Câmara dos Representantes aprova aumento de ‘cheques’ para a população de 2.000 dólares

  • Lusa
  • 29 Dezembro 2020

O documento foi aprovado com 275 votos favoráveis de 134 contra, com dezenas de republicanos a votarem favoravelmente ao lado dos democratas.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou esta segunda-feira o aumento dos ‘cheques’ para a população, incluídos no pacote de estímulo económico decorrente da pandemia, de 600 dólares para 2.000 dólares, em consonância com as intenções de Trump.

A câmara ‘baixa’ do Congresso dos Estados Unidos da América (EUA) deu ‘luz verde’ à intenção do Presidente cessante, o republicano Donald Trump, de aumentar o valor que as famílias vão receber de auxílio económico na sequência da crise provada pela pandemia e que fez o desemprego subir em flecha.

O pacote que visa revitalizar a economia norte-americana prevê 600 dólares (cerca de 491 euros) para cada norte-americano com rendimentos até 75.000 euros. O valor poderá agora aumentar para 2.000 dólares (cerca de 1.637 euros).

O documento foi aprovado com 275 votos favoráveis de 134 contra, com dezenas de republicanos a votarem favoravelmente ao lado dos democratas. Contudo, enquanto a aprovação já era expectável na Câmara dos Representes, no Senado, cuja maioria é republicana, a aprovação é dúbia. Há vários republicanos que se opõem a esta imposição de Trump, ele próprio republicano, razão pela qual a rejeição da proposta também está em cima da mesa.

“Os republicanos têm duas escolhas: votam a favor desta legislação ou votam para negar ao povo norte-americano” a assistência financeira que precisam, declarou a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. Já o líder da maioria republicana no Senador, Mitch McConnell, recusou comentar sobre a eventual posição do partido em relação a este diploma.

Depois da aprovação na câmara ‘baixa’ do Congresso, os senadores vão tentar levar o documento a apreciação e votação na terça-feira.

O assunto passa agora para ‘as mãos’ do Senado e enquanto não houver uma decisão, milhões de norte-americanos ficam impedidos de receber esta ajuda, na altura em que o SARS-CoV-2 já infetou mais de 19 milhões de pessoas e matou mais de 333 mil.

O diploma, referente a este pacote de estímulo económico, foi assinado no domingo pelo Presidente e está dividido em duas partes: 900 mil milhões de dólares (mais de 737 mil milhões de euros) em auxílio financeiro decorrente da pandemia e 1,4 biliões de dólares (1,1 biliões de euros) para financiar as agências governamentais.

Este pacote deverá providenciar ajuda a várias empresas e famílias e poderá evitar o ‘shutdown’ do Governo federal que afundaria ainda mais o país se ocorresse enquanto decorre a uma crise de saúde pública no país mais afetado pela Covid-19.

Além dos 600 dólares (pouco mais de 490 euros) que serão diretamente entregues à maioria dos norte-americanos, a ‘porção Covid-19’ deste diploma reaviva um auxílio extra de 300 dólares (cerca de 245 euros) semanais a desempregados, assim como o popular Programa de Proteção de Salários que permite a várias empresas manterem os funcionários e os salários que pagavam aos trabalhadores. Este programa também estende a proteção de pessoas que arrendaram casa e adiciona uma nova fundo para ajudar ao arrendamento.

Esta ‘porção Covid-19’ também contempla milhares de milhões de dólares para a aquisição e distribuição de vacinas, o rastreamento de contactos com infetados, departamentos de saúde pública, escolas, universidades, agricultores, programas alimentares e outras instituições que estão a ser fortemente afetadas pela pandemia.

Norte-americanos cujos rendimentos sejam até 75.000 dólares (mais de 61.000 euros) estão qualificados para a receção dos 600 dólares ‘em cheque’. Este valor será ‘diluído’ em cidadãos com maiores rendimentos e há um acrescento de 600 dólares por cada dependente.

A outra porção do pacote de estímulo económico garante o funcionamento e a cobertura das despesas das agências federais sem quaisquer alterações dramáticas até 30 de setembro de 2021.

O veto que Trump fez ao pacote, reclamando os 2.000 dólares ‘em cheques’, é talvez uma das últimas ações do Presidente cessante, enquanto mantém as acusações infundadas, nomeadamente através da rede social Twitter, de fraude eleitoral.

A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, apelou a Donald Trump para pressionar os aliados do Senado a aprovarem o diploma. “O Presidente tem de dizer imediatamente aos congressistas republicanos para acabarem com esta obstrução e se juntarem aos democratas em apoio nesta legislação que aumenta diretamente o pagamento em cheques para 2.000 dólares”, disse Pelosi no Twitter.

Com a concordância dos democratas, o documento deverá ser aprovado sem quaisquer problemas na Câmara dos Representantes, mas vai enfrentar uma grande oposição da maioria republicana no Senado.

Contudo, enquanto este diferendo não estiver resolvido, milhões de norte-americanos ficam impedidos de receber a ajudar que desesperadamente precisam, depois de a pandemia ter feito ‘disparar’ o desemprego, por causa do confinamento generalizado no país e o encerramento de várias empresas, devido à quebra substancial de faturação decorrente de surtos detetados ou da queda da procura.

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PS vale quase tanto como toda a direita junta, mostra sondagem

  • ECO
  • 29 Dezembro 2020

Uma sondagem da Pitagórica mostra que António Costa conquista 40,3% das intenções de voto dos portugueses, enquanto PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal somam 41,1%.

