Galp dispara quase 4% e tira Lisboa do vermelho

A bolsa nacional encerrou em terreno positivo, com uma valorização de mais de 1%, ao fim de duas sessões consecutivas a cair.

A bolsa de Lisboa encerrou a valorizar mais de 1%, com a maioria das cotadas em terreno positivo. A impulsionar o desempenho do índice nacional estiveram as ações da Galp Energia, que dispararam quase 4%, ajudadas pelos restantes “pesos pesados”. Lisboa acompanhou, assim, a tendência positiva que se vive no resto da Europa, num dia em que a valorização do petróleo e os Estados Unidos dão ânimo aos investidores.

Ao fim de duas sessões consecutivas no vermelho, o PSI-20 fechou a somar 1,53% para 4.836,86 pontos. Das 18 cotadas nacionais, apenas quatro encerraram a perder, com destaque para a Corticeira Amorim que recuou 0,78% para 10,14 euros.

A contribuir para este comportamento do índice de referência nacional estiveram as ações da Galp Energia, que cresceram 3,54% para 10,05 euros, representando a maior subida desta sessão.

Este desempenho da petrolífera nacional acontece num dia que em o preço do barril de petróleo está a disparar nos mercados internacionais: o Brent ganha 4,05% para 64,46 dólares, enquanto o WTI valoriza 4,08% para 60,95 dólares. A matéria-prima continua a beneficiar do bloqueio que um porta-contentores está a provocar no Canal do Suez, um dos canais marítimos mais movimentados do mundo.

Ainda a impulsionar o PSI-20 estão outros “pesos pesados” nacionais, como a EDP Renováveis que valorizou 2,87% para 17,2 euros, enquanto a EDP avançou 0,06% para 4,85 euros. Destaque ainda para o BCP que ganhou 1,39% para 0,1163 euros e para a Jerónimo Martins que subiu 2,07% para 13,55 euros.

Lisboa acompanhou, assim, a tendência de ganhos que se vive no resto da Europa, numa altura em que a valorização do petróleo está a animar os investidores. Além disso, as notícias vindas dos Estados Unidos referentes ao processo de vacinação também trazem otimismo. Isto depois de Joe Biden ter duplicado a meta de vacinação, estimando administrar 200 milhões de doses da vacina.

O índice de referência europeu, Stoxx-600, está a valorizar 0,91% para 426,92 pontos, acompanhado pelo espanhol Ibex-35 que sobe 1,08% para 8.500 pontos e pelo francês CAC-40 que avança 0,61% para 5.988,81 pontos.

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Bazuca europeia pode ter impacto positivo entre 1,1% e 2% na economia portuguesa, estima BdP

O Banco de Portugal delineou três cenários para estimar o impacto da "bazuca europeia" na economia portuguesa. Pode representar um aumento adicional no PIB de 2% até 2026.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através do qual Portugal aplicará as verbas europeias de resposta à pandemia, pode ter um impacto entre 1,1% e 2,0% no produto interno bruto (PIB) até 2026. As estimativas do Banco de Portugal (BdP) mostram que o PRR deverá ter um “impacto positivo significativo na economia portuguesa”.

O BdP desenhou três abordagens para avaliar o impacto do PRR na economia, que apontam para que a implementação do plano “tenha um impacto positivo significativo na economia portuguesa, contribuindo para uma recuperação mais rápida da crise pandémica”. Ainda assim, a instituição alerta para “fatores de incerteza interrelacionados que podem condicionar os resultados apresentados”, nomeadamente questões de implementação e governação.

No modelo de médio prazo da economia portuguesa, habitualmente usado nas projeções do BdP e que capta principalmente os efeitos do lado da procura, a atividade económica aumenta 1,1% por 2026, “refletindo essencialmente o aumento do investimento e do consumo privado”. Já do lado do emprego, prevê-se um aumento de 0,7% no período até 2026.

Já no cenário PESSOA, um modelo de equilíbrio geral que identifica efeitos macroeconómicos de choques do lado da procura ou da oferta, os resultados são semelhantes. Estima-se que a atividade económica e o emprego em 2026 sejam mais elevados 1,3% e 0,2%, respetivamente. O modelo tem uma estrutura de “produção multissetorial, imperfeições no funcionamento dos mercados, e fricções reais, nominais e financeiras”.

Quanto à terceira abordagem, de contabilidade do crescimento setorial, avalia-se o “impacto na atividade e no emprego dos setores no final do período, decorrentes dos investimentos previstos no PRR”. Neste exercício setorial, “o valor acrescentado bruto total aumenta 2,0% no final dos seis anos”, adianta o BdP. Já a criação de emprego implícita é de 1,4%, o que corresponde a cerca de 70 mil postos de trabalho.

Mesmo com estas previsões, existem fatores de incerteza que podem condicionar os resultados, entre os quais “o perfil temporal de entrada dos fundos, a capacidade de absorção dos mesmos, a repartição entre investimento público, investimento privado ou despesa corrente” e a “posição cíclica da economia”, ressalva o BdP.

Para além disso, podem também influenciar “as eventuais externalidades positivas das reformas associadas ao PRR, nomeadamente na melhoria do ambiente de negócios e da atratividade do investimento, a eficiência do investimento realizado e a capacidade institucional para selecionar e executar projetos viáveis”.

De salientar que nestas estimativas foram consideradas apenas as componentes financiadas por subvenções, cujo montante total ascende a 13,9 mil milhões de euros, o que corresponde a 6,5% do PIB de 2019. “O PRR considerado neste exercício corresponde à versão apresentada para consulta pública no dia 15 de fevereiro; a versão final deverá ser apresentada pelo Governo à Comissão Europeia até 30 de abril”, nota o BdP.

