Galp sobe mais de 2,5%. Lisboa segue a Europa

O índice de referência nacional acompanhou a tendência dos pares europeus.A Galp Energia puxou pela bolsa de Lisboa, à boleia da recuperação dos preços de petróleo nos mercados internacionais.

A bolsa nacional fechou em alta, acompanhando as pares europeias. A contribuir para o desempenho positivo do PSI-20 esteve a Galp Energia, com uma subida de mais de 2,5%, beneficiando da recuperação dos preços do petróleo que corrigiram, assim, de mínimos de mais de um ano.

O índice de referência nacional, o PSI-20, fechou a sessão desta terça-feira a valorizar 0,75% para 5.264,140 pontos. Na Europa, o Stoxx 600 — que agrega as 600 maiores capitalizações bolsistas do Velho Continente — somou 1,60%.

As praças europeias recuperaram, desta forma, da ameaça do coronavírus, que ditou uma forte queda dos preços do petróleo perante receios de uma quebra expressiva na procura. A descida levou a OPEP e a Rússia a aventarem a possibilidade de um novo corte na produção o que acabou por ditar uma inversão na tendência das cotações. O Brent sobe 1%.

Nesse contexto, em Lisboa, a Galp teve o melhor desempenho entre as 18 cotadas. A petrolífera liderada por Carlos Nuno Gomes da Silva fechou a subir 2,59% para os 13,69 euros.

Também o BCP contribuiu para o avanço do índice lisboeta, com as suas ações a valorizarem 1,67%, para os 19,51 cêntimos. Ao mesmo tempo, a retalhista Jerónimo Martins avançou 1,58% para 15,78 euros.

A travar os ganhos esteve a EDP, que fechou a cair 0,78% para 4,48 euros, bem como a EDP Renováveis que desvalorizou 0,33% para 11,98 euros. Nas telecomunicações, a Nos recuou 0,35% para 4,62 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Angola: setor de seguros apura prejuízo de 30,6 milhões de euros em 2018

  • ECO Seguros
  • 4 Fevereiro 2020

As perdas superam em dobro o montante de ganhos alcançado um ano antes e refletem o impacto negativo de reestruturações internas, reforço de provisões técnicas e variações cambiais.

As perdas na indústria seguradora angolana em 2018 superaram em dobro o montante de ganhos alcançado um ano antes e refletem o impacto negativo de reestruturações internas e o peso da rubrica ‘Outros resultados’, em particular o reforço das provisões técnicas e as variações cambiais.

De acordo com o relatório «O Sector Segurador e dos Fundos de Pensões em Angola (2014-2018)», da Agência de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), as 27 seguradoras em atividade passaram de um resultado líquido positivo de 8,7 mil milhões de kwanzas em 2017 para um prejuízo de 17 mil milhões de kwanzas (30,6 milhões de euros) no ano seguinte. Estes números traduzem uma queda em torno dos 300% entre 2017 e 2018.

O mercado angolano é caracterizado por ter uma das taxas de penetração de seguros (relação entre valor de prémios e o valor do PIB) mais baixas do continente africano.

Em junho do ano passado, o então presidente da ARSEG, Aguinaldo Jaime (na imagem), falando num fórum de banca em Luanda, afirmou que Angola tem larga margem de crescimento nos seguros, continuando com uma taxa de penetração “muito baixa, cerca de 1%”, um valor que, em 2017, comparava com um rácio em torno de 3,5% no Brasil e de 6% em Portugal.

O exercício de 2017 foi o que apresentou o melhor resultado líquido global do setor nos anos analisados. A análise aos exercícios de 2014 a 2018 compila a informação disponibilizada pelos diversos agentes que operam no setor segurador e dos fundos de pensões em Angola.

“Se considerarmos somente os resultados técnicos, resseguros e financeiros, todos os anos são alcançados resultados positivos, contudo o impacto da rubrica, ‘Outros resultados’ (a qual inclui o efeito do reforço de provisões não técnicas, bem como os efeitos cambiais), combinado com os gastos associados aos impostos, acabam por consumir os resultados positivos que existiam. 2018 foi um ano atípico, impactado por algumas restruturações que influenciaram o resultado global”, refere o documento.

Citado no jornal Mercado, Jesus Teixeira, assessor do conselho de administração da ARSEG, salientou que as seguradoras são obrigadas a “constituir provisões técnicas, como forma de garantia dos direitos e interesses de todos os intervenientes no mercado segurador. Só assim o seguro poderá cumprir com a sua função económico-social”.

Desde 2014, o país enfrenta uma profunda crise económica, financeira e cambial fruto da queda do preço do petróleo no mercado internacional.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estivadores do Porto de Lisboa fazem três semanas de greve

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2020

Os estivadores do Porto de Lisboa vão fazer greve de 19 de fevereiro a 9 de março contra as quatro empresas de estiva, que defendem uma redução de 15% no salário daqueles trabalhadores portuários.

Os estivadores do Porto de Lisboa decidiram esta terça-feira convocar uma greve de três semanas em protesto contra as quatro empresas de estiva, três do grupo Yilport, que defendem uma redução de 15% no salário daqueles trabalhadores portuários.

