Startup portuguesa levanta um milhão de dólares nos Estados Unidos

  • Lusa
  • 15 Julho 2020

Portuguesa iLOF fechou um acordo de financiamento com o fundo M12 da Microsoft e com a Mayfield no valor de um milhão de euros. Investimento vai focar-se em três áreas: Alzheimer, cancro e Covid-19.

A startup portuguesa iLOF, que criou uma tecnologia patenteada de deteção de nanoestruturas em fluidos, fechou um acordo de financiamento com o fundo M12 da Microsoft e com a Mayfield no valor de um milhão de dólares.

O montante será utilizado para dar “um empurrão forte” ao desenvolvimento do negócio da empresa, disse à Lusa o presidente executivo (CEO) Luís Valente, frisando três áreas de foco para o investimento: Alzheimer, cancro e Covid-19.

“O que está a ser construído é uma plataforma baseada na cloud que digitaliza e armazena perfis biológicos de pacientes e biomarcadores de doença”, explicou o responsável, que fundou a empresa com Joana Paiva, Paula Sampaio e Mehak Mumtaz.

A tecnologia cria “impressões digitais óticas do fenótipo e estágio da doença de um paciente”.

A iLOF, que tem a sede oficial em Oxford, Inglaterra, nasceu no Porto e mantém toda a equipa de desenvolvimento em Portugal.

A oportunidade de investimento aconteceu depois de ter vencido a competição “Female Founders”, organizada pelo fundo M12, a firma de capital de risco Mayfield e a Pivotal Ventures de Melinda Gates.

“Somos uma tecnologia de plataforma e podemos aplicá-la em várias áreas”, disse Luís Valente.

“Estamos neste momento focados em mudar a forma como os estudos clínicos são feitos, torná-los mais centrados no paciente e convenientes, dando mais eficiência e flexibilidade às farmacêuticas que os desenvolvem”, acrescentou.

Uma das condições acordadas no investimento é a abertura de um escritório comercial em São Francisco, que deverá ser concretizada até ao final de 2020.

“O mercado americano é um dos maiores do mundo a nível de estudos clínicos”, afirmou Luís Valente, explicando que o segmento da biotecnologia e novas terapêuticas também é muito importante.

“Estamos a trabalhar com empresas na Europa, mas achamos que há um potencial gigante na Califórnia e aí a AICEP está a fazer um trabalho fantástico de acelerar a nossa entrada em oportunidades de negócio”, afirmou.

A concretização do financiamento acontece num momento em que a ‘startup’ está a participar no programa de aceleração “Portugal to Take Off”, lançado pela AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, para ajudar empresas portuguesas de base tecnológica a entrar no mercado da Califórnia.

Com base numa amostra de sangue, a tecnologia da iLOF consegue fazer análises de múltiplos perfis biológicos, identificando, por exemplo, se um paciente tem biomarcadores que indiciam Alzheimer, um grau mais ou menos agressivo de cancro, se vai desenvolver sintomas profundos de Covid-19 ou ficar assintomático.

Esse é um dos trabalhos que a startup está a desenvolver no Hospital de São João, no Porto, ajudando o corpo clínico a prever a seriedade da Covid-19 nos pacientes e se devem ser internados ou enviados para isolamento em casa.

O sistema tem uma parte baseada em fotónica (tecnologia de luz) e outra em inteligência artificial (aprendizagem de máquina e deep learning). Funciona com um laser guiado por uma fibra ótica que foca a luz na amostra e captura o padrão de reflexão dessa luz, sendo este analisado pelo sistema de IA que deteta os biomarcadores.

“Usando machine learning e deep learning guardamos estas impressões digitais óticas do que está no sangue do paciente e depois é um jogo de comparação”, disse Luís Valente.

“Temos um algoritmo que compara na base de dados se há um perfil igual ou não. Pode ser um paciente que vai desenvolver Alzheimer ou perceber qual o tipo de pacientes que respondem a um medicamento”, explicou.

A iLOF está a trabalhar com hospitais, duas das quatro maiores farmacêuticas mundiais e em conversações com outros tipos de empresas, como biotecnológicas.

No caso da doença de Alzheimer, o trabalho passa por selecionar pacientes com o perfil biológico correto para estudos clínicos. No caso do cancro, está a trabalhar com uma farmacêutica para desenhar uma ferramenta que filtra entre milhares de pacientes e seleciona apenas aqueles que têm a mutação que lhes permite usar um medicamento específico.

A iLOF, acrónimo de Intelligent Lab on Fiber, nasceu de um trabalho conjunto entre dois centros do INESC TEC, o Centro de Investigação em Engenharia Biomédica e o Centro de Fotónica Aplicada.

No final do ano passado, recebeu um financiamento de dois milhões de euros de um programa de aceleração do EIT Health. Tem 15 pessoas e pretende chegar às 20 até ao final do ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Defesa dos lesados do BES quer que se apure as responsabilidades do Estado

A defesa dos lesados do BES garante que vão exigir a responsabilidade do Estado. Para Miguel Reis, advogado de 170 desses lesados, estamos a assistir a um "branqueamento do que aconteceu" no banco.

Os lesados do BES consideram ser essencial apurar as responsabilidades do Estado, do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu. Em declarações à Antena 1, o advogado dos que perderam o dinheiro no BES, Miguel Reis, assegura que estamos a assistir a um “branqueamento do que aconteceu” no banco português.

“Nós estamos a assistir a um processo de branqueamento do que aconteceu no Banco Espírito Santo para evitar que os verdadeiros responsáveis, que nós não sabemos quem são, mas são quem ficou com os bens e com a massa, não paguem e assumem as suas responsabilidade”, refere o advogado.

Para Miguel Reis, estamos perante um processo político e de manipulação do que aconteceu visando evitar a responsabilidade do Estado, do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu. “Enquanto o doutor Ricardo Salgado teve à frente do BES, o BES nunca falhou um pagamento aos meus clientes. A partir do momento em que o Banco de Portugal tomou conta disto tudo, eles nunca mais receberam um cêntimo. Essa é que é a verdade”, acrescenta.

