Trump foi transportado para o hospital por causa da Covid-19

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está a ser tratado com anticorpos sintéticos, um tratamento experimental considerado promissor, avançou a Casa Branca.

O presidente norte-americano foi infetado pelo coronavírus e, de acordo com informações da Casa Branca, citadas pelas agências de notícias norte-americanas, Donald Trump irá passar “os próximos dias” no Walter Reed Military Medical Center.

O porta-voz da Casa Branca Kayleigh McEnany afirmou que a ida de Trump para o hospital é uma medida de precaução. “O Presidente está bem-disposto, com sintomas suaves, e esteve a trabalhar durante todo o dia”, afirmou McEnany.

O presidente norte-americano irá ficar neste hospital militar onde irá realizar mais exames médicos.

De acordo com o médico da Casa Branca, Sean Conley, Donald Trump recebeu durante esta sexta-feira um ‘cocktail’ experimental de anticorpos. “Esta tarde, o Presidente continua cansado, mas com boa moral”, disse Sean Conley, em comunicado citado pela AFP.

Segundo o médico, Donald Trump recebeu uma dose do ‘cocktail’ experimental desenvolvido pelo laboratório Regeneron, que deu resultados preliminares encorajadores em testes clínicos num pequeno número de pacientes.

Esta madrugada, Donald Trump escreveu na sua página pessoal da rede social Twitter que, tal como a primeira-dama, Melania, tinha testado positivo com covid-19 e que iria ficar em quarentena, num anúncio que deixou o país em alerta e está a multiplicar reações em todo o mundo.

As ações de campanha de Donald Trump programadas vão ser mantidas de forma virtual ou adiadas, anunciou a equipa de campanha do candidato republicano, quando faltam 32 dias para a eleição presidencial.

(Notícia atualizada às 22h49)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street cede após Trump testar positivo à Covid-19

Os investidores fugiram dos ativos de risco temendo a incerteza em torno das eleições presidenciais norte-americanas.

O S&P 500 fechou no vermelho esta sexta-feira, com a notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, testou positivo ao novo coronavírus a levar os investidores a fugirem dos ativos de risco temendo a incerteza em torno das eleições presidenciais.

Trump tweetou na noite de quinta-feira que tinha contraído o coronavírus e que seria colocado em quarentena, aumentando a incerteza num mercado já de si volátil.

“Isso pode mudar o cenário”, disse Oliver Pursche, presidente da Bronson Meadows Capital Management, citado pela Reuters. “É mais uma insegurança no caminho para uma eleição renhida e controversa”, acrescentou.

Os três principais índices de ações dos EUA registaram quedas acentuadas no início da sessão, que entretanto foram reduzidas depois de a Casa Branca ter dado garantias de que Donald Trump não está incapacitado. Mas os sinais de progresso em torno das negociações para um acordo orçamental com vista a prestar apoio à economia no contexto da pandemia também ajudar a estancar as perdas.

A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, indicou que um acordo para disponibilizar um adicional de 25 mil milhões de dólares para ajudar o setor de aviação era “iminente”.

O Dow Jones acabou por ceder 0,48%, para 27.683,34 pontos, o S&P 500 recuou 0,96%, para 3.348,5 pontos e o Nasdaq caiu 2,22%, para 11.075,02 pontos.

As tecnológicas Apple, Microsoft e Amazon acabaram por pesar no rumo negativo do S&P 500 e do Nasdaq. Destaque negativo ainda para as ações da Testa. Estas recuam mais de 7% apesar de a empresas de Musk ter reportado um recorde de entrega dos seus carros elétricos no terceiro trimestre.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Está a chegar quotidianamente dinheiro aos países”, diz Elisa Ferreira

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

A comissária europeia admitiu que os novos fundos da União Europeia podem não estar disponíveis a 1 de janeiro, mas assegurou que “está a chegar quotidianamente dinheiro” aos países.

Elisa Ferreira admitiu esta sexta-feira que os novos fundos da União Europeia (UE) podem não estar disponíveis a 1 de janeiro, mas assegurou que todas as instituições trabalham “com imensa intensidade” e que “está a chegar quotidianamente dinheiro” aos países.

A comissária europeia, que tutela a Coesão e Reformas, explicou o processo de aprovação do orçamento da UE para 2021-2027 e do Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado, assegurando que “é possível começar a operar com estes instrumentos a partir de 2021”, mas que é preciso “não esquecer” que “ainda há verbas para gastar do quadro plurianual que termina neste ano e que vai gerar pagamentos até 2023”.

