancos e os restantes 14, entre eles o ex-ministro Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

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Indústria e emprego preocupam investidores. Wall Street no vermelho

Os mercados dos EUA terminaram a sessão desta quarta-feira no vermelho. Com a atividade industrial em mínimos e a criação de empregos abaixo das expectativas, os investidores estão receosos.

Os dados económicos conhecidos recentemente estão a deixar os investidores receosos e a pesar sobre os mercados norte-americanos. Na terceira sessão da semana, Wall Street fechou, por isso, em terreno negativo, com a atividade industrial e a criação de emprego a pressionar.

O índice de referência, o S&P 500 desvalorizou 1,77% para 2.888,35 pontos. Também o industrial Dow Jones seguiu essa tendência, tendo recuado 1,83% para 26.086,12 pontos. E nem o tecnológico Nasdaq escapou às perdas, tenho descido 1,51% para 7.788,94 pontos.

Este desempenho dos mercados norte-americanos justifica-se pelo sentimento de receio dos investidores face aos dados económicos conhecidos recentemente. Esta quarta-feira ficou marcada pela nota de que as empresas dos Estados Unidos geraram, em agosto, menos emprego do que estava previsto. “As empresas estão mais cautelosas nas contratações”, sublinhou o departamento do trabalho norte-americano, referindo que as empresas mais pequenas estão “especialmente hesitantes”.

A este dado desanimador junta-se um outro. Na terça-feira, o instituto que mede o pulso à saúde fabril dos EUA adiantou que a atividade industrial está em mínimos de dez anos. O indicador de atividade industrial do país caiu para 47,8 pontos, um mínimo desde 2009, depois de em agosto já ter caído para abaixo da marca dos 50 pontos, nível que separa a contração da expansão. Estes resultados confirmam que a economia norte-americana já está a sofrer com a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e deixam os investidores pouco confiantes na capacidade da economia crescer com força.

A propósito, na próxima semana, está marcada uma reunião entre Pequim e Washington para definir o destino das relações comerciais entre estas potências, o que também está a deixar os investidores expectantes. Também na próxima semana, devem ser conhecidos os resultados registados pelas várias empresas norte-americanas no terceiro trimestre do ano, o que contribui para o tal sentimento de expectativa.

Destaque ainda para as ações da automóvel Ford, que recuaram 3,26% para 8,61 dólares, depois da fabricante ter anunciado uma quebra de cerca de 5% nas vendas de viaturas, de julho a setembro.

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Centeno já tem relatório das operações stop do Fisco. Está a analisar

  • ECO
  • 2 Outubro 2019

O relatório das operações stop levadas a cabo pela Autoridade Tributária já chegou ao gabinete de Mário Centeno há um mês. Com as legislativas à porta, Finanças ainda estão a analisar documento.

O relatório interno da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) sobre as operações stop levadas a cabo para cobrar dívidas e, em alguns casos, penhorar mesmo automóveis à beira da estrada já está nas mãos do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais há um mês, avança o Público (acesso condicionado), esta quarta-feira. A menos de uma semana das legislativas, ainda não foi tomada qualquer decisão. O Governo diz que ainda está a analisar o documento.

De acordo com o gabinete de Mário Centeno, o relatório chegou ao Ministério das Finanças “no final da primeira semana de setembro”, estando o documento, neste momento, “em processo de avaliação”.

Em causa estão as operações stop levadas a cabo pela AT e pela GNR para cobrar dívidas fiscais, no final de maio. Durante a operação, que foi batizada de “Ação sobre Rodas”, as autoridades faziam o cruzamento das matrículas das viaturas com a situação dos proprietários no Fisco, convidando os cidadãos com dívidas a pagarem esses valores. Caso não o fizessem, GNR e AT estavam em condições de penhorar as viaturas.

Horas depois do começa da operação em Valongo, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais deu indicação para cancelar esta ação, colocando a tónica na falta de proporcionalidade dos meios usados. Esta operação acabou, de resto, por levar o diretor das Finanças do Porto a demitir-se.

