Crédito automóvel em junho perto dos valores de 2019

A recuperação do crédito automóvel iniciada em maio continuou em junho e em força: o montante dos empréstimos para comprar carro esté muito próximo do valor de 2019.

O maior desconfinamento de junho deu um impulso ao crédito ao consumo que passou de 299,3 milhões de euros em maio para 420,3 milhões de euros em junho, ainda assim menos 26,4% do que há um ano. No entanto, há uma componente que está a recuperar mais rapidamente do que as outras: é o crédito automóvel, mostram os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal sobre o crédito ao consumo em junho.

Após uma quebra muito significativa em março e abril — meses em que o crédito ao consumo atingiu um mínimo de pelo menos sete anos –, os bancos e as financeiras voltam gradualmente a ceder mais crédito aos portugueses, principalmente para a aquisição de carro numa altura em que se tenta evitar espaços com muitas pessoas, como é o caso de alguns transportes públicos.

O crédito ao consumo aumentou cerca de 120 milhões de euros de maio para junho e a maior parte dessa subida deveu-se ao crédito automóvel (87 milhões de euros a mais). No total, os novos créditos aos consumidores para a compra de automóvel atingiram os 221 milhões de euros em junho (134 milhões de euros em maio).

Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o volume do crédito automóvel está apenas 2,2% abaixo. Assim, o crédito automóvel representou 52,5% do total de crédito ao consumo concedido em Portugal em junho.

A categoria de outros créditos pessoais — que abrange, por exemplo, o financiamento para a aquisição de artigos para o lar, eletrodomésticos ou férias — foi destino de 139 milhões de euros. Já o crédito pessoal com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos situou-se nos 4,9 milhões de euros.

No caso dos cartões de crédito também voltou a ocorrer uma recuperação nos níveis de concessão, com um total de 54,7 milhões de euros em junho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Férias em trabalho remoto

  • Conteúdo Patrocinado
  • 17 Agosto 2020

"Só com períodos de descanso efetivo os trabalhadores poderão regressar para dar uma contribuição real, dedicada e produtiva", refere Marta Santos, Associate Partner EY, People Advisory Services.

Estamos em tempo de férias! Tradicionalmente, o mês de agosto é um mês de eleição para tirar férias e este ano, mesmo com todas as alterações que vivemos nos últimos tempos, não é exceção.

Na verdade, muita coisa mudou nas nossas vidas ao longo dos meses desde que a pandemia apareceu… Desde o confinamento obrigatório, passando pelo uso de máscaras, pela permanente preocupação com lavar as mãos e desinfetar os espaços, pelos horários reduzidos de lojas e centros comerciais, restrições de ajuntamentos… Até para irmos à praia temos de ver o nível de ocupação!

Estas são umas férias diferentes. Desde logo, porque o trabalho também mudou. Estamos num período de descanso (merecido!) depois de uma realidade de trabalho que também mudou radicalmente. Para muitos, o trabalho remoto foi uma realidade imposta “de um dia para o outro”.

Os desafios de adaptação que esta realidade impôs foram vários: a logística doméstica necessária para enquadrar o “escritório” e a/s “escola/s” no mesmo espaço, as dinâmicas relacionais que se alteram com uma realidade de permanente presença de todos os elementos que vivem na mesma casa – e com ausência de outros contactos sociais (que mesmo depois do confinamento se mantiveram muito mais reduzidos e distantes), a necessidade de capacitação para a utilização de ferramentas colaborativas de trabalho até aí para muitos desconhecidas, as dinâmicas de equipa e as relações laborais que se alteram profundamente nesta nova realidade…

Estes dois últimos pontos são essenciais no que toca a analisarmos a realidade que vivemos em tempo de férias. Na verdade, o trabalho tornou-se móvel – podemos trabalhar em qualquer lado: com acesso a e-mails, ao Teams, ao Zoom, ou a qualquer outra plataforma colaborativa na palma da nossa mão… basta ter um smartphone para termos o escritório ali mesmo! É fundamental que consigamos realmente “desligar”, de forma a preservar o nosso tempo de descanso, permitindo-nos “recarregar baterias”. Mas sabemos que neste tema, as dinâmicas da equipa e as relações laborais têm uma influência muito significativa. É fundamental que haja uma clara visão de que os períodos de férias são também essenciais – para a pessoa, para a equipa e para o sucesso futuro da organização.