Elisa Ferreira referia-se às medidas de flexibilização decididas pela Comissão Europeia que permitem a cada Estado-membro reprogramar verbas que ainda não utilizou do orçamento 2014-2020 para a resposta às consequências da crise provocada pela pandemia. No caso português, segundo a comissária, estão em causa “valores acima de mil milhões de euros”.

“E portanto digamos está a chegar quotidianamente o dinheiro aos países, à medida que as candidaturas, as propostas, vão sendo trabalhadas”, disse Elisa Ferreira, que participava na 4.ª Conferência de Lisboa a propósito do futuro da União Europeia.

A comissária explicou “uma série de etapas” por que a proposta da Comissão tem de passar, desde logo a aprovação pelos 27, que ocorreu em julho, mas que agora precisa da autorização do Parlamento Europeu para a Comissão poder ir aos mercados emitir dívida para financiar os 750 mil milhões do Fundo de Recuperação.

Está tudo pronto e estamos a trabalhar com o Parlamento e com o Conselho em todos os textos legislativos que são necessários para pôr as coisas em marcha. Os trílogos [reuniões entre representantes da Comissão, Conselho e Parlamento] estão a decorrer com imensa intensidade, mas não escondo que há alguns elementos políticos, um dos quais é como é que se vai resolver com o Parlamento Europeu esta autorização e a aprovação das propostas da comissão”, disse.

O debate no Parlamento gira em torno de três grandes vertentes, explicou. A defesa de mais verbas para rubricas que viram os respetivos montantes diminuídos, o lançamento de recursos próprios, através, por exemplo, do alargamento a mais setores as taxas sobre emissões poluentes ou da taxação das transações financeiras, e a exigência do cumprimento dos princípios em matéria de Estado de Direito para acesso aos fundos.

Depois da autorização do Parlamento Europeu, e em conformidade com os sistemas políticos dos diferentes países, é também necessária “em muitos casos” a autorização dos parlamentos nacionais.

“Tudo leva a crer que, é esse o hábito, uma vez ultrapassada a barreira da aprovação pelo chefe de Estado e de Governo, cada um deles será capaz de internamente nos seus países obter um voto favorável dos respetivos parlamentos”, afirmou, estimando em “um mês ou dois meses” o tempo necessário para que essas ratificações estejam concluídas.

Sobre o futuro da UE, tema do painel, Elisa Ferreira disse esperar que, após a pandemia, haja “um mundo diferente”, “melhor desde logo nos contratos sociais que estão na base das nossas sociedades, na qualidade da democracia, num modelo de desenvolvimento das economias e na capacidade de resposta às preocupações e inquietações dos cidadãos”.

A comissária destacou que a resposta da UE à pandemia, “muito rápida” e “sem precedente”, se traduziu numa “consciencialização por parte da UE no seu papel estratégico no mundo” que constitui “uma mudança radical de paradigma e de posicionamento”. “Acredito que esta nova postura mais determinada vai contribuir para uma Europa mais coesa, mais solidária e, espero, uma Europa mais próxima dos cidadãos e em que os cidadãos se revejam”, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dois jogos da II Liga vão testar regresso dos adeptos aos estádios

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

Os jogos entre o Académico de Viseu e o Académica (8 de outubro) e entre o Feirense e o Desportivo de Chaves (15 de outubro) vão testar o regresso dos adeptos aos estádios.

Dois jogos da II Liga portuguesa de futebol vão juntar-se ao grupo de jogos em que será testado o regresso dos adeptos aos estádios, anunciou esta sexta-feira a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Os jogos entre Académico de Viseu e Académica, agendado para 8 de outubro, e entre Feirense com o Desportivo de Chaves, marcado para 15 de outubro, serão monitorizados por um grupo de acompanhamento criado entre a Direção-Geral da Saúde (DGS), Liga de Clubes e o pneumologista consultor da Liga, Filipe Froes.

Estes dois jogos, referentes à primeira jornada da II Liga e que foram adiados devidos a casos de covid-19, vão juntar-se ao jogo entre o Santa Clara e o Gil Vicente, da I Liga, marcado para domingo, e aos dois jogos da seleção portuguesa com a Espanha (7 de outubro) e Suécia (14 de outubro) no grupo de testes-piloto.

O presidente da Liga, Pedro Proença, e os diretores-executivos, Sónia Carneiro, Helena Pires e Tiago Madureira, o diretor de planeamento e estratégia, Rui Caeiro, bem como o pneumologista Filipe Froes estiveram na tarde de hoje reunidos com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, com a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, e com o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo.

“Desta reunião saiu um compromisso claro de ambas as partes em avançar para um grupo de jogos-teste, de forma a que se faça uma posterior análise ao comportamento dos adeptos nos estádios, numa altura de precauções especiais devido à covid-19”, refere a Liga em comunicado.

