Estreias europeias em casa de FC Porto, Benfica e Braga podem ter público

  • Lusa
  • 17 Outubro 2020

Foi alcançado um acordo com o Ministério da Saúde, a secretaria de Estado do Desporto e Juventude e a Autoridade de Saúde para "efetuar mais três jogos teste com público".

FC Porto, Benfica e Sporting de Braga foram autorizados a receber um máximo de 15% da lotação dos estádios nos primeiros jogos em casa na Liga dos Campeões e Liga Europa, anunciou este sábado a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Em comunicado publicado no sítio oficial na Internet, a FPF revelou que, “após um conjunto de reuniões entre a secretaria de Estado do Desporto e Juventude, o Ministério da Saúde e a Autoridade de Saúde, alcançou um acordo para efetuar mais três jogos teste com público“.

O FC Porto-Olympiacos, da segunda jornada do grupo C da Liga dos Campeões, em 27 de outubro, o Sporting de Braga-AEK Atenas, da primeira ronda do grupo G da Liga Europa, em 22 de outubro, e o Benfica-Standard Liège, da segunda jornada do grupo D da Liga Europa, em 29 de outubro, poderão ter público nas bancadas, limitado a 15% da lotação de cada um dos estádios.

Ainda de acordo com a FPF, a zona dos camarotes e lugares corporate “com menos de seis lugares, deve ser reduzida, de forma a garantir o distanciamento de dois metros entre espetadores”, enquanto as que tiverem mais de seis lugares deverão ser reduzidas “pelo menos para 50% e garantindo o distanciamento de dois metros entre espetadores”.

Os três jogos dos representantes lusos nas competições europeias desta época vão ser “acompanhados pela equipa da Direção de Competições da FPF, que foi responsável pelos testes efetuados no Estádio José Alvalade, nos jogos da seleção nacional, com Espanha e Suécia”.

As equipas portuguesas têm jogado à porta fechada desde junho, quando foram retomadas as competições nacionais, que tinham sido suspensas em março, devido à pandemia de Covid-19.

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Com a votação do OE 2021 à porta, Costa responde aos portugueses nas redes sociais. Siga aqui

António Costa participa num "encontro" digital sobre o Orçamento do Estado para 2021, cuja aprovação ainda não está garantida.

A menos de duas semanas da discussão e votação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021, o PS promove um “encontro” digital com António Costa, secretário-geral do PS e primeiro-ministro, sobre o referido documento. A iniciativa arranca às 17h00 e pode ser acompanhada, em direto, abaixo.

A aprovação da proposta orçamental apresentada por João Leão, na Assembleia da República, ainda não está garantida. O Bloco de Esquerda já avisou que, como está, o documento não merece a viabilização dos bloquistas. O PCP, por sua vez, ainda não revelou o seu sentido de voto. Já Executivo garante que está disponível para continuar a negociar, mas na especialidade, isto é, só se o OE receber “luz verde” na generalidade.

Acompanhe aqui, em direto, o “encontro” digital com António Costa sobre o Orçamento do Estado para 2021. Pode colocar questões através do Facebook do PS.

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Boeing 737 Max preparam-se para voltar aos céus com sinais positivos do regulador europeu

  • ECO
  • 17 Outubro 2020

O regulador europeu já deu sinais de que os aviões 737 Max poderão voltar aos céus antes do final do ano.

A Boeing está a preparar o regresso aos céus dos seus aviões 737 Max, depois do regulador europeu ter indicado que a autorização nesse sentido poderá chegar antes do final de 2020, avança esta sábado o The Guardian. Os 737 Max foram colocados em terra, no ano passado, na sequência de vários acidentes graves.

Depois de os aviões em causa terem sido banidos dos céus em março de 2019, a Boeing tem dado passos no sentido de voltar a conseguir autorização para colocar os 737 Max em circulação, nos Estados Unidos e na União Europeia.

Agora, o regulador europeu vem garantir que os 737 Max atingiram as exigências de segurança, na sequência de várias mudanças nos seus sistemas, sinalizando que a tal autorização poderá estar para breve.

A “luz verde” do regulador europeu será, de resto, um marco importante para a Boeing, já que os problemas verificados nos 737 Max abalaram as contas da empresa, o que acabou por ser agravado pelo impacto da pandemia de coronavírus no setor da aviação civil.

Esta semana, a Boeing já tinha anunciado que os aviões em questão estão prontos para regressar aos céus antes do final do ano, depois de terem sofrido alterações significativas no sentido de reforçar a segurança.

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Viabilização do Orçamento pelo BE está do lado do Governo, diz Catarina Martins

  • Lusa
  • 17 Outubro 2020

BE diz que Orçamento, como está, "não terá repercussão nenhuma na vida das pessoas e não responde às necessidades do país”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda avisou, este sábado, que a viabilização pelo partido do Orçamento do Estado na generalidade está do lado do Governo, registando a marcação de negociações após declarações “destemperadas” do PS.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao Centro de Controlo Oceânico da NAV Portugal na ilha de Santa Maria, no âmbito da campanha para as eleições regionais dos Açores, Catarina Martins sublinhou que, “olhando para as letras miudinhas” do Orçamento do Estado para 2021, percebe-se que o que “está anunciado não terá repercussão nenhuma na vida das pessoas e não responde às necessidades do país”.

