Parlamento aprova prolongamento de proteção às rendas até junho

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2020

O diploma do Governo prevê para todos os contratos de arrendamento não habitacional o prolongamento até 30 de junho de 2021 da suspensão da cessão dos contratos.

Os deputados aprovaram esta sexta-feira a proposta do Governo que alarga até 30 de junho de 2021 a suspensão da cessão dos contratos de arrendamento não habitacional e contempla medidas de proteção para estabelecimentos que se encontram encerrados desde março.

A proposta foi aprovada com a abstenção do PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal e o voto favorável dos restantes grupos parlamentares.

Aprovado foi o projeto do BE que também alarga até 30 de junho de 2021 a suspensão dos contratos, iniciativa que contou com o voto favorável do PS, BE, PCP, PEV e PAN, o voto contra do PSD e do CDS-PP e a abstenção do Chega e da Iniciativa Liberal. Já uma proposta do PCP que pretendia prolongar esta suspensão até ao final do próximo ano foi rejeitada.

Foi ainda aprovada a iniciativa do PAN que clarifica o regime excecional aplicável aos contratos de exploração de imóveis para comércio e serviços em centros comerciais, com a iniciativa a ser viabilizada com os votos favoráveis do PSD, BE, PCP, PEV e PAN, o voto contra do PS, CDS-PP e Iniciativa Liberal e a abstenção do Chega.

O diploma do Governo, que deverá ser sujeito a votação final global em 22 de dezembro, prevê para todos os contratos de arrendamento não habitacional o prolongamento até 30 de junho de 2021 da suspensão da cessão dos contratos.

Assim, um contrato de arrendamento não habitacional que termine em janeiro ou fevereiro, mantém-se até ao final do primeiro semestre de 2021 desde que, como precisou o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, haja o pagamento da renda. “O disposto no número anterior [suspensão até 30 de junho de 2021] depende do regular pagamento da renda devida nesse mês”, determina o diploma, acrescentando que esta norma se aplica “às rendas devidas nos meses de outubro a dezembro de 2020 e de janeiro a junho de 2021”.

No caso dos estabelecimentos encerrados desde março de 2020 e que ainda permaneçam encerrados em 1 de janeiro de 2021, a proposta prevê o diferimento, para janeiro de 2022, do início do pagamento das rendas referentes a 2020, bem como o diferimento para a mesma data do pagamento das rendas de 2021.

“O período de regularização da dívida tem início em 1 de janeiro de 2022 e prolonga-se até 31 de dezembro de 2023” determina a iniciativa, prevendo ainda que “o pagamento é efetuado em 24 prestações sucessivas”. Em causa estão essencialmente bares, discotecas e parques infantis.

Já o projeto do PAN que também foi esta sexta-feira aprovado na generalidade, pretende preencher “as lacunas e clarificar o quadro legal aplicável” por forma a assegurar o respeito por “aquela que foi a vontade da Assembleia da República”.

Em causa está, como refere o PAN na exposição de motivos, uma norma, aprovada no âmbito do Orçamento do Estado Suplementar, “para assegurar que as rendas devidas nos contratos de exploração comercial em conjuntos comerciais são calculadas em função do volume de negócios gerado e o dever dos lojistas pagarem a totalidade das despesas comuns, pretendendo “que produzisse efeitos desde o início da crise sanitária – ou seja, 13 de Março de 2020”.

O partido acentua ter chegado ao seu conhecimento que a interpretação e aplicação prática do disposto na lei, “estaria a por em causa aquela que foi a vontade da Assembleia da República”, referindo a existência de conjuntos comerciais “que, invocando a data da entrada em vigor da Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho (e não a data de início da crise sanitária), não só exigiram o pagamento de todas as rendas de março a julho, como ainda exigiriam aos lojistas que renunciassem à aplicação da Lei sob pena de verem revogadas todas e quaisquer reduções ocorridas entre março e julho”.

O diploma aprovado esta sexta-feira prevê assim que “o disposto no n.º 5, do artigo 168.º-A Lei n.º 2/2020, de 31 de março (…), aplica-se ao período compreendido entre 13 de março e 31 de dezembro 2020”, determinando ainda que “a expressão centros comerciais deverá ser interpretada por forma a abranger todos os empreendimentos” tal como definidos no Decreto-Lei n.º 10/2015, de 16 de Janeiro. As restantes iniciativas apresentadas pelo BE e PCP foram rejeitadas.

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Anacom já concluiu processo de migração da TDT

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2020

A Anacom já concluiu a migração de frequências da Televisão Digital Terrestre (TDT), processo essencial para o desenvolvimento da futura rede 5G.

O processo de migração da televisão digital terrestre (TDT), essencial para o desenvolvimento do 5G, terminou esta sexta-feira e “decorreu com enorme sucesso”, confirmou a Anacom.

A migração dos emissores que constituem a rede de TDT, que emitem na faixa dos 700 MHz, terminou esta sexta-feira, com a alteração do emissor do Pico Arco da Calheta, na Madeia.

“No total, mudaram de frequência 243 emissores, num processo que decorreu com enorme sucesso e que exigiu uma enorme mobilização de recursos da Anacom”, refere o regulador, em comunicado sobre o balanço da migração.