O documento acrescenta que foi ainda decidida a criação de um grupo de acompanhamento do futebol profissional, constituído por elementos da DGS, da Liga e por Filipe Froes, que, “além da monitorização contínua destes três jogos, irá analisar relatórios exaustivos sobre cada um dos três encontros do futebol profissional”. “No dia seguinte à realização do relatório haverá uma reunião de trabalho, com a última a estar marcada para 19 de outubro, data em que se definirão os passos seguintes”, acrescenta o documento.

A Liga salienta que assumiu o compromisso de efetuar relatórios detalhados após os três jogos, das I e II ligas, de forma a que a autoridade de saúde possa analisar vários fatores, como a entrada e saída dos adeptos, bem como ao comportamento revelado nas bancadas.

Segundo o documento da Liga de clubes, no final da reunião, António Lacerda Sales, acompanhado por Graça Freitas e João Paulo Rebelo, explicou, precisamente, o compromisso de se fazerem esses relatórios para uma posterior avaliação, tal como Pedro Proença evidenciou o facto de se ter dado “um passo importante” com estes testes-piloto no futebol profissional.

“Foi uma grande conquista que aqui tivemos. Efetivamente, aquilo que inicialmente seria para as regiões autónomas, vai começar, também, em Portugal continental. Vamos ter cinco testes-piloto para a integração gradativa de público, sabendo que a taxa inicial será de 10%. A seguir a cada jogo será emanado um relatório de avaliação”, afirmou Pedro Proença, que estará presente no jogo entre o Santa Clara e o Gil Vicente.

O presidente da Liga mostrou-se satisfeito pelo facto de o Governo ter “anuído às pretensões da Liga”. “Vamos seguir o nosso caminho. Dia 19 [de outubro], esperamos ter uma reunião conclusiva, para que o público volte aos estádios”, concluiu.

O jogo Santa Clara–Gil Vicente, da terceira jornada da I Liga de futebol, vai ter uma assistência de 1.000 pessoas, sendo o primeiro jogo profissional da época a ter público no estádio devido às restrições da covid-19. Os próximos jogos da seleção portuguesa frente à Espanha e à Suécia, ambos no estádio José Alvalade, também foram autorizados a receber público, revelou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em comunicado.

“No jogo de preparação entre as seleções de Portugal e de Espanha, no próximo dia 7 de outubro, pelas 19:45, no Estádio José Alvalade, será autorizada a ocupação de 5% da lotação do estádio com público. No jogo oficial entre as seleções de Portugal e da Suécia, a contar para a Liga das Nações, no dia 14 de outubro, às 19:45, no Estádio José Alvalade, será autorizada a ocupação de 10% da lotação do estádio com público”, explicou a FPF.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Brexit: Boris Johnson apela ao “bom senso” dos europeus para resolver impasse

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

O primeiro-ministro britânico afirma que compete aos europeus “usar o bom senso” para chegar a um acordo comercial pós-Brexit com o Reino Unido.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse esta sexta-feira que compete aos europeus “usar o bom senso” para chegar a um acordo comercial pós-Brexit com o Reino Unido, para evitar uma saída sem acordo.

Em entrevista à estação televisiva BBC, o líder conservador disse que há “todas as hipóteses de se chegar a um acordo”, apesar das persistentes diferenças nas negociações entre o Reino Unido e a União Europeia (UE). “Cabe aos nossos amigos e parceiros usar o bom senso”, concluiu. “Espero que cheguemos a um acordo, depende dos nossos amigos”, insistiu Boris Johnson, recordando o passado da Europa com os seus parceiros.

“Eles fizeram um acordo com o Canadá, do género do que queremos. Por que não o podem fazer connosco? Somos tão próximos, somos membros (da UE) há 45 anos. Está ao nosso alcance. Depende deles”, explicou o primeiro-ministro.

O Reino Unido deixou a UE a 31 de janeiro, mas continua a aplicar as regras da UE até 31 de dezembro, durante esta fase de transição. Na ausência de um acordo até ao primeiro dia de 2021, uma quebra repentina nas relações comerciais abalaria ainda mais as duas economias já enfraquecidas pela pandemia.

As discussões ocorrem dentro de um cronograma particularmente apertado: Boris Johnson marcou a data de 15 de outubro, dia de uma cimeira europeia em Bruxelas, para chegar a um acordo, enquanto os europeus prolongam essa data até ao final de outubro.