“Os estivadores decidiram hoje [terça-feira, 4 de fevereiro], em plenário, avançar com três semanas de greve, de 19 de fevereiro a 9 de março, mas que é dirigida contra três empresas do grupo turco Yilport – Liscont, Sotagus e Multiterminal – e uma quarta empresa, TMB (Terminal Multiusos do Beato)”, disse à agência o presidente do SEAL – Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística.

Segundo António Mariano, de 19 a 28 de fevereiro, os estivadores só trabalham para aquelas quatro empresas no segundo turno e de 29 de fevereiro a 09 de março não haverá qualquer prestação de trabalho para essas empresas.

“Foram estas quatro empresas que fizeram uma proposta ao sindicato para um abaixamento de salários de 15% e que defenderam que a A-ETPL, (Associação – Empresas de Trabalhos Portuários de Lisboa) deveria ir para uma situação de pré-insolvência”, justificou António Mariano, salientando que os estivadores vão trabalhar normalmente para as outras três empresas de estiva do Porto de Lisboa.

No passado dia 23 de janeiro, a A-ETPL desafiou o sindicato a aceitar uma redução salarial de 15% e a eliminar as progressões de carreira automáticas face às dificuldades financeiras com o aumento de encargos resultante da integração nos quadros de pessoal de 31 trabalhadores temporários (23 em 2016 e oito em 2017) e com os “123 pré-avisos de greve (uma média de mais de um pré-aviso de greve por mês), a maioria dos quais ao trabalho suplementar”, emitidos pelo SEAL, entre 2008 e 2018.

Confrontado pela agência Lusa com a possibilidade de as empresas em causa avançarem mesmo para uma situação de pré-insolvência da A-ETPL, empresa de trabalho portuário que cede mão-de-obra às empresas de estiva, António Mariano defendeu que o problema foi criado pelas próprias empresas de estiva, porque são essas empresas que definem o custo do trabalho do estivador que pagam à A-ETPL.

Naturalmente que é uma situação que nos preocupa, mas pensamos que existe ali gestão danosa que conduziu a esta situação. A-ETPL foi criada há 27 anos e, nessa época, foi estabelecido um valor diário do custo do trabalho de um estivador. Mas, ao fim de 27 anos, o preço que as empresas de estiva pagam à A-ETPL mantém-se igual, nunca foi atualizado“, disse António Mariano, lembrando que nos últimos 17 meses os estivadores do Porto de Lisboa receberam os salários em dezenas de prestações.

“Se não há dinheiro para salários é por decisão das empresas que fazem o preço do estivador a elas próprias, ou seja, continuam a pagar à A-ETPL o mesmo que pagavam pelo trabalho de estiva há 27 anos. E assim é natural que o dinheiro não chegue para pagar os salários aos trabalhadores”, acrescentou o presidente do SEAL.

António Mariano defende, por isso, que é necessária uma atualização do custo do trabalho de estiva no Porto de Lisboa e interroga-se se, em Portugal, “haverá algum produto, bem ou serviço que não seja atualizado há 27 anos”.

Os estivadores do Porto de Setúbal também iniciaram esta segunda-feira uma greve ao trabalho extraordinário para a empresa Sadoport, do grupo Yilport.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo compromete-se com “grande baixa de impostos” para rendimentos médios

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2020

O Governo pretende desencadear "uma grande baixa de impostos", em particular "para os rendimentos médios", sublinhou o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, anunciou esta terça-feira que o Governo pretende desencadear “uma grande baixa de impostos” no próximo ano, que vai abranger particularmente os rendimentos médios.

“Com este caminho orçamental prudente, que alguns querem arrepiar, mas que nós não o faremos, nós conseguiremos fazer, no próximo ano, uma grande baixa de impostos, em particular para os rendimentos médios e nessa dimensão, e nessa altura, olharemos para os escalões, para as deduções específicas e para todas as outras questões”, afirmou.

Este anúncio foi feito pelo secretário de Estado durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para este ano, que decorre na Assembleia da República, em Lisboa. Nesta altura, os deputados falavam sobre as propostas de alteração ao IRS.

Em resposta a BE e PCP, Mendonça Mendes assinalou o “caminho extraordinário” desenvolvido “nos últimos cinco anos a nível do IRS”.

“Nós eliminámos a sobretaxa, nós alterámos o coeficiente familiar e nós fizemos uma grande reforma dos escalões em 2018, que permite termos hoje mais 200 mil pessoas a beneficiarem do mínimo de existência, que permite que as famílias portuguesas paguem menos de 1000 milhões de euros de impostos”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Openbank poupa nas comissões. Quer dinheiro das famílias portuguesas para investir

Openbank chega ao mercado português com contas sem custos, mas os levantamentos poderão vir a ser pagos. Os investimentos estão no topo das prioridades da instituição do Santander.

Contas sem comissões, pagamentos em moedas diferentes e fundos de investimento geridos por robôs. O Openbank, banco digital totalmente detido pelo Santander, chegou ao país no final do ano passado de olho no público mais jovens. Não descarta a concessão de crédito, mas, para já, o foco é o investimento das poupanças dos portugueses.

