VCA integra dois novos Of Counsels na sociedade

Miguel Tönnies e Miguel Cavazzini são os novos Of Counsels da Valadas Coriel & Associados. Os advogados vão reforçar o departamento de direito imobiliário, construção e engenharia.

A sociedade de advogados Valadas Coriel & Associados reforçou o departamento de direito imobiliário, construção e engenharia, com a integração de Miguel Tönnies e Miguel Cavazzini. Os advogados juntam-se à firma na qualidade de Of Counsels.

Com mais de 30 anos de experiência, Miguel Tönnies e Miguel Cavazzini desenvolveram grande parte da sua carreira profissional no setor da engenharia e da construção, como advogados in-house de reputadas empresas, entre as quais se destacam a Construções Técnicas, a Opca, a Somague e a Sacyr.

Miguel Tönnies apresenta uma larga experiência internacional, tendo, entre outras funções, coordenado as equipas jurídicas da Sacyr na negociação de várias concessões nos Estados Unidos da América. Tendo o português e o alemão como línguas nativas, irá assumir, paralelamente, a direção do German Desk da VCA.

Do percurso profissional de Miguel Cavazzini, destaque para a coordenação do apoio jurídico prestado à área internacional da Sacyr Construccion e a sua participação na equipa jurídica que assessorou a construção da ampliação do Canal do Panamá, à época a maior empreitada de obras públicas do Mundo.

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Cortiça portuguesa numa das principais montras do design mundial

A Corticeira Amorim junta-se ao Vitra Design Museum e leva mais de 3200 blocos de cortiça até à Alemanha para a exposição Home Stories: 100 Years, 20 Visionary Interiors.

O Vitra Design Museum (VDM), um dos mais importantes museus de design do mundo, recebeu mais de 3.200 blocos de aglomerado de cortiça produzidos nas instalações da Corticeira Amorim.

Utilizados na exposição Home Stories: 100 Years, 20 Visionary Interiors, permitiram criar estruturas artísticas que envolvem cerca de um terço de toda a mostra. Projetados pelo gabinete italiano de design, arquitetura e investigação Space Caviar, acomodam artigos de design, produtos de decoração e peças de mobiliário.

A exposição Home Stories: 100 Years, 20 Visionary Interiors, que acaba de inaugurar, explora os temas dominantes do design de interiores, revisitando os espaços pioneiros. Uma exposição que destaca mudanças sociais, políticas, culturais, urbanas e técnicas que moldaram o design ocidental de interiores nos últimos 100 anos. Uma realidade da qual a cortiça é parte integrante.

A colaboração entre a Corticeira Amorim e o VDM reflete a missão assumida pelo grupo nacional em acrescentar valor à cortiça de forma diferenciadora, qualitativa e inovadora, nomeadamente, com o apoio a inúmeros projetos artísticos, educativos e científicos. Projetos que mostram a versatilidade, multidisciplinaridade e potencial de inovação desta matéria-prima única portuguesa.

A exposição Home Stories: 100 Years, 20 Visionary Interiors poderá ser visitada até 23 de agosto, data em que partirá para uma viagem de cinco anos por diversos museus do mundo.

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PGR confirma arresto de contas bancárias de Isabel dos Santos a pedido das autoridades angolanas

Juiz português aplicou a "suspensão provisória de execução de operações de débito das contas bancárias" de Isabel dos Santos. Caso tem a ver com processo cívil e não com o Luanda Leaks.

As autoridades judiciárias portuguesas ordenaram o congelamento das contas bancárias de Isabel de Santos. Segundo fonte ligada ao processo, em causa está a “suspensão provisória de execução de operações de débito das contas bancárias” à filha do ex-líder angolano. A PGR confirmou ao ECO o arresto de contas bancárias de Isabel dos Santos a pedido das autoridades angolanas. “Confirma-se que o Ministério Público requereu o arresto de constas bancárias, no âmbito de pedido de cooperação judiciária internacional das autoridades angolanas”, segundo fonte da PGR confirmou ao ECO. Mais de dez dessas contas serão do Eurobic e uma delas será do Millennium BCP.

Mas o ECO confirmou, junto de fonte ligada ao processo, que em causa estará o processo cível contra Isabel dos Santos em Angola e não com o processo-crime que deriva dos documentos divulgados no ‘Luanda Leaks’.

