Estado perdeu 170 obras de arte de coleção pública

  • ECO
  • 1 Junho 2019

Segundo o Expresso, no inventário que o Estado está a realizar já deu conta do desaparecimento de 170 obras de arte. Embaixadas, institutos públicos e gabinetes governamentais entre os visados.

O Estado perdeu 170 obras de arte da Coleção de Arte Contemporânea do Ministério da Cultura, entre elas obras de Júlio Pomar, Vieira da Silva e Helena de Almeida, noticia o semanário Expresso.

De acordo com o semanário, a Direção-Geral do Património cultural está a fazer um inventário das obras da coleção do Estado, com mais de 1300 obras de artistas nacionais e estrangeiros compradas ao longo dos anos.

Algumas das obras terão servido de decoração em várias embaixadas portuguesas no estrangeiro durante os anos 90, mas já no início da década seguinte, quando se tentaram recuperar essas obras, muitas já tinham desaparecido, e as embaixadas não sabiam seu paradeiro ou o que teria acontecido.

Mas não foi só de embaixadas que desapareceram estas obras. Parte da coleção do Estado tem sido usada para decorar institutos públicos e gabinetes governamentais, e algumas destas também desapareceram sem deixar rasto.

Estão em causa peças de Maria Helena Vieira da Silva, Graça Morais, António Dacosta, José de Guimarães, Cristina Iglésias, Rosa Ramalho, Malangatana, Fernando Lanhas, Pedro Proença, Abel Manta, Francisco Franco, Martins Correia, Manuel Baptista, António Costa Pinheiro e Francisco Rocha, diz o semanário Expresso.

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Diretora-geral do Fisco nega conhecimento das operações Stop

  • ECO
  • 1 Junho 2019

Helena Borges, em declarações ao Jornal de Notícias e ao Público, fala pela primeira vez sobre a polémica e diz que não tinha conhecimento dos planos do diretor de Finanças do Porto.

A diretora-geral da Autoridade Tributária, Helena Borges, garante que desconhecia as operações-stop que a direção de impostos e a GNR estavam a realizar no distrito do Porto, com a consequente penhoras de carros a devedores. Helena Borges disse que soube das operações pela imprensa, quando já decorriam.

Em declarações ao Jornal de Notícias e ao jornal Público, a responsável máximo pelo Fisco disse que não teve conhecimento da ação previamente, e, até que nunca teve essa conversa com o diretor de Finanças do Porto.

Não conhecia o plano, nunca o diretor de Finanças do Porto discutiu o tema comigo, nem o partilhou ou submeteu a discussão em qualquer reunião do Conselho de Administração da Autoridade Tributária e Aduaneira. Tive conhecimento da ação, já em curso, através da Imprensa”, disse Helena Borges ao Jornal de Notícias.

Os dois jornais adiantam que, apesar de a diretora da AT alegar que não conhecia os planos, estes estavam descritos de forma explicita no Plano de Atividades da Direção de Finanças do Porto, citando inclusivamente “operações stop em estradas com grande fluxo de trânsito de forma a identificar veículos automóveis de devedores com vista à sua penhora ou apreensão”.

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Para as empresas, não há só crédito. Finance for Growth explica

O Finance for Growth entrou numa nova fase. Em Aveiro estrearam-se os Finance Labs for Growth para mostrar às empresas os vários modelos de financiamento.

O Finance for Growth entrou numa nova fase. Em Aveiro estrearam-se os Finance Labs for Growth, laboratórios experimentais que permitiram às empresas participar numa sessão de consultoria coletiva que teve como enfoque principal os modelos de financiamento.

Desenvolvimento de planos de crescimento e investimento e a seleção de modelos de financiamento foram alguns dos temas que estiveram em cima da mesa na Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA), numa sessão orientada por um consultor da Universidade Católica Portuguesa. E que contou ainda com a participação especial do Vogal do Conselho Diretivo do IAPMEI.

"O objetivo do Programa Capitalizar é dotar as empresas de uma estrutura financeira mais sólida, com capacidade para realizar mais investimentos de forma a conseguirem alcançar novos mercados externos e reforçar as exportações do país.”

Nuno Gonçalves

Vogal do Conselho Diretivo do IAPMEI

É preciso “mostrar às empresas que existem outro tipo de possibilidades de financiamento para além do crédito bancário. Estamos numa era em que o acesso ao crédito é cada vez mais difícil e a capitalização das empresas não pode passar apenas pela banca”, afirmou Nuno Gonçalves.

Neste sentido, o Vogal do Conselho Diretivo do IAPMEI frisou a importância do programa Capitalizar Mais, que foi lançado em 2016 pelo Governo. “As nossas empresas têm estado fragilizadas no ponto de vista da capitalização, e por isso mesmo surgiu o programa Capitalizar Mais que permitiu as empresas reforçarem mais facilmente os seus capitais próprios de forma a melhorarem as suas vantagens competitivas”.

