A partir de agora, faturas dos combustíveis têm de ser detalhadas

Já há muito que estava prevista a mudança, mas só agora todos os consumidores vão passar a receber uma fatura detalhada de cada vez que abastecerem os seus automóveis.

Está com o depósito vazio? Se for atestar o automóvel, prepare-se para a mudança de “cara” da fatura que vai receber na hora de pagar no posto de abastecimento de combustível. Em vez indicar apenas o combustível utilizado, o valor por litro e, eventualmente, os descontos, além do valor total a pagar, os consumidores vão passar a saber em detalhe todos os impostos que estão a pagar. Isto além de ficarem a saber o impacto que os consumos têm no ambiente.

O regulamento da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) entrou em vigor a 21 de maio, apesar da pandemia. Apesar da entrada em vigor, foi facultada aos comercializadores “um prazo máximo de 90 dias” para emitirem a fatura detalhada nos combustíveis. Esse prazo terminou esta terça-feira, sendo que a partir desta quarta-feira, 19 de agosto, este “papel” que todos os condutores recebem passará a informar os clientes da desagregação dos valores faturados.

A ERSE confirmou ao ECO a data-limite para que todas as empresas do setor cumpram esta obrigação. E da parte das petrolíferas, está tudo preparado para arrancar com a emissão das novas faturas. “O Regulamento nº 141/2020 de 20 de fevereiro já vem sendo cumprido pela maioria das associadas da Apetro“, diz fonte oficial da associação das empresas do setor.

Essa desagregação vai permitir aos consumidores ficarem a saber o seguinte, de acordo com a ERSE:

  • A discriminação do combustível, para as gasolinas, gasóleos e GPL Auto”, com a “representação gráfica para informação ao consumidor”. E também a “identificação de compatibilidade de veículos”;
  • “O preço unitário expresso em euros por litro no caso das gasolinas, dos gasóleos e do GPL Auto”;
  • “A quantidade fornecida, expressa em litros no caso das gasolinas, dos gasóleos e do GPL Auto”;
  • “As taxas e os impostos devidos, expressos em euros por litro no caso das gasolinas, dos gasóleos e do GPL Auto”, diz a ERSE. Neste caso, será discriminado o valor do ISP “que inclui, designadamente, o adicional ao ISP, o adicionamento sobre as emissões de CO2 (taxa de carbono) e a contribuição de serviço rodoviário”, mas também o IVA de 23%;
  • “O valor de descontos aplicáveis”, sejam os aplicados pelo comercializador, sejam os obtidos com talões ou cartões, nomeadamente os das grandes superfícies comerciais;
  • “A quantidade e o sobrecusto da incorporação de biocombustíveis, expressos em percentagem e em euros por litro, respetivamente”.

Ao mesmo tempo, a fatura dos combustíveis vai passar a ter de apresentar obrigatoriamente outras informações, nomeadamente a origem da energia que está a ser consumida, bem como o seu impacto no ambiente.

Assim, de acordo com a ERSE, os comercializadores terão de entregar aos consumidores uma fatura que terá a seguinte informação:

  • “A contribuição de cada fonte de energia primária utilizada a que corresponde o valor da fatura”, tal como acontece nas faturas, por exemplo, da eletricidade e gás;
  • “As emissões de CO2 e outros gases com efeito de estufa, expressos em euros por litro no caso das gasolinas, dos gasóleos e do GPL Auto”. Ou seja, será medido o custo implícito das emissões poluentes provocadas pela utilização dos combustíveis.

Quem paga os custos da nova fatura?

A fatura detalhada nos combustíveis, que já há alguns anos era prometida, vai chegar ao bolso dos consumidores, mas sem grande convicção por parte de algumas das empresas do setor. Pedro Oliveira, presidente da BP Portugal, foi o mais audível nas críticas a esta fatura, comparando-a mesmo com uma bíblia que não terá grande interesse.

"Claro que as alterações introduzidas para adaptação dos sistemas informáticos de faturação originaram custos para os operadores.”

Apetro

O responsável chegou mesmo a alertar, numa entrevista à Lusa, para a possibilidade de os consumidores virem a ser chamados para suportarem os custos associados à emissão de uma fatura tão extensa. “No final, em mercados concorrenciais, como o mercado dos combustíveis, vai-se traduzir muito provavelmente num sobrecusto para o cliente final“, atirou, numa conversa no início do ano passado.

“Claro que as alterações introduzidas para adaptação dos sistemas informáticos de faturação originaram custos para os operadores”, admite a Apetro. Contudo, não se compromete com os custos extra ou não para os consumidores. “Desconhecemos qual a política comercial que cada um vai seguir”, refere a associação liderada por António Comprido.

