Galp suspende dividendo intercalar. Vai pagar tudo em 2021

Depois de registar prejuízos de 22 milhões de euros no primeiro semestre, petrolífera decidiu não fazer o habitual pagamento de dividendos intercalar.

A Galp Energia não vai pagar o dividendo intercalar. Depois de ter registado prejuízos na primeira metade do ano, a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva anunciou a suspensão desse pagamento, remetendo a remuneração acionista total referente a 2020 para o arranque do próximo ano.

“Não será efetuada qualquer distribuição interina no segundo semestre”, diz a petrolífera no comunicado em que revelou resultados negativos de 22 milhões de euros, reflexo de um período de “fracas condições de mercado”.

Desde 2007 que a petrolífera paga dividendos duas vezes por ano. Faz, habitualmente, um pagamento em novembro, antecipando aos investidores parte da remuneração que se compromete a pagar com base nos resultados anuais do exercício. Desta vez, com o forte impacto da crise pandémica, suspende essa prática.

Os investidores terão, assim, de aguardar pelas contas deste ano para conhecerem o valor do dividendo que a empresa pretende entregar. “A proposta do dividendo integral relativo a 2020 será anunciada tendo em consideração os resultados anuais, cuja divulgação é esperada no primeiro trimestre de 2021“, diz a Galp Energia.

Este ano, com base nas contas de 2019, a empresa decidiu pagar um dividendo de quase 70 cêntimos. Pagou 31,625 cêntimos em setembro de 2018, sendo que em maio entregou mais 38 cêntimos por ação. No total a companhia liderada por Carlos Gomes da Silva pagou 580,5 milhões de euros aos acionistas.

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ISCTE Executive Education lança primeiro mestrado de um ano

O mestrado em Gestão Aplicada foi criado para profissionais com experiência no mercado de trabalho que não tenham tanto tempo para investir em formação. Arranca em janeiro de 2021 e tem 150 vagas.

O ISCTE Executive Education lança esta segunda-feira o mestrado em Gestão Aplicada, que será o primeiro de gestão em Portugal com a duração de um ano. De “empresas para empresas”, neste curso o único critério de elegibilidade é que os candidatos já estejam integrados no mercado de trabalho e tenham, no mínimo, cinco anos de experiência profissional. Vai arrancar em janeiro de 2021, com 150 vagas para a primeira edição.

O mestrado é “aplicado”, isto é, orientado a casos práticos em cenários verdadeiros de empresas reais e será lecionado em regime pós-laboral. Por ser um mestrado que se conclui no espaço de um ano, pretende ser uma opção para pessoas tenham tanto tempo para conciliar a vida profissional com um mestrado convencional, que dura dois anos.

Um mestrado de profissionais para profissionais

“Há inúmeras pessoas no mercado com formações diversificadas, que não necessariamente de gestão, que querem saber mais ou ambicionam progredir nas suas carreiras e ter um horizonte de oportunidades mais vasto, e para quem os conhecimentos em gestão e a titulação com grau de mestre serão essenciais”, conta à Pessoas José Crespo Carvalho, coordenador do mestrado e diretor do ISCTE Executive Education, que destaca o facto de o novo mestrado “ser aplicado, realizado num ano e em formato pós-laboral, sendo especialmente adequado para um público mais profissional e/ou executivo“.

Numa primeira fase do mestrado em Gestão Aplicada, são apresentados conteúdos curriculares transversais onde se explorarão as principais ferramentas de cada uma das áreas das empresas ou organizações — financeira, contabilística, operações, marketing, liderança e estratégia — e, numa segunda fase, cada aluno escolhe uma área de especialização. O coordenador refere-se ainda ao novo mestrado como “um processo muito empresarial e capaz de qualificar pessoas de e para empresas e organizações“, sublinha.

“Na sequência disto passa-se a um trabalho de grupo feito para responder a uma questão empresarial colocada por uma empresa. Um field-work. A partir daqui, haverá um pitch desse grupo para apresentação da sua solução. Finalmente, os alunos pegarão na resposta a esta questão empresarial e irão continuar a desenvolver, individualmente, o seu projeto (a sua tese) que será depois defendida perante júri regulamentar“, conclui.

José Crespo Carvalho, coordenador do mestrado em Gestão Aplicada e diretor do ISCTE Executive Education.

O conselho consultivo do mestrado será constituído por profissionais do mundo empresarial, tais como Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, Luís Filipe Gaspar, managing partner da Mazars, Graça Pires de Oliveira, diretora de marketing B2B dos CTT), José Furtado, presidente das Águas de Portugal, Miguel Pina Martins, CEO da Science4you, Margarida Ramos Pereira, partner da Deloitte, Sónia Marçal, empresária na Portela Cafés, Catarina Morgado, head of PwC Academy em Portugal e Angola, e André Leonardo, empreendedor, viajante, autor e palestrante.

Ter mais tempo para tirar partido das experiências

José Carvalho Crespo aponta ainda duas grandes vantagens na estrutura deste mestrado: permite aos participantes conciliar a vida pessoal e profissional, e promove ainda a partilha de experiências e conhecimentos, por ser dirigido a pessoas com experiência profissional.

Sobre o novo mestrado, o coordenador espera um “grande impacto”, no sentido de “criar âncoras para a qualificação de pessoas que já estejam no mercado de trabalho e que não tenham dois anos para investir e, mais do que isso, queiram encontrar outros candidatos já com experiência profissional”, sublinha.

Penso que estamos a criar uma revolução no ensino superior em Portugal. E dentro de pouco tempo teremos vários seguidores de outras escolas. Sabemos isso.