Experiência “enriquecedora”

O Finance for Growth foi lançado em 2018 pela AEP (Associação Empresarial de Portugal) e da AIP (Associação Industrial Portuguesa). Por estas sessões já passaram mais de 500 empresas, sendo a ClusterMediaLabs e a JMS algumas delas. E a expectativa tem correspondido à experiência que, dizem, está a ajudar no crescimento.

Este tipo de consultoria ajuda a própria definição estratégica das empresas, uma vez que todos os temas abordados nestas sessões de coletivas têm uma aplicação imediata”, diz José Silva, fundador e CFO da ClusterMediaLabs, recomendando vivamente a participação de outras empresas. Paula Silva, vogal do conselho de administração da JMS, apela ao mesmo.

“Recomendo vivamente” a participação de outras PME no Finance for Growth, diz, salientando que tem sido uma “experiência enriquecedora”. Acrescenta também que ao longo das várias sessões tem aprendido a dominar algumas áreas que não dominava e já não depende de terceiros para a análise e tomada de decisões. “Graças a esta consultoria já consigo tomar decisões com outra segurança”, refere.

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Quiz: Acha que sabe fazer crescer as poupanças do seu filho?

É pai? Acha que está preparado para fazer crescer as poupanças do seu filho? O ECO preparou um quiz com cinco perguntas para que possa testar os seus conhecimentos.

É Dia da Criança. Além da brincadeira com os mais pequenos, este dia também deve servir para falar de coisas sérias, mas importantes, como é o caso da formação financeira dos mais jovens. Crianças com uma boa educação financeira estão melhor preparadas para se tornarem adultos financeiramente responsáveis. E nesse âmbito, para além das escolas, os pais desempenham um papel essencial.

Esse papel é particularmente relevante no que respeita a incutir hábitos de poupança no dia-a-dia dos mais jovens, sobretudo num contexto em que a rotina de poupança está a ser abandonada por muitos portugueses. Os dados mais recentes mostram que a taxa de poupança das famílias portuguesas está em mínimos históricos. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2018, os portugueses pouparam apenas 4,6 euros por cada 100 de rendimento disponível, o valor mais baixo desde pelo menos 1999.

Evitar que os mais jovens se deixem apanhar na “armadilha” de não poupar depende de pequenos ensinamentos em casa. Mas estarão os pais preparados para ajudar os mais pequenos nesse objetivo? O ECO preparou um quiz com cinco perguntas destinadas aos pais que pretendam avaliar se estão aptos a ajudar a fazer crescer as poupanças dos mais novos. Faça o teste.

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Está apto para ajudar a fazer crescer as poupanças do seu filho?

A capacidade dos mais pequenos em fazer crescer as suas poupanças depende em grande medida da educação financeira que tiveram em casa. Saiba se é um pai que está à altura de ensinar os seus filhos nessa missão.

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Qual a solução mais indicada para aplicar as poupanças dos mais pequenos?

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Se aplicar 100 euros no dia do nascimento do seu filho num produto que renda 1,5% ao ano, sem capitalização de juros, quanto dinheiro terá amealhado aos 18 anos em termos brutos?

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A partir de que idade é aconselhado começar a dar mesada aos filhos?

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Quando a mesada acaba antes do fim do mês o que deve fazer?

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Qual o cartão bancário que deve dar primeiro ao seu filho?

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Estado anuncia que não vai renovar contrato da PPP do Hospital de Vila Franca de Xira

  • Lusa
  • 1 Junho 2019

A ARS de Lisboa e Vale do Tejo comunicou à entidade gestora do Hospital de Vila Franca (HVFX) a não renovação do contrato de gestão desta PPP, mas quer uma prorrogação do atual por mais 24 meses.

Já está decidido: A ARS de Lisboa e Vale do Tejo não vai renovar a Parceria Público-Privada (PPP) no Hospital de Vila Franca de Xira. “Esta decisão prende-se com o facto de, na sequência dos trabalhos da Equipa de Projeto, se ter considerado a necessidade de introduzir modificações no contrato que são incompatíveis com a sua atual redação e com as regras em matéria de contratação pública”, revelou a ARS-LVT, numa nota enviada à comunicação social.

Na mesma nota, a ARS-LVT realça que, “considerando a necessidade de análise de outros elementos essenciais à decisão quanto ao modelo de gestão a adotar”, foi “proposta à entidade gestora do HVFX a possibilidade de o contrato ser renovado por um período não superior a 24 meses, prorrogável por 12 meses, de forma a garantir a implementação das decisões que venham a ser tomadas”.

