Galp quer que a Flow seja “o sistema operativo da mobilidade urbana global”

Flow nasce da parceria tecnológica entre a Galp e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto e tem como objetivo otimizar a forma como as pessoas se movem e contribuir para a descarbonização.

A Flow, startup portuguesa que integra serviços disruptivos de energia e mobilidade através de uma plataforma tecnológica, nasceu da parceria tecnológica entre a Galp e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (Ceiia). Dedica-se a frotas empresariais, mobilidade elétrica urbana e partilha de veículos.

“Queremos ser o sistema operativo da mobilidade urbana a nível global”, destaca o CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva. Acrescenta ainda que um dos objetivos da empresa é “alocar mais de 40% do investimento da Galp a projetos e negócios que estão associados a transição de uma economia de baixa emissão carbónica ou até mesmo nenhuma”, destaca o CEO da Galp, na apresentação das novas instalações da Flow, na refinaria de Matosinhos.

A nova CEO da Flow, Jane Hoffer, está confiante com esta parceria e destaca que a startup está “preparada para aproveitar o novo paradigma da mobilidade, com o foco em soluções corporativas e urbanas. O nosso objetivo é otimizar a forma como as pessoas se movem e, através disso, contribuir para o esforço global de descarbonização”, afirma Jane Hoffer.

Jane Hoffer quer chegar mais longe e “levar as soluções inovadoras de produtos e serviços tecnológicos da Flow a outros mercados, com o objetivo de ter um impacto duradouro e significativo no nosso mundo”, refere.

Para o CEO da Galp, o mundo vai mudar muito e muito depressa e existe a necessidade de “ter a nossa estratégica muito bem definida e olhar para esta nova era como uma era de oportunidades. Um momento único que a humanidade está a viver e se o abraçarmos estaremos na liderança e saímos como vencedores”, refere com entusiasmo o CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva.

“A mobilidade está na essência da nossa empresa. A tecnologia está ligada ao digital, ao novo mundo, de como a utilização da informação permite organizar uma nova lógica de negócios”, destaca o CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva.

“A mobilidade está na essência da nossa empresa e queremos ser o sistema operativo da mobilidade urbana a nível global.

Carlos Gomes da Silva

CEO da Galp

A Flow conta atualmente com uma equipa de 50 colaboradores e sustenta a maior rede pública e privada de carregadores de veículos elétricos em Portugal. Adicionalmente, as iniciativas de eletrificação de frotas no país feitas em Lisboa e no Porto, em conjunto com a LeasePlan e a ALD, comprovam a experiência e eficácia nos serviços de e-mobilidade da Flow.

Através de soluções modulares e escaláveis, esta startup tecnológica promete acelerar a adoção da mobilidade partilhada e elétrica, contribuindo ativamente para a transição de frotas abastecidas por combustíveis fósseis para frotas elétricas.

Startup Flow, desenvolvida pelo CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, em MatosinhosFlow

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Incêndios: Cada região terá programa próprio consoante especificidade do território

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2020

O presidente da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF) destacou hoje que cada região do país vai ter um programa próprio consoante a especificidade do território.

O presidente da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF) destacou que cada região do país vai ter um programa próprio consoante a especificidade do território no âmbito do novo plano de prevenção dos incêndios.

Um dia depois de ter sido apresentado no parlamento, a AGIF faz esta quarta-feira, em Santarém, um balanço da consulta pública do Plano Nacional de Gestão Integrada dos Fogos Rurais (PNGIFR) que durou dois meses e terminou em 5 de fevereiro.

Este plano, que tem como objetivo principal a redução para metade da área ardida até 2030, vai permitir que cada região tenha o seu próprio plano de ação, uma vez que a floresta e a vegetação não são iguais, disse à agência Lusa Tiago Oliveira.

O mesmo responsável traçou como “objetivo estratégico” a necessidade de existir uma floresta “mais valorizada do ponto de vista social”, passando o proprietário a receber dinheiro para a gerir e, com isto, ser capaz de “cuidar da floresta e investir”, tendo em conta que 95% da área é privada.

 

“Neste plano a novidade é colocar o problema, destacá-lo e ir à procura das soluções para resolver os problemas em corresponsabilidade com os detentores da terra e as entidades locais”, disse.

Com um horizonte temporal de uma década, o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais prevê que em 2030 tenham sido limpos 1,2 milhões de hectares de floresta, correspondentes a “20% dos seis milhões de hectares que existem no território com risco de incêndio”.

As metas a atingir preveem ainda que dentro de 10 anos as áreas ardidas com mais de 500 hectares estejam totalmente geridas e com planos de recuperação executados, e que existam menos de 80% das ignições nos dias de risco de incêndio.