José Crespo Carvalho

Coordenador do Mestrado em Gestão Aplicada e diretor do ISCTE Executive Education

Tal como os mestrados que se estendem ao longo de dois anos letivos, aos estudantes do mestrado do ISCTE é atribuída a certificação de mestre, tratando-se, destaca, de “uma prática que não é inédita e que existe por essa Europa fora”. “Mas atenção, os alunos de mestrados de um ano são tão mestres quantos os de dois anos com a vantagem, neste caso particular, de poderem aceder a um ensino aplicado”, sublinha.

O mestrado estará disponível em português e inglês e o objetivo é alargar este tipo de mestrado ao mercado internacional, revela o responsável. “Penso que estamos a criar uma revolução no ensino superior em Portugal. E dentro de pouco tempo teremos vários seguidores de outras escolas. Sabemos isso”, remata.

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Perda de rendimentos “empurra” famílias para burlões do crédito

  • ECO
  • 27 Julho 2020

Numa altura em que aumentam as dificuldades financeiras das famílias, muitas recorrem a empresas que se fazem passar por intermediárias de crédito, mas cujo único objetivo é extorquir dinheiro.

A pandemia fez disparar as dificuldades económicas de muitas famílias que, uma vez endividadas, recorrem a empresas que se fazem passar por intermediárias de crédito, mas cujo único objetivo é extorquir dinheiro, avança o Público (acesso pago). O alerta é dado pelo Banco de Portugal (BdP), que detetou um número elevado destas entidades, mas a Deco também dá conta de um elevado número de queixas neste sentido.

Até meados de julho, o BdP identificou 21 entidades a atuar ilegalmente no país, mais do dobro do registado na totalidade do ano passado (nove). Estas empresas fazem-se passar por intermediárias de crédito ou consultores, prometendo novos empréstimos ou a reestruturação dos já existentes, mas o único objetivo é extorquis dinheiro a famílias em dificuldades financeiras.

Estes falsos intermediários começam por pedir uma pequena quantia para abrir o processo, com vista à concessão de empréstimo ou consolidação de créditos existes (o que implica sempre um novo empréstimo), seguindo-se outros pedidos de montantes superiores, sem nunca concretizar as operações prometidas. A Deco nota que tem recebido milhares de pedidos de aconselhamento financeiro, alguns deles vindos de vítimas de burla dessas falsas entidades.

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Hoje nas notícias: Lavagem de dinheiro, crédito e BCE

  • ECO
  • 27 Julho 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Só no último meio ano, os esquemas de lavagem de dinheiro em Portugal duplicaram. No mesmo período, a quebra de rendimentos — em parte devido à pandemia — tem “empurrado” muitas famílias para burlões de crédito. É ainda notícia o controlo que vai passar a ser feito às presenças e faltas dos deputados na Assembleia da República.

Lavagem de dinheiro em Portugal duplica em apenas meio ano

Só no primeiro semestre do ano, os esquemas de lavagem de dinheiro em Portugal duplicaram. A estratégia adotada por empresas internacionais passa por criar empresas de fachada, abrindo contas bancárias na hora, transferindo depois o dinheiro para Hong Kong, Nigéria e Turquia. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago, link indisponível)

Quebra de rendimentos “empurra” famílias para burlões do crédito

Até meados de julho foram identificadas pelo Banco de Portugal (BdP) 21 entidades a atuar ilegalmente no país, mais do dobro do observado na totalidade do ano passado (nove). Estas empresas fazem-se passar por intermediários de crédito ou consultores, prometendo novos empréstimos ou a reestruturação dos já existentes, mas o único objetivo é extorquir dinheiro a famílias em dificuldades. A Deco tem recebido milhares de pedidos de aconselhamento financeiro, muitos deles de vítimas de burla. Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Deputados apertados com novas regras de controlo de assiduidade

As faltas dadas pelos deputados passarão a ter um controlo mais apertado a partir de setembro. A presença em plenário, por exemplo, terá de ser feita através de um registo eletrónico e uma falta tem de ser justificada de forma detalhada. Além disso, deixarão de existir reuniões de comissões durante o plenário, a não ser que devidamente autorizadas. Ainda assim, os deputados passarão a ter mais tempo para “trabalho político junto dos eleitores”, como campanhas eleitorais ou discussões públicas de “assuntos de especial relevância”. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

BCE avisa bancos: Euribor pode acabar

A taxa interbancária overnight do Banco Central Europeu (BCE) vai passar a publicar valores para vários prazos, posicionando-se como uma taxa de referência no mercado e uma alternativa para substituir a Euribor. O banco central diz que a reforma do indexante está atrasada e avisa os bancos que estes devem preparar um plano de contingência para um cenário em que a Euribor desapareça. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Carro vai continuar a ser o transporte preferido nos próximos cinco anos

O carro é atualmente o meio de transporte preferencial dos portugueses para deslocações e uma sondagem vem mostrar que essa é uma tendência que se vai manter nos próximos cinco anos. Durante esta altura de pandemia, o autocarro é considerado pelos portugueses o meio de transporte mais inseguro e, por isso, neste período, a procura por trotinetas, bicicletas e motos disparou. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago, link indisponível)

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#Episódio 6. Como Cavaco Silva aceitou financiamento de 253 mil euros do BES

A acusação dedica dez parágrafos no meio das quatro mil páginas que explicam como e de que valor foram as transferências feitas pelo GES à campanha presidencial de Cavaco Silva de 2011.