No total “estiveram envolvidos neste processo mais de 100 colaboradores da Anacom, cerca de um quarto do seu efetivo total”, referiu o regulador das comunicações eletrónicas.

“Assim, a partir de hoje, a faixa dos 700 MHz está totalmente liberta em todo o país, permitindo-se a sua utilização para implementação do 5G, logo que se conclua o processo que visa a atribuição dos respetivos direitos de utilização de frequências”, salienta.

De acordo com o calendário, está prevista a atribuição de licenças durante o primeiro trimestre do próximo ano.

“Com a adoção do 5G, todos os cidadãos e empresas poderão beneficiar de internet de alta velocidade, mesmo os que estão em zonas de baixa densidade populacional, incluindo nas regiões autónomas, uma vez que as regras do leilão para atribuição das frequências determinam uma cobertura de 95% do território nacional em 2025, e de 90% da população das freguesias de baixa densidade e das freguesas das regiões autónomas”, acrescenta.

O processo de migração da TDT, que começou a 7 de fevereiro e foi interrompido entre março e agosto devido à pandemia, “além de permitir a evolução para a quinta geração móvel, levou igualmente a uma melhoria das condições de receção do sinal de TDT por via terrestre, estimando-se um aumento da cobertura de rede de TDT, de cerca de 2% da população (de 92,5% para 94,5%)”.

A Anacom adianta que “a ressintonia dos recetores, que este processo implicou, levou ainda a que muitas pessoas que apenas viam os quatro canais em sinal aberto (RTP1, RTP2, SIC e TVI), tivessem passado a ver os sete canais disponíveis nesta plataforma (além dos já referidos, acrescem a RTP3, RTP Memória e Canal Parlamento) e que não viam por desconhecimento e/ou por não saberem fazer a sintonia dos recetores”.

Até ao início do dia, a Anacom “já prestou apoio domiciliário em 4.830 situações”.

O regulador salienta que “o sinal de TDT chega a 100% da população, sendo que com esta alteração 94,5% da população poderá receber o sinal por via terrestre e os remanescentes 5,5% poderão aceder ao serviço através de meio complementar (satélite)”.

A Anacom relembra que “continuam a existir até ao final de 2023 apoios à compra de equipamento de receção do sinal por satélite, encontrando-se toda a informação para esse efeito, disponível” aqui.

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Ana Paula Marques passa da Nos para o ‘board’ da EDP. Equipa de Miguel Stilwell completa para o próximo mandato

A vice-presidente da Nos, Ana Paula Marques, vai ser proposta para administradora da EDP. De saída da administração executiva, João Marques da Cruz vai liderar a EDP no Brasil.

Ana Paula Marques é a gestora que vai integrar a equipa de Miguel Stilwell no Conselho de Administração da EDP no próximo triénio. Até agora vice-presidente da Nos, Ana Paula Marques acumula uma experiência de mais de vinte anos nas telecomunicações e passa a ser o único membro externo da equipa de gestão da elétrica que vai ter cinco elementos, apurou o ECO junto de uma fonte conhecedora do processo.

Miguel Stilwell propôs aos acionistas da EDP uma equipa que é, na prática, uma mudança na continuidade. Há uma renovação geracional, mas dos cinco membros, quatro já estão na administração executiva. O próprio Stilwell, Rui Teixeira, Miguel Setas e Vera Pinto Pereira. A equipa fica completa com a entrada de Ana Paula Marques, economista formada na Faculdade de Economia do Porto e que começou a sua carreira profissional na Procter & Gamble, antes de passar para uma startup do grupo Sonae… a Optimus. No presente mandato, passou a vice-presidente da Nos, com pelouros diversos na operadora: Marca e a Comunicação, o Serviço a Clientes, os Processos, a Logística e Gestão de Terminais, a Instalação e Manutenção, a Gestão de Ativos e Serviços Gerais, o Market e Customer Intelligence, os Recursos Humanos e a Direção de Transformação.

Como o ECO revelou esta quinta-feira, Miguel Stilwell propôs aos acionistas de referência da EDP uma nova administração executiva, uma lista que deverá ser anunciada esta sexta-feira, ficando marcada a assembleia geral extraordinária de acionistas para o dia 19 de janeiro, isto é 30 dias depois. Da nova equipa saem gestores históricos da companhia, como João Marques da Cruz e António Martins da Costa.

João Marques da Cruz na EDP Brasil

Martins da Costa, 66 anos, é quadro superior da EDP, já foi presidente da companhia no Brasil e deverá ficar com funções de representação e de assessoria ao conselho de administração executivo. Já João Marques da Cruz deverá ser indicado para presidente da EDP Brasil, onde está até agora Miguel Setas.

A EDP Brasil deixa de ter um presidente com assento no conselho de administração executivo da EDP, com este novo modelo de governação, e uma equipa de cinco gestores (eram nove até à suspensão de funções de António Mexia e João Manso Neto). Mas não é a primeira vez que sucede, já Ana Maria Fernandes foi presidente da EDP Brasil sem estar no ‘board’ da EDP. De qualquer forma, o negócio do Brasil perdeu peso no total de resultados do grupo, estando agora abaixo dos 10% (muito por força da desvalorização do real).