Sozinho, o PS reúne quase tantas intenções de voto como toda a direita junta, mostra uma sondagem da Pitagórica para o Observador(acesso pago). Este aumento de popularidade dos socialistas deve-se, sobretudo, ao encolher do Bloco de Esquerda e à subida de André Ventura.

Esta sondagem revela que António Costa conquista 40,3% das intenções de voto dos portugueses, enquanto PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal somam 41,1%. Comparando com os votos do ano passado, este crescimento dos socialistas deve-se, sobretudo, a um encolher do Bloco de Esquerda e a uma grande subida de André Ventura, cuja consequência direta é um anular quase absoluto da bancada centrista.

Se as eleições legislativas acontecessem agora, o PSD subiria ligeiramente para 28,5% das intenções de voto. O Chega conquistaria 8,4%, passando a ser a terceira força política mais votada, destronando o Bloco, que reuniria apenas 5,5% das intenções. A coligação PCP-PEV alcançaria 5,3%, menos um ponto percentual do alcançado em 2019, enquanto a Iniciativa Liberal ganharia mais de um ponto percentual em um ano. O PAN cairia para 2,2% e o CDS, no fim da tabela, surge com apenas 1,8% de potenciais votos (e menos 2,5 pontos percentuais do que em 2019).

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Tolerância zero para a fraude nos fundos, diz Elisa Ferreira

  • ECO
  • 29 Dezembro 2020

O dinheiro do Fundo de Transição Justa "não está disponibilizado para fechos de empresas, mas para relançar a economia nessas zonas afetadas por reconversões de carácter ecológico", diz.

A comissária europeia da Coesão e Reformas defende que o grande desafio para a presidência do Conselho da União Europeia “será pôr em marcha a bazuca sem deixar ninguém para trás”. Em entrevista ao Diário de Notícias (acesso pago), Elisa Ferreira diz que “o objetivo é fraude zero” nos fundos europeus e que “o escrutínio vai aumentar”. No entanto recorda que, no passado, a fraude “é muito inferior a 1% dos casos”.

Lembrando que com a “bazuca é possível” “haver apoios às empresas, que podem ser a fundo perdido”, seja através de “garantias, podem ser créditos, podem ser entradas em capital”, a comissária insta os países a apoiar as empresas e recorda que “muitos dos bancos de Fomento da Europa estão a preparar-se para isso”. “Os países que não têm os bolsos tão fundos podem utilizar estes mecanismos para apoiar empresas. Com isto não estou a dizer que não vai haver empresas com problemas, mas no início da presidência portuguesa vamos começar a ver os sinais de luz ao fundo do túnel”, afirma.

Questionada sobre se concorda com o apoio dado à TAP, Elisa Ferreira defende que “os Estados têm o direito de tomar as decisões que acharem mais adequadas num quadro de concorrência”.

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Mais de um terço das vagas para contratar médicos ficaram por preencher

  • ECO
  • 29 Dezembro 2020

Das 950 vagas que foram abertas em setembro, para médicos recém-especialistas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), só 593 (62,4%) resultaram em contratos efetivos.

O Governo lançou em setembro um concurso para contratar médicos recém-especialistas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas mais de um terço dos quase mil lugares abertos ficaram por preencher, avança o Público (acesso condicionado).

De acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), das 950 vagas que foram abertas em setembro, só 593 (62,4%) resultaram em contratos efetivos. Ou seja, mais de um terço (37,6%) ficaram por ocupar. “Verificou-se um total de 611 médicos colocados, resultando em 593 contratos efetivos, nuns casos por recusa do colocado em proceder à assinatura de contrato, noutros, em especial, pelo diferimento do início de funções para data em que termine o gozo de licença parental”, explica a ACSS, ao Público.

Para o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, esta falta de interesse pelo SNS não é de agora e deve-se a vários fatores. “Há 5% dos recém-especialistas contratados que acabam por sair do SNS durante o período experimental ou porque arranjaram outro trabalho ou porque não se adaptaram”, diz Jorge Roque da Cunha, que refere ainda que muitos médicos “não têm as condições mínimas”.

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Hoje nas notícias: Benefícios fiscais, médicos e fundos

  • ECO
  • 29 Dezembro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O dia começa com a notícia de que o Governo vai prolongar 14 benefícios fiscais cujos prazos estavam a caducar. Destaque ainda para o concurso de contratação de médicos para o Sistema Nacional de Saúde, sendo que mais de um terço das vagas ficou por preencher. Saiba quais são as notícias que estão a marcar esta terça-feira.