Assim, a defesa dos lesados do BES garante que vão exigir a responsabilidade do Estado e que estes podem vir constituir-se assistentes no processo judicial.

A investigação ao Universo Espírito Santo resultou em 25 acusados, entre 18 pessoas e 7 empresas, segundo o despacho de acusação de 4.117 páginas do Ministério Público. Ricardo Salgado foi acusado pelo Ministério Público de 65 crimes: um crime de associação criminosa, doze crimes de corrupção ativa no setor privado, 29 crimes de burla qualificada, cinco de infidelidade, dois de manipulação de mercado, sete de branqueamento, oito de falsificação de documento e um de crime de falsificação de documento qualificado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Arranca “Porto Com Sentido”. Câmara vai pagar até 690 euros de renda por imóveis de privados

Abriram esta quarta-feira as candidaturas ao programa Porto Com Sentido. A Câmara do Porto vai arrendar imóveis a privados por um máximo de 690 euros, para depois os subarrendar a preços acessíveis.

Já estão abertas as candidaturas ao programa “Porto Com Sentido”, criado pela autarquia de Rui Moreira. Esta iniciativa prevê que os privados arrendem os seus imóveis — incluindo de alojamento local — à Câmara do Porto, que vai depois subarrendá-los a preços mais acessíveis à população. Os proprietários terão benefícios fiscais e poderão receber até 690 euros por cada habitação.

O “Porto Com Sentido” pretende “atrair para o centro da cidade milhares de novos residentes”, através da entrada de imóveis de privados para o mercado de arrendamento tradicional, incluindo aqueles que estão destinados ao alojamento local. Assim, os proprietários interessados em arrendar estas habitações à autarquia portuense podem candidatar-se a partir desta quarta-feira no site do próprio programa.

Os proprietários que adiram a este programa têm direito a benefícios fiscais, como isenção de IRS/IRC e de IMI, mas também à possibilidade de receberam dois anos antecipados de renda, refere a autarquia de Rui Moreira. Além disso, o facto de o imóvel ficar arrendado à Câmara dá uma garantia adicional aos proprietários em termos de pagamento de rendas.

A Câmara tem estipulados objetivos em termos de tipologia e freguesias, como refere o regulamento. Os T1 e os T2 são os mais ambicionados, principalmente para as freguesias do Bonfim e de Ramalde. Os contratos de arrendamento a celebrar com os proprietários terão uma duração mínima de cinco anos, renovados por igual período. Contudo, podem durar apenas três anos, se essa for a vontade do proprietário, mas, nesse caso, não há lugar a benefícios fiscais.

Os valores das rendas vão ser negociados entre a autarquia e os proprietários e variar de acordo com a tipologia e a freguesia em que está localizado o imóvel. A renda mais baixa é de 351 euros para um T0 ou T1 em Campanhã e o valor mais alto é de 690 euros para um T3 na União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. Se os imóveis estiverem mobilados, o valor da renda poderá aumentar até um máximo de 10%.

Imóveis serão subarrendados a preços acessíveis

Uma vez arrendados à Câmara do Porto, os imóveis serão subarrendados à população a preços mais acessíveis. O valor base das rendas será calculado de acordo com um preço “travão” sobre o valor real do mercado, explica a autarquia. Além disso, os “arrendatários poderão beneficiar de um subsídio à renda até 30% do valor da mesma, atribuído pela autarquia, quando não consigam cumprir a taxa de esforço prevista na lei”.

Para o “Porto Com Sentido”, a autarquia de Rui Moreira vai investir mais de quatro milhões de euros até 2022, para uma estimativa total de 1.000 habitações. Esta primeira fase, que tem uma meta de 250 imóveis, vai decorrer ao final do ano, com a realização de vistorias e aceitação dos imóveis.

A Câmara de Lisboa também tem um programa bastante semelhante, chamado “Renda Segura”. A primeira fase terminou no final de julho e, de acordo com os dados avançados pela autarquia, recebeu 177 candidaturas, das quais 45 referentes a imóveis de alojamento local. Contudo, este foi um número que ficou abaixo das estimativas da Câmara, que estimava angariar cerca de 300 habitações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Quantos anos mais teremos de esperar para ser feita justiça” no caso BES?, pergunta Rui Rio

Presidente do PSD teceu críticas à Justiça portuguesa, lamentando os anos que demorou a ser feita uma acusação no caso BES e questionando quantos mais serão precisos para a conclusão do processo.

Num dia que está a ser marcado pela acusação oficial de 25 arguidos no caso do Banco Espírito Santo (BES), Rui Rio não esperou muito para tecer fortes críticas à Justiça nacional. Numa publicação na rede social Twitter, o líder social-democrata criticou os seis anos que passaram até ser feita uma acusação e questionou quantos mais serão precisos até que seja “feita justiça” naquele que considerou ser o “maior crime financeiro” da história portuguesa.

“BES: Em linha com o habitual nível de eficácia, só a acusação demorou seis anos. Agora, o caso passa para os tribunais. De incidente em incidente e de recurso em recurso, quantos anos mais teremos de esperar para ser feita justiça no maior crime financeiro da nossa História?“, escreveu Rui Rio esta quarta-feira na sua página do Twitter.

Esta terça-feira, o Ministério Público acusou Ricardo Salgado e outros 24 arguidos, entre os quais ex-administradores e gestores do Grupo Espírito Santo (GES), no caso BES. Em causa estão crimes de burla qualificada, branqueamento de capitais, associação criminosa, falsificação de documentos, fraude no comércio internacional e desvio de fundos e corrupção ativa e passiva. A acusação diz ainda que estes alegados crimes podem ter contribuído para a derrocada do BES e do GES.