A EDP Brasil lucrou 808 milhões de reais (cerca de 130 milhões de euros) nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma quebra de 3,6% face ao mesmo período do ano passado, o que a empresa associa ao impacto da pandemia no negócio. O EBITDA cedeu também 2,7% para 1,98 mil milhões de reais (equivalente a 320 milhões de euros). No fim de setembro, a dívida líquida da EDP Brasil situava-se em 5,8 mil milhões de reais (933 milhões de euros), de acordo com os últimos resultados.

(Notícia atualizada às 17h05 para corrigir data da assembleia geral extraordinária, será no dia 19 e não no dia 18 de janeiro)

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S&P 500 e Nasdaq em recordes com estímulos e vendas de Natal

As retalhistas estão a ser beneficiadas pelos dados da National Retail Federation que indicam uma forte procura na quadra natalícia.

Wall Street negoceia em alta com o financeiro S&P 500 e o tecnológico Nasdaq em novos máximos. Além dos estímulos orçamentais que o Senado dos EUA está prestes a aprovar, os dados das vendas de retalho na quadra natalícia estão a impulsionar o sentimento dos investidores.

O S&P 500 ganha 0,05% para 3.720,79 pontos e o Nasdaq avança 0,09% para 12.775,78 pontos. Em ambos os casos são os valores mais elevados de sempre. O Dow Jones sobe 0,03% para 30.313,88 pontos.

Os investidores estão expectantes em relação ao novo pacote de estímulos que está a ser negociado pelos dois partidos e que deverá ficar fechado no fim de semana. “O mercado está um pouco cético porque o cronómetro está a andar e o tempo está a esgotar-se. O que querem ver é a assinatura do acordo”, diz Thomas Hayes, managing member da Great Hill Capital, à Reuters.

“Conseguir a aprovação dos estímulos seria muito positivo para o setor do retalho porque uma grande parte desse dinheiro iria diretamente para compras de Natal“, acrescenta. Apesar de ainda não ser certo, as retalhistas já estão a ser beneficiadas pelos dados da National Retail Federation que indicam uma forte procura na quadra. Kohl’s (3,4%), Walmart (0,3%) e Macy’s (2,6%) seguem em alta.

Em dia de bruxaria quadrupla — expiram simultaneamente contratos de futuros sobre índices de ações, de opções sobre índices acionistas, de opções sobre ações e de futuros sobre ações — é esperada elevada volatilidade no mercado. O fenómeno ocorre todas as terceiras sexta-feiras dos meses de março, junho, setembro e dezembro.

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Internet a preços mais baixos pode chegar já em janeiro

O Governo está a finalizar nova legislação para as telecomunicações, incluindo a criação da tarifa social de internet. Com o prazo a terminar, medidas já só deverão ver a luz do dia em janeiro.

As famílias mais carenciadas poderão ter acesso à internet a preços mais acessíveis em 2021.Pixabay

O Governo está “a ultimar” um projeto de diploma que altera as leis que se aplicam às operadoras de telecomunicações. A proposta representa a transposição de uma diretiva europeia, mas a ocasião será aproveitada pelo Executivo para introduzir também a tarifa social de internet, que deverá ver a luz do dia já só em janeiro.

Portugal tem até segunda-feira, 21 de dezembro, para transpor o Código Europeu das Comunicações Eletrónicas. Era intenção do Executivo concluir o processo até ao final do ano, mas, nesta altura, é quase certo que o prazo não deverá ser cumprido, tendo até em conta o contexto da pandemia. Faltando menos de uma semana para a data, o documento ainda tem de ir ao Conselho de Ministros e ser discutido na Assembleia da República.

Assim, o mais provável é que o dossiê seja empurrado para o início do próximo ano, sendo de esperar novidades sobre estes temas “em janeiro”, apurou o ECO junto de uma fonte governamental. Ora, para além da transposição da referida diretiva e da introdução da tarifa social de internet, não está excluída a hipótese de o país vir a ter também um serviço universal de banda larga, com o prestador a ser designado por concurso público.

Governo admite “apoio direto” às famílias

Há meses que o Ministério das Infraestruturas e Habitação trabalha na tarifa social de internet. Aliás, a medida foi anunciada no Parlamento em julho pelo então secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda. Com a saída do governante em setembro, a responsabilidade do dossiê passou para o novo secretário de Estado, Hugo Santos Mendes, em coordenação com o Ministério da Economia e da Transição Digital.

Na altura, Alberto Souto de Miranda disse que a intenção do Executivo é a de lançar uma tarifa social num modelo semelhante ao da tarifa social de eletricidade, ou seja, descontos na fatura para os cidadãos que cumpram um determinado conjunto de critérios, nomeadamente os que tenham baixos rendimentos.

Mas a forma concreta de implementação da medida ainda está a ser estudada, não estando afastada a hipótese de subsidiação direta dos consumidores: “A lei irá permitir ao Governo a possibilidade de opção entre um apoio direto aos consumidores ou a imposição de uma obrigação aos fornecedores de serviços da disponibilização de pacotes tarifários específicos com funcionalidades básicas e a preços diferentes dos disponibilizados em condições normais. A forma de financiamento da referida tarifa social de internet encontra-se sob análise”, diz ao ECO fonte oficial da secretaria de Estado das Comunicações.