“O que precisamos não é de um Orçamento que faz anúncios mais ou menos iguais aos anúncios do Orçamento passado. O que precisamos é de um Orçamento que responda mesmo por um ano muito duro de crise com muita responsabilidade. E para isso é preciso a proteção social para acudir às vitimas da crise. E para isso é preciso que o SNS tenha os profissionais [de que necessita]”, acrescentou.

Questionada sobre se a viabilização do Orçamento do Estado na generalidade por parte do BE está do lado do Governo, Catarina Martins respondeu: “O Governo sabe que sim”.

“O Governo conhece as prioridades do Bloco de Esquerda: conter a vaga de despedimentos, apoiar as vítimas da crise, ter um serviço nacional de saúde que responda e ter critérios de transparência na forma como os dinheiros públicos são usados. Isto é absoluta sensatez”, elencou.

Relativamente à convocatória para uma reunião de negociação com o Governo na terça-feira, Catarina Martins registou que a mesma surge depois de “declarações destemperadas” do PS, numa referência ao facto de ter sido acusada pelos socialistas de mentir.

O Governo, compreendendo que [essas declarações] não tinham nenhum sentido, marcou as reuniões, que nós já estamos, aliás, à espera e disponíveis há bastante tempo”, referiu. A Assembleia da República começa no dia 27 a debater a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021, estando a votação na generalidade marcada para o dia seguinte.

Na terça-feira, o BE sublinhou que as divergências sobre o Orçamento do Estado para 2021 não são sobre detalhes, “mantendo a porta aberta” para que o PS reconsidere em quatro matérias, sem as quais não tem condições para viabilizar o documento.

A Mesa Nacional do BE vai reunir-se no dia 25 para decidir o sentido de voto do partido na generalidade.

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Os segredos conhecidos do novo Acordo da Concórdia

  • Jorge Girão
  • 17 Outubro 2020

Novo Acordo da Concórdia entrará em vigor no próximo ano e estender-se-á até ao final de 2025. As “três grandes” vão ter menos dinheiro.

Ao longo da história da Fórmula 1 foram assinados oito Acordos da Concórdia, a constituição da categoria, tendo o último sido ratificado no dia 10 do corrente mês pelo Conselho Mundial da FIA. Como é habitual, este documento está envolto em grande secretismo, mas existem alguns pormenores que podemos avançar.

O Acordo da Concórdia regula todos os aspetos comerciais e de governação da disciplina máxima do desporto automóvel, tendo todos os envolvidos – equipas, Formula One Management e FIA – cláusulas de confidencialidade, mas alguns pormenores vão transpirando através de diversas fontes.

Do anterior acordo era sabido que, dado entregar muito mais dinheiro às grandes equipas, promoveu um desequilíbrio no plantel e hoje Mercedes, Red Bull e Ferrari estão claramente num patamar competitivo diferente das demais – a “Scuderia” está este ano a ter um péssimo um ano, mas isso é circunstancial – devido ao seu poderio financeiro, algo que a FOM e a FIA pretendiam alterar com este novo contrato.

Assim, neste novo Acordo da Concórdia, que entrará em vigor no próximo ano e estender-se-á até ao final de 2025, as “três grandes” viram reduzidos os seus prémios monetários, libertando dinheiro para as restantes estruturas.

A Ferrari, face ao seu peso histórico e importância para a Fórmula 1, continua a ter um pagamento anual extra. Este valor é tirado do bolo dos lucros da FOM antes de qualquer divisão, crendo-se que valerá 5% do total. Se partirmos do princípio que haverá mil milhões de euros para distribuir, um número redondo para facilitar as contas, a formação transalpina tem à sua disposição 50 milhões de euros.

Posteriormente, haverá um fundo especial para as equipas com resultados históricos, o que implica que tenham terminado, pelo menos, uma vez no terceiro lugar do Campeonato de Construtores nos dez anos anteriores. Isto, atualmente, qualifica a Mercedes, a Ferrari, a Williams e a McLaren.

Estas equipas, e qualquer outra que termine em terceiro no período relevante, dividem entre si 20% dos dividendos da FOM, o que significa que 50 milhões de euros para cada uma, que se juntam, no caso da “Scuderia”, aos 50 milhões que aufere graças ao seu estatuto.

O que resta após destes pagamentos, 750 milhões de euros neste exemplo, será dividido por todas as equipas, mas sem que neste momento se saiba ainda em que moldes, apenas sendo do domínio comum que as primeiras classificadas recebem menos relativamente ao antigo Acordo da Concórdia, que este ano está ainda em vigor, e as últimas mais.

Para além de uma divisão mais equitativa dos prémios monetários pelas equipas, estas passam a ter o seu lugar no seio da categoria protegido, uma vez que qualquer estrutura que deseje entrar no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 terá de pagar uma inscrição de 200 milhões de euros, valor que será dividido igualitariamente por todas as atuais concorrentes.

Desta forma, estas passam a funcionar como franchisings com um valor comercial de 200 milhões de euros. Porém, por outro lado, qualquer estrutura que deseje ingressar na categoria máxima do desporto automóvel terá de ter uma capacidade financeira muito desafogada, colocando, quase definitivamente, um fim em alguns projeto que se perfilavam no horizonte.