A acusação de Ricardo Salgado, apontado como o cérebro desta operação criminosa, já veio afirmar que o antigo banqueiro “não praticou qualquer crime” e que a acusação “falsifica” a história do BES. Em comunicado, os advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce garantem que Ricardo Salgado “não desistirá de se defender e levará até às últimas consequências a sua defesa”.

Mais tarde, o deputado e vice-presidente do PSD, André Coelho Lima, questionado pelos jornalistas no Parlamento sobre a acusação do Ministério Público disse que “não é normal ou não devia ser a delonga que demoram todos estes processos, distam seis anos desde o inicio deste processo até à acusação ter sido apresentada”.

O dirigente social-democrata salientou que o PSD recebeu a notícia da acusação “com absoluta normalidade” e, questionado sobre a apreciação do Presidente da República de que se tratava de uma “boa notícia”, disse não acompanhar integralmente esta visão. “O que é normal é que num Estado de Direito e numa justiça que funcione cabalmente o cidadão mais simples e o mais poderoso sejam rigorosamente iguais perante a lei, é uma obrigação que compete à justiça cumprir”, defendeu.

André Coelho Lima defendeu que a reforma profunda da Justiça defendida pelo PSD sob a liderança de Rui Rio faz ainda mais sentido perante processos como este. “É evidente que quando a Justiça não é célere não é verdadeiramente justa”, salientou.

Questionado se a resolução do BES em 2014, decidida pelo Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, foi preponderante para desencadear este processo judicial, o vice-presidente do PSD fez questão de separar os planos. “Aquilo que é preponderante para chegar a este ponto é a gestão do banco, não a resolução do Governo. O que foi relevante foi a resolução do Governo que decidiu não salvar o banco e partir dai expôs a sua situação financeira”, referiu.

(Artigo atualizado às 18h20 com as declarações no Parlamento de André Coelho Lima)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo alerta portugueses contra férias em destinos longínquos

  • Lusa
  • 15 Julho 2020

Os portugueses que planeiem ir de férias para “destinos exóticos" não devem contar com operações de repatriamento como as realizadas no início da pandemia, avisa o Governo.

O Governo avisou esta quarta-feira os portugueses que planeiem férias em “destinos exóticos ou com ligações fracas a Portugal” que não devem contar com operações de repatriamento como as realizadas no início da pandemia de Covid-19.

“Estamos a pedir aos portugueses que façam férias cá dentro, estamos a sugerir que evitem viagens não essenciais ao estrangeiro e estamos a avisar que, se forem agora para destinos exóticos ou com ligações fracas a Portugal, não contem com uma operação de repatriamento com a dimensão e a rapidez com que foram organizadas em março e em abril”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

O ministro, que falava na vídeoconferência “Liberdade e Confinamento”, organizada pela Comissão Nacional de Direitos Humanos, um organismo interministerial, evocou o alerta no contexto das limitações atuais às viagens.

Augusto Santos Silva voltou a criticar a descoordenação entre os Estados-membros da União Europeia (UE), que estão a aplicar “medidas de restrição organizadas nacionalmente”, mas frisou que não tem “nenhum problema com avisos aos viajantes”, de que são exemplos os apelos aos portugueses que referiu.

O ministro lembrou que a UE, em reunião dos ministros dos Estados-membros que pertencem ao espaço de livre circulação Schengen, emitiu uma orientação geral que previa que, até ao fim de junho, fossem respostas as condições de liberdade de circulação, orientação que “vários Estados membros têm incumprido”.

Santos Silva considerou “contrário à lógica europeia que haja medidas de restrição organizadas nacionalmente”, algumas “sem qualquer fundamento técnico”, e que, no caso das quarentenas ou interdição de voos, “induzem em erro as pessoas”.

“Se eu obrigar alguém que vem num avião […] a estar 15 dias confinado, não estou a resolver o problema da pandemia. Se esse alguém tiver vindo infetado no avião e se no avião não tiver sido usada máscara ou outras medidas de segurança, essa pessoa […] pode ter contaminado o avião inteiro”, exemplificou.

O ministro voltou a salientar que “as medidas eficazes são as medidas de proteção sanitária e as regras de segurança”, as quais deviam ser “aplicadas articuladamente pelos Estados-Membros”.

Augusto Santos Silva advertiu por outro lado que a lógica das quarentenas e da interdição de voos “rapidamente deriva para o isolamento e o nacionalismo, para a estigmatização de natureza nacional, ética ou outra”.

Segundo números oficiais, mas de 5.700 portugueses foram repatriados de países e territórios de todos os continentes desde o início da pandemia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há 375 novos casos de Covid-19. 76,8% na região de Lisboa e Vale do Tejo

As autoridades de saúde identificaram 375 novos casos de infeção pelo novo coronavírus no país, que contabiliza 47.426 casos. Morreram oito pessoas devido ao Covid-19 no último dia.

Portugal registou 375 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. É uma subida de 0,8% face ao dia anterior, com o total de pessoas infetadas a aumentar para 47.426. Morreram mais oito pessoas devido ao Covid-19, elevando para 1.676 o número total de vítimas mortais, de acordo com o último balanço oficial da Direção-Geral de Saúde (DGS).

No seguimento do que se tem observado ao longo das últimas semanas, a maioria das novas infeções foram na região de Lisboa e Vale do Tejo. Foram identificados 288 novos casos nesta região, o número mais elevado desde 10 de julho, e que representa 76,8% do total identificado a nível nacional nas últimas 24 horas.

O balanço divulgado esta quarta-feira dá ainda conta de que o número de doentes internados aumentou em seis, para 478, sendo que 68 estão em unidades de cuidados intensivos (menos um). Jamila Madeira, secretária de Estado Adjunta e da Saúde, adiantou em conferência de imprensa que 96,5% das pessoas infetadas encontram-se a recuperar em casa e que a taxa de letalidade global é de 3,5%, enquanto na faixa etária a partir de 70 anos de idade é de 16,1%.