O contrato de vigência desta PPP termina a 31 de maio de 2021 e estava em causa a sua renovação por 10 anos, acrescentou.

O Hospital de Vila Franca de Xira é gerido, em regime de parceria público-privada, pela Escala Vila Franca Sociedade Gestora do Estabelecimento, cujo principal acionista é o grupo José de Mello Saúde.

Desde a semana passada, o HVFX tem estado no centro de uma polémica, depois de a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) ter revelado que esta unidade de saúde teve centenas de utentes internados em refeitórios, pelo menos ao longo de quatro anos, havendo também casos de doentes internados em corredores e em casas de banho.

O regulador da Saúde analisou centenas de reclamações de utentes que indicavam ter ficado internados em refeitórios no Hospital Vila Franca de Xira e concluiu que “a utilização dos refeitórios para internamento de utentes não é uma medida excecional e não tem qualquer relação com o aumento de procura dos serviços do hospital”.

A sociedade gestora do Hospital alegou, perante a ERS, que a utilização de antigos refeitórios para internamento de utentes “estava prevista no âmbito dos planos de contingência em vigor”, em situação em que a capacidade de internamento se encontrava esgotada, nos períodos entre outubro e março de cada ano.

O Hospital acrescentou ainda que, “apesar dos constrangimentos” há a “garantia de que nenhum utente deixa de ter o tratamento que lhe é devido pelo facto de dispor de uma alocação temporariamente menos cómoda”.

Contudo, a ERS entende que se veio a provar que a utilização dos espaços de refeitório não foi uma medida excecional.

Na quinta-feira, a ministra da Saúde considerou “totalmente inaceitável” a situação dos internamentos em refeitórios no Hospital de Vila Franca de Xira, mas avisou que isso não poderia “contaminar o processo de decisão” quanto à manutenção da parceria público-privada.

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E se fosse parado numa operação stop pelo Fisco? Estes quatro advogados respondem

A operação stop levada a cabo pela AT e pela GNR no Porto fez correr muita tinta esta semana, mas permanece a questão: Como deveriam ter reagido os contribuintes? O ECO foi à procura de respostas.

A semana ficou marcada pela operação stop levada a cabo pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e pela GNR para cobrar dívidas fiscais aos condutores do Porto. “Não foi uma decisão feliz”, acabou por reconhecer o ministro das Finanças, considerando mesmo que esta ação foi “desproporcionada”. Mas como poderiam ter reagido os contribuintes a essa operação? O ECO foi ouvir quatro advogados.

Na manhã de terça-feira, os condutores de Alfena, em Valongo, foram surpreendidos por uma operação stop do Fisco em colaboração com a GNR. As autoridades estavam a cruzar as matrículas com a situação fiscal dos proprietários dessas viaturas, convidando os condutores com dívidas a saldarem o montante. Se não o fizessem, GNR e AT consideravam mesmo estar em condições de penhorar o automóvel.

Rapidamente, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais mandou suspender esta ação de fiscalização e garantiu que “a situação não volta a ser repetida”. E poucos dias depois, o Diretor de Finanças do Porto demitiu-se para reservar a Autoridade Tributária e Aduaneira enquanto instituição de reconhecida relevância.

Entretanto, decorre um inquérito interno para verificar se os direitos dos contribuintes foram preservados, mas permanece a questão: O que poderiam ter feito os condutores naquela situação? O ECO foi perguntar a advogados.

“Se o Fisco me mandasse parar numa operação stop ficaria muito feliz”

“Se o Fisco me mandasse parar numa operação stop ficaria muito feliz, desde logo porque não tenho dívidas”, diz Nuno Oliveira Santos, da Raposo, Sá Miranda & Associados. O advogado deixa críticas duras à AT e acrescenta: “Aproveitava para pedir a ajuda da GNR para fazer com que o Fisco cumprisse com as decisões dos tribunais que o condena ao pagamento de indemnizações aos contribuintes, mas passam anos sem as mesmas serem cumpridas; certamente a GNR iria colaborar para fazer valer as decisões dos tribunais e prender quem não as cumpre”.

“Recusaria aceitar uma qualquer penhora de bens”

Se José Maria Montenegro, da Morais Leitão, tivesse sido parado pela AT e pela GNR numa das várias operações stop levadas a cabo a Norte nos últimos tempos para cobrar dívidas fiscais, o primeiro passo que tomaria seria ligar ao seu advogado. “Suponho que ele me recomendasse que nada assinasse e que respondesse sempre com firmeza”, salienta.