O primeiro cheque de Ricardo Salgado foi assinado a 25 de novembro de 2010, seguido dos assinados pelos administradores executivos do banco José Manuel Espírito Santo Silva, Rui Silveira, Joaquim Goes, António Souto, Amílcar Morais Pires, Pedro Fernandes Homem e Manuel Fernando Espírito Santo Silva, presidente da Rioforte, e António Ricciardi, pai do então administrador José Maria Ricciardi. No total, a acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) – conhecida a 14 de julho com mais de quatro mil páginas – dedica uma página e meia ao que chama de “situação específica de donativo a campanha eleitoral”. Concretizando: a campanha presidencial de 2011 de Aníbal Cavaco Silva.

São dez parágrafos que resumem os cheques (nove cheques do Banco Espírito Santo e um do Barclays), datados entre novembro e dezembro de 2010, por elementos do Grupo Espírito Santo (GES) e membros do conselho de administração e da comissão executiva do BES. Títulos estes que foram registados nas contas oficiais da candidatura de Aníbal Cavaco Silva, que lhe daria a vitória do segundo mandato entre 2011 e 2016. No total, foram feitas doações de 253.360 euros pelo clã Espírito Santo.

“No dia 26 de novembro de 2010, os administradores do BES, Ricardo Salgado, José Manuel Espírito Santo, Amílcar Pires, António Souto, Joaquim Goes e Pedro Homem, sacaram cheques sobre as contas de que eram titulares, e emitiram esses títulos de crédito à ordem da candidatura presidencial de Aníbal Cavaco Silva”, lê-se logo no primeiro parágrafo deste capítulo da acusação, a que o ECO teve acesso. “O donativo assim efetuado por cada um ascendeu a 25 mil e 560 euros, à exceção do realizado por Amílcar Pires e Pedro Homem em que esse valor foi de 25 mil euros. Para além destes, Rui Silveira, Manuel Fernando Espírito Santo, Carlos Beirão da Veiga e Pedro Brito e Cunha, efetuaram donativos para a mesma campanha, no valor de 25 mil euros”, diz o despacho.

Apenas o cheque assinado por Ricardo Salgado foi preenchido informaticamente e todos os nove restantes foram assinados e preenchidos à mão e dirigidos à “candidatura de Aníbal Cavaco Silva”. No total foram dez doações, umas de 25 mil e outras do valor máximo permitido por lei de 25.560 euros. A recolha de donativos para esta campanha originou o valor total de 1,5 milhões de euros.

Este contributo, porém, terá sido feito de forma aparentemente legal, segundo a Lei 19/2003, de 20 de junho. Os valores em causa foi feito como cheque/transferência bancária, tendo entrado numa conta bancária em nome do mandatário financeiro Vasco Valdez Matias. A conta foi exclusivamente criada para esse efeito e só podiam ser efetuados depósitos com origem em donativos ou angariações de fundos para a campanha. Porém, o Tribunal Constitucional comunicou ao MP, em 2014 algumas irregularidades nas cinco candidaturas a estas eleições de 2011. No caso concreto da campanha, a conclusão foi apenas da existência de “deficiências de suporte documental” e de “despesas de campanha faturadas após a data do ato eleitoral”, decidido em 2016.

A acusação elenca ainda o processo de devolução dos dinheiros aos administradores:

  • No dia 3 de dezembro 2010, Ricardo Salgado determinou a reposição do valor entregue à campanha no seu património. Deu ordem de transferência da conta da Enterprises concretizada no dia 22.12.2010, no valor de 25.560 euros, em benefício da conta bancária titulada pela Parwick, no ESBP;
  • No mesmo dia, Ricardo Salgado deu ordem de transferência de 25 mil euros concretizada no dia 20.12.2010, a partir da conta bancária da Enterprises em benefício da conta do BPES 225´523, titulada por Pedro Homem;
  • No mesmo dia, RICARDO SALGADO deu ordem de transferência de 25 mil euros concretizada no dia 20.12.2010, a partir da conta bancária da Enterprises em benefício da conta do BPES 104´176, titulada pela FUNDAÇÃO DOS CEDROS, no interesse de Manuel Fernando Espírito Santo;
  • No dia 31.01.2011, José Manuel Espírito Santo assinou um post it com os dizeres “Caro Zé, com um abraço amigo”, colocado em cima do recibo de 25.560 euros referente ao pagamento por cheque emitido pela candidatura política em causa.
  • No dia 01.02.2011, Ricardo Salgado deu instrução de transferência de 1.525.000 euros em benefício da Allanite LTD, com conta aberta no Credit Suisse 5179 3164. Este valor, transferido a 03.02.2011, decompõe o relativo a um prémio de 1.500.000 euros, determinado por RICARDO SALGADO, e o reembolso do cheque de 25 mil euros;
  • No dia 17.03.2011, José Castella enviou a Jean-Luc Schneider correio eletrónico com o assunto “compensation”, confirmou que havia reembolsado, em Lisboa, 2 x 25 mil euros relativos a transferências feitas por Rui Silveira e Joaquim Goes, de acordo com instruções recebidas, e solicitando a realização de transferência da conta ESI BVI, junto do BPES.
  • No 22.06.2011, José Manuel Espírito Santo deu ordem de transferência da conta da Enterprises concretizada a 24.06.2011, do valor de 25.560 euros, em benefício da Egremont Holding, com conta aberta no BPES 106´362. Esta sociedade funciona no interesse de António Souto.