Só com períodos de descanso efetivo os trabalhadores poderão regressar para dar uma contribuição real, dedicada e produtiva, com capacidade de trabalhar em equipa de forma saudável e eficaz. Tudo isto impacta de forma muito positiva nos índices de produtividade e no sucesso sustentável das organizações.

Espero que todos tenham umas boas férias!

Se tem interesse em receber comunicação da EY Portugal (convites, newsletters, Eestudos, etc), por favor clique aqui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Movimento de passageiros nos aeroportos nacionais foi “inexpressivo”. Caiu 94,6% em junho

Passaram pelos aeroportos portugueses 318,2 mil passageiros em junho, uma queda homóloga de 94,6%.

Foram 318,2 mil os passageiros que passaram pelos aeroportos portugueses em junho, um movimento “inexpressivo”, diz o Instituto Nacional de Estatística (INE), nas Estatísticas Rápidas do Transporte Aéreo divulgadas esta segunda-feira. Foi uma queda de 94,6% face ao mesmo período do ano passado.

O decréscimo também se verificou no movimento de carga e correio, que diminuiu 54,1%, bem como no número de aeronaves em voos comerciais que aterraram nos aeroportos nacionais, que caiu 86%, totalizando as três mil, segundo nota o INE.

A quebra registada em junho, mês que foi marcado pela retoma da atividade de várias companhias aéreas, já foi menor que a registada em maio (98,5%). Ainda assim, no segundo trimestre do ano, altura mais crítica da pandemia, a queda no número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais foi de 97,4%.

Nos primeiros seis meses do ano, foram movimentados 9,9 milhões de passageiros, o que se traduz numa quebra de 64,5%. Entre os maiores do país, foi o aeroporto de Faro, localizado numa das regiões mais turísticas de Portugal, que registou o maior decréscimo homólogo, de quase 80%.

França foi o principal país de origem dos passageiros movimentados nos aeroportos nacionais e também o principal destino, até junho. Registam-se, ainda assim, variações negativas no número de passageiros de e para França, que rondam os 65% no primeiro semestre, face ao mesmo período do ano passado.

Seguiu-se o Reino Unido, que registou, no entanto, “a maior redução no número de passageiros”, de 72,2% nos desembarcados e 69,8% nos embarcados, sinaliza o INE. O Reino Unido continua a impor restrições aos viajantes com origem em Portugal, que são obrigados a um isolamento de 14 dias.

(Notícia atualizada às 11h40)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bielorrússia: Candidata da oposição diz-se pronta para se tornar “líder nacional”

  • Lusa
  • 17 Agosto 2020

A candidata, de 37 anos, divulgou este vídeo um dia após um dos maiores comícios da oposição na história da Bielorrússia, que reuniu dezenas de milhares de pessoas para exigir a saída do líder.

A candidata presidencial da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, disse esta segunda-feira que está pronta para liderar o país, a viver uma onda de protestos contra o presidente Alexander Lukashenko.

Estou pronta para assumir as minhas responsabilidades e agir como líder nacional”, declarou num vídeo Svetlana Tikhanovskaya, refugiada na Lituânia, referindo que não “queria ser política”, mas que “o destino decretou que estaria na linha de frente diante da arbitrariedade e da injustiça”.

“Aos que acreditaram em mim, que me deram força, hoje admiro a cada minuto a vossa coragem e a vossa auto-organização, que demonstram como são fortes e brilhantes”, acrescentou. Svetlana Tikhanovskaya disse querer “sair deste círculo sem fim” em que o país se encontra “há 26 anos”, quando Alexander Lukashenko assumiu o poder.

Tikhanovskaïa, que assumiu o lugar do seu marido preso, denunciou uma fraude maciça durante a votação de 9 de agosto, após a qual ganhou oficialmente 10% dos votos contra 80% para o chefe de Estado. Desde há uma semana que a Bielorrússia é palco de uma onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko, que muitos, incluindo a União Europeia (UE), consideram fraudulenta.

Tikhanovskaya alegou vitória na eleição presidencial em 9 de agosto e pediu ao presidente Alexander Lukashenko que renunciasse. Durante a semana, refugiou-se na Lituânia, de onde lançou um apelo para a realização de “massivas manifestações pacíficas” em todo o país durante o fim de semana.

Mais de 6.700 pessoas foram presas desde as eleições durante ações de protesto e centenas dos já libertados relataram cenas de tortura sofridas na prisão.

Líderes da UE em reunião extraordinária na quarta-feira

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convocou hoje uma reunião extraordinária de líderes para quarta-feira, por videoconferência, para discutir as tensões sociais e políticas na Bielorrússia, após as eleições presidenciais no país contestadas pela União Europeia (UE).