O documento final vai ter cerca de 600 a 700 páginas e incluirá um capítulo dedicado ao impacto macroeconómico esperado com o PRR, que é aliás obrigatório. Em outubro, o esboço do PRR previa um impacto positivo médio no Produto Interno Bruto (PIB) de 0,4 pontos percentuais por ano até 2026.

No entanto, as previsões do Governo estão a ser revistas e não são ainda conhecidos os novos valores. “Neste momento estamos a rever os cálculos, que foram feitos antes do verão do ano passado, os dados macroeconómicos alteraram-se substancialmente“, indicou o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, em fevereiro.

As contas estão a ser feitas em articulação com o Ministério das Finanças por causa das previsões que Portugal vai inscrever no Programa de Estabilidade e Crescimento, que terá de entregar a Bruxelas em abril, já com a atualização dos impactos da pandemia do novo coronavírus, como explicou o ministro João Leão no Parlamento.

O BdP sublinha ainda que “o impacto permanente destes fundos depende da capacidade de Portugal para absorver recursos disponíveis e gerar um fluxo mais permanente de atividade, que sobreviva ao período em que os estímulos financeiros ocorrem”. Alerta, por isso, que “o aumento da eficiência deve ser um objetivo presente e primordial do PRR”.

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Mais ciência, melhor discussão e menos ruído

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  • 26 Março 2021

Esta é a equação de ouro nos processos de tomada de decisão política e empresarial, segundo Rui Minhós, farmacêutico de formação e diretor de External Affairs da Tabaqueira.

Nunca, como agora, a ciência teve tanto destaque nos media. Virologistas, infeciologistas, médicos de Saúde Pública, matemáticos e cientistas de dados são figuras centrais dos principais espaços informativos, seja nas televisões, na imprensa, nas rádios ou nos canais digitais. Quando nos assalta o inesperado e a incerteza, a ciência é o garante da estabilidade, da credibilidade e da segurança. Daí também o crescente número de vozes que apelam a que as decisões tomadas no âmbito do combate à Covid-19, mais do que guiadas pelo sentido político e pela natural permeabilidade à opinião pública, sejam estritamente baseadas em evidência científica. Uma exigência que, à luz daquela que também é a realidade de um mundo com mais vasos comunicantes com as redes sociais – onde vigoram as 1.001 opiniões anónimas, as fake news, os comentários negacionistas e populistas, sem contar com as múltiplas receitas naturais que prometem a cura para uma doença que já dizimou milhões de vidas pelo mundo, – procura dar ordem a uma cacofonia que parece irresolúvel.

Rui Minhós, farmacêutico de formação e diretor de External Affairs da Tabaqueira, explica por que a evidência científica deve estar ao serviço dos processos de tomada de decisão dos Governos e das empresas.Tabaqueira

Mas séculos de descobertas científicas deram-nos o respaldo necessário para avanços civilizacionais gigantescos, o que demonstra que a ciência deve estar na base dos processos de tomada de decisão. E, na verdade, é nisso que a maioria das pessoas acredita. Em dezembro do ano passado, já o mundo reagia de forma um pouco mais esclarecida à pandemia por Covid-19, a Philip Morris International (PMI), grupo do qual a Tabaqueira é subsidiária, levou a cabo um estudo que dá boa nota desta expectativa generalizada da população no poder e na sapiência da ciência.

De acordo com o estudo “Novas Abordagens Necessárias” – realizado em dezembro de 2020, junto de 22.500 indivíduos adultos, com mais de 21 anos, de mais de 20 países que incluem desde a Austrália a Itália, à Rússia, Noruega e Coreia do Sul – é cada vez mais necessária uma nova abordagem no controlo do tabagismo. Os dados mostram que 77% dos inquiridos concordam que os fumadores adultos devem ter acesso e informações precisas sobre alternativas sem fumo e que tenham sido cientificamente comprovadas como sendo uma melhor escolha do que continuar a fumar cigarros. De igual modo, mais de dois terços (71%) considera que apresentar alternativas sem combustão e sem fumo a fumadores adultos – que de outra forma continuarão a fumar cigarros convencionais – pode ser um fator catalisador na redução dos danos sociais provocados pelo consumo de cigarros.

A desinformação continua a ser uma das principais barreiras à mudança. O estudo mostra que 8 em cada 10 fumadores adultos afirmam que estariam mais disponíveis a mudar para soluções alternativas sem fumo se tivessem maior acesso a informação credível e cientificamente comprovada sobre como estes diferem dos cigarros convencionais. A oportunidade parece estar, portanto, no esclarecimento, na informação e na capacitação para que escolhas conscientes, esclarecidas e informadas possam ser feitas.

Sobre o papel das autoridades nesta literacia e capacitação para uma decisão esclarecida dos fumadores, 73% dos participantes no estudo defende que os governos devem considerar as alternativas sem combustão no desenvolvimento de medidas com vista uma transição melhor e mais rápida para um mundo sem fumo.

Mais de 90% dos inquiridos esperam que os governos, assim como as organizações intergovernamentais, considerem os avanços desenvolvidos pela ciência e pela tecnologia na definição de políticas, maximizando o esclarecimento sobre as opções menos nocivas para a saúde. No entanto, apenas metade (51%) considera que os governos têm garantido o acesso ao conhecimento e aos desenvolvimentos científicos e tecnológicos mais recentes.

A cooperação entre empresas, governos, reguladores e peritos em saúde pública é também uma questão valorizada por 68% dos inquiridos, que vê nesta uma oportunidade para garantir que os fumadores tenham acesso e informações fiáveis sobre as alternativas sem combustão e sem fumo.

"Nestes tempos, por entre o medo e os receios generalizados, mais do que nunca deve ser dado à ciência o papel da ciência, colocando a evidência científica disponível, de forma acessível, aos decisores políticos, empresariais e população em geral.”