Este bloqueio, que engloba a execução de ordens de pagamento de salários, rendas, impostos, fornecedores e honorários de advogados, poderá pôr em causa o pagamento dos empréstimos da empresária nos bancos visados. As autoridades suspeitam que tenha transferido 115 milhões de dólares da empresa petrolífera estatal angolana, a Sonangol, para uma conta numa offshore.

Segundo avança o Expresso, a ordem judicial terá partido do Supremo Tribunal de Justiça de Angola e refere-se a participações e bens no valor de dois mil milhões de euros. O congelamento partiu de um juiz português e é passível de recurso. Também foram congeladas as contas de Paula Oliveira, arguida e acionista da empresa

No final de janeiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) portuguesa confirmou que tinha recebido do Ministério Público angolano cartas rogatórias para vários “pedidos de cooperação judiciária internacional em matéria penal” relacionados com o caso Luanda Leaks.

O Luanda Leaks é uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) que revelou mais de 715.000 ficheiros secretos, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais. O esquema revelado pela investigação está a ser analisado pelo Ministério Público.

Depois de ter sido conhecida a investigação, a empresária já pôs à venda algumas participações em empresas portuguesas, nomeadamente no EuroBic e na Efacec.

O Jornal Económico (acesso livre) acrescenta que terão sido congeladas dezenas de contas bancárias de Isabel dos Santos, das suas empresas, e ainda do marido Sindika Dokolo, em bancos portugueses. Daquelas congeladas, mais de dez serão do EuroBic.

Este bloqueio, que engloba a execução de ordens de pagamento de salários, rendas, impostos, fornecedores e honorários de advogados, poderá pôr em causa o pagamento dos empréstimos da empresária nos bancos visados. Surge depois de o EuroBic comunicar operações suspeitas ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal e à Unidade de Informação Financeira da PJ.

 

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Há 16 selecionados no prémio EY Entrepreneur of the Year (e vídeo)

  • ECO
  • 11 Fevereiro 2020

O júri do prémio EY Entrepreneur of the Year já está a fazer as entrevistas aos 16 selecionados deste ano.

Fechadas as candidaturas ao EY Entrepreneur of The Year, foram selecionados 16 dossiês de candidaturas para a apreciação pelo júri liderado por António Gomes Mota. De acordo com informações oficiais da EY, esta seleção resultou da receção de mais de 30 candidaturas ao prémio que tem o ECO e a TVI24 como parceiros de media.

http://videos.sapo.pt/yq9TM3CBmYhRYK45zQ4f

“A filosofia do prémio é a mesma” de edições anteriores, ou seja, reconhecer a figura que se destacou como empreendedor do ano em Portugal, disse ao ECO o presidente do júri, António Gomes da Mota. Mas “a minha expectativa é de que, nesta 8ª edição, haja mais empresas e mais gestores de negócios diferentes e interessantes. Felizmente, em Portugal, tem havido uma grande dinâmica de empreendedorismo e, há dois anos, olhámos para alguns projetos que ainda estavam numa fase inicial e agora já devem estar mais desenvolvidos”, considera. Os números finais confirmam isto mesmo.

“Os candidatos provêm de um leque alargado de setores, incluindo Hotelaria, Construção, Serviços, Indústria e Ciências da Vida, entre outros”, afirma fonte da EY. Agora, encontra-se nesta altura a decorrer a fase de entrevistas presenciais, de que ainda poderão resultar ajustamentos a números.

E quais são os números? Os apuramentos preliminares indicam que há candidatos com volumes de negócios a partir dos três milhões de euros e com cerca de 20 colaboradores, mas a média de todos os participantes é superior a 50 milhões de euros de faturação e a 200 colaboradores.

Segundo a mesma fonte oficial, “um aspeto interessante é o ritmo de crescimento dos candidatos, cujos volumes de negócios e de criação de emprego estão a crescer ao longo dos últimos três anos bastante acima dos 10% ao ano”.

Esta é a segunda vez consecutiva que António Gomes da Mota assume o papel de júri deste prémio da EY. O gestor foi também o júri da a 7ª edição que premiou o presidente da Corticeira Amorim, António Rios de Amorim.

Presidente não executivo do Conselho de Administração dos CTT, desde 2017, António Gomes da Mota, é também presidente da Direção do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) e professor catedrático de Finanças no ISCTE.

