Menos 63% nas ações, mais 96 milhões em dividendos. Novabase celebra 20 anos em bolsa
Ainda no rescaldo da bolha tecnológica, Novabase estreou-se a 4 de julho de 2000 na bolsa portuguesa. Passados 20 anos e a beneficiar do sentimento internacional, a nova geração será o próximo pilar.
A Novabase celebra 20 anos na bolsa de Lisboa. A tecnológica entrou em plena crise das dot-com, ultrapassou a crise financeira e — apesar de as ações valerem atualmente menos 63% do que na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) — tem recebido o impulso do setor internacionalmente.
“No 20.º aniversário da entrada da Novabase em bolsa, recordamos o momento e como este foi importante para apoiar o caminho que a empresa tem feito. O IPO da Novabase aconteceu na fase de esvaziamento da bolha tecnológica que ficou conhecida como dot-com bubble, mas a operação foi um verdadeiro sucesso”, diz João Nuno Bento, CEO da Novabase, citado em comunicado.
Ainda o mundo vivia o rescaldo da bolha tecnológica e via com desconfiança o setor quando, a 4 de julho de 2000, a Novabase se estreou na bolsa portuguesa. Após um IPO em que vendeu ações a 8,50 euros por ação, os primeiros meses foram de fortes ganhos e os títulos chegaram mesmo a tocar o máximo histórico de 13,80 euros no fim de setembro desse ano. Em 2001, a empresa subia ao PSI-20, onde continua após algumas entradas e saídas.
No entanto, a crise financeira afetou o índice acionista e também as ações da Novabase, que caíram a pique até ao mínimo histórico de 1,532 euros em novembro de 2011. Apenas três anos depois voltaria a ganhar, de forma consistente, a confiança dos investidores.
Especialmente desde o início de 2019, a tecnológica acompanhou o sentimento internacional de otimismo face às tecnológicas FAANG (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google). No ano passado, valorizou 35% e, em 2020 — ano em que a pandemia atirou quase todas as cotadas para terreno negativo no acumulado do ano –, ganha 22%. Com as ações a valerem 3,14 euros cada, a capitalização de mercado situa-se em 97,3 milhões de euros.
Ações da Novabase resistem à pandemia
Fonte: Reuters
Nova geração é o pilar do crescimento (e de mais dividendos)
O valor da capitalização bolsista fica pouco acima do total de dividendos que a cotada distribuiu aos acionistas: 96,1 milhões de euros. Nos últimos dez anos, o retorno total anual médio aos acionistas foi, aproximadamente, de 10%. A remuneração acionista valeu-lhe o prémio de equity champion da Euronext Lisbon, que distingue empresas com uma capitalização inferior a 1.000 milhões de euros com maior retorno total.
A pandemia levou a empresa a suspender a remuneração acionista, que era de 26,7 milhões de euros após ter tido lucros recorde de 20,4 milhões de euros. Mas o objetivo é que regresse nos próximos anos. Dependendo da posição de tesouraria e numa lógica de crescimento e risco sustentável, a empresa liderada por João Nuno Bento tem como objetivo distribuir dividendos de 1,50 euros por ação até, pelo menos, 2023.
Esta remuneração tem por base a estratégia de crescimento. A tecnológica operou, nas últimas duas décadas, um plano estratégico de crescimento através de aquisições — só este ano, vendeu a Vinci e Energies e a Collab e comprou a Celfocus — e do alargamento a mercados prioritários. Mais recentemente, focou a atividade nos serviços de tecnologias de informação de nova geração na Europa e Médio Oriente.
A tecnológica apostou em novos campos tecnológicos para crescer nos próximos anos. A Next-Gen, que inclui a Inteligência Artificial, Internet das Coisas e a Cloud, será, segundo o CEO, “o motor de crescimento” da empresa e espera-se que a impulsione para novos mercados e projetos internacionais. Através desta estratégia, o objetivo é duplicar faturação em tecnologias de nova geração até 2023.
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