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E se tudo correr mal? É isto que acontece ao Orçamento de Leão

As projeções para o PIB, dívida e défice já são fortemente afetadas pela pandemia. Mas há riscos que poderão agravar ainda mais a situação, segundo revelam as contas do Governo.

Uma economia ainda fragilizada, mas que começa a recuperar, e uma dívida em máximos históricos para financiar o buraco gerado pela pandemia nas contas públicas. É este o cenário em que Portugal no próximo ano, segundo as expectativas inscritas pelo Governo no Orçamento do Estado para 2021. Estas projeções sobre a evolução da economia portuguesa encontram-se, no entanto, sujeitas a um “elevado nível de incerteza, associada à magnitude, abrangência e duração da situação pandémica e do seu potencial disruptivo sobre a economia”. Além de identificar os riscos, o Governo fez as contas para perceber o que aconteceria se tudo corresse mal.

A pandemia é, sem surpresas, o maior risco que o ministério liderado por João Leão aponta para a sustentabilidade da economia e dívida pública. “A esta incerteza acresce ainda outros fatores de risco descendente, nomeadamente a potencial rigidez na reafetação de recursos (para setores em expansão), o impacto das políticas nacionais nas cadeias de produção internacionais (na sequência de um eventual agravamento da situação pandémica) e a eventual perda de confiança dos agentes económicos“, explica.

O agravamento das contas públicas devido ao impacto de medidas de política orçamental para mitigar os efeitos socioeconómicos da pandemia e do efeito dos estabilizadores automáticos ou a deterioração mais acentuada da qualidade dos ativos do sistema bancário poderão traduzir-se em “dificuldades de financiamento da economia e no agravamento dos canais de contágio associados à crise pandémica com consequências para a estabilidade financeira“, admite. O Governo aponta ainda eventuais conflitos comerciais entre a China e os EUA e entre a Rússia e a Europa, bem como dificuldades no acordo entre o Reino Unido e a Europa poderão ainda agravar o efeito da crise provocada pela Covid-19.

Em sentido contrário, políticas ajustadas à evolução da situação pandémica, bem como a coordenação global nas vertentes sanitária, comercial e financeira poderão ajudar a mitigar os riscos, sendo que a bazuca europeia — o plano de recuperação Europa 2021-2027 — é o principal fator com potencial efeito positivo. “Este mecanismo, de magnitude sem precedentes (5% do PIB da área do euro), irá prestar apoio financeiro durante o processo de recuperação, procurando promover em simultâneo uma transformação estrutural das economias afetadas por forma a aumentar a convergência e a resiliência da UE. Este plano terá um efeito direto na economia portuguesa e indireto por via da redução do impacto negativo da crise nas outras economias”, diz o Executivo.

Tendo em consideração estes fatores de incerteza, os técnicos do Governo estimaram, como é habitual no Orçamento do Estado, o impacto da materialização de alguns riscos externos e internos.

Cenário base inscrito no OE 2021

Mais 1 ponto percentual nos juros da dívida custa 360 milhões

Devido ao elevado endividamento do país, os custos do país com juros da dívida são sempre uma preocupação. A estratégia seguida nos últimos anos para a mitigação do risco de taxa de juro tem-se focado em alargar prazos e beneficiar do contexto de taxas de juro historicamente baixas devido aos estímulos do Banco Central Europeu. Após um período temporário de stress nos mercados no arranque da pandemia, os juros voltaram a cair permitindo ao país continuar a poupar nesta despesa. O Governo conta que haja nova descida no próximo ano: o OE 2021 indica que este encargo vai cair 5,9% no próximo ano para 6,6 mil milhões de euros, face a 7.015 em 2020.

“Com objetivo de avaliar o grau de incerteza que envolve a previsão de juros de dívida pública para 2021, foi conduzido, um exercício de análise de sensibilidade da rubrica de juros do Estado a um aumento imediato e permanente de 1 p.p. ao longo de toda a curva de rendimentos, a título meramente ilustrativo. De acordo com os resultados obtidos, um tal aumento traduzir-se-ia num aumento dos juros da dívida direta do Estado, em 2021, de aproximadamente 225 milhões de euros em contas públicas e 360 milhões de euros em contas nacionais (cerca de 0,11% e 0,17% do PIB, respetivamente)“, revela.

Subida das taxas reais ameaça consumo privado

Em simultâneo, as Finanças incluíram ainda na análise de sensibilidade estimativas a alterações nas taxas de juro reais de curto prazo. Um agravamento de 2 pontos percentuais no cenário base poderia levar a um crescimento do PIB inferior em 0,1 pontos percentuais, explicado maioritariamente por um menor crescimento do consumo privado (em resultado de um aumento dos custos de financiamento), parcialmente compensado por uma redução do crescimento das importações. Adicionalmente, seria esperada uma deterioração da balança de rendimentos primários, com um impacto significativo na capacidade de financiamento da economia. Contudo, os impactos no deflator do consumo e na taxa de desemprego seriam “negligenciáveis”.

Apreciação do euro agrava juros

Os juros do país não só influenciados pelas próprias taxas, mas também pelo risco de taxa de câmbio. As flutuações cambiais são seguidas de perto especialmente devido aos instrumentos da carteira de dívida denominados em moeda não euro, como é o caso das panda bonds, e potencial impacto no stock total de dívida.