O plano prevê uma despesa total superior a seis mil milhões de euros, com um investimento expectável de 60% a ser direcionado para a prevenção e 40% para o combate.

Tiago Oliveira explicou ainda que, durante a discussão pública, foram realizadas mais de 75 sessões pelo país, nas quais participaram cerca de duas mil pessoas, e a AGIF recebeu, até agora, aproximadamente de 115 contributos.

No âmbito da consulta pública foram várias entidades que apontaram críticas ao Plano, nomeadamente a Liga dos Bombeiros Portugueses, o Observatório Técnico Independente sobre incêndios criado pelo parlamento e associação ambientalista Quercus.

Uma das críticas passou por não estar definido o papel dos bombeiros e de outros agentes de Proteção Civil, como os sapadores florestais.

Tiago Oliveira sublinhou que o Plano “não destaca o papel de nenhum ator em particular”, mas assegurou que o papel do bombeiro está previsto, sendo até reforçado na esfera do planeamento e no envolvimento com as populações na sensibilização.

O mesmo responsável disse que a AGIF vai agora integrar os contributos recebidos durante a consulta pública e fazer os ajustes que considera necessários para que depois o Governo aprove o plano até ao final de março deste ano.

Depois do PNGIFR ser aprovado em Conselho de Ministros, a AGIF vai ainda elaborar os programas de ação nacional e regionais, que devem estar concluídos no terceiro trimestre deste ano.

Segundo Tiago Oliveira, o PNGIFR que esteve em consulta pública “é um documento estratégico”.

O seminário de encerramento do processo de discussão pública do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais vai contar com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e com os ministros da Administração Interna e do Ambiente e Ação Climática, Eduardo Cabrita e João Matos Fernandes respetivamente.

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Garrafas “amigas do ambiente” Eco reduzem em 100 toneladas o uso de plástico

As garrafas de água Eco já reduziram em mais de 100 toneladas a utilização do plástico. Agora vai reforçar a aposta e lançar uma garrafa de 1,5 litros.

A Eco, empresa que vende garrafas de água reutilizáveis, já reduziu em mais de 100 toneladas a utilização de plástico com a comercialização do seu produto. A marca “amiga do ambiente” vai reforçar a oferta e lançar uma garrafa de 1,5 litros.

A marca que se compromete a ser uma “solução pioneira e disruptiva no mercado nacional”, com o intuito de criar uma “nova forma de consumir água, que seja mais sustentável” e consiga ajudar o planeta, conseguiu reduzir mais de 100 toneladas de plástico entre setembro de 2018 e janeiro de 2020, anunciou a empresa em comunicado.

Presente em mais de 130 supermercados do Pingo Doce através de uma parceria com a retalhista Jerónimo Martins, a Eco vai reforçar a aposta neste âmbito ao lançar uma garrafa de 1,5 litros. Até agora, a única alternativa oferecida era a garrafa de três litros, sendo que cada abastecimento custa 18 cêntimos.

“O lançamento desta nova garrafa de 1,5 litros vem responder às necessidades e hábitos de consumo dos nossos clientes e estamos certos de que a aceitação será imediata”, afirma André Paiva, partner do Eco, citado na nota de imprensa.

As garrafas de água Eco são produzidas para serem reabastecidas na estação da marca. Nesta estação, a água passa por um processo de filtragem em 3 etapas: filtro de sedimentos, onde se retêm partículas físicas e outro género de impurezas que a água possa conter, o filtro de carvão ativado, através do qual se retêm os químicos presentes na água, e, por fim, a lâmpada ultravioleta, através da qual se esteriliza a água.

Aquando do lançamento, em setembro de 2018, a Eco anunciou à Lusa um investimento de cinco milhões de euros para criar 500 estações de fornecimento de água filtrada em sistemas self-service.

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Regulamento do 5G entra em consulta pública por 30 dias

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2020

Projeto de regulamento do leilão para o 5G, aprovado pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), já foi publicado em Diário da República.

O projeto de regulamento do leilão para o 5G, aprovado pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e apresentado na segunda-feira, foi publicado em Diário da República (DR), ficando agora em consulta pública durante 30 dias úteis.

Nos termos do aviso n.º 2385/2020, publicado na Série II do DR, este regulamento “fixa, nomeadamente, as condições de acesso ao espetro que será disponibilizado ao mercado, as regras procedimentais do leilão e as condições que serão associadas à utilização do espetro que for atribuído”.