Rui Minhós

Diretor de External Affairs da Tabaqueira

Ainda, e conforme o white paper “Em defesa do primado da Ciência”, que se baseou num outro inquérito feito a mais de 19.100 pessoas em 19 geografias distintas, durante o verão de 2020, a crença pública na ciência é, de facto, elevada. 77% dos inquiridos acreditam que a ciência pode dar soluções para os maiores e mais críticos desafios globais, enquanto 79% referem que estão ativamente atentos a novos conteúdos científicos e, tipicamente, procuram aprofundar a informação quando ouvem falar sobre novos desenvolvimentos científicos. Todavia, o white paper deixa bem patente que, mesmo que esta vontade seja grande, nem sempre o acesso a informação científica é fácil: praticamente metade dos entrevistados (48%) afirma que tem dificuldade em aceder a informação credível e fidedigna sobre os últimos desenvolvimentos científicos.

A intenção da PMI, com estes estudos, levados a cabo pela consultora independente Povaddo é a de incentivar um amplo debate sobre o papel da ciência, a importância das decisões com base científica e as oportunidades que criam para o progresso mundial.

O acesso a informação credível, proveniente de fontes científicas fidedignas, que permita a tomada de decisões, é fundamental para evitar os discursos ideológicos e populistas que parecem, tantas vezes, gritar mais alto que os factos e a verdade. Nestes tempos, por entre o medo e os receios generalizados, mais do que nunca deve ser dado à ciência o papel da ciência, colocando a evidência científica disponível, de forma acessível, aos decisores políticos, empresariais e população em geral. O melhor combate à desinformação faz-se com informação. E com a informação vem o debate e a discussão informada, vital ao sucesso dos regimes democráticos e das organizações empresariais.

"Desde 2008, que o grupo em que a Tabaqueira se insere já investiu milhares de milhões de euros na investigação, desenvolvimento, produção e substanciação científica (através de estudos não clínicos e clínicos) de melhores alternativas aos tradicionais cigarros. ”

Rui Minhós

Diretor de External Affairs da Tabaqueira

Sendo certo que o tempo da ciência nem sempre consegue acompanhar a velocidade com que inverdades se espalham pelos múltiplos palcos mediáticos, os escassos meses que os cientistas levaram para chegar às primeiras vacinas contra a Covid-19 provam que o desenvolvimento científico é cada vez mais exponencial, cada desenvolvimento acelera ainda mais o seguinte – conseguindo, dessa forma, responder de forma mais lesta aos desafios da Humanidade.

Mas porque decidiu a PMI promover esta discussão sobre a importância da ciência na sociedade e como base dos processos de tomada de decisão?

Na verdade, este desígnio não é novo. Desde 2008, que o grupo em que a Tabaqueira se insere já investiu milhares de milhões de euros na investigação, desenvolvimento, produção e substanciação científica (através de estudos não clínicos e clínicos) de melhores alternativas aos tradicionais cigarros. Um compromisso assumido plenamente em 2016, quando a empresa avançou uma nova visão para o mundo e uma mudança disruptiva no seu modelo de negócio: criar um futuro livre de fumo, a partir da substituição dos cigarros por melhores soluções, sem combustão, sem fumo, sem alcatrão, para que os fumadores que, de outra forma continuariam a fumar, possam vir a mudar para produtos alternativos, consubstanciados por evidência científica como sendo menos nocivos.

Foram necessários quase quatro anos, desde dezembro de 2016 (ano em que a PMI fez uma primeira submissão à FDA, a Agência Americana para a Segurança Alimentar e para o Medicamento, a revisão da extensa evidência científica no contexto dos pedidos de autorização para a comercialização do IQOS e das unidades de tabaco aquecido nos Estados Unidos) a julho de 2020, e análise de 97 estudos científicos, para que o sistema IQOS da PMI fosse autorizado para ser comercializado como “Produto de Tabaco de Risco Modificado” (Modified Risk Tobacco Product, MRTP da sigla em Inglês). Refere a mesma autorização, que estudos científicos demonstraram que a substituição completa dos cigarros convencionais pelo sistema IQOS – que não queima o tabaco – reduz significativamente a exposição do organismo a constituintes químicos nocivos ou potencialmente nocivos.

A evidência científica precisa de estar ao serviço dos consumidores e dos decisores políticos e empresariais. Só assim é possível mudar mentalidades e caminhar no sentido do progresso. Não deverá ser a nossa missão, enquanto empresa, colocarmos à disposição dos consumidores informação credível e baseada na ciência para que estes possam tomar as suas decisões informadas? Acreditamos que, com o necessário encorajamento regulatório, e tendo apoio da sociedade civil (como bem mostram os resultados do white paper “Em defesa do primado da Ciência” e do inquérito “Novas Abordagens Necessárias”), conseguiremos, de forma progressiva, construir um futuro melhor, sem fumo. Um futuro menos ruidoso, um futuro com melhores discussões e mais esclarecidamente guiado pela ciência.

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Banco de Portugal melhora previsões para o desemprego, mas vê taxa a subir para 7,7% este ano

Apesar do impacto do segundo confinamento na economia portuguesa, o Banco de Portugal estima que a taxa de desemprego em 2021, 2022 e 2023 será mais baixa do que tinha sido projetado anteriormente.

O Banco de Portugal (BdP) estima que, afinal, a taxa de desemprego ficará nos 7,7% em 2021, menos 1,1 pontos percentuais (p.p) do que tinha projetado anteriormente. De acordo com o Boletim Económico apresentado esta sexta-feira, também as previsões relativas a 2022 e 2023 foram revistas, esperando-se agora que a taxa em causa fique nos 7,6%, no próximo ano, e nos 7,2%, no ano seguinte.

