EIOPA divulga Guia do Consumidor de seguros durante pandemia

  • ECO Seguros
  • 6 Maio 2020

A autoridade europeia liderada por Gabriel Bernardino elaborou um de guia para orientar o consumidor de seguros e produtos associados no atual contexto de pandemia da covid-19.

A Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) adotou um Guia para o Consumidor com o objetivo de facilitar a compreensão das coberturas durante a pandemia, refere uma nota do regulador português (ASF).

Entre outras recomendações, a EIOPA sugere, num primeiro passo, que o consumidor final verifique as condições da apólice de modo a conhecer a suas “obrigações contratuais”. O consumidor deve também procurar inteirar-se das “medidas de contingência” adotadas pela sua seguradora ou agência de mediação, nomeadamente quanto às medidas de gestão implementadas, pois podem ajudar a responder mais facilmente às questões relativas à sua apólice.

Através do documento, a EIOPA destaca, “em linguagem simples e acessível, um conjunto de ações que podem ser adotadas pelos consumidores do setor segurador, no mercado da União Europeia, face a eventuais dificuldades com que se deparem em relação a contratos de seguro celebrados ou a celebrar”, explica a nota da ASF.

Outras recomendações do Guia alertam o consumidor para propostas, em particular as que sejam dirigidas por correio eletrónico, prestando atenção a “sinais de esquemas fraudulentos”. Ainda, face à desvalorização de investimentos baseados em seguros, a EIOPA aconselha a não tomar qualquer decisão sem antes consultar a sua seguradora ou mediador que, no interesse do consumidor, são obrigados a prestar “informação clara e atempada”.

Aceda por aqui ao guia da autoridade europeia.

 

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Mapfre averba recuo de 4% nos prémios em Espanha e Portugal no 1ºT

  • ECO Seguros
  • 6 Maio 2020

O “impacto da covid-19 foi limitado” nas contas do trimestre. A região ibérica (Espanha e Portugal), mantém-se “motor de crescimento do grupo”. Catástrofes ditam queda de 32% no lucro do 1º trimestre.

A instituição revela que o valor dos prémios angariados no mercado ibérico diminuiu 4,4% (um declínio inferior aos 6,8% de quebra que a entidade aponta ter acontecido no mercado espanhol), somando 2 415 milhões de euros nos primeiros três meses de 2020 (1ºT).

Os danos da tempestade “Gloria”, que varreu partes da Península Ibérica, tiveram impacto no resultado trimestral da região: os ganhos diminuíram 13,7%, para os 103 milhões de euros, mas o rácio combinado melhorou 3,9 pontos percentuais (pp), para se situar nos 96,5%. Nas restantes regiões, a angariação de prémios de seguros retraiu em todas as geografias, nomeadamente Brasil, América Latina (norte e sul) e Eurásia. No entanto, a rentabilidade técnica manteve-se em níveis considerados positivos.

Globalmente, o balanço trimestral do grupo segurador mostra um declínio de 32% no lucro, refletindo o impacto de catástrofes naturais (sismo em Porto de Rico e a tempestade Glória). O trimestre encerrou com receitas consolidadas superiores a 7,3 mil milhões de euros, em recuo de aproximadamente 5%, em linha com variação homóloga observada no decréscimo da receita em prémios, a qual se situou em redor de 6,1 mil milhões (seguro e resseguro).

Separando as áreas de negócio (seguros; riscos globais e assistência), a unidade de seguros – negócio nuclear do grupo Mapfre – cresceu 10%, produzindo um resultado positivo de 197 milhões de euros, salienta a seguradora que teve origem no mutualismo agrícola.

Somando a regiões onde a Mapfre está presente, a unidade de seguros consolidou 5 092 milhões de euros em prémios, evidenciando declínio de 5,2%, face a igual trimestre de 2019. O rácio combinado da companhia subiu 4,1 pp até aos 100%, mas aplicando o indicador de rentabilidade técnica à unidade de seguros, a instituição indica 97,2%, com agravamento inferior a um ponto percentual.

Nos riscos globais, a unidade de resseguros registou um decréscimo de 18% em prémios, totalizando 1 064 milhões de euros, com o resultado negativo de 22 milhões de euros a refletir, sobretudo, o impacto do sismo que abalou Porto Rico.

Apesar da severidade dos eventos naturais, o resultado líquido (preliminar) do grupo ascende a 127 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, evidenciando um declínio de 32% face a igual período de 2019. A companhia espanhola indica que foi penalizada pelos efeitos do sismo em Porto Rico, catástrofe que pesou mais de 50 milhões de euros nas contas do trimestre, e ainda pelos danos da tempestade “Gloria”, em Espanha, representando encargos de 14 milhões.

Excluindo o impacto dos eventos catastróficos (e depreciações cambiais de outras moedas face ao euro), o resultado líquido teria sido de 190 milhões, com crescimento de 3%, nota o comunicado da instituição espanhola submetido ao regulador espanhol do mercado financeiro (CNMV).

Os números trimestrais definitivos serão validados na reunião geral de acionistas (AG) agendada para 18 de maio. Entretanto, abordando o contexto de pandemia, o comunicado da Mapfre refere que, “apesar de o confinamento ter reduzido a contratação de novos seguros,” a crise sanitária e económica (na Europa e na América) ocorreu principalmente em abril, pelo que o impacto nas contas do trimestre “será limitado”, afirma a companhia.