José Maria Montenegro nota que, embora tais ações de fiscalização não sejam ilegais, a AT e a GNR cometeram “um abuso de direito”, violaram “o princípio da proporcionalidade”, afrontaram o direito à “reserva da vida privada e ao sigilo fiscal” e “muito provavelmente” violaram o direito de defesa. “Naturalmente que cuidaria de identificar todos os agentes e responsáveis”, alerta, referindo ainda: “Claro que, num contexto como aquele, me recusaria a aceitar uma qualquer penhora de bens, designadamente do meu automóvel. E exigiria sempre uma fundamentação, por escrito e devidamente assinada, de todos os atos que ali me fossem dirigidos”.

No caso de ser confrontado com uma dívida fiscal, o advogado da Morais Leitão pediria para pagar em prestações. Isto se “não pudesse invocar a sua prescrição”. “Se me exibissem uma eventual falta de garantia, responderia que pretendo requerer a sua dispensa. E registaria fotograficamente todo aquele lamentável aparato (para melhor documentação”, sublinha.

“Perante tal grosseira violação, só resta uma opção aos cidadãos, o direito de resistência”

No entender de Pedro Pais de Almeida, sócio da Abreu Advogados, perante a operação stop do Fisco, só sobrava uma opção aos cidadãos: “O direito de resistência, consagrado no artigo 21.º da Constituição da República Portuguesa”. O advogado lembra mesmo esse artigo: “Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública”.

Pais de Almeida deixa ainda fortes críticas a esta ação de fiscalização, considerando que o Fisco “não tem qualquer justificação” e que a AT e a GNR “violaram a lei”.

Seis informações a serem exigidas pelos contribuintes

Patrick Dewerbe, sócio da CMS Rui Pena & Arnaut, deixa uma recomendação com seis pontos aos contribuintes que se encontrem na situação em causa. “Um contribuinte que seja interpelado na rua ou no seu veículo para pagar uma dívida, sob pena de penhora, pode e deve exigir: A identificação do funcionário da AT; Uma cópia do despacho, ordem serviço ou documento que instrui a diligência em causa; A identificação da dívida e estado em que a mesma se encontra; A demonstração, por parte da AT, dos meios utilizados na notificação / citação e prova de que as mesmas foram efetivamente realizadas; A identificação dos fundamentos subjacentes à liquidação / cobrança da dívida; A identificação dos meios de defesa de que o Contribuinte dispõe para reagir à as diligencias em causa”.

Caso esses dados não sejam facultados ao contribuinte, o advogado recomenda que não seja feito o pagamento da dívida. “E caso a AT proceda, ainda assim, a uma penhora, deverá solicitar a entrega de toda a documentação subjacente aquela dívida, bem como da penhora para posterior contestação da mesma e da dívida que lhe está subjacente”, aconselha.

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Políticos são os principais responsáveis pela crise da democracia, conclui estudo

  • Lusa
  • 31 Maio 2019

A crise das democracias em Portugal e na Europa está diretamente relacionada com problemas sociais como o desemprego e a maior responsabilidade é das elites políticas.

A crise das democracias em Portugal e na Europa está diretamente relacionada com problemas sociais como o desemprego e a maior responsabilidade é das elites políticas, conclui um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos a divulgar sábado.

Os níveis de desconfiança face às instituições democráticas nacionais e europeias, tal como de insatisfação com a democracia, estão diretamente associados ao aumento do desemprego, dos níveis de pobreza e das desigualdades sociais, assim como aos débeis níveis de desempenho e crescimento da economia”, conclui o estudo sobre Cultura Política e Democracia na Europa do Sul, coordenado pelo professor Tiago Fernandes, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa.

Os autores do documento, que será publicado em livro pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, concluem que “a grande recessão de 2007-2014 gerou uma grave crise social e política nas democracias da Europa do Sul” e “com o decorrente aumento das desigualdades, gerou-se nestes países uma crise democrática, visível no exponencial aumento dos protestos por parte dos cidadãos e no simultâneo decréscimo da confiança nas instituições”.

A crise da confiança em Portugal, Espanha, França, Itália e na Grécia está claramente ligada à incapacidade de os governos das democracias nacionais e da União Europeia gerarem prosperidade, emprego e segurança económica para o cidadão comum, nos últimos 30 anos. A era da globalização trouxe, assim, consequências nefastas para a relação dos cidadãos com os regimes democráticos, nesta região”, sublinham.

Outra das conclusões é a de que “a existência de partidos fortes e com fortes ligações a organizações da sociedade civil é um fator decisivo na criação de confiança”. “Sempre que os partidos políticos forem dotados de estruturas nacionais e locais fortes, a coesão legislativa for elevada, e as suas posições políticas forem claras e programáticas, mais fácil será o estabelecimento de laços duradouros entre os partidos e os cidadãos e, por conseguinte, maior será a confiança nas instituições e no processo democrático em geral”.