A nível regional, em termos absolutos, a região de Lisboa e Vale do Tejo mantém a liderança em termos do número de infetados com 23.296 casos confirmados e 550 mortes, seguida da região Norte (com 18.215 casos e 826 mortes) e da região Centro (4.319 casos e 251 mortes). Segue-se o Algarve (750 casos e 15 mortes) e o Alentejo (596 casos e 19 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 151 casos e 15 falecimentos, enquanto a Madeira teve 99 pessoas infetadas até agora.

Desde 1 de janeiro, as autoridades de saúde já registaram 411.293 casos suspeitos de Covid-19, sendo que 362.317 casos não se confirmaram. Os dados revelados esta quarta-feira mostram ainda que 32.110 pessoas já recuperaram do Covid-19 em Portugal. Só nas últimas 24 horas, houve 560 recuperações da doença.

Entretanto, um total de 1.550 pessoas aguardam resultados laboratoriais e 35.316 pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com pessoas infetadas.

Dados por concelho divulgados à segunda-feira

A secretária de Estado Adjunta e da Saúde adiantou esta quarta-feira que o reporte dos casos de contágio desagregados por concelhos do país passará a ser divulgado apenas à segunda-feira.

Jamila Madeira esclarece que a opção por essa metodologia decorre da necessidade de serem implementadas melhorias no reporte a nível informático com vista a que este para que “seja o mais fino possível”. “Até lá o reporte será semanal, mas em nenhum momento colocará em causa a atuação no terreno“, fez questão de esclarecer a responsável a este propósito.

Questionada sobre a implementação de aplicações que permitam fazer o rastreio de contágios por Covid-19, a secretária de Estado adianta que, relativamente à aplicação STAYAWAY COVID se encontra numa “fase de afinar” de acordo com as recomendações da Comissão Nacional de Proteção de Dados com vista a uma futura utilização.

“Neste momento está a ser desenvolvido um trabalho de pormenor entre a entidade promotora do projeto e as autoridades de saúde no sentido da adequada regulamentação de todo o procedimento. Esperamos que o resultado deste trabalho seja muito em breve e o que está previsto é que se inicie com uma fase piloto e depois se estenda de uma maneira generalizada“, esclareceu Jamila Madeira.

Mais de 8 milhões de consultas não presenciais já feitas

A secretária de Estado destacou o papel do digital no âmbito do apoio à saúde dos cidadãos nacionais durante a pandemia. Nomeadamente, revelou que desde o inicio do ano foram realizadas à distância mais de 8 milhões de consultas não presenciais, o que significa um aumento de 65% em relação ao total do ano anterior.

Já a linha SNS 24 deu resposta desde o inicio do ano a um total de 1.383.812 chamadas, com Jamila Madeira a referir ainda que a plataforma de TraceCovid , desde a sua implementação a 26 de março, “contou com o registo de cerca de 75 mil profissionais, 603 utentes inseridos contribuindo para 1.437.097 vigilâncias realizadas por telefone”.

“Em média, tem-se registado cinco mil utilizadores ativos por dia, sendo que ocorrem picos de utilização diária de cerca de 500 a mil utilizadores em simultâneo”, disse ainda, esclarecendo que “por detrás destes números estão opões claras de aposta neste paradigma que a pandemia potenciou com investimentos sem precedentes em meios tecnológicos que em muito nos são úteis.

Desde o início do ano foram ainda distribuídos 833 kits de telesaúde pelas unidades de saúde a nível nacional.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h48)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Leão admite novo Orçamento Suplementar no final do ano, mas para já não é necessário

O ministro das Finanças considera que atualmente não é necessário, mas admite que pode haver uma nova alteração ao Orçamento do Estado "no final do ano" consoante a evolução da pandemia.

O ministro das Finanças, João Leão, afastou, para já, a necessidade de um novo Orçamento Suplementar face à atual evolução da crise pandémica em Portugal. No entanto, essa hipótese não pode ser afastada por completa este ano, admitindo Leão que venha a existir uma nova alteração ao Orçamento do Estado no final deste ano.

“Não teremos problema em fazê-lo [um novo Orçamento Suplementar], mas não antevemos a necessidade de isso vir a ser necessário”, respondeu João Leão esta quarta-feira, na sequência de questões colocadas pelo PSD na audição parlamentar da equipa do Ministério das Finanças. Contudo, não afastou essa hipótese por completo: “Se houver necessidade, no final do ano, faremos uma nova alteração“, acrescentou.

O Orçamento Suplementar — cuja necessidade emergiu logo em março com as medidas de apoio à economia, ainda antes do próprio Orçamento do Estado para 2020 entrar em vigor a 1 de abril — foi aprovado no início deste mês, mas a deterioração das previsões das instituições face às estimativas do Governo, como foi o caso recente da Comissão Europeia, levam os partidos a questionar o Executivo sobre a necessidade futura de um novo reforço orçamental.

João Leão admitiu na audição que “as projeções económicas são feitas num contexto de elevada incerteza” e, por isso, poderão levar a “alterações significativas” pelo que o Executivo está “disposto a fazer as atualizações e projeções convenientes em tempo oportuno para o fazer”. “O Governo não terá nenhuma dificuldade de corrigir previsões se for caso disso“, disse no início da audição.

Tal poderá levar a mudanças no Orçamento atual, apesar de para já, em função da evolução atual, o Governo “não antever essa necessidade” de apresentar ainda este ano uma nova retificação orçamental. “O Orçamento atual é suficiente”, assegurou o ministro das Finanças, afastando essa necessidade nos próximos meses e remetendo essa avaliação para o “final do ano”, altura em que também já estará a ser discutido o Orçamento do Estado para 2021, cujas negociações arrancam esta quarta-feira.