O despacho de acusação dedicou pouco espaço a este assunto mas não deixou de dar conhecimento ao diretor do DCIAP, Albano Pinto, e à procuradora-geral da República, Lucília Gago. José Ranito admitiu suspeitas de financiamento da campanha do ex-Presidente da República, mesmo sendo indícios colaterais aos crimes do universo do processo do BES. Certo é que daqui sairá uma investigação que tentará identificar todos aqueles que, dentro e fora do BES/GES, participaram no alegado esquema de financiamento ilegal das Presidenciais de 2011. O DCIAP já terá inclusive identificado mais de uma dezena de suspeitos, segundo avançou a Sábado.

Segundo o despacho do DCIAP, Ricardo Salgado terá sido o cérebro de uma rede criminosa, dentro Grupo Espírito Santo (GES) e do Banco Espírito Santo (BES), de forma a cometer sucessivos crimes “de forma organizada”. No total, são 65 crimes que o Ministério Público imputa a Ricardo Salgado, entre eles um crime de associação criminosa. São 29 crimes de burla qualificada e 12 crimes de corrupção ativa no setor privado com mais páginas que a acusação da Operação Marquês (ambas mais de quatro mil). E ainda branqueamento de capitais, falsificação de documentos, fraude no comércio internacional e desvio de fundos.

José Manuel Espírito Santo e Manuel Fernando Espírito Santo são acusados dos crimes de burla qualificada mas não do de associação criminosa de Salgado. Alexander Cadosch, líder da Eurofin, Jean-Luc Schneider, ex-administrador da Espírito Santo Financiére, Amílcar Morais Pires, administrador financeiro do BES, Isabel Almeida, administradora do BES são acusados de fazer parte da associação criminosa liderada por Ricardo Salgado.

Os magistrados concluíram que Ricardo Salgado instruiu José Castella e Francisco Machado da Cruz para que cedessem a informação financeira da ESI forjada, contaminado a decisão dos órgãos de governo e operacionais do banco com decisões que expunham ilegalmente os clientes do banco à ESI, insolvente, segundo a acusação.

Este artigo faz parte de uma série de episódios da “Novela BES” e que contam os bastidores, os negócios, as intrigas, as alianças e as traições que marcaram a queda do Grupo Espírito Santo. As histórias e os relatos têm por base a informação do despacho de acusação anunciado pelo Ministério Público no dia 14 de julho de 2020, no âmbito da investigação ao “Universo Espírito Santo”.

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Marcelo respeita decisão do parlamento sobre os debates quinzenais

  • Lusa
  • 27 Julho 2020

“Não cabe ao Presidente estar a fazer essas apreciações, nem sobre o parlamento, nem sobre os líderes partidários", disse Marcelo sobre o fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro.

O Presidente da República afirma respeitar a decisão do parlamento de pôr fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro, frisando que a Assembleia da República é livre de definir a sua forma de funcionar.

“O Presidente da República não se pronuncia sobre a forma de funcionamento do parlamento. O parlamento é livre de definir. Ainda por cima, não vai ao Presidente, é um regimento interno que define como é que funciona e isso eu respeito”, disse o chefe de Estado, instado pelos jornalistas a pronunciar-se sobre o fim dos debates quinzenais.

Dizendo que apenas pode falar por si, antes de um jantar de trabalho com autarcas em Querença, Loulé, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que quando foi candidato presidencial discutiu “com todos os candidatos presidenciais” e que fará o mesmo caso venha a recandidatar-se.

“Se vier a ser candidato presidencial, uma coisa que não pensarei nisso antes de novembro, obviamente discutirei com todos os candidatos presidenciais”, frisou.

Perante a insistência dos jornalistas sobre o facto de o primeiro-ministro passar, agora, a ir apenas ao parlamento a cada dois meses, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou não poder acrescentar mais nada, pois tudo o resto seria imiscuir-se na “vida interna” da Assembleia da República.

“Não cabe ao Presidente estar a fazer essas apreciações, nem sobre o parlamento, nem sobre os líderes partidários. Os líderes partidários certamente quando decidem certas coisas, tem a exata noção das reações que suscitam nos portugueses, mas isso só eles que são os juízes da bondade ou menos bondade dos seus atos”, concluiu.

Durante a tarde, o Presidente da República visitou o lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, em Loulé, no distrito de Faro, onde em abril se registou um foco de covid-19 que causou cinco mortos entre os utentes.

Marcelo Rebelo de Sousa seguiu depois para um jantar de trabalho com os presidentes de câmara do Algarve, na freguesia serrana de Querença, também no concelho de Loulé.

Esta é a terceira visita do chefe de Estado ao Algarve este mês, depois de já ter passado por Vila Real de Santo António e Lagos.

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Escola de programação de referência internacional chega a Lisboa este ano

  • Lusa
  • 27 Julho 2020

Além de ser gratuita para todos os alunos, que não precisam de ter qualquer formação prévia na área, esta escola não tem horários. Está aberta todos os dias, a qualquer hora.

A escola de programação internacional “42” chega pela primeira vez a Portugal este ano, com um curso diferente do habitual, gratuito para todos, e gerido por uma associação sem fins lucrativos.

O financiamento inicial para os primeiros cinco anos da nova escola será de sete milhões de euros, um valor que, segundo um comunicado da escola, servirá para cobrir os custos da operação, gerida pela Associação 101010 Portugal, uma associação sem fins lucrativos criada com a única missão da gestão da 42 em Portugal.

O projeto da 42 Lisboa, liderado por Pedro Santa Clara, um dos responsáveis do novo campus da Nova SBE em Carcavelos (Cascais), vai ocupar o edifício de uma antiga tipografia da Penha de França, onde o protocolo que oficializa a sua estreia é hoje assinado.

