Webcast Covid-19: Transição energética, o que mudou?

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  • 1 Maio 2020

A The K Advisors reuniu nove players de referência do sector da energia para debater a transição energética em tempos de Covid-19, num webcast que se realizou a 5 de maio.

A transição energética está (estava?) em marcha, os objetivos traçados e o sector das renováveis assumia uma relevância significativa no panorama nacional. E agora? O que muda? Esta é uma questão incontornável nos tempos que vivemos.

Neste sentido, a The K Advisors juntou nove players de referência no sector para uma conversa online em tempo de pandemia, que decorreu no passado dia 5 de maio.

A sessão contou com a intervenção de: Miguel Subtil, Managing Director The K Advisors, Pedro Rutkowski, CEO Worx-Real Estate, João Macedo Santos, Country Head Akuo Energy Portugal, Ângelo Ramalho, CEO EFACEC, Bernardo Fagulha, Board Member Endesa Generación Portugal, José Reis Costa, CEO C.M.E, Pedro Amaral Jorge, Presidente APREN, Ivone Rocha, Partner Telles Advogados, e Rui Dinis, Lisboa enova.

Se não teve oportunidade de acompanhar a conversa em direto, aqui ficam os melhores momentos:

A versão integral do webinar está disponível aqui.

Notícia atualizada a 11 de maio.

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Boeing lança oferta de títulos de 23 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 1 Maio 2020

Lançamento de oferta de títulos no valor de 25 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros), visa “manter a liquidez a fluir”, muito afetada devido à crise na aviação provocada pela covid-19.

A Boeing anunciou o lançamento de oferta de títulos no valor de 25 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros), para “manter a liquidez a fluir”, muito afetada devido à crise na aviação provocada pela covid-19.

A oferta de títulos inclui instrumentos de dívida com um valor principal agregado de 25 mil milhões de dólares em sete tranches com vencimentos que variam de três a 40 anos.

“Estamos satisfeitos com a resposta à nossa oferta de títulos hoje [quinta-feira], que é uma das várias etapas que estamos a tomar para manter a liquidez a fluir nos nossos negócios e nas 17.000 empresas da cadeia de suprimentos do nosso setor”, indicou a empresa aeronáutica norte-americana.

Assim, a Boeing renuncia “neste momento” aos 17 mil milhões de dólares que lhe foram reservados através do gigantesco plano de renascimento da economia norte-americana votado pelo Congresso.

“Até ao fecho desta transação, previsto para segunda-feira, 04 de maio, não planeamos buscar financiamento adicional através do mercado de capitais ou das opções do Governo dos EUA, neste momento”, explicou a Boeing.

“Continuaremos a avaliar a nossa posição de liquidez à medida que a crise da saúde e o nosso ambiente dinâmico de negócios evoluírem”, concluiu a empresa aeronáutica norte-americana.

Na quinta-feira, a Boeing revelou que no primeiro trimestre do ano fiscal teve um prejuízo de 628 milhões de dólares (558 milhões de euros), devido ao impacto da pandemia da covid-19, e que vai despedir 16.000 trabalhadores enquanto procura liquidez.

“Vamos ser uma empresa mais pequena durante um tempo. Temos trabalhado arduamente para manter a estabilidade da força de trabalho (…), mas vemos que nos próximos anos, com a queda da procura, a produção não permite suportar a força laboral que hoje temos”, disse o presidente executivo da empresa aeronáutica norte-americana, David Calhoun, numa teleconferência de apresentação dos resultados trimestrais.

O gestor referiu ainda que a Boeing está a “adotar medidas para reduzir a sua força de trabalho em cerca de 10% até ao final deste ano”, de um total de 160.000 trabalhadores, através da “combinação de rescisões amigáveis e despedimentos”.

A Boeing está a enfrentar “uma crise global sem comparação alguma com outras” e está a focar-se em “conseguir liquidez”, tendo agradecido aos 26 países que avançaram com pacotes de ajuda económica específicos para o setor aeroespacial e das companhias aéreas.

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Da escolaridade ao salário. Este é o retrato do trabalhador português

A maioria dos trabalhadores em Portugal tem mais de 25 anos, trabalha por conta de outrem no privado, dedicando-se ao setor dos serviços. O ensino básico ainda é o grau de escolaridade mais frequente.