O Governo prevê atualmente um défice de 7% — mais sete décimas dos 6,3% referidos no Orçamento Suplementar devido às medidas aprovadas pelo Parlamento que têm um impacto de 1.400 milhões de euros — e uma recessão de 6,9%. Uma maior contração da economia, que já é consensual entre os institutos que fazem previsões, terá consequências também nas contas públicas, principalmente na perda de receita. A Comissão Europeia prevê uma queda de 9,8% do PIB, o Banco de Portugal de 9,5%, a OCDE de 9,4%, o Fundo Monetário Internacional de 8% e o Conselho das Finanças Públicas de 7,5%.

Na discussão do Orçamento Suplementar, João Leão já tinha garantido aos deputados que a previsão do défice orçamental de 2020 não era uma meta e que o Ministério das Finanças iria deixar os estabilizadores automáticos funcionarem, ou seja, não irá tentar procurar formas de compensar uma evolução ainda mais negativa da receita ou da despesa através de mais impostos ou cortes. Aliás, a máxima de que este orçamento não tem austeridade foi repetida frequentemente pelo Governo e PS.

Em declarações à Lusa na semana passada, o ministro das Finanças referia que “dada a incerteza atual não vamos já atualizar as nossas projeções macroeconómicas, que oportunamente faremos atualizar em função da evolução económica”.

(Notícia atualizada às 13h12 com mais informações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas quer garantir que “influencers” também pagam impostos

  • Lusa e ECO
  • 15 Julho 2020

A Comissão Europeia pretende assegurar que quem gera receitas com plataformas como o Facebook e o Instagram paga também "a sua quota-parte de impostos". Bruxelas aperta o cerco à evasão fiscal.

A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira regras para maior transparência fiscal na União Europeia (UE), obrigando quem ganha dinheiro através das plataformas online, como Facebook ou Instagram, a pagar impostos consoante as receitas arrecadadas, visando evitar a evasão fiscal.

Em causa está um pacote de propostas destinadas a tornar a tributação mais simples e mais justa na UE, no âmbito do qual Bruxelas “alarga as regras de transparência fiscal da UE a plataformas digitais, para que aqueles que ganham dinheiro através da venda de bens ou serviços em plataformas paguem também a sua quota-parte de impostos”.

Numa alusão aos negócios promovidos através das redes sociais como Facebook ou Instagram, que têm vindo a crescer, o executivo comunitário explica que esta nova proposta sobre cooperação administrativa “irá assegurar que os Estados-membros trocam automaticamente informações sobre as receitas geradas pelos vendedores em plataformas online”.

O objetivo é, também, “reforçar e clarificar as regras noutras áreas em que os Estados-membros trabalham em conjunto para combater a evasão fiscal, por exemplo através de auditorias fiscais conjuntas”.

Com as marcas a investirem cada vez mais em publicidade através de perfis nas redes sociais, Bruxelas pretende, então, que estas regras mais apertadas “ajudem as administrações fiscais a verificar que aqueles que ganham dinheiro através de plataformas digitais pagam a parte adequada de impostos”.

Outra das propostas, incluídas no pacote apresentado esta quarta-feira, é a de “adequar o enquadramento legal do IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado] à economia nas plataformas digitais”. “O rápido desenvolvimento deste tipo de economia levanta questões quanto ao tratamento do IVA das transações entre utilizadores facilitadas pelas plataformas”, admite o executivo comunitário no referido plano de ação fiscal.

E questiona: “As pessoas que disponibilizam serviços ou bens nas plataformas são ou não sujeitos passivos de IVA? E os serviços prestados pelas plataformas, qual é a sua natureza?”. A resposta a estas questões será dada numa proposta legislativa que Bruxelas apresentará após ouvir o Conselho, o Parlamento Europeu e as partes envolvidas, pretendendo “proporcionar clareza e segurança jurídica aos atores envolvidos”. “Além disso, será examinado o papel que as plataformas poderão ter na cobrança do imposto”, sugere o executivo comunitário.

Numa altura de severa crise gerada pela pandemia de Covid-19, Bruxelas defende ser crucial um “novo pacote fiscal ambicioso para assegurar que a política fiscal da UE apoie a recuperação económica e o crescimento a longo prazo da Europa”. Neste plano incluem-se, também, 25 ações para tornar a tributação mais simples, o que passa desde logo por eliminar burocracia nalguns procedimentos.

Inclui-se, ainda, a criação de um código de conduta para a concorrência fiscal na UE, bem como uma maior atuação perante os paraísos fiscais que, por não serem pertencentes à União, se recusam a seguir internacionalmente normas acordadas.

Evasão fiscal na UE é “um escândalo”

O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, defendeu esta quarta-feira que a fuga aos impostos na União Europeia (UE) é um “escândalo que não pode continuar sem controlo”, com perdas anuais que ascendem a milhares de milhões de euros.

“Já foram feitos muitos progressos para acabar com a fraude e a evasão fiscal e para combater a abordagem fiscal agressiva na Europa e no mundo, mas esse trabalho está longe de estar concluído”, declarou Paolo Gentiloni, falando em conferência de imprensa, em Bruxelas, na apresentação de um plano de ação para combater este tipo de crimes.

Falando num “escândalo que não pode continuar sem controlo”, o comissário europeu exemplificou que, de acordo com as estimativas mais recentes, a UE perde, anualmente, cerca de 150 mil milhões de euros com fuga aos impostos, entre os quais se inclui a fraude transfronteiriça em matéria de IVA (imposto sobre o valor acrescentado) e a evasão fiscal (mais geral) por parte de indivíduos e de empresas.

“Especialmente nesta altura de crise e a fim de construir uma recuperação duradoura, todos devem ser honestos e pagar a sua quota-parte” em matéria de impostos, frisou Paolo Gentiloni.

Falando aos jornalistas no dia em que o Tribunal Geral da UE decidiu anular a multa de 13 mil milhões de euros imposta por Bruxelas à gigante tecnológica Apple, o comissário europeu comentou também, embora não aludindo a esse caso, que “as regras devem aplicar-se a todos, quer se esteja a falar de empresas que operam online ou offline”.