Contudo, a instituição espera “um aumento de sinistros nos ramos diretamente relacionados com a doença [covid-19], como sejam saúde, morte e vida. A quebra da atividade económica e o confinamento resultarão numa redução dos sinistros no ramo automóvel e nos seguros gerais a curto prazo e, a médio e longo prazo, numa redução das receitas em prémios”, complementa a comunicação da Mapfre.

Recordando que o rácio Solvência II se situava em 187% no termo de 2019, a companhia presidida por António Huertas afirma que a flexibilidade financeira do grupo (solvência e liquidez) garantem resiliência necessária para lidar com a situação atual.

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Covéa cresce 2,8% em 2019 e mantém-se líder nos ramos automóvel e habitação em França

  • ECO Seguros
  • 6 Maio 2020

A entidade cresceu na emissão de prémios em 2019, com 87% da receita realizada em França. O lucro líquido recuou por decréscimo de mais-valias.

A Covéa, mutualista francesa que segura mais de 11 milhões de associados e clientes através das marcas MAAF, MMA e GMF, registou incremento de 2,8% no volume de prémios angariados em 2019, totalizando 17,4 mil milhões de euros. Deste montante, 15,2 mil milhões, ou cerca de 87% da receita consolidada foi gerada em França, onde a atividade da Covéa progrediu 2,1%.

Os restantes 2,2 mil milhões representam sobretudo os mercados britânico (+4,8% em prémios) e italiano (+11%), principais implantações da atividade internacional, a qual cresceu em torno dos 8% respondendo por mais de 12% do volume de negócios anual da Covéa.

Segurando a posição de liderança nos seguros de bens e responsabilidade, em particular nos seguros multirrisco, habitação e ramo automóvel, o grupo registou incremento de 2%, com total de 5,8 mil milhões de euros em prémios angariados junto de particulares.

Destacando a rentabilidade técnica em coberturas não Vida, a instituição indica que o rácio combinado melhorou 0,7 pontos percentuais, terminando o ano nos 97,3%. Este desempenho beneficiou de menor sinistralidade e despesas gerais com participações, sendo que os prémios de seguro automóvel progrediram 1,2%, para 3,8 mil milhões de euros.

Segurando 10,7 milhões de veículos no país, a companhia assume que mantém a liderança do mercado, em particular nos ramos auto e habitação.

No negócio saúde e previdência, os prémios cresceram 5%, alcançando 2,4 mil milhões de euros. Nos produtos poupança e reforma, as marcas da Covéa reuniram um volume bruto de 2,7 mil milhões de euros, mais 2% face a 2018.

O resultado líquido consolidado desceu 8,7%, ou 82 milhões face a 2018, totalizando 858 milhões de euros, refletindo um declínio de mais-valias (em ações) “em resultado da estratégia de reforço da solidez da carteira de investimentos”, explica o comunicado do grupo presidido por Thierry Derez (PDG).

Por fim, afirmando o reforço da robustez financeira “duradoura”, a mutualista indica que terminou o ano com um rácio de solvabilidade de 406%, a subir 22 pontos percentuais e a fixar nível recorde. Os fundos próprios, garantia dos compromissos assumidos perante os associados e clientes, situam-se em 16 mil milhões de euros, quantifica a instituição.

 

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Grande alvo do fundo de recuperação é evitar maior divergência

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

O comissário europeu defende que "as subvenções são fundamentais no quadro das pequenas e médias empresas em setores atingidos de forma mais forte" pela pandemia.

O comissário europeu da Economia garantiu hoje que o grande alvo do fundo de recuperação que Bruxelas está a preparar é “evitar ou reduzir ao mínimo o risco de maior divergência económica” entre os Estados-membros.

Em entrevista à Lusa e a três outras publicações europeias, Paolo Gentiloni escusou-se a revelar detalhes da proposta que a Comissão, mandatada pelo Conselho, apresentará em breve, até porque o trabalho ainda está em curso e restam decisões em aberto, mas adiantou que os dois grandes critérios no apoio a ser prestado será o impacto da pandemia da covid-19 nos países e nas regiões, mas também nos setores da economia.

No dia em que apresentou as Previsões Económicas da Primavera – que antecipam uma contração recorde de 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano na zona euro –, o comissário italiano apontou que “a mensagem principal é que é preciso agir para evitar ou pelo menos reduzir o risco de que uma crise comum, que não tem origem relacionada com decisões singulares de países, possa ter consequências económicas muito distintas”.

“Este é o ponto de partida de uma resposta comum europeia. Devemos evitar ou pelo menos reduzir ao mínimo que, de uma crise comum, saiamos com consequências económicas muito diferenciadas, e elas já estão presentes nas nossas previsões”, sublinhou, reportando-se ao facto de, apesar de a crise ser simétrica, a Comissão já antecipar graus muito distintos de contração e de retoma das economias dos Estados-membros.

Gentiloni argumentou que “os países não estão nas mesmas condições”, e um dos aspetos que é necessário ter em conta é “a importância em diferentes países dos setores da economia mais afetados, e, neste momento, isso significa sobretudo o turismo, e as indústrias de viagens e alojamento e ‘catering’”.

O comissário assinalou a propósito que países como Itália e Espanha não só foram dois dos mais atingidos pela covid-19, e consequentemente forçados a confinamentos muito rígidos, com também são países “onde o turismo é fundamental”, tal como acontece em Portugal.