Governo prolonga 14 benefícios fiscais prestes a caducar

O Governo quer prolongar por mais cinco anos 13 benefícios fiscais que caducavam no final deste ano e prorrogar até 31 de dezembro de 2021 os apoios à produção literária, artística e científica que também terminava dentro de três dias. A maior parte refere-se a isenções no IRS e IRC, mas também IVA e Imposto de Selo, com funções e destinatários muito distintos. Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre)

Mais de um terço das vagas para contratar médicos ficaram por preencher

Mais de um terço das vagas (37,6%) para contratar médicos recém-especialistas nas áreas hospitalares e de saúde pública para o Serviço Nacional de Saúde, lançadas a concurso em setembro, ficaram por preencher. Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), dos 950 lugares abertos, só 593 se tornaram contratos efetivos até ao momento (ou seja, 62,4%). Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

O PS vale (quase) tanto como toda a direita junta, mostra sondagem

Uma sondagem recente da Pitagórica mostra que António Costa reúne 40,3% das intenções de voto dos portugueses, enquanto PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal somam pouco mais do que 41%. Comparando com o ano passado, esta subida dos socialistas deve-se, sobretudo, ao encolher do Bloco de Esquerda e à subida de André Ventura. Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Tolerância zero para a fraude nos fundos, diz Elisa Ferreira

A comissária europeia da Coesão e Reformas defende que o grande desafio para a presidência do Conselho da União Europeia “será pôr em marcha a bazuca sem deixar ninguém para trás”. Elisa Ferreira questionada sobre se concorda com o apoio dado à TAP defende que “os Estados têm o direito de tomar as decisões que acharem mais adequadas num quadro de concorrência”. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

“Construtoras portuguesas ficaram atrás em capacidade”

O presidente executivo da Sacyr Somague compreende o apelo do primeiro-ministro para que as construtoras nacionais façam alianças para ganhar escala, mas, no final, ganhará quem apresentar o melhor preço. “É certo que as empresas portuguesas, por comparação com as de outros países, nomeadamente de Espanha, ficaram um pouco atrás em capacidade, capacidade instalada e capacidade construtora”, diz Eduardo Campos. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

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5 coisas que vão marcar o dia

Como evoluiu o défice até novembro? E a avaliação bancária? Esta terça-feira é dia de estatísticas. Saiba que outros temas vão marcar o dia.

Como evoluiu o défice até novembro? E a avaliação bancária? Esta terça-feira é dia de estatísticas, que incluem ainda as energias renováveis e o número de horas trabalhadas no comércio a retalho. Saiba que outros temas vão marcar o dia.

DGO revela execução orçamental até novembro

A Direção-Geral do Orçamento divulga esta terça-feira a síntese de execução orçamental até novembro deste ano. Os últimos dados, ou seja até outubro, indicam que o Estado português registou um défice de 7.198 milhões de euros em contabilidade pública. O Ministério liderado por João Leão justificou esta evolução do défice com a pandemia, resultando “do efeito conjugado de redução da receita (-6,4%) e acréscimo da despesa (+5,1%)”.

INE mostra como evoluiu a avaliação bancária em novembro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai mostrar esta terça-feira como evoluiu a avaliação que os bancos fizeram das casas no mês de novembro. Este indicador subiu, em outubro, tendo-se fixado 1.131 euros por metro quadrado, retomando o rumo ascendente que vinha a registar apesar da pandemia. Entre setembro e outubro assistiu-se a um aumento de três euros (0,3%) no valor da avaliação bancária.

Número de horas trabalhadas no comércio a retalho em novembro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai também divulgar esta terça-feira o Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho no mês de novembro. Este indicador, que permite tirar várias conclusões, vai, sobretudo, mostrar o número de horas trabalhadas no retalho no décimo primeiro mês do ano, que foi marcado por fortes restrições de horários devido à pandemia.

Peso das renováveis na energia usada pelos transportes na Europa

O Eurostat vai publicar esta terça-feira estatísticas sobre o consumo de energia renovável nos transportes nos diversos Estados-membros no ano passado. Os últimos dados, referentes a 2018, mostram que a percentagem de energia utilizada para transportes proveniente de fontes renováveis ​​foi de 8% na União Europeia, uma subida face aos 7,1% em 2017, aos 3,9% em 2008 e aos 1,4% em 2004. Portugal aparecia acima da média da UE, como o sexto país onde o peso das renováveis era maior.

Apresentação de resultados da OPA da Flexdeal à Raize

A Euronext Lisbon vai organizar esta terça-feira uma sessão virtual para apresentar os resultados da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Flexdeal sobre 19% da Raize. Nesta oferta parcial, a sociedade de investimento para o fomento da economia (SIMFE) oferece 0,90 euros por ação da plataforma de crowdfunding, numa operação que pretende criar parcerias entre as duas empresas.

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Na mesa do recrutador: Jorge Filipe, da Auchan Retail Portugal

Na Auchan Portugal há 33 anos, Jorge Filipe é diretor de recursos humanos há quase duas décadas. Contrata por competências desde 2009 e conseguiu eliminar a desigualdade de género em todas as funções.

A mesa de Jorge Filipe, diretor de recursos humanos da Auchan Retail Portugal.Hugo Amaral/ECO

No cartão de identificação em cima da mesa lê-se “Eu faço com que as pessoas não sejam nêsperas”, uma frase retirada do livro “Contos do Gin-Tónico”, de Mário Henrique Leiria, e que reflete o propósito de Jorge Filipe. “Não podemos estar à espera do que acontece. Temos de, cada um de nós, ter na iniciativa de definir o que quer, qual é a sua ambição, onde quer chegar”, explica à Pessoas.

Com 60 anos e, na Auchan Portugal há 33, é diretor de recursos humanos há quase duas décadas. A última foi, de acordo com o gestor, propulsora de mudanças radicais na empresa, fazendo com que em menos de dez anos se alcançasse a paridade de género nos cargos de chefia, por exemplo. Na nova sede da Auchan, inaugurada no final de agosto em Paço de Arcos, Oeiras, Jorge diz que há espaço para 450 trabalhadores no espaço amplo, sem lugares marcados, sustentável e altamente tecnológico: as características do escritório permitem gerir ainda melhor os que lá estão e os restantes 8.500 trabalhadores das lojas espalhadas pelo país.