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Sindicatos contra rescisões por mútuo acordo em lay-off. Patrões do comércio não veem problema

Os sindicatos não compreendem como é que as empresas que beneficiaram do lay-off podem agora rescindir por mútuo acordo. Já o representante dos patrões do comércio e serviços não vê inconvenientes.

A União Geral de Trabalhadores (UGT) e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) – Intersindical Nacional estão contra a possibilidade de as empresas abrangidas por apoios como o lay-off conseguirem avançar com rescisões por mútuo acordo. Já a CCP, que representa as empresas do setor do comércio e serviços, não vê inconvenientes ou problemas nesta interpretação da lei.

A UGT foi a primeira a reagir e não se inibiu nas palavras: “Esta é uma possibilidade que a UGT considera inaceitável, irresponsável e que, na prática, coloca em causa o emprego de muitos milhares de trabalhadores“, lia-se no comunicado divulgado esta terça-feira ao início da tarde, onde revela que transmitiu esta posição ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social e ao primeiro-ministro, em reação à notícia do Jornal de Negócios.

A central sindical argumentou que esta hipótese, a concretizar-se, “contribuiria para contrariar os objetivos que o Governo sempre afirmou presidirem ao lay-off simplificado” e anunciou que vai dar parecer negativo — o qual é pedido pelo Executivo à concertação social, mas não é vinculativo — às empresas que peçam para exceder as quotas que têm nas rescisões por mútuo acordo.

"Esta é uma possibilidade que a UGT considera inaceitável, irresponsável e que, na prática, coloca em causa o emprego de muitos milhares de trabalhadores.”

UGT

Em causa estão os limites por empresa dos trabalhadores que ficam abrangidos pelo subsídio de desemprego após rescisões por mútuo acordo: regra geral, até 250 trabalhadores, ficam abrangidos 25% destes a cada três anos; com mais de 250 trabalhadores, ficam abrangidos 20% destes a cada três anos. Tanto a UGT como a CGTP garantem, desde já, que o parecer será desfavorável.

“Não podemos estar de acordo”, diz a CGTP

A CGTP vai na mesma linha da UGT, afirmando que estas rescisões acabam por ser “efetivamente despedimentos” — a UGT apelidava-os de “despedimentos encapotados”. Em declarações ao ECO, Andrea Araújo, responsável pelo departamento de emprego da CGTP, diz não compreender como é dada esta permissão se se proibiu os despedimentos. É como aquele sketch dos Gato Fedorento em que se diz “não se pode fazer, mas faz-se”, compara a dirigente sindical.

Não podemos estar de acordo com isto“, assinala Andrea Araújo. Para a CGTP a situação é ainda mais grave por considerar que a maioria dos trabalhadores que aceita sair em acordo com a empresa são “quase obrigados” a fazê-lo. “O trabalhador está sempre numa situação frágil”, diz, referindo que há “pressão” e os “trabalhadores são voluntários à força” pelas condições que se criam.

"Não podemos estar de acordo com isto. O trabalhador está sempre numa situação frágil.”

CGTP

Do lado dos patrões, para já, não são vistos problemas. O ECO contactou a Confederação Empresarial de Portugal – CIP, a Confederação do Turismo de Portugal – CTP e a CCP, mas só obteve resposta desta última. João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), não vê “qualquer inconveniente” nem “problema” no uso desta possibilidade por parte das empresas. “Na prática, isto vai ao encontro de uma preocupação nossa“, admite, argumentando que a retoma económica está a ser mais lenta do que o previsto, o que levará a maiores problemas nas empresas.

A CCP recorda que defendeu o prolongamento do lay-off simplificado até ao final de setembro e que o novo mecanismo de apoio à retoma progressiva irá abranger poucas empresas pelo que “haverá empresas que serão inviáveis tal como estão e que vão ter de reduzir o pessoal”. “Nenhuma empresa tem prazer em despedir“, assegura ao ECO, argumentando que ao despedir as empresas garantem a viabilização do negócio e, por isso, “salvam muitos postos de trabalho”.

"Esta é uma possibilidade que a UGT considera inaceitável, irresponsável e que, na prática, coloca em causa o emprego de muitos milhares de trabalhadores.”

UGT

Apesar de reconhecer esta hipótese caso as empresas tenham de despedir, João Vieira Lopes esclarece que, até ao momento, nenhuma empresa colocou esta questão sobre a possibilidade de rescindir por mútuo acordo trabalhadores que estiveram em lay-off. “Não temos a ideia que isso esteja a ser uma prática que abranja um grande número de pessoas“, refere. Quanto ao parecer que possa ter de vir a dar sobre o aumento das quotas, o líder da CCP diz que terá de avaliar caso a caso.