No final da 9.ª sessão de negociações esta semana, o negociador britânico David Frost disse que as concessões de Bruxelas seriam essenciais para chegar a um compromisso, em particular no que se refere à pesca e à igualdade de condições. “Estou preocupado porque resta muito pouco tempo agora para resolver esses problemas, antes do Conselho Europeu, a 15 de outubro”, disse Frost, em comunicado, referindo-se ao prazo estipulado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Proposta do BE para Novo Banco “é perigosa e revela nervosismo”, diz PS

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

O PS aponta o dedo ao Bloco de Esquerda por "acrescentar todos os dias linhas vermelhas à questão do Novo Banco".

O PS critica a proposta avançada pelo Bloco de Esquerda que propõe que futuras injeções no Novo Banco sejam feitas diretamente pelos restantes bancos, sem passar pelo Fundo de Resolução. O vice-presidente da bancada parlamentar socialista defende que esta “é perigosa e revela nervosismo do BE em relação ao Novo Banco”, em declarações citadas pelo Jornal de Negócios (acesso livre).

Os partidos encontram-se neste momento em negociações para o Orçamento do Estado de 2021, sendo este um dos temas em foco. “O BE está a acrescentar todos os dias linhas vermelhas à questão do Novo Banco”, aponta João Paulo Correia. “O Bloco foi sempre contra que o Estado emprestasse ao Fundo de Resolução. Agora o Governo ultrapassou essa questão e o BE acrescentou outra”, reitera.

A proposta que o Governo está a preparar é que sejam os bancos a emprestar dinheiro ao Fundo de Resolução, algo com que o Bloco não concorda, vindo por isso apresentar outra solução em que é a banca a capitalizar diretamente o Novo Banco. Para João Paulo Correia, “esta trajetória do BE é perigosa porque é mais uma linha vermelha para criar um impasse, afeta mais o Novo Banco e afeta o sistema financeiro”. O deputado explica que com esta solução, o banco assumia uma necessidade de novos acionistas, falhando com o plano estratégico, o que poderia levar a uma revisão dos rácios de capital pelo Mecanismo Único de Supervisão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara do Porto aprova PIP para El Corte Inglés na Boavista

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

O El Corte Inglés pagou à Infraestruturas de Portugal 18,7 milhões de euros por um terreno, onde pretende construir um armazém comercial, um hotel e um edifício de habitação, comércio e serviços.

O Pedido de Informação Prévia (PIP) apresentado pelo El Corte Inglés para o terreno da antiga estação ferroviária da Boavista, no Porto, teve parecer favorável da Câmara, avançou esta sexta-feira à Lusa aquela autarquia.

“Relativamente a este tema, foi transmitida uma informação prévia favorável, com a indicação das várias condições que deverão ser cumpridas no âmbito de um pedido de licenciamento da operação de loteamento”, respondeu a Câmara do Porto, depois de questionada pela Lusa.

O El Corte Inglés pagou à Infraestruturas de Portugal, proprietária do terreno, 18,7 milhões de euros, tendo, em outubro de 2019, submetido um PIP para a construção de um grande armazém comercial, de um hotel e de um edifício de habitação, comércio e serviços. O projeto tem sido alvo de contestação, tendo levado, em setembro de 2019, à criação de uma petição que conta com cerca de 4.810 signatários.

Meses depois, um grupo de cerca de 60 personalidades ligadas à academia e ao património ferroviário pediu a classificação como imóvel de interesse público daquele local, defendendo a importância da preservação da antiga estação ferroviária, em risco se o projeto do El Corte Inglés avançar. Em novembro de 2019, o presidente da Câmara do Porto avisou que a autarquia não tinha meios, nem dinheiro, para travar a concretização do projeto.

Em dezembro, o Público avançava que o PIP tinha sido “travado” pela Metro do Porto que, numa carta enviada ao município, se recusou a dar parecer favorável enquanto não terminassem as negociações tendo em vista a compatibilização da futura linha Rosa e os projetos do grupo espanhol para o terreno da antiga Refer junto à rotunda da Boavista.

No início desse mês, o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto revelou que, no âmbito da apreciação do PIP, tinha havido “uma primeira interação negativa” por não cumprimento das cérceas existentes. Questionada pela Lusa, a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) informou, no dia 13 de abril que o pedido se encontrava em tramitação, tendo sido despachado para a Direção-Geral do Património Cultural para decisão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Saída de David Neeleman já é oficial. Estado tem agora 72,5% da TAP

O empresário renunciou aos cargos que desempenhava no Conselho de Administração na companhia aérea. O Estado passa agora a ter uma participação de 72,5% na TAP.

A saída de David Neeleman da TAP já é oficial. O empresário renunciou aos cargos que tinha no Conselho de Administração da companhia aérea, na sequência do empréstimo que o Estado vai fazer à companhia aérea, revela um comunicado enviado esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O Estado assume, assim, o controlo de 72,5% da TAP.