“O critério que orientará as prioridades na nossa ação de recuperação deve estar sobretudo relacionado com os países e regiões mais afetados pelo surto, primeiro critério, e em segundo lugar os setores mais afetados”, disse, recordando que essa ideia já está “bem expressa nas conclusões do Conselho Europeu de há duas semanas”.

“Estes são os critérios. Quanto ao montante, os meios deste plano de recuperação, o ‘mix’ entre empréstimos e subvenções e o calendário, ainda está em discussão. Mas o alvo é claro: os setores e os países e regiões mais afetados, porque temos de utilizar este fundo comum para reduzir o risco de divergência económica, este é o alvo macroeconómico fundamental”, prosseguiu.

Quanto ao equilíbrio entre subvenções e empréstimos na forma do apoio que será prestado aos Estados-membros – uma das questões-chave do futuro fundo de recuperação e que poderá voltar a evidenciar divergências entre os países ‘frugais’ e os Estados do sul –, o comissário disse que “ainda não foi tomada uma decisão”, mas deixou já uma ‘pista’.

Obviamente que as subvenções são fundamentais no quadro das pequenas e médias empresas em setores atingidos de forma mais forte pela crise e pelo confinamento, porque a liquidez e sistema de garantias para empréstimos é importante para os Estados-membros e para grandes empresas, se os prazos dos empréstimos forem longos, mas há um número grande de pequenos negócios, por exemplo no turismo, que estão a lutar pela sobrevivência, e não apenas por liquidez, e eles têm de ser ajudados”, disse.

Comissão será “guardiã dos Tratados” face a sentença de tribunal alemão

A Comissão Europeia atuará como guardiã dos Tratados, que definem claramente o primado das regras europeias e a independência do Banco Central Europeu (BCE), garantiu esta quarta-feira o comissário da Economia, referindo-se ao acórdão do Tribunal Constitucional alemão.

Em entrevista concedida esta quarta-feira à Lusa e a três outras publicações europeias, um dia depois de o tribunal alemão ter exigido ao BCE que no prazo de três meses justifique a conformidade do seu mandato para as vastas compras de dívida, numa sentença com implicações incertas, Paolo Gentiloni apontou que o tema foi discutido na reunião semanal de hoje de comissários, tendo todo o colégio partilhado a mesma ideia.

“Relativamente à decisão do Tribunal Constitucional alemão, nós tivemos esta manhã durante o colégio uma apresentação pelo responsável dos serviços jurídicos, e concordámos em absoluto com a primeira reação que foi emitida ontem [quarta-feira], e que basicamente diz duas coisas: por um lado, para nós a primazia das regras da UE e do Tribunal de Justiça da UE não está em causa, e em segundo lugar, mas da mesma importância, apoiamos em absoluto a independência do BCE, e a sua independência em definir a política monetária da União”, sublinhou.

Recordando que já no passado a Comissão Europeia teve de lidar com sentenças contraditórias, Gentiloni garantiu que o executivo comunitário, enquanto “Guardião dos Tratados”, vai seguir o mesmo caminho de sempre, de defender o primado do direito europeu.

“Vamos ser os guardiões dos Tratados, e isso significa duas coisas muito claras: a primazia no direito europeu é europeia, e não de tribunais nacionais, e, em segundo lugar, a independência do BCE é um pilar do nosso projeto europeu, pelo que não creio que haja consequências [desta sentença], pois estou confiante de que o Guardião dos Tratados, a Comissão, atuará nesta direção após esta decisão, tal como fizemos após outras decisões de outros tribunais constitucionais e outros tribunais de Estados-membros”, disse.

Questionado sobre se a sentença do tribunal alemão pode de alguma forma complicar o estabelecimento do fundo de recuperação, Gentiloni disse não acreditar que esse seja o caso, “até porque a decisão é dirigida a algumas políticas do BCE” que não as respostas à atual crise da covid-19, e afirmou até crer que incentivará uma resposta comum dos Estados-membros.

“Paradoxalmente, até pode ter um efeito contrário. Se houver uma discussão sobre o BCE, até pode constituir uma chamada de despertar para aquilo que frequentemente [o antigo presidente do BCE] Mario Draghi e [a atual presidente] Christine Lagarde pediram aos Estados-membros, para terem ferramentas comuns de política orçamental, não deixando apenas ao BCE o papel de enfrentar momentos difíceis e crises”, apontou.

Reforçando essa ideia, Gentiloni considerou que “paradoxalmente, [a posição do Tribunal Constitucional alemão] é mais um incentivo para um plano de recuperação, não é algo que enfraqueça o argumento” para o mesmo.

À luz da decisão do Tribunal Constitucional alemão, o banco central alemão (Bundesbank) será proibido de participar neste programa anticrise se “o Conselho do BCE” falhar em demonstrar, “de maneira compreensiva e substancial”, “que não excedeu os tratados europeus”.

Com esta sentença, o tribunal alemão declarou que o programa de compra de dívida do BCE, adotado em 2015, é parcialmente contrário à Constituição da Alemanha, mas sublinhou que “não foi capaz de estabelecer uma violação” pelo BCE da proibição de financiar diretamente os Estados europeus.

Em 2017, o Tribunal Constitucional assumiu ter dúvidas de que a compra de ativos fosse compatível com a proibição de financiamento monetário, reencaminhando a sentença para o Tribunal de Justiça Europeu (TJE), que considerou que o programa do BCE não viola o direito da União.