As Normas Orientadoras para a Gestão da Dívida Pública e na Lei do Orçamento do Estado para 2020 impõem um limite máximo de 20% para a exposição cambial primária (não incluindo operações de cobertura de risco cambial), sendo que Portugal tem apenas 1,91%, sendo que o risco cambial dos títulos emitidos em moeda estrangeira está totalmente coberto por derivados.

Ainda assim, um movimento de depreciação (apreciação) do euro terá um impacto desfavorável (favorável) no saldo orçamental. A título de exemplo, uma depreciação do euro face ao dólar de 10% conduziria a um aumento dos juros em contas nacionais em cerca de 20 milhões de euros. Por seu turno, em contas públicas o impacto seria nulo, pela compensação dos fluxos financeiros de derivados.

Petróleo compromete impostos

O pressuposto usado no Orçamento do Estado é que o petróleo tenha um preço médio de 45,20 dólares por barril, nos mercados internacionais, em 2021, após uma média de 42,60 dólares este ano. Apesar de a tendência atual ser de desvalorização, eventuais conflitos geopolíticos ou uma estratégia mais restritiva dos produtores como resposta à pandemia poderá causar um agravamento dos preços. Um aumento de 20% teria um impacto negativo no crescimento do PIB de menos 0,2 pontos percentuais, por via da redução da procura interna.

Este choque teria um impacto residual (+0,04 p.p.) no saldo das administrações públicas, sendo que o montante de receitas diminuía (excetuando como é óbvio as receitas com impostos indiretos como o ISP ou IVA que aumentariam) mas em percentagem do PIB aumentava (+0,2 p.p.)”. De igual forma, as despesas — apesar de contraírem em termos nominais (nomeadamente nos consumos intermédios e nas prestações sociais) — aumentavam em percentagem do PIB (em 0,2 p.p.), sobretudo por contraírem de forma menos acentuada que o PIB. Adicionalmente, o rácio da dívida pública agravar-se-ia em 0,6 pontos percentuais, essencialmente devido à contração do PIB.

Risco de crédito e refinanciamento limitados

A par do acompanhamento das variáveis de mercado, designadamente da negociabilidade, liquidez e manutenção de uma curva de referência da República Portuguesa, é também feita uma monitorização do perfil de refinanciamento da carteira de dívida. A análise aos limites absolutos impostos à percentagem da carteira a vencer nos prazos de 12, 24 e 36 meses, das Normas Orientadoras para a Gestão da Dívida Pública, são integralmente cumpridos. Já o risco de crédito — que é coberto pela contratação de operações com instrumentos derivados, repôs e aplicações no mercado monetário — tem-se mantido igualmente abaixo do limite global estabelecido. A 31 de agosto de 2020, a exposição a risco de crédito era de 195 milhões de euros, que correspondia a 2,5% do limite global.

Procura externa põe PIB em risco, mas não afeta emprego

No que diz respeito ao PIB e ao saldo orçamental, a primeira alteração que as Finanças estimam está relacionada com as exportações, um dos fatores que mais pesa na economia portuguesa e que está a ser fortemente afetada pela pandemia. “Uma diminuição da taxa de variação em volume da procura externa em 2 p.p. [pontos percentuais] resultaria num menor crescimento do PIB (-0,3 p.p.), com efeitos muito residuais na taxa de desemprego e no saldo orçamental, a penúltima muito por causa da diminuição da população ativa (-0,1 p.p.) e o último porque quer a receita quer a despesa teriam uma variação de 0,1 p.p.”, explica.

Esse aumento do peso da receita no PIB deve-se, sobretudo, ao facto da queda deste ser mais acentuada que a queda das receitas públicas, o que leva a que a evolução da receita em função do produto seja positiva. A dívida pública iria aumentar 0,4 pontos percentuais (ou seja, para 131,3%) pelo efeito duplo da redução nominal do PIB e, em menor escala, da deterioração do défice.

Já do lado da procura interna, é estimado o impacto de uma quebra de 0,5 p.p. face ao cenário base. Esta diminuição — relacionada essencialmente com o menor dinamismo do consumo privado, mas também das importações — implicaria menos 0,3 pontos percentuais de crescimento do PIB. “O impacto também se refletiria numa recuperação do saldo da balança comercial, e da capacidade de financiamento da economia. Relativamente ao mercado de trabalho, o efeito seria negativo, levando a um ligeiro aumento da taxa de desemprego em 2021, sendo a sua reduzida dimensão explicada pela existência de um desfasamento temporal neste efeito. O impacto no deflator do consumo privado seria pouco significativo”, explicam as Finanças.

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Há 2.153 novos casos de Covid-19. Morreram 13 pessoas

Nas últimas 24 horas foram identificados 2.153 novos casos de coronavírus em Portugal, subindo para 98.055 o número de infetados desde o início da pandemia.

Foram identificados, nas últimas 24 horas, 2.153 casos de coronavírus em Portugal. Sobe, assim, para 98.055 o número de infetados em território nacional, desde o início da pandemia. Foram registadas mais 13 mortes, elevando-se o número total de vítimas mortais para 2.162.

Este é o quarto dia consecutivo acima da fasquia das 2.000 novas infeções diárias. De acordo com o relatório divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), há agora 37.974 casos ativos de Covid-19 em Portugal, mais 287 do que no último balanço.