“Para os bancos, o private wealth só é rentável a partir de um milhão de euros. O digital é a solução para isso”, acredita Ezequiel Szafir, CEO do Openbank, na apresentação do banco esta terça-feira, em Lisboa. “Acreditamos que a grande vantagem que trazemos aos clientes portugueses é o wealth management digital”.

Szafir lembrou que 44% do dinheiro dos portugueses está em cash e 61% em investimentos de baixo de retorno, como depósitos. Com 1,3 mil milhões de euros em ativos sob gestão e uma plataforma aberta que permite investir em fundos de outros bancos, o CEO considera que há interesse dos clientes em Portugal em investir através de plataformas digitais. “Não é impossível aproximar Portugal da realidade do Reino Unido”, onde apenas 24% está em dinheiro, segundo o responsável.

“A solução é dar o mesmo serviço que damos ao 1% [referindo-se à percentagem dos mais ricos] a todos. O que oferecemos é digital wealth management para todos”, sublinha Gonzalo Pradas, head of wealth do banco, onde não há investimento mínimo nos fundos e onde os clientes têm acesso ao robô-advisor a partir dos 500 euros em investimento (com comissões entre os 0,42% e os 1,03% anuais).

Levantamentos pagos. Crédito? “O mais depressa possível”

Até final de maio, o banco está a lançar uma campanha de abertura em que as contas não têm custos de abertura ou manutenção, as transferências dentro da União Europeia são gratuitas, tal como o cartão Я42, que é de débito e de viagem (ou seja, permite fazer pagamentos em moedas diferentes). Esta funcionalidade de viagem pode ser ligada ou desligada na app, sendo que os clientes que abrirem conta depois de junho terão de pagar 7,99 euros por mês.

Também os levantamentos em multibanco poderão ser pagos. Há cinco levantamentos grátis por mês na Zona Euro e sem limite nas caixas automáticas do Santander em todo o mundo, mas todos os outros levantamentos são pagos. Apesar de a lei portuguesa o impedir aos bancos portugueses, instituições financeiras estrangeiras podem fazê-lo.

Quanto a disponibilizar crédito, também está nos planos — “o mais depressa possível” segundo Ezequiel Szafir –, mas não é uma prioridade. Em Espanha, o grupo tem 700 milhões de euros em empréstimos, sendo que está ainda presente na Alemanha e na Holanda onde entrou na mesma altura que em Portugal.

Questionado, o banco não quis divulgar o montante do investimento na expansão, especificando apenas que vem do Openbank e não do Santander. O Openbank opera em Portugal com licença bancária crossbroder e a gestão é toda a feita a partir de Madrid. Só numa próxima fase tenciona pedir licença de sucursal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

40 deputados do PS estão contra subida do IVA das touradas, mas vão respeitar disciplina de voto

Cerca de 40 deputados da bancada socialista dizem-se contra as propostas apresentadas no sentido de aumentar o IVA aplicado aos espetáculos tauromáquicos.

Cerca de 40 deputados da bancada socialista dizem-se contra as propostas apresentadas para aumentar o IVA aplicado aos espetáculos tauromáquicos. Ainda assim, os parlamentares garantem que vão respeitar a disciplina de voto relativa ao Orçamento do Estado, votando contra as propostas de alteração entretanto apresentadas.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2020, o Governo incluiu a subida do IVA nas touradas da atual taxa mínima de 6% para 23%. É contra esta medida que estão alguns deputados do PS. “Portugal é feito de um conjunto de tradições, de percursos e de inovações, num quadro de memória e respeito pelas comunidades locais e pela cultura popular. É, por isso, absolutamente contraditório com estas realidades a imposição de uma ‘cultura do gosto’“, defendem.

Aos jornalistas, este grupo de socialistas frisou que o que está em causa é uma medida fiscal que reflete uma “posição de preconceito relativamente a uma vertente da cultura popular portuguesa”.

Apesar das críticas, estes cerca de 40 deputados asseguram que vão votar a favor da medida incluída no Orçamento do Estado face à disciplina de voto, chumbando apenas as propostas de alteração apresentadas por outros partidos. Os parlamentares consideram, por outro lado, que esta matéria não fica fechada. “Não acaba aqui”, rematam.

(Notícia atualizada às 15h24)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal espanhol investiga caso de corrupção que pode envolver António Vitorino

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2020

Espanha está a investigar um caso de suspeita de corrupção de um ex-embaixador na Venezuela que, segundo várias informações, poderia envolver o ex-dirigente socialista português António Vitorino.

A Audiência Nacional espanhola está a investigar um caso de suspeita de corrupção de um ex-embaixador na Venezuela que, segundo várias informações, poderia envolver o ex-dirigente socialista português António Vitorino.

Contactado pela Lusa na segunda-feira, o agora diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), António Vitorino, reiterou o teor da declaração que fez em janeiro, quando refutou “veementemente as insinuações” que o envolvem neste caso.