Mas, segundo os autores, “não é tanto a participação cidadã autónoma na sociedade civil ou partidos descentralizados e abertos que favorecem os laços de confiança entre cidadãos e democracia, mas antes a capacidade de os partidos e organizações da sociedade civil estabelecerem alianças políticas e canais de comunicação e colaboração regulares”.

O estudo indica, por outro lado, que a corrupção tem igualmente “efeitos consideráveis” na crise de confiança que afeta as democracias ocidentais. “O índice de corrupção tem um efeito causal direto na diminuição da confiança dos cidadãos e parece ter-se tornado mais prejudicial para os níveis de confiança na democracia após o advento da crise”, aponta.

Os autores alertam que “quando os atores políticos usam os benefícios dos cargos políticos que ocupam, bem como o acesso privilegiado aos recursos do Estado para fins privados, instala-se uma crise de confiança”. “Os resultados parecem demonstrar que a responsabilidade da crise das democracias cabe na maior parte dos casos às elites políticas e não às massas”, acentuam.

Por último, os investigadores concluem que “a confiança e o apoio à União Europeia estão positivamente relacionados com o contexto nacional dos países”. “Há duas dimensões de caráter nacional que determinam a confiança e o apoio à UE: a existência de instituições que permitam um debate alargado acerca de políticas públicas e a existência de elevados níveis de soberania nacional no contexto do sistema internacional. Paradoxalmente, o apoio à democracia a nível supranacional é tanto maior quanto maior for o grau de democracia a nível nacional”, sublinham.

Dividido em três secções – a confiança nas instituições políticas nacionais, como o parlamento, o governo, os partidos políticos, a justiça e os sindicatos (secção 1); a satisfação com a democracia e o interesse pela política (secção 2); e a identificação, confiança e satisfação com a União Europeia (secção 3) -, o documento destaca que as causas explicativas da cultura política e da crise da confiança nas democracias contemporâneas são, fundamentalmente, políticas.

O objetivo foi dar resposta a questões como: “Os portugueses confiam nas instituições políticas nacionais? Como se comparam com os restantes povos da Europa do Sul? A Grande Recessão (2007-2014) contribuiu para o aumento da desconfiança dos cidadãos nas suas instituições? Será que os povos da Europa do Sul estão satisfeitos com as democracias que têm? E em relação ao projeto europeu, qual a perceção e confiança dos países da Europa do Sul nas instituições europeias?”

Os autores recorreram “à maior e mais abrangente base de dados sobre regimes políticos do mundo, desenvolvida pelo projeto Varieties of Democracy (V-Dem), um dos principais centros internacionais especializados nos processos de democratização, que congrega mais de 2.000 especialistas internacionais”. E destacam que “este é provavelmente o primeiro estudo a compilar dados sobre a qualidade das democracias de cinco países da Europa do Sul – Espanha, França, Grécia, Itália e Portugal – por um período tão longo de tempo (desde os anos 1970 até ao dia de hoje).”

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Wall Street cai com tarifas aplicadas ao México pelos EUA

Os índices norte-americanos encerraram a última sessão da semana no vermelho, depois do anúncio das tarifas que Donald Trump vai aplicar ao México.

As principais bolsas norte-americanas encerraram em queda na última sessão da semana, com Donald Trump a levantar uma onda de preocupação nos mercados. As tarifas surpresa anunciadas esta quinta-feira contra o México levantaram os receios de outra possível guerra comercial e, consequentemente, de uma recessão da economia dos Estados Unidos.

O índice de referência S&P 500 caiu 1,31% para 2.752,38 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que perdeu 1,41% para 24.815,04 pontos. Pelo mesmo caminho foi o tecnológico Nasdaq que desvalorizou 1,51% para 7.453,15 pontos.

Os mercados caíram com os investidores preocupados com “novas” tensões comerciais. Esta quinta-feira, Donald Trump anunciou que vai impor, a partir de 10 de junho, “taxas alfandegárias de 5% sobre todos os bens provenientes do México”, enquanto imigrantes ilegais continuarem a atravessar a fronteira mexicana.

“As taxas alfandegárias vão aumentar progressivamente enquanto o problema da imigração clandestina não for resolvido. Nessa altura, as taxas alfandegárias serão levantadas”, referiu o presidente norte-americano.

Como seria de esperar, o México considerou esta notícia “desastrosa” e já anunciou que vai reagir. “Isto é desastroso, esta ameaça posta em prática seria muito grave (…) Se isto acontecer, devemos reagir energicamente”, declarou à imprensa o subsecretário mexicano para os Estados Unidos, Jesus Seade.

O presidente mexicano Andres Manuel Lopez Obrador respondeu a Donald Trump, apelando a um recuo: “O México provavelmente gostaria de trabalhar alguma coisa nesse sentido, mas eu creio que eles nem sequer sabem como trabalhar isso”, disse Tim Ghriskey, estrategista-chefe da Inverness Counsel, citado pela Reuters (conteúdo em inglês).

