Passos Coelho afasta-se de eleições no PSD. “Estou fora de tudo isso”, diz
O ex-presidente do PSD Pedro Passos Coelho marcou presença na apresentação de um livro da autoria de Luís Reis, atual mandatário nacional da candidatura à liderança do partido de Luís Montenegro.
O ex-presidente do PSD Pedro Passos Coelho marcou esta segunda-feira presença na apresentação de um livro da autoria de Luís Reis, atual mandatário nacional da candidatura à liderança do partido de Luís Montenegro, também na assistência.
Questionado pela Lusa e Jornal de Notícias sobre o significado da sua presença, o antigo primeiro-ministro apontou “uma estima muito grande pelo autor” e recusou qualquer leitura político-partidária, na semana em que se disputam eleições diretas no PSD.
“Estou fora de tudo isso”, afirmou Passos Coelho, que saiu mal terminou a apresentação e se escusou a fazer mais comentários.
Também Luís Montenegro retirou qualquer significado político-partidário ao encontro, que diz não ter sido combinado, manifestando também ele “o apreço e admiração” por Luís Reis, a quem reconhece “belos textos de reflexão e belas ideias” para o PSD trabalhar.
Questionado se gostaria de contar com o apoio de ex-líderes do PSD, Montenegro disse respeitar muito “a posição de equidistância que os ex-líderes têm”, considerando-a “adequada”.
“O que está em causa são umas eleições diretas, cada militante tem um voto. É evidente que sinto um conforto muito grande das pessoas com quem trabalhei, não sinto esse tipo de falha”, afirmou Montenegro, que dirigiu a bancada parlamentar do PSD durante seis anos, incluindo todo o período em que Passos Coelho foi primeiro-ministro.
Passos Coelho e Luís Montenegro ficaram sentados na primeira fila do evento, mas não juntos, tendo no meio a líder da JSD Margarida Balseiro Lopes, que é a outra mandatária nacional de Montenegro, e apenas se cumprimentaram no final, já que o candidato à liderança do PSD chegou quando começava a apresentação.
A apresentação do livro “Da troika à geringonça”, que decorreu numa superfície comercial de Lisboa, contou também com a presença do antigo líder do PSD Marques Mendes – autor do prefácio – e do ex-vice-presidente do partido Manuel Castro Almeida, que se demitiu da atual direção do PSD em julho por divergências e críticas de centralismo ao presidente Rui Rio.
Questionado pela Lusa, também Castro Almeida justificou a sua presença com o apreço pelo autor e disse que não irá tomar posição pública na atual disputa da liderança no PSD.
O livro “Da Troika à Geringonça”, da editora Guerra e Paz, reúne crónicas do economista e gestor Luís Reis publicadas nos últimos anos no Diário Económico, Jornal Económico e Observador. Na sua intervenção, Luís Reis agradeceu a Passos Coelho e a todos os políticos no ativo, saudando que haja pessoas que “ainda têm a generosidade de colocar ao serviço público”.
Em 30 de novembro, Luís Montenegro anunciou a escolha do independente Luís Reis como um dos seus mandatários nacionais, a par da líder da JSD. Na altura, o antigo líder parlamentar social-democrata justificou a escolha de Luís Reis para “mostrar que o PSD tem de retomar a sua característica fundadora de chamar para colaborar consigo os melhores e mais dinâmicos protagonistas das várias áreas de atividade”.
Luís Reis é doutorado em Ciências Económicas e Empresariais, mestre em Gestão e licenciado em Medicina e é atualmente CEO (presidente executivo) de três empresas do grupo Sonae e presidente do Conselho Geral e de Supervisão da Porto Business School, além de professor associado convidado da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
Luís Montenegro vai disputar no sábado eleições diretas para a presidência do PSD com o atual líder, Rui Rio, e o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.