No júri do prémio EY juntam-se a ele mais sete elementos. São eles Clara Raposo, reitora do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), Steven Braekeveldt, presidente executivo (CEO) da seguradora Ageas, Isabel Ucha, CEO da Euronext; Vera Pinto Pereira, membro do conselho de administração da EDP e CEO da EDP Comercial; Vasco Pereira, presidente e CEO do grupo Lusíadas; Dionísia Ferreira, gestora que saiu dos CTT; e ainda António Rios de Amorim, CEO da Corticeira Amorim e o vencedor do ano passado. Note-se que é tradição neste prémio da EY alterar os nomes do júri a cada edição, podendo ou não manter-se o presidente, e ainda convidar o vencedor do ano anterior a integrar o painel da edição seguinte.

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Leis da UE sobre cobertura de obrigações são positivas para Portugal, diz Moody’s

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2020

A agência de notação financeira afirma que as "novas normas europeias sobre cobertura de obrigações financeiras são positivas para o crédito em Portugal".

A agência de notação financeira norte-americana Moody’s afirmou que as novas normas europeias sobre cobertura de obrigações financeiras são positivas para o crédito em Portugal, de acordo com um comunicado enviado esta terça-feira à imprensa.

“A lei de cobertura de obrigações portuguesa já está em linha com a maioria dos padrões mínimos obrigatórios e voluntários previstos nas novas regras da UE, incluindo em relação ao controlo de riscos correntes ao património subjacente [‘cover pool’] e à supervisão de obrigações com cobertura”, disse o analista da Moody’s Miguel López Patrón, citado em comunicado, acrescentando que “as novas regras da UE vão assegurar que esses padrões são mantidos”.

No comunicado, a Moody’s afirma que “as novas regras da UE vão fortalecer a lei portuguesa de cobertura de obrigações”. As medidas europeias vão incluir “uma ‘almofada’ de 180 dias de liquidez e regras para a cooperação entre as autoridades reguladoras das obrigações cobertas e de resolução, para preservar os direitos dos detentores dos títulos”, indica a agência.

“Adicionalmente, as novas regras podem encorajar os legisladores portugueses a estabelecer um requisito mínimo de 5% de sobrecolaterização para títulos garantidos do setor público“, aponta ainda a Moody’s.

A agência denota ainda que as novas regras da UE “incluem provisões na composição do património subjacente que são mais fracas do que as provisões na lei portuguesa”.

“Essas provisões podem colocar desafios ao crédito se reduzirem a qualidade dos ativos do património subjacente. No entanto, a Moody’s espera que a qualidade do património subjacente não seja diluída por ativos de baixa qualidade em Portugal, dado que há pouca pressão do mercado para a mudança e que os títulos garantidos por ativos não tradicionais não qualificam para um tratamento especial no âmbito da Regulação de Requisitos de Capital (CRR)”.

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1.300 emigrantes voltaram a Portugal ao abrigo do programa Regressar

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2020

O número de emigrantes que voltaram a Portugal ao abrigo do programa Regressar foi de, pelo menos, 1.300, estimou o Governo. A medida vai ser alargada a quem quiser começar um negócio.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, anunciou esta terça-feira que o número de emigrantes que regressou a Portugal ao abrigo do programa Regressar é de “pelo menos 1.300 pessoas”, avaliando pelas retenções mensais na fonte.

“As retenções na fonte comunicadas permite dizer que pelo menos 1.300 pessoas já vieram para Portugal ao abrigo deste regime fiscal, o que é um bom número, mas só quando os contribuintes entregarem o IRS de 2019, dentro de algum tempo, será possível ter o número certo”, disse o governante, na sessão de abertura da apresentação do balanço do programa Regressar.

Até julho, 1.705 pessoas candidataram-se às medidas de apoio aos emigrantes que decidiram regressar a Portugal, anunciou também o Governo, com quase 70% destas pessoas a emigrarem entre 2011 e 2015.

“No âmbito do Programa Regressar, o Instituto do Emprego e Formação Profissional [IEFP] recebeu, até ao dia 9 de fevereiro, um total de 806 candidaturas à medida de apoio ao regresso de emigrantes, que abrangem um total de 1.705 pessoas”, lê-se numa nota divulgada pelo Governo na apresentação do balanço e perspetivas do programa.

Na nota, o executivo diz que 68% das pessoas que agora tencionam regressar saíram de Portugal entre 2011 e 2015, com 47% dos candidatos a terem o ensino superior e 80% até 44 anos. Por outro lado, acrescenta-se na nota, “inscreveram-se para procura de emprego na plataforma do IEFP com o motivo ‘regresso a casa’ cerca de 3.500 pessoas”.