“A transparência fiscal deve abranger o mundo digital e as autoridades fiscais precisam de ter as ferramentas adequadas para assegurar que aqueles que lucram com as plataformas digitais paguem impostos tal como todos os outros”, vincou Paolo Gentiloni.

Nas declarações aos jornalistas, Paolo Gentiloni disse ainda que “o objetivo deste pacote” apresentado esta quarta-feira é “facilitar a vida aos contribuintes honestos, aliviando os encargos administrativos para as empresas europeias e ajudando-as a desenvolver-se”. “Também queremos tornar a vida mais difícil para aqueles que tentam ativamente enganar o sistema”, concluiu o responsável italiano.

Também presente na ocasião, o vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta de “Uma economia ao serviço das pessoas”, Valdis Dombrovskis, sublinhou que “agora, mais do que nunca, os Estados-membros precisam de receitas fiscais seguras para investir nas pessoas e empresas que mais precisam”, dada a crise gerada pela pandemia de Covid-19.

(Notícia atualizada às 13h52 com mais informações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado recebeu 87 candidaturas para comprar imóveis de turismo a privados

Num mês, foram 87 os privados que se candidataram para vender imóveis de turismo ao Estado, podendo lá continuar como arrendatários.

Foram 87 os privados interessados em vender os seus imóveis turísticos ao Estado, continuando como arrendatários, através do programa Open Call 202020. Este número foi avançado pela secretária de Estado do Turismo, que notou ainda que estão a ser analisados dois imóveis, num montante total de sete milhões de euros, cerca de 12% da dotação total do fundo.

O programa, que arrancou a 16 de junho, soma “87 operações, sendo certo que estão já enquadradas para analise duas operações no montante de sete milhões de euros”, disse Rita Marques esta quarta-feira, durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.

O Open Call 2020 tem uma dotação orçamental de 60 milhões de euros e prevê que um empresário/empresa venda um imóvel turístico ao Estado e continue a usufruir dele como arrendatário — sale&leaseback — por um período entre dez a 15 anos. “A ideia é ajudar a libertar liquidez para que os empresários façam um investimento na adaptação e modernização destes imóveis”, disse a secretária de Estado.

A Turismo Fundos, um organismo do Turismo de Portugal, vai pagar até cinco milhões de euros por cada imóvel, que podem ser casas de turismo rural, hotéis, quintas ou armazéns. “O preço de aquisição corresponderá, no máximo, a 90% da média simples do valor das avaliações do imóvel”, lê-se no site da iniciativa.

Durante o período de arrendamento, o arrendatária pagará uma renda mensal, equivalente “à aplicação de uma taxa sobre o valor da operação entre o mínimo de 2,5%, para o caso das operações de imóveis localizados em territórios de baixa densidade, e o máximo de 4% para as restantes operações”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

18 mil taxistas perderam rendimentos e centenas suspenderam licença devido à pandemia

  • Lusa e ECO
  • 15 Julho 2020

Suspensão de licenças ocorreu num período em que quase 80% da frota nacional de taxis parou devido ao confinamento, revelou a Federação Portuguesa do Táxi.

Cerca de 18 mil motoristas de táxi perderam rendimentos devido à pandemia de Covid-19, depois de terem ficado sem trabalho na fase de confinamento, em que quase 80% da frota nacional parou, revelou a Federação Portuguesa do Táxi.

Em declarações à agência Lusa, a vice-presidente da entidade, Ana Rita Silva, adiantou que houve uma grande quebra nos serviços, uma vez que as pessoas não têm confiança para andar nos transportes públicos.

“Com dados que nós temos, cerca de 80% da frota nacional dos táxis teve de parar. […] Significa que houve um rendimento que foi retirado a mais de 18 mil profissionais de táxi. Neste momento, há [outras] centenas de motoristas de táxi a suspender ou a ponderar suspender a licença de táxi junto da sua câmara municipal”, realçou.

Preocupada com a falta de clientes, a Federação Portuguesa do Táxi considerou ser complicado prever o regresso à normalidade no setor.

“É muito complicado prever […]. Se formos analisar o Algarve, em que eles [taxistas] passam o inverno com pouco serviço e depois vem um verão – que no fundo está a ser como se fosse mais um inverno – e a seguir vem outro inverno, só no verão do ano que vem é que voltam a ter serviço”, observou Ana Rita Silva.

Para a dirigente, também a falta de turistas em Portugal está a ter um impacto negativo no setor dos táxis.

“Com a quebra do turismo houve uma grande quebra do serviço. Nesta altura do verão, o turismo influencia muito o serviço de táxi, houve uma quebra muito grande”, sublinhou.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Transportes públicos Rodoviários de Mercadorias (ATRAM), Florêncio Almeida, falou também grandes prejuízos.

“Não há trabalho, tem estado a funcionar mal… Para o setor há um prejuízo de cerca de 70% a nível nacional”, afirmou.

Em junho, as associações representativas dos táxis pediram a criação de duas linhas de crédito, durante reuniões com os partidos com representação parlamentar, nas quais explicaram a situação “complicada e grave” que o setor atravessa.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, explicou que, juntamente com a ANTRAL, as duas associações estiveram reunidas com PS, BE, Chega e PCP, que “compreenderam que o setor precisa de ser apoiado”.

“Fomos tentar transmitir aos partidos a situação complicada e grave que o setor atravessa e conseguimos sensibilizá-los a todos. Todos compreenderam que o setor precisa de ser apoiado, tal como a animação turística”, referiu, na ocasião.

De acordo com Carlos Ramos, as soluções apresentadas aos deputados foram a criação de duas linhas de crédito: uma com 80% a fundo perdido para reativar/ reiniciar a atividade e outra para apoio à tesouraria das empresas com juros baixos.

“Nós estamos a pedir cinco mil euros por licença, com 80% a fundo perdido e 20% com juros bonificados, e também uma linha de crédito para tesouraria a cinco anos com juros bonificados”, explicou o responsável.