Em 2009, Jorge Filipe começou a recrutar por competências, eliminando qualquer discriminação por género ou idade. Em 20 anos, desapareceram as funções ligadas ao género na Auchan e o equilíbrio salarial foi-se alcançando, conta. Para valorizar ainda mais o potencial dos trabalhadores, foi criado o programa de mobilidade interna “Move-te cá dentro” que, em dois anos, ajudou mil pessoas a mudar para a função que desejariam dentro da empresa. “Começámos a ver que havia muita gente, há muito tempo, a fazer o mesmo. É um passaporte, uma viagem. Cada vez que há uma vaga, primeiro vamos dentro, depois vamos fora”, descreve. “Há um voluntarismo estimulado na própria empresa, no sentido de não ser “nêspera”, ou seja, de não ficares à espera que algum dia alguém chegue ao pé de ti e decida a tua vida”, ressalva.

Jorge Filipe, diretor de recursos humanos da Auchan Retail PortugalHugo Amaral/ECO

Com a moldura sobre a campanha “Pai do Ano”, vêm as memórias de 2008, data em que foi criado o incentivo à parentalidade na Auchan. “Identifiquei na sede três jovens que tinham acabado de ser pais e disse-lhes: ‘vão chegar a casa e convencer as vossas mulheres que ao fim de três meses elas vão trabalhar e vocês ficam em casa sozinhos com os vossos filhos”, recorda.” Defendo sempre fazer diferente do normal. A nossa sociedade e a cultura portuguesa têm mudado tanto nos últimos tempos, mas também é importante que as empresas fomentem esta mudança”, sublinha.

Desde setembro, é através da aplicação Me.Auchan que Jorge Filipe – e todos os trabalhadores – gere o seu trabalho do dia-a-dia. “Tenho um sistema que lançámos agora em setembro de gestão das pessoas, em que através do telefone ou do meu desktop, consigo acompanhar os meus horários, a minha remuneração, a minha equipa, a avaliação das pessoas, dar feedback”, refere. A plataforma vai permitir reduzir (ainda mais) as hierarquias, aproximar as pessoas e defender o título de empresa com maior maturidade digital de todo o grupo Auchan.

 

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KPMG versus BdP. A anatomia de uma decisão judicial

Advogados consideram que a absolvição da KPMG com as consequentes críticas ao Banco de Portugal é uma "decisão histórica" e que deveria criar jurisprudência para o futuro.

A sentença foi longa de ler. No final do julgamento dos recursos apresentados pela KPMG às coimas de cinco milhões de euros aplicadas pelo Banco de Portugal (BdP), em 2019, por violação de normas que deveriam ter levado à emissão de reservas às contas consolidadas do BES, a magistrada expôs os motivos que a levaram a julgar “totalmente procedente” o recurso da KPMG contra o supervisor, absolvendo assim todos os recorrentes.

Uma decisão histórica e que deveria servir como jurisprudência para o futuro”, segundo um advogado, que preferiu o anonimato. “Já que parece que para este tribunal, o BdP costuma ser algo semelhante a ‘senhor absoluto’ e há que mudar esta ordem natural das coisas. E quando falo em ‘natural’, estou a ser irónico”.

No julgamento — que acabou a 15 de dezembro — estiveram em causa os pedidos de recurso apresentados pela KPMG (condenada pelo BdP ao pagamento de uma coima de 3 milhões de euros), o seu presidente, Sikander Sattar (com uma coima de 450 mil euros), Inês Viegas (com uma coima de 425 mil euros), Fernando Antunes (que teria de pagar 400 mil euros), Inês Filipe (com a coima de 375 mil euros) e Silvia Gomes (com uma coima de 225 mil euros).

Começando pelo ponto que mais discussão gerou durante o julgamento iniciado no dia 3 de setembro no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS). Ou seja: o da interpretação da alínea c) do n.º 1 do artigo 121º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), relativo ao momento em que devem ser comunicados factos suscetíveis de gerarem suspeitas às contas de um banco, a juíza considerou que o entendimento do BdP “não está de acordo com as ‘legis artis’ e com aquilo que é o normal na vida de auditoria”. Uma crítica assertiva ao supervisor, com a juíza a admitir que ficou em “sobressalto” com a resposta “vaga” do BdP ao ofício que o TCRS lhe endereçou para saber quantas comunicações de potenciais incumprimentos tinham sido feitas ao supervisor em fase interina de uma auditoria, sublinhando que apontar um número concreto em nada “colidiria” com o “segredo bancário” invocado pelo regulador.

Declarou ainda “estranhar” que o supervisor tenha afirmado não ter qualquer outro processo contraordenacional sobre esta matéria, dado o entendimento generalizado de auditores e auditados ouvidos em julgamento contrário ao do BdP.