O programa de compra de ativos do BCE tem sido determinante para manter as taxas de juro da dívida dos países da zona euro mais endividados em níveis baixos.

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Governo trabalha em três cenários distintos para a presidência portuguesa da UE

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

O Governo está a trabalhar em três cenários distintos na preparação da presidência portuguesa da União Europeia, em função do grau de controlo da pandemia de covid-19, disse Ana Paula Zacarias.

A secretária de Estado dos Assuntos Europeus afirmou que o Governo está a trabalhar em três cenários distintos na preparação da presidência portuguesa da União Europeia em função do grau de controlo da pandemia de covid-19.

Ana Paula Zacarias referiu este dado sobre o processo de preparação da presidência portuguesa da União Europeia, que se inicia em janeiro de 2021, em conferência de imprensa, em São Bento, no final da cimeira de líderes da União Europeia com os seis países dos Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Montenegro, Sérvia e Kosovo), que decorreu por videoconferência.

Em relação à preparação da presidência portuguesa da União Europeia, em ambiente de covid-19, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus procurou assegurar que, da parte do Governo nacional, “haverá a flexibilidade” que a atual presidência croata do Conselho “demonstrou agora” e que, no próximo semestre, a Alemanha “também seguramente demonstrará”.

“Temos de nos adaptar às circunstâncias. Estamos a trabalhar neste momento com três cenários, um dos quais em que as condições são favoráveis, sendo possível viajar, embora mantendo ainda provavelmente distanciamento social e todas as questões de segurança. Teremos também de trabalhar num segundo cenário em que haverá mais videoconferências e não será possível realizar [presencialmente] todas as reuniões programadas”, apontou.

Além do número de reuniões, nessa situação, o Governo português terá também de ter em atenção o número de participantes em cada reunião, assim como as salas, quer em Portugal, quer em Bruxelas.

Ana Paula Zacarias mencionou depois o terceiro cenário com que poderá confrontar-se a presidência portuguesa da União Europeia no primeiro semestre de 2021.

“Num cenário de pandemia muito idêntica à atual, teremos de possuir a flexibilidade de ter à nossa disposição todos os meios técnicos que permitam fazer tudo por videoconferência”, acrescentou.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 257 mil mortos e infetou quase 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Em Portugal, morreram 1.089 pessoas das 26.182 confirmadas como infetadas, e há 2.076 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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Comissão Europeia “valoriza” liderança de Centeno no Eurogrupo

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

O comissário europeu da Economia defende que se Mário Centeno quiser concorrer a um segundo mandato "seria muito bom”.

O comissário europeu da Economia, representante do executivo comunitário nas discussões do Eurogrupo sobre a resposta à crise gerada pela pandemia, afirma “valorizar bastante” a liderança de Mário Centeno naquele fórum de ministros das Finanças, nomeadamente após “longas discussões”.

“Valorizo bastante o que Mário Centeno está a fazer. Ele é um presidente [do Eurogrupo] muito bom, pelo que se ele quiser concorrer a um segundo mandato – não sei se ele quer – seria muito bom”, afirmou esta quarta-feira à agência Lusa, em Bruxelas, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

Em entrevista à Lusa e a outros três órgãos de comunicação social europeus – realizada no dia em que a Comissão Europeia disse esperar que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) resultante da pandemia –, o comissário europeu recordou a recente ‘maratona’ negocial no Eurogrupo.

“Foi muito complicada a tarefa de Mário Centeno na reunião do Eurogrupo […] que durou 16 horas. Foi, talvez, a maior reunião a que já assisti na minha carreira política, pelo menos a mais longa realizada de forma contínua”, referiu Paolo Gentiloni.

Para o responsável italiano, perante “uma discussão tão longa”, o facto de “se ter chegado a uma boa conclusão foi, obviamente, resultado da boa vontade de vários ministros das Finanças, mas também da condução [dos trabalhos] feita por Mário Centeno”.

Há cerca de um mês, numa ‘maratona’ negocial do Eurogrupo que decorreu por três dias e alargada aos países que não fazem parte do espaço da moeda única, os responsáveis pelas Finanças comunitárias chegaram a acordo sobre um “pacote de dimensões sem precedentes” para fazer face à crise provocada pela pandemia da covid-19, que inclui “redes de segurança” para trabalhadores, empresas e Estados-membros e ascende a 540 mil milhões de euros.

As três “redes de segurança” acordadas na altura pelo Eurogrupo centraram-se numa linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade, através da qual os Estados-membros podem requerer até 2% do respetivo PIB para despesas direta ou indiretamente relacionadas com cuidados de saúde, tratamentos e prevenção da covid-19, num fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimento para empresas em dificuldades, e no programa ‘Sure’ para salvaguardar postos de trabalho através de esquemas de desemprego temporário.

O Eurogrupo acordou, ainda, a criação de um fundo de recuperação após a crise gerada pela covid-19, mas pediu aos líderes europeus para decidirem o financiamento mais apropriado.

Entretanto, numa cimeira realizada por videoconferência no final de abril, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia encarregaram a Comissão Europeia de apresentar uma proposta de um fundo de recuperação económica, para superar a crise provocada pela pandemia.