A polícia espanhola deteve em maio passado quatro pessoas no quadro de uma investigação ao ex-embaixador da Espanha na Venezuela Raul Morodo, suspeito de lavagem de capitais relacionados com a empresa estatal Petróleos da Venezuela.

Como a Lusa noticiou na altura, um dos detidos pelo departamento de luta contra a criminalidade económica e fiscal (UDEF) foi Alejo Morodo, filho do ex-embaixador.

A investigação tinha sido iniciada a partir de uma denúncia do gabinete do procurador-geral contra a corrupção que quantificou em 4,5 milhões de euros o dinheiro cobrado de forma irregular à petrolífera venezuelana por Raul Morodo.

A publicação digital espanhola “OK Diário” publicou uma notícia no último domingo a revelar que o ex-embaixador espanhol na Venezuela e o filho “fizeram vários pagamentos no total de 325.200 euros a um político socialista e ex-ministro da Defesa português, António Vitorino, depois de receberem 4,4 milhões de euros da companhia petrolífera estatal PDVSA, que na época era controlada pelo governo de Hugo Chávez.

Nos relatórios ao juiz Santiago Pedraz da Audiência Nacional, a UDEF “indica que estes pagamentos poderiam ter sido realizados pelo facto de tanto os Morodos como o socialista Vitorino terem mediado a conclusão de um negócio, pelo qual a empresa portuguesa Galp se comprometia a construir quatro parques eólicos na Venezuela e a comprar petróleo bruto da petroleira PDVSA”.

Fonte da Audiência Nacional, tribunal que trata, entre outros, dos delitos mais graves de corrupção contra o Estado espanhol, disse na segunda-feira à Lusa que o caso ainda está na fase inicial de inquérito/instrução, não podendo ser prestadas informações sobre o andamento das várias diligências em curso.

Em 21 de janeiro, em resposta a uma notícia do jornal El Mundo sobre o mesmo caso, António Vitorino afirmou que “em momento algum” recebeu das autoridades espanholas qualquer indicação sobre uma investigação que envolvesse uma empresa de consultadoria de que foi sócio-gerente “e que se encontra suspensa e sem qualquer atividade desde 2018”.

O socialista explicou, numa declaração divulgada pela OIM, que a empresa em causa “prestou serviços de consultadoria ao escritório de advogados espanhol referido naquela notícia exclusivamente sobre matérias relacionadas com a União Europeia e as relações bilaterais entre Portugal e Espanha”.

“Em momento algum esses serviços de consultadoria tiveram qualquer relação com a Venezuela” e “refuto veementemente as insinuações que têm vindo a ser feitas a este respeito”, sublinhou Vitorino.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ações da Tesla superaram pela primeira vez os 900 dólares. Empresa duplica valor num mês

As ações da Tesla superaram pela primeira vez os 900 dólares. A evitar maiores subidas estão as ações da Alphabet, uma vez que os resultados da empresa ficaram aquém das expectativas.

As praças norte-americanas arrancaram a sessão no verde, à boleia da Tesla e da correção dos preços do petróleo, que estão em alta depois de cinco sessões a desvalorizar. Os resultados da Alphabet, dona da Google, que ficaram aquém das expectativas dos investidores, impedem ganhos mais expressivos.

O S&P 500 avança 1,14% para 3.285,80 ao mesmo tempo, o Dow Jones sobe 1,35% para 28.782,23 pontos. Mas o destaque da sessão, a primeira da semana, foi para o índice Nasdaq que valoriza 1,38% para 9.401,01 pontos.

O preço do petróleo recupera, após cinco sessões consecutivas em queda devido à ameaça física do coronavírus para os agentes económicos. O Brent de referência europeia valoriza, esta terça-feira, cerca de 1,27% para 55,14 dólares por barril, estando, no entanto, ainda no valor mais baixo desde janeiro de 2019. Já o crude WTI negoceia nos EUA a subir 1,74% para 50,98 dólares, em mínimos também de mais de 13 meses.

O último balanço realizado pela China aponta para 427 mortos e mais de 20 mil afetados. Depois de as Filipinas terem registado a primeira vítima mortal fora da China provocada pelo novo coronavírus, detetado em dezembro na cidade de Wuhan, Hong Kong comunicou esta terça-feira a morte de um outro cidadão.

A puxar pelo desempenho positivo de Wall Street estão as tecnológicas. A Tesla avança 11,23% para 867,58 dólares. As ações da empresa liderada por Elon Musk superaram pela primeira vez os 900 dólares, mais do que duplicando o valor de mercado desde o início do ano. Esta valorização foi impulsionada, pelas declarações de Ron Baron, acionista da empresa, que considerou que a Tesla atingirá um bilião de dólares de receitas dentro de dez anos, aponta a Reuters.

Em destaque está ainda, a Intel que valoriza 1,61% para 65,48 dólares, ao mesmo tempo, a Apple avança 2,54% para 316,48 dólares. Em destaque está ainda a Microsoft que sobe 1,42% para 176,85 dólares.