“Ponderados os objetivos de interesse público prosseguidos pela Anacom, que se traduzem na necessidade de promover uma maior concorrência no mercado das comunicações eletrónicas, de contribuir para que os utilizadores obtenham o máximo benefício em termos de escolha, preço e qualidade de serviço, de incentivar a utilização efetiva e eficiente do espetro, bem como de promover a coesão social e do território, a Anacom considera fundamental a integração no leilão de um conjunto de medidas que possibilitem um equilíbrio entre a garantia de condições de entrada no mercado de novas entidades e de desenvolvimento das operações já existentes”, refere.

Neste contexto, e “de forma a gerar um impacto positivo na concorrência e nos utilizadores finais”, o regulador estabelece no projeto de regulamento “uma reserva de espetro para novos entrantes, que, abrangendo uma parte do espetro na faixa dos 900 MHz, a totalidade do espetro disponível na faixa dos 1.800 MHz e beneficiando de um desconto de 25% sobre o preço final do espetro que for adquirido por novos entrantes nas referidas faixas de frequências, cria condições propícias ao surgimento de novos intervenientes no mercado nacional”.

“Visando o estabelecimento de condições que contribuam para o surgimento de novas operações e para a sua sustentabilidade, igualmente se entende abrir espaço a modelos flexíveis de uso recíproco de ativos bem como impor obrigações de acesso à rede para operadores móveis virtuais (MVNO) e/ou itinerância (‘roaming’) nacional às empresas que adquiram quantidades significativas de espetro e que já sejam detentores de direitos de utilização de frequências em faixas designadas para serviços de comunicações eletrónicas terrestres”, acrescenta o documento.

Por outro lado, a Anacom aponta como “fundamental a determinação de limites à aquisição de espetro”, sendo estes “aplicáveis a qualquer empresa nas faixas particularmente aptas ao 5G [quinta geração móvel], nas quais a procura de espetro poderá ser mais relevante, de forma a permitir que todos os interessados possam aceder a uma quantidade de espetro que seja adequada às operações que pretendam desenvolver, prevenindo situações de açambarcamento”.

À utilização destas faixas são também associadas “obrigações de cobertura e de desenvolvimento da rede, incluindo em municípios de baixa densidade e nas regiões Autónomas da Madeira e dos Açores”, de forma a “mitigar as deficiências ao nível das coberturas e das capacidades disponibilizadas pelas redes móveis existentes”, a “garantir a coesão económica e social do país” e a “acautelar os objetivos nacionais definidos para a banda larga móvel”.

Nos termos do projeto de regulamento, as obrigações associadas às coberturas de municípios de baixa densidade e dos municípios das regiões autónomas da Madeira e dos Açores “podem ser asseguradas através de acordos de itinerância (‘roaming’) nacional” e, “para atenuar o potencial impacto relativo ao pagamento dos preços finais do espetro disponibilizado no leilão, permite-se o diferimento do pagamento de um terço do preço final do espetro na faixa dos 700 MHz, dos 900 MHz e dos 3,6 GHz”.

“Com a adoção deste regulamento as condições associadas à faixa dos 3,6 GHz podem ser refletidas de forma não discriminatória e proporcional no direito de utilização de frequências já existente nesta faixa”, acrescenta ainda.

Falando na segunda-feira numa conferência de imprensa sobre o projeto de regulamento do leilão 5G – que prevê a entrada de novas empresas nas comunicações móveis em Portugal por três vias: operador virtual, ‘roaming’ nacional e compra de espetro – o presidente da Anacom afirmou que este pretende criar condições favoráveis para “o desenvolvimento da concorrência”.

Na ocasião, João Cadete de Matos admitiu que as licenças de 5G possam ser atribuídas antes de junho e considerou que Portugal vai cumprir a meta de uma cidade com quinta geração móvel até final do ano.

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Portugal consegue juros negativos em dívida de longo prazo. Obtém 1.227 milhões

É inédito em leilões de obrigações portuguesas: pela primeira vez Portugal conseguiu financiar-se a uma taxa juro negativo nos mercados de dívida.

Pela primeira vez em leilões de obrigações do Tesouro, Portugal conseguiu registar juros negativos. Aconteceu esta quarta-feira. O IGCP emitiu 564 milhões de euros em títulos de longo prazo com o juro a ficar em terreno negativo. É inédito por cá e acontece num ambiente de juros em mínimos de sempre promovido pelo Banco Central Europeu (BCE).

Foram a leilão esta manhã duas linhas de obrigações: uma que vence em julho de 2026 (maturidade a seis anos) e outra que vence em abril de 2034 (maturidade a 14 anos).