“David Gary Neeleman apresentou a sua renúncia ao cargo de Vogal do Conselho de Administração da TAP, a qual produz efeitos na presente data”, lê-se no comunicado, que refere ainda que Neeleman “apresentou igualmente a sua renúncia aos demais cargos por si assumidos na estrutura diretiva das restantes entidades que compõem o Grupo TAP”.

O mesmo documento confirma, assim, o reforço da participação que o Estado passa a ter no capital da companhia de bandeira nacional. “Foi concedido pelo Estado Português um empréstimo remunerado a favor do Grupo TAP, no montante de até 946 milhões de euros, ao qual poderá acrescer um montante adicional de 254 milhões de euros, sem que, contudo, o Estado Português se encontre vinculado à sua disponibilização”.

Além disso, “foi celebrado um conjunto de instrumentos contratuais conexos com o Contrato de Financiamento, entre o Estado Português, os acionistas privados (diretos e indiretos) da TAP e o Grupo TAP, tendo em vista a concretização das operações oportunamente comunicadas ao mercado e ao público em geral no dia 17 de julho de 2020″.

De acordo com a TAP, estes acordos concretizaram-se com a “aquisição, por parte do Estado Português, através da DGTF, de participações sociais, de direitos económicos e de uma parte das prestações acessórias da atual acionista da TAP, Atlantic Gateway, por forma a que o Estado Português passe a deter controlo efetivo sobre 72,5% do capital social da TAP SGPS, sobre igual percentagem de direitos económicos na TAP SGPS e sobre determinadas prestações acessórias realizadas pela Atlantic Gateway”.

Adicionalmente, decorreu a “amortização da quota detida pela HPGB na Atlantic Gateway contra o recebimento de ações representativas de 22,5% do capital social e direitos de voto da TAP SPGS e de determinadas prestações acessórias realizadas pela Atlantic Gateway, deixando a Atlantic Gateway de ser acionista da TAP SGPS e passando a HPGB a deter uma participação direta na TAP SGPS”, lê-se.

No ano passado, a TAP apresentava uma difícil situação financeira, o que levou a companhia aérea a solicitar um empréstimo estatal. A pandemia veio agravar ainda mais as contas da empresa, que no primeiro semestre apresentou prejuízos de 582 milhões de euros. O Estado acordou com os acionistas privados da companhia aérea um reforço do capital, passando a deter 72,5% em troca de 55 milhões de euros.

“Estou, de novo, a fazer o que é melhor” para a TAP, diz Neeleman

O empresário David Neeleman, que deixou hoje de ser acionista da TAP com a concretização do acordo com o Estado português, disse que, com a sua saída, estava “de novo a fazer o que é melhor para a TAP”. Numa mensagem enviada aos trabalhadores da companhia aérea, a que a Lusa teve acesso, Neeleman despediu-se da TAP com a confiança de que foram alcançados “todos os objetivos estratégicos acordados com o Governo”, depois da privatização de uma parte da empresa.

“Sempre quis o melhor para a TAP. Foi assim em 2015, quando me candidatei à privatização e acreditei quando mais ninguém acreditava, e é assim hoje quando concretizo o acordo com o Estado português para deixar de ser acionista da TAP”, escreveu David Neeleman. “Infelizmente, a pandemia, o seu impacto na indústria da aviação mundial e as decisões tomadas no contexto concreto da TAP, não me permitiram continuar. A TAP precisa muito de estabilidade acionista e por isso acordei sair”, explicou, garantindo que está “de novo, a fazer o que é melhor para a TAP”.

O empresário assegura aos trabalhadores, na mesma missiva, que a transportadora “é hoje uma empresa muito diferente do que era, fruto do trabalho de todos vós. Nos últimos quatro anos, a TAP transformou-se numa TAP mais robusta, com uma frota renovada, mais eficiente e ecológica, com mercados diversificados, mais internacional, mais sustentável e atrativa”.

O empresário acredita ainda que foram alcançados “todos os objetivos estratégicos acordados com o Governo”, dizendo-se “convicto de que os trabalhadores da TAP, que são o seu maior ativo, unidos no contexto da nova estrutura societária, saberão encontrar uma rota para a viabilidade e sucesso” da empresa.

“Quero agradecer ao Humberto [Pedrosa] por ter sido meu parceiro e desejo a ele e a todos os trabalhadores da TAP, muito foco e resiliência para voltarem a reerguer a TAP, o que acredito ser possível. Continuo a querer e a desejar, sempre, o melhor para a TAP”, garantiu Neeleman.