E é nisso que o executivo comunitário está a “trabalhar arduamente”, devendo apresentá-lo “seguramente nas próximas semanas”, garantiu Paolo Gentiloni, sem se comprometer com uma data específica.

Eleito em 4 dezembro de 2017 para suceder ao holandês Jeroen Dijsselbloem na presidência do Eurogrupo, Mário Centeno iniciou o seu mandato de dois anos e meio em 12 de janeiro de 2018, não tendo ainda revelado se tenciona candidatar-se a um segundo mandato.

Recessão atinge Portugal após “recuperação económica impressionante

A Comissão Europeia destaca que a crise registada em Portugal este ano devido à pandemia de covid-19, como noutros países europeus, surge após uma “recuperação económica impressionante” no país, e defende apoios europeus para o turismo português.

“Portugal teve uma demonstração impressionante de recuperação após uma situação financeira e económica muito difícil e uma recuperação baseada na abertura da economia, em regras orçamentais muito inteligentes e, também, centrada na inovação e na digitalização, prioridades que são agora também partilhadas pela Comissão”, declarou esta quarta-feira à agência Lusa, em Bruxelas, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

Em entrevista à Lusa e a outros três órgãos de comunicação social europeus – no dia em que Bruxelas anunciou prever uma recessão de 6,8% em Portugal este ano e uma taxa de desemprego a subir para 9,7%, resultante da crise gerada pela covid-19 –, o comissário europeu indicou que “esta situação [resultante da pandemia], infelizmente, atinge Portugal neste período de transição positivo, com um excedente orçamental”.

“E isto é lamentável [para o país], como também é para a Grécia, que também tem estado a recuperar, embora numa situação muito diferente”, comparou Paolo Gentiloni, realçando que “Portugal é atingido por esta crise num momento de recuperação”.

Para mitigar os efeitos desta recessão relacionada com a pandemia, o responsável italiano defendeu que Portugal deve criar “respostas nacionais” e “garantias nacionais à liquidez”, sem as quais “não é possível haver recuperação”.

“Mas, ao mesmo tempo, penso que a resposta europeia é particularmente importante para países como Portugal, porque só uma resposta comum europeia pode limitar o risco de diferenças excessivas entre países”, argumentou Paolo Gentiloni.

Sobre essas medidas de nível europeu, o comissário começou por destacar as políticas recentemente adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE), considerando que tais operações de liquidez são “fundamentais […] especialmente para países como Portugal, que tiveram altos níveis de dívida e dificuldades, ultrapassadas recentemente, nos setores financeiros”.

E para assegurar o crescimento da economia portuguesa é também crucial, segundo Paolo Gentiloni, o plano de recuperação que a Comissão Europeia está a preparar e que vai apresentar nas próximas semanas, pois será direcionado para os “setores [europeus] mais afetados” pela covid-19, como é o caso do turismo.

“Será particularmente importante por causa da especificidade do turismo em Portugal, que é muito virado para o turismo estrangeiro, muito mais que em França ou Itália, onde a proporção do turismo doméstico é maior, também devido à dimensão da população”, observou Paolo Gentiloni.

“Se formos capazes de ajudar, rapidamente, os setores também com instrumentos europeus, penso que isso será absolutamente estratégico”, acrescentou o comissário.

Nas previsões económicas publicadas, as primeiras projeções sobre o impacto da pandemia, a Comissão Europeia projeta uma redução de 50% na atividade turística na Europa este ano devido à pandemia, estimando “consequências prolongadas” no setor, sendo Portugal um dos países mais afetados pela sua “dependência do turismo estrangeiro”.

Recorrendo a dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) referentes a 2018, o executivo comunitário destaca que Portugal é dos países mais dependentes do turismo, país no qual este setor representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB) e 9,8% do emprego, apenas superado nesta dependência por Espanha (onde representa 11,8% do PIB e 13,5% do emprego).

Nestas previsões, a Comissão Europeia disse ainda prever que, após a recessão de 6,8% e a taxa de desemprego de 9,7% em 2020, se registe uma recuperação da economia portuguesa de 5,8% em 2021, bem como uma diminuição da taxa de desemprego para 7,4%.

Na entrevista à Lusa e a outros meios, Paolo Gentiloni vincou ainda ser necessário garantir apoios para o emprego. “Não devemos apenas olhar para a taxa de desemprego que, aparentemente, não é assim tão dramática porque sabemos que é ligeiramente reduzida pelos esquemas de desemprego temporário que foram implementados em vários países”, alertou.

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EDP cobrou a mesma fatura duas vezes a cerca de 35 mil clientes

  • ECO
  • 6 Maio 2020

A situação resultou de um erro aquando da reposição das ligações com os bancos. O incidente já está "plenamente resolvido", diz a EDP.

A EDP cobrou, por erro, duas vezes a fatura de abril, por débito direto, a cerca de 35 mil clientes, adianta a Rádio Renascença (acesso livre). A situação, confirmou o ECO, deveu-se a um erro de sistema que resultou de procedimentos de reposição após o ciberataque do qual a empresa foi alvo.

“Por erro de sistema, foram ontem e hoje inadvertidamente cobrados em duplicado cerca de 35 mil clientes da EDP Comercial”, indicou fonte oficial da EDP ao ECO. “Este erro de sistema não tem qualquer ligação com o recente ciberataque, antes resulta de um erro aquando da reposição das ligações com os bancos (após o ciberataque) e que originou o envio em duplicado de alguns ficheiros”, explicou.

