Produtores de máscaras e viseiras veem “imprecisão grave” na lei do uso obrigatório

A APSEI, uma associação que representa produtores de máscaras e viseiras, pede uma revisão urgente da lei que equipara estes dois tipos de proteção. Garante que viseira não substitui o uso de máscara.

A Associação Portuguesa de Segurança (APSEI), que representa produtores e importadores de máscaras e viseiras, considera que a lei que obriga ao uso destes equipamentos em locais públicos fechados e nos transportes públicos contém “uma imprecisão grave na ótica da segurança”. Em causa está o facto de o decreto-lei do Governo equiparar a proteção conferida por uma máscara à proteção conferida pela viseira.

Numa semana em que Portugal tenta a reabertura gradual da economia, e em que passou a ser obrigatório que os cidadãos usem “máscara ou viseira” em várias situações do quotidiano em locais públicos, a APSEI junta-se assim ao coro de vozes que tem apelado ao Executivo para que reveja a lei. No caso desta associação, considera mesmo que essa revisão deve ser feita “com caráter de urgência”.

“O uso de máscaras ou viseiras obrigatório […] contém uma imprecisão grave na ótica da segurança. Uma viseira ou máscara devem ser usadas em face do perigo de exposição”, começa por dizer fonte oficial da APSEI, em resposta a perguntas colocadas pelo ECO. E, face a isto, justifica: “A utilização de viseira oferece proteção eficaz dos olhos, mas [é] muito pouco eficaz na proteção das vias aéreas, necessitando sempre do uso de máscara para garantir a referida proteção.”

Assim sendo, “o uso de viseira não dispensa o uso de uma máscara adequada a risco biológico”, considera fonte oficial da APSEI, ao contrário da redação da lei que impôs o respetivo uso. A associação, presidida por José Carlos Marques da Costa Dias, vai ainda mais longe, alertando que “é importante ter em conta que nenhuma máscara, mesmo que usada com viseira, oferece proteção a 100%”. É por isso “necessário garantir a higienização dos espaços e mãos, bem como o respeito escrupuloso do distanciamento social e medidas de etiqueta respiratória”, aponta.

“Nem a viseira nem a máscara cirúrgica protegem em caso de proximidade de pessoas, daí o mais importante ser a distância física. Recordamos que também a higienização das mãos é crucial, pois se quer a máscara quer a viseira forem utilizadas para além do seu tempo limite, temos aumentada a possibilidade de contaminação. É por este motivo que se deve substituir a máscara cirúrgica sempre que estiver húmida”, aconselha a APSEI, que nota também que “a utilização de máscaras cirúrgicas e viseiras dá uma sensação de segurança às pessoas, porém a sua utilização causa desconforto [e] leva a que seja muitas vezes reposicionada, com a inevitável contaminação pelas mãos”, conclui esta associação.

Estes alertas surgem depois de a Ordem dos Médicos e de o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas ter também avisado para os riscos da utilização de viseiras em vez de máscaras. Num comunicado conjunto, as duas entidades pediram uma alteração à lei, insistindo que “não existem estudos sólidos sobre o impacto da utilização da viseira, como alternativa à máscara, na redução do risco de contágio pelo novo coronavírus em termos de infeção através das vias aéreas”.

Na terça-feira, confrontado com estes pedidos, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, remeteu uma eventual mudança para a primeira avaliação quinzenal das medidas de reabertura da economia: “As avaliações dos decretos são feitas quinzenalmente, este processo é um processo evolutivo, dinâmico e flexível. Obviamente que se verificarmos que há alguma incorreção ou pelo menos algo a reconverter ou a corrigir, garantidamente que o faremos”, assumiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 90% dos lojistas não paga rendas desde encerramento

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

Mais de 90% dos lojistas que operam sobre 100 marcas não pagam rendas desde o encerramento dos estabelecimentos devido à pandemia, divulgou uma associação.

Mais de 90% dos lojistas que operam sobre 100 marcas não pagam rendas desde o encerramento dos estabelecimentos devido à pandemia, divulgou esta quarta-feira a recém-criada Associação de Marcas de Retalho e Restauração. De acordo com o inquérito feito a empresas detentoras de mais de 2.000 lojas nos centros comerciais em Portugal, “91% dos inquiridos não paga rendas desde o encerramento dos estabelecimentos, em 15 de março”. Mais de metade (55,1%) “suspendeu os pagamentos a fornecedores, uma vez que durante este período as receitas foram inexistentes”, refere a entidade.