Esta revisão das projeções relativas à taxa do desemprego acontece mesmo depois de o país ter estado dois meses em confinamento e de estar a viver atualmente um processo de reabertura a conta-gotas.

De notar que, em 2020, apesar das restrições impostas por causa da pandemia de coronavírus e do seu impacto na economia, a taxa de desemprego ficou abaixo de todas as estimativas, fixando-se em 6,8%. O BdP tinha estimado que ficaria nos 7,2%.

Já para 2021, o banco central prevê que a taxa de desemprego suba para 7,7%, de acordo com o documento apresentado esta tarde; No Boletim divulgado em dezembro, previa que subisse para 8,8%, ou seja, decidiu rever agora a projeção em 1,1 pontos percentuais. Em comparação, o Executivo de António Costa estima que a taxa de desemprego fique nos 8,2%, este ano.

O Banco de Portugal explica que o agravamento da taxa de desemprego projetado para 2021 deverá traduzir o “aumento dos indivíduos que transitam da inatividade para o desemprego”, à boleia do “levantamento das medidas de contenção” e da “recuperação da atividade económica”.

É importante sublinhar que, ao longo de 2020, o aumento dos inativos acabou por “mascarar” em várias ocasiões a debilitação do mercado de trabalho, já que estavam em causa indivíduos que perderam os seus postos de trabalho, mas não conseguiam procurar ativamente uma nova ocupação por causa das restrições (nomeadamente os confinamentos) impostas à mobilidade, logo não eram considerados desempregados.

No Boletim Económico de março, o BdP acrescenta: “A taxa de desemprego deverá aumentar de 6,8% em 2020 para 7,7% em 2021, antes de iniciar uma trajetória descendente até ao final do horizonte de projeção”.

De notar que, no que diz respeito à taxa de desemprego estimada para 2022 e 2023, em dezembro, o BdP projetava que o indicador em questão ficasse nos 8,1% e 7,4%. Já no Boletim divulgado esta sexta-feira, indica projetar agora que a taxa de desemprego subirá para 7,6%, no próximo ano, e recuará para 7,2%, no ano seguinte.

Apesar das revisões desta sexta-feira, a taxa de desemprego, no final do horizonte, “deverá ser superior à observada em 2019”, último ano completo pré pandemia. Ainda assim, a taxa, estima-se, estará “muito aquém da observada na crise de 2011-13”.

O Banco de Portugal sublinha, por outro lado, que, apesar do “sucesso das medidas” lançadas para mitigar o impacto da pandemia no mundo do trabalho, antecipam-se “alguns efeitos mais prolongados. Isto fruto de “alterações nas preferências dos agentes (por exemplo, compras eletrónicas, viagens de negócios e teletrabalho) e da necessidade de realocação de fatores produtivos entre setores”.

O Executivo tem vindo a lançar uma série de medidas para “salvar” postos de trabalho, como o popular lay-off simplificado e o apoio à retoma progressiva. Para a fase de desconfinamento, o Governo já tem preparada uma nova edição do incentivo à normalização, que garantirá às empresas que saírem dos referidos regimes extraordinários até dois salários mínimos por posto de trabalho, em troca da manutenção dos empregos que têm à sua conta.

No Boletim Económico divulgado, esta sexta-feira, o Banco de Portugal mantém a sua previsão relativamente à evolução do Produto Interno Bruto em 2021, que vê a crescer 3,9%. Já em 2022, projeta que a economia portuguesa engordará 5,2%, mais 0,7 pontos percentuais do que anteriormente estimado.

(Notícia atualizada às 16h59)

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Sistema de mobilidade do Mondego vai custar mais 13 milhões de euros

  • ECO
  • 26 Março 2021

Alterações no projeto do Sistema de Mobilidade do Mondego agravam custos em 13 milhões de euros. Investimento que se estende até 2024 ascende a 129,8 milhões de euros.

O Governo autorizou a reprogramação dos encargos plurianuais do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que ascendem agora a 129,8 milhões de euros. As alterações, que resultam de mudanças no interface modal, levam a um acréscimo de 13 milhões de euros nos custos da obra, de segundo um despacho do Governo publicado esta sexta-feira em Diário da República.

A construção do interface do Sistema de Mobilidade do Mondego na Estação de Coimbra B conduzirá a uma intervenção mais robusta do que o previsto nas obras da Linha do Norte. E o Governo decidiu estender a Linha do Hospital ao Hospital Pediátrico, o que não estava previsto no projeto inicial, sendo assim necessário alterar a estimativa orçamental e a respetiva autorização da despesa associada.

Em ambas as versões, a primeira fase da obra vai custar 26,6 milhões de euros (mais IVA), mas agora passou a ser feita ao longo de quatro anos e não três. Em 2019 e 2020 já foram gastos 1,5 milhões de euros, estando a fatia maior do investimento prevista para este ano (24,4 milhões). Este montante servirá para modernizar a Estação de Coimbra B um procedimento que decorrerá ao mesmo tempo que é feita a empreitada relativa ao troço Portagem-Coimbra B, “tendo em conta as vantagens ao nível dos custos e do faseamento construtivo”, explica a resolução.

A segunda fase custava 58,4 milhões de euros, mas com as alterações do projeto passou para 71,4 milhões (mais IVA). A modernização do troço Alfarelos/Pampilhosa e as intervenções de caráter ferroviário para criar um interface intermodal estruturado entre os vários meios de transporte público será feita em cinco anos (2020/2024) e não quatro como inicialmente previsto (2020/2023). Neste caso a fatia de leão será investida em 2022 (37 milhões de euros).