Esta não é uma escola comum: além de ser gratuita para todos os alunos, que não precisam de ter qualquer formação prévia na área da computação e da programação, não segue o formato tradicional de aulas, não define horários e está aberta todos os dias, a qualquer hora.

Segundo o mesmo comunicado, o modelo de aprendizagem assenta na lógica do desenvolvimento de projetos e da aprendizagem entre pares, promovendo também o espírito de comunidade e a responsabilidade pelo outro.

Por outro lado, este não é um curso como os outros, uma vez que não é reconhecido pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, nem pelo Ministério da Educação e, por isso, a sua conclusão não equivale a qualquer grau académico, mas nem por isso deixa de ser reconhecida internacionalmente como uma referência no ensino da programação.

A introdução ao curso é feita através de um bootcamp de 28 dias, em que serão selecionados os candidatos. Já na 42, o programa é composto por 21 níveis, que os alunos podem completar num período máximo de cinco anos, com a possibilidade de passarem por qualquer uma das mais de 25 escolas no mundo.

Depois de concluírem os primeiros sete níveis, todos os alunos integram um primeiro estágio de quatro a seis meses. Terminada a primeira experiência profissional, os alunos seguem para uma fase de especialização numa área à sua escolha, de onde partem, depois, para um último estágio de seis meses.

A primeira 42 foi fundada em 2013, em Paris, e desde então o projeto estendeu-se a 19 cidades do mundo. Além da nova escola em Lisboa, está prevista a abertura de outras nove até ao final de 2020.

Sendo gratuitas, estas escolas são inteiramente financiadas por mecenas privados, tendo como “pais fundadores” o Banco Santander, a Vanguard Properties e a empresária e filantropa sino-americana, Ming Hsu.

Em Portugal, além dos fundadores, a 42 Lisboa tem como parceiros a bi4all, o empresário Luís Amaral e a família Alves Ribeiro, assim como a Fundação José Neves como ‘Education Partner’.

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Tarifa social pode baixar preço da internet a 700 mil famílias

O Governo está a preparar uma tarifa social de internet semelhante à da eletricidade. A medida pode fazer baixar o preço do serviço a 700 mil famílias, segundo os últimos dados disponíveis.

A tarifa social de internet que o Governo está a preparar pode fazer baixar o preço do serviço a cerca de 700 mil famílias portuguesas. A intenção de lançar a medida foi sinalizada ao Parlamento esta quarta-feira pelo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações.

Numa audição requerida pelo Bloco de Esquerda, Alberto Souto de Miranda detalhou que a tarifa social de internet surgirá “em benefício das pessoas que, normalmente, beneficiam da tarifa social de eletricidade”. Nesse sentido, está em causa um universo que, segundo dados da Direção-Geral de Energia e Geologia referentes ao final de setembro, era de 763.582 beneficiários, então o número mais baixo em três anos.

A medida já tinha sido pedida pelo Partido Socialista e o secretário de Estado indicou que os critérios de acesso deverão ser semelhantes ao que acontece no setor da energia. Ou seja, pessoas que beneficiem de complemento solidário para idosos, rendimento social de inserção, subsídio de desemprego, abono de família, pensão social de invalidez e pensão social de velhice, havendo ainda um rendimento anual máximo a partir do qual deixa de haver direito a este desconto na fatura.

A comparação com a eletricidade é a possível para já, na medida em que ainda não se conhecem os termos concretos de acesso. O ECO questionou o Ministério das Infraestruturas e Habitação sobre quais os critérios de acesso que estão a ser estudados para a medida, bem como estimativas mais atualizadas para o número de beneficiários. Encontra-se a aguardar resposta.

Os preços das telecomunicações continuam na ordem do dia na discussão pública sobre o setor. Recentemente, a presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) estimou no Parlamento que as famílias portuguesas gastam, em média, 700 euros com telecomunicações por ano. Em causa está também o facto de escassear a oferta do serviço de internet de forma desagregada no mercado.

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Da loucura dos mercados à paz da costa vicentina. CEO da bolsa vai de férias

Isabel Ucha revela, no "Eles vão de férias para...", que vai ficar por Portugal este verão. A Covid-19 leva a CEO da bolsa a tirar partido da "beleza natural" do país, desde o litoral ao interior.

Passa os dias atenta ao sobe e desce constante dos mercados financeiros, mas também na busca incessante de novas empresas que possam ajudar a “povoar” a bolsa nacional. O verão é, para Isabel Ucha, como para muitos investidores, a altura ideal para se afastar da rotina stressante, partindo em busca do merecido descanso. A CEO da Euronext Lisboa gosta de conhecer novos países, mas com a Covid-19 vai partir à descoberta da “beleza nacional” de Portugal.

“Gosto de tirar uma parte das férias de verão para mostrar outras culturas e países aos meus filhos”, conta a responsável pela gestora do mercado de capitais português ao ECO, no âmbito da rubrica “Eles vão de férias para…”. Mas este ano é atípico, por causa da pandemia.

Não é por causa da Covid-19 que não fará férias, embora admita que o vírus vai obrigar a “todos os cuidados”. Ficará no país, cruzando-o do litoral ao interior, das praias até aos circuitos das aldeias históricas. Uma viagem para o corpo que será complementada por outra, para a mente, com um livro de Yuval Harari que já leu, mas vai reler.

Onde é que vai passar as férias este verão?