Da mesma forma, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) — que não está presente nas reuniões de concertação social, mas representa um dos setores que mais recorreu ao lay-off — não vê problemas. Pelo contrário, pede que o recurso a rescisões por mútuo acordo não vedem o acesso das empresas de hotelaria e restauração a apoios.

A AHRESP defende que as rescisões de contrato de trabalho por mútuo acordo não devem afetar o recurso aos benefícios financeiros do incentivo extraordinário à normalização da atividade empresarial ou do apoio extraordinário à retoma progressiva. Assim como devem permitir o acesso ao subsídio de desemprego”, afirmou em comunicado. “Apesar de informações veiculadas pela comunicação social, aguardamos, como sempre, pela confirmação verbal ou escrita por parte do Ministério de Trabalho, Solidariedade e Segurança Social”, acrescentou.

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Indemnização de 20 milhões pedida pela SIC “não tem fundamento”. Cristina Ferreira não vai pagar

  • ECO
  • 19 Agosto 2020

Pedido de indemnização da SIC seguiu para a nova diretora da TVI. Cristina Ferreira diz que 20 milhões "não tem qualquer fundamento ou base contratual". Não vai pagar.

20.202.501,21 euros. É este o valor que a SIC pede a Cristina Ferreira pelo incumprimento do contrato que estava em vigor até dezembro de 2022 de forma unilateral, de acordo com o Correio da Manhã (acesso pago). A apresentadora confirma a receção do pedido de indemnização, mas diz que não vai pagar. Valor exigido “não tem fundamento”.

O valor pedido pela SIC foi apurado tendo em conta o incumprimento do contrato de forma “unilateral” a 17 de julho, que a estação de Paço de Arços considerou “abrupta e surpreendente”, mas também o prejuízo calculado por perda de receitas em IVR (concursos com chamadas de valor acrescentado), publicidade, patrocínios e ações comerciais.

Cristina Ferreira reagiu em comunicado, confirmando o pedido da SIC, mas rejeitando pagar o valor exigido. “Confirmo que a SIC me interpelou ao pagamento de uma indemnização por lucros cessantes no valor de cerca de 20 milhões de euros”, diz a apresentadora.

“Sobre esta matéria gostaria apenas de esclarecer que a referida quantia não tem qualquer fundamento ou base contratual, pelo que refuto em absoluto a pretensão daquela entidade, estando disposta a assegurar e defender os meus interesses até às últimas instâncias”, salienta no mesmo comunicado.

"Confirmo que a SIC me interpelou ao pagamento de uma indemnização por lucros cessantes no valor de cerca de 20 milhões de euros.”

Cristina Ferreira

Caso Cristina Ferreira não pague, a SIC deverá avançar para tribunal. E a apresentadora também promete fazer o mesmo, uma vez que não irá pagar esse montante pelo fim antecipado do contrato.

A apresentadora que agora volta à TVI deixa uma última nota no mesmo comunicado, que suporta a sua oposição ao pedido de indemnização da estação de Paço de Arços. “Não posso deixar de registar a minha surpresa pela posição agora assumida por uma estação que tem assente a sua comunicação numa estratégia de funcionamento em equipa e liderança de audiências, nunca assente numa só pessoa“, remata.

(Notícia atualizada às 15h00 com mais informação)

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Joe Biden nomeado oficialmente candidato contra Trump

  • Lusa
  • 19 Agosto 2020

Maioria dos delegados escolheu o antigo vice-presidente para enfrentar o Presidente republicano. Biden conseguiu o apoio de 3.558.

Os Democratas confirmaram a nomeação do ex-vice-presidente Joe Biden como candidato contra Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 3 de novembro, durante a convenção nacional do partido.

Sem surpresa, a maioria dos delegados escolheu o antigo vice-presidente para enfrentar o Presidente republicano, durante o segundo dia da convenção do partido, realizada de forma inteiramente virtual, por causa da pandemia da Covid-19.

Biden conseguiu o apoio de 3.558 delegados, em comparação com 1.151 para o senador mais à esquerda Bernie Sanders.

“Obrigado do fundo do meu coração”, disse Joe Biden, numa mensagem de vídeo ao vivo.

O antigo Presidente Bill Clinton e o antigo secretário de Estado John Kerry, candidato à presidência em 2004, foram as estrelas desta segunda noite, marcada igualmente pela presença do antigo Presidente Jimmy Carter, com 95 anos.

Bill Clinton criticou o Presidente republicano, apontando o seu fracasso nas políticas económicas.