Os clientes cobrados em duplicado correspondem a menos de 1%, sendo que a situação foi “identificada e resolvida de imediato, não tendo o valor das cobranças chegado a dar entrada na EDP”. “Todos os clientes foram creditados e informados ainda durante o dia de hoje, estando o incidente plenamente resolvido”, acrescentou.

A EDP foi alvo de um ataque informático à sua rede corporativa em meados de abril, que condicionou parte das operações da elétrica nacional. A empresa liderada por António Mexia garantiu, no entanto, que não houve qualquer impacto na continuidade do fornecimento de energia.

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EDP Renováveis consegue novo contrato solar de 100 megawatts nos Estados Unidos

Empresa assegurou contrato de compra de energia com a Redwood Coast Energy Authority, nos EUA. Com este contrato, a subsidiária EDP, tem assegurado 2,0 GW de projetos a serem instalados no país.

A EDP Renováveis fechou mais um contrato, desta vez no mercado americano. A empresa, através da sua subsidiária EDP Renewables North America, assegurou um contrato de compra de energia (CAE) a 15 anos com a Redwood Coast Energy Authority (“RCEA”) para vender a energia produzida pelo projeto solar fotovoltaico MW Sandrini Sol I de 100 MW.

O projeto, localizado no estado da Califórnia nos Estados Unidos, deverá arrancar em 2022. “Com este contrato, a subsidiária EDP, tem assegurado dois gigawatts de projetos a serem instalados nos EUA até 2022″, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em 2022, o portfólio da EDPR pretende alcançar 1,6 GW de capacidade solar, tendo em conta os atuais ativos solares operacionais da EDP Renováveis e os 1,3 GW de projetos solares já contratados.

Segundo o comunicado, atualmente, a EDP Renováveis tem assegurado 83% dos 7,0 GW de capacidade build-out prevista para o período de 2019-2022. “A empresa controlada pela EDP refere que “continuará a analisar e desenvolver projetos que se enquadrem nos seus critérios internos de risco e rentabilidade”.

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PIB com quebra homóloga entre 0,5% e 1% no primeiro trimestre, estima ISEG

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

"Estima-se como mais provável que a variação homóloga do 1.º trimestre do PIB se tenha situado entre -0,5% e -1,0% em termos homólogos", sublinha o ISEG.

A economia portuguesa deverá ter registado uma quebra homóloga entre 0,5% e 1,0% no primeiro trimestre de 2020, devido ao impacto da Covid-19, caindo menos do que a média da área do Euro, segundo a Síntese de Conjuntura do ISEG.

“Mesmo admitindo que no 1.º trimestre possa ter ocorrido algum equilíbrio entre o crescimento registado nos dois primeiros meses e o decréscimo de março, estima-se como mais provável que a variação homóloga do 1.º trimestre se tenha situado entre -0,5% e -1,0% em termos homólogos”, refere a Síntese de Conjuntura elaborada pelo Grupo de Análise Económica do ISEG (Universidade de Lisboa). Relativamente ao último trimestre de 2019, o grupo de economistas aponta para um decréscimo entre 2,0% a 2,5%.

A previsão para Portugal aponta para uma quebra menos acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) português do que a esperada para a média dos países do Euro (que terá tido uma queda homóloga de 3,3%), sendo esta leitura justificada pelo facto de Portugal “ter estado a crescer acima da média no passado recente e por ter sido atingido pela Covid-19 e ter recorrido ao confinamento um pouco mais tarde do que alguns países europeus”, nomeadamente Itália e Espanha.

A Síntese de Conjuntura assinala o impacto da Covid-19 nos indicadores de confiança relativos em abril, apontando as quedas substanciais registadas e que fizeram com que atingissem em dois meses mínimos históricos nos setores do comércio a retalho e dos serviços.

“Em abril, no contexto de generalizado pessimismo, os setores da Indústria e Construção estavam relativamente menos pessimistas do que os setores do Comércio a Retalho e, sobretudo, dos Serviços. O nível de confiança dos Consumidores também se aproximou dos seus mínimos históricos de 2011”, pode ler-se no relatório.

Depois dos impactos iniciais já sentidos em março, os resultados dos inquéritos de conjuntura de abril são os primeiros a refletir de forma generalizada o impacto e sentimento das medidas de confinamento decididas como meio de combate da propagação da doença causada pelo novo coronavírus. O relatório indica ainda que o indicador de sentimento económico sugere “uma queda pronunciada do PIB em abril”.

A Síntese de Conjuntura refere que em março o Índice de Volume de Negócios no Comércio a Retalho registou uma queda homóloga de 4,7%, sendo que esta variação global incorpora um crescimento de 8,1% do agrupamento dos produtos alimentares, bebidas e tabaco e um decréscimo de 15% do agrupamento dos produtos não alimentares.

“Apesar disso, no 1.º trimestre, o índice cresceu 2,8%, o que não deverá suceder nos próximos trimestres, devido sobretudo à quebra do segmento dos produtos não alimentares e duradouros”, refere o Grupo de Análise Económica do ISEG.

Relativamente ao conjunto do ano de 2020, o documento remete para mais tarde uma revisão ou ajustamento da previsão avançada no relatório anterior, ou seja, para quando houver informação quantitativa mais substancial sobre abril, já que este terá sido “provavelmente o mês mais negativo da atual conjuntura recessiva”.