Por outro lado, o número de recuperados também registou uma subida considerável. Nas últimas 24 horas foram dados como “curados” mais 1.853 utentes, aumentando para 57.919 o universo de recuperados desde o início da pandemia. Segundo a DGS, subiu também o número de contactos em vigilância: mais 759 pessoas, totalizando 52.543.

Há a notar, além disso, que desceu em um caso o número de internamentos em todo o país, para 1.014 pessoas. Pelo contrário, o número de internamentos em cuidados intensivos aumentou em quatro casos, para 148 pessoas.

Em termos regionais, é importante destacar que foi na região do Porto que se registou o maior número de novos casos de infeção (1.124), nas últimas 24 horas, e de vítimas mortais (seis). Segue-se Lisboa e Vale do Tejo (781 e cinco, respetivamente). Já na região Centro foram identificados 149 novos casos de Covid-19, no Alentejo 42 novos casos e no Algarve 47 novos casos. No que diz respeito às regiões autónomas, a Madeira verificou três novos casos de infeção, enquanto os Açores registaram sete.

Face à “evolução grave” da pandemia em Portugal, o Governo decidiu colocar o país em estado de calamidade, tendo limitado os ajuntamentos a cinco pessoas e recomendado o uso de máscara na via pública, bem como a instalação da app de rastreio StayAway Covid.

Segundo avança este sábado o Expresso, o primeiro-ministro e o Presidente da República já analisaram e discutiram a possibilidade de Portugal regressar ao estado de emergência, bem como a aplicação de algum tipo de confinamento.

(Notícia atualizada às 14h02)

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Vaticano confirma caso de Covid-19 na residência do papa Francisco

  • Lusa
  • 17 Outubro 2020

A pessoa infetada não apresenta sintomas e já está em isolamento. Na primeira vaga da pandemia, o Vaticano registou 12 casos de contágio.

O Vaticano confirmou este sábado um caso positivo à covid-19 na Casa Santa Marta, a residência do papa Francisco, sendo que a pessoa infetada não apresenta sintomas e já foi isolada, informou o porta-voz da Santa Sé.

De acordo com Matteo Bruni, o paciente deixou temporariamente a Casa Santa Marta, residência onde o pontífice argentino preferiu morar no Vaticano, e todas as pessoas com as quais manteve contato direto foram isoladas.

Matteo Bruni observou ainda que os três residentes do Vaticano que testaram positivo para o coronavírus nos últimos dias já estão curados.

O Governo do Vaticano obrigou o uso da máscara em todo o seu território, também ao ar livre, e em todas as suas sedes extraterritoriais, territórios e edifícios romanos sobre os quais tem jurisdição.

Na quarta-feira passada, o papa Francisco não usou a máscara durante a audiência geral com os fiéis, e só foi visto com ela numa ocasião, dentro de um carro que o levou para dentro das paredes da Santa Sé.

Porém, na quarta-feira, pela primeira vez, o pontífice renunciou saudar os fiéis no início e no final da audiência, desculpou-se por isso, por renunciar à proximidade, e instou-os a respeitar os protocolos de saúde contra o coronavírus. Durante a primeira onda da pandemia, o Vaticano registou 12 casos de contágio.

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Guterres convicto que “estamos num momento de refundação” das instituições mundiais

  • Lusa
  • 17 Outubro 2020

"Estou convicto de que, 75 anos após a fundação das Nações Unidas, estamos num momento de refundação", afirma António Guterres.

Mais de sete décadas após a criação da ONU, o secretário-geral António Guterres diz estar convicto que as instituições multilaterais mundiais estão “num momento de refundação”, apontando a necessidade de renovar “alicerces” perante as exigências dos tempos atuais.

“Estou convicto de que, 75 anos após a fundação das Nações Unidas, estamos num momento de refundação. Necessitamos examinar alguns dos alicerces em que assentam as nossas sociedades e instituições mundiais e renová-los, para que sejam adequados ao nosso tempo”, afirmou o secretário-geral em declarações, por escrito, à agência Lusa.

O ex-primeiro-ministro português e ex-Alto Comissário para os Refugiados respondeu à Lusa poucos dias depois de terem passado quatro anos da sua aclamação pela Assembleia-geral da ONU para o cargo de secretário-geral daquela organização, a 13 de outubro de 2016.

António Guterres defendeu que as instituições multilaterais precisam de ser atualizadas, incluindo a própria Organização das Nações Unidas (ONU), de modo a que representem de forma mais equitativa a população mundial. “Em vez de conferirem um poder desproporcional a alguns, limitando a voz de outros, em particular no mundo em desenvolvimento”, sustentou, sem fazer referências específicas.

Para o ex-primeiro-ministro português, as recentes crises vieram demonstrar que o mundo precisa de “mais e melhor multilateralismo”, o que significa “um multilateralismo que funcione de maneira eficaz e que traga resultados às pessoas que visa servir”. “Precisamos, urgentemente, de instituições multilaterais que, estando assentes num consentimento global, possam agir de forma decisiva na promoção do bem comum. (…) Instituições multilaterais que sejam justas, com uma representação acrescida do mundo em desenvolvimento, de modo a que todos possam fazer ouvir a sua voz”, reforçou.