“O panorama é muito preocupante e a associação vem alertar que a esmagadora maioria dos associados não tem condições financeiras para se manter além do mês de julho“, alerta a associação, que em abril escreveu uma carta ao ministro da Economia a propor soluções para o setor, como o ECO revelou em primeira mão.

“Apenas 7,3% dos associados tem meios para evitar uma insolvência nos próximos 12 meses”, refere o inquérito, sendo que “80,5% dos associados afirma que a sobrevivência depende de três fatores: comportamento do mercado, negociação com os centros comerciais e apoios do Governo (prorrogação do lay-off).

A associação defendeu a partilha de riscos entre arrendatários e senhorios ou o congelamento de contratos de arrendamento, para evitar uma “onda de falências”. A maioria dos inquiridos “é pequena operadora, com uma a cinco lojas (51%), e que se veem a braços com a tarefa hercúlea de fazer frente à crise sem ter que recorrer a despedimentos”, salienta a associação.

Mais de dois terços (79%) das empresas inquiridas não despediram qualquer trabalhador e 14% têm salários em atraso, refere o inquérito. Este setor representa mais de 100 mil postos de trabalho e um volume de negócios superior a 10 mil milhões de euros, refere a entidade.

“Os resultados deste inquérito ilustram que todo o setor concorda com o que até aqui temos vindo a defender. Reforçamos — é absolutamente necessário e urgente que o Governo legisle sobre a necessidade de carência das rendas no período de encerramento total ou parcial da atividade, caso contrário não há condições para a sobrevivência das nossas empresas, nem mesmo com a retoma gradual”, refere o porta-voz e um dos fundadores da associação, Miguel Pina Martins (Science4you).

A associação defende que é “urgente” que o Governo adote nove medidas, entre as quais, a flexibilização das rendas durante o período de encerramento forçado e período subsequente, IVA em prestações e prorrogação do lay-off. A entidade representa marcas como Science4you, Loja das Meias, A Padaria Portuguesa, Sacoor Brothers, Toys’R’Us, Parfois, entre outras.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quase todas as imobiliárias estiveram em “stand-by” em abril

Um inquérito da APEMIP mostrou fortes quebras na procura e nos negócios imobiliários em abril. Mas, ainda assim, a associação está "otimista" com uma recuperação do setor.

Não é novidade que a atual crise também afetou o imobiliário. E um inquérito feito pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) às empresas do setor vem comprovar isso. Em abril, quase todas as imobiliárias suspenderam atividade devido à fraca procura por imóveis e consequente quebra nos negócios. Mas, ainda assim, a associação está “otimista” quanto a uma recuperação.

Num universo de cerca de quatro mil empresas imobiliárias certificadas, 50% suspendeu totalmente a sua atividade, enquanto 45,8% suspendeu parcialmente, diz a APEMIP, em comunicado. A estas conclusões soma a fatia de 95,3% que disse ter tido uma quebra no volume de negócios em abril e uma quebra na procura de cerca de 92,5%.

Mas as consequências continuam: 62,7% destas empresas viram clientes desistir de negócios que estavam em curso, dos quais 19,8% acabaram por desistir mesmo depois de ter sido celebrado o contrato de promessa de compra e venda.

O inquérito mostrou ainda que mais de metade das empresas recorreu a alguma das medidas excecionais previstas pelo Estado, o que não surpreende o presidente da APEMIP. “A quebra de receitas das empresas foi brutal e é natural que tenha havido necessidade em recorrer aos apoios promovidos, que não tenho dúvidas de que ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas empresas”, diz Luís Lima, citado em comunicado.

Mas, apesar de referir que “a atividade esteve praticamente parada durante o mês de abril”, o representante das imobiliárias diz estar “otimistas, mas realista” com uma recuperação do setor. “Neste momento haverá uma fase de adaptação por parte das empresas à nova realidade”, diz, acrescentando que há aqui “uma oportunidade da dinamização do mercado de arrendamento e do investimento para este setor (que se estima que cresça) e também uma janela de oportunidade na captação de não residentes para Portugal”.