Estes encargos financeiros “são assegurados por fundos europeus estruturais e de investimento”. E a comparticipação nacional é assegurada através do orçamento da IP, no montante máximo 38 milhões e não pode ser superior a 38,78% do investimento total contratualizado.

Através desta Resolução o Executivo autoriza também a IP “a assumir os encargos plurianuais e a realizar a despesa necessária à intervenção de modernização da Estação de Coimbra B, relativa à empreitada e à respetiva fiscalização, que inclui a coordenação de segurança em obra”, até ao montante global de 29,5 milhões de euros (mais IVA) desde que haja luz verde para financiamento europeu “após aprovação da reprogramação da candidatura” e um financiamento nacional de 12,5 milhões de euros, sendo que esta taxa de comparticipação “não pode ser superior a 42,57% do investimento total contratualizado”.

Bruxelas deu luz verde em janeiro deste ano para que o Sistema de Mobilidade do Mondego seja financiado em 60 milhões de euros pelo Fundo de Coesão, uma possibilidade que passou a existir depois de a Comissão Europeia ter aceitado a reprogramação do Portugal 2020 em dezembro de 2018.

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Novo Banco pede 598,3 milhões ao Fundo de Resolução

Banco anunciou que vai pedir mais 598 milhões de euros ao Fundo de Resolução por causa dos prejuízos registados em 2020, que voltaram a superar os mil milhões de euros.

O Novo Banco vai pedir 598,3 milhões de euros ao Fundo de Resolução, depois dos prejuízos de 2020. É um valor que fica acima do que o Governo antecipava no Orçamento do Estado, de 476 milhões de euros.

“Em resultado das perdas dos ativos protegidos pelo mecanismo de capital contingente (CCA) e das exigências regulatórias de capital, o Novo Banco irá solicitar uma compensação de 598,3 milhões de euros ao abrigo do CCA”, diz o banco em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em 2020, o banco liderado por António Ramalho apresentou prejuízos de 1.329 milhões de euros, registando um resultado negativo tanto no banco legacy como no chamado “banco bom”. Um resultado que leva a instituição a recorrer novamente ao mecanismo de capital contingente para repor rácios de capital.

Estes quase 600 milhões de euros agora solicitados ficam abaixo do valor solicitado no ano passado, de 1,15 mil milhões de euros. No entanto, supera aquele que estava previsto pelo Governo. João Leão disse, recentemente, contar que o pedido ficasse abaixo dos 500 milhões, algo que acabou por não acontecer.

A estimativa do ministro das Finanças era com base no montante que tinha considerado no Orçamento do Estado, de 476 milhões de euros, valor esse que seria o obtido pelos bancos do sistema e transferido pelo Fundo de Resolução para o Novo Banco.

Contudo, no final do ano passado, o Parlamento aprovou um travão a novas injeções do Fundo de Resolução no Novo Banco, à espera dos resultados da auditoria entretanto solicitada ao Tribunal de Contas. O Governo sempre disse que vai cumprir os contratos relativos ao Novo Banco, mas não se sabe como irá evoluir este braço-de-ferro.

Ainda sobram 320 milhões

“O valor total das compensações solicitadas entre 2017 e 2019 e a solicitar relativamente a 2020 totalizam 3,57 mil milhões de euros”, diz o Novo Banco na apresentação das contas de 2020. E recorda: “o montante máximo de compensação estabelecido no CCA é de 3,89 mil milhões de euros”, ou seja, ainda sobra algum dinheiro.

O mecanismo de capital contingente foi criado em outubro de 2017, condição chave para se vender 75% do capital do Novo Banco ao fundo texano. Funciona como uma espécie de garantia para cobrir as falhas de capital resultados de potenciais perdas com um conjunto de ativos do banco que foram herdados do BES.

Desde então, já foram pedidos cerca de três mil milhões de euros de um total de 3,89 mil milhões que este mecanismo prevê. Agora, o total solicitado aumenta para 3,57 mil milhões, ficando a sobrar 320 milhões de euros.

Estes 3,57 mil milhões são um “valor enquadra na perfeição no cenário base otimista previsto nos acordos de 2017 e aquilo que eram os cenários adversos da pandemia”, diz António Ramalho, que já disse por mais do que uma vez que 2020 foi o ano de virar a página da reestruturação do banco e que a partir de agora ia começar a dar lucros, razão pela qual já não pedirá mais dinheiro ao Fundo de Resolução.

(Notícia atualizada às 17h09 com mais informação)

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Novo Banco regista prejuízos de 1.329 milhões de euros em 2020

Banco liderado por António Ramalho anunciou esta sexta-feira que teve um resultado líquido negativo de 1.329,3 milhões de euros no ano passado. A pandemia pesou, mas não só.

O Novo Banco fechou 2020 com prejuízos de 1.329,3 milhões de euros, anunciou o banco esta sexta-feira. O resultado compara negativamente com a perda de 1.059 milhões de euros registada em 2019.

As contas eram aguardadas com expectativa sobretudo por causa do pedido (que poderá ser o último) que o banco vai fazer ao Fundo de Resolução: apresentou uma fatura de 598,3 milhões, acima do que o Governo esperava. Ainda assim, há dúvidas sobre 160 milhões desse pedido por causa da venda da operação em Espanha.

A instituição liderada por António Ramalho explica o agravamento dos resultados no ano passado com três fatores:

  • um impacto negativo de 300,2 milhões resultado de avaliações independentes aos fundos de reestruturação;
  • 1.191,5 milhões de euros de imparidades e provisões, em resultado da descontinuação do negócio em Espanha e do agravamento do nível de incumprimento de alguns clientes (crédito a clientes, garantias e instituições de crédito), sendo 268,8 milhões de euros de imparidade adicional para riscos de crédito decorrentes da pandemia Covid-19; e
  • 123,9 milhões de euros de reforço da provisão para reestruturação.