Entre as principais alterações ao programa Regressar, cuja regulamentação já foi publicada em Diário da República em 3 de fevereiro, o Governo destaca o alargamento do universo de candidaturas para as pessoas com contratos a termo com duração inicial de pelo menos seis meses e o aumento dos apoios financeiros.

“Assim, os montantes máximos de apoio, que antes se fixavam em 6.582 euros, passam agora a ser de 7.201 euros, e foi também criada uma majoração de 25% para os candidatos que se fixem no interior do país, pelo que o montante máximo de apoio é, nestes casos, de 7679 euros”, lê-se na informação hoje distribuída.

Segundo o Governo, “em apenas uma semana após a entrada em vigor destas alterações, foram aprovadas 12 candidaturas de emigrantes que se vão fixar no interior e beneficiam desta majoração”.

O programa Regressar pretende ajudar os emigrantes a voltar a Portugal, oferecendo um apoio inicial para as despesas de regresso e uma redução de 50% no valor que teria de ser pago em sede de IRS, entre outras medidas.

Programa será alargado a quem quiser começar um negócio

O secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, anunciou ainda que o programa Regressar vai também abranger quem queira começar o seu negócio em Portugal e quem tem contrato a termo.

“O programa tinha até agora como beneficiários elegíveis apenas pessoas que regressavam com contratos sem termo, na perspetiva de privilegiar o emprego estável”, disse o governante, apontando que “verificou-se que estas pessoas estavam a ser duplamente prejudicadas, com mais risco e mais insegurança, por uma escolha que não era delas”.

Por isso, acrescentou, o programa irá também dar apoios para a criação do próprio emprego, a pessoas que não são investidores nem trabalhadores por conta de outrem, e que gostariam de regressar por conta própria e não tinham um apoio específico, que passará a existir ainda no primeiro semestre”, salientou o governante.

Por outro lado, continuou, “a partir de agora, o programa vai beneficiar também as pessoas que regressam com contrato a termo, e depois que possa ser convertido em contrato sem termo”, disse Miguel Cabrita, apontando que “era um imperativo de justiça”.

Falando na sessão de abertura da apresentação de resultados e perspetivas deste programa, o governante disse ainda que entre as alterações em preparação está um “aumento do apoio em sede de emprego, o alargamento dos valores ao transporte de mercadorias, bens e viagens, que são despesas pesadas, uma majoração maior por elemento do agregado familiar e a majoração dos valores para quem regressa para o interior”.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h25)

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Governo britânico autoriza segunda linha de alta-velocidade. Custo deverá ascender 100 mil milhões

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2020

Boris Johnson autorizou o projeto de linha ferroviária de alta velocidade HS2, que ligará Londres ao centro e norte do país. Custo da obra deverá ultrapassar os 100 mil milhões de libras.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, autorizou o projeto de linha ferroviária de alta velocidade HS2, que ligará Londres ao centro e norte do país, apesar do alto custo e da oposição de políticos e ambientalistas. “O Governo deu sinal verde à linha ferroviária de alta velocidade”, disse Boris Johnson esta terça-feira, na Câmara dos Comuns.

O primeiro-ministro garantiu que pretende controlar a gestão e os gastos com o projeto, cujo custo deverá ultrapassar os 100 mil milhões de libras (cerca de 118 mil milhões de euros). Para isso, Boris Johnson irá nomear um ministro que se dedicará inteiramente ao HS2 (Alta Velocidade 2). “As previsões de custos dispararam”, admitiu Johnson, “mas a má gestão não mudou, na minha opinião, o valor fundamental do projeto”.

O chefe do Governo britânico não avançou o custo total da obra, adiantando apenas que a primeira fase, em que a linha ferroviária chegará a Birmingham, no centro da Inglaterra, deverá custar entre 35 e 45 mil milhões de libras (entre 41,5 e 53 mil milhões de euros). O traçado da linha irá obrigar a cavar túneis longos, desviar rios e adquirir terras, nomeadamente na capital britânica.

O projeto High Speed 2 será a primeira linha ferroviária a ser criada no norte de Londres nos últimos 150 anos e a segunda de alta velocidade no país, após a HS1, no sul de Inglaterra. A primeira parte da construção, até Birmingham, só deverá estar pronta a partir de 2031, estimando-se que a segunda parte só fique operacional em 2040. O objetivo é aumentar a frequência dos comboios e diminuir consideravelmente a duração das viagens.