Este verão passarei as minhas férias em Portugal, com a minha família (o meu marido e os meus dois filhos, e com alguns amigos deles que se vão juntar). Vou desfrutar de alguns dos locais bonitos que o nosso país tem para oferecer, nas praias vicentinas, e na beira interior, visitando algumas aldeias históricas de Portugal.

A pandemia obrigou a alguma mudança de planos?

Habitualmente gosto de tirar uma parte das férias de verão para mostrar outras culturas e países aos meus filhos, uma descoberta que vamos fazendo em conjunto e que me dá imenso prazer. Quero sobretudo despertar-lhes a curiosidade por outras culturas e formas de pensar, e desenvolver neles um espírito de abertura e tolerância. Mas este ano, com a situação pandémica, ficaremos a descobrir mais de Portugal, o que também é fantástico.

Que cuidados vai ter por causa da Covid-19?

Vou naturalmente ter todos os cuidados que as autoridades de saúde recomendam e fazer muitas atividades ao ar livre.

Gosto de tirar uma parte das férias de verão para mostrar outras culturas e países aos meus filhos. Este ano, com a situação pandémica, ficaremos a descobrir mais de Portugal, o que também é fantástico.

Isabel Ucha

CEO da Euronext Lisboa

O que têm esses destinos de tão especial?

A costa vicentina é uma zona de enorme beleza natural, muito genuína e que oferece rotas maravilhosas para correr, andar de bicicleta ou simplesmente desfrutar da praia. Eu gosto muito de fazer férias ativas, e por isso todos os dias planeio uma corrida, um trajeto de bicicleta ou uma caminhada diferentes. Quando às aldeias históricas, elas também são muito genuínas, e oferecem-nos a possibilidade de olhar o presente em perspetiva. Nesse circuito de aldeias históricas há também muitos trajetos deslumbrantes para o nosso momento de exercício diário.

O que recomenda que não se deve mesmo nesse circuito?

Recomendo o trajeto Piodão a Chãs de Égua e Foz de Égua, e a rota do xisto da Benfeita.

E que livro vai levar consigo?

Vou reler o Homo Deus, do Yuval Harari

“Eles vão de férias para…” é uma rubrica de verão em que o ECO lançou o desafio a governantes, gestores e empresários para partilharem com os nossos leitores onde vão, ou foram, neste período de descanso. É publicada diariamente.

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5 coisas que vão marcar o dia

Nesta segunda-feira será divulgada a síntese de execução orçamental de junho assim como os resultados da Galp Energia relativos ao segundo trimestre.

A Direção-Geral do Orçamento divulga esta segunda-feira a síntese de execução orçamental relativa a junho, concluindo o primeiro semestre em que quatro meses já são afetados pela pandemia. No PSI-20, a Galp Energia irá apresentar os resultados do segundo trimestre antes de abertura da bolsa. Ainda hoje o BCE divulgará o valor que os portugueses têm em depósitos e o Governo organiza uma vídeoconferência sobre o hidrogénio.

Finanças revelam défice até junho

A Direção-Geral do Orçamento divulga esta segunda-feira a síntese de execução orçamental relativa a junho, o segundo mês de desconfinamento, no qual deverá ser visível cada vez mais o impacto da crise pandémica nas contas públicas. Até maio, o Estado português registou um défice de 3.203 milhões de euros em contabilidade pública. Dado o desfasamento entre o momento em que alguns impostos são cobrados e o momento em que são entregues ao Estado, é expectável que se torne cada vez mais visível o que aconteceu em abril, por exemplo, em determinados impostos.

Depósitos a caminho de novo recorde?

Esta segunda-feira o Banco Central Europeu (BCE) vai atualizar os dados dos depósitos de particulares e o stock de crédito relativamente a junho, sendo expectável que os depósitos atinjam um novo máximo. No mês passado, os dados relativos a maio mostravam que os depósitos tinham subido 909 milhões, totalizando 158.913 milhões de euros, o qual era o valor mais elevado da série histórica do BCE que começa em janeiro de 2003.

Galp Energia apresenta resultados do segundo trimestre

A petrolífera irá apresentar esta segunda-feira, antes da abertura do PSI-20, os resultados do segundo trimestre deste ano, altura em que se registou uma queda histórica da cotação do barril de petróleo nos mercados internacionais. “Considerando a queda acentuada da procura e dos preços dos produtos petrolíferos, a Galp Energia encontra-se a desenvolver ações com vista a reduzir significativamente as despesas nos próximos trimestres”, anunciou a empresa em abril. No primeiro trimestre, o lucro da empresa caiu 72% para os 29 milhões de euros.

Governo dedica dia ao hidrogénio

O Governo vai revelar esta segunda-feira os projetos de hidrogénio eleitos no evento Infoday que se vai realizar em formato videoconferência. O objetivo é clarificar eventuais complementaridades nas manifestações de interesse submetidas e promover sinergias entre os participantes. Ao todo, o Executivo recebeu intenções de investimento em hidrogénio no valor de 16 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 7,5% do PIB de 2019.

INE revela procura turística dos residentes

O Instituto Nacional de Estatística (INE) irá divulgar esta segunda-feira as estatísticas da procura turística dos residentes no primeiro trimestre deste ano. Este período já contempla o mês de março em que o país esteve confinado, em estado de emergência, com a mobilidade altamente restringida. Será nos dados do segundo trimestre — abril, maio e junho — que poderá ser visível, eventualmente, uma maior procura turística dos residentes em Portugal dada a impossibilidade de fazer turismo fora de portas.