Vou convocar uma reunião extraordinária dos membros do Conselho Europeu para esta quarta-feira às 12:00 [11:00 em Lisboa] para discutir a situação na Bielorrússia”, escreveu hoje na rede social Twitter o presidente da estrutura que junta chefes de Governo e de Estado da UE.

Charles Michel sublinhou que “o povo da Bielorrússia tem o direito de decidir sobre o seu futuro e eleger livremente o seu líder”, adiantando que “a violência contra os manifestantes é inaceitável e não pode ser permitida”.

Desde há uma semana que a Bielorrússia é palco de uma onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko, que muitos, incluindo a UE, consideram fraudulenta.

No poder há 26 anos, Alexander Lukashenko obteve, segundo a Comissão Eleitoral Central do país, mais de 80% dos votos no dia 09 de agosto, conquistando o seu sexto mandato.

Desde então, mais de 6.700 pessoas foram presas durante ações de protesto e centenas dos já libertados relataram cenas de tortura sofridas na prisão.

Em resposta ao agravamento da crise, a UE acordou na sexta-feira impor sanções contra as autoridades bielorrussas ligadas à repressão e à fraude eleitoral.

No domingo, realizou-se um dos maiores protestos da oposição na história da Bielorrússia, com várias dezenas de milhares de pessoas em Minsk para exigir a saída do chefe de Estado, mas o Presidente já rejeitou a possibilidade de realizar novas eleições presidenciais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Concorrência entre táxis autónomos acelera em Xangai

Há um novo serviço de táxis autónomos nas ruas da China. Chama-se RoboTaxis e vai arrancar no bairro de Jiading, não muito longe do centro de Xangai.

A AutoX anunciou o lançamento de um serviço de táxis com automóveis autónomos em Xangai, na China. De acordo com o TechCrunch, o RoboTaxis arrancará com 100 veículos, que poderão ser requisitados através da AutoNavi, app detida pela Alibaba. Este novo serviço irá competir com o Didi, uma outra plataforma que, desde o final de junho, já está a testar o uso de carros autónomos como táxis, na mesma região chinesa.

O RoboTaxis começará por estar disponível no bairro de Jiading, área suburbana próxima do centro de Xangai, mas menos congestionada do que essa última região. Também o Didi escolheu o bairro de Jiading para lançar o seu serviço, poucas semanas depois de ter levantado 500 milhões de dólares em investimento para projetos ligados à condução autónoma.

Questionado sobre a concorrência, a COO da AutoX destacou como uma das vantagens da sua empresa a lista de investidores, que inclui fabricantes de equipamentos e a gigante Alibaba. A mesma responsável lembrou que a AutoX já tem um serviço semelhante num bairro de Shenzhen, o que tem trazido à empresa experiência de utilização de veículos autónomos em áreas com elevada densidade populacional.

Atualmente, a AutoX é uma das três únicas empresas na Califórnia, nos Estados Unidos, com licença para oferecer serviço de táxi com carros autónomos e é, de resto, a única que está focada no mercado chinês. A sede da AutoX é em São Francisco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cientistas detetam microplásticos em tecidos humanos

  • Lusa
  • 17 Agosto 2020

Os investigadores acreditam que o estudo é o primeiro a examinar a existência de partículas de plástico em órgãos humanos, de pessoas com um historial conhecido de exposição ambiental.

Cientistas norte-americanos detetaram microplásticos e nanoplásticos em órgãos e tecidos humanos e consideram a descoberta preocupante, ainda que falte informação sobre os efeitos na saúde.

Nunca queremos ser alarmistas, mas é preocupante que estes materiais não biodegradáveis, que estão presentes em todo o lado, possam entrar e acumular-se em tecidos humanos, e não conhecemos os possíveis efeitos na saúde”, afirmou Varun Kelkar, um dos autores da investigação.

Os resultados do trabalho são apresentados esta segunda-feira numa reunião da “American Chemical Society” (ACS – Sociedade norte-americana de Química), na qual são apresentados até quinta-feira mais de 600 investigações científicas. A ACS lembra, num documento sobre a investigação, que a ingestão de partículas de plástico por animais e seres humanos tem consequências ainda desconhecidas para a saúde.