Encontrando-se o modelo ainda a ser estudado, o Governo não quis avançar ao ECO uma estimativa do universo de portugueses que poderão ser beneficiados pela medida. Porém, se assumir características semelhantes à tarifa social de eletricidade, cerca de 700 mil famílias podem passar a ter um desconto na fatura da internet, noticiou o ECO em julho com base nos dados conhecidos para o setor da energia.

Para já, a secretaria de Estado explica que “os potenciais beneficiários da designada tarifa social de internet são os consumidores com baixos rendimentos ou com necessidades sociais específicas que, à luz das condições nacionais, não consigam aceder aos preços praticados no mercado”. Assim, a medida representa uma mudança de mentalidades, em que o acesso à internet passa a ser visto como um direito básico dos cidadãos.

Apesar de chegar em simultâneo com a transposição da referida diretiva europeia, o Governo é perentório em assumir a paternidade da medida: “O Código Europeu das Comunicações Eletrónicas prevê a possibilidade de os Estados-membros, se adequado, estabelecerem soluções de acessibilidade tarifária. A iniciativa respeitante à tarifa social de internet enquadra-se nesse regime, mas é um instrumento consequente da legislação nacional sobre as comunicações eletrónicas. Ou seja, a tarifa social de internet enquadra-se na transposição ora em curso mas não se confunde com a mesma”, esclarece a mesma fonte.

A forma de financiamento da tarifa social de internet continua, por isso, em segredo. Até lá, as operadoras de telecomunicações têm exercido pressão para que o financiamento da medida recaia sobre o Estado e não sobre elas mesmas.

É sabido, no entanto, que Hugo Santos Mendes alinha com a ideia de que os preços das comunicações são altos em Portugal — assunto frequentemente discutido no setor e rejeitado pela Meo, Nos e Vodafone — e vê necessidade de se assegurar ainda mais cobertura no país. Naquela que foi a primeira intervenção pública enquanto governante, o novo secretário de Estado considerou a “acessibilidade infraestrutural” e “tarifária” das telecomunicações em Portugal “uma obrigação que está ainda longe de ser cumprida”.

Serviço universal de banda larga em cima da mesa

Outra novidade é a de que a tarifa social de internet não exclui a possibilidade de o Governo avançar também com a criação de um serviço universal de banda larga, através do qual uma operadora seria obrigada a satisfazer todos os pedidos razoáveis de acesso à internet em qualquer parte do país, em condições a contratualizar com o Estado. A medida está igualmente prevista na diretiva europeia a transpor e foi também proposta pela Anacom, o regulador do setor.

Questionada pelo ECO sobre se a proposta será acolhida, fonte oficial da secretaria de Estado das Comunicações admite que é uma hipótese que continua em cima da mesa. Isto é, mesmo num contexto em que avança a tarifa social de internet.

“O Código Europeu das Comunicações Eletrónicas estabelece que o serviço universal deve assegurar a disponibilidade, a um preço acessível e com qualidade especificada, de um serviço adequado de acesso à internet de banda larga num local fixo. Neste sentido, as propostas de transposição da referida diretiva também incluem a mesma possibilidade. O Governo está neste momento a analisar qual a melhor forma de garantir que todos os cidadãos têm acesso às infraestruturas de comunicações eletrónicas, quer em termos de acessibilidade física, quer em termos de acessibilidade tarifária”, explica.

O anteprojeto de transposição proposto pela Anacom prevê a criação de um serviço universal de banda larga, com o prestador a ser escolhido por concurso. A intenção é que esse prestador — que deverá ser uma operadora de telecomunicações — assegure o fornecimento de um “conjunto mínimo de serviços” digitais a um preço mais acessível, nomeadamente o acesso ao email, a consulta de sites de informação e a possibilidade de procura de emprego online, entre outros serviços.

A Anacom propôs também a possibilidade de, em alternativa, serem fornecidos vales de desconto para acesso à internet, uma medida que se enquadraria na lógica de “apoio direto” aos consumidores que foi sinalizada pelo Governo.

Para já, é certo que, no que depender do Governo, a tarifa social avança mesmo e será enquadrada na transposição do Código Europeu das Comunicações Eletrónicas. Ora, com o prazo prestes a expirar, o arranque do próximo ano deverá ficar marcado pela discussão destes temas e, quiçá, preços mais baixos no acesso à internet para as famílias portuguesas que mais necessitam de apoio. A tarifa social permitiria “atacar” a problemática dos preços, enquanto o serviço universal poderia responder à questão do acesso à infraestrutura.

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BdP mantém valores das contribuições para Fundo de Resolução e Fundo de Garantia de Depósitos

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2020

Supervisor bancário manteve os valores da contribuição adicional da banca para o Fundo de Resolução e a normal para o Fundo de Garantia de Depósitos no próximo ano.

O Banco de Portugal deixou inalterada a contribuição adicional da banca para o Fundo de Resolução e a normal para o Fundo de Garantia de Depósitos em 2021, segundo duas instruções publicadas no Boletim Oficial divulgado esta sexta-feira.

“A taxa base a vigorar em 2021 para a determinação das contribuições periódicas adicionais para o Fundo de Resolução é de 0,060%”, pode ler-se na instrução publicada, que entra em vigor em janeiro e mantém valor de 2020.