Em contraciclo, a gigante tecnológica Alphabet, que detém a Google e o Youtube, abriu a cair 3,67% para 1 .428,20 dólares. A empresa está, desta forma a reagir à apresentação de resultados do quatro trimestre de 2019, onde registou receitas de 37, 6 mil milhões de dólares – abaixo da estimativa média do consenso de mercado, de 38,4 mil milhões de dólares, isto sem contabilizar os custos por aquisição de tráfego.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Um em cada três smartphones vendidos em Portugal em 2019 era Huawei

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2020

A notícia foi dado pelo country manager da Huawei para a área de consumo em Portugal, que diz estar confiante no crescimento das vendas. "Vamos continuar a trazer tecnologia", disse.

O country manager da Huawei para a área de consumo em Portugal, Cloud Shen, afirmou esta terça-feira que, em 2019, um em cada três smartphones comprados em Portugal foram Huawei, tendo “confiança” que as vendas continuarão a crescer.

“Um terço dos smartphones vendidos em Portugal” no ano passado “eram Huawei”, adiantou o responsável, num encontro com jornalistas, em Lisboa. A fabricante chinesa tem estado no centro de uma “guerra” entre os Estados Unidos e a China, com Washington a acusar a Huawei de alegada espionagem e a pressionar os países europeus a não usar a sua tecnologia, numa altura em que muitas empresas estão a lançar o 5G.

Apesar desta situação, Cloud Shen, em declarações à Lusa, manifestou-se “confiante” que as vendas de smartphones vão continuar a crescer em 2020. “Vamos continuar a trazer tecnologia de topo e estou confiante” que, não só as vendas de telemóveis inteligentes vão continuar a crescer, como também as dos dispositivos conectáveis. “Tenho boas perspetivas” para este ano, acrescentou.

Relativamente ao 5G, “vamos trazer mais” oferta nesta área e “mais rápido” do que os concorrentes, salientou. Está previsto que o arranque do 5G aconteça em meados deste ano, de acordo com o calendário da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). “Vamos ter grandes desafios” este ano e “com muita inovação”, estimou Tiago Flores, diretor de consumo da Huawei Portugal, que na apresentação adiantou que a fabricante chinesa vai continuar a “investir fortemente” em investigação e desenvolvimento e software este ano.

Em Portugal, a marca aposta não só nos smartphones como também vai relançar os computadores e apostar nos dispositivos conectáveis, uma área de grande crescimento com o advento do 5G, já que a tecnologia permite uma maior conectividade (Internet das Coisas). “No 5G, como é sabido, temos uma solução desde a infraestrutura até aos terminais. Temos um portefólio de consumo muito robusto de 5G”, disse Tiago Flores.

E a área de conectáveis — desde relógios, passando por auriculares, entre outros, que comunicam entre si sem fios — é uma área com grande potencial de crescimento. “Estimamos que no mundo, este ano, cada pessoa usará em média seis equipamentos conectáveis” e isso “é um desafio para as marcas”, salientou, apontando que estas categorias “vão representar um negócio relevante”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Joacine Katar Moreira demite-se do Livre. Deixa comentário no Facebook

  • ECO
  • 4 Fevereiro 2020

Deputada anunciou a desvinculação do Livre na sua página de Facebook: “A sensação, por enquanto, não é de liberdade nenhuma, fez-se algum silêncio e isso é uma espécie de ouro neste momento", refere.

É oficial. Joacine Katar Moreira já não pertence ao Livre. A deputada entregou a carta de desvinculação do partido durante a madrugada de terça-feira. Deixou também um comunicado através da sua página do Facebook onde confirma a saída.

“A sensação, por enquanto, não é de liberdade nenhuma. Mas, de repente, fez-se algum silêncio e isso é uma espécie de ouro neste momento”, refere a deputada.

Esta desvinculação ao partido Livre ocorreu um dia depois de a deputada ter solicitado passar à condição de deputada não inscrita.

O Livre retirou a confiança política a Joacine Katar Moreira após várias “divergências políticas”, deixando o partido sem representação parlamentar. A decisão foi tomada “por maioria” e, nessa altura, já tudo indicava que esta ficasse como deputada não inscrita.

Antes da demissão a deputa mostrou interesse em permanecer no Governo. “Não vou permitir que ninguém me diga que não estou onde devia estar. Eu nasci para estar ali!”, disse Joacine.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Clubes de fornecedores da Autoeuropa e da PSA já têm disponíveis 56,4 milhões em apoios

São 56,4 milhões de euros que as 33 empresas que integram estes dois clubes de fornecedores vão poder disputar entre si. As candidaturas estão abertas até 30 de junho.

As empresas que integram a lista de fornecedores da Volkswagen e da PSA já têm concursos abertos para se poderem candidatar a apoios comunitários. Em causa estão 56,4 milhões de euros que devem ser disputados em pé de igualdade pelas 33 empresas e 11 entidades não empresariais que reuniram os requisitos para fazer partes destes clubes. As candidaturas estão abertas até 30 de junho.