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Rio ironiza que vai escrever a Costa para que ele indique quem do PSD deve debater com Centeno

  • Lusa
  • 2 Outubro 2019

Centeno disse que estava à espera da resposta de Rio ao desafio de debater os quadros macroeconómicos do PS e do PSD. Rio respondeu que irá perguntar a Costa que candidato do PSD deverá fazê-lo.

O presidente do PSD, Rui Rio, ironizou esta quarta-feira que vai escrever ao líder do PS para que António Costa indique qual o social-democrata que poderá debater com Mário Centeno, e diz aguardar uma resposta nas próximas 24 horas.

Esta tarde, em Vila Franca de Xira, o ministro Mário Centeno, candidato a deputado pelo PS, afirmou, em declarações à Lusa, estar “à espera que o doutor Rui Rio responda” ao seu desafio para debater com ele os quadros macroeconómicos dos dois partidos.

“Não é o doutor Rui Rio que vai determinar com quem é que o candidato Mário Centeno vai debater”, respondeu à Lusa, questionado por que motivo não iria debater com o também candidato a deputado pelo PSD, Álvaro Almeida.

No final de uma sessão de perguntas e respostas em Aveiro – iniciativa de campanha que o PSD tem designado de talk -, Rio fez questão de responder à notícia que recebeu via telemóvel. “Já me tinham pedido para tirar Tancos da campanha, só falta agora dizer que não sou eu quem por parte do PSD diz quem vai debater com Mário Centeno. Então vou mandar uma carta ao líder do PS para ele dizer quem do lado do PSD vai debater com o dr. Mário Centeno”, gracejou.

O líder do PSD diz ainda ter esperança que, nas próximas 24 horas, haja uma resposta favorável por parte de Mário Centeno, para que o debate se possa realizar no último dia possível antes das eleições, sexta-feira, já que no sábado é dia de reflexão. “Vamos todos aguardar, são só mais 24 horas, pode ser que o Mário Centeno aceite cumprir a sua palavra”, desafiou.

Rui Rio relembrou que o PSD indicou primeiro o porta-voz do partido para as Finanças Públicas, Joaquim Sarmento, que não é candidato a deputado, que Centeno recusou por essa razão. “Depois indicámos um que começa por A , Álvaro Almeida, se ele não gostar passamos para o B, para o C, até ao Z”, garantiu.

Rui Rio avançou até um motivo pelo qual considera que Mário Centeno não está a aceitar este debate. “A minha intuição é que não faz o debate porque sabe que o que trouxe para a praça pública não corresponde à verdade e, neste momento, perder um debate desse é terrível para o PS. Já perderam muita coisa nas últimas semanas e por isso não querem mais”, afirmou.

Em 30 de setembro, o ministro Mário Centeno e candidato a deputado pelo PS tinha-se mostrado disponível para debater com o presidente do PSD, Rui Rio, ou com um candidato a deputado social-democrata as previsões macroeconómicas dos programas eleitorais dos dois partidos. “Se houver algum candidato a deputado do PSD, em particular o Dr. Rui Rio, que queira debater estas questões comigo, não terei nenhuma dificuldade em fazê-lo”, disse Mário Centeno, nessa ocasião.

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Arruada tensa do CDS no Porto, com palavrões e empurrões à mistura

  • Lusa
  • 2 Outubro 2019

Assunção Cristas viveu, esta quarta-feira, momentos de tensão, num arruada no Porto que ficou marcada por protestos e empurrões.

A arruada do CDS-PP, com Assunção Cristas, no Porto viveu esta quarta-feira momentos de tensão, com protestos de pessoas contra o ex-governo PSD/CDS, empurrões e até uma tentativa de agressão à líder centrista.

Foi a terceira pessoa que, durante a arruada, gritou e protestou contra o anterior Governo, a que Cristas pertenceu, e as medidas de austeridade quando a tentativa de agressão aconteceu, junto à rua de Santa Catarina, por uma mulher que se aproximou de Cristas aos gritos e empurrou-a.

Membros da comitiva do CDS tentaram proteger a presidente, e um deles, Fernando Barbosa, líder da distrital e candidato a deputado do partido pelo círculo do Porto, empurrou a mulher, afastando-a de Assunção Cristas.