Na primeiro caso, o Tesouro registou uma taxa de juro de -0,057%, abaixo do que tinha registado há cerca de um ano nesta linha – em março de 2019 a taxa foi de 0,763%, embora não seja diretamente comparável tendo em conta que o prazo de vencimento era superior em cerca de um ano. Nesta linha, o IGCP conseguiu obter esta manhã um financiamento de 564 milhões, com a procura a ficar 2,43 vezes acima do montante emitido.

Com obrigações a 14 anos, o montante arrecadado foi de 663 milhões a uma taxa de 0,555%. Também aqui o custo foi mais baixo face ao anterior leilão nesta linha, realizado em outubro do ano passado.

Tudo somado, a República portuguesa obteve um “empréstimo” do mercado no valor de 1.227 milhões de euros — ligeiramente abaixo do montante indicativo — e ao custo mais baixo de sempre.

Até hoje, Portugal apenas tinha registado taxas negativas em leilões de bilhetes do Tesouro que têm maturidades bem mais curtas do que as obrigações.

“Os receios de algum abrandamento económico, juntamente com o coronavirus, levaram os investidores a procurarem ativos de refúgio, pelo que as taxas das dívidas soberanas voltaram a comprimir. Os discursos de Lagarde e Powel apontam para um “esperar para ver” o que continua a suportar o mercado de dívida, não deixando grandes expectativas, pelo menos para já, de uma subida de taxas”, referiu Filipe Silva, do Banco Carregosa.

“Portugal continua a conseguir baixar o custo do serviço da dívida. A título comparativo, há um ano, para a maturidade de 2034, estávamos a pagar uma yield de 2,034% versus os atuais 0,55%”, reforçou o analista.

(Notícia atualizada às 11h20 com comentário de Filipe Silva, do Banco Carregosa)

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Produção industrial cai na Zona Euro. Portugal com 2.ª maior subida

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2020

A produção industrial recuou em dezembro passando para 4,1% na Zona Euro, face ao mês homólogo. Ainda assim, Portugal teve a 2.ª maior subida.

A produção industrial recuou em dezembro passado 4,1% na Zona Euro e 3,9% na União Europeia, face ao mês homólogo, mas em Portugal aumentou 3,9%, a segunda maior subida no conjunto da UE, revelou o Eurostat.

Os dados publicados esta quarta-feira pelo gabinete oficial de estatísticas da UE revelam que, na comparação em cadeia (com o mês anterior), a produção industrial também recuou tanto no espaço da moeda única (-2,1%) como no conjunto da União (-2,0%), mas também neste caso Portugal contrariou a tendência, registando uma subida de 2,9%, igualmente a segunda mais acentuada entre os Estados-membros sobre os quais há dados disponíveis.

Na variação homóloga, face a dezembro de 2018, as subidas mais vincadas foram registadas em Malta (7,6%), Portugal (3,9%) e Polónia (1,3%), enquanto os maiores recuos foram observados na Estónia (-9,9%), Roménia (-8,9%) e Alemanha (-7,2%).

Na variação em cadeia, face a novembro de 2019, Dinamarca (7,2%), Portugal (2,9%) e Grécia (2,5%) lideraram as subidas de produção industrial em dezembro face a novembro, enquanto os maiores recuos foram registados na Irlanda (-6,2%), Hungria (-3,8%) e Polónia (-3,0%).

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Von der Leyen avisa que não aceitará orçamento da UE sem 25% para ambiente

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2020

"Não aceitarei qualquer resultado que não garanta que, pelo menos, 25% do orçamento da UE seja consagrado à luta contra as alterações climáticas", disse a presidente da Comissão Europeia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, avisou esta quarta-feira os Estados-membros que não aceitará um orçamento da União Europeia (UE) sem 25% das verbas alocadas às políticas ambientais, exortando a um equilíbrio entre “velhas e novas prioridades”.

“Não aceitarei qualquer resultado que não garanta que, pelo menos, 25% do orçamento da UE seja consagrado à luta contra as alterações climáticas”, declarou a responsável, intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, sobre o quadro financeiro plurianual 2021-2027.

Apontando que “muitos Estados-membros defendem as políticas da coesão e também muitos outros defendem a política agrícola comum, justamente”, Ursula von der Leyen disse esperar que “também haja a mesma determinação para apoiar as novas prioridades”, numa alusão à questão ambiental. “O tempo urge e […] devemos estar à altura de financiar o que queremos”, avisou, vincando que “todos devem estar dispostos a chegar a um equilíbrio entre as velhas e as novas prioridades”.

Assim, “espero um orçamento que aloque novos recursos para o Fundo de Transição Justa porque, se não tivermos esses meios necessários para atenuar as consequências das mudanças para as regiões e para os trabalhadores, então não poderemos alcançar a neutralidade climática”, salientou.