“Donald Trump diz que estamos a liderar o mundo. Bem, somos a única grande economia industrial a ter triplicado a taxa de desemprego“, ironizou Clinton.

“Numa altura como esta, a Sala Oval devia ser um centro de comando. Em vez disso, é um centro de tempestade. Só há caos”, acusou.

A 77 dias das eleições, Joe Biden não tem, no entanto, a história do seu lado.

Nas últimas quatro décadas, só um Presidente em funções foi derrotado: George H. W. Bush, em 1992, por Bill Clinton.

Biden enfrenta desafios sem precedentes para transmitir a sua mensagem, durante uma convenção totalmente virtual, devido à Covid-19.

Não há público ao vivo para nenhum dos oradores, que na maioria discursaram em vídeos pré-gravados.

A convenção democrata, em modo virtual, decorre na cidade de Milwaukee, no estado do Wisconsin, até quinta-feira, quando Joe Biden deverá fazer o discurso de aceitação da candidatura democrata.

A seu lado estará a senadora da Califórnia Kamala Harris, terceira mulher a ser designada como candidata a vice-Presidente nos Estados Unidos, depois da democrata Geraldine Ferraro em 1984 e da republicana Sarah Palin em 2008, que não foram eleitas.

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Programa para facilitar negócios da diáspora já está em vigor

  • Lusa
  • 19 Agosto 2020

PNAID "será um facilitador dos negócios e da economia para os emigrantes portugueses e lusodescendentes que queiram investir ou alargar a sua atividade económica em Portugal".

O Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), que visa facilitar a atividade económica a emigrantes que pretendam investir em Portugal e a empresários que se queiram internacionalizar, foi publicado em Diário da República.

O serviço “Empresa Online”, através dos Espaços Cidadão existentes na rede consular, passa a estar disponível para portugueses e lusodescendentes que tencionem criar uma empresa em Portugal.

“O objetivo é facilitar a criação (ou alteração) de uma empresa e realização dos respetivos registos no canal online ePortugal.gov.pt, sem prejuízo, naturalmente, dos necessários procedimentos subsequentes com vista à ativação e funcionamento das empresas criadas por esta via”, explica o Ministério da Justiça numa nota enviada às redações.

O alargamento a emigrantes e lusodescendentes do “Julgado de Paz Online”, com a criação de uma plataforma eletrónica de suporte, é outra das novidades contempladas na resolução do Conselho de Ministros n.º 64/2020.

De acordo com a tutela, “facilita-se assim o acesso à justiça e aos tribunais, tornando este serviço acessível aos portugueses e lusodescendentes residentes no exterior e que careçam desta forma de apoio”.

O PNAID prevê também o mecanismo de “Mediação Familiar Transfronteiriça”, que permitirá gerir conflitos, utilizando a nova plataforma de tramitação de processos nos meios de resolução alternativos de litígios.

Segundo a nota do Ministério da Justiça, a medida permitirá “gerir a resolução de situações ou conflitos resultantes da diáspora dos portugueses no mundo, como a separação de muitas famílias, a necessidade de regular responsabilidades parentais em situações de famílias separadas e residentes em diferentes países, ou a salvaguarda do superior interesse das crianças”.

O PNAID “será um facilitador dos negócios e da economia para os emigrantes portugueses e lusodescendentes que queiram investir ou alargar a sua atividade económica em Portugal”

“Destina-se também a empresários nacionais que pretendam internacionalizar os seus negócios através da diáspora”, acrescenta a tutela.

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Segurança Social recusa pagamentos da TSU em prestações. Serviços pedem ao ministério que mude as regras

As empresas que retificaram as remunerações declaradas não estão a ter acesso à ajuda que prevê pagar a TSU em prestações. Se ministério não ceder, estas empresas terão problemas de tesouraria.

As empresas que tenham corrigido as remunerações declaradas nos últimos meses não estão a conseguir aceder aos planos prestacionais previstos para o pagamento das contribuições deferidas entre março e maio. Segundo apurou o ECO, os serviços da Segurança Social já pediram ao Ministério de Ana Mendes Godinho para alterar as regras de modo a que esses acertos não sejam considerados incumprimentos, mas até agora não houve resposta.

Em resposta ao impacto da pandemia de coronavírus nas contas das empresas, o Governo flexibilizou o pagamento das contribuições sociais, em meados de março. Foi assim permitida a redução a um terço das contribuições devidas a 20 de março, 20 de abril e 20 de maio ou, no caso dos trabalhadores independentes e das empresas que já tinham feito os descontos de março, devidas a 20 de abril, 20 de maio e 20 de junho.