O empresário expressou também “gratidão a todos os trabalhadores da TAP”, pela forma como foi acolhido, “pela sua qualidade técnica, capacidade de execução e paixão”, segundo a mensagem. “Tenho muito orgulho em ter feito parte desta equipa e deste projeto, em Portugal. Um país fantástico, que continuarei sempre a promover, do qual gosto muito, onde fiz muitos amigos e onde sempre voltarei”, rematou o empresário.

(Notícia atualizada às 19h14 com mensagem de Neeleman aos trabalhadores da TAP)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

De Putin a Biden, multiplicaram-se as reações ao contágio de Trump. Conheça algumas

Em vários tons, e vindas um pouco de todo o mundo, multiplicaram-se as reações à notícia do teste positivo de Donald Trump e Melania Trump à Covid-19 nos media e nas redes sociais. Veja algumas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta sexta-feira numa publicação no Twitter que ele próprio e a mulher Melania Trump testaram positivo à Covid-19. A poucas semanas das eleições norte-americanas a 3 de novembro, o comunicado fez com que as bolsas caíssem e assustou os investidores. Nas redes sociais e nos meios de comunicação, multiplicaram-se as reações de vários dirigentes e chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, entre eles o candidato adversário do Partido Democrata, Joe Biden.

Entre as várias reações, leem-se mensagens de apoio no sentido de uma rápida recuperação e desejos de melhoras. Por outro lado, devido à resistência de Donald Trump demonstrada relativamente à Covid-19 nos últimos meses, houve até quem aproveitasse para se referir a “um vírus que consegue chegar até aos mais céticos”.

O candidato do Partido Democrata à presidência deixou uma mensagem de melhoras para o opositor na corrida à Casa Branca.

“Os nossos pensamentos estão no Presidente Trump e na primeira-dama Melania Trump, para que tenham uma rápida recuperação. Continuaremos a rezar pela saúde e segurança do presidente e da sua família”.

A candidata escolhida por Joe Biden para vice-presidente, Kamala Harris, aproveitou a mensagem de Biden para publicar uma mensagem na sua página oficial.

Da Casa Branca surgiram outras reações, como foi o caso do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, que deixou uma nota na sua página pessoal do Twitter: “Eu e a Karen enviamos as nossas orações e o nosso amor para os nossos queridos amigos. […] Juntámo-nos a milhões um pouco por toda a América, e rezamos pela completa e rápida recuperação. Que Deus abençoe o presidente Trump e a nossa magnífica primeira-dama Melania”, lê-se na publicação do vice-presidente.

“O presidente vai vencê-lo. O presidente ultrapassou quase tudo o que lhe tem sido atirado nestes últimos quatro anos. Penso que também vencerá isto”, disse à Fox News o congressista republicano Jim Jordan.

“O presidente Trump pagou o preço de minimizar o Covid-19”

“O presidente Trump e a primeira-dama pagaram o preço da sua aposta para minimizar a Covid-19. A notícia mostra a gravidade da situação pandémica dos Estados Unidos. Terá um impacto negativo na imagem de Trump e dos Estados Unidos, e também pode afetar negativamente a sua reeleição“, lê-se na mensagem de Hu Xijin, editor do jornal China Global Times, avança a Reuters.

O jornal China Daily refere-se a um cenário de inevitabilidade: “O teste positivo é mais um lembrete de que o coronavírus continua a espalhar-se, mesmo que Trump tente desesperadamente sugerir que já não representa nenhum perigo. Desde que surgiu no início deste ano, Trump, a Casa Branca e a sua campanha, minimizaram a ameaça e recusaram-se a obedecer às diretrizes básicas de saúde pública – incluindo as emitidas pela sua própria administração -, tal como usar máscaras em público e praticar o distanciamento social”.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, também deixaram mensagens de melhoras ao presidente dos Estados Unidos.

Na Europa, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi rápido a reagir e referiu-se à Covid-19 como “uma batalha que todos continuamos a enfrentar”.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e outros chefes de Governo europeus, também reagiram à notícia de Trump. Foi o caso do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, da Holanda, Mark Rutte, o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz e a chanceler alemã Angela Merkel.

De acordo com a Reuters, os chefes de Governo de Israel, Canadá, índia e México, também publicaram mensagens de melhoras ao presidente norte-americano.

O primeiro-ministro português, António Costa, não se pronunciou sobre a notícia do contágio de Trump.