Empresários saúdam decisão. Oposição e ambientalistas são contra

A comunidade empresarial, tal como a confederação patronal CBI, saudou a decisão do Governo. Já o líder da oposição trabalhista criticou a gestão passada dos conservadores.

“O primeiro-ministro criticou a gestão das infraestruturas feita pelos conservadores, mas foi o seu partido que privou o país de investimento nos últimos dez anos, criando as maiores desigualdades regionais da Europa”, afirmou Jeremy Corbyn. Para os conservadores, o dinheiro que será investido nesta nova infraestrutura seria mais útil “se fosse usado na modernização de infraestruturas de transportes locais”.

O primeiro-ministro também prometeu revelar, nas próximas semanas, a estratégia para fazer uma “revolução nos transportes”, adiantando já ter canalizado seis mil milhões de euros para melhorar, nos próximos cinco anos, as redes de autocarros e as ciclovias. Segundo garantiu, estes investimentos em transportes deverão permitir que o Reino Unido cumpra o compromisso de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

No entanto, várias organizações ambientais protestaram contra os anúncios do Governo, apontando o impacto do HS2 nos habitats naturais e em espécies ameaçadas. “Somos completamente a favor de uma revolução nos transportes que reduza a poluição e as emissões de carbono, mas colocar uma escavadora em locais em estado natural e selvagem não é uma boa solução”, alertou a organização não governamental Greenpeace.

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PGR de Angola apreende mais de mil imóveis inacabados e edifícios a empresas chinesas

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2020

A lista de bens apreendidos inclui ainda 24 edifícios, duas creches, dois clubes náuticos e três estaleiros de obras, bem como terrenos adjacentes, numa área total de 114 hectares.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana anunciou esta terça-feira a apreensão de mais de mil imóveis inacabados, bem como edifícios e estaleiros construídos com fundos públicos que se encontravam na posse do China International Fund.

Enquanto decorre o processo-crime, no âmbito da recuperação de ativos do Estado angolano, os imóveis que se encontravam na posse do China International Fund, Limited (CIF Hong Kong) e China International Fund, Limitada (CIF Angola) terão como fiel depositário o Ministério do Ordenamento do Território e Habitação.

A lista de bens apreendidos a pedido do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos inclui 24 edifícios, duas creches, dois clubes náuticos e três estaleiros de obras, bem como terrenos adjacentes, numa área total de 114 hectares, na urbanização Vida Pacífica (distrito urbano do Zango, município de Viana, em Luanda). Da mesma lista fazem parte 1.108 imóveis inacabados, 31 bases de construção de edifícios, 194 bases para construção de vivendas, um estaleiro e terrenos adjacentes, totalizando 266 hectares, no distrito urbano do Kilamba (município de Belas, em Luanda).

Em abril do ano passado, a PGR angolana já tinha anunciado a recuperação de 262 milhões de euros ao consórcio CIF Angola, na qualidade de entidade gestora do projeto de construção do novo Aeroporto Internacional de Luanda. O processo de inquérito foi instaurado depois de uma fiscalização das obras do novo aeroporto internacional feita pelo Ministério dos Transportes.

O novo Aeroporto Internacional de Luanda, localizado na comuna do Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, cuja construção teve início em 2007, deveria ter entrado em funcionamento em 2017. A CIF Limited é uma empresa privada chinesa com sede em Hong Kong e um escritório em Pequim, fundada em 2003 para financiar projetos de reconstrução nacional e desenvolvimento de infraestruturas nos países em desenvolvimento, principalmente em África.

Em Angola participou na construção de vários empreendimentos sociais e detém vários empreendimentos, incluindo uma fábrica de cimento, na localidade de Bom Jesus, em Luanda.

Segundo um relatório do centro de estudos britânico Chatham House, publicado em 2009, a CIF teria ligações à China Angola Oil Stock Holding Ltd, que negociaria com o petróleo angolano através da China Sonangol International Holding. Entre os diretores da China Sonangol International Holding estaria Manuel Vicente, ex-presidente da petrolífera estatal angolana e ex-vice-presidente de Angola.

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“Quanto mais tempo mantivermos políticas expansionistas, maior é o risco”, alerta Lagarde

Pela primeira vez desde que é presidente do BCE a participar num plenário do Parlamento Europeu, a francesa deixou alertas para que políticos apoiem o trabalho dos estímulos monetários.