Sobre a captação de investimento internacional, Luís Lima diz que o “milagre português” também poderá beneficiar a retoma do investimento estrangeiro dentro em breve. “Há sinais positivos que foram transmitidos pelo setor financeiro ao mais alto nível, de que o “milagre português” na gestão da questão sanitária tem despertado o interesse dos estrangeiros em investir em Portugal”, remata Luís Lima.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Atividade turística na Europa cai 50% este ano. Portugal é dos mais afetados

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

De acordo com as previsões de Bruxelas, a atividade turística na Europa deverá cair 50% este ano devido à pandemia de coronavírus.

A Comissão Europeia projetou, esta quarta-feira, uma redução de 50% na atividade turística na Europa este ano devido à pandemia, estimando “consequências prolongadas” no setor, sendo Portugal um dos países mais afetados pela sua “dependência do turismo estrangeiro”.

Nas previsões económicas da primavera do Executivo comunitário publicadas esta quarta-feira, as primeiras projeções sobre o potencial impacto da pandemia na economia europeia, a instituição aponta que, embora a crise gerada pela Covid-19 represente um “choque simétrico” a nível europeu, os “impactos diferem entre os Estados-membros, refletindo a gravidade da pandemia, o rigor das medidas de contenção e as diferentes exposições, por exemplo, à dimensão do setor do turismo”.

E, embora “se espere que estas medidas sejam gradualmente levantadas e que a procura global recupere, […] o comércio de serviços, particularmente o turismo, deverá recuperar mais lentamente”, indica o documento.

Para estas previsões económicas, a Comissão Europeia recorreu a três cenários: considerando que medidas de confinamento adotadas pelos Estados-membros duram seis semanas, 10 semanas ou 12 semanas. Ainda assim, aos três é comum a previsão de que a atividade turística cai 50% este ano, na qual se inclui transporte, hospitalidade, entretenimento e cultura, com Bruxelas a prever “efeitos duradouros” das medidas de contenção.

Para esta previsão entra também a “menor confiança e as perdas de rendimento” dos cidadãos, que serão “dissuasores de viagens não essenciais”. Especificamente sobre Portugal, a Comissão Europeia antecipa “uma forte recuperação da economia após o choque inicial”, mas alerta para que, “em alguns setores, particularmente no turismo, espera-se que os efeitos secundários se prolonguem”. Desde logo, por causa da “dependência de Portugal do turismo estrangeiro”, destaca Bruxelas.

Recorrendo a dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) referentes a 2018, a Comissão Europeia destaca nas previsões que Portugal é dos países mais dependentes do turismo, país no qual este setor representa 8% do PIB e 9,8% do emprego, apenas superado nesta dependência por Espanha (onde representa 11,8% do PIB e 13,5% do emprego).

Isto também leva a consequências no desemprego em Portugal, com Bruxelas a indicar que a “lenta recuperação esperada no turismo e em serviços relacionados deverá ter um impacto negativo na procura de mão-de-obra durante um período mais longo”.

Questionado sobre os efeitos económicos da crise no turismo, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, referiu em conferência de imprensa que “é preciso trabalhar para garantir que o turismo sobrevive ao verão”, mesmo que seja “em diferentes condições […] do verão passado”.

“Temos de tentar criar diretrizes e possíveis regras para coordenar a situação porque temos diferentes tipos de turismo e países como Portugal e outros que são mais expostos ao turismo estrangeiro”, adiantou Paolo Gentiloni, falando aos jornalistas na apresentação destas previsões económicas da primavera.

A Comissão Europeia prevê para Portugal, em 2020, uma recessão de 6,8% e que a taxa de desemprego suba para os 9,7% devido ao impacto da pandemia de Covid-19, foi hoje divulgado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal quer ser cluster da industrialização na Europa, diz Augusto Santos Silva

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

"Portugal quer estar na linha da frente da reindustrialização da Europa e quer pôr ao serviço da Europa as suas enormes capacidades em matéria industrial”, diz ministro dos Negócios Estrangeiros.

A estratégia de Portugal para ultrapassar a crise económica provocada pela pandemia de Covid-19 passa por tornar o país um “poderoso cluster da industrialização na Europa”, defendeu esta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros em comissão parlamentar.

“O primeiro eixo [da estratégia portuguesa] é que Portugal quer estar na linha da frente da reindustrialização da Europa e quer pôr ao serviço da Europa as suas enormes capacidades em matéria industrial”, afirmou Augusto Santos Silva numa audição da comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação que decorre hoje de manhã.

“Fala-se do têxtil e do vestuário, do calçado, mas também de engenharia, farmacêutica e agroalimentar. Portugal quer ser um fator de industrialização, um cluster industrial poderoso na Europa da reindustrialização”, avançou o ministro.