No final, a mulher afirmou a jornalistas que tinha empurrado Cristas, gritou-lhes “ladrões”, com vários palavrões à mistura: “São uns ladrões, não se aproveita nada. Não gosto dela.”

Até ao final da arruada, entre as 18:00 e as 18:45, animada esta quarta-feira com bombos, rufos e gaita-de-foles, a presidente do CDS nada disse sobre o incidente.

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Fundo para uma Transição Justa é tarefa imediata de Elisa Ferreira

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 2 Outubro 2019

Comissária indigitada garantiu que a criação do novo Fundo para uma Transição Justa será uma "tarefa imediata", prometendo uma proposta nos primeiros 100 dias do seu mandato.

Elisa Ferreira apresentou os seus seis grandes trabalhos a executar durante o mandato como comissária para a pasta da Coesão e Reformas, alguns deles a realizar nos primeiros 100 dias. As tarefas estão em linha com o que a presidente-eleita lhe encomendou na sua carta de missão.

Elisa Ferreira compareceu esta tarde na audição das comissões do Parlamento Europeu que avaliam as suas competências e conhecimentos para assumir a pasta da Coesão e Reformas no executivo liderado pela alemã Ursula von der Leyen.

Na sua intervenção inicial, a comissária indigitada garantiu que a criação do novo Fundo para uma Transição Justa será uma “tarefa imediata”, prometendo uma proposta nos primeiros 100 dias do seu mandato. O novo instrumento financeiro deverá apoiar as regiões europeias mais afetadas pela transição energética e é uma das prioridades da nova Comissão Europeia.

Elisa Ferreira sublinhou ainda a necessidade de simplificar os procedimentos e programas da política de coesão, que passe pela redução de custos administrativos e facilitar a burocracia para os pequenos beneficiários.

A comissária designada pelo governo português destacou como outro ponto relevante do seu mandato a importância de a UE avançar com reformas para reforçar a convergência e a competitividade na UEM. “Os investimentos e as reformas desempenham um papel chave”, afirmou. “É tempo de retomar a discussão sobre os novos instrumentos de apoio ao investimento: programa de apoio a reformas e o instrumento orçamental para a convergência e competitividade da Zona Euro”. “Reformas e coesão tem de trabalhar em conjunto” e reforçar-se mutuamente. Também nesta área, Elisa Ferreira pretende fazer “progressos visíveis” nos primeiros 100 dias com a apresentação de um programa.

A comissária indigitada garantiu o desenvolvimento sustentável das cidades e das áreas urbanas europeias. Nesse sentido, destacou a realização do Forum CITIES a ter lugar no Porto, em janeiro de 2020.

Elisa Ferreira prometeu ainda dar “atenção particular” às regiões ultraperiféricas da União Europeia, destacando as áreas das pescas à investigação, dos transportes às alterações climáticas. Finalmente, sublinhou a área da comunicação e prometeu visitar as regiões para compreender as preocupações e aspirações locais.

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Debate? “Estou à espera que Rui Rio responda”, diz Centeno

  • Lusa e ECO
  • 2 Outubro 2019

Mário Centeno quer mesmo debater os programas macroeconómicos do PS e do PSD. Diz estar à espera da resposta de Rui Rio.

O ministro Mário Centeno, candidato a deputado pelo PS, insistiu esta quarta-feira, em declarações à Lusa, em debater os programas macroeconómicos dos dois partidos com Rui Rio.

“Estou à espera que o doutor Rui Rio responda. Não é o doutor Rui Rio que vai determinar com quem é que o candidato Mário Centeno vai debater“, respondeu Mário Centeno à Lusa, quando perguntado por que motivo não iria debater com o também candidato a deputado pelo PSD, Álvaro Almeida.

O também ministro das Finanças afirmou também que o PSD quer implementar “já em 2020” medidas “com um custo muito elevado no Orçamento do Estado, custo esse que não é refletido nas projeções que o PSD apresenta para as receitas”.