O Banco Central Europeu (BCE) tem sido eficaz na estratégia, mas não pode atuar sozinho até porque o risco está a aumentar, alerta a presidente Christine Lagarde. Na primeira participação do plenário do Parlamento Europeu desde que ocupa o cargo, a francesa pediu aos governos da Zona Euro que usem a política orçamental e aos eurodeputados que reforcem a união monetária por considerar que os dois passos são necessários para estimular a economia da moeda única.

“A nossa política de estímulos tem apoiado o crescimento económico, resultando em mais empregos e salários mais elevados para os cidadãos da Zona Euro. Mas a política monetária não pode, nem deve, ser a única solução. Quanto mais tempo mantivermos em curso medidas de política expansionista, maior é o risco que os efeitos secundários se tornem mais pronunciados”, afirmou Lagarde, esta terça-feira, no debate no Parlamento Europeu.

Lagarde referia-se às taxas de juro em mínimos históricos e ao programa de compra de ativos que o BCE tem levado a cabo desde a crise e não tem perspetivas de alterar. Quando a sucessora de Mario Draghi chegou à presidência do banco central, em novembro, já estava planeada uma nova ronda de estímulos, desta vez com uma medida de mitigação dos efeitos secundários para a banca.

A francesa sublinha agora que o BCE está a acompanhar esse risco, mas incentiva outros players a agirem. Por um lado, “outras áreas políticas — em especial políticas orçamental e estrutural — devem fazer a sua parte”, disse, em linha com a ideia que tem defendido sobre o aumento da despesa pública por Estados com excedente orçamental.

“Estas políticas podem impulsionar o crescimento da produtividade, aumento o potencial de crescimento e apoiar a eficácia das nossas medidas. De facto, quando as taxas de juro estão baixas, a política orçamental pode ser muito eficiente”, sublinhou Lagarde.

Por outro, lembrou a importância do papel do Parlamento Europeu enquanto colegislador. Lagarde lembrou que ao longo dos anos, a arquitetura da Zona Euro evoluiu substancialmente, mas há elementos essenciais “ainda em falta ou incompletos”, o que impede a sua capacidade de conseguirem atingir o seu total potencial para os cidadãos da Zona Euro. “É por isso que o BCE tem defendido, e continuará a fazê-lo, para a completude a união económica e monetária”, disse ainda.

Apontou para a união bancária, o sistema de seguro de depósitos ou a união do mercado de capitais, defendendo que é preciso uma função central de estabilização que funcione como linha de defesa contra choques. “Uma união económica e monetária mais resiliente com estes elementos iria não só ajudar a proteger os nossos standards de vida contra desenvolvimentos domésticos e globais adversos, mas iria também apoiar a influência da Europa no mundo, incluindo tornando o euro mais atrativo”.

Socialistas portugueses concordam com Lagarde. PCP vê o euro como problema

A francesa deslocou-se a Estrasburgo para participar na sessão plenária em que se discutiu o parecer do Parlamento Europeu sobre o relatório anual do BCE.

O Parlamento Europeu publicou no final de janeiro um relatório em que concorda que o BCE tem ajudado a estimular a economia da Zona Euro, mas em que alerta que a estratégia não pode substituir reformas estruturais O relator, o eurodeputado cipriota Costas Mavrides, clarificou no debate desta terça-feira que o Parlamento Europeu está preocupado com a desaceleração da economia da Zona Euro e que pede ao BCE que continue a monitorizar os riscos associados às políticas não convencionais.

Entre os eurodeputados, as posições foram muito diferentes com vários elementos da assembleia a apontarem para efeitos adversos como o risco de bolha nos preços do imobiliário ou o disparo nas comissões cobradas pela banca para fazer face à pressão nas margens financeiras.

Mas os portugueses concordam com Lagarde. Pedro Silva Pereira, socialista e vice-presidente do Parlamento Europeu, reconheceu que “há novos desafios” como as alterações climáticas ou a digitalização, considerando que é importante que o BCE olhem para eles, mas defendeu que é também “preciso que a política monetária continue a apoiar a economia”.

Numa altura em que o Governo socialista português se prepara para conseguir o primeiro excedente orçamental em democracia, Silva Pereira acrescentou concordar que “países com espaço [orçamental] devem usá-lo”. A também socialista Margarida Marques focou-se na união bancária e dos mercados de capitais, dizendo que são necessários “progressos significativos” pois os conseguidos até agora têm sido “lentos e muito limitados”.