Segundo Santos Silva, a crise económica provocada pelo confinamento e o encerramento das atividades económicas no âmbito da pandemia do novo coronavírus obrigou a “aprender algumas lições que poderão ser uma oportunidade para Portugal e Europa”.

Uma dessas lições é que a economia europeia precisa de uma reindustrialização, o que, segundo Augusto Santos Silva, pode ser uma oportunidade para Portugal.

“Portugal tem vantagens enormes do ponto de vista da segurança humana, implicando a qualidade dos seus sistemas de saúde, da segurança pública e das condições de vida e bem-estar e esse é um ativo essencial para o setor do turismo”, defendeu.

Além disso, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros, responsável pela internacionalização da economia portuguesa, o país tem ativos importantes que pode e deve usar: “a qualificação dos recursos humanos, o domínio plurilinguístico, a tecnologia, a qualidade do serviço e a qualidade do ecossistema de conhecimento e inovação, assim como as áreas em que [o país] é hoje dominante, a começar pela energia renovável”.

Por outro lado, “a dupla direção da estratégia ganhará ainda mais sentido”, referiu ainda, explicando que se dirige, ao mesmo tempo, ao mercado interno europeu – destino de três quartos das exportações portuguesas – e também ao mercado externo, com particular interesse em África e na América Latina.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa promete pagar até 15 de maio apoios ao lay-off pedidos até final de abril

  • ECO
  • 6 Maio 2020

Primeiro-ministro diz que a Segurança Social foi além do que estava prometido. Ao ritmo normal, o que foi feito em mês e meio precisaria de 187 anos para ser feito.

Até ao momento, o Estado já pagou a 65 mil empresas os apoios previstos ao abrigo do lay-off. E até dia 15 de maio, serão pagos os restantes pedidos aprovados, que deram entrada nos serviços da Segurança Social em abril, prometeu o primeiro-ministro, António Costa, esta quarta-feira.

“É com satisfação que vejo que os serviços superaram até o que estava previsto. Não só para pagaram todos os pedidos entrados até final da primeira de abril, mas pagaram todos os pedidos que entraram até 10 de abril e, naturalmente, que estavam válidos e mereciam ser deferidos”, disse António Costa, em declarações a partir do Instituto da Segurança Social, transmitidas pelas televisões.

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social já tinha anunciado, esta terça-feira, que tinham sido pagos 190 milhões de euros a um total de 64,5 mil empresas. Este montante diz respeito à compartição do vencimento de 492 mil trabalhadores que estão hoje em lay-off simplificado.

“É assim que assumimos um novo compromisso: que até final da próxima semana serão pagos todo os pedidos válidos que entraram até à quinta-feira passada. Este esforço é um esforço que é pedido não a máquinas ou algoritmos, mas a pessoas”, continuou o primeiro-ministro, comparando os serviços de Segurança Social aos serviços de saúde: “Aqui também se trata de salvar vidas”.

A versão simplificada do lay-off foi lançada pelo Governo em resposta à crise pandémica e está disponível para os empregadores mais afetados pelo surto de Covid-19. Ao abrigo deste regime, é possível suspender contratos de trabalho ou reduzir a carga horária dos trabalhadores, que mantêm o direito a dois terços do seu ordenado. Esse valor é pago em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo patrão, no caso da suspensão do contrato de trabalho. Já no caso da redução do horária, o Estado só paga 70% do valor necessário para totalizar, em conjunto com a remuneração devida pelas horas mantidas, os tais dois terços.

Em ambos os casos, a retribuição tem de ser adiantada na totalidade pelo empregador, sendo transferida a parte devida pela Segurança Social mais tarde. Inicialmente, o Governo tinha indicado que iria pagar esse apoio a 28 de cada mês, mas o calendário acabou por sofrer alterações. Estes atrasos geraram duras críticas e o próprio ministro da Economia chegou a admitir que as expectativas dos empregadores foram defraudadas.

António Costa apelou agora à compreensão, dizendo que a Segurança Social está a trabalhar o mais rapidamente possível. “O que foi feito neste mês e meio foi o que antes levaria 187 anos a fazer. E não levámos 187 anos a fazer porque não era possível”, sublinhou o primeiro-ministro.