É neste sentido que o representante sustenta que as Nações Unidas, “um fórum indispensável para um multilateralismo renovado e reformulado”, e os valores da Carta fundadora da organização septuagenária têm um papel importante a desempenhar.

“É evidente que os governos já não são os únicos atores na esfera internacional. Precisamos de um multilateralismo inclusivo que dê oportunidade a outras vozes, do setor privado à sociedade civil e, em particular, aos jovens. As Nações Unidas são a única instituição onde todas as pessoas do mundo estão representadas e têm voz”, defendeu.

Em funções há quase quatro anos, o secretário-geral da ONU destacou que promoveu “uma ambiciosa agenda de reforma interna”, desde a manutenção da paz até ao sistema de desenvolvimento das Nações Unidas, no sentido de adequar “a organização ao século XXI” e “responder melhor às necessidades das pessoas e dos governos em todo o mundo”.

“Continuaremos a aperfeiçoar e a fortalecer essas reformas”, referiu o representante, indicando, contudo, que a reforma de instituições com a dimensão e complexidade das Nações Unidas “nunca está completa”.

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Novo Banco: Gestão da Lone Star reduziu 510 trabalhadores desde final de 2017

  • Lusa
  • 17 Outubro 2020

No final de junho deste ano, o Novo Banco tinha 4.646 trabalhadores em Portugal, menos 510 do que 5.156 que tinha em dezembro de 2017.

O Novo Banco reduziu 510 trabalhadores desde o final de 2017, quando já era detido maioritariamente pelo fundo Lone Star, e junho desde ano, e fechou 73 balcões, segundo os relatórios e contas consultados pela Lusa.

No final de junho deste ano, o Novo Banco tinha 4.646 trabalhadores em Portugal, menos 510 do que 5.156 que tinha em dezembro de 2017. O fundo norte-americano Lone Star assinou o contrato de compra do Novo Banco em 18 de outubro de 2017. Já antes o Novo Banco tinha feito grandes reduções de trabalhadores.

Entre agosto de 2014 e dezembro de 2017, tinham saído do banco 1.794 funcionários, sendo que na maior parte desse período o Novo Banco era detido na totalidade pelo Fundo de Resolução bancário (entidade da esfera do Estado).

Quanto à rede comercial, o Novo Banco tinha em junho passado 375 agências, menos 73 do que as 448 existentes em dezembro de 2017. Já entre 2014 e 2017, tinham fechado 183 balcões.

A saída de trabalhadores do Novo Banco deverá continuar, acompanhando uma tendência seguida em todo o setor bancário. Em meados de setembro, o Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários disse que este “tem vindo a apresentar propostas de reforma antecipada e de rescisão de contratos de trabalho por acordo a um conjunto de trabalhadores”.

A venda do Novo Banco à Lone Star cumpre três anos este domingo. Em 18 de outubro de 2017, numa pequena cerimónia no Banco de Portugal, foi assinado o contrato de venda ao fundo norte-americano Lone Star de 75% do Novo Banco (criado em agosto de 2014 no âmbito da resolução do BES – Banco Espírito Santo).

Os restantes 25% permaneceram nas mãos do Fundo de Resolução (entidade da esfera do Estado financiada pelos bancos, que consolida nas contas públicas).

Polémicas avolumam-se três anos após a venda à Lone Star

O negócio da venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star tem gerado polémica pelos custos envolvidos e que será analisado em comissão parlamentar de inquérito.

Com a venda – acordada entre Lone Star, Banco de Portugal (BdP), Governo e autoridades europeias – o Novo Banco deixou de ser um banco de transição e desapareceu o risco de ser liquidado, o que, segundo as autoridades portuguesas, era um risco sério se não fosse encontrado comprador (em 2015, tinha fracassado a primeira tentativa de venda). Nesse dia, a cerimónia no Banco de Portugal foi simples e as frases de contentamento contido.

O então governador do BdP, Carlos Costa, considerou a venda “um marco importante” no sistema bancário português e que com a operação se cumpria “integralmente as finalidades da resolução do BES”. Pela Lone Star, o diretor-geral Donald Quintin afirmou que a entidade iria “trabalhar para assegurar que Novo Banco fica mais forte”.

Quanto aos outros protagonistas, não se manifestaram naquele dia, mas já tinham falado antes, sobretudo aquando do acordo para a venda à Lone Star, em março de 2017. Em 31 de março desse ano, o primeiro-ministro fez uma comunicação ao país ladeado pelo então governador e pelo então ministro das Finanças, Mário Centeno (hoje governador do BdP), para anunciar que havia acordo para a venda.

Segundo António Costa, o acordo cumpria “as três condições colocadas pelo Governo”, sendo uma delas de que este processo “não terá impacto direto ou indireto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes”, constituindo “uma solução equilibrada”.

O primeiro-ministro defendeu que, “ao contrário do inicialmente proposto, não é concedida qualquer garantia por parte do Estado ou de qualquer outra entidade pública“, que “o necessário reforço de capital é integralmente assegurado pelo investidor privado” e que “eventuais responsabilidades futuras não recairão sobre os contribuintes, mas sobre os bancos, que asseguram o capital do Fundo de Resolução”. A opção da nacionalização do banco, adiantou, foi “bem” estudada mas implicaria encargos de até 4,7 mil milhões de euros.