“O TCRS fez, no meu entendimento, uma correta interpretação do disposto no artigo 121.ºnº 1, alínea c) do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras”, segundo defendeu o advogado Dantas Rodrigues, partner da Dantas Rodrigues & Associados. “O tribunal não se limitou a efetuar uma leitura textual ou restritiva do corpo da norma: pelo contrário, com recurso ao elemento histórico e social inerente ao objetivo da norma, socorreu-se de uma interpretação extensiva da norma, procurou aferir qual seria a ‘legis artis’ na realização de auditorias deste género, auscultando auditores e especialistas da área, bem como em perceber em que momento, em situações idênticas, é que tal informação era prestada, do qual resultou a convicção de que, efetivamente, desencadeada uma auditoria como aquela que foi prosseguida pela KPMG, o dever de informação plasmado na alínea c) do n.º1 do artigo 121.º, só se torna exigível ao auditor quando conclua o procedimento de auditoria e não no decurso do procedimento inerente à sua conclusão”, explica o mesmo advogado.

Outro advogado de um dos maiores escritórios de advogados concorda com os seus pares e admite que “as auditorias só são eficazes depois de concluídas e só aí estes têm o dever de informação. A juíza finalmente decidiu bem, sem ter em vista os receios que a magistratura tem sempre ao decidir ‘contra’ o BdP”.

“Tal entendimento é perfeitamente enquadrável no espírito da lei, até porque, em bom rigor, ainda que iniciada qualquer auditoria a mesma só é eficaz se e depois de concluída, pelo que só a partir desse momento é que os resultados dessa conclusão vinculam os auditores ao dever de informação. Até lá, porque sem qualquer base conclusiva, todas as informações recolhidas pelos auditores carecem de oponibilidade perante terceiros. O tribunal respeitou as regras da hermenêutica jurídica e os princípios gerais de direito”, explica Dantas Rodrigues.

Segundo a juíza do TCRS, só após esgotar todos os procedimentos de auditoria é que o auditor tem o dever de comunicar e não enquanto decorre o processo interino de análise de informação, como pretendia o BdP neste processo.

“O processo contraordenacional teve forte impacto na opinião pública, mas percebia-se que ia tropeçar quando Tribunal da Concorrência Regulação e Supervisão (TCRS) fizesse o controlo jurisdicional da decisão proferida pelo Banco de Portugal. O ilícito administrativo em causa, tem uma natureza para‑penal, em que prevalecem os ‘princípios da presunção da inocência’ e do ‘in dubio pro reo’, não cabendo aos infratores a prova de que não praticaram qualquer infração mas antes à autoridade administrativa (Banco de Portugal) a prova de que a mesma foi cometida, havendo a indispensável produção de prova na fase de revisão da decisão proferida pelo Banco de Portugal, estando por isso sujeita, a um controlo jurisdicional sem restrições”, diz ainda o sócio da Dantas Rodrigues & Associados.

Concluindo pela correção do trabalho realizado pelos auditores externos do BESA e do BES (KPMG Angola e KPMG Portugal), perante a informação de que dispunham, a juíza Vanda Miguel fez uma análise exaustiva a factos que pesaram na decisão administrativa, como os relativos ao conhecimento das atas das duas sessões da assembleia-geral do BES Angola, realizadas a 3 e a 21 de outubro de 2013, e nas quais esteve presente Ricardo Salgado, e sobre a emissão da garantia soberana do Estado angolano, a 31 de dezembro de 2013, para cobrir eventuais incumprimentos da carteira de crédito do banco, tema que dominou aquelas reuniões.

Para Vanda Miguel, o que é relatado nas atas da assembleia-geral do BESA de outubro de 2013 “é um mero pedaço de vida” do banco, “que não tem a virtualidade de poder servir para afirmar que não existia informação suficiente […] para que pudesse ser realizada uma auditoria externa conscienciosa” nos exercícios de 2011 e 2012.

Sublinhando que existiram outras auditorias/inspeções feitas ao BESA por outras entidades, “que nunca apontaram a existência de falta de informação relevante”, a juíza refere a “ironia” de “a única entidade que colocou reservas”, por “não conseguir contabilizar as provisões para efeitos locais”, ter sido “precisamente a KPMG Angola”.

Na sentença, o TCRS refere a “estreita ligação” entre as entidades de supervisão portuguesa e angolana, frisando que nunca o Banco Nacional de Angola (BNA) reportou ao BdP “qualquer problema grave na carteira de crédito do BESA”.

Segundo o tribunal, é o próprio BNA que declara que esta contém essencialmente créditos concedidos ao Estado e a empresas públicas angolanas, motivo pelo qual o crédito vencido “era pouco significativo e as provisões adequadas”.

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Deputados querem ouvir 160 pessoas no inquérito ao Novo Banco. Centeno, Carlos Costa, Ramalho e Vítor Bento são os mais pedidos

Os deputados da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco vão pedir para ouvir, pelo menos, 160 personalidades. Os mais convocados são Mário Centeno, Carlos Costa, António Ramalho e Vítor Bento.

Os partidos já entregaram os requerimentos para audições e documentos da nova comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco. O objetivo é apurar as perdas registadas pela instituição financeira e imputadas ao Fundo de Resolução, que tem sido financiado através de empréstimos do Estado. Os deputados querem ouvir, pelo menos, 160 personalidades e ter acesso a dezenas de documentos.

Até ao momento, PS, PSD, Bloco de Esquerda, PAN, CDS e Iniciativa Liberal entregaram os requerimentos, dentro do prazo para o fazer, que terminava esta segunda-feira. O PCP ainda não tornou público o seu requerimento, tendo o ECO questionado o partido sem sucesso até à publicação deste artigo.