A pandemia de coronavírus está a fazer tremer o mercado de trabalho: atirou milhares de portugueses para o desemprego e colocou os salários de outros tantos à responsabilidade do Estado. É nesse contexto de incerteza e até de alguns abusos nas relações laborais, reconheceu o primeiro-ministro, que se comemora, este ano, o Dia do Trabalhador. Mas que perfil tem o trabalhador português? As estatísticas traçam o retrato.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), no último trimestre de 2019, estavam empregadas em Portugal cerca de 4,9 milhões de pessoas. Neste universo, 2,5 milhões eram homens e cerca de 2,4 milhões eram mulheres. Entretanto, face ao impacto do surto de Covid-19 no emprego, a população empregada deverá ter emagrecido.

Dos 4,9 milhões de empregados a grande maioria está concentrada no privado. Segundo a Síntese Estatística do Emprego Público, apenas 698 mil pessoas (cerca de 14% do universo total) estão empregadas no Estado. E na Função Pública, é a Administração Central que conta com mais postos de trabalho: cerca de 527 mil.

No que diz respeito à situação na profissão, dos quase cinco milhões de trabalhadores referidos, quatro milhões são trabalhadores por conta de outrem e apenas cerca de 800 mil são trabalhadores independentes. Entre estes últimos, a maior fatia são trabalhadores por conta própria isolados (568 mil), havendo apenas 238 mil “recibos verdes” que também são empregadores.

E em que setor há mais portugueses empregados? Os dados do INE mostram que é o setor dos serviços o que mais emprega gente em Portugal: cerca de 3,4 milhões e destes quase 1,5 milhões são homens (cerca de 42,8%). Ou seja, é um setor dominado pelas trabalhadoras.

Segue-se a indústria, construção, energia e água, com 1,2 milhões de empregados. Neste caso, a fatia de trabalhadores masculinos é maior: 855,9 mil, isto é, cerca de 70,5% do universo total. Em último lugar, aparece a agricultura com 247,6 mil empregados, sendo que 166 mil são homens (67%).

Já em termos remuneratórios, os números mostram uma evolução positiva nos últimos anos. Em 2019, a remuneração bruta mensal média estava nos 1.276 euros, fixando-se a componente regular nos 1.038 euros. E segundo os dados avançados pelo Executivo de António Costa no verão do ano passado, há cada vez menos trabalhadores a ganhar o salário mínimo. No final de 2018, por exemplo, menos de um quinto (19,6%) dos portugueses recebia os 580 euros definido então como remuneração mínima garantida.

Quanto à distribuição etária, o INE revela que a esmagadora maioria dos empregados (cerca de 4,5 milhões) tem mais de 25 anos. Menos de 300 mil trabalhadores do referido universo de 4,9 milhões de trabalhadores têm menos de 25 anos.

A completar o retrato do trabalhador português estão os dados relativos ao níveis de escolaridade. A maior fatia dos empregados, em Portugal, tem o ensino básico (quase 1,9 milhões de trabalhadores), seguindo-se o secundário (1,36 milhões de trabalhadores) e o ensino superior (1,34 milhões de trabalhadores).

Neste último grupo, destaque para a distribuição por género: dos 1,34 milhões de empregados com graus de ensino superior, 812 mil são mulheres, isto é, cerca de 60,57%. De notar, por outro lado, que ainda há 34 mil empregados em Portugal sem qualquer nível de escolaridade.

Do outro lado da moeda, o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho mostra que atualmente já há mais de 377 mil desempregados registados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), número que compara com os 321 mil desempregados registados no mês anterior.

A este dado soma-se o número de empresas que pediram acesso ao lay-off simplificado — mais de 95 mil com um milhão e 180 mil empregados à sua conta — e o número de processos de despedimento coletivo iniciados em abril, que mais do que duplicou em relação ao mesmo anterior. Em causa estão 122 processos iniciados, que abrangem 1.095 trabalhadores.

De acordo com o Governo, o regime simplificado de lay-off tem mitigado o impacto da pandemia na evolução do desemprego, que tem crescido, mas não ao ritmo que “seria de esperar” na ausência desta medida. O novo lay-off destina-se às empresas mais afetadas pelo surto de Covid-19 e permite suspender contratos de trabalho ou reduzir a carga horária dos trabalhadores, que mantêm o direito a, pelo menos, dois terços do seu salário.

De acordo com a ministra do Trabalho, a maioria (88%) dos processos de lay-off já analisados dizem respeito a casos de suspensão do contrato. Nessa situação, a Segurança Social paga 70% dos tais dois terços do salário. No caso da redução da carga horária, o Estado paga 70% apenas do valor necessário para que o trabalhador tenha acesso, em conjunto com a remuneração devida pelas horas mantidas, a esses dois terços.