No Twitter, a hashtag #Trumphascovid, acompanhada da hashtag #Karma, está a invadir a rede social.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o presidente norte-americano desvalorizou a gravidade do vírus e foi resistente em aplicar as medidas impostas pelas autoridades de saúde pública. Em alguns casos, o Twitter chegou a eliminar publicações do chefe de Estado norte-americano, que continham informação falsa sobre a Covid-19. Há um novo livro que afirma mesmo que Donald Trump sabia desde o início que o coronavírus era mortal, mas que preferiu desvalorizar a situação para não criar o pânico, avançou a BBC.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Altice instala novo polo e expande rede de fibra ótica nos Açores

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

A Altice Portugal vai investir vários milhões na Região Autónoma dos Açores, começando pela instalação de um novo polo e pela expansão da rede de fibra ótica na ilha Terceira.

Desde a instalação de um novo polo até à expansão da rede de fibra ótica, a Altice Portugal vai investir vários milhões de euros no arquipélago dos Açores. Em comunicado, a empresa liderada por Alexandre Fonseca acredita que esta aposta na região contribuirá para continuar a captar investimento privado, gerar emprego e criar valor, fixando populações e combatendo consequentemente a desertificação.

A Altice vai inaugurar o novo polo Altice Labs Açores, na ilha Terceira, inserido no projeto Terceira Tech Island. Este será uma “plataforma de promoção do talento tecnológico”, instalado na Praia da Vitória, que conta já com 11 colaboradores. O Altice Labs Açores vai contar com “uma rede local de parceiros tecnológicos e científicos onde se inserem a academia, empresas e entidades locais que possam acrescentar valor aos produtos e soluções desenvolvidos e exportados para mais de 60 países nos cinco continentes”, refere a empresa.

Além disso, a Altice vai também fortalecer as suas infraestruturas fixas e móveis. A empresa de telecomunicação vai cobrir de fibra ótica de última geração mais de 95% da população da ilha Terceira até ao final de 2020, “em particular de todas as freguesias dos concelhos de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória”. Ainda neste campo, estão previstos para 2021 novos investimentos num valor que ultrapassam os três milhões de euros.

Para o CEO da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, “esta vinda aos Açores marca o compromisso da Altice Portugal para com o crescimento e progresso económico, social e tecnológico da Região Autónoma”. Citado em comunicado, o presidente do Governo Regional dos Açores nota que “este projeto tem um significado bastante profundo” para o Executivo daquele arquipélago.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Publicado primeiro decreto-lei que regulamenta a Lei de Bases da Habitação

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

O diploma surge um ano depois da entrada em vigor da lei de bases, adequando a esta legislação os instrumentos da denominada Nova Geração de Políticas de Habitação do executivo socialista.

O primeiro decreto-lei que regulamenta a Lei de Bases da Habitação foi esta sexta-feira publicado em Diário da República, adaptando os programas 1.º Direito, Porta de Entrada e de Arrendamento Acessível, bem como a orgânica do Instituto da Habitação.

O diploma, que entra em vigor no dia 2 de novembro – com exceção das adaptações do Programa de Arrendamento Acessível, que apenas são aplicadas 90 dias após a publicação, ou seja, no fim de dezembro -, surge um ano depois da entrada em vigor da lei de bases, adequando a esta legislação os instrumentos da denominada Nova Geração de Políticas de Habitação do executivo socialista.

Em causa estão o 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação (para pessoas a viver em condições indignas), o Porta de Entrada – Programa de Apoio ao Alojamento Urgente (para pessoas privadas de habitação temporária ou definitivamente) e o Programa de Arrendamento Acessível (para casos de baixos rendimentos).

Com o diploma publicado esta sexta-feira pretende-se também dotar o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) das “competências necessárias para proceder ao inventário do património do Estado com aptidão para uso habitacional e à gestão da bolsa de imóveis do Estado para habitação, com vista ao aumento da oferta de habitação com apoio público a custos acessíveis”, medidas anunciadas pelo Governo em 17 de setembro e cuja regulação foi também esta sexta-feira publicada.

O instituto é definido como “a entidade pública promotora da política nacional de habitação”, que concretiza e coordena a política nacional nesta área, publicando anualmente um relatório de monitorização e gerindo o Portal da Habitação. O decreto-lei acrescenta o foco na “habitação de interesse social” às suas funções de aquisição e urbanização de terrenos, aquisição e arrendamento, promoção de construção e reabilitação urbana.

O texto também altera o decreto-lei sobre as normas regulamentares do regime da propriedade horizontal, no que toca às obras necessárias em partes comuns de condomínios. Estipula-se que as entidades públicas com competências na área da gestão habitacional podem determinar e promover essas obras em edifícios onde são condóminos, tal como é permitido aos municípios.