O número de pessoas chamadas pelos deputados ao Parlamento supera uma centena, mas há pedidos mais frequentes que outros. É o caso dos nomes que foram pedidos em simultâneo por esses seis partidos: Mário Centeno (ex-ministro das Finanças e atual governador do Banco de Portugal), Carlos Costa (ex-governador do Banco de Portugal), António Ramalho (atual CEO do Novo Banco) e Vítor Bento (que foi CEO do Novo Banco logo a seguir à resolução de 2014).

Não tão unânimes, mas também requeridos por três ou quatro partidos estão Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças que esteve envolvida na resolução do BES, Luís Máximos dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal e presidente do Fundo de Resolução, João Filipe Soares da Silva Freitas, secretário-geral do Fundo de Resolução e diretor do departamento de resolução (DRE) do Banco de Portugal, Byron Haynes, presidente do Conselho Geral e de Supervisão, e Ricardo Mourinho Félix, ex-secretário de Estado das Finanças.

Os partidos chamaram várias personalidades com diferentes responsabilidades, desde o próprio Novo Banco ao Governo e aos supervisores nacionais e europeus. Começando pelo Novo Banco, além dos já referidos António Ramalho, Vítor Bento e Byron Haynes, os deputados querem ouvir, entre outros, José Honório, ex-administrador BES/Novo Banco, Luís Seabra, ex-diretor do departamento de auditoria interna do Novo Banco, Domitilde Gomes Silva, na qualidade de antiga diretora do departamento de compliance do Novo Banco, entre outros ex-administradores.

Em relação ao Governo, além dos anteriores responsáveis como Centeno, Albuquerque e Mourinho Félix, os deputados também querem ouvir o atual ministro das Finanças, João Leão, e atual o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz. Em termos de poder executivo mas europeu, também são chamados Margrethe Vestager, comissária europeia para a concorrência, Mairead McGuinness, comissária europeia para a estabilidade financeira, e Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia que já teve o pelouro da estabilidade financeira até recentemente.

Já a lista de supervisores nacionais e europeus é longa e com vários nomes sonantes. Os deputados querem ouvir a atual presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e o seu antecessor, Mario Draghi, assim como Vítor Constâncio, ex-vice-presidente do BCE. São ainda chamados Ana Paula Serra, Conselho de Supervisão do BCE, Elke König, presidente do Mecanismo Único de Resolução, José Manuel Campa, presidente da Autoridade Bancária Europeia, e Andrea Enria, ex-presidente da Autoridade Bancária Europeia e atual presidente do Mecanismo Único de Supervisão.

Já nos supervisores nacionais, além de uma longa lista de responsáveis do Banco de Portugal e do Fundo de Resolução, o Parlamento também quer ouvir Gabriela Figueiredo Dias, presidente da CMVM, e o seu antecessor Carlos Tavares, assim como Maria Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF. Elisa Ferreira, atual comissária europeia e ex-administradora do Banco de Portugal, também é chamada. Fora dos supervisores, mas também da área financeira: será chamada Cristina Casalinho, presidente do IGCP.

Neste longa lista de personalidades constam também advogados de várias sociedades ligadas a este processo, incluindo Jorge Bleck, sócio da Vieira de Almeida e assessor jurídico do BdP e do FdR na venda do Novo Banco. O ainda o ex-secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, que foi o consultor do Banco de Portugal na operação também será chamado. Entre os economistas estão na lista nomes como Daniel Bessa ou Francisco Louçã, mas há também gestores de topo dos principais bancos portugueses, como é o caso de Paulo Macedo, CEO da CGD.

Por último, há ainda lugar para alguns dos protagonistas de dívidas para com o Novo Banco, como é o caso de Luís Filipe Vieira, atual presidente do Benfica, e Nuno Vasconcellos, ex-administrador e sócio da Ongoing. Mas também há pessoas menos óbvias como o denunciante Rui Pinto ou o ex-embaixador António Martins da Cruz. E a lista de convocatórias — que podem ser recusadas pelos próprios — poderá ainda crescer uma vez que falta conhecer os requerimentos do PCP.

(Notícia atualizada às 10h25 com atualização do requerimento apresentado pelo PS)

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Presidente de Montalegre prefere volfrâmio a lítio. Lusorecursos garante que projeto avança

O autarca de Montalegre garante que a qualidade do lítio que virá a ser extraído na Mina do Romano não viabilizará o projeto. Lusorecursos diz que tem estudos que provam o contrário.

O presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, diz que o projeto de exploração de lítio na região não deverá avançar e quer, em alternativa, apostar no volfrâmio. O projeto em questão — que prevê um investimento de 500 milhões de euros para a exploração de uma mina, bem como a construção de uma refinaria — é da Lusorecursos, que garante querer avançar.

As informações que me chegam é que o nosso lítio não vai avançar“, disse o autarca na Assembleia Municipal esta segunda-feira, depois de ter expressado esta mesma opinião numa reunião da Câmara Municipal no dia 30 de novembro, na qual ficou assente que seria preferível para a região dar parecer positivo à reativação da exploração de volfrâmio nas minas da Borralha (desativadas em 1986), tendo em conta a cotação em alta deste minério.

Em declarações ao ECO/Capital Verde, Orlando Alves explicou que esta afirmação se prende com informações que lhe foram avançadas por fontes do setor mineiro, conhecedoras do processo, que garantem que a qualidade do lítio que virá a ser extraído na Mina do Romano não viabilizará o projeto da empresa portuguesa de prospeção e exploração mineira.