Ana Mendes Godinho adiantou, por outro lado, que do universo de pedidos já analisados apenas 61% mereceram o “sim” da Segurança Social. Os restantes tinham algumas das seguintes falhas: não tinham indicado o IBAN (o pagamento do apoio é feito obrigatoriamente por transferência bancária), tinham campos mal preenchidos, o empregador não tinha a situação contributiva regularizada, não era ao lay-off que a empresa pretendia efetivamente aceder.

Este ano, o Dia do Trabalhador é comemorado também com o Código do Trabalho “preso” no Tribunal Constitucional. No final de setembro, PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes pediram a fiscalização sucessiva de três normas que ficaram na lei laboral aquando da sua revisão mais recente: o alargamento do período experimental para jovens à procura do primeiro emprego e para os desempregados de longa duração; a generalização e facilitação do recurso aos contratos de muito curta; e a caducidade da contratação coletiva. Até agora, o Tribunal Constitucional ainda não avançou com nenhum parecer.

Essa revisão recente do Código do Trabalho deixou muitos trabalhadores numa posição mais “frágil para enfrentar uma situação como esta”, isto é, o impacto da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho, sublinhou, em entrevista ao ECO, a secretária-geral da CGTP. “Se tivéssemos conseguido alterar o modelo de baixos salários, de precariedade, de desinvestimento nos serviços públicos e se tivéssemos dado o salto também em relação à legislação laboral, o país estaria em condições muito diferentes para enfrentar esta situação”, rematou, Isabel Camarinha.

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Costa pede unidade entre Estado e empresas na proteção dos postos de trabalho

  • Lusa
  • 1 Maio 2020

Numa mensagem através do Twitter, o primeiro-ministro fala nas "marcas" que a pandemia está a deixar no mercado de trabalho, pedindo unidade entre Estado e empresas em defesa dos postos de trabalho.

O primeiro-ministro pediu unidade entre Estado e empresas em defesa dos postos de trabalho, numa mensagem sobre o 1.º de Maio, assinalando que o dia será comemorado esta sexta-feira de forma diferente por causa da pandemia da covid-19.

Esta posição foi transmitida por António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter, numa mensagem dedicada às comemorações do Dia do Trabalhador.

“Vivemos tempos em que os trabalhadores, o Estado e as empresas partilham esforços para preservar os postos de trabalho. Sabermos estar unidos nesta causa, protegendo quem trabalha e o seu trabalho, deve ser a principal mensagem neste dia“, sustentou o primeiro-ministro.

Na sua mensagem, António Costa referiu-se à atual crise sanitária provocada pela covid-19, apontando que este ano se assinala “o Dia do Trabalhador de forma diferente”.

“Também no mercado de trabalho a pandemia está a deixar as suas marcas. Em tempos de exceção, temos de ter sempre como prioridade defender o trabalho, a sua dignidade e importância numa sociedade que se quer mais justa”, acrescentou.

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Governo recorre a plano de emergência para travar fome

  • ECO
  • 1 Maio 2020

Serão distribuídos, em maio, 90 mil cabazes alimentares a famílias em situação de carência económica, em muitos casos causada pela pandemia do covid-19.

O Governo vai recorrer a um plano negociado na altura da troika como forma de financiar a distribuição de cabazes alimentares a famílias em situação de carência económica devido à atual crise. Ao abrigo deste programa serão distribuídos, já em maio, 90 mil cabazes, adianta o Expresso (acesso pago) esta sexta-feira.

O número de cabazes a ser distribuído este mês corresponde a um aumento de 50% face aos que foram distribuídos pelas instituições sociais em março, ainda antes do impacto da pandemia se começar a sentir. Os cabazes são compostos por 25 produtos alimentares e serão distribuídos através de instituições sociais a pessoas que perderam rendimento devido às consequências económicas impostas pela pandemia. Nomeadamente, trabalhadores que ficaram sem emprego ou que se encontrem em situação de lay-off.

A distribuição será feita ao abrigo do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC), programa negociado aquando da intervenção da troika em Portugal, entre o governo liderado por Pedro Passos Coelho, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que recorre a verbas europeias para socorrer à “emergência alimentar” ditada pela crise.