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Museus, palácios e monumentos com descontos até 45% a partir de hoje

Ao todo são mais de 60 espaços que os portugueses podem visitar de "norte a sul" do país com preços reduzidos. Descontos variam entre os 25%, para pessoas singulares, e os 45%, para famílias.

O Ministério da Cultura lançou uma campanha de descontos no acesso a museus, palácios, monumentos e espaços arqueológicos nacionais. A iniciativa arranca esta segunda-feira e prolonga-se até ao final de setembro, sendo que os descontos variam entre 25% para pessoas singulares e 45% para agregados familiares.

Ao todo são mais de 60 espaços que os portugueses podem visitar de “norte a sul” do país com preços especiais. Com 17 itinerários diferentes, este programa prevê descontos de 25% no preço original de um só bilhete, bem como de 45% para agregados familiares, que “podem ir até 10 pessoas, com ascendentes e descendentes”, explica o comunicado da tutela.

Entre os 17 itinerários criados, consta “um dedicado a Conventos e Mosteiros, outro dedicado ao Património da Unesco, outro ainda à Arqueologia e diversos organizados por regiões ou locais”, como, por exemplo, o Eixo Ajuda-Belém, que inclui vários monumentos emblemáticos como “o Palácio Nacional da Ajuda, o o Mosteiro dos Jerónimos, o Museu Nacional dos Coches, o Museu Nacional de Arqueologia, a Torre de Belém, o Museu de Arte Popular e o Museu de Etnologia Popular, pelo valor individual de 28 euros e familiar de 55 euros“, lê-se. A lista completa de itinerário e locais pode ser consultada, aqui.

Além disso, os visitantes têm sete dias para usufruírem dos bilhetes e visitarem os diversos museus palácios, monumentos e espaços arqueológicos incluídos dos itinerários, sendo que o “bilhete-circuito” pode ser adquirido em qualquer um dos espaços abrangidos pelo programa.

Com este programa, o Governo pretende “fomentar a participação cultural dos portugueses em todo o território nacional, aproveitando um período em que as famílias procuram opções de lazer e cultura para as suas férias”, revela a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, citada na nota de imprensa.

A iniciativa estende-se “até ao final de setembro de 2020″ e resulta de um protocolo assinado entre a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) e as Direções Regionais de Cultura (DRC).

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Mira Amaral, Rui Rio e patrões da indústria. Estas são as vozes contra o hidrogénio verde

Investimento elevado numa tecnologia pouco madura, fatura do gás e da luz a aumentar para os consumidores, novas rendas excessivas na eletricidade. As críticas ao hidrogénio sobem de tom.

A Estratégia Nacional para o Hidrogénio saltou para as luzes da ribalta e está já a assumir um papel de relevo no plano político e económico, tendo sido um dos principais temas a dominar o debate do Estado da Nação. Prova disso é o facto de o líder do PSD, Rui Rio, ter escolhido o tema para confrontar o primeiro-ministro António Costa na sua intervenção inicial no Parlamento, criticando a aposta no hidrogénio verde como um projeto “extremamente perigoso” por se tratar de uma “tecnologia ainda muito atrasada”.

Antes de Rio, já outras vozes se tinham levantado para questionar e apontar o dedo aos planos do Governo para criar em Portugal um novo cluster industrial em torno do hidrogénio. A começar pelo Manifesto para a recuperação do crescimento e estabilização económica pós-Covid19, publicado online e assinado pelas 44 personalidades e especialistas que compõem a Tertúlia Energia, que identifica os 15 erros da Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2). A este coro anti-hidrogénio junta-se também a voz dos patrões da Confederação Empresarial de Portugal, preocupados com os “custos da estratégia nacional para o hidrogénio”.

Mira Amaral e a Tertúlia da Energia: “Hidrogénio custará dobro ou o triplo do gás”

Mira Amaral, ex-ministro, Abel Mateus, ex-presidente da Autoridade da Concorrência, Clemente Pedro Nunes, professor catedrático do Instituto Superior Técnico, Henrique Gomes, ex-secretário de Estado da Energia, Henrique Neto, ex-deputado do PS, José Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS, Miguel Lucas, CEO da Oxy Capital e Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies, são apenas alguns dos nomes que constam na lista dos 44 signatários do Manifesto para a recuperação do crescimento e estabilização económica pós-Covid19, da Tertúlia Energia, publicado online.

“Apesar de utilizar a energia solar, o hidrogénio custará entre o dobro ou o triplo do gás, pelo que o consumidor final verá a sua fatura do gás subir entre 15 e 30%”, garantem, defendendo que a aposta do Governo é um “erro”.

“Não é competitivo utilizar energia elétrica de origem renovável para produzir hidrogénio verde”, disse Mira Amaral na apresentação do manifesto, acrescentando: “Não estamos contra o hidrogénio, apenas recomendamos ponderação e bom senso”.

De acordo com as suas contas, a produção de o hidrogénio verde custará cinco euros por kg. Soma-se ainda um um custo adicional de cerca de 20 euros por MWh no preço final, já que para produzir hidrogénio seria necessário instalar uma fábrica de dessalinização da água do mar. No final, os preços de produção de eletricidade podem disparar para um valor entre 100 e 200 euros por MWh, defende.

“A Estratégia Nacional para o Hidrogénio mantém as graves consequências do regime da Produção em Regime Especial que apoiou precocemente tecnologias renováveis intermitentes e imaturas, continuando a apostar em tecnologias emergentes e muito arriscadas para armazenar eletricidade à custa dos consumidores”, escrevem os signatários.