Diz o autarca, que o que está debaixo da terra não é espodumena — um mineral que é a principal fonte do metal lítio –, mas sim petalite, que é um mineral a partir do qual também se pode obter lítio, mas menos rentável. “A petalite não é atrativa para as empresas que exploram o lítio. Não será fácil rentabilizar a exploração“, disse Orlando Alves.

Ao ECO/Capital Verde, fonte oficial da Lusorecursos garante que os estudos já realizados no terreno à petalite de Montalegre pelo seu parceiro tecnológico Outotec, a mesma empresa finlandesa responsável pelo projeto de lítio de Keliber, na Finlândia, revelam a viabilidade em permitir a extração de lítio de qualidade. Os relatórios foram já validados junto de parceiros financeiros internacionais, que os aceitaram para avançarem com investimento.

“Estamos disponíveis para falar com o presidente da Câmara Municipal de Montalegre e esclarecer todas as dúvidas que possam surgir sobre a Mina do Romano”, disse fonte da Lusorecursos. A empresa tem planos para aproveitar umas minas antigas que existiam no local, cortar 40 metros do topo (dos 960 aos 920 metros de altitude, e a partir daí desenvolver a mina de lítio em galeria, com a refinaria a ser construída nas imediações.

Por enquanto, a Câmara Municipal de Montalegre aguarda a avaliação do Estudo de Impacto Ambiental já entregue pela Lusorecursos à Agência Portuguesa para o Ambiente, que muito recentemente nomeou uma comissão de avaliação para o projeto, depois de vários meses a pedir esclarecimentos adicionais à empresa mineira.

Certo é que Orlando Alves não hesita em colocar-se ao lado da população e da associação Montalegre com Vida, que rejeitam a exploração de lítio na região, por oposição à Lusorecursos e ao Governo, que querem ver avançar a indústria do lítio no norte do país. “Tenho de estar solidário com a população, que está mais favorável ao volfrâmio. Há uma empresa luso-canadiana em prospeção, que pediu licença de exploração à DGEG [Direção Geral de Energia e Geologia], a quem já enviámos parecer o nosso parecer positivo com voto de qualidade do presidente“, disse o autarca.

O presidente da Câmara de Montalegre não é o primeiro autarca a questionar a exploração de lítio, que é uma das grandes apostas da política energética do atual Governo. Ainda esta segunda-feira, a homóloga de Matosinhos mostrou-se também reticente quanto à reconversão da refinaria da Galp.

“Não permitiremos que seja instalada nos terrenos da Petrogal qualquer solução que possa ser poluente. Do que conhecemos do lítio, é que pode de facto ter um impacto poluente. E isso não vamos permitir. E, portanto, a Câmara de Matosinhos não emitirá as licenças necessárias para que uma solução dessa natureza possa avançar”, afirmou, ao Jornal de Notícias, a presidente da Autarquia, Luísa Salgueiro.

O Governo tem noção do potencial do lítio português e recentemente o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, garantiu que “Portugal vai ter uma refinaria” e que faz sentido que a mesma esteja localizada a norte. Já há investidores norte-americanos interessados e também europeus. A sueca Northvolt quer rivalizar com a norte-americana Tesla e tem planos para construir as maiores fábricas de baterias de lítio da Europa, para automóveis elétricos e armazenamento de energia, que deverão atingir plena capacidade em 2023. Está neste momento ativamente à procura de fornecedores de níquel, cobalto e lítio.

Em Portugal chegou à fala com a Lusorecursos, para comprar o lítio que a empresa vai extrair e refinar na mina de Montalegre, no norte do país, cujo projeto está neste momento em fase de aprovação na Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e à espera de financiamento internacional na ordem dos 500 milhões de euros para a construção de uma refinaria de lítio mesmo ao pé da mina. “A Europa pode, sem dúvida, desempenhar um papel muito mais importante no abastecimento das matérias-primas de que a indústria de baterias elétricas necessita. Cadeias de valor curtas, fontes de energia renovável ​​e exploração de depósitos domésticos são do nosso interesse. Portugal preenche muitas destes requisitos”, disse fonte oficial da empresa sueca.

A Galp chegou igualmente a sondar a Lusorecursos para obter na mina de Montalegre a matéria-prima necessária para refinar na unidade industrial de Matosinhos, mas a empresa portuguesa de prospeção e exploração mineira no norte e centro de Portugal acabou por recusar o negócio por considerar que não se trata de um negócio rentável extrair o lítio da mina para depois o transportar para ser refinado a mais de 150 quilómetros de distância.

Também o autarca de Montalegre, Orlando Alves, é desfavorável a este cenário, caso o lítio avance contra a sua vontade e da população. “Se o lítio for aqui extraído, privando as pessoas das suas terras, depois não pode ir para a beira-mar, beneficiar os do litoral”, rematou.

(Notícia atualizada com mais informações)

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Sara Estima Martins sai da PLMJ para a SRS

Sara Estima Martins era sócia PLMJ desde 2016 na área de Europeu e Concorrência. A SRS reforça a equipa de sócios. Este ano já contratou seis.

Depois da sócia Alexandra Mota Gomes sair do escritório a 16 de dezembro, é agora a vez de Sara Estima Martins deixar a PLMJ — onde era sócia — e rumar à SRS.