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Arranca hoje o prazo para pagamento do IMI. Pode pagar em uma, duas ou três prestações

Os proprietários podem começar esta sexta-feira a pagar o IMI. Esse pagamento pode ser feito em uma, duas ou três prestações, dependendo do valor do imposto.

Os proprietários de imóveis podem começar esta sexta-feira, 1 de maior, a pagar o Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI), seja em uma ou várias prestações no caso de o valor do imposto superar a fasquia dos 100 euros. A primeira prestação tem de ser liquidada obrigatoriamente até ao final deste mês de maio.

Antes, os contribuintes que pagassem mais de 250 euros de IMI tinham a hipótese de pagar este imposto em prestações. Contudo, no ano passado, o Governo decidiu baixar essa fasquia para os 100 euros, aliviando o peso deste imposto no bolso dos contribuintes.

Assim, em termos práticos, caso o IMI seja:

  • Inferior a 100 euros, tem de ser pago numa única prestação, até ao final de maio;
  • Igual ou superior a 100 euros, mas inferior a 500 euros, pode ser pago em duas prestações: pagas em maio e novembro;
  • Superior a 500 euros, as prestações aumentam para três: pagas em maio, agosto e novembro.

O pagamento deste imposto sobre imóveis pode ser feito através do multibanco, serviços de Finanças, balcões dos CTT, instituições financeiras com protocolo para o efeito e a partir de casa, via home banking ou MB Way.

Os proprietários que se atrasarem nos pagamentos podem contar com avultadas sanções — ao valor do imposto em falta somam-se os juros de mora e encargos fiscais. Quantos mais dias de atraso forem, mais alta será a multa.

Reavaliação pode baixar fatura

O IMI incide sobre o valor patrimonial dos imóveis sendo que, no caso dos prédios urbanos, a taxa do imposto pode ser fixada pelas autarquias num intervalo entre 0,3% e 0,45%. E cabe também às autarquias decidirem se atribuem um desconto no imposto às famílias com dependentes, sendo este de 20 euros quando haja um dependente; de 40 euros quando há dois e de 70 euros no caso de três ou mais dependentes.

Os proprietários que não considerarem justo o valor a pagar de IMI podem pedir uma reavaliação do imóvel. Contudo, só podem recorrer a esta opção se não tiverem pedido uma reavaliação nos últimos três anos.

A Deco defende que os proprietários que pode, peçam essa atualização. “Ao pedir a nova avaliação da casa, as Finanças irão atualizar todos os coeficientes. Uns poderão descer, como os referentes à antiguidade do imóvel (coeficiente de vetustez) ou à sua localização. Outros poderão subir, como o valor de construção. Entre subidas e descidas, pode haver margem para poupança”, refere a associação.

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Este fim de semana é como na Páscoa. Isto é o que não pode fazer

Neste fim de semana prolongado, estão novamente proibidas as deslocações dos cidadãos para fora dos limites do concelho de residência, salvo exceções previstas na lei.

O fim de semana da Páscoa coincidiu com a pandemia e ficou marcado por medidas apertadas do Governo, de forma a evitar que deslocações dos cidadãos pudessem derrubar o esforço de combate à propagação do coronavírus. O cenário repete-se neste fim de semana prolongado: uma série de coisas estão proibidas e quem não respeitar as regras pode ter de responder judicialmente por crime de desobediência.

A decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa, no passado dia 24 de abril. Entre as 00h00 desta sexta-feira, feriado de 1 de maio, e as 24h00 de domingo, dia 3 de maio, a generalidade dos cidadãos está proibida de abandonar o concelho de residência, exceto nos casos previstos excecionais na lei, como é o caso de profissionais de saúde em exercício de funções, ou outros trabalhadores de áreas consideradas essenciais e que estejam munidos de uma justificação da entidade empregadora.

“O Governo irá decretar para o próximo fim de semana, que é um fim de semana prolongado, que vai de 1 a 3 de maio, a mesma norma que se adotou para o período da Páscoa e, portanto, com a proibição de deslocações interconcelhias de forma a limitar muito a margem de circulação”, disse António Costa no passado dia 24 de abril. “Todos os dias temos de manter o maior grau possível de contenção e isolamento para continuar a manter o sucesso”, justificou.

É, por isso, expectável que as forças de segurança apertem a fiscalização às deslocações dos cidadãos durante este fim de semana, através de operações “stop” e outras ações, à semelhança do que aconteceu na Páscoa. Mesmo sem prejuízo de que esteja previsto que o estado de emergência termine na meia-noite de sábado, 2 de maio, começando a primeira tentativa de reabertura gradual da economia logo na segunda-feira.