Os novos Clubes foram criados no verão mas, apesar de as candidaturas das empresas para integrar a lista de fornecedores terem sido entregues em março de 2019 — e as PME escolhidas no verão –, os concursos, no âmbito do Sistema de Incentivos, só foram lançados a 27 de janeiro. A demora no lançamento dos concursos levou inclusivamente algumas empresas a desistir de integrar a lista de fornecedores, tal como o ECO avançou no início de janeiro.

Houve a expectativa de que o concurso fosse lançado na primeira semana de dezembro, mas essa possibilidade acabou por não se concretizar e as empresas nucleares fizeram chegar ao Governo a sua preocupação pela demora no processo, como já noticiou o ECO.

A lista de candidatos a fornecedores dos respetivos clubes foi entregue ao Compete, o programa operacional do Portugal 2020 dedicado às empresas, em março de 2019, e a decisão de quem reúne os requisitos para obter apoios comunitários foi tomada no verão. Assim, o clube de fornecedores da PSA de Mangualde é composta por 14 empresas e duas entidades não empresarias. Já o da Autoeuropa é mais extenso: tem 19 empresas e nove entidades não empresariais. Em comum aos dois clubes estão duas empresas — a Active Space Automation e a Novares Portugal — assim como a Universidade de Aveiro.

Todas estas entidades têm até 30 de junho para se candidatarem aos 56,4 milhões de euros disponibilizados para o Compete, mas “não há verbas cativas para cada um dos clubes”, explicou ao ECO fonte oficial do Compete, o programa operacional do Portugal 2020 dedicado às empresas. Ou seja, quem tiver maior capacidade é quem aproveita mais os apoios disponibilizados.

Dotação indicativa do fundo a conceder

Fonte: Compete (1) A dotação da formação é a incluída nos Avisos de formação integrada e autónoma, dado que as candidaturas serão apresentadas nesse âmbito

São múltiplos os tipos de projetos que podem ser apoiados, mas todos têm de ajudar à “prossecução da estratégia da respetiva empresa nuclear” — a PSA ou a Volkswagen. Em causa podem estar projetos de investigação e desenvolvimento em copromoção (I&D) ou individuais, “cujo investimento compreende atividades de investigação industrial e desenvolvimento experimental, conducentes à criação de novos produtos, processos ou sistemas ou à introdução de melhorias significativas em produtos, processos ou sistemas existentes”, mas também projetos de inovação produtiva, “apresentados por uma empresa participante na rede de fornecedores, com investimentos de natureza inovadora que se traduzam na produção de novos bens ou serviços alinhados com a estratégia global da respetiva empresa nuclear no quadro de cadeia de valor gerador de maior valor acrescentado”.

São ainda elegíveis projetos de qualificação de PME, para o desenvolvimento de competências em domínios imateriais nas empresas fornecedoras, “de modo a garantir a sua compatibilidade com os níveis de exigência da empresas nuclear e clubes de fornecedores internacionais, incluindo a sua certificação nas normas aplicáveis” e projetos de formação profissional, para a “criação e consolidação de competências críticas ao nível dos recursos humanos (empresários, gestores e técnicos) da empresa nuclear e ou das empresas fornecedoras participantes na rede”.

As regras ditam que “cada candidato apenas pode apresentar uma candidatura a cada uma das tipologias identificadas” já referidas e que as autoridades de gestão se comprometem a tomar uma decisão relativamente à atribuição do incentivo em 40 dias úteis após a entrega da candidatura.

O que é um Clube de Fornecedores?

O objetivo é garantir a integração de PME em cadeias produtivas mundiais através da sua qualificação. Um upgrade conseguido através da colaboração com empresas nucleares que têm um papel relevante nessas cadeias de valor. Assim, as PME ganham escala em áreas que têm procura a nível internacional.

As empresas nucleares têm de cumprir, cumulativamente, uma série de requisitos como trabalhar em setores com “procuras dinâmicas e inseridas em cadeias internacionais”; ter um determinado volume de negócios, de compras a fornecedores de componentes e apresentar uma intensidade exportadora superior a 50%. Além disso, as empresas têm de apresentar uma estratégia de desenvolvimento que dê particular importância à integração de fornecedores nacionais de componentes e matérias-primas e ainda um programa de parceria com os fornecedores.

Depois de identificadas as empresas nucleares, há que escolher um número representativo de empresas fornecedoras, assim como as entidades de interface que vão integrar a rede. Em seguida são definidos os objetivos estratégicos e é feita uma estimativa dos valores envolvidos. Um passo fundamental para, quando são abertos concursos no âmbito do Sistema de Incentivos do Portugal 2020 que vão apoiar os investimentos a realizar nas empresas fornecedoras, já haja uma ideia de qual o montante a que se candidatam.

O Clube de Fornecedores da Autoeuropa

Lista de Participantes Rede VWA – Empresas

Active Space Automation S.A.

Bosch

C. M. E. – Construção e Manutenção Electromecânica S.A.

Celoplás

DRT Rapid – Protótipos e Moldes,Lda.

Dtx

Enancer Electrónica, SA

Fehst – Componentes, Lda.

Follow Inspiration, S.A.

Imeguisa Portugal – Indústrias Metálicas Reunidas S.A.

Introsys – Integration For Robotic Systems – Integração de Sistemas Robóticos, S.A.