De acordo com a instrução, a taxa foi aplicada depois de “ouvida a Comissão Diretiva do Fundo de Resolução e a Associação Portuguesa de Bancos, enquanto associação que em Portugal representa as instituições participantes no Fundo de Resolução que, no seu conjunto, detêm maior volume de depósitos”.

Também se mantêm as taxas relativas ao Fundo de Garantia de Depósitos, já que “para efeitos de determinação da taxa contributiva de cada instituição participante, a taxa contributiva de base a vigorar no ano de 2021 é de 0,0003%”, tal como em 2020.

No caso do Fundo de Garantia de Depósitos, o valor de contribuição mínimo “a realizar pelas instituições participantes no Fundo, é de 235 euros”, e as instituições “não podem, no ano de 2021, substituir a sua contribuição anual ao Fundo de Garantia de Depósitos por compromissos irrevogáveis de pagamento”.

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Há 4.336 novos casos e 75 mortes por Covid-19 em Portugal

Desde o início da pandemia, o país soma 366.952 casos confirmados e 5.977 óbitos. O número de óbitos em 24 horas é o menor desta semana.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 4.336 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, elevando para 366.952 o número total de casos confirmados no país, revela o boletim epidemiológico desta sexta-feira. Há ainda mais 75 vítimas mortais a lamentar, num total de 5.977 desde o início da pandemia.

O número de casos ativos aumentou, havendo de momento 70.285, mais 599 do que na quinta-feira. Já o número de recuperados é de 3.662. Desde o início da pandemia, já recuperaram da doença 290.690 pessoas no país.

Os internados continuam a diminuir. Atualmente estão 3.061 pessoas hospitalizadas (menos 81 que no dia anterior), das quais 484 nos cuidados intensivos (menos 10).

Segundo os dados da DGS, as regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo representam, em conjunto, aproximadamente 78% dos novos casos de todo o país. No Norte foram diagnosticados 2.001 novas infeções e em Lisboa e Vale do Tejo 1.360. As duas regiões contam ainda com 77% das mortes, tendo 31 e 27, respetivamente.

O Centro registou mais 674 casos e 12 óbitos, o Alentejo 195 e quatro e os Açores 21 e uma morte. No Algarve e na Madeira não houve nenhum óbito, tendo sido confirmados 67 e 18 novos casos, respetivamente.

O boletim epidemiológico dá ainda conta de um total de 77.432 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com outras pessoas entretanto diagnosticadas com a doença. São mais 981 que no dia anterior.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h24)

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Livraria Barata suspende lay-off, falha meta de angariação de fundos e associa-se à Fnac

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2020

A livraria Barata conseguiu angariar 25 mil euros, de 190 mil pretendidos, suspendeu o processo de ‘lay-off’ que tinha em curso e fez uma parceria com a FNAC para atrair clientes.

A histórica livraria Barata, em Lisboa, conseguiu angariar 25 mil euros, de 190 mil pretendidos, suspendeu o processo de ‘lay-off’ que tinha em curso e fez uma parceria com a FNAC para atrair clientes.

A informação foi dada à Lusa por fonte da Barata, que especificou que este é o resultado, até ao momento, do plano de reestruturação que a livraria lisboeta desenhou em maio, para tentar encontrar uma solução para a crise que atravessava, agravada pelas restrições e confinamento impostos pela pandemia de covid-19, que a conduziu a uma perda de vendas entre 80% e 90%.

O plano incluiu um pedido de ‘lay-off’ parcial e uma reunião com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), na qual foram transmitidas as necessidades e dificuldades da livraria, tendo ficado do lado da autarquia pensar em possíveis soluções ou saídas para a situação.

O resultado foi uma parceria tripartida, através do programa “Lojas com História” da CML, que coloca a FNAC dentro da Livraria Barata, entrando com novos produtos que tradicionalmente aquele espaço não vendia, tais como vinis, produtos de papelaria, jogos e brinquedos, instrumentos musicais, ‘merchandising’, equipamentos de som e de telecomunicações, anunciou a FNAC.

A ideia partiu da Câmara Municipal de Lisboa que lançou o desafio à FNAC, rendendo daqui benefícios para ambas as partes.

Trata-se de uma parceria estritamente comercial, sem que a cadeia de lojas francesa tenha comprado qualquer parte da Barata, que manterá o nome original, acrescido apenas da frase “powered by FNAC”.

“O objetivo desta parceria é atrair novos públicos, que tradicionalmente não frequentem a Barata, com a oferta de novos produtos. Pode também funcionar ao contrário: pessoas que já frequentam a Barata e que não têm FNAC, passam a ter uma mais perto [a marca ainda não estava presente naquela zona de Alvalade]. É uma sinergia”, explicou fonte da cadeia.

A empresa sublinhou ainda que em momento algum haverá concorrência direta, já que os produtos disponibilizados pela FNAC serão “complementares” aos da Barata: “A FNAC vai funcionar quase como um ‘pop-up’ dentro da livraria, num canto com jogos, brinquedos, vinis”, acrescentou.

A outra parte do plano de reestruturação foi um pedido de ‘lay-off’ parcial, que esteve sem resposta e finalmente “acabou por nunca avançar por questões burocráticas”, disse fonte da Barata.