Pedro Rebelo de Sousa, Managing Partner da SRS Advogados, salienta “a importância da estratégia de fortalecimento da estrutura que se iniciou com a integração da equipa da AAA. É com entusiasmo que a SRS Advogados integra a Dra. Sara Estima Martins”. Em 2020 a SRS Advogados reforçou a sua equipa com seis novos sócios.

“A Dra. Sara Estima Martins é um magnífico reforço para o nosso departamento de Concorrência e União Europeia, que passa a contar com dois sócios, numa equipa de 12 especialistas. A sua reconhecida excelência técnica e capacidade de comunicar em linguagem business as complexidades desta nossa área jurídica encaixam na perfeição com a SRS e com os crescentes desafios colocados pelo mercado”, destaca Gonçalo Anastácio, Sócio responsável pela área de Concorrência e União Europeia da SRS Advogados.”

“É com grande entusiasmo que integro a equipa de Direito da Concorrência da SRS, uma equipa de referência nesta área, integrada numa sociedade de topo. A SRS tem uma história notável, na qual se unem a excelência das suas áreas de prática e uma forte vocação internacional, o que torna especialmente aliciante a minha integração neste projecto, ao qual espero dar o meu melhor contributo” refere Sara Estima Martins.

“A PLMJ deseja os maiores sucessos profissionais à Sara Estima Martins e, em comunicado interno, agradeceu o seu contributo para o escritório”, segundo disse fonte oficial da PLMJ à Advocatus.

A advogada era sócia na área de Europeu e Concorrência, tendo mais de 15 anos de experiência nesta área de prática. A sua experiência abrange todas as matérias de direito da concorrência, especialmente operações de concentração de empresas, cartéis e outras práticas horizontais, acordos verticais e abusos de posição dominante. Assiste frequentemente os clientes na implementação de programas internos de compliance em direito da concorrência.

Tem também prestado assessoria a várias empresas em assuntos de direito da União Europeia, nomeadamente em temas de liberdade de circulação, fundos estruturais, Política Agrícola Comum ou acesso a documentos das instituições da União Europeia, representando-os frequentemente perante a Comissão Europeia e o Tribunal de Justiça.

Os seus clientes encontram-se ativos em vários setores, nomeadamente agrícola, alimentar, farmacêutico e financeiro. Era sócia da PLMJ desde 2016 e foi advogada destacada (“Secondee Associate”) da PLMJ na Allen & Overy, Madrid, no departamento de Direito da Concorrência, em 2005.

Desde outubro de 2018, entraram na PLMJ cinco novos sócios e foram promovidos dois advogados a sócios. Medidas que se inserem numa política de reorganização do escritório, menos virada para os clientes privados e para processos mediáticos.

Em contrapartida, desde finais de 2018 que vários advogados ‘históricos’ PLMJ saíram do escritório. Doze sócios desde outubro de 2018. Agora 13.

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Dow Jones em máximos com investidores a celebrar estímulos

O Dow Jones fechou em máximos históricos numa sessão em que os investidores celebraram os estímulos orçamentais aprovados pelo presidente norte-americano.

Os principais índices norte-americanos fecharam a primeira sessão da última semana do ano em alta, beneficiando da inesperada aprovação do pacote de estímulos por parte do presidente norte-americano, Donald Trump. Foram assim aprovados 900 mil milhões de dólares para injetar na economia dos EUA, nomeadamente para prolongar o subsídio de desemprego a milhões de norte-americanos.

O Dow Jones subiu 0,79% para os 30.438,78 pontos, um máximo histórico. Segue-se o S&P 500 avançou 0,96% para os 12.927,15 pontos e o Nasdaq valorizou 0,97% para os 3.739,06 pontos.

Até ao momento, este tem sido um ano positivo para os índices norte-americanos, com uma recuperação total das quedas estrondosas de março. O Dow Jones acumula um ganho superior a 6%, o S&P 500 acima de 15%% e o Nasdaq para lá de 43%, beneficiando do facto de ser composto por cotadas tecnológicas, as quais foram menos afetadas pela pandemia.

O Presidente norte-americano assinou o pacote de estímulos contra a crise pandémica de 900 mil milhões de dólares, transformando-se em lei para ser concretizada em breve. Na prática, esta assinatura evita um “shutdown” do Governo norte-americano e prolonga os subsídios de desemprego a milhões de norte-americanos que se viram nessa situação na sequência das restrições implementadas para lutar contra a Covid-19.

Esta aprovação da Casa Branca foi surpreendente dado que inicialmente Donald Trump foi muito crítico do pacote de estímulos acordado entre os democratas e os republicanos no congresso norte-americano, exigindo que os pagamentos diretos aos cidadãos fossem de dois mil dólares e não de 600 dólares.

Entre as principais empresas, as cotadas com maiores valorizações na sessão desta segunda-feira foram a Apple, com uma valorização superior a 3%, a Goldman Sachs e a Disney, ambas com uma subida superior a 2%. As cotadas tecnológicas e das telecomunicações também avançaram mais de 1%.

Além do pacote de estímulos, a negociação bolsista também beneficiou da distribuição da vacina nos EUA, com um milhão de pessoas já vacinadas, e agora na Europa. Apesar disso, o doutor Anthony Fauci alertou este domingo que o país poderia ser afetado por uma nova vaga de infeções após as celebrações do Natal e do Ano Novo.

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