Ficou acordado, em contrapartida, que o valor remanescente — os dois terços em falta em cada um desses meses — seria pago no segundo semestre do ano, por via de uma das três seguintes opções: liquidação do valor total; pagamento da dívida ao longo de três meses (entre julho e setembro); ou pagamento do valor em dívida ao longo de seis meses (entre julho e dezembro).

Inicialmente, estava previsto que as empresas teriam de comunicar à Segurança Social a sua decisão ao longo do mês de julho, mas o Governo acabou por alargar esse prazo para 31 de agosto. Os empregadores têm agora, portanto, menos de duas semanas para indicar que caminho preferem seguir.

Algumas empresas estão, contudo, a ver-se obrigadas a liquidar o valor total das contribuições em falta de uma só vez, já que que retificaram as remunerações declaradas nos últimos meses, o que está a ser considerado um incumprimento e consequentemente um travão aos planos prestacionais.

Segundo explicou ao ECO a Segurança Social, através da linha de apoio, quando há lugar a declarações de remuneração retificativas, entende-se que o valor mínimo das contribuições que as empresas tinham obrigação de pagar (um terço) foi mal calculado, havendo portanto um incumprimento.

No decreto-lei que fixou as regras da flexibilização das contribuições sociais, está claro que as empresas têm de pagar um terço do valor das contribuições devidas em cada mês para ter acesso a estas condições especiais. Ora, no caso de as empresas retificarem as remunerações declaradas, esse montante muda, considerando a Segurança Social que efetivamente o empregador não pagou um terço dos descontos devidos.

Não faz sentido nenhum“, defende a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), em declarações ao ECO. Paula Franco sublinha que, uma vez que houve retificação da declaração e do valor (mesmo que posteriormente), não deve ser considerado que está em causa um incumprimento.

A OCC avança, por outro lado, que o referido alargamento do prazo foi motivado “precisamente pela grande quantidade de planos prestacionais que não se conseguia tratar”. Muitas destas situações, diz Paula Franco, já foram entretanto resolvidas, esperando a bastonária que as demais encontrem solução até ao fim deste mês. “Tem havido muitos problemas. Estamos quase a chegar ao final de agosto, esperemos que se resolva”, acrescenta a mesma responsável.

Segundo apurou o ECO, os serviços da Segurança Social apresentaram “superiormente um pedido” — isto é, ao Ministério do Trabalho — para que as empresas que fizeram estes acertos não sejam consideradas incumpridoras, mas ainda não houve resposta. A bastonária da OCC frisa também que a maior parte dos problemas tem sido resolvida pelo Ministério do Trabalho. “Os serviços da Segurança Social não resolvem absolutamente nada”, remata Paula Franco. O ECO questionou o gabinete de Ana Mendes Godinho sobre esta matéria, mas não obteve resposta.

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Belga Ageas cresce 31% em lucros até junho, beneficiando de extraordinários

  • ECO Seguros
  • 18 Agosto 2020

O grupo aponta o segundo trimestre como determinante para o resultado apresentado e realça os efeitos contrastantes da pandemia no comportamento dos negócios Vida e não-Vida.

A belgo-holandesa Ageas, cuja subsidiária em Portugal detém o 2º lugar entre as maiores (cerca de 17% quota em 2019, por volume total de prémios), apurou 791 milhões de euros de resultado líquido no primeiro semestre, em acréscimo de 31% relativamente ao alcançado um ano antes. O incremento de lucros beneficia dos ganhos extraordinários (332 milhões de euros de mais-valias) geradas com transações no quadro do seu programa de emissão de dívida híbrida de longo prazo, subordinada e convertível em capital de companhia (FRESHFloating Rate Equity-linked Subordinated Hybrid), detalha a instituição em comunicado.

Decompondo os resultados, 181 milhões de euros (+56% em variação face ao homólogo do ano anterior) constituem resultado líquido nos seguros não Vida, com progressão suportada por menor frequência de sinistros, devido ao confinamento imposto pela pandemia. Nos seguros do ramo vida, o resultado consolidado pela Ageas SA/NV encolheu 36%, para 310 milhões, afetado negativamente pelo efeito da pandemia sobre a atividade de investimento.

Saudando particularmente os bons resultados de abril a junho (339 milhões), que a empresa atribui ao “excelente desempenho” da área não Vida, Bart De Smet, CEO da companhia, antecipa: “Salvo impacto importante dos mercados financeiros nos próximos meses, estamos convencidos que poderemos chegar a um resultado próximo das nossas previsões iniciais, sem levar em conta o efeito pontual positivo do programa FRESH.”