Os meses seguintes seriam de negociação do plano de reestruturação com a Comissão Europeia, do mecanismo de capital contingente e dos ativos cobertos por este. No âmbito deste mecanismo, o Fundo de Resolução comprometeu-se a, até 2026, cobrir perdas com ativos ‘tóxicos’ com que o Novo Banco ficou do BES até 3.890 milhões de euros.

A assinatura do contrato em 18 de outubro de 2017 concretizaria o negócio. A venda de 75% do Novo Banco fez-se sem a Lone Star pagar qualquer preço, tendo acordado recapitalizar o banco com 1.000 milhões de euros. Já quando o acordo de venda foi conhecido, partidos de vários quadrantes anteciparam custos para o Estado decorrentes da venda.

Mas a polémica subiria de tom nos anos seguintes à medida que o Novo Banco foi pedindo, anualmente, injeções de capital ao Fundo de Resolução e que surgiam suspeitas de negócios do Novo Banco não acautelarem o interesse público.

Desde 2017, o Fundo de Resolução já meteu 2.976 milhões de euros no banco, dos quais 2.130 milhões vindos de empréstimos do Tesouro (como o fundo não tem dinheiro suficiente, todos os anos pede dinheiro ao Estado, que devolverá em 30 anos).

Os empréstimos do Tesouro provocaram, em maio deste ano, uma crise entre o primeiro-ministro e Mário Centeno (então ministro das Finanças), uma vez que Costa disse no parlamento que só seria emprestado mais dinheiro ao Fundo de Resolução depois de conhecida a auditoria ao Novo Banco quando, afinal, as Finanças já tinham cedido esse dinheiro.

Essa auditoria foi finalmente conhecida em setembro, mas as conclusões (que fazem recair os problemas do Novo Banco sobretudo no legado do BES) deixaram insatisfeitos partidos políticos e foi aprovada pelo parlamento na quinta-feira uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas, com caráter de “urgência”.

Essa auditoria irá abranger a gestão do Novo Banco, assim como as vendas de ativos (créditos, imobiliário) e imparidades constituídas que obrigaram ao recurso ao Fundo de Resolução. O Novo Banco foi também um dos temas das negociações do Orçamento do Estado para 2021 (considerado uma ‘linha vermelha’ pelo BE).

No próximo ano, segundo o Governo, não há qualquer empréstimo ao Fundo de Resolução. O que há é um acordo com os bancos comerciais para financiarem o Fundo de Resolução em 275 milhões de euros de modo a poder capitalizar o Novo Banco em cerca de 470 milhões de euros (segundo os mapas de despesa que acompanham a proposta orçamental). Contudo, mesmo sem empréstimo público, a injeção no Novo Banco vai contar para défice uma vez que o Fundo de Resolução faz parte do perímetro orçamental.

Sobre o Novo Banco, ainda vai abrir-se um novo capítulo quando arrancar a comissão de inquérito parlamentar centrada no período pós-resolução do BES, incluindo a venda, o uso de recursos públicos e os custos do Novo Banco para o Fundo de Resolução.

No total, até ao momento (sem contar a injeção que fará em 2021), os custos do Fundo de Resolução com o Novo Banco já totalizam 7.876 milhões de euros (4.900 milhões de euros da capitalização inicial, em 2014, e 2.976 milhões ao abrigo do mecanismo contingente desde 2017) e mais encargos se poderão somar quer para o fundo quer diretamente para o Estado, muitos dos quais impossíveis de quantificar (indemnizações por processos em tribunal, pagamentos a credores do BES, garantias a lesados, entre outros).

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Covid-19: Merkel pede aos alemães que fiquem em casa face ao aumento dos casos

  • Lusa e ECO
  • 17 Outubro 2020

"Por favor, fiquem o máximo de tempo possível em casa e no lugar onde vivem", pediu a chanceler alemã, perante a escalada dos casos de Covid-19.

A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu este sábado aos alemães para que permaneçam em casa o máximo possível tendo em conta o aumento dos casos de contágio do coronavírus nos últimos três dias.

“Por favor, fiquem o máximo de tempo possível em casa e no lugar onde vivem. Eu sei que além de soar severo, representa um duro sacrifício”, disse a chanceler na sua habitual mensagem de vídeo de fim de semana.

Merkel apelou também para que os alemães reduzam o número de contactos com pessoas conhecidas “dentro e fora de casa”, e que sejam dispensadas “quaisquer viagens que não sejam estritamente necessárias”, e “qualquer festa que não seja estritamente necessária”.

A chancelar disse que esses sacrifícios devem ser feitos em interesse próprio e no interesse da sociedade para permitir que escolas e jardins de infância continuem abertos e para que a economia e os empregos não sejam mais afetados.

A Alemanha, de acordo com Merkel, está numa fase difícil da pandemia e as infeções estão a aumentar mais rápido do que na primavera. “A forma como vamos viver o inverno e como vamos festejar o Natal é algo que vai ser decidido nestes dias. Temos que fazer de tudo para que o vírus não se espalhe de forma descontrolada. Cada dia é importante e todos podem contribuir mantendo a distância, respeitando padrões de higiene e uso de máscaras”, afirmou.