Neadvance – Machine Vision, S.A.

Novares Portugal, S.A.

Rari – Construções Metálicas, Engenharia, Projectos e Soluções Industriais, S.A.

Safebag – Indústria de Componentes de Segurança Automóvel, S.A.

Samvardhana Motherson Peguform Automotive Technology Portugal, S.A.

Simoldes-Plasticos, S.A.

Visteon Portuguesa, Lda.

VW Autoeuropa

Rede VWA – Entidades Não Empresariais ATEC

Ceiia

FCT

FEUP

INESCTEC

PIEP – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros

Universidade Beira Interior

Universidade de Aveiro

Universidade do Minho

O Clube de Fornecedores da PSA

Lista de Participantes Rede PSA – Empresas Active Space Automation, Unipessoal Lda.

Brose – Sistemas de Fechaduras para Automóveis, Unipessoal Lda.

Controlar – Electrónica Industrial e Sistemas, S.A.

Doureca – Produtos Plásticos, Lda.

Europneumaq – Equipamentos Pneumáticos e Hidráulicos, Lda.

Eurostyle Systems Portugal – Indústria de Plásticos e de Borracha, SA.

GESTAMP Cerveira, Lda.

Globaltronic – Electrónica e Telecomunicações, S.A.

Inapal Metal, S.A.

Kaizen Institute Portugal

NOVARES PORTUGAL, S.A.

Peugeot Citroën Automóveis de Portugal, S.A.

Robotsol – Engenharia Industrial, S.A.

Sacia – Comércio e Indústria Automóvel S.A.

Rede PSA – Entidades Não Empresariais

ISR – Instituto De Sistemas e Robótica

UA – Universidade de Aveiro

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal no ‘Top20’ europeu de talento e investimento tecnológico

  • ECO Seguros
  • 4 Fevereiro 2020

Portugal é um dos 19 destinos europeus que mais dinheiro captou para inovação tecnológica em cinco anos, sendo ainda o 18º em número de talentos numa Europa onde se destaca o fintech.

Nos últimos cinco anos, as tecnológicas portuguesas atraíram 730 milhões de euros de financiamento acumulado, revela o relatório «The State of European Tech 2019». O melhor ano de colheita em investimento no país foi 2018, com 418 milhões de dólares investidos em tecnologia, sucedendo um declínio para 141 milhões no ano seguinte, de acordo com dados até setembro último disponibilizados no estudo.

No ano passado, as maiores comunidades de inovação tecnológica estavam distribuídas por Lisboa, Porto e Braga. O país contava 93 800 profissionais desenvolvedores (quase 7 mil mais do que em 2018), ocupando o 18º lugar no ranking de talento da Europa. As 56 rondas de financiamento contabilizadas nos primeiros nove meses de 2019 posicionam Portugal entre os 17 hubs mais ativos da Europa.

O movimento local de insurtech – a que o ECO Seguros dedica um dossiê Especial – revela-se dinâmico, com tecnologia validada no mercado ou junto de incumbentes, rondas de financiamento, startups a abordarem o mercado e outras já em fase de consolidação e crescimento no mercado local e internacional.

A Fintech Portugal, organização não lucrativa apostada na promoção do setor, elaborou em 2019 uma lista com o Top 30 das fintechs portuguesas. Entre estas, pelo menos cinco são insurtechs ativas no mercado.

Fonte: Portugal Fintech

O setor fintech é o que mais dinheiro atrai na Europa, revela ainda o estudo europeu coordenado pela Atomico (sociedade de venture capital) em parceria com a Slush (associação non-profit que apoia e promove milhares de jovens empreendedores pela Europa) e a Orrick (consultora especialista em regtech), contando ainda com as contribuições de duas dezenas de empresas e organizações.

Fonte: Dealroom. «Sttate of European Tech 2019»

Em volumes de investimento, o fintech europeu destaca-se largamente de outros setores em processo de inovação, canalizando mais de 9 mil milhões captados em 2019 e mais de 24,7 mil milhões de dólares acumulados entre 2015 e 2019, indica o relatório.

Ainda, entre 2018 e 2019, os verticais tech de vocação financeira registaram o maior acréscimo anual (cerca de 3,9 mil milhões), face a à evolução de outros setores (software de gestão; energia; saúde e alimentação).

O relatório traça um panorama detalhado dos hubs mais dinâmicos da Europa; localizando os destinos que os empreendedores preferem para se estabelecerem e explica porquê; estimando montantes de investimento por geografia; identificando o perfil de quem investe e sinalizando o interesse crescente por parte de investidores da Ásia e dos EUA, além de permitir analisar a evolução do movimento tecnológico face a temas como inclusão e paridade de género.

Portugal entre 20 maiores no investimento em deep tech

Mesmo na designada deep tech, tendência que se diferencia pelo esforço conjunto de cientistas (comunidade académica) e empreendedores de elevado potencial, a Europa revela um impulso assinalável (8,4 mil milhões de dólares aplicados em 2019), também aqui liderado pelo Reino Unido e com destaque para as áreas de inteligência artificial e big data.