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Marcelo teme crise na direita portuguesa e defende equilíbrio de poderes

  • Lusa
  • 31 Maio 2019

Portugal tem agora "uma esquerda muito mais forte do que a direita" e "o que aconteceu à direita é muito preocupante", disse o Presidente da República.

O Presidente da República considerou esta sexta-feira que “há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos” e defendeu que, num contexto destes, o seu papel “é importante para equilibrar os poderes”.

Marcelo Rebelo de Sousa comentou os resultados das eleições europeias de domingo numa intervenção em inglês, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, declarando que Portugal tem agora “uma esquerda muito mais forte do que a direita” e que “o que aconteceu à direita é muito preocupante”.

Quanto à esquerda, o chefe de Estado referiu que “o PS fortaleceu a sua posição, e quem se sabe se isso acontecerá de forma ainda mais profunda nas próximas eleições legislativas”, podendo vir a ter “diferentes possibilidades” para formar maioria, além de PCP e BE, “porque outros partidos estão a crescer” — numa alusão ao PAN.

À direita, identificou uma fragmentação, “em vez de dois partidos, quatro, cinco ou seis, embora alguns deles sejam muito pequenos”, e “crise interna nos mais importantes partidos” que estiveram coligados no anterior Governo, PSD e CDS-PP, mas entre os quais agora há “uma impossibilidade de diálogo”.

Portanto, eu diria que há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos. Isto, para ser muito realista. Isto explica por que é que o equilíbrio de forças está como está. E um bocadinho também por que é que o Presidente, pelo menos neste momento, é importante para equilibrar os poderes”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “veio da direita” e argumentou que, “com um Governo forte de centro-esquerda e uma oposição de direita fraca, cabe ao Presidente, não equilibrar, porque não pode ser oposição a nenhum Governo, é claro, mas ser muito sensível e sentir que é preciso ter um equilíbrio no sistema político”.

Marcelo admite que equilíbrio de forças após legislativas influencie a sua recandidatura

Marcelo Rebelo de Sousa admitiu esta sexta-feira que o equilíbrio de forças entre esquerda e direita após as eleições legislativas possa influenciar o seu papel como Presidente da República e a sua decisão sobre uma recandidatura. À saída da FLAD, o chefe de Estado defendeu que “é muito importante haver um equilíbrio nos dois hemisférios da vida política portuguesa, para não haver um desequilíbrio muito para um lado, relativamente a outro”.

“Agora, só o resultado das legislativas é que permitirá dizer qual é o equilíbrio a que se chegará em outubro e, depois, qual é o papel que o Presidente terá até ao fim do mandato, e se isso influenciará ou não a decisão sobre a recandidatura”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.

Questionado sobre o que é que entende que muda no seu papel num cenário de crescimento da esquerda face à direita, o Presidente da República respondeu que “as legislativas serão apenas em outubro” e que antes disso “é prematuro falar da evolução do sistema partidário português e também do papel do Presidente”.

Segundo o chefe de Estado, numa sessão de perguntas e respostas fechada à comunicação social, houve quem lhe perguntasse se tencionava recandidatar-se ou não. “E eu tive de explicar que é uma questão que só decidirei para o ano e que, no fundo, tem muito a ver com o papel do Presidente no quadro do equilíbrio de poderes que existe e que existirá nos futuros anos”, relatou Marcelo Rebelo de Sousa.

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SAG reduz prejuízo para um milhão de euros no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 31 Maio 2019

A empresa viu os prejuízos caíram para um milhão de euros no primeiro trimestre, enquanto o volume de negócios caiu em 41 milhões de euros.

O Grupo SAG GEST registou um prejuízo de cerca de um milhão de euros no primeiro trimestre, valor que compara com um resultado negativo de 6,7 milhões de euros no período homólogo, foi comunicado esta sexta-feira ao mercado.

“O resultado líquido consolidado foi negativo em 1,0 milhões de euros (prejuízo 6,7 milhões no mesmo período de 2018)”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Entre janeiro e março, o resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) do grupo automóvel foi de 2,6 milhões de euros, que compara com um prejuízo de 3,6 milhões de euros totalizado em igual trimestre do ano anterior.

No período em causa, desconsiderando o efeito do resultado corrente de operações descontinuadas, o volume de negócios da SAG GEST fixou-se em 116 milhões de euros, o que representa uma redução de 41 milhões de euros face ao verificado no trimestre homólogo. “Esta variação é resultado de uma linha de atuação assente na redução significativa de atividade em canais de negócios não rentáveis”, explicou o grupo.