“Sempre que, por ato ou omissão dos condóminos, a assembleia de condóminos não reúna ou não sejam tomadas as decisões necessárias ao cumprimento das obrigações legais de elaboração do regulamento do condomínio, de contratação do seguro obrigatório ou de constituição de fundo de reserva, qualquer condómino pode assegurar o cumprimento das mesmas como administrador provisório”, é referido no novo diploma.

Se esse administrador provisório for uma entidade pública com atribuições na gestão habitacional e for necessário fazer obras nas partes comuns, o organismo “pode recorrer à execução coerciva das mesmas […], sempre que não seja possível uma decisão da assembleia de condóminos para o efeito”.

A nova legislação também altera o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial para simplificar e acelerar a promoção da oferta pública de habitação. Para tal, inclui “formas alternativas de execução de uma unidade operativa de planeamento e gestão”, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, da Carta Municipal de Habitação ou da Bolsa de Habitação (previstas na lei de bases), permitindo também que o número de estacionamentos por fogo seja adequado às necessidades.

As adaptações constantes no novo decreto-lei ocorrem, segundo o Governo, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social: “No contexto atual, a resposta ao problema estrutural de escassez de habitação pública ganha redobrado sentido e pertinência […]. Importa assim promover uma implementação mais simples, célere e abrangente dos instrumentos já criados”.

Em 17 de setembro, o Governo aprovou a realização de um inventário do património imobiliário do Estado apto para uso habitacional e a criação de uma bolsa destes imóveis para arrendamento acessível, prevendo já a oferta de “cerca de 15 mil habitações”.

“Temos dezenas de milhares de imóveis do Estado, uma grande parte deles sem utilização, falta fazer um inventário de todo o património”, avançou então o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, indicando que, depois de identificados os imóveis com aptidão habitacional, passa por uma decisão política a passagem para uma bolsa de imóveis do Estado, para serem disponibilizados para habitação acessível.

O executivo anunciou também a aprovação do diploma que adequa os programas habitacionais (decreto-lei n.º 81/2020), hoje publicado, destacando a aplicação, no âmbito do 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, a majoração das comparticipações (a fundo perdido) para os municípios e “o financiamento a 100% para os municípios do interior, em linha com a estratégia nacional para o desenvolvimento do interior e coesão territorial”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas quer flexibilidade das regras sobre ajudas estatais até junho de 2021

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

A Comissão Europeia enviou uma proposta aos Estados-membros que antevê a prolongamento do prazo de enquadramento temporário criado por causa da pandemia para ajudas estatais.

A Comissão Europeia anunciou esta sexta-feira que enviou uma proposta aos Estados-membros que antevê a prolongamento do prazo de enquadramento temporário criado por causa da pandemia para ajudas estatais por mais seis meses, até 30 de junho de 2021.

Em comunicado, o executivo comunitário referiu que “enviou aos Estados-membros, para consulta, um projeto de proposta para prolongar até 30 de junho de 2021 o enquadramento temporário dos auxílios estatais, adotado em 19 de março de 2020, para apoiar a economia no contexto do surto de coronavírus e ajustar o seu âmbito de aplicação”.

“Os efeitos da crise económica derivada do covid-19 vão manter-se entre nós durante algum tempo”, justificou a vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta da concorrência, Margrethe Vestager, salientando ser por isso que a instituição propôs hoje “prolongar o enquadramento temporário até meados do próximo ano, ajustando-o às necessidades contínuas das empresas”.

A responsável apelou também à necessidade de os países utilizarem as verbas veiculadas através deste mecanismo para concretizar a transição digital e verde da economia europeia. “Estamos a trabalhar com vista a possibilitar a recuperação verde e digital da Europa: as nossas ajudas estatais vão ter um papel importante, orientando os Estados-membros para garantir que os fundos públicos sejam bem direcionados”, indicou Margrethe Vestager.

O anúncio foi feito um dia depois de o primeiro-ministro se ter reunido com Margrethe Vestager e ter apelado a um prolongamento do prazo para as regras mais flexíveis de Bruxelas relativamente aos auxílios estatais, evocando os efeitos duradouros da crise económica gerada pela covid-19.

“Falei com a comissária Vestager sobre a necessidade de prolongar a flexibilidade em matéria de ajudas de Estado, que terminam no final deste ano, sendo claro que no final de 2021 vamos ter a economia ainda fortemente condicionada por esta crise e que, portanto, se deve prolongar esse prazo”, disse António Costa aos jornalistas no final desse encontro, na quinta-feira.

Em março passado, o executivo comunitário propôs a flexibilização das regras sobre ajudas estatais que os países podem prestar às suas economias, apoios em forma de empréstimos dos Estados ou de recapitalizações, por exemplo, que são normalmente vedados por Bruxelas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.