“Pode encontrar-se plástico a contaminar o ambiente em praticamente todos os locais do globo, e em poucas décadas deixámos de ver o plástico como algo muito benéfico para o considerarmos uma ameaça”, diz Charles Rolsky, que com Varun Kelkar vai apresentar a investigação na reunião da ACS.

“Há provas de que o plástico está a entrar no nosso corpo, mas muito poucos estudos o procuram lá. E neste momento não sabemos se este plástico é apenas um incómodo ou se representa um perigo para a saúde humana”, adiantou o investigador.

Os cientistas definem microplástico como um fragmento de plástico com menos de cinco milímetros de diâmetro. Os nanoplásticos são ainda mais pequenos, com diâmetros inferiores a 0,001 milímetros. Investigações em animais têm ligado a exposição a microplásticos e nanoplásticos a infertilidade, inflamações e cancro, mas os resultados para a saúde das pessoas ainda são desconhecidos.

Estudos já mostraram que os plásticos podem passar através do trato intestinal dos humanos, mas os dois investigadores, da Universidade do Arizona, quiseram saber se há partículas a acumularem-se nos órgãos humanos, tendo para isso obtido 47 amostras de tecidos corporais, colhidas nomeadamente de pulmões, fígado, baço e rins.

O método que os investigadores usaram permite detetar dezenas de tipos de componentes de plástico dentro dos tecidos humanos, incluindo policarbonatos, tereftalato de polietileno e polietileno. O bisfenol A, utilizado ainda em recipientes para alimentos, apesar das preocupações com a saúde, foi encontrado em todas as 47 amostras.

Os doadores de tecidos forneceram informações detalhadas sobre o seu estilo de vida, dieta e exposições ocupacionais, o que pode ajudar a encontrar potenciais fontes e vias de exposição a micro e nanoplásticos, dizem os cientistas

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Francês Sanofi chega a acordo para compra da norte-americana Principia Biopharma

  • Lusa
  • 17 Agosto 2020

O negócio tem uma avaliação de 3.680 milhões de dólares (3.100 milhões de euros). A operação deverá ficar fechada no quarto trimestre deste ano.

O gigante farmacêutico francês Sanofi anunciou esta segunda-feira ter chegado a acordo com a administração da norte-americana Principia Biopharma para a compra desta empresa especializada em tratamentos de doenças autoimunes.

De acordo com o grupo francês, citado pela Efe, a base do acordo pressupõe uma valorização de 3.680 milhões de dólares (3.100 milhões de euros).

A operação, já aprovada por unanimidade pelos conselhos de administração de ambas as empresas, prevê que a Sanofi lance uma oferta para a aquisição da totalidade das ações ordinárias da Principia a um preço de 100 dólares cada.

O grupo francês explicou, em comunicado, que a oferta, que deve iniciar-se ainda durante o mês de agosto, está condicionada à compra da maioria das ações ordinárias em circulação.

Uma vez terminada a operação, os títulos que não tiverem sido adquiridos serão convertidos em direitos no montante de 100 dólares.

A Sanofi, que financiará a compra com recursos próprios disponíveis, espera que a operação esteja finalizada no quarto trimestre deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo deixa BES e Banif na lista de entidades que podem participar em privatizações

Lista de entidades pré-selecionadas que podem participar em privatizações do Estado ganha cinco novos membros, Finanças mantêm BES e Banif no lote.

Na hora de fazer uma privatização, o Governo conta com uma lista de entidades pré-selecionadas que podem participar nessas operações. Essa lista tem já alguns anos, mas foi agora revista, passando a incluir cinco novas instituições, mas mantém outras que já nem existem. É o caso do BES ou do Banif.

No despacho que “aprova a alteração da lista das entidades pré-qualificadas para intervir nos processos de privatização”, publicado em Diário da República, o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Jorge de Campos Cruz, revela a inclusão de mais cinco entidades que manifestaram interesse em integrar a referida lista. São elas:

  • BDO Consulting, Lda.
  • Grant Thornton & Associados, SROC, Lda.
  • Moneris – Serviços de Gestão, S. A.
  • PKF II Portugal, Lda.
  • Roland Berger – Consultores de Estratégia, Lda.

A decisão de rever esta lista, integrando novas entidades, prende-se, como refere o despacho, com “as alterações ocorridas no sistema financeiro e no universo de outras entidades especializadas nestas matérias”. “Alterações que reduziram a disponibilidade do conjunto das entidades pré-qualificadas para assegurar a prestação dos serviços em causa, o que justifica a necessidade de proceder à atualização da referida lista”, lê-se em DRE.