Por sua vez, a dívida líquida consolidada em 31 de março era de 68,7 milhões de euros, menos cerca de 0,2 milhões de euros em relação ao totalizado em igual período de 2018.

Em 16 de maio, o Conselho de Administração do grupo SAG GEST recomendou aos acionistas, tendo em conta os interesses da sociedade e as contrapartidas oferecidas, que aceitem a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo empresário Pereira Coutinho. “O Conselho de Administração recomenda aos senhores acionistas que aceitem a proposta de oferta que lhes é apresentada”, lê-se no comunicado enviado, na altura, à CMVM.

O relatório remetido ao mercado foi aprovado “por unanimidade” dos administradores que estiveram presentes na reunião em causa, sendo que João Pereira Coutinho, que também é o presidente do Conselho de Administração do grupo, optou por não participar na deliberação, atendendo “à sua qualidade de oferente”.

Em 30 de abril, o empresário anunciou a intenção de lançar uma OPA ao Grupo SAG GEST — Soluções Automóveis Globais, sendo a contrapartida de 0,0615 euros por ação. Segundo um comunicado divulgado na altura, o objetivo do oferente é o de “assegurar às subsidiárias da sociedade visada a continuidade da sua atividade por outra via e permitir aos acionistas venderem as suas participações na sociedade visada dado que esta deixará de operar no negócio do ramo automóvel – isto é, na principal atividade que desenvolveu desde a sua constituição”.

A intenção passa assim por “encontrar uma solução financeira para as empresas que permita garantir a continuação da atividade das subsidiárias operacionais e, mais importante, a manutenção dos mais de 650 postos de trabalho diretos”, conforme estipulado no anúncio preliminar da oferta, que não tem informações sobre qual o novo projeto para o grupo, que em Portugal comercializa as marcas Volkswagen, Audi e Škoda.

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Investimento cresceu a um nível recorde mas pode não durar

O investimento cresceu a um nível recorde, mas há indicadores que apontam para uma correção no próximo trimestre, como um abril especialmente chuvoso e a acumulação de stocks pelas empresas.

O investimento cresceu 17,8% no primeiro trimestre, a maior variação num trimestre em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior desde que há registo. Esta aceleração recorde do investimento permitiu à economia não abrandar, compensando o menor contributo da procura externa líquida e do consumo privado para a economia. Mas esta taxa recorde pode não ser sustentável.

Aumento dos inventários das empresas ajuda investimento mas não dura

Uma parte substancial do aumento do investimento deve-se à variação de existências, ou seja, ao aumento dos bens e serviços que as empresas têm nos seus inventários. O aumento dos inventários significa que as empresas têm em stock mais bens produzidos ou em fase de produção que ainda não foram vendidas, e apesar de ainda não terem sido vendidos contam como investimento.

O aumento dos inventários também ajuda a fazer crescer o PIB — segundo o BPI deu um contributo de 1,1 pontos percentuais para o crescimento de 1,8% verificado no primeiro trimestre — porque os bens produzidos são contabilizados como se fossem vendidos nesse ano.

Nas contas do primeiro trimestre, o investimento total em termos homólogos cresceu 17,8%, mas quando se retiram os inventários o investimento (a Formação Brutal de Capital Fixo) passa a ter um crescimento de “apenas” 11,7%. A diferença é de 6,1 pontos percentuais, uma parte considerável do investimento total.

Para as contas do PIB, este aumento dos inventários ajudou a compensar o abrandamento do consumo privado e público, mas estes aumentos são temporários e as empresas acabarão por escoar o seu stock de bens, o que pode levar a uma diminuição do valor total do investimento nos próximos trimestres, como diz o próprio BPI: “a variação das existências teve um forte contributo para o avanço do PIB nos primeiros três meses do ano (+1,1 pontos percentuais), o que poderá traduzir-se num desempenho mais fraco do investimento no trimestre sucessivo”.

No próximo trimestre, este crescimento histórico do investimento já poderá sofrer um reajustamento por esta via. A boa notícia para a economia portuguesa é que, segundo o INE, a confiança dos consumidores aumentou em abril e maio, com os consumidores a revelarem neste inquérito que devem aumentar a “realização de compras importantes“. Caso isto não se tenha verificado, as empresas podem começar a produzir menos, o que no limite levaria mesmo à necessidade de menos recursos, como o número de trabalhadores.

Abril, águas mil: um mau prenúncio para a Construção

Uma parte importante do aumento do investimento deve-se a um crescimento significativo da construção nos três primeiros meses do ano, 12,4% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

Aqui a comparação tem um impacto importante. No primeiro trimestre de 2018, a construção só tinha crescido 2,1%, por isso há um efeito base que leva a que este aumento pareça maior.