(Notícia atualizada às 15h07 com clarificação da Federação Portuguesa do Táxi. 18 mil taxistas perderam rendimentos, enquanto “centenas” suspenderam a licença)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Restrições aéreas do Reino Unido a Portugal “sem fundamento científico”

  • Lusa
  • 15 Julho 2020

O ministro Pedro Siza Vieira criticou a decisão do Reino Unido de não integrar Portugal na lista de destinos seguros, considerando que a mesma não teve "fundamento científico".

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, considerou que a decisão do Reino Unido de deixar Portugal fora da lista de destinos seguros para viajar não tem fundamento científico, mesmo com o critério que o país escolheu seguir.

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital participava numa conferência organizada em conjunto pela Lusa e Efe, com o tema “Turismo em tempos de Covid-19”, quando considerou que a decisão do Reino Unido, um dos principais mercados turísticos para Portugal, foi tomada “sem fundamento científico, mesmo adotando o critério que decidiu seguir”.

“São situações completamente diferentes, o que se passa em Lisboa e no resto do território, que tem níveis muito baixos de incidência”, acrescentou. O governante sublinhou também que o nível de disponibilidade do sistema de saúde nacional nunca esteve em “stress”, conseguindo, assim, dar resposta à pandemia.

O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado 19,2% das dormidas de estrangeiros em 2019 e vindo a registar sucessivos crescimentos desde 2013, apenas interrompidos em 2018, de acordo com dados do INE. Os destinos preferenciais dos hóspedes britânicos foram o Algarve (63,4% das dormidas do mercado), a Madeira (18,5%) e a Área Metropolitana de Lisboa (10,8%).

Em 3 de julho, o Reino Unido anunciou quais os “corredores de viagem internacional” que iria retomar a partir de dia 10 do mesmo mês, excluindo Portugal dessa lista. A diplomacia portuguesa já reagiu, considerando a decisão do Reino Unido de excluir Portugal dos “corredores de viagem internacionais” como um “absurdo”, “errada” e que causa “muito desapontamento”, trazendo ainda graves consequências económicas e de confiança recíproca.

Na conferência desta quarta-feira, Pedro Siza Vieira disse ainda estar convencido de que Portugal, “pela sua capacidade de se apresentar ao mundo como destino seguro”, com uma grande diversidade de paisagens e ambientes culturais, vai voltar ao centro as preferências dos consumidores.

“Durante este tempo, que daqui medeia até recuperarmos o fluxo de viagens que todos esperamos, é muito importante termos a capacidade de suportarmos as milhares de empresas, muitas delas pequenas e médias empresas, que vão ter um volume de negócios muitíssimo reduzido durante este ano, que precisam de ser preservadas o mais possível no seu conhecimento, porque isso é que faz o sucesso de um destino turístico”, reiterou.

Pedro Siza Vieira considerou necessário investir nos fatores de competitividade futura, como a sustentabilidade, a digitalização e a qualificação dos recursos humanos. “Vamos continuar a investir naquilo que são os novos destinos do país, o turismo de natureza […], reconverter edifícios em parques, […] apoiar a reconversão de unidades de alojamentos para um sistema de mais economia circular, maior eficiência energética”, garantiu o ministro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Urbanização de luxo em Belas vê nascer o primeiro “Bairro Solar” de Portugal

A EDP e a Planbelas escolheram o Lisbon Green Valley, a mais recente fase de desenvolvimento do Belas Clube de Campo do Grupo André Jordan, para instalar o primeiro “Bairro Solar” de Portugal.

Depois do Lisbon Green Valley, a mais recente fase de desenvolvimento do Belas Clube de Campo do Grupo André Jordan, ter sido o primeiro empreendimento certificado pela norma de “resiliência às alterações climáticas”, no início de 2020, a urbanização de luxo às portas de Lisboa vê agora nascer o primeiro “Bairro Solar” de Portugal.

Na prática trata-se de uma Comunidade de Autoconsumo Coletivo de Energias Renováveis (CACER) lançada em parceria pela EDP Comercial e pela Planbelas, com o objetivo de promover a produção de energia a partir do sol, 100% renovável, e o seu autoconsumo, gerando poupanças substanciais na fatura de eletricidade para quem mora no Belas Clube de Campo.

Em comunicado, as duas empresas garantem que, neste primeiro bairro solar, para uma moradia com nove painéis solares instalados (cada um com de 330W), num total de 2970W de potência instalada, estima-se uma poupança anual de 500 euros na fatura da luz, evitando a emissão de quase uma tonelada de CO2 para a atmosfera por ano. Esta iniciativa arrancou como um projeto-piloto: duas moradias produtoras de energia elétrica a partir de painéis fotovoltaicos, que partilham a sua produção com outras 12 casas em volta. E todos ficam a ganhar. Quem produz paga menos 40% sobre o valor da energia solar consumida, enquanto os vizinhos beneficiam de uma redução de 20% na fatura da luz.

Numa segunda fase o projeto será alargado a todo o conjunto residencial do Lisbon Green Valley, podendo chegar às 100 moradias e edifícios até ao final do próximo ano, garantem os promotores. Além da poupança na carteira, a produção e partilha de energia a nível local, no bairro, aumenta a eficiência energética dos moradores e contribui para uma redução substancial na geração de gases de efeito de estufa (GEE).

“Trata-se de uma iniciativa pioneira no segmento residencial e um exemplo a seguir. A recente inovação legislativa autoriza a criação das comunidades energéticas de autoconsumo coletivo, ou bairros solares, ao permitir que haja uma cedência de energia solar de painéis fotovoltaicos instalados numa moradia – o produtor – para outras residências ou empresas na vizinhança – o consumidor”, dizem a EDP e a Planbelas no mesmo comunicado.