Na base da redução das entidades pré-qualificadas para processos de privatizações estão operações de fusões e aquisições, que levaram ao desaparecimento de algumas instituições, mas também medidas que levaram à resolução de instituições como o Banif ou o BES.

Apesar de salientar esses acontecimentos, o Ministério das Finanças reviu a lista destas entidades sem excluir muitos desses nomes. Daí que na lista que consta como anexo a este despacho surjam como candidatos pré-qualificados o Banif e o BES, mas também o Finibanco, comprado há alguns anos pelo Montepio.

"Porque o procedimento lançado visava o aditamento e não a criação de uma nova lista, não foi efetuada qualquer alteração ao conjunto das entidades anteriormente pré-qualificadas.”

Ministério das Finanças

Questionado pelo ECO, o Ministério das Finanças diz que esta lista “corresponde a um aditamento à lista em vigor, esta resultante de um concurso realizado em 2000, e que já havia sido objeto de aditamentos em 2001, 2003 e 2007”. “Desta forma, e porque o procedimento lançado visava o aditamento e não a criação de uma nova lista, não foi efetuada qualquer alteração ao conjunto das entidades anteriormente pré-qualificadas“, refere fonte oficial, mantendo-se entidades que já não existem.

Esta é a lista completa de candidatos pré-qualificados para processos de privatização:

  • ABN AMRO Bank, N. V.
  • Banco Bilbao Vizcaya Argentina, S. A.
  • Banco de Investimento Global, S. A.
  • Banco Efisa, S. A.
  • Banco Espírito Santo de Investimento, S. A. (Entidade líder do agrupamento).
  • Banco Espírito Santo, S. A.
  • Banco Finantia, S. A.
  • Banco Invest, S. A.
  • Banco Millenium BCP Investimento, S. A.
  • Banco Português de Investimento, S. A.
  • BANIF – Banco Internacional do Funchal, S. A.
  • BNP PARIBAS.
  • BSN – Banco Santander de Negócios Portugal, S. A.
  • Caixa Banco de Investimento, S. A.
  • Caixa Geral de Depósitos, S. A.
  • Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C. R. L. (Entidade líder do agrupamento).
  • Caixa Agrícola Consult – Assessoria Financeira e de Gestão, S. A.
  • Citigroup Global Markets, Ltd. Credit Suisse Securities (Europe), Ltd.
  • Deloitte Consultores, S. A.
  • Deutsche Bank (Portugal), S. A. (Entidade líder do agrupamento).
  • Deutsche Bank, AG. (London).
  • Dresdner Kleinwort Wasserstein, Ltd. Ernest & Young, Lda.
  • FINIBANCO, S. A.
  • Goldman Sachs International.
  • HSBC CCF.
  • J. P. Morgan, P. L. C. (Entidade líder do agrupamento).
  • J. P. Morgan Chase Bank.
  • J. P. Morgan Europe, Ltd.
  • KPMG & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S. A. (Entidade líder do agrupamento).
  • KPMG II – Consultores de Negócios, S. A.
  • La Compagnie Financière Edmond de Rothschild Banque.
  • Merril Lynch International.
  • Morgan Stanley & Co., Ltd. (Entidade líder do agrupamento).
  • Morgan Stanley & Co., International, Ltd. N. M. Rothschild & Sons, Ltd.
  • Price Waterhouse Coopers – Assessoria de Gestão, Lda.
  • Sociétè Générale.
  • UBS AG London Branch.
  • BDO Consulting, Lda.
  • Grant Thornton & Associados, SROC, Lda.
  • Moneris – Serviços de Gestão, S. A.
  • PKF II Portugal, Lda.
  • Roland Berger – Consultores de Estratégia, Lda.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estudantes com propinas em dívida pagam prestação mínima de 44 euros

Os estudantes que tenham propinas em dívida por causa da pandemia podem regularizar a situação através de planos prestacionais. Tranches devem ser iguais e mensais.

Os estudantes que não tenham conseguido pagar as propinas devido à crise provocada pela pandemia de coronavírus podem regularizar a situação através de planos prestacionais. De acordo com a portaria publicada, esta segunda-feira, em Diário da República, as tranches devem ter o valor mínimo de 43,88 euros, isto é, 10% do valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS).