Temos de estar juntos quanto ao esforço extraordinário que a Segunda Social está a fazer. Entre o anúncio da medida de política e a sua concretização, são muitas horas de trabalho de milhares de pessoas em toda a Administração Pública que estão a dar o seu melhor para que essa medida seja concretizada o mais depressa possível”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 12h25)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investidores focam desconfinamento em vez de recessão. Bolsas europeias recuperam

No dia em que a Comissão Europeia atualizou projeções para a recessão económica na Zona Euro e em que a produção industrial alemã afundou para mínimos de 30 anos, as ações europeias seguem em alta.

As farmacêuticas estão a dar impulso às ações europeias, apesar das perspetivas económicas negativas. Após terem sido conhecidas as projeções da Comissão Europeia para o impacto do coronavírus para a economia da Zona Euro, as principais bolsas europeias inverteram a tendência de abertura e seguem em alta, mas a volatilidade e incerteza mantêm-se.

O índice Stoxx 600 avança 0,41%, enquanto o alemão DAX ganha 0,3%, o italiano FTSE MIB sobe 0,39% e o português PSI-20 soma 0,12%. A impulsionar o sentimento está o setor da saúde com a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk e a especialista em diálise alemã Fresenius Medical Care a apresentarem resultados acima do esperado. Ambos valorizam mais de 2%.

As ações europeias já ganham mais de 25% desde os mínimos tocados em março, com Governos e bancos centrais a injetarem biliões de euros na economia mundial para limitar o impacto do coronavírus.

As previsões económicas de primavera da Comissão Europeia atualizadas esta terça-feira apontam para uma contração de 8,3% da União Europeia e de 7,7% da Zona Euro, com Grécia, Espanha e Itália a serem os países mais castigados pela crise provocada pela pandemia. Estas estimativas ficam em linha com o esperado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

As projeções são conhecidas no mesmo dia em que foram divulgados dados da produção industrial na Alemanha, que colapsou em março para o valor mais baixo desde 1991.

Os novos desenvolvimentos irão depender, no entanto, da capacidade de desconfinamento e de uma eventual segunda vaga do vírus. “Não há linha reta de saída do confinamento e as empresas estão a lutar para se manterem viáveis. Isso terá realmente um forte efeito de compensação em relação ao apoio dos governos”, explicou Daniel McDonagh, head of European portfolio management team da Pyrford International (do grupo BMO Global Asset Management), à Reuters.

O sentimento é assim de incerteza entre os investidores. Enquanto as ações mostram maior otimismo, o mercado de obrigações continua sob pressão.

Os juros das dívidas da Zona Euro sobem de forma generalizada, numa altura em que a Alemanha se prepara para uma venda sindicada de dívida a 15 anos. É a primeira vez que o país recorre a esta operação desde 2015. Apesar de continuar em terreno negativo, a yield das Bunds a dez anos sobe para -0,552%.

“A muito curto prazo, o vai dominar o mercado é a oferta. A venda sindicada de dívida a 15 anos da Alemanha será de, pelo menos, cinco mil milhões de euros, o que vai pressionar o mercado“, explica Antoine Bouvet, estratega do ING. Na periferia, o juro das obrigações portuguesas benchmark agrava para 0,927%, enquanto em Itália avança para 1,88% e em Espanha para 0,878%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medidas do Governo contra a pandemia custam 2,5% do PIB

As medidas do Governo como o lay-off simplificado ou o apoio aos pais durante a pandemia deverão custar 2,5% do PIB, de acordo com a Comissão Europeia.

No total, as medidas adotadas pelo Governo até agora para reforçar a resposta do SNS, para proteger o emprego, dar apoio social e salvaguardar a liquidez das empresas terão um custo direto de 2,5% do PIB. A estimativa é feita pela Comissão Europeia nas previsões económicas de primavera divulgadas esta quarta-feira.

“O Governo adotou medidas de política orçamental para reforçar a capacidade de resposta do sistema de saúde, proteger os postos de trabalho, dar apoio social e salvaguardar a liquidez das empresas, com um custo orçamental direto, no total, estimado nos 2,5% do PIB”, lê-se na parte do relatório da Comissão Europeia dedicada a Portugal, salientando que são consideradas medidas adotadas até 23 de abril. Tendo como referência o PIB de 2019, os 2,5% traduzem-se em cerca de 5 mil milhões de euros.

A estimativa mais recente do Governo é que irá gastar entre 300 a 400 milhões de euros por mês com o lay-off, sendo que o impacto final na despesa pública dependerá do número de meses em que esta medida de apoio ao emprego vai manter-se.