Em junho, a livraria lançou uma campanha de angariação de fundos com vista a obter 190 mil euros, destinados a restabelecer os ‘stocks’, garantir os custos de funcionamento, como rendas e ordenados, até final de 2020, a requalificar o espaço histórico para o preparar para a oferta de novas atividades e desenvolver uma plataforma de ‘e-commerce’.z

A informação foi dada à Lusa por fonte da Barata, que especificou que este é o resultado, até ao momento, do plano de reestruturação que a livraria lisboeta desenhou em maio, para tentar encontrar uma solução para a crise que atravessava, agravada pelas restrições e confinamento impostos pela pandemia de Covid-19, que a conduziu a uma perda de vendas entre 80% e 90%.

O plano incluiu um pedido de lay-off parcial e uma reunião com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), na qual foram transmitidas as necessidades e dificuldades da livraria, tendo ficado do lado da autarquia pensar em possíveis soluções ou saídas para a situação.

O resultado foi uma parceria tripartida, através do programa “Lojas com História” da CML, que coloca a FNAC dentro da Livraria Barata, entrando com novos produtos que tradicionalmente aquele espaço não vendia, tais como vinis, produtos de papelaria, jogos e brinquedos, instrumentos musicais, ‘merchandising’, equipamentos de som e de telecomunicações, anunciou a FNAC.

A ideia partiu da Câmara Municipal de Lisboa que lançou o desafio à Fnac, rendendo daqui benefícios para ambas as partes. Trata-se de uma parceria estritamente comercial, sem que a cadeia de lojas francesa tenha comprado qualquer parte da Barata, que manterá o nome original, acrescido apenas da frase “powered by Fnac”.

“O objetivo desta parceria é atrair novos públicos, que tradicionalmente não frequentem a Barata, com a oferta de novos produtos. Pode também funcionar ao contrário: pessoas que já frequentam a Barata e que não têm FNAC, passam a ter uma mais perto [a marca ainda não estava presente naquela zona de Alvalade]. É uma sinergia”, explicou fonte da cadeia.

A empresa sublinhou ainda que em momento algum haverá concorrência direta, já que os produtos disponibilizados pela Fnac serão “complementares” aos da Barata: “A FNAC vai funcionar quase como um pop-up dentro da livraria, num canto com jogos, brinquedos, vinis”, acrescentou.

A outra parte do plano de reestruturação foi um pedido de lay-off parcial, que esteve sem resposta e finalmente “acabou por nunca avançar por questões burocráticas”, disse fonte da Barata. Em junho, a livraria lançou uma campanha de angariação de fundos com vista a obter 190 mil euros, destinados a restabelecer os stocks, garantir os custos de funcionamento, como rendas e ordenados, até final de 2020, a requalificar o espaço histórico para o preparar para a oferta de novas atividades e desenvolver uma plataforma de ‘e-commerce’.

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Governo dá tolerância de ponto no dia 24 de dezembro à Função Pública

É concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos.

Governo decidiu conceder tolerância de ponto no dia 24 de dezembro aos trabalhadores da Função Pública.

“É concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos no próximo dia 24 de dezembro de 2020″, pode ler-se no comunicado do primeiro-ministro enviado às redações.

O despacho assinado esta sexta-feira por António Costa, explica que, apesar de Portugal está a viver num contexto de pandemia, a tradição tem sido sempre de os funcionários públicos terem tolerância de ponto para que as pessoas se possam deslocar para “fora dos seus locais de residência no período natalício”. “Considerando a prática que tem sido seguida ao longo dos anos, considerando a tradição existente no sentido da concessão de tolerância de ponto, nesta época, nos serviços públicos não essenciais” é concedida a tolerância de ponte.

Apesar de António Costa ter revisto na quinta-feira as medidas a aplicar na quadra natalícia, no Natal mantém-se a possibilidade de os portugueses mudarem de concelho e com um recolher obrigatório menos duro. Na noite de 23 para 24, a circulação entre 23h00 e as 5h00 será permitida, enquanto nas noites de 24 e de 25 de dezembro, será permitida a circulação até ao horário alargado das 2h00. No dia 26, o recolher voltará a ser obrigatório a partir das 23h00, mas com um “desconto” para que os portugueses possam fazer a viagem de regresso a casa com calma e sem qualquer efeito de eventuais bebidas alcoólicas que possam vir a consumir nessa quadra.

A tolerância de ponto não se aplica, contudo, aos serviços e organismos que, por razões de interesse público, devam manter-se em funcionamento nesse dia. Os termos desta exceção serão definidos pelo membro do Governo competente.

Quando o Executivo concedeu tolerância de ponto a 30 de novembro e a 7 de dezembro, os profissionais de saúde não puderem usufruir dela e por isso foi-lhes dado em um dia de folga “a fixar oportunamente, após a cessação do estado de emergência”. Abrangidos pela exceção ficaram também os trabalhadores identificados pelos dirigentes dos vários órgãos serviços e demais entidades do Ministério da Saúde como sendo essenciais para salvaguarda a capacidade de resposta de todos os serviços, sobretudo tendo em conta que o país está em estado de emergência desde 9 de novembro e, para já, até 7 de janeiro.

(Notícia atualizada)

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PSD quer divulgação dos nomes de clientes que geram perdas de mais de um milhão

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2020

O PSD entregou esta sexta-feira o projeto que quer tornar públicos contratos que envolvam o Estado em “setores fundamentais”, como banca ou transportes.