Em termos de receitas, as entradas do negócio Vida recuaram 6% para 16,5 mil milhões de euros, refletindo atividade reduzida da atividade bancassurance na Bélgica e na Europa continental, enquanto não-Vida cresceu 3%, até 3,5 mil milhões.

O grupo terminou o semestre com rácio combinado a melhorar para 91,7%, um desempenho que reflete a desaceleração na “frequência de sinistros em consequência da Covid-19”. Na análise ao balanço, a Ageas SA/NV indica um rácio Solvência II nos 192% (ajustado do impacto das recompras no âmbito do FRESH).

Um ano antes, o rácio combinado era 95,7% e o de solvabilidade estava nos 201%. Por outro lado, além de crescer no resultado líquido, o balanço intercalar de janeiro a junho de 2019 (com 606 milhões de euros de lucro) também incluiu elementos não recorrentes, na altura relacionados com operação no Reino Unido e efeitos fiscais na Ásia.

O grupo Ageas Portugal (Ocidental Vida e Ocidental; Ageas Vida e não Vida e Médis) é o segundo maior no mercado português, atrás da Fidelidade, segundo números da APS relativos a 2019. Nesse ano, a empresa registou uma quebra total de 2%, para 2143 milhões de euros em volume de prémios, mas aumentou quota de mercado 0,6 pp, para 16,9%.

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S&P 500 deixa a pandemia para trás e fecha em novo recorde

Desde que atingiu o mínimo no dia 23 de março, o influente índice mundial já acumula uma valorização de 55%. Wall Street já deixou a pandemia para trás.

O índice S&P 500 fechou a sessão desta terça-feira em novo máximo histórico, superando o anterior recorde registado antes da crise do coronavírus.

O dia foi positivo para as bolsas norte-americanas. No caso do S&P 500, encerrou em alta de 0,23% para 3.389,77 pontos, já acima dos 3.386,15 pontos com que fechou na sessão do dia 19 de fevereiro, ou seja, antes do forte impacto nos mercados provocado pelo surto de Covid-19 em todo o mundo. Desde que atingiu o mínimo no dia 23 de março, o influente índice mundial já acumula uma valorização de 55%.

Face ao impacto severo da pandemia, o Governo e a Reserva Federal norte-americana lançaram várias medidas de estímulo à economia, e a disponibilidade de liquidez em Wall Street empurrou os investidores para o mercado acionista.

“Esta subida levanta a questão de saber se o S&P 500 vai continuar a bater recordes com apoio de vários setores e não apenas do setor da tecnologia espacial”, referiu Keith Buchanan, da Globalt Investments, citado pela Reuters. “Há participação suficiente de outros setores além da tecnologia que possam alimentar novos máximos?”, questionou.

Os outros dois índices de referência em Wall Street também terminaram a sessão em terreno positivo. O tecnológico Nasdaq avançou 0,73% para 11.210,84 pontos. Já o industrial Dow Jones marcou passo e perdeu 0,24%.

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Caixa, BCP, Novo Banco e Montepio desconhecem ilegalidades denunciadas pelos contabilistas

CGD e Novo Banco desconhecem casos de pressão sobre os contabilistas para que se prestem declarações falsas de modo às empresas acederem à linha Covid-19. BCP diz que seria "inaceitável" tal situação.

A denúncia partiu da bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC): há bancos que estão a pressionar os contabilistas no sentido de apresentarem declarações falsas para as empresas terem acesso às linhas de crédito Covid-19, de forma indevida. Do lado das instituições financeiras, porém, não há conhecimento de qualquer prática nesse sentido, segundo adiantaram as próprias ao ECO.

Após a denúncia de Paula Franco, a associação que representa os bancos garantiu que o setor cumpre a lei e afirmou que se houver quaisquer atos isolados de colaboradores bancários, estes devem ser alvo de “análise”, caso se afastem das normas de conduta. A posição da Associação Portuguesa de Bancos não caiu bem junto dos trabalhadores, com o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários a lamentar as declarações que “colocam em causa o profissionalismo dos bancários”.

Neste quadro, o ECO questionou os principais bancos portugueses sobre se detetaram alguma situação como aquela que foi reportada pela OCC, que se prepara agora para enviar as denúncias e as provas para o Ministério Público averiguar. Foram contactados seis bancos: Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Novo Banco, Santander Totta, BPI e Banco Montepio. Apenas Santander Totta e BPI não responderam até ao momento.

“Na Caixa não temos conhecimento deste tipo de comportamentos”, referiu o banco público. O Novo Banco também disse de forma sucinta que “desconhece este assunto em absoluto”.

"Na Caixa não temos conhecimento deste tipo de comportamentos.”