Em resposta, Galamba garantiu que “não haverá subsidiação nenhuma de eletricidade” na Estratégia Nacional de Hidrogénio e classificou o manifesto como “anti-hidrogénio, anti-eólicas, anti-solar, anti-Europa e anti-fundos europeus”.

“Este conjunto de personalidades parece desconhecer que a Europa definiu como sua política a obrigatoriedade de descarbonizar. Reduzir as emissões em todos os setores da Economia não é um devaneio do Governo português. O manifesto é contra as eólicas, contra o solar e contra o hidrogénio, as três principais opções energéticas da CE, que permitem, à indústria alcançar metas. Têm de explicar, se repudiam a aposta no hidrogénio, como é que sugerem alcançar as metas”, disse o secretário de Estado em entrevista à SIC, lembrando que a indústria nacional tem de reduzir mais de 40% das emissões até 2030.

Hidrogénio é uma “ideia megalómana”, diz Rui Rio

Depois dos CMEC nas centrais térmicas ou as tarifas feed in nas renováveis, “receio que tenhamos pela frente mais um episódio de rendas garantidas, agora para o hidrogénio”, disse o presidente do PSD. Rio questionou também porque é que a “fatia de leão” do investimento será em Sines tendo em conta que “os custos de transporte do hidrogénio são brutais”.

“Será que é em Sines porque este negócio interessa mais à EDP do que aos portugueses, a exemplo do negócio de rendas excessivas que agora o Ministério público está a investigar? Não temos condições para aventuras nem para ideias megalómanas. E a situação pode ser pior se o Governo vier a fazer novos leilões com rendas garantidas para a energia renovável agora com a desculpa que é para produzir hidrogénio”, acusou Rio. Luís Leite Ramos, deputado do PSD, pediu a António Costa para explicar se o Governo vai ou não realizar um concurso internacional para a escolha dos parceiros estratégicos do Governo na fábrica de hidrogénio que vai nascer em Sines.

Em resposta, o primeiro-ministro acusou o PSD de estar “fossilizado nas energias fosseis”, depois de também ter sido contra as renováveis no passado. Costa explicou que o hidrogénio vai ser vital para a descarbonização da indústria e dos transportes pesados. “Portugal tem condições únicas para ser o grande produtor de hidrogénio verde na Europa, porque dispõe de água abundante no mar e energia solar barata. Não é por acaso que estamos no coração da estratégia europeia para o hidrogénio verde. Não é uma ideia bizarra do Governo português”, disse.

No Twitter, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, acusou Rio de não estar “sintonizado com a Câmara de Estarreja, que apoia o projeto de hidrogénio mais megalómano de todos, o da Bondalti [no valor de 2,4 mil milhões de euros]. É que a Câmara de Estarreja, que é do PSD, é promotora do maior projeto (de longe) apresentado”.

Sobre ser uma “ideia megalómana, Galamba tinha já dito em entrevista à SIC Notícias que “megalómano é achar que Portugal pode dizer não ao dinheiro europeu, e ficarmos alegremente sozinhos enquanto a caravana passa, sem descarbonizarmos e expondo a economia portuguesa. Crime económico é ser contra o hidrogénio”.

CIP não quer “dar com uma mão e receber com a outra”

Foi na sessão de esclarecimento sobre o hidrogénio dedicada à indústria que surgiram as primeiras vozes críticas face à estratégia nacional que esteve em consulta pública. “A CIP não está nada descansada quando ao equilíbrio dos custos do hidrogénio”, disse Jaime Braga assessor da direção da Confederação Empresarial de Portugal para as áreas de Ambiente e Energia, frisando as dúvidas sobre o “impacto financeiro”. O hidrogénio será apoiado em 500 milhões de euros pelo Fundo Ambiental, que por seu lado “é alimentado pela indústria” via pagamento das emissões de carbono. “Primeiro vamos dar com uma mão, para depois receber com a outra”, disse o responsável, garantindo que “a indústria terá sempre um balanço negativo nesta equação”.

Para o responsável da CIP, em vez de o Governo apostar todas as fichas no hidrogénio seria ideal haver um maior equilíbrio entre a eletrificação e os combustíveis de origem renovável. E alertou sobre a escassez de água (indispensável para a produção de hidrogénio por eletrólise) e para os custos elevados do eventual tratamento da água do mar.

José Sousa, da Efacec, também se mostrou preocupado com a “disparidade entre capex e opex” no hidrogénio e Paulo Rocha, da Cimpor, falou dos “níveis avultados de investimento no hidrogénio como um risco para setor”. Da Renova, António Andrade Tavares, questionou o Governo sobre o preço futuro do hidrogénio e da sua combinação com o gás natural na rede nacional. “Não vi este valor na estratégia. Quanto custaria esse gás? Sem um número certo não podemos ainda avaliar”.

Em resposta, secretário de Estado da Energia, João Galamba, reconheceu que “o preço do hidrogénio é hoje muito maior do que o do gás natural” e que pode “haver incertezas tecnológicas”.

Mas rejeita as críticas: “Não estamos a pedir à indústria que contribua mais. Partindo do que já pagam (cerca de 150 milhões por ano) e que vai para o setor elétrico para pagar a dívida tarifária, os CAE e os CMEC, vamos usar parte desse valor para o hidrogénio. A divida tarifária vai reduzindo, os CAE acabam em 2021 e 2024 e os CMEC vão acabando até 2027. Dos 1.500 milhões que a indústria pagará nos próximos 10 anos para o Fundo Ambiental, vamos alocar um terço, 500 milhões, para o hidrogénio”, explicou Galamba em declarações ao ECO/Capital Verde.

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