“Não podemos prometer cortar impostos num montante superior a 1.000 milhões de euros e depois ter a receita fiscal a crescer acima do PIB”, argumentou o candidato a deputado pelo círculo de Lisboa. Segundo Mário Centeno, no cenário do PSD estão previstos 2.000 milhões de euros de aumento de receita em 2020, que correspondem a um aumento de 3% de receita fiscal.

“Estes números é suposto já refletirem o corte de impostos que o PSD propõe para 2020, que levaria, se fossem incluídos, o aumento da receita total próxima dos 6%. Não há nenhum modelo para a economia portuguesa que possa sustentar um crescimento da receita fiscal próxima dos 6%”, asseverou o ministro das Finanças.

Mário Centeno acusou o PSD de propor “um programa eleitoral que não está financiado”, e de já em 2020 não ter “dinheiro para pagar as promessas que faz”. “Não é ao centro que o líder do PSD está a falar. O líder do PSD está a falar de um cenário radical, de propostas sem nenhum fundamento do ponto de vista financeiro, e que já em 2020 levariam o país para uma derrapagem orçamental“.

Já o programa do PS, de acordo com Centeno, está “ancorado no Programa de Estabilidade”, o documento orçamental de 2019 “mais escrutinado por todos”, como o parlamento, a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental), o Conselho das Finanças Públicas e a Comissão Europeia.

Na terça-feira, Rui Rio desafiou o ministro das Finanças ainda em funções a debater com o economista social-democrata Álvaro Almeida, que é candidato pelo Porto, tendo Centeno ficado em silêncio até esta tarde. “Porque espera o CR7 das Finanças para honrar a sua palavra?”, atirou Rio.

O presidente do PSD tinha desafiado Mário Centeno a um frente a frente com Joaquim Miranda Sarmento, mas o economista socialista respondeu: “Os líderes debatem contra os líderes, os candidatos debatem com os candidatos”. Daí que Rio tenha acabado por sugerir o nome de Álvaro Almeida.

Esta quarta-feira, num artigo de opinião publicado no ECO, o atual secretário de Estado do Orçamento veio colocar-se ao lado de Centeno, apontando um buraco de 4.750 milhões de euros no cenário macroeconómico do PSD. “No passado, este tipo de exercícios de magia acabou por resultar em derrapagens, orçamentos retificativos e cortes nos rendimentos”, escreveu João Leão.

Em resposta, Joaquim Miranda Sarmento — também num artigo de opinião publicado no ECO — considerou que Centeno e Leão são “muito exaustivos no uso de adjetivos, mas pouco consistentes em termos técnicos”. “As Finanças controlaram despesa com cativações e a adiar pagamentos com fornecedores”, escreveu.

(Notícia atualizada às 20h53)

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PS volta a subir nas sondagens. Todos os outros partidos caem

  • ECO
  • 2 Outubro 2019

Uma sondagem feita para a TSF, Jornal de Notícias e TVI indica que o PS voltou a distanciar-se do PSD. Os socialistas recolhem 37,4% das intenções de voto, ficando quase nove pontos acima do PSD.

O PS volta a subir nas intenções de voto para as legislativas. A sondagem diária realizada pela Pitagórica mostra que o partido de António Costa com 37,4%, isto num dia em que todas as outras forças políticas recuaram nas intenções de voto. Aumentou a distância para o PSD.

De acordo com a sondagem realizada para a TSF, Jornal de Notícias e TVI, o PS passou de 35,6% para 37,4%, enquanto o partido de Rui Rio recuou para 28,5%. A diferença entre ambos os partidos passou a ser de quase nove pontos percentuais.

O estudo de opinião realizado esta terça-feira apontava um ligeiro aumento do PS e uma descida ligeira do PSD, para 35,6% e 28,6% das intenções de voto, respetivamente. Há uma semana e meia, a distância entre social-democratas e socialistas era de 14 pontos, um valor significativamente superior à diferença atual.

Esta terça-feira foi conhecida também a sondagem da Universidade Católica para o Público e para a RTP, que indicava que o PS recolhia 37% das intenções de voto com o PSD a chegar aos 30%, estreitando-se o fosso entre os dois maiores partidos na corrida à Assembleia da República.