CGD

Já o BCP, que tem sido o banco mais ativo nas linhas de crédito (com uma quota de 38%), adiantou que “em nenhuma circunstância recomenda aos clientes atuações que não estejam em conformidade com a lei ou que a visem contornar”. O banco liderado por Miguel Maya acrescentou que “as atuações como a referida pela senhora bastonária da OCC seriam inaceitáveis e prejudicariam os clientes e o banco”.

Em relação ao Montepio, o banco não detetou “até ao momento qualquer situação”. A instituição diz que “no momento em que se verificarem quaisquer indícios, agirá em conformidade” e explica ainda que “tem mecanismos de controlo interno que visam prevenir e atuar sobre eventuais falhas que surjam na organização, numa perspetiva de controlo e melhoria de qualidade”. “Paralelamente, efetua auditorias internas de modo regular e presta formação inicial e continua a todos os seus colaboradores, cujo objetivo, entre outros, é garantir a boa perceção das normas legais e de conduta”, reforça o banco liderado por Pedro Leitão.

De acordo com Paula Franco, citada pelo Jornal de Negócios, OCC já recebeu mais de 90 queixas por parte de contabilistas que estarão a ser pressionados pelos gestores de conta dos bancos a prestarem falsas declarações sobre quebras de faturação superiores a 40% por parte dos clientes (por forma a cumprir as condições de acesso), quando esta queda não se verifica.

A bastonária utilizou mesmo o termo “jeitinho” que os bancos têm pedido aos contabilistas para que se facilite o acesso das empresas à linha de crédito de mil milhões de euros para micro e pequenas empresas e goza de garantias públicas, representando um menor risco para os bancos em caso de incumprimento.

"As atuações como a referida pela senhora bastonária da OCC seriam inaceitáveis e prejudicariam os clientes e o banco.”

BCP

Esta terça-feira, Paula Franco revelou ao Observador que a Ordem está a reunir as denúncias e provas, incluindo e-mails trocados entre funcionários dos bancos e empresas, bem como de empresários para contabilistas, para enviar para o Ministério Público. Sublinhou que estas situações envolvem “os principais bancos portugueses”, mas não especificou quais.

“Esta não é a forma correta de ajudar”, afirmou a bastonária, adiantando que se está a proceder à identificação dos balcões e dos responsáveis bancários que “aliciaram os empresários”, assim como os próprios empresários que foram pressionados.

(Atualizada às 21h35 com resposta do Banco Montepio)

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Boeing prevê fazer cortes adicionais de pessoal devido à quebra da procura

  • Lusa
  • 18 Agosto 2020

A fabricante norte-americana vai cortar ainda mais pessoal devido à quebra de procura de aviões. Mais de 6.000 trabalhadores deixaram já a empresa.

A fabricante aeronáutica norte-americana Boeing prevê fazer cortes adicionais de pessoal aos anunciados no mês passado em resposta à quebra de procura de aviões, provocada pela pandemia de coronavírus, divulgou esta terça-feira a Efe-DowJones.

Num memorando interno na noite de segunda-feira, o presidente da Boeing, David Calhoun, citado pela CNBC, apontou que o plano é “ampliar as reduções totais de pessoal acima do objetivo inicial de 10%” fixado em abril e “permitir a mais trabalhadores que queiram deixar a empresa a fazê-lo voluntariamente”.

No primeiro semestre deste ano, a Boeing quadruplicou os prejuízos ao somar o impacto da pandemia à crise dos 737 MAX, que se arrastava desde o ano passado, o que levou os diretores da empresa a moderarem o ritmo de produção e a aumentar o nível de corte de 10% sobre a equipa de 160.000 funcionários, até 19.000.

A fabricante aeronáutica não especificou quantos trabalhadores serão afetados com esta nova vaga de rescisões voluntárias, sendo esperado que avance mais detalhes em 24 de agosto. A Boeing está a tentar adaptar-se a “um mercado mais pequeno” e avança com um processo de reestruturação interna para fazer frente ao impacto do novo coronavírus no setor, muito dependente da mobilidade internacional e do turismo, assim como medidas para manter a liquidez.

“Acreditamos que o setor irá recuperar, mas atualmente estimamos que tal levará três anos para que as viagens voltem a estar nos níveis de 2019, e o setor levará uns anos mais para voltar às tendências de crescimento a longo prazo”, afirmou Calhoun, nos resultados de julho. Mais de 6.000 trabalhadores deixaram já a empresa, principalmente no seu negócio de aviões comerciais em Seattle e nas divisões que prestam serviços às companhias aéreas, como fornecimento de componentes e manutenção.