“A adesão a um plano de regularização de dívidas por propinas em atraso é voluntária por parte do estudante, permitindo-lhe propor e acordar com a respetiva instituição de ensino superior um plano de pagamentos, com consequente suspensão dos juros de mora que se vençam após a apresentação do pedido”, explica o diploma publicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Os planos prestacionais podem ser pedidos por estudantes “matriculados e inscritos em ciclo de estudos conferentes de grau ou em curso técnico superior profissional“. São os alunos que devem propor o número e valor das tranches às instituições de ensino, no momento do requerimento da regularização das dívidas. E a portaria publicada esta segunda-feira indica que as prestações devem ser iguais e mensais, tendo como limite mínimo 43,88 euros, ainda que possa haver um acerto na última tranche.

Além disso, o requerimento do regularização das propinas em dívida determina a suspensão dos juros de mora que vençam após a apresentação do pedido.

Caso falhe o pagamento sucessivo de três prestações (ou seis interpoladas), o estudante tem 30 dias para fazer liquidar o valor em falta ou é determinado o incumprimento do plano de regularização, passando a exigir-se juros de mora.

Já no caso de estudantes com carência económica comprovada “pode ser determinada a moratória do início do pagamento das prestações, até um período máximo de nove meses“, esclarece a portaria nº197 de 2020.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Contracting: uma forma de trabalhar (ainda mais) independente

Contractors também são independentes, mas trabalham num projeto de cada vez. O contracting dá mais flexibilidade, benefícios fiscais, gerando mais desafios a quem trabalha e agilidade a quem contrata.

trabalho, emprego, computador, aluno, trabalhador, freelancer

“Os freelancers entregam projetos, os contractors cumprem funções específicas durante um período de tempo”, começa por explicar à Pessoas Pedro Oliveira, cofundador da Landing.jobs, uma startup portuguesa que gere recrutamento online para o setor de TI.

O conceito de contracting surgiu no Reino Unido, especialmente entre as empresas tecnológicas, que procuravam profissionais para projetos específicos, com uma determinada duração. Não deve ser confundido com freelancing, alerta Pedro Oliveira. “É um profissional independente que trabalha apenas e só para um cliente. Um freelancer também é um trabalhador independente, mas trabalha para vários clientes em determinado período de tempo”, esclarece.

David Cruz, designer UX/UI e contractor, começou a carreira profissional há 12 anos, passou por Londres e no regresso percebeu que o contracting era uma opção mais viável que o freelancing. “Eu nunca pensei em ser freelancer ou contractor. A minha ideia foi sempre ir para uma boa startup. Comecei a recibos verdes e rapidamente percebi que são poucas ou nenhumas as vantagens de estar a recibos. Quanto mais trabalhava mais impostos pagava, e no final a diferença líquida não era assim tão grande em relação ao aumento de trabalho que ia tendo”, descreve.

"O meu foco é continuar a contractor, normalmente aceito contratos de três a seis meses. Gosto desta margem temporal porque é um bom balanço entre estabilidade e a procura contínua por projetos novos.

David Cruz

Designer UX/UI

Foi nesse momento que David decidiu procurar mais trabalhos como contractor e criar o seu próprio negócio. Hoje, como contractor, só aceita contratos de três a seis meses, e assegura que há vantagens: mais flexibilidade, mais justiça nos impostos, maior evolução, experiência, capacidade de adaptação e propostas de trabalho mais aliciantes.

“É uma forma mais transparente, mais eficiente, mais flexível de trabalhar. Com o trabalho remoto cada vez mais em voga, também o contracting surge aqui como uma alternativa na forma de trabalho”, sublinha Pedro Oliveira. Mais dinheiro, mais autonomia e liberdade de carreira. Para a empresa que contrata este tipo de profissional, têm a vantagem da flexibilidade e a da rapidez dos processos de recrutamento. “Normalmente, uma parte do top talent, aquelas pessoas que são muito requisitadas no mercado, optam por serem elas próprias contractors, porque fiscalmente é muito mais interessante e aceitam os projetos que querem. Isto pode trazer muita credibilidade para a tua equipa”, assegura.

Planear, prevenir e saber gerir conflitos

Se está a pensar ser um contractor, a Landing.jobs aconselha que cumpra alguns passos antes de mudar. Em primeiro lugar, deve definir qual é o seu negócio e estabelecê-lo e, só depois, começar a procurar potenciais clientes.

De acordo com a Landing.jobs, os contractors devem, tal como qualquer trabalhador independente, saber planear, gerir e ter as contas em dia. Um contractor deve definir um plano antecipado para garantir que é pago atempadamente, que cumpre as obrigações fiscais e, ainda, ter um seguro para o seu negócio. Enquanto contractor, poderá ter de negociar valores, por isso pode ser importante procurar aconselhamento especializado nesta matéria, principalmente se está empregado e vai transitar para o contracting.