E acrescentam: “O Lisbon Green Valley foi o local escolhido para implementação do primeiro Bairro Solar de Portugal, não só por ser um dos empreendimentos residenciais mais sustentáveis da Europa, como também pelos objetivos estratégicos de ambas as empresas em matéria de sustentabilidade. A Planbelas, na procura constante de soluções inovadoras sustentáveis numa lógica de redução do impacto ambiental, e a EDP Comercial com vista à implementação deste tipo de soluções energéticas em comunidade e desenvolvimento de projetos numa lógica pioneira de descarbonização”.

O Governo aprovou recentemente a legislação que visa promover o autoconsumo partilhado de energia renovável através do conceito de comunidades de energia, para alcançar uma quota de 47% de energia proveniente de fontes renováveis no consumo final bruto, em 2030. Além disso, o Governo decidiu também que os consumidores que produzam a sua própria energia elétrica para consumo individual ou coletivo, e que injetem eletricidade excedente na rede nacional, vão passar a estar isentos do pagamento dos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG).

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, anunciou que os consumidores que produzam a sua própria energia elétrica para consumo individual ou coletivo, e que injetem eletricidade na rede nacional, vão passar a estar isentos dos CIEG na fatura, que neste momento são ainda responsáveis por fatia substancial do valor que se paga pela eletricidade consumida em Portugal.

De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), os CIEG representam em Portugal cerca de 30% do preço total pago pelos consumidores e incluem inúmeras rubricas, como os CMEC (custos para a manutenção do equilíbrio contratual), produção em regime especial (energias renováveis), custos de natureza ambiental, tarifa social, entre muitas outras parcelas somadas na conta da luz.

De acordo com um despacho assinado recentemente por Galamba, quem tenha painéis solares para abastecer o consumo da sua habitação terá assim um desconto de 50% no valor dos CIEG na fatura, enquanto nos projetos de autoconsumo coletivo e as comunidades de energia a isenção será a 100%.

Belas Clube de Campo: casas sustentáveis e resistentes às alterações climáticas

Atribuída pelo Sistema LiderA, a certificação pela norma de “resiliência às alterações climáticas” atribuída ao Lisbon Green Valley, atesta a capacidade dos ambientes construídos e comunidades se ajustarem, reagirem e darem respostas face a riscos naturais (como inundações, tempestades, vagas de calor), humanos, sociais e económicos (como criminalidade, ataques terroristas, falhas das infraestruturas, entre outros).

Perante estes cenários, o Lisbon Green Valley foi classificado com um grau elevado de resiliência (Classe A), informou a sociedade imobiliária Planbelas.

Para esta avaliação foram considerados 20 parâmetros diferentes: ondas de calor, precipitação intensa e cheias, inundações, problemas de gestão, abastecimento e qualidade da água, erosão hídrica do solo, risco de incêndio, biodiversidade, falhas nas infraestruturas de energia, saneamento e resíduos, crimes, entre outros.

No início do ano, o Grupo André Jordan Group anunciou que está a investir 25 milhões de euros na construção de 50 novos apartamentos e 15 ‘townhouses’ no Belas Clube de Campo. Os novos projetos “inserem-se no plano de desenvolvimento do Lisbon Green Valley que prevê, numa primeira fase, a construção de 366 unidades entre ‘townhouses’ (moradias), apartamentos e lotes para construção de moradias unifamiliares”, diz o mesmo comunicado. Os imóveis só começarão a ser entregues em junho de 2021, mas já começaram entretanto a ser comercializados.

De acordo com o relatório de avaliação, o Lisbon Green Valley apresenta medidas que distinguem este empreendimento por comparação com as práticas comuns no setor imobiliário, quer a nível de planeamento das infraestruturas e loteamento, quer a nível de construção dos edifícios de habitação unifamiliar, coletiva e de serviços.

A urbanização Belas Clube de Campo foi certificada pela primeira vez pelo Sistema LiderA em 2012, obtendo a classificação A+. Em 2017 foi atribuída a nota A++ às moradias do Lisbon Green Valley e, em 2018, o empreendimento obteve uma avaliação correspondente à classe A+ para os apartamentos do lote 10. Em 2019, o Lisbon Green Valley estreou no mercado as primeiras casas em Portugal a atingir valores de certificação Nearly Zero Energy Building (NZEB) – obrigatória na Europa já a partir de 2021 para todos os edifícios novos.

O Belas Clube e Campo foi também distinguido pela ADENE – Agência para a Energia, com o AQUA+, o novo índice de desempenho hídrico dos edifícios. Trata-se do primeiro instrumento de classificação da eficiência hídrica nos edifícios, que utiliza uma metodologia inovadora a nível mundial e pioneira na Europa, e pretende identificar e distinguir as boas práticas no uso eficiente dos recursos hídricos nos edifícios e urbanizações.

Estas certificações permitem concluir que as casas do Lisbon Green Valley – nova fase do Belas Clube de Campo – apresentam um desempenho ambiental superior a 90%, com painéis fotovoltaicos que alimentam baterias, pontos de carregamento para carros elétricos, separação de águas cinzentas para reaproveitamento nos autoclismos, isolamento térmico e acústico, sistema de aquecimento e arrefecimento de pavimento radiante, painéis solar térmicos, controlo de climatização, eletrodomésticos de categoria A+++.

“A legislação nesta matéria já é muito exigente, e estas casas superam em quádruplo os requisitos que já são exigidos e isso está patente nos consumos: as townhouses consomem 11 kw/m2/ano, sendo que uma casa de referência consome em média 108kw/m2/ano”, realçou Manuel Pinheiro, responsável pelo LiderA.

Destacando a sustentabilidade e eficiência energética como estando “no centro do desenvolvimento dos novos projetos” no Belas Clube de Campo, os promotores referem que os novos edifícios “são já validados pela Agência para a Energia com o AQUA+”, um novo índice de desempenho hídrico que avalia a incorporação de medidas concretas para uma gestão hídrica eficiente. Os imóveis estão também equipados com diversos equipamentos e sistemas “na vanguarda das boas práticas ambientais, certificados pelo sistema LiderA com classificação A+”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.