O PSD entregou esta sexta-feira o projeto que quer tornar públicos contratos que envolvam o Estado em “setores fundamentais”, como banca ou transportes, regime que quer acima do sigilo bancário ou comercial, mas não do segredo de Estado ou de justiça.

O projeto anunciado na quinta-feira pelo presidente do PSD, Rui Rio, prevê a “desclassificação de contratos ou outros documentos que comprometem o Estado ou outras entidades integradas no perímetro orçamental em setores fundamentais”.

O diploma defende que a recusa em revelar estes contratos deve ser punido com “crime de desobediência qualificada” e admite ainda que a desclassificação se possa estender à divulgação do nome de grandes devedores, quando estes tiverem conduzido a perdas definitivas e superiores a 2.500 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais, ou seja, cerca de um milhão de euros.

“Impõe-se que os contratos em setores fundamentais, como são os domínios dos transportes, incluindo ferroviário e aeroportuário, das comunicações, da energia, da água e do bancário, mereçam ser divulgados publicamente, pois os contribuintes portugueses têm o direito de conhecer aquilo a que o Estado ou entidades dentro do perímetro orçamental se vincularam e que implicam um esforço financeiro por parte de todos nós”, defende o PSD, na exposição de motivos de diploma.

Na iniciativa, refere-se que “o disposto na presente lei prevalece em especial sobre qualquer regime legal de sigilo bancário ou sigilo comercial”.

No entanto, o diploma não pretende abranger contratos ou documentos que estejam ao abrigo do segredo de Estado ou o segredo de justiça, “cujas regras se mantêm inalteráveis”.

A presente lei aplica-se aos contratos celebrados pelo Estado ou outras entidades integradas no perímetro orçamental nos setores dos transportes, incluindo ferroviário e aeroportuário, das comunicações, da energia, da água e do bancário, que impliquem o comprometimento ou a utilização, direta ou indiretamente, ainda que de modo temporário, de recursos públicos”, refere o diploma.

O PSD pretende que a desclassificação dos contratos, documentos ou informações neste âmbito possa ser aprovada, por maioria simples, pelo plenário da Assembleia da República, através de resolução.

Nessa resolução, deve constar “o conteúdo da documentação ou informação que deve ser tornada pública, bem como os respetivos fundamentos justificativos, segundo o princípio da prevalência do interesse preponderante, o qual tem em conta o direito dos contribuintes à informação”.

Se necessário, qualquer grupo parlamentar pode requerer ao presidente da Assembleia da República que questione as entidades em causa para melhor elaborar a resolução, devendo estas responder “no prazo máximo de 15 dias”.

Aprovada uma resolução, o Presidente da Assembleia da República notifica as entidades visadas para remeterem ao parlamento, “no prazo de 30 dias a contar da receção da notificação, a cópia da documentação ou informação objeto de desclassificação”, que se pode estender por mais 30 dias “no caso de especial dificuldade na compilação da documentação ou informação”.

“Recebida a documentação ou informação pela Assembleia da República, a mesma passa a ser pública, podendo ser acedida por qualquer pessoa”, refere o diploma.

O não cumprimento da divulgação da informação pedida pelo parlamento constitui “crime de desobediência qualificada, para os efeitos previstos no Código Penal”, determina ainda o diploma.

“Verificada a violação de qualquer dos deveres previstos no número anterior, para efeitos de participação criminal, o Presidente da Assembleia da República remete à Procuradoria-Geral da República os elementos indispensáveis à instrução do processo”, refere.

O projeto-lei especifica que se aplica “não só aos novos contratos, documentos ou informações (…), mas também aos já existentes à data da sua entrada em vigor”.

O PSD torna ainda obrigatória que exista uma versão em língua portuguesa destes contratos ou documentos desclassificados.

Na quinta-feira, Rui Rio justificou o diploma pela necessidade de “mais transparência” nas relações entre o parlamento e o Governo e deu como exemplo o contrato, ainda não conhecida, da venda do Novo Banco.

“O que é intolerável é o país inteiro a pagar, pagar, pagar, o Governo a dizer que têm de pagar e depois o contrato é secreto (…) O que é que o contrato tem de especial que tem de ser escondido dos portugueses, daqueles que têm de pagar?”, questionou.

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Governo vai investir 6,3 milhões de euros em formação digital para 25 mil trabalhadores

O programa Emprego +Digital deverá chegar a cerca de 25 mil trabalhadores, indicou a ministra do Trabalho. Ana Mendes Godinho avançou que está em causa um investimento de 6,3 milhões de euros.

O programa Emprego + Digital vai implicar um investimento público de 6,3 milhões de euros, de acordo com a ministra do Trabalho. Em causa está um programa de formação focado nas competências digitais e que deverá chegar a cerca de 25 mil trabalhadores, segundo Ana Mendes Godinho.

“Este é um programa estrutural que está a investir nas qualificações que garantem não só o futuro destes trabalhadores que vão ser abrangidos, mas também da competitividade das nossas empresas“, sublinhou a responsável pela pasta do Trabalho, que disse considerar o Emprego + Digital “um exemplo”.