Parte da explicação para o crescimento baixo verificado no início de 2018 deve-se a um mês de março de 2018 especialmente chuvoso. Aliás, o INE fez essa nota no destaque das contas nacionais do primeiro trimestre de 2018: “Refira-se que em março se registaram elevados níveis de precipitação, o que poderá ter condicionado a atividade de construção”.

O próprio INE, questionado pelo ECO, disse que este aumento significativo “em parte, poderá estar em parte associado a um efeito base do abrandamento observado no primeiro trimestre de 2018”.

Mas além do efeito base para estas contas, é preciso ter em conta a meteorologia deste ano. Em março, o país atravessava ainda um período de seca severa, o que ajuda à construção, mas o mês de abril já foi completamente diferente. Segundo o próprio ministro do Ambiente, o mês de abril de 2019 foi um dos mais chuvosos deste século, o que afeta a construção e deverá ter impacto no nível de investimento quando saírem os números do segundo trimestre.

“Foi mais uma reunião da comissão permanente de acompanhamento da seca que ocorreu no final de um mês de abril, que foi dos mais chuvosos do século. A chuva esteve 150 % acima do normal e, por isso, a situação da seca atenuou-se bastante em Portugal ao longo deste mês”, disse o ministro do Ambiente a 8 de maio.

A construção no primeiro trimestre representou 50% da Formação Bruta de Capital Fixo (investimento, sem inventários), o que faz com que o nível de investimento seja muito sensível a variações na construção.

A síntese económica de conjuntura do INE já aponta algum pessimismo do setor após um primeiro trimestre forte. O indicador de confiança da Construção e Obras Públicas atingiu em fevereiro deste ano o valor mais alto desde março de 2002, mas tem mantido um perfil negativo desde então e voltou a diminuir em maio. “A evolução do indicador refletiu o contributo negativo de ambas as componentes, apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego”.

Aviões da TAP não contam para o investimento

No início do mês, o BPI estabeleceu uma ligação entre os aviões da TAP e o crescimento da economia, mas o INE explica que os oito aviões que a TAP já recebeu este ano (espera receber 30 ao longo de 2019) não darão qualquer impulso ao PIB.

Isto acontece porque a TAP recebe estes aviões através de uma locação operacional, logo não há transferência da propriedade económica para empresa. O proprietário legal continua a ser o proprietário económico, neste caso a francesa Airbus.

O INE já tinha explicado isto mesmo na sua síntese económica de conjuntura: “refira-se que o forte crescimento das importações de outro material de transporte em março, de acordo com os dados do comércio internacional que regista o movimento físico dos bens, reflete em grande medida a entrada de equipamento em regime de locação operacional. Contudo, em Contas Nacionais, a entrada destes equipamentos não é registada como importação nem como investimento, dado que a propriedade económica pertence à entidade locatária não residente. O indicador de investimento em material de transporte, que segue as regras da contabilidade nacional, não inclui equipamentos utilizados de acordo com o regime de locação operacional”.

Ou seja, apesar de nas estatísticas das importações a entrada dos 30 novos aviões — 16 A330 Neo, quatro A321 Long Range, cinco A321 Neo e cinco A320 Neo – estar registada, para o cálculo do PIB, por ser uma locação operacional, o investimento da TAP não conta nem como importações, nem como investimento.

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Preço do gás natural vai baixar a 1 de outubro

Regulador aprovou proposta de novas tarifas e preços regulados para o gás natural que irão vigorar para o período de 1 de outubro de 2019 a 30 de setembro de 2020.

A ERSE — Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos — aprovou esta sexta-feira a descida nas tarifas transitórias do gás natural de 2,2% para clientes finais com um consumo inferior ou igual a 10 mil metros cúbicos. Além da redução destas tarifas, o regulador aprovou igualmente a proposta de baixar entre 6,8% e 26,2% as tarifas de acesso às redes.

Em relação à redução de 2,2% dos preços para clientes finais, a ERSE aponta que a mesma vai beneficiar “apenas cerca de 280 mil consumidores que permanecem no comercializador de último recurso e que representam cerca de 3% do consumo total nacional”. Os novos preços entram em vigor a 1 de outubro próximo, mantendo-se inalterados até final de setembro do próximo ano.

Além destes 280 mil consumidores, a tarifa definida para este universo é também determinante no apuramento da tarifa social para o gás natural, com os clientes com acesso a este tarifário a beneficiar “de um desconto de 31,2% sobre as tarifas transitórias de venda a clientes finais, conforme despacho do membro do Governo responsável pela área da energia”, diz a ERSE.

Já em relação às tarifas de acesso às redes, estas vão recuar entre 6,8% e 26,2%, dependendo se se trata de acesso de baixa ou alta pressão. Por tarifas de acesso à rede entende-se o pagamento por todos os consumidores da utilização das infraestruturas de redes.

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