Ursula von der Leyen reconheceu, ainda, “que as negociações não vão ser fáceis”, já que “numa UE a 27 existem menos recursos”, dada a saída do Reino Unido, que era um dos maiores contribuintes para o orçamento comunitário. “Vai ser um grande desafio”, mas existem “desafios comuns que nenhum Estado-membro poderá resolver sozinho”, concluiu a responsável.

Também presente na ocasião e falando em nome da presidência rotativa do Conselho da UE, a ministra croata Nikolina Brnjac admitiu preocupações com a “questão do tempo e com o equilíbrio de todo o pacote”, mas notou que a Croácia “trabalhará arduamente para garantir um resultado positivo” entre os Estados-membros.

Após o falhanço das negociações na anterior presidência rotativa da UE, liderada pela Finlândia, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, chamou a si a tarefa de realizar reuniões bilaterais com os países da UE para perceber os objetivos de cada Estado-membro para o próximo quadro financeiro plurianual. Charles Michel deverá apresentar nos próximos dias uma proposta para o orçamento da UE entre 2021 e 2027, documento esse que estará em apreciação na cimeira extraordinária que se realiza em Bruxelas na próxima semana.

Dada a forte contestação de um grupo alargado de países — entre os quais Portugal — à anterior proposta finlandesa, esta foi sem surpresa rejeitada em dezembro passado. Entre os Estados-membros, as diferenças são de vulto entre as posições dos contribuintes líquidos — que pretendem evitar um aumento das respetivas contribuições à luz da saída do Reino Unido, que integrava esse grupo — e dos países que mais dependem dos fundos, designadamente os “amigos da coesão”, como Portugal, que rejeitavam em absoluto a última proposta finlandesa.

A proposta de Helsínquia, que assegurou a presidência rotativa do Conselho da UE no segundo semestre de 2019, defendia contribuições dos Estados-membros equivalentes a 1,07% do Rendimento Nacional Bruto conjunto da UE a 27 (sem o Reino Unido), valor abaixo da proposta original da Comissão Europeia (1,11%) e liminarmente rejeitado por um grupo alargado de países, como Portugal (que defende pelo menos 1,16%), assim como pelo Parlamento Europeu (cuja ambição chega aos 1,3%). O orçamento da UE a longo prazo tem de ser aprovado por unanimidade no Conselho e ter depois o aval do Parlamento Europeu. Deveria entrar em vigor a 1 de janeiro de 2021.

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Contas congeladas de Isabel dos Santos só terão alguns milhares de euros

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2020

As contas bancárias de Isabel dos Santos em Portugal foram congeladas por decisão do juiz Carlos Alexandre. Em causa poderão estar apenas alguns milhares de euros.

As contas bancárias de Isabel dos Santos em Portugal foram congeladas por decisão do juiz Carlos Alexandre, a pedido das autoridades angolanas. Não se conhecem os montantes que estão nessas contas, mas em causa poderão estar apenas alguns milhares de euros, segundo o Correio da Manhã (acesso pago).

A Procuradoria-Geral da República portuguesa confirmou esta terça-feira “a suspensão provisória de execução de operações de débito das contas bancárias” à filha do ex-presidente angolano. Mais de dez dessas contas serão do EuroBic e uma delas no BCP.

A ordem judicial terá partido do Supremo Tribunal de Justiça de Angola e refere-se a participações e bens no valor de dois mil milhões de euros. O congelamento é passível de recurso.

Também foram congeladas as contas do marido de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, e de Paula Oliveira, amiga da empresária angolana que também foi constituída arguida em Angola.

Este bloqueio, que engloba a execução de ordens de pagamento de salários, rendas, impostos, fornecedores e honorários de advogados, poderá pôr em causa o pagamento dos empréstimos da empresária nos bancos visados.

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Google alarga GNI Subscriptions Labs à Europa. Quer ajudar “publishers”

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2020

A Google vai alargar o programa GNI Subscriptions Labs à Europa para ajudar os publishers a aumentarem as suas receitas através da otimização dos seus modelos de subscrição.

A Google News Initiative anunciou esta quarta-feira que vai alargar o programa GNI Subscriptions Labs à Europa para ajudar os publishers (editores de media) a aumentarem as suas receitas através da otimização dos seus modelos de subscrição.

O novo programa de nove meses inclui consultoria presencial e online para ajudar “os publishers a entenderem, experimentarem e otimizarem os seus modelos de subscrição”, refere a Google News Initiative, salientado que as candidaturas abrem esta quarta-feira.