A concretizaram-se esses resultados, o partido de António Costa conseguiria entre 97 e 107 deputados, ficando aquém da maioria “inequívoca” que tanto tem sido pedido pelos socialistas.

Todos os partidos caem, menos o PS e o PAN

Na sondagem diária da Pitagórica, com base em 600 inquéritos, enquanto o PS sobe, PSD e os restantes partidos descem, com exceção do PAN que aparece que sobe um ponto.

A três dias das eleições legislativas, o estudo revela uma queda de seis décimas do Bloco de Esquerda, para os 8,9%; a CDU recolhe 7,4% de intenções de voto depois de perder quatro décimas e o CDS fixa-se nos 4%. O PAN, de André Silva, cresce para os 3,8%, muito próximo do CDS.

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Novo Banco vende Monte do Pasto a investidores chineses

  • Lusa
  • 2 Outubro 2019

A compra do grupo Monte do Pasto ao Novo Banco, pelo grupo CESL Asia, é um negócio avaliado em 37,5 milhões de euros.

O grupo CESL Asia, através das suas subsidiárias Focus Platform e Focus Agriculture, formalizou, em Lisboa, a compra do grupo Monte do Pasto ao Novo Banco, numa “transação globalmente avaliada” em 37,5 milhões de euros, foi esta quinta-feira anunciado.

“Trata-se de uma aquisição significativa de importantes capacidades de gestão e operações em Portugal, com integração no CESL Asia da equipa do Monte do Pasto, além de um ativo que compreende 3.700 hectares de terras agrícolas, usadas principalmente como pastagens, mas que pode ser desenvolvido e valorizado por meio de atividades agrícolas adicionais”, indicou, em comunicado, o grupo.

Questionada pela Lusa, fonte oficial do CESL Asia disse que “a transação foi globalmente avaliada em 37,5 milhões de euros”. Este grupo pretende desenvolver com o Monte do Pasto uma “plataforma Portugal-Macau que potencie as produções existentes, permita o lançamento de novas atividades agrícolas e pecuárias sustentáveis e contribua significativamente para o desenvolvimento de toda a região do Alentejo e a economia portuguesa”.

Por outro lado, o CESL Asia pretende também intensificar as exportações para Macau e China e “aproveitar as oportunidades a serem criadas pela plataforma de macau para a cooperação social e económica entre China, Portugal e os países de língua portuguesa (plataforma de macau)”.

Citado no mesmo documento, o presidente executivo do grupo, António Trindade, vincou que esta aquisição dá início a “uma nova era no investimento de empresas privadas de Macau e prósperas empresas portuguesas”.

Para António Trindade, cabe também ao grupo CESL consolidar a estratégia de crescimento e “o caminho para a excelência” da Plataforma de Macau para o financiamento, gestão e operação de negócios na Grande Baía e nos países de língua portuguesa. A assinatura do acordo para a compra do grupo português produtor de gado bovino já tinha decorrido no dia 01 de março.

Na mesma cerimónia, a empresa de Macau assinou também um acordo de cooperação estratégica com a sucursal de Macau do Banco da China. No comunicado divulgado esta quarta-feira, António Trindade destacou que este acordo de cooperação “reveste-se de extrema importância”, tendo o Banco da China demonstrado “apoio firme” à estratégia de plataforma.

“Esperamos diversificar investimentos noutros setores relacionados com as nossas competências, designadamente na agricultura, na importação/exportação de alimentos de alta qualidade e na energia limpa, por meio da nossa subsidiária integral Focus Renewables, que já possui e opera três centrais de tecnologia de concentração solar portuguesa”, concluiu.

Paralelamente, na próxima terça-feira, o CESL Asia vai apresentar às autoridades portuguesas, em Lisboa, “uma visão da parceria internacional com o Monte do Pasto” para o desenvolvimento da plataforma Focus, base operacional para empresas de alimentos e energia verde em Portugal, Macau, China e países de língua portuguesa.

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Haitong ganha (ou perde) 500 mil euros com venda de negócio na Irlanda

O banco de investimento anunciou a 30 de setembro a venda por 12 milhões da subsidiária irlandesa. Agora diz que a operação terá uma potencial perda ou ganho entre -500 mil e +500 mil euros.