Um papel fortalecido do euro precisa antes de tudo de vontade política. Há que completar a união económica e monetária como instrumento orçamental capaz de responder a choques a exógenos e com um safe asset. O BCE precisa de ter um papel fundamental neste debate como precisa de ter um papel fundamental no combate às alterações climáticas”, sublinhou.

Do lado do PCP, João Ferreira fez um discurso, sem surpresa, contra a moeda única, em que defendeu que a “armadilha do euro” deixa os países — especialmente os mais endividados como Portugal — vulneráveis a uma nova crise. “As prolongadas medidas de política monetária não têm sido por si só suficientes para travar a desaceleração económica além de estarem a esgotar o seu alcance. Não sabemos quando será o novo pico de crise, mas sabemos que encontrará as economias da periferia da zona euro tão desprotegidas como há uma década“, disse o eurodeputado.

(Notícia atualizada às 16h00)

(A jornalista viajou a convite do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal)

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OutSystems lança projetos com Governo e universidades. Investimento vale 5,1 milhões

Unicórnio líder mundial em plataformas low-code tem projetos com a FCT Nova, INESC-ID e universidade do Minho, num programa cofinanciado pelo Governo e pela Carnegie Mellon Portugal.

O unicórnio OutSystems vai lançar, em parceria com o Governo e com o programa Carnegie Mellon Portugal — e através de fundos europeus do Portugal 2020 — dois projetos de pesquisa e desenvolvimento, anunciou a empresa em comunicado. Os planos implicam um investimento de 5,1 milhões de euros, feito em regime de cofinanciamento entre as entidades promotoras.

Os projetos DEV4ALL (pretende construir uma sociedade de programadores) e GOLEM (programação automatizada para revolucionar o desenvolvimento de aplicações) são desenvolvidos em parceria com as universidades nacionais FCT NOVA através do NOVA LINCS, Universidade do Minho, INESC-ID, INESC TEC e a universidade internacional Carnegie Mellon. Como objetivo essencial, os programas pretendem acelerar a inovação no setor de desenvolvimento de low-code — área de especialização da OutSystems — e tornar o desenvolvimento de aplicações mais acessível a pessoas não especializadas.

“Estes dois projetos mostram bem como a OutSystems continua a olhar para o futuro, liderando iniciativas que vão revolucionar o mercado de desenvolvimento de aplicações”, afirma João Abril de Abreu, innovation and university relations manager da OutSystems. “Ambos os projetos refletem o trabalho que a Outsystems tem vindo a desenvolver para colaborar com algumas universidades e institutos estrategicamente selecionados e assim aumentar a capacidade da empresa em fazer investigação de alta qualidade”, conclui o mesmo responsável, citado em comunicado.

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Governo espanhol baixa previsão de crescimento para 1,6%

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2020

Madrid estima que o crescimento do PIB será 1,5% em 2021, 1,6% em 2022 e 1,7% em 2023.

O Governo espanhol reduziu em duas décimas, para 1,6%, a previsão de crescimento económico do país em 2020, revelou a ministra da Economia, Nadia Calvino.

A atualização do quadro macroeconómico para os próximos quatro anos, aprovado em Conselho de Ministros, também prevê a intenção de terminar este ano com um défice público de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB), uma décima mais do que o comunicado no ano passado à Comissão Europeia.

Segundo os novos números apresentados em conferência de imprensa, para os anos seguintes, Madrid estima que o crescimento do PIB será 1,5% em 2021, 1,6% em 2022 e 1,7% em 2023, enquanto o desequilíbrio das contas do Estado será de 1,5% em 2021, 1,2% em 2022 e 0,9% em 2023.

Por outro lado, a porta-voz do Governo e Ministra das Finanças, María Jesús Montero, reiterou na mesma ocasião a intenção de aprovar até ao fim do verão o projeto de Orçamento Geral do Estado para 2020.

A instabilidade política em Espanha teve como consequência que o país tenha estado até agora a aplicar o Orçamento de 2018 aprovado pelo governo de Mariano Rajoy (Partido Popular, direita) que foi substituído em junho do mesmo ano pelo de Pedro Sánchez (PSOE, socialista).

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BES: Relação absolve Santander Totta do pagamento de 104 mil euros a cliente

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2020

Em causa está a venda de obrigações do Novo Banco a uma cliente "idosa", que acabaram transferidas para o BES "mau".

O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) absolveu o Santander Totta num caso em que tinha sido condenado na primeira instância pela venda de obrigações do Novo Banco que acabaram transferidas para o BES “mau”, com consequente perda do investimento.