“Mas é preciso ir mais longe: a ciência mostra-nos que a disseminação do vírus está relacionada ao número de contatos que temos”, acrescentou. A Alemanha registou 7.830 novas infeções por coronavírus neste sábado, o que representa um novo máximo pelo terceiro dia consecutivo, segundo os números do Instituto Robert Koch (RKI) de virologia.

Nesta sexta-feira os novos casos foram 7.334 e na última quinta 6.638. Nas últimas 24 horas, foram registadas 33 mortes devido ao Covid-19. Desde o início da pandemia, a Alemanha teve 356.387 infeções confirmadas. 9.767 pessoas morreram e o RKI estima que 287.600 superaram a doença.

Os números atuais são claramente superiores aos da primavera, quando o máximo de novas infeções foi registrado em 28 de março com 6.294, mas os dados são difíceis de comparar devido ao aumento de exames realizados que faz com que mais casos sejam descobertos. Na semana passada, Angela Merkel reuniu-se com chefes de Governo dos 16 estados federais para coordenar medidas contra o aumento da pandemia.

O resultado mais importante do encontro foi o consenso de que medidas especiais deveriam ser tomadas quando num distrito ou cidade a incidência semanal ultrapassasse 50 novas infeções por 100.000 habitantes.

Em Berlim, onde a incidência semanal é de 88 infeções, foi decretado que os bares e restaurantes teriam que fechar às 23:00, mas os tribunais declararam esta medida desproporcional.

Além disso, a proibição de hotéis de hospedar pessoas de bairros com incidência semanal de mais de 50 infeções por 100.000 habitantes foi questionada por tribunais em vários estados federais.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e noventa e nove mil mortos e quase 39 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Hungria e Áustria com novos recordes diários de contágios

A Áustria e a Hungria atingiram nas últimas 24 horas novos recordes de contágios da Covid-19, com o número diário de novas infeções a subir para 2.317 e 1.791, respetivamente.

Na Hungria, foram registados 1.791 novos casos nas últimas 24 horas, informaram este sábado as autoridades sanitárias daquele país, depois de nas últimas semanas o número diário de novas infeções ter oscilado entre os 800 e 1.300. Há ainda a registar, no último dia, mais 24 mortes, o que elevou a contagem global associada à pandemia para 1.109 num país de 9,8 milhões de habitantes.

Aquele país do centro da Europa contabiliza ainda 1.693 pessoas hospitalizadas devido ao novo coronavírus, sendo que 185 estão ligadas a ventiladores.

Na Áustria, o número de casos diários superou pela primeira vez os 2.000, avança este sábado o jornal Kronen Zeitung. Aquele diário – que tem avançado até à data com rigor os números oficiais antes da sua publicação pelas autoridades austríacas – indica ainda que se registaram 2.317 novos casos nas últimas 24 horas.

No princípio do mês já se havia superado o recorde diário de 1.050 novos infetados atingido na primeira vaga, então ainda na primavera. Na Áustria há 700 pessoas internadas com Covid-19, 124 em cuidados intensivos, enquanto que o número de óbitos naquele país de 8,8 milhões de habitantes subiu para 882.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Áustria, Alexander Schallenberg, teve um resultado positivo no teste ao vírus da Covid-19 e está em quarentena domiciliária sem sintomas, noticiou este sábado a rádio pública austríaca.

O resultado positivo foi detetado durante um teste regular na sexta-feira à tarde, e obrigou todos os membros do Governo austríaco, uma coligação de conservadores e ecologistas, a submeterem-se a testes adicionais, segundo a agência espanhola EFE.

(Notícia atualizada às 13h15 com mais informação)

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“Sem OE, país atravessa crise em muito piores condições”, avisa Siza Vieira

  • ECO
  • 17 Outubro 2020

Siza Vieira não dramatiza o impasse nas negociações orçamentais com os parceiros parlamentares. "O OE só não é aprovado se PCP e BE votarem contra ele” ao lado da direita, diz o ministro.

Se a proposta de Orçamento do Estado apresentada pelo Governo não for aprovada no Parlamento, o país “não morre”, mas atravessará a crise “em muito piores condições”, avisa o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, em entrevista ao Expresso (acesso pago). O governante salienta que o documento em causa só não receberá “luz verde”, se o PCP e o BE votarem contra, isto é, ao lado da direita.

Siza Vieira sublinha que, se a proposta orçamental não passar, não será possível, por exemplo, lançar o novo apoio social, nem estender as ajudas hoje disponíveis para as empresas, como já sugeriu o Governo. “Trabalhar em duodécimos é, mês a mês, gastar apenas a despesa correspondente a 1/12 do ano anterior. O que toda a gente está a dizer é que precisamos de respostas reforçadas em 2021. O país não vai morrer, em circunstância nenhuma, mas atravessará em muito piores condições uma crise como esta“, frisa o ministro.

Sobre as negociações com as forças políticas mais à esquerda, o governante afirma que já conhecia as exigências dos bloquistas desde julho, tendo ouvido desde então ainda outras reivindicações, “depois outras, depois outras e agora linhas vermelhas”. “O processo de discussão do OE continua depois da apresentação da proposta de lei. Acho sempre que pôr linhas vermelhas e afirmá-las publicamente nunca conduz a um bom resultado”, defende, referindo que a proposta que foi apresentada no início da semana no Parlamento foi construída “de forma muito dialogada”.

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