O Haitong ainda não sabe se vai ganhar ou perder com a venda à casa-mãe da sua subsidiária irlandesa. O banco de investimento divulgou, esta quarta-feira, uma adenda no site da CMVM onde informa que com esta operação terá uma potencial perda ou ganho que cai no intervalo entre -500 mil euros e +500 mil euros.

“No seguimento da comunicação divulgada pelo Haitong Bank em 30 de setembro de 2019 sobre o contrato de compra e venda celebrado com a Haitong International Holdings Limited para a venda da Haitong Investment Ireland, o Haitong Bank informa que terá uma potencial perda ou ganho no intervalo de -500 mil euros e +500 mil euros”, dá conta o comunicado publicado no site do regulador da bolsa.

O Haitong explica que o resultado a alcançar está “dependente do Valor do Ativo Líquido da Haitong Investment Ireland apurado à data da conclusão da venda“. Diz ainda que os valores correspondem apenas a “um intervalo indicativo e estão sujeitos a ajustes no âmbito dos procedimentos de Due Diligence“, e que “as potenciais perdas ou ganhos apenas serão refletidos nas contas do Banco quando se materializarem”.

Foi na passada terça-feira que o Haitong deu conta da alienação, no âmbito da sua reestruturação, da subsidiária irlandesa por 12 milhões de euros, indicando na altura ser expectável que a conclusão da operação seja feita até ao final deste ano.

Na ocasião, o banco de investimento adiantou que com esta operação, obterá um “aumento de disponibilidade de ativos ponderados pelo risco (RWAs) bem como a redução de créditos não produtivos (NPLs) expressos no balanço do Haitong Bank, melhorando o rácio de NPLs de 20,7% para 4,6%”.

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Fusões e aquisições aceleram. Imobiliário em destaque

Houve 271 operações de fusões e aquisições nos primeiros nove meses do ano, com o setor imobiliário a liderar em número. Os espanhóis foram os que mais investiram nas empresas em Portugal.

O número de fusões e aquisições entre empresas continua a aumentar e, até setembro, subiu 6,3%, revelam os dados do Transactional Track Record (TTR). Como seria de esperar, foi no imobiliário que se observou o maior número de transações, embora o setor tenha registado uma pequena queda. No que diz respeito aos investidores, foram os espanhóis que mostraram mais interesse pelas empresas portuguesas, mas os norte-americanos estão a ganhar “terreno”.

De todas 271 operações de fusão e aquisição entre empresas registadas entre janeiro e setembro, 103 tiveram os valores divulgados e somaram 7,2 mil milhões de euros, diz o relatório. Se em número se observou um aumento de 6,3% face ao mesmo período do ano passado, em montante a subida foi ainda maior: 21,52%.

O setor imobiliário, embora tenha observado uma descida de 5%, destacou-se ao concentrar o maior número de operações: 61. Esta evolução vem confirmar o desempenho que o mercado tem vindo a atravessar, dado o crescimento do número de vendas de casas, bem como dos respetivos preços.

Atrás do setor da habitação aparece o setor tecnológico com um aumento de 23% para 43 operações, à frente do setor financeiro que cresceu 4% para um total de 26 operações.

No que diz respeito a investimentos de empresas internacionais em portuguesas (cross-border inbound), foram observadas 128 transações, num total de 5,2 mil milhões de euros. Aqui, foram as empresas espanholas que brilharam ao somarem 34 aquisições entre janeiro e setembro, à frente das norte-americanas que subiram 100% para um total de 26 transações.

Os investimentos feitos por fundos de venture capital dispararam 75% para 49 operações, mostra o relatório, mas também viram o montante investido aumentar 130% para 299 milhões de euros. As empresas do setor tecnológico foram as que mais investimento receberam dentro deste tópico, num total de 28 operações.

Relativamente à assessoria jurídica, as estrelas foram os escritórios de advogados Morais Leitão, Galvão Teles e Soares da Silva & Associados com um valor total de 1,423 mil milhões de euros. Em número foi a PLMJ quem se destacou com 21 transações.

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