Uma parte do top talent, aquelas pessoas que são muito requisitadas no mercado optam por serem elas próprias contractors, porque fiscalmente é muito mais interessante e aceitam os projetos que querem. Isto pode trazer muita credibilidade para a tua equipa.

Pedro Oliveira

Cofundador da Landing.jobs

A competência mais importante de um contractor, lembra a Landing.jobs, é a capacidade de gerir eventuais conflitos que possam surgir com clientes, de forma eficaz, mas eficiente. “Se estás na mesma área [digital], te sentes curioso, experimenta um rumo mais independente e vê como corre. Mais vale experimentar e perceberes se fizeste bem ou mal, do que estar sempre a pensar na mudança e acabar por não fazer nada”, desafia David Cruz.

Pedro Oliveira acredita que o contracting será uma das formas de trabalhar do futuro. “Tem estado em forte crescimento, porque se calhar estávamos muito viciados no full time employee ser a única forma e agora as pessoas estão a perceber que num mercado mais fluido, é mais benéfico para o talento”.

Contracting: o que é e como funciona?
O conceito de contracting surgiu originalmente no Reino Unido, na área das Tecnologias de Informação, devido à necessidade de as empresas deste setor, em particular, contratarem profissionais para projetos específicos, com uma duração pré-definida. Hoje, o conceito de contracting pode aplicar-se a qualquer setor de atividade, como é o caso do design digital. À primeira vista, um contractor é um freelancer, com uma diferença fundamental: o segundo trabalha por projeto enquanto que o primeiro é contratado para uma posição, um role específico numa organização. Também em contrapartida a um freelancer, um contractor trabalha num regime de exclusividade – para um cliente de cada vez – e numa posição em regime de full time. A duração de cada contrato tende a ser maior do que os habituais prestadores de serviços, assim como as características dos contratados: os contractors tendem a ser profissionais com competências muito valorizadas pelo mercado e, por isso, o seu preço é pago ao dia (e muito bem pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nas notícias lá fora: Amazon, Covid-19 e lay-off

Dez vezes mais contagiosa. É assim a nova estirpe da Covid-19 detetada na Malásia. Na Europa, a Alemanha quer prolongar apoios para salvar os empregos em resposta à pandemia.

Há uma nova estirpe de Covid-19 que é dez vezes mais contagiosa. O dia fica ainda marcado pela nota de que a Alemanha poderá prolongar o regime extraordinário de lay-off por mais 12 meses, de que a Concorrência germânica está a investigar a Amazon e de que o Japão registou a pior contração de sempre. Chegaram os táxis autónomos às ruas de Xangai.

Bloomberg

Ministro das Finanças alemão quer manter lay-off por 24 meses para salvar empregos

O ministro das Finanças alemão quer que o apoio extraordinário à manutenção dos postos de trabalho esteja disponível por 24 meses, isto é, por mais 12 meses do que inicialmente estava previsto. Olaf Scholz indicou que este prolongamento do regime equivalente ao lay-off simplificado português custará cerca de 10 mil milhões de euros. Em Portugal, o Executivo de António Costa decidiu não prolongar o lay-off simplificado, apesar dos apelos dos empregadores. Em alternativa, lançou um novo regime que alivia os cortes salariais, mas não permite suspender os contratos de trabalho e reforça os encargos exigidos aos empresários.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Business Standard

Há uma nova estirpe de Covid-19 que é dez vezes mais contagiosa

Numa altura em que vários laboratórios aceleram na corrida para uma vacina contra o novo coronavírus, a Malásia alerta para o surgimento de uma nova estirpe da Covid-19. A mutação do vírus, apelidada de D614G, que é dez vezes mais contagiosa que a original, foi encontrada em pelo menos três dos últimos 45 casos identificados no país, sendo todos eles resultado de infeções provocadas pelo dono de um restaurante que violou a quarentena.

Leia a notícia completa no Business Standard (acesso livre, conteúdo em inglês).