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Polónia inicia produção de medicamento experimental com plasma sanguíneo

  • Lusa
  • 18 Agosto 2020

O fármaco começará a ser testado no fim de outubro em vários hospitais e os ensaios clínicos durarão cerca quatro meses antes de o medicamento ser aprovado para uso hospitalar.

A empresa biotecnológica polaca Biomed anunciou esta terça-feira o lançamento da primeira fase de produção de um medicamento experimental contra o coronavírus à base de plasma sanguíneo de mineiros que recuperaram da doença respiratória.

O fármaco começará a ser testado no fim de outubro em vários hospitais, estimou em conferência de imprensa um dos administradores da empresa, Piotr Fic, citado pela agência noticiosa AFP. Os ensaios clínicos durarão cerca quatro meses antes de o medicamento ser aprovado para uso hospitalar.

O processo de homologação típico de um medicamento foi encurtado na Polónia de sete para cinco meses por causa da pandemia. Numa primeira fase, a empresa Biomed terá capacidade para fabricar cerca de 3.000 doses do medicamento experimental injetável, que poderá ser administrado a qualquer doente, seja qual for o seu grupo sanguíneo.

O lançamento da produção do novo fármaco foi possível graças à colheita de 150 a 200 litros de plasma sanguíneo, em particular de mineiros da região da Silésia, fortemente atingida pela pandemia. No limite, a companhia biotecnológica polaca, especialista em medicamentos à base de plasma sanguíneo, terá capacidade para fabricar entre 30.000 a 40.000 doses do fármaco se tiver as quantidades de plasma necessárias.

O tratamento experimental do coronavírus com plasma de doentes recuperados — que contém anticorpos neutralizadores do coronavírus que causa a doença — tem sido aplicado em situações muito específicas e graves, mas, de acordo com especialistas, não é isento de riscos como a intolerância.

Em maio, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação anunciou o arranque da recolha de plasma sanguíneo de doentes recuperados para ensaios clínicos.

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Dinheiro de Bruxelas para o lay-off dá poupança marginal a Portugal

Baixas taxas de financiamento de Portugal nos mercados internacionais levam a que a poupança gerada pelo recurso a fundos comunitários seja reduzida.

Portugal prepara-se para pagar as medidas públicas de apoio ao emprego com recurso a fundos comunitários. A estratégia, que é uma alternativa ao financiamento em mercado, pretende gerar poupanças na gestão da dívida pública, mas o ambiente de baixas taxas de juro faz com que a poupança seja marginal.

O ministério das Finanças de João Leão já formalizou o pedido de 5,9 mil milhões de euros da linha SURE à União Europeia, segundo confirmou o gabinete do ministro ao Expresso (acesso pago). A verba (que ainda não está garantida na totalidade) será distribuída por três anos e servirá para financiar o lay-off e outras medidas direcionadas para o emprego do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES).

Questionado pelo semanário sobre a poupança, o Governo explicou a fórmula, dizendo que a poupança “advém do diferencial entre taxa de juro paga por Portugal no mercado e a taxa de juro do empréstimo europeu para a mesma maturidade”.

A União Europeia tem um rating mais favorável do que Portugal, em AAA pelas principais agências de notação financeira. Apesar de não haver nenhuma operação de financiamento diretamente comparável, a expectativa é que a instituição europeia se financie com juros próximos de 0% e que replique estes baixos custos nos empréstimos que faça aos países.

No entanto, a diferença não é grande já que o programa de emergência do Banco Central Europeu e o fundo de recuperação da UE têm permitido a Portugal manter os baixos custos de financiamento. Considerando a atual yield benchmark, a das obrigações a dez anos, Portugal paga cerca de 0,37%. Feitas as contas para um empréstimo de 5,9 mil milhões de euros, o país pagaria 21,83 milhões de euros por ano em juros. Já tendo em conta o custo médio da nova dívida emitida pelo Estado desde o início do ano — 0,5% –, o custo subiria para 29,5 milhões de euros por ano.

Como termo de comparação, durante a crise da dívida soberana, os investidores chegaram a pedir um juro de 16,4% para deter dívida portuguesa a dez anos.

Assim, a poupança conseguida agora pelo recurso a dinheiro emitido pela UE será marginal. Mas, em simultâneo, permite ao país garantir financiamento com menor risco de volatilidade nos mercados, especialmente associado à solução que seria não haver uma resposta conjunta. Segundo disse António Costa após o Conselho Europeu em que foi decidida a emissão, a opção conseguida transmite um “sinal importante de confiança para o esforço de recuperação económica e social que a Europa e Portugal têm de apreender”.

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