Esta deverá ser a medidas mais custosa, mas o Estado está também a gastar mais dinheiro em saúde, tal como mostraram os dados da execução orçamental de março, e noutros apoios sociais como as baixas por isolamento, apoios à família, ajuda extraordinária aos trabalhadores independentes e sócios-gerentes, prolongamento dos subsídios de desemprego que iam caducar e ainda o normal aumento dos subsídios de desemprego devido ao aumento dos despedimentos na sequência da (quase) paragem económica provocada pelas medidas de contenção do vírus.

Este aumento da despesa pública, em conjunto com a queda da receita pela contração do PIB, levará a uma subida do défice orçamental. Portugal vai passar de um excedente orçamental em 2019, o primeiro da democracia, para um défice de 6,5% este ano, segundo as previsões da Comissão Europeia. Neste indicador Portugal figura melhor do que a média da Zona Euro (défice de 8,5%).

O saldo estrutural, que em 2019 esteve perto do equilíbrio (-0,5%), deverá aumentar para os -3,2%, mas este indicador deverá perder a sua importância nestes anos dado que as regras orçamentais europeias estão suspensas. O saldo orçamental ajustado do ciclo, ou seja, retirando o efeito da componente cíclica da economia, situa-se nos -3,6% este ano.

De acordo com a Comissão Europeia, a deterioração do saldo orçamental deve-se aos estabilizadores automáticos (subsídio de desemprego, por exemplo) e à necessidade da política orçamental suportar a economia. O reflexo disso mesmo é o aumento de 2,4% do consumo público previsto pela Comissão Europeia, o que dará um contributo positivo para o PIB.

Os Estados-Membros reagiram de forma decisiva, tendo adotado medidas orçamentais para limitar os prejuízos económicos causados pela pandemia“, explica Bruxelas, referindo que “os denominados ‘estabilizadores automáticos’, como o pagamento de prestações da segurança social, em conjugação com as medidas orçamentais discricionárias, deverão resultar no aumento das despesas”.

Num cenário de políticas invariantes, em que só é considerado o que já está legislado, o saldo orçamental deverá melhorar no próximo ano com o contributo da recuperação económica e a eliminação progressiva das medidas implementadas para lidar com a pandemia.

Assim, em 2021, o défice português deverá encolher para 1,8% e o da Zona Euro para 3,5%, ainda acima da linha vermelha dos 3% imposta pelas regras europeias, as quais estão suspensas neste momento.

No entanto, o risco orçamental mantém-se descendente uma vez que há incertezas sobre a curva epidémica e os efeitos “persistentes” na economia e na sociedade em Portugal, avisa a Comissão Europeia, relembrando ainda as possíveis obrigações assumidas pelo Estado.

Um desses riscos é a menor propensão para consumo não só pelo medo do vírus como também pela redução do rendimento disponível, seja pelo lay-off, pelo despedimento ou pelo aumento da poupança por precaução. A Comissão Europeia prevê que a taxa de poupança suba de 6,7% em 2019 para 9% em 2020, descendo novamente para os 6,9% em 2021.

Previsões da Comissão Europeia da primavera de 2020 para Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vanguard Properties investe 280 milhões num megaprojeto em Oeiras

Os donos da Herdade da Comporta vão construir no Jamor, em Oeiras. Projeto Foz do Tejo terá 400 apartamentos e moradias, escritórios, um hotel com 150 quartos e um aparthotel.

A Vanguard Properties vai iniciar a construção de um megaprojeto com habitações, escritórios e unidades hoteleiras. O Foz do Tejo deverá estar concluído dentro de cinco anos e resultará de um investimento de 280 milhões de euros. Os futuros moradores também terão direito a um centro desportivo internacional e de eventos, com campos de ténis, padel, ginásio e outros desportos.

É no Alto da Boa Viagem, no Jamor, que os donos da Herdade da Comporta vão começar a construir o Foz do Tejo, até meados de julho e durante 18 meses. O projeto terá 400 apartamentos, 25 moradias unifamiliares, cerca de 28.000 metros quadrados de escritórios e de comércio, um hotel com 150 quartos, um aparthotel com 400 apartamentos e um edifício de comércio e serviços.

Projeto Foz do Tejo, em Oeiras, da Vanguard Properties.D.R.