A indústria dos media continua a enfrentar grandes desafios à medida que muda a forma como as pessoas encontram e acedem à informação. Ao mesmo tempo, estamos a testemunhar resultados promissores de publishers que estão a desenvolver novos modelos de negócios e novas formas de trabalhar para apoiar o jornalismo de alta qualidade na era digital”, afirma a tecnológica.

“O nosso projeto Google News Initiative foi criado para apoiar esta inovação e ajudar o jornalismo a crescer”, recorda a empresa, salientando que esta semana está a realizar a sua segunda cimeira (Google News Initiative Summit) em Amesterdão, num evento que reúne “centenas de publishers, executivos da indústria de media, editores e académicos de toda a Europa, Médio Oriente e África” para discutir as oportunidades e desafios para a indústria dos media.

A empresa acrescenta que vai “também debater os mais recentes produtos e inovações, além de tópicos importantes, como o papel do machine learning nos processos de publishing e as novas formas de aumentar as receitas com os leitores”. “Apesar de muitos dos grandes publishers estarem a ter bastante sucesso com as assinaturas digitais, estamos a trabalhar mais para garantir que publishers mais pequenos e locais tenham a mesma oportunidade de descobrir o que funciona para os seus conteúdos“, refere a Google.

“No evento desta semana, vamos anunciar a expansão do nosso programa GNI Subscriptions Labs para a Europa construído com base no sucesso de Labs semelhantes na América do Norte e América Latina”, prosseguiu a tecnológica.

O Laboratório Europeu foi desenvolvido em parceria com a FT Strategies e a International News Media Association (INMA) e “está desenhado para ajudar publishers europeus a fortalecerem as assinaturas digitais e aumentarem as receitas provenientes dos leitores”. Sublinha ainda que o programa GNI Subscriptions Labs na Europa “é um dos vários esforços para ajudar os publishers a encontrarem novas maneiras de aumentarem as receitas com os seus conteúdos digitais”.

Além disso, a empresa adianta que também trabalha “com muitos publishers europeus em produtos como o ‘Subscrever com a Google’, que cria uma maneira simples dos leitores assinarem publicações e manterem o acesso a partir de qualquer local”. O Grupo Le Monde, na França, e o Il Fatto Quotidiano, na Itália, anunciaram as suas implementações em fevereiro.

Nos últimos cinco anos, formámos 370.000 jornalistas na Europa através do projeto Google News Initiative e este ano vamos realizar mais três grandes sessões de formação com o Centro Europeu de Jornalismo (CEJ)”, bem como “apoiar mais de 40 organizações ligadas à indústria de notícias para receber um estudante de jornalismo nos meses de verão”. A Google News Initiative renovou o seu apoio ao Reuters Institute Digital News Report por mais três anos.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2020

Bernie Sanders, democrata vencedor nas primárias de New Hampshire, está em destaque nas manchetes dos jornais internacionais, assim como o processo que a Nissan avançou contra Carlos Ghosn.

Bernie Sanders, que venceu as primárias de New Hampshire, está em destaque nos jornais internacionais. A marcar o dia está ainda o processo que a Nissan avançou contra o ex-presidente Carlos Ghosn, exigindo uma indemnização de mais de 80 milhões de euros. E o Brexit também continuar a fazer notícias, levando à saída de mais uma empresa do Reino Unido, desta vez a N26.

Reuters

Bernie Sanders vence primária democrata no Estado de New Hampshire

Bernie Sanders venceu a primária do Partido Democrata no estado de New Hampshire, ficando à frente do ex-autarca Pete Buttigieg. Na segunda votação das primárias do Partido democrata para a corrida à Casa Branca, Sanders recebeu 26% (cerca de 71.400 votos), enquanto Buttigieg obteve 24,4% (67.000 votos). “Este é o início do fim de Donald Trump”, afirmou o senador de 78 anos, perante os seus apoiantes em New Hampshire.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês)

Expansión

Nova fábrica de notas de Espanha vai custar 78 milhões

A construtora ACS vai ser responsável pela construção da nova fábrica de notas espanhola, depois de ter vencido o concurso público por um valor abaixo do valor base. O concurso previa um orçamento base de 93,5 milhões de euros, mas a ACS adjudicou a obra por 78 milhões de euros, comprometendo-se a conclui-la dentro de 21 meses. A nova fábrica vai ser construída num terreno de 15 hectares na Avenida Daroca, em Madrid.

Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre/conteúdo em espanhol)

Bloomberg

Nissan processa Ghosn. Exige 84 milhões de indemnização

A Nissan processou o ex-presidente Carlos Ghosn em 91 mil milhões de dólares (83,4 milhões de euros) por danos causados à empresa. O processo instaurado pretende “recuperar uma parte significativa dos danos monetários causados à empresa pelo seu ex-presidente, resultado de anos de má conduta e atividade fraudulenta”, afirma a Nissan, em comunicado, acrescentando que o valor da indemnização poderá aumentar.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês)

The Guardian

N26 sai do Reino Unido. Culpa o Brexit

A N26, rival germânica da Revolut, decidiu retirar-se do mercado britânico onde contava com mais de 200 mil clientes que terão agora dois meses para “limparem” as suas contas. A suspensão do serviço no Reino Unido, 18 meses depois do arranque, fica a dever-se ao Brexit, com a empresa a argumentar que a saída do país da União Europeia (UE) não lhe permite continuar a operar com a licença bancária da UE.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês)

Financial Times

Lucros do Softbank afundam após perdas do Vision Fund

Os lucros do SoftBank no último trimestre do ano passado afundaram 99% para 23,6 milhões de dólares (21,6 milhões de euros), depois de o seu fundo tecnológico Vision ter registado uma perda operacional de dois mil milhões de dólares (1,83 mil milhões de euros) no mesmo período. Este desempenho acontece numa altura em que o grupo de tecnologia japonês está sob pressão por parte do fundo norte-americano Elliott Management, liderado por Paul Singer. Singer quer que a empresa faça mudanças na gestão, mas também que avance com um programa de recompra de ações.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês)

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Nissan processa Ghosn no Japão. Exige 91 milhões ao ex-presidente

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2020

A Nissan processou o ex-presidente Carlos Ghosn, exigindo 91 milhões de dólares por danos causados à empresa. Mas montante reclamado poderá ser maior.

A Nissan deu entrada com um processo num tribunal do Distrito de Yokohama, no Japão, onde procura “recuperar uma parte significativa dos danos monetários infligidos à companhia pelo seu antigo chairman em resultado de vários anos de conduta inapropriada e atividade fraudulenta”, disse a fabricante em comunicado.

O montante reclamado pela Nissan neste processo ascende a 91 milhões de dólares (cerca de 83,4 milhões de euros), mas o valor pode aumentar em função das multas e penalizações que a fabricante poderá vir a ser obrigada a pagar, de acordo com a Bloomberg (acesso pago/conteúdo em inglês)

Carlos Ghosn foi detido em novembro de 2017 acusado de irregularidades financeiras, chegou a ir a julgamento no Japão, mas depois acabou por fugir para o Líbano no final do ano passado.

Nissan e os procuradores nipónicas acusam o ex-presidente da fabricante de automóveis de ter escondido rendimentos e de ter usado dinheiro da empresa para obter ganhos pessoais, acusações que Ghosn negou.

Os danos que a Nissan procura agora reparar, se a ação for bem-sucedida, poderão representar uma parte significativa do património de Carlos Ghosn. Tem uma fortuna avaliada em 70 milhões de dólares, abaixo dos 120 milhões estimados quando Carlos Ghosn foi pela primeira vez a tribunal há um ano, segundo a agência de notícias financeiras.

Com nacionalidade francesa, libanesa e brasileira, Ghosn abandonou o Japão antes da meia-noite de 29 de dezembro através do aeroporto internacional de Kansai, em Osaka, num avião privado que foi para a Turquia, tendo o gestor seguido depois para o Líbano.

Ghosn, que também foi presidente do grupo automóvel francês Renault e da empresa japonesa Mitsubishi, não passou por qualquer controlo migratório, já que terá ido escondido numa mala para chegar ao avião que saiu de Osaka.

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Vistos gold: Investimento total ultrapassa 5.000 milhões de euros em janeiro

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2020

Desde que foram criados, em 2012, os vistos gold já captaram 5.037.667.787,26 euros em investimento, com a compra de imóveis a representar 90% deste montante.

O investimento total captado através dos vistos gold ultrapassou os 5.000 milhões de euros em janeiro, com a compra de imóveis a representar 90% do montante, de acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Contudo, comparando com janeiro do ano passado, o investimento caiu quase 50%.

Em janeiro, o investimento total captado por via de Autorizações de Residência para Atividades de Investimento (ARI) ultrapassou a fasquia dos 5.000 milhões de euros, ao bater os 5.037.667.787,26 euros. Desde que este instrumento de captação de investimento estrangeiro entrou em vigor (outubro de 2012) até ao mês passado foram atribuídas 8.288 ARI.