No que diz respeito ao negócio, a margem financeira subiu 8,3% para 555,1 milhões de euros, com os rendimentos com serviços de clientes (comissões) a caírem 12,9% para 271,9 milhões.

O produto bancário praticamente duplicou dos 300 milhões para os 617 milhões, uma subida que se deve sobretudo a um desagravamento da rubrica “Outros Resultados de Exploração”, que passaram de -326,8 milhões para -136,6 milhões, com António Ramalho a explicar esta evolução com a redução do legado do BES.

Do produto bancário há que subtrair os custos operacionais de 431,8 milhões (-1,6%) para se chegar ao resultado operacional positivo de 186,1 milhões de euros.

Ao contrário dos outros bancos, o Novo Banco viu a carteira de crédito emagrecer ligeiramente para 25,2 mil milhões de euros. Já os depósitos de clientes subiram (acompanhando a tendência do setor) para 26,1 mil milhões de euros.

Ao nível da qualidade do crédito, o rácio NPL baixou consideravelmente de 12% para 8,9% no final do ano passado, uma evolução que reflete, em boa parte, a venda de carteiras de malparado por parte do banco.

Enquanto isso, os rácios de solvabilidade baixaram de 13,5% para 11,3% (CET1 e Tier1) e 15,1% para 13,3% no caso do rácio de fundos próprios.

“Moratórias são para resolver já”

O Novo Banco tem 6,9 mil milhões de euros de crédito em moratória, representando cerca de 27% da carteira de créditos a clientes. António Ramalho está ciente do desafio que o setor tem pela frente quando as moratórias expirarem depois de setembro. E defende que as soluções devem ser pensadas sem mais demoras.

As moratórias são assunto para resolver já e não para resolver em setembro. Costumo dizer e volto a repetir: não deixemos em setembro o que podemos fazer em março. Não deixemos para 2022 o que podemos fazer em 2021″, disse António Ramalho. “Adiar problemas não resolve nada em banca”.

(Notícia atualizada às 19h14)

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Banco de Portugal mantém crescimento de 3,9% em 2021. Revê em alta 2022

No boletim económico de março, o banco central mantém a previsão de crescimento do PIB de 3,9% em 2021, mas revê em alta a retoma em 2022 de 4,5% para 5,2%.

Apesar da terceira vaga da pandemia e do segundo confinamento em Portugal, a previsão do Banco de Portugal para o crescimento da economia portuguesa em 2021 não mudou entre dezembro e março. O banco central continua a estimar um salto de 3,9% do PIB este ano, após a queda de 7,6% em 2020 causada pela pandemia. Porém, reviu em alta o crescimento de 2022 de 4,5% para os 5,2%, acelerando assim a retoma no próximo ano.

“Ao longo do período 2021-23 projeta-se um crescimento económico de 3,9%, 5,2% e 2,4%”, revela o banco central no boletim económico de março divulgado esta sexta-feira, o que compara com 3,9%, 4,5% e 2,4% estimados em dezembro. Estas previsões assumem que as “restrições serão gradualmente levantadas a partir do segundo trimestre de 2021” e que a vacinação “estará concluída até ao início de 2022, em paralelo em Portugal e na área do euro”.

O Banco de Portugal detalha que “a recuperação é diferenciada entre setores e componentes da despesa”, com o principal contributo a vir das exportações e do consumo privado, que foram as componentes que mais se reduziram em 2020. “O investimento cresce 5% em média, beneficiando da entrada de fundos europeus, em particular no âmbito do novo instrumento Next Generation EU”, acrescenta. Entre setores, a retoma será “mais lenta nos serviços mais dependentes de contactos pessoais”.

Ainda que o crescimento do PIB seja o mesmo do boletim anterior, há alterações nas componentes que refletem a evolução da situação económica desde então. Como mostra a tabela seguinte, o consumo privado, o consumo público e o investimento vão crescer menos em 2021 face ao previsto em dezembro. Já as exportações vão crescer mais, equilibrando a balança.

Fonte: Banco de Portugal. Boletim económico de março.

Apesar de manter a previsão de 2021, o banco central alerta que a “incerteza permanece elevada, não obstante os progressos no controlo da pandemia“. É por isso que o Banco de Portugal volta a apresentar um cenário adverso em que vê o PIB a crescer apenas 1,6% em 2021, seguindo um crescimento de 3,2% em 2022 e em 2023. Caso seja esta a trajetória, Portugal não recuperará da crise pandémica no final de 2023. No cenário central, essa retoma é concluída durante 2022.

“No cenário adverso, assume-se uma disseminação mais gradual da vacina e que o surgimento de novas variantes permanece uma ameaça, podendo traduzir-se em novos períodos de confinamento e restrições à circulação entre fronteiras ao longo de 2021″, detalha o banco central, assinalando o “impacto negativo na confiança dos agentes económicos” e a “evolução mais contida do consumo privado”, principalmente nos serviços de maior contacto pessoal. Neste cenário, a taxa de poupança continua elevada e o consumo privado cresce menos.

Mas também há um cenário favorável. Neste caso, o PIB cresce 4,7% em 2021, 5,4% em 2022 e 2,3% em 2023. “No cenário favorável, o melhor controlo das infeções e o levantamento mais rápido das medidas de contenção traduzem-se numa redução da incerteza e num aumento da confiança dos agentes económicos”, explica o Banco de Portugal, referindo a taxa de poupança iria cair mais rapidamente e o consumo privado cresceria mais. Este cenário assume que as “famílias gastam parte da poupança acumulada em 2020, em larga medida de natureza forçada, o que permite repor mais rapidamente a despesa adiada durante a pandemia“.