O relatório divulgado esta quarta-feira incorpora a informação disponível até 04 de maio. Na sua anterior previsão, o ISEG apontava para uma quebra entre os 4% e os 8% do PIB em 2020 .

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Metro de Lisboa arranca expansão com contrato de 48,6 milhões de euros

Metro de Lisboa assinou o contrato referente à execução dos toscos entre o término da Estação Rato e a Estação Santos. Contrato foi adjudicado à Zagope por 48,6 milhões mais IVA.

O Metropolitano de Lisboa assinou, esta quarta-feira, o primeiro contrato no âmbito da concretização do plano de expansão do Metropolitano de Lisboa – Prolongamento das Linhas Amarela e Verde (Rato – Cais do Sodré). Este é referente à execução dos toscos entre o término da Estação Rato e a Estação Santos.

A empresa contratada foi a Zagope-Construção e Engenharia, pelo preço contratual de 48,6 milhões de euros mais IVA, revelou a empresa em comunicado.

Segundo a empresa pública, a “execução da Empreitada de Projeto e Construção dos Toscos, no âmbito da concretização do Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa – Prolongamento das Linhas Amarela e Verde (Rato – Cais do Sodré)” é composta pelo Lote 1 – Execução dos toscos entre o término da Estação Rato e a Estação Santos e pelo Lote 2 – Execução dos toscos entre a Estação Santos e o término da Estação Cais do Sodré”, lê-se na nota.

“A presente empreitada tem o prazo global de execução de 960 dias, contados após a emissão de visto prévio pelo Tribunal de Contas”, explica a empresa.

O plano de expansão do Metropolitano de Lisboa tem como objetivo contribuir para a melhoria da mobilidade na cidade de Lisboa, fomentando a acessibilidade e a conectividade em transporte público, promovendo a redução dos tempos de deslocação, a descarbonização e a mobilidade sustentável.

O ministro do Ambiente assegurou esta quarta-feira que a construção da linha Circular no Metropolitano de Lisboa, com o prolongamento das linhas Amarela e Verde, vai servir os lisboetas como quem vem de fora, pelo que “estranha” a polémica.

“Confesso que não consigo entender a polémica que se gerou. Este é um investimento fundamental para criar um grande anel entre o Cais do Sodré (linha Verde) e o Campo Grande (linha Amarela)”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, no âmbito da cerimónia de assinatura da primeira empreitada do plano de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa.

Quanto ao anel que se vai criar com a linha Circular, o ministro disse que tem duas funções primícias, nomeadamente “criar mais oferta onde há mais procura, e havendo, obviamente, horas de ponta, mais contínua ao longo do dia”.

“Resolvido o problema de mobilidade no coração da cidade de Lisboa ou, se preferirem, no coração da Área Metropolitana de Lisboa, é mesmo tempo de começar a pensar em estender as linhas axiais”, declarou João Matos Fernandes, considerando que sem o prolongamento das linhas Amarela e Verde, entre as estações Rato – Cais do Sodré, “é impossível pensar-se na extensão” da rede do Metropolitano.

Para o ministro do Ambiente, o mais difícil num sistema de transportes coletivos é ser capaz de ajustar a oferta à procura, pelo que a construção da linha Circular pode “melhor servir não só quem circula em Lisboa como quem vem de fora de Lisboa”. “Vamos servir melhor o Cais Sodré, que é o mais importante pólo de transportes na cidade de Lisboa e em toda a Área Metropolitana, porque aí chegam vários dos navios que vem da Margem sul e aí acaba a linha de Cascais”, sustentou.

(Notícia atualizada às 20h10)

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Jerónimo Martins quer produzir 30% da energia que consome. Investe mais de um milhão em fotovoltaicos

Este projeto vai permitir uma redução de 530 toneladas de emissões de CO2 por ano e uma autonomia global de cerca de 30% da energia consumida nas instalações de Valongo.

O grupo Jerónimo Martins investiu 1,2 milhões de euros na instalação de um sistema solar fotovoltaico no centro de distribuição norte, localizado em Valongo. Este é o terceiro grande projeto de energia solar fotovoltaica do grupo em Portugal e vai permitir uma redução de 530 toneladas nas emissões de CO2 por ano.

Este projeto conta com cerca de cinco mil painéis solares fotovoltaicos instalados na cobertura do edifício e tem capacidade para produzir anualmente 2121,48 MWh de energia renovável, o equivalente ao consumo anual de 580 habitações. Este investimento vai permitir uma autonomia energética superior a 30% do consumo total deste centro de distribuição.

“Este investimento é mais um importante passo neste processo que, entre muitas outras medidas, inclui a decisão estratégica de contratar, desde 1 de julho de 2018, a eletricidade necessária para as operações das nossas insígnias em Portugal com origem em fontes renováveis. Através da contratação de certificados de origem Renewable Energy Certificate System (RECS), compensamos anualmente cerca de 200 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente”, explica Fernando Frade, diretor corporativo de ambiente da Jerónimo Martins.

Para Duarte Caro de Sousa, diretor geral da ENGIE Hemera, empresa responsável pela instalação, operação e manutenção dos módulos de autoconsumo, “com este projeto o grupo Jerónimo Martins investe num dos recursos naturais mais importantes e com mais potencial no nosso país, a energia solar, com elevadas poupanças ambientais e na fatura da energia”.