Do montante total captado, 90% corresponde à atribuição de vistos gold mediante a compra de bens imóveis, um investimento de 4.548.830.307,73 euros. Neste âmbito foram concedidos 7.810 vistos “dourados”, dos quais 7.332 ARI (investimento 4.376.712.896,40 euros) mediante o requisito de compra de imóveis de valor igual ou superior a meio milhão de euros. No que respeita ao critério de compra de imóveis para reabilitação urbana, foram concedidos 478 vistos, que representam um investimento de 172.117.411,33 euros.

Por sua vez, o critério de transferência de capitais totalizou 461 vistos, num investimento total de 488.837.479,53 euros. O critério de criação de, pelo menos, dez postos de trabalho, foi responsável pela atribuição de 17 vistos.

No top cinco da origem deste investimento está a China (4.484 vistos), Brasil (868), Turquia (385), África do Sul (323) e Rússia (307). Desde o início do programa foram atribuídas 14.154 autorizações de residência a familiares reagrupados.

Na votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) os vistos gold foram limitados aos investimentos imobiliários em municípios do interior ou das regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Em causa está uma proposta apresentada pelo PS, que reuniu os votos a favor do PS e PSD e os votos contra do BE e PAN, que viram as respetivas propostas sobre o fim dos vistos gold serem chumbadas.

Investimento em janeiro cai 47% face ao ano passado

Contudo, analisando apenas o mês de janeiro, observa-se que o investimento total resultante da concessão de ARI ascendeu a 45.413.956,31 euros, o que representa a uma diminuição de 47% face ao período homólogo do ano passado (85,6 milhões de euros). Face a dezembro, o investimento subiu 3%, de acordo com contas feitas pela Lusa.

No mês passado foram concedidos 81 vistos gold, dos quais 75 mediante a compra de bens imóveis (39.359.484,66 euros). No que respeita ao critério de compra de bens imóveis de valor igual ou acima de 500 mil euros, foram concedidos 60 vistos “dourados”, no montante de 33,7 milhões de euros. Quanto ao requisito de compra de imóveis tendo em vista a reabilitação urbana, foram atribuídos 15 ARI em janeiro, correspondentes a um montante de 5,6 milhões de euros.

Relativamente ao requisito de transferência de capitais, foram concedidos seis vistos gold, no montante de 6.054.471,61 euros, em janeiro. No mês passado não foram concedidos vistos mediante o critério de, pelo menos, a criação de dez postos de trabalho.

Alterações nos “vistos gold” não prejudicarão investimentos de brasileiros, diz Governo

O secretário de Estado Adjunto e da Economia português disse esta ter a certeza de que as mudanças nas regras de concessão dos vistos gold não afetarão os investimentos de cidadãos brasileiros em Portugal. “De certeza [que os investimentos continuarão]. Os brasileiros estão numa fase de redescoberta de Portugal e se calhar nós próprios estamos em uma redescoberta do Brasil. Temos tantas oportunidades que não será por isto que não teremos mais investimentos de brasileiros em Portugal”, disse João Neves.

“Quando se toma decisão, há sempre aspetos que podem ser entendidos como positivos e negativos. Os vistos gold são um instrumento de natureza excecional, nunca foram o centro da política de atração de investimentos em Portugal”, acrescentou, quando questionado pela Lusa sobre o assunto na Câmara Portuguesa de Comércio, na cidade de São Paulo, no Brasil.

Segundo João Neves, a mudança nestes vistos é um “sinal ao mercado” de que o Governo gostaria de que “estes investimentos fossem dirigidos para as oportunidades que continuam a existir fora das regiões de Lisboa e do Porto”. A limitação da concessão dos vistos gold aos investimentos imobiliários em municípios do interior ou das regiões autónomas dos Açores e da Madeira foi aprovada este mês.

Questionado se as mudanças nos vistos gold foram tema de dúvidas e perguntas dos empresários brasileiros nestes encontros, o secretário de Estado respondeu negativamente. “Aquilo que foi aprovado determina que algumas regiões de Portugal deixam de ser elegíveis para acesso aos vistos gold, mas há todo um território para explorar. Nós temos muita diversidade. Nós temos coisas que, do ponto de vista destes investimentos, se calhar são capazes de valorizar melhor no futuro do que as oportunidades em Lisboa e Porto poderiam oferecer”, defendeu o governante.

“As oportunidades não acabam, são diferentes, estamos muito interessados que este movimento se alargue pelo país”, frisou o membro do Governo português. João Neves exemplificou que as pessoas que planeiam ir, por exemplo, para Lisboa ou para Cascais em função do mercado imobiliário não necessitam de vistos gold, pois já este tipo de investidor conhece o país e passou, nos últimos anos, a conhecer melhor também o seu mercado imobiliário.

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