Centeno admite desgaste da economia com confinamento prolongado, mas confia na resiliência

Na conferência de imprensa de apresentação do boletim económico de março, o governador do Banco de Portugal disse que os números mostram que “parece haver uma relação bastante negativa entre a duração do confinamento e a evolução da economia“, através do “desgaste da economia”, o que é visível quando o confinamento tem uma “duração prolongada” e quando não existe uma “ideia clara do futuro”. É isso que mostra o indicador diário de atividade económica do BdP (DEI) que registou “taxas mais negativas” nas últimas semanas do confinamento atual, após um período de melhoria.

A perspetiva de Mário Centeno é que o PIB regista uma queda em cadeia no primeiro trimestre, face ao quarto trimestre, mas depois deverá iniciar um “perfil de recuperação bastante rápido” no segundo e no terceiro trimestre de 2021. Contudo, Centeno alertou que “o futuro não é mais incerto que o presente” pelo que o exercício de previsão é ainda mais complexo. Por outro lado, os indicadores de consumo caíram mais de 10%. Por outro lado, há uma “certa resistência das exportações de bens” e da atividade industrial.

Além da evolução da pandemia, um dos elementos mais decisivos para a retoma da economia é o comportamento dos agentes económicos, principalmente dos cidadãos. As previsões do Banco de Portugal apontam para que “em nenhum dos anos desta crise o rendimento disponível dos particulares, em termos agregados, cai” e o mesmo se aplica aos salários, com a massa salarial a crescer 1% em 2020 e 2,6% em 2021. Estes são bons indicadores para a “reversão gradual do aumento da poupança”, um fator primordial para o consumo privado, a maior componente do PIB.

A expectativa do banco central é que a taxa de poupança, após ter atingido um máximo de 2002 no ano passado, chegue a 2023 no mesmo nível de 2019 (cerca de 6,8% do rendimento disponível). Contudo, “se a redução for mais moderada, poderemos ter uma recuperação mais lenta”, admitiu Centeno, recordando que “não seria a primeira vez que um processo de crise estivesse associado a alterações estruturais do comportamento das famílias e a uma redução mais lenta da taxa de poupança“.

Quanto às empresas, Centeno mostrou-se confiante, detalhando vários indicadores em que se vê a resiliência, logo a começar pelo investimento, o qual deverá aumentar o seu peso no PIB durante os próximos anos. “O investimento é uma das grandes novidades desta crise”, disse, argumentando que tal de ser ao facto da crise “ser considerada temporária e de haver uma situação económica-financeira das empresas bastante positiva“. Essa situação é demonstrada pelos dados dos depósitos das empresas que aumentaram 9.166 milhões de euros entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021, subindo 192%, o que não tem precedente na série destas estatísticas. Nas crises anteriores, estes depósitos tinham descido.

(Notícia atualizada às 18h09 com mais informação)

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Resultados da TAP não vão contar (para já) para o défice

Apesar de o Estado controlar a transportadora aérea, a TAP não vai voltar a fazer parte do perímetro das administrações públicas pelo que os resultados não vão contar (para já) para o défice.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) decidiu esta sexta-feira não voltar a colocar a TAP dentro do perímetro das administrações públicas, pelo que os resultados da empresa não deverão contar (para já) para o saldo orçamental. Em 2019, o gabinete de estatísticas tinha retirado a transportadora aérea dessa classificação por considerar que, apesar de deter 50% do capital, o Estado não controlava a estratégia da empresa. A decisão mantém-se mesmo com o aumento da posição que ocorreu em 2020 por causa do impacto da pandemia e os apoios do Estado neste ano atípico.

A TAP é uma empresa pública mercantil classificada no setor institucional das sociedades não financeiras“, responde o gabinete de estatística ao ECO, concretizando que “a alteração societária ocorrida em 2020 não alterou a respetiva classificação“. A lista das Entidades do Setor Institucional das Administrações Públicas em 2020 foi atualizada esta sexta-feira com a divulgação da estimativa do défice de 5,7% do PIB.

Ou seja, a TAP continua a ser uma empresa detida pelo Estado, mas fica fora do perímetro das administrações públicas. Esta é uma questão técnica de classificação estatística, com critérios previstos no Manual do Défice e da Dívida (uma bíblia das contas públicas do Eurostat e dos gabinetes nacionais), mas que tem implicações concretas sobre o défice orçamental.

Ao manter a TAP fora do perímetro das administrações públicas em 2020, os resultados da empresa continuam a não contar para o défice orçamental, tal como acontece atualmente com a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo. Caso a TAP fosse integrada no perímetro, as despesas e as receitas da empresa — cujo resultado se perspetiva que seja de prejuízo nos próximos tempos — passariam a contar para o défice todos os anos, influenciando as contas do Ministério das Finanças.

Para já, os resultados não deverão contar, mas as injeções que o Estado planeia fazer na TAP ao abrigo do plano de reestruturação (que está a ser negociado com a Comissão Europeia), à semelhança dos 1,2 mil milhões de euros que emprestou em 2020, deverão continuar a entrar no défice, penalizando as contas públicas. Para 2021 o Governo planeia uma injeção entre 970 e 1.164 milhões de euros na transportadora aérea. O plano é que o Estado financie a TAP em mais 473 a 500 milhões em 2022, 379 a 438 milhões em 2023 e 392 a 420 milhões em 2024.

Contudo, nas próximas atualizações da lista de entidades que fazem parte do perímetro das administrações públicas, a avaliação do INE e do Eurostat pode mudar com a inclusão de nova informação. Em causa estão critérios como a intensidade dos subsídios do Estado a uma empresa para a sua sobrevivência, se esta é financiada por objetivos de políticas públicas e não pelas regras do mercado ou se a receita mercantil da empresa for inferior a 50% dos custos totais.