Reuters

Concorrência na Alemanha está a investigar a Amazon

A autoridade da concorrência da Alemanha lançou uma investigação à relação entre a Amazon e as empresas que vendem produtos através da plataforma da gigante norte-americana. “Estamos a investigar se e como a Amazon influencia a forma como os comerciantes definem os preços dos produtos que colocam à venda na plataforma”, diz Andreas Mundt, presidente da entidade reguladora à Reuters.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

The Washington Post

Japão com pior contração de sempre

O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão caiu 7,8% entre abril e junho, em relação ao trimestre anterior, e 27,8% em termos anuais, a maior queda desde que há registos, anunciou o Governo nipónico. Esta queda trimestral é superior à que a economia japonesa sofreu no primeiro trimestre de 2009, no auge da crise financeira global desencadeada pelo colapso do banco de investimento Lehman Brothers (então de 4,8%), e é a maior registada desde 1955, o primeiro ano em que há registos.

Leia a notícia completa no The Washington Post (acesso livre, conteúdo em inglês)

TechCrunch

AutoX lança serviço de táxis autónomos em Xangai

A AutoX anunciou o lançamento de um serviço de táxis com automóveis autónomos em Xangai. O RoboTaxi irá competir com o Didi, um serviço que, desde o final de junho, já está a testar o uso de carros autónomos como táxis, na mesma região chinesa. O serviço da AutoX arrancará com 100 veículos, que poderão ser requisitados através da AutoNavi, app detida pela Alibaba.

Leia a notícia em completa no TechCrunch (acesso livre, conteúdo em inglês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Macau lamenta dependência do jogo e promete diversificar economia

  • Lusa
  • 17 Agosto 2020

Epidemia evidenciou ser uma desvantagem Macau ter apenas uma indústria, razão pela qual a diversificação adequada da economia será uma decisão firme.

O Governo de Macau lamentou em Pequim a dependência económica face ao jogo, evidenciada pela pandemia, e prometeu avançar para a diversificação, que passa pela “expansão” para Hengqin, onde será inaugurado o novo posto fronteiriço.

No último dia da visita oficial à capital chinesa, o chefe do Governo “referiu que esta epidemia evidenciou ser uma desvantagem Macau ter apenas uma indústria, razão pela qual a diversificação adequada da economia será uma decisão firme e um objetivo traçado pelo Governo da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]”.

Em comunicado, as autoridades citaram Ho Iat Seng a propósito do encontro que manteve com o diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, He Lifeng, durante o qual “abordaram temas sobre a promoção da diversificação adequada da economia de Macau” e “a zona de cooperação aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Apesar da dependência daquele que é o “motor” da economia, o encaixe para os cofres das autoridades da capital mundial de casinos tem-se traduzido em números pouco comuns: só no ano passado arrecadou 112,7 mil milhões de patacas (11,9 mil milhões de euros) em impostos diretos sobre as receitas brutas do jogo, único local onde este é permitido na China.

Contudo, a pandemia e a consequente quebra no número de visitantes traduziram-se numa descida sem precedentes nos resultados dos casinos.

Em vez de lucros milionários mensais, as operadoras apresentaram agora prejuízos que rondam as centenas de milhões de euros, verificando-se, por isso, uma significativa diminuição do montante arrecado pelo Governo do território, muito dependente do mercado turístico chinês.

Em abril, Ho Iat Seng anunciou a expansão de Macau para a vizinha ilha chinesa de Hengqin, que as autoridades querem transformar num centro de internacionalização.

As autoridades de Macau, território de 30 quilómetros quadrados, olham para esta expansão, “apadrinhada” pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como uma oportunidade para responder à exigência de Pequim de integração nacional e de reforço do papel do território enquanto plataforma comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

Atualmente, a ilha da Montanha, como é também denominada, já acolhe a Universidade de Macau num terreno de um quilómetro quadrado que foi cedido por 40 anos. Noutros 4,5 quilómetros quadrados vão ser instaladas empresas de Macau na ilha que pertence à vizinha cidade de Zhuhai, na província de Guangdong.

O novo desafio para Macau começa esta terça-feira, para quando está agendada a abertura oficial e entrada em funcionamento do novo posto fronteiriço Hengqin, que passa a ser administrado pelas autoridades do território (bem como as zonas envolventes), por delegação das autoridades chinesas.

Em Pequim, o chefe executivo de Macau comprometeu-se ainda a “desenvolver uma campanha de sensibilização junto da população, das associações cívicas e empresas no sentido de garantir que estejam bem informados sobre o trabalho na zona de cooperação aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Já He Lifeng, citado na mesma nota, referiu que o Presidente, Xi Jinping, ”está muito atento ao desenvolvimento socioeconómico da RAEM e que o mesmo definiu, com clareza, a Ilha de Hengqin como objetivo de diversificação adequada da economia de Macau”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.