Este projeto soma-se aos dois projetos-piloto que entraram em operação em 2018 no sul do país, com 3.876 painéis solares fotovoltaicos no centro de distribuição sul, em Algoz, e 1.600 na loja do Recheio de Tavira.

Até ao final do primeiro semestre de 2020, o grupo Jerónimo Martins conta iniciar a operação de mais quatro instalações solares fotovoltaicas para autoconsumo, no concelho de Lisboa.

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Direita acusa Governo de “enorme desrespeito ao Parlamento” no apoio aos sócios-gerentes

PSD, CDS-PP e Chega criticam "timing" do Governo, no que diz respeito ao novo alargamento do apoio dos sócios-gerentes, e acusam o Executivo de "enorme desrespeito" ao Parlamento.

O Governo escolheu anunciar o novo alargamento do apoio extraordinário destinado aos sócios-gerentes no dia em que, no Parlamento, já estavam agendadas para discussão seis propostas dos vários partidos nesse sentido. Para o PSD e para o CDS-PP, esse timing do Executivo “roça alguma desconsideração institucional” pela Assembleia da República. O Chega vai mais longe no ataque. “É um enorme desrespeito ao Parlamento”, defendeu André Ventura, no debate desta quarta-feira.

No pacote de apoios originalmente lançado pelo Governo em resposta à pandemia de coronavírus, não estava previsto qualquer apoio para os sócios-gerentes. Entretanto, e após muitas críticas, a ajuda extraordinária preparada para os trabalhadores independentes acabou por ser alargada a estes portugueses. O Executivo fez, contudo, depender o acesso a esse apoio de duas condições: não ter trabalhadores dependentes e não ter mais de 60 mil euros em faturação.

De acordo com os vários partidos, da direita à esquerda, estes requisitos tornaram essa medida insuficiente, já que vedaram o acesso à ajuda a milhares de empresários de microempresas, que já puseram, em alguns casos, os seus trabalhadores em lay-off, mas continuam sem proteção social para si mesmos.

Por isso, PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal, PEV, PAN e Bloco de Esquerda propuseram à Assembleia da República diversas soluções para reforçar a proteção social em causa, nomeadamente através da possibilidade dos sócios-gerentes serem também enquadrados no regime de lay-off.

A discussão desses projetos de lei ficou marcada para esta quarta-feira, dia em que o Executivo de António Costa escolheu para anunciar que será aprovado em Conselho de Ministros, na quinta-feira, um alargamento do apoio para os sócios-gerentes de microempresas (até dez trabalhadores dependentes). Para a direita, este timing é um “desrespeito” para com o Parlamento.

“Esta quarta-feira, tão convenientemente, perante a iminência da decisão desta Assembleia, [o Governo] já veio dizer que se vai antecipar e que vai fazer o que não fez e nem era sua intenção fazer”, atirou o social-democrata Cristóvão Norte, no debate desta tarde. Para o deputado, a escolha do Governo “roça alguma desconsideração institucional” pela Assembleia da República, tendo apelado a que os parlamentares solucionem esta situação de “flagrante injustiça”.

Semelhantes palavras usou também o deputado centrista Telmo Correia. “O Governo ao vir anunciar [esta quarta-feira o alargamento do apoio] é um sinal de desconsideração pelo Parlamento, quando teve muito mais que um mês para o fazer e não se percebe porque não o fez”. “O Governo, numa manobra de habilidade, apresenta uma solução que já devia ter chegado antes“, acrescentou João Gonçalves Pereira. O deputado do CDS criticou ainda a “política errática” do Executivo.

Mais duro no ataque, André Ventura acusou o Governo de um “enorme desrespeito” pelo Parlamento, já que se adivinhava, disse o deputado, uma maioria negativa a favor do alargamento do apoio dos sócios-gerentes. Ventura afirmou ainda: “O Governo quis ganhar tempo”. E questionou o Executivo sobre o prazo de retroatividade do apoio, sugerindo que a escolha do momento para proceder a este alargamento também poderá ter estado ligada à poupança das verbas do Estado.

Em abril, por exemplo, quando o Governo lançou o primeiro apoio aos sócios-gerentes, fechou a porta a qualquer prestação relativa a março, referindo que a entrada em vigor dessa medida não chegava a tempo de abranger esse período.

Por outro lado, no debate desta quarta-feira, Bloco de Esquerda, PCP e PAN criticaram a posição do PSD, que há um mês tinha ajudado a chumbar propostas exatamente no mesmo sentido daquelas que hoje se discutiram. “Esperemos que hoje impere a resposta solidária em vez de jogos que deixam sempre os mesmos para trás”, atirou a bloquista Isabel Pires.

Já o Iniciativa Liberal atacou as propostas em cima da mesa por limitarem os apoios às empresas mais pequenas, defendendo que todos os sócios-gerentes, independentemente do tamanho da empresa, devem ter proteção social.

Estas propostas serão votadas na quinta-feira, após o debate quinzenal com o primeiro-ministro. Para o mesmo dia está marcada a reunião de Conselho de Ministros que deverá aprovar o tal alargamento anunciado esta quarta-feira.

Atualmente, o apoio previsto para os sócios-gerentes tem como valor máximo 635 euros, baseando o cálculo desta ajuda na remuneração recebida em fevereiro, declarada em março, ou na ausência dessa remuneração, no valor do Indexante dos Apoios Sociais (438,81 euros).

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