Em julho do ano passado, o Eurostat admitia ao Jornal de Negócios a entrada da TAP no perímetro das administrações públicas: “Em geral, a existência de uma injeção de capital pode ser um indicador de que o recetor pode não estar a cumprir este critério”. O critério era a TAP ser um produtor de mercado, ou seja, uma entidade mercantil “que providencia toda ou a maior parte da sua produção (bens e serviços) a preços que são ‘economicamente relevantes'”.

Já o ministro das Finanças, João Leão, na conferência de imprensa em que anunciou a operação na TAP, afastou a possibilidade da empresa entrar no perímetro (o que se veio a confirmar), apesar de admitir um impacto “residual” por parte da holding TAP SGPS nos próximos anos. “Há muitas empresas públicas que não estão no perímetro das contas públicas”, disse Leão, explicando que “são empresas que, como a TAP, SA (a transportadora), têm natureza mercantil, por isso não integram as contas públicas“.

Contudo, a classificação não é eterna, mudando consoante a incorporação de nova informação. “O reforço da posição do Estado no capital da empresa, por si só, não altera a classificação”, respondia o INE em setembro do ano passado ao ECO, assinalando que “a análise da natureza da produção (mercantil ou não mercantil) das empresas públicas é efetuada regularmente, com base nas demonstrações financeiras anuais”.

Esta resposta indicia que a decisão do INE e do Eurostat poderá demorar ainda algum tempo — tal como aconteceu quando retirou a TAP do perímetro em 2019, com efeitos retroativos a 2016 —, esperando pelos resultados da empresa de 2020 ou até mais. Além disso, aguardam mais informação sobre a operação, nomeadamente a versão final do plano de reestruturação que está a ser negociado pela empresa e o Estado português com a Comissão Europeia.

Ainda não se sabe quando é que a empresa vai divulgar os resultados finais de 2020, mas até setembro de 2020 a TAP acumulava um prejuízo de 700 milhões de euros devido à pandemia que condicionou fortemente a atividade das transportadoras aéreas em todo o mundo.

Entidades que integram o perímetro das administrações públicas em 2020:

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Mais voos para a Madeira e novas rotas para África. TAP já tem planos para o verão

A TAP reforçou os voos para o Funchal, Porto Santo e Cabo Verde, e ao mesmo tempo inaugurou oito novas rotas para África e outros países da Europa.

O verão ainda é um pouco incerto, mas o setor do turismo já se começa a preparar, dotado de um certo otimismo. A pensar nos portugueses ansiosos por viajar e nos turistas ansiosos por voltar a Portugal, a TAP já preparou o plano de rotas para o verão, reforçando os voos para certos destinos, como a Madeira e Cabo Verde, e criando novas rotas para a Europa e para África.

Para agosto, a companhia aérea nacional planeia operar 879 voos por semana, num total de 100 rotas, informou esta sexta-feira, em comunicado de imprensa. Naquele que é o mês de maior afluência turística, a TAP vai contar com oito rotas nacionais com 126 voos por semana.

O destaque deste verão é a Madeira, destino na qual a companhia “reforçará a sua operação nos próximos meses”: em agosto haverá cinco voos diários de Lisboa para o Funchal e dois voos diários com partida do Porto. Já para o Porto Santo, a estimativa é de retomar a operação a partir de junho com cinco voos semanais.

Para os habitantes (e viajantes dos Açores), haverá 22 voos por semana. Para Ponta Delgada serão 12 por semana com saída de Lisboa e três semanais com saída do Porto. A rota Lisboa – Terceira terá um voo diário. Ainda dentro de território nacional, haverá quatro voos por dia entre Lisboa e Porto e três voos diários entre Lisboa e Faro.

Em comunicado, a empresa explica que este planeamento está a ser feito “de acordo com as contingências da evolução da pandemia, oportunidades de procura detetadas e rentabilidade das rotas, tendo em vista a sustentabilidade da empresa no âmbito do processo de reestruturação em curso“.

Novos destinos na Europa e em África

A pensar nos viajantes que preferem conhecer outros países, e também nos turistas curiosos sobre Portugal, a TAP decidiu criar oito novas rotas para a Europa — Fuerteventura (Espanha), Ibiza (Espanha), Santiago de Compostela (Espanha) e Zagreb (Croácia) — e para África — Djerba (Tunísia), Agadir (Marrocos), Monastir (Tunísia) e Oujda (Marrocos).

No total, serão 555 voos por semana para destinos europeus em agosto, dos quais 83 para o continente africano: seis voos semanais para Luanda, três para Maputo, três para Bissau, quatro para São Tomé, dez para Praia, três para o Sal e sete para São Vicente.

Destaque ainda para a América, que não podia ficar esquecida. A TAP vai operar 61 voos por semana entre Portugal e o Brasil em agosto, enquanto na América do Norte operará 51 voos por semanais para Boston, Newark, Chicago, Washington, S. Francisco, Toronto e Montreal. A companhia vai estrear-se na América Central com três voos por semana entre Lisboa-Cancun (México).

Em comunicado, a empresa refere que, “ao longo dos próximos meses, vai repor gradualmente a sua operação, ainda que com uma recuperação lenta devido aos constrangimentos legais que existem atualmente à mobilidade das pessoas e ao tráfego aéreo”. Afirmado estar a acompanhar a evolução da pandemia, a TAP diz que a lista de rotas e voos “será ajustada sempre que as circunstâncias o exijam”.

A empresa nota ainda que os bilhetes comprados até 31 de maio, com data de viagem marcada até 31 de dezembro de 2021, podem ser alterados sem qualquer custo.

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Vai tomar a vacina da Pfizer? Da AstraZeneca ou da Moderna? Isto é o