Ana Mendes Godinho adiantou, também, na apresentação do programa em causa: “Para dar algum enquadramento, o investimento público envolvido neste programa, que envolverá cerca de 25 mil pessoas, é de seis milhões e 300 mil euros. [Este programa] complementa uma estratégia transversal de aposta nas qualificações digitais. Esta em grande parceria com as empresas”.

A ministra disse ainda estar com uma “grande expectativa” quando ao resultado deste programa, já que 25 mil trabalhadores terão aqui “uma forma de se valorizarem do posto de vista de posicionamento no mercado de trabalho“.

O Emprego + Digital foi desenvolvido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e com a Estrutura de Missão Portugal Digital (EMPD).

O programa — que foi apresentado esta sexta-feira — será implementado pela rede associativa da CIP, e já estão identificadas 22 associações da rede desta confederação — nomeadamente a AEP, a AIP, a APICCAPS e a ATP –, às quais os interessados nesta formação se deverão dirigir.

Segundo adiantou, esta manhã, o Jornal de Negócios, as empresas que queiram aderir a este programa não terão custos, além daqueles resultantes da perda das horas de trabalho que serão investidas na formação (uma vez que é dada em horário laboral).

O ministra da Economia detalhou, esta sexta-feira, que serão disponibilizadas 1.500 ações de formação que foram “desenhadas em função das necessidades das empresas”. Em causa estão módulos de 25 ou 50 horas.

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Empresas europeias preveem ter um terço dos trabalhadores em remoto até 2023

As empresas europeias preveem que quase um terço dos seus trabalhadores continue em teletrabalho até 2023. Consideram que haverá uma "redução significativa" das deslocações de trabalho, revela estudo.

As empresas europeias preveem que dentro de três anos quase um terço de seus funcionários ainda estará a trabalhar a partir de casa, mas ainda se sentem pouco preparadas, revela o estudo Flexible Work and Rewards, da consultora Willis Towers Watson, que inquiriu 279 empresas que representam 263 milhões de trabalhadores da Europa Ocidental.

O estudo aponta o teletrabalho como uma “mudança estratégica de longo prazo” para as empresas. Mais de 70% afirma já ter alterado a organização do trabalho para salvaguardar a segurança dos trabalhadores.

Em média, as organizações esperam que nos próximos três anos cerca de 14% dos empregos em teletrabalho sejam desempenhados a partir de outros países. Mas tudo depende do empregador, já que quase um terço das empresas inquiridas (29%) afirma que não irá realocar os postos de trabalho em funções remotas. Devido ao teletrabalho, metade das empresas prevê uma “redução significativa” das deslocações de trabalho em 2021.

“O aumento repentino do teletrabalho acabará por conduzir a uma mudança permanente, com muitos benefícios para as empresas e para os seus colaboradores. As empresas estão a perceber que, no mundo pós-Covid, acordos de trabalho flexíveis podem aumentar a produtividade, atrair talentos e apoiar a diversidade. O desafio para as empresas agora é repensar como o trabalho é feito e recompensado para que possam melhorar o desempenho e controlar custos e riscos”, sublinha Sandra Bento, associate director da Willis Towers Watson, em comunicado.

Em 2021, 85% dos empregadores vão manter os salários para quem está em teletrabalho, independentemente da sua localização. Apenas 5% afirmaram que iriam pagar de acordo com a cidade ou área onde o trabalhador remoto se encontra e, além disso, 39% dizem que o local a partir de onde o trabalho é feito não é relevante, adianta o estudo.

Empresas pouco preparadas mas com planos para o futuro

Alguns estudos referem que os trabalhadores se começam a sentir cada vez mais confortáveis com o trabalho remoto, mas apesar de o teletrabalho ser uma previsão para um futuro próximo, muitas empresas parecem não estar preparadas para a realidade à distância. No estudo, mais de um terço refere que não possui uma política formal de gestão do regime de trabalho flexível.

Três em cada cinco empresas afirma disponibilizar as ferramentas tecnológicas necessárias para aumentar a produtividade dos trabalhadores, mas mais de 30% considera que as lideranças não utiliza as novas tecnologias de forma eficaz.

“Os empregadores precisam de dar um passo atrás e antecipar o estado futuro da sua organização em geral e decidir como podem tirar o máximo partido da sua nova força de trabalho ágil. Muitas empresas estão a fazer essa análise, tentando encontrar a melhor forma de combinar salários e recompensas e motivar os seus recursos humanos. As empresas que não o fizeram devem, por isso, rever as suas políticas de RH para uma realidade cada vez mais flexível. Também é importante avaliar a arquitetura laboral e pensar nas competências que melhor reflitam a forma como o trabalho é organizado. As metas de longo prazo para uma empresa de sucesso dependem da forma como se apoia a agilidade da força de trabalho e a transformação digital”, defende Sandra Bento, da Willis Towers Watson.

Apenas 14% afirmou que a sua estrutura de trabalho atual dá suporte total a uma força de trabalho flexível e ágil, enquanto 30% dizem que não a suportam de todo. Além disso, 37% das empresas reportam que que os seus atuais processos de progressão laboral não são compatíveis com o trabalho flexível. Apesar disso, quase metade das empresas inquiridas reconhece a necessidade de criar uma força de trabalho mais ágil e mais flexível.

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