O Foz do Tejo será dividido em duas áreas: o Alto do Farol, onde vão ser construídas as moradias, recuperado um palacete do século XIX e outros edifícios de comércio e serviços; e o Alto do Rio, com três torres de 18 pisos de apartamentos de T2 a T6, um hotel e um aparthotel. O projeto vai nascer num terreno com cerca de 30 hectares e 94% serão áreas verdes abertas ao público, explica a Vanguard Properties, num comunicado.

O projeto está a cargo da Insula Capital — empresa onde a Vanguard adquiriu uma participação de 30% por cerca de 800 mil euros em fevereiro — e trata-se de um conceito pioneiro em Portugal, também porque o empreendimento terá acesso rápido e direto à A5. Numa primeira fase começarão a ser construídos alguns edifícios residenciais e, dentro de cinco anos, a empresa espera que as obras estejam concluídas.

A equipa de arquitetos Saraiva+Associados está responsável pelo projeto, que vai “privilegiar soluções sustentáveis”. Em comunicado, o CEO da Vanguard Properties, José Cardoso Botelho, afirma que este é um “projeto único em Portugal” e “o primeiro empreendimento na região de Lisboa a oferecer uma versão híbrida de cohousing, onde, a menos de três minutos a pé, qualquer residente poderá ter a sua zona de trabalho privada”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Xpand IT está a recrutar. Tem vagas para Lisboa, Porto e Viana do Castelo

A tecnológica portuguesa tem mais de 20 vagas disponíveis. Agile, product owner e web development são algumas das posições em aberto.

A tecnológica portuguesa Xpand IT está a recrutar cerca de 20 pessoas para as cidades de Lisboa, Porto e Viana do Castelo. Agile processes, big data & data science, microsoft & mobile development, product engineering e web development são algumas das áreas disponíveis. Os interessados podem submeter as candidaturas através do site da empresa.

“Todos fomos afetados, de alguma forma, por esta pandemia e consequente confinamento. Apesar disso, na Xpand IT, não vamos abrandar o ritmo – pelo contrário. O ritmo de trabalho faz com que tenhamos de procurar novos talentos, novos Xpanders”, explica Rui Maia, partner e CHRO da Xpand IT, citado em comunicado.

Atualmente, devido à pandemia provocada pelo Covid-19, todas as equipas estão a trabalhar a partir de casa, mas a Xpand IT continua à procura de novos talentos para reforçar a sua estrutura. Só em 2019, a empresa registou um aumento de 25% do número de trabalhadores face ao ano anterior.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Recibos verdes sem descontos para a Segurança Social também vão ter direito a apoio, diz Costa

António Costa anunciou que o Governo vai reforçar os apoios sociais. Além de alargar a medida para sócios-gerentes, vai ser dado um apoio aos "recibos verdes" que não tenham feito descontos.

Os trabalhadores independentes que não fizeram qualquer desconto para a Segurança Social, no último ano, vão passar a ter direito a apoio por parte da Segurança Social, anunciou António Costa durante uma visita ao Instituto da Segurança Social. É uma das medidas de reforço dos apoios sociais no âmbito da Covid-19.

No primeiro ano de atividade, os trabalhadores independentes têm direito à isenção de descontos para a Segurança Social, mas só quem rejeitou esse benefício, fazendo as devidas contribuições, estava protegido pelas medidas extraordinárias lançadas pelo Governo em resposta à pandemia.

“Quem cumpriu está protegido, quem não o fez, não está”, disse Costa. Mas vai passar a estar. “Vamos proteger os independentes que não contribuíram”, revelou, salientando que essa medida vai ser aprovada em Conselho de Ministros.

Irão poder gozar de alguns apoios, mas “de forma justa”, diz Costa. Vão, naturalmente, receber menos que quem contribuiu nos últimos 12 meses”, notou, em declarações transmitidas pela RTP3.

Apoio reforçado aos sócios-gerentes

Além de anunciar o apoio aos independentes que não descontaram para a Segurança Social, Costa revelou também que vai ser revisto o apoio dado aos sócios-gerentes, confirmando o que já tinha sido dito pelo secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Tiago Antunes, em entrevista ao Público e Renascença.

“Esta semana vamos dar um passo mais e alargar [estes apoios] a sócios-gerentes das micro-empresas que tenham trabalhadores a seu cargo”, disse o primeiro-ministro. A medida prevê que os sócios-gerentes com até 10 trabalhadores a cargo sejam também elegíveis para o apoio criado neste contexto de crise provocada pela pandemia.