A 4 de maio, vão poder reabrir, mediante uso obrigatório de máscara, as lojas com até 200 metros quadrados, os cabeleireiros, esteticistas e barbearias, as livrarias e os stands de automóveis, sendo permitidas também as atividades desportivas individuais sem uso de balneários.

A 18 de maio, a intenção é a de reabrir espaços comerciais com até 400 metros quadrados, cafés, pastelarias e restaurantes, alguns espaços culturais, as creches e a retoma das aulas presenciais nos 11.º e 12.º anos. As grandes superfícies comerciais só poderão abrir a 1 de junho. Estes planos estão, contudo, condicionados à evolução da pandemia em Portugal.

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Prestações da casa ficam mais caras em maio. É a maior subida desde a última crise

Famílias cuja taxa do crédito da casa sejam revista neste mês vão ver a prestação subir entre 0,1% e 2,5%. Nos créditos com Euribor a 3 e 6 meses, será o maior agravamento desde a crise de 2011.

A pandemia traz uma pesada fatura para a vida financeira de muitas famílias confrontadas com a perda do emprego ou de rendimentos. Quem não tiver recorrido às moratórias e revir as condições do crédito à habitação, neste mês de maio, vai sentir uma pressão adicional. A prestação da casa vai sofrer o maior agravamento desde a última crise financeira.

O agravamento da prestação vai de um mínimo de 0,1% até ao máximo de 2,5%. Neste quadro, os contratos com os indexantes mais curtos — Euribor a três e seis meses — são os mais penalizados.

Considerando o cenário de um empréstimo no valor de 100 mil euros, por um prazo de 30 anos, e com um spread de 1%, os créditos associados à Euribor a três meses vão ver a prestação subir 2%. Trata-se do maior aumento desde a revisão feita em agosto de 2011, em pleno pico da crise financeira em Portugal. Serão mais 6,11 euros que elevarão o valor da prestação para os 310,11 euros durante os próximos três meses. Ou seja, a fasquia mais elevada dos últimos quatro anos.

Já os agregados cujos empréstimos da casa estejam associados à Euribor a seis meses, sofrem o acréscimo mais elevado de encargos. Partindo do mesmo cenário, o valor da prestação aumenta 2,5% (+7,62 euros) — o maior incremento desde a revisão de maio de 2011 –, para se fixar nos 312,9 euros. Seria necessário recuar três anos e meio, até outubro de 2016, para que esses agregados pagassem uma prestação mais elevada.

As famílias com contratos indexados à Euribor a 12 meses — que representam uma pequena fatia do total dos empréstimos da casa em Portugal — também veem os encargos mensais subir. Mas o aumento será muito ligeiro face à revisão efetuada há um ano. O acréscimo é de 0,1% (+18 cêntimos), para os 316,7 euros.

Euribor a três meses em máximos de 2016

Fonte: Reuters e Lusa

O aumento dos encargos com o crédito da casa surge no seguimento da subida das Euribor que se intensificou em meados de março, no seguimento do agudizar da crise pandémica.

Situação que coincide com o crescendo das reticências relativamente à capacidade que os bancos, sobretudo daquelas economias que serão mais vulneráveis à recessão que se avizinha — como Itália, Espanha e Portugal — terão em garantir o financiamento às famílias e empresas dos respetivos países sedentas por liquidez.

Caso se vejam confrontados com cortes de rating, vão enfrentar maior resistência no acesso a liquidez junto dos restantes bancos, conduzindo a uma pressão nos custos de financiamento no mercado interbancário. Tal acaba por refletir-se num agravamento dos indexantes dos empréstimos e, em particular, pesar mais no bolso de quem tem crédito à habitação.

Analistas consultados recentemente pelo ECO não mostraram, contudo, especial preocupação no que respeita à evolução dos encargos com o crédito da casa face à recente subida dos indexantes. “Para as famílias, estes movimentos são para já apenas marginais“, afirmava Filipe Garcia, economista da IMF, salientando que “as Euribor continuam em níveis muito baixos”.

Estes têm vindo, contudo, a tornar-se cada vez menos negativos, estando já em níveis máximos da primeira metade do ano de 2016 nos prazos mais curtos. Mas a expectativa do mercado vai no sentido de que se mantenham abaixo de 0% pelo menos até março de 2025, segundo mostram os futuros para a Euribor a três meses.

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