O acórdão do TRL — datado da passada quinta-feira e a que Lusa teve acesso — alterou a matéria de facto dada como provada na sentença do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, concluindo que não houve incumprimento por parte do banco dos seus deveres enquanto intermediário financeiro.

Contactado pela Lusa, o advogado da cliente queixosa adiantou que irá recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça, sustentando que o acórdão da Relação “vai contra todas as decisões assumidas até aqui nas várias instâncias”, que “sempre deram razão” à sua cliente.

No acórdão, o TRL elimina o facto provado n.º 33 da sentença recorrida (segundo o qual o banco não teria deliberadamente transmitido os riscos reais da operação financeira) e altera o facto provado n.º 34, passando este a referir que “o irmão da autora sabia que as obrigações tinham sido transmitidas pelo BES ao Novo Banco”.

“O tribunal recorrido considerou que a R. [recorrente/Santander Totta] violou o dever de informação ao não comunicar que em causa estavam obrigações transmitidas pelo BES ao Novo Banco e que havia a possibilidade de retransmissão para o BES. Com a procedência da impugnação da decisão sobre a matéria de facto provada, passou a constar da matéria de facto provada que o irmão da A. [autora/cliente] sabia que as obrigações tinham sido transmitidas pelo BES ao Novo Banco e deixou de constar da matéria de facto provada que a R. tinha conhecimento que a obrigação vendida à A. poderia vir a ser retransmitida para o BES”, lê-se no acórdão.

Nos termos da decisão, “resulta da matéria de facto provada que, ‘considerando o perfil da pessoa que fazia a gestão dos referidos investimentos (irmão da autora), as decisões de investimento nunca partiram dos serviços de assessoria do réu [Santander Totta], que apenas prestou serviços de comercialização e custódia de títulos, sendo que, por seu lado, o perfil de investidora da autora se alterou em função dos investimentos efetuados e da carteira de títulos, tendo passado de ‘moderado’ a ‘equilibrado’ e sendo, atualmente, um perfil de ‘dinâmico’’”.

Dados os elevados níveis de conhecimento e experiência do irmão da autora relativamente ao tipo de investimento em causa, o TRL considera ainda que “a exigência relativamente à informação a prestar pelo R. é atenuada e que o grau de diligência da A. com vista ao seu esclarecimento é acentuado”.

Em causa estava o pagamento da quantia de 103.722,88 euros, acrescida de juros de mora, à taxa supletiva civil, contados desde 09 de abril de 2015, ao qual o Santander Totta tinha sido condenado a 5 de junho de 2019 pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa pela venda a uma cliente “já idosa” de obrigações do Novo Banco que acabaram por ser transferidas para o BES “mau”, com consequente perda do investimento.

Tal como a Lusa noticiou na altura, na origem do caso está um contrato de venda de obrigações do Novo Banco, assinado a 7 de abril de 2015 num balcão do Santander Totta, na sequência de “um contacto havido entre o gestor de conta e o irmão da autora”. Esta, “já idosa, pediu ao seu irmão que junto do banco réu procurasse saber de soluções para aplicar os seus meios financeiros […] desde que fossem passíveis de confiança quanto à liquidação integral na data de vencimento”, lia-se na sentença do tribunal cível de Lisboa.

Segundo referia, “o gestor de conta sugeriu e informou que se tratava de dívida do Novo Banco, S.A., e que seria sempre esta a entidade a restituir o valor a investir na data de vencimento (15 de janeiro de 2018)”, considerando na altura o juiz que o Santander Totta “deliberadamente não transmitiu os riscos reais inerentes a tal operação financeira, ocultando a verdadeira natureza do produto que veio a ser adquirido pela autora”.

O banco Santander Totta contestou a pretensão da autora, argumentando na alegação de recurso que, “se foi o irmão da autora que contactou o banco réu para a subscrição das obrigações, o que releva são os conhecimentos do irmão da autora”. Ora, sustenta, este “tem talvez o perfil de pessoa que mais conhecimentos tem sobre banca, uma vez que é formado em economia, trabalhou num banco e foi administrador do Banco Santanter Totta durante 27 anos”.

E, segundo o banco, mesmo não imaginando o irmão da autora — “como de resto todo o mercado e o próprio Banco Santander Totta” — “que as obrigações viessem a ser transmitidas, seguramente que não foi enganado a pensar que as obrigações tinham ‘nascido’ no Novo Banco, pelo que também não é verdade que se soubesse dessa relação não teria investido”.

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