Costa pede para portugueses saírem da informalidade

Na visita à Segurança Social, em que sublinhou que a “Segurança Social é mesmo a rede de segurança que temos para os momentos de crise”, Costa lembrou que há muitos portugueses que vivem em “circunstâncias de informalidade”. Diz que é o momento de saírem dessa situação.

“Venham para a Segurança Social”, pede Costa, pedindo para que passem a pagar as prestações devidas para que possam beneficiar dos apoios que esta oferece “nos momentos em que menos esperamos”.

(Notícia atualizada às 11h39 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Horários desfasados, um aluno por secretária e intervalos reduzidos ao máximo. Conheça as orientações para o regresso às aulas

  • Lusa
  • 6 Maio 2020

O regresso às aulas dos alunos do 11º e 12º anos de escolaridade já estava marcado: 18 de maio. Nos próximos dias, as escolas vão ter que seguir as orientações do Ministério de Educação.

As aulas na reabertura das escolas das diferentes disciplinas de cada turma devem ser concentradas tanto quanto possível, segundo as orientações da tutela enviadas esta terça-feira, que não preveem limitação do número de alunos por sala.

Ao mesmo tempo que o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, era ouvido no parlamento pela Comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, a tutela enviou às escolas orientações para o regresso às aulas em regime presencial, que arrancam em 18 de maio.

Só os alunos do 11.º e 12.º anos vão regressar às escolas, para aulas presenciais das disciplinas com exame nacional, que devem ser concentradas sempre que possível, durante o período da manhã ou da tarde, para evitar que cada turma tenha tempos livres entre aulas.

O documento da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) não define um limite máximo no número de alunos por turma, mas prevê normas para a disposição das salas de aula, que devem ser “amplas e arejadas”, estabelecendo que cada secretária seja ocupada por apenas um aluno.

No caso de o número de alunos da turma e de as dimensões das salas impossibilitarem o cumprimento desta regra, as escolas poderão dividir as turmas e recorrer, para esse efeito, “a professores com disponibilidade na sua componente letiva”.

A DGEstE prevê ainda que, “caso esta ou outra via não sejam viáveis, pode ser reduzida até 50% a carga letiva das disciplinas lecionadas em regime presencial, organizando-se momentos de trabalho autónomo nos restantes tempos”.

No caso de os docentes destas disciplinas pertencerem “atestadamente” a um grupo de risco, as escolas podem optar por redistribuir o serviço docente, contratar professores ou “adotar outras estratégias que entendam ser mais adequadas”.

Além da concentração das aulas de cada turma, a tutela aconselha também que sejam criados horários desfasados entre as turmas e que as diferentes turmas sejam colocadas em salas distanciadas entre si, de forma a evitar tanto quanto possível a concentração de alunos, professores e de trabalhadores não-docentes.

Já os intervalos entre aulas devem ser reduzidos ao máximo e durante estes períodos os alunos devem permanecer dentro das salas.

Antes da reabertura, as escolas deverão definir circuitos no interior dos edifícios, desde a entrada até às salas de aula e também nos acessos aos pavilhões, casas de banho e refeitórios, estando igualmente previstas regras para a utilização destes últimos.

Todos os restantes espaços não necessários, como bares, salas de apoio ou salas de convívio, permanecem encerrados durante este período, enquanto a lotação das bibliotecas e salas de informática é reduzida para um terço, com a identificação dos lugares disponíveis.

As escolas vão reabrir apenas para as aulas das disciplinas com oferta de exame nacional, que os alunos do ensino regular, profissional e artístico devem frequentar independentemente de virem a realizar os respetivos exames. No entanto, como o ministro da Educação já tinha adiantado, as faltas por “manifesta opção dos encarregados de educação” serão justificadas.

No caso dos cursos profissionais e artísticos, também poderão ser retomadas as atividades letivas e formativas presenciais das disciplinas práticas e dos estágios, sempre que não seja possível assegurar a sua continuidade remotamente, seja através do ensino a distância ou da prática simulada.

Algumas das normas de segurança para o regresso das aulas presenciais já tinham sido conhecidas na quarta-feira, como a obrigatoriedade de utilizar máscaras no interior da escola e a necessidade de desinfetar salas de aula sempre que haja mudança de turma.

No entanto, até agora os diretores escolares continuavam a aguardar orientações do Ministério da Educação para saber como reorganizar o regresso às aulas, dentro de duas semanas.

Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.