Neste capítulo, Portugal integra igualmente o top20 da Europa, com investimento recebido a atingir 99 milhões de dólares em 2019, igualando o montante acumulado nos quatro anos anteriores.

Nos últimos cinco anos, de acordo com dados da Dealroom.co, um dos parceiros que participou na produção do estudo, o investimento global recolhido pelas tecnológicas europeias atingiu 34,3 mil milhões de dólares em 2019 evidenciando crescimento de 124% face aos 10 mil milhões de 2015. Os cinco anos do relatório somam 113 mil milhões e, entre 2018 e 2019, o acréscimo observado foi superior a 39%. Só no ano passado, 36% dos recursos financeiros levantados pelas tecnológicas europeias foram obtidos em rondas de montante superior a 100 milhões de dólares.

Fonte: «State of European Tech 2019»

Entre as cidades com mais startups financiadas desde 2015, Londres assume a liderança, com cerca de 2 750 empresas únicas a receberem investimento, seguindo-se Paris (1183); Berlim (930) e Estocolmo (776 ) e Amesterdão (457). Destacando-se entre os demais hubs concorrentes, o Reino Unido canalizou 50% do investimento dirigido a fintech na Europa durante 2018.

O extenso estudo sugere que o acesso a recursos financeiros tem evoluído de forma positiva e não se perspetiva que a atual disponibilidade se altere, indicam os inquéritos realizados junto de founders. No entanto, especialistas que participaram no estudo admitem a insuficiência de capital, em particular para tecnológicas que se encontram em fases mais avançadas de desenvolvimento.

Além de venture capital e do interesse crescente de investidores LP (limited partnership), os empreendedores europeus podem aceder a fundos europeus (da UE e do BEI) e instrumentos públicos nacionais de apoio ao empreendedorismo acessíveis através de vários programas, como por exemplo o eTech Portugal.

Fonte: Dealroom.co. «State of European Tech 2019»

No gráfico em cima (países entre 11ª e o 20º lugar) Portugal surge como o 19º destino europeu com mais investimento. Entre os fatores que tornam Portugal um polo competitivo destacam-se o potencial de talento disponível; os baixos custos de vida e de estabelecimento; ambiente regulatório aberto e disponível para se adaptar à nova realidade tech; a estabilidade política e do quadro fiscal; clima e cultura.

O quadro seguinte sintetiza o sucesso do primeiro evento que implementa a interação entre a comunidade de empreendedores fintech e os reguladores do setor.

Fonte: Portugal Finlab


O relatório – que faz o balanço da 1ª edição do Finlab Portugal, realizada em 2019 e patrocinado pelos reguladores (Banco de Portugal, CMVM e ASF em parceria com a Fintech Portugal) – saúda a evolução que está em curso mas, ao refletir a opinião de representante de um dos reguladores, não refuta que o panorama de inovação tecnológica em Portugal é ainda incipiente. Até amadurecer, precisa de reter talento local e manter as condições de atração de expertise externo.

Quanto a unicórnios, a única tecnológica portuguesa que maior projeção alcançou, em termos de valorização e reconhecimento internacional, é a Outsystems, passando a figurar na lista de unicórnios europeus de vocação fintech desde 2018. A Outsystems, que já não é uma startup por ter sido criada há perto de 20 anos, posiciona-se – segundo analistas – entre as líderes globais no desenvolvimento de plataformas low-code.

Pela Europa, existem atualmente 174 tecnológicas com estatuto de unicórnio (startups com valorização superior a mil milhões). Destas, 99 são empresas apoiadas por venture capital, indicam fontes especializadas.

Insurtech: investimento global e posição da Europa

No que respeita ao investimento exclusivamente dirigido à inovação Insurtech, dados reunidos por uma plataforma norte-americana especializada em informação e análise da indústria seguradora (Coverager.com) para o mercado global indicam que o setor segurador foi destino de 5,59 mil milhões de dólares em 2019. Esta fonte exclui o investimento realizado pelas próprias seguradoras; financiamento obtido por via de instrumentos de dívida; private equity (sociedades de capital de risco); rondas depois de ofertas públicas iniciais (IPO) e operações em mercado secundário.

Fonte: Coverager

Quanto aos montantes de investimento por linhas de negócio (sigla LOB), a Coverager indica os ramos de seguros patrimoniais e acidentes (P&C) como os de maior volume de investimento, seguindo-se os seguros saúde e os produtos multirriscos.

Analisando a distribuição geográfica dos investimentos em tecnologia para seguros, os EUA representam o destino mais importante, absorvendo 68% do total, ou 3,8 mil milhões de dólares, seguindo-se ‘Outros’ com 17% do total e o bloco europeu com uma fatia de 15%, a corresponder a 862 milhões de dólares.

Fonte: Coverager

As campeãs norte-americanas Root e Lemonade, ambas fundadas em 2015 e a escalar o ramo de seguros (sobretudo património e acidentes), levantaram em conjunto 650 milhões (350 milhões de dólares pela Root em ronda ‘série E’ e 300 milhões pela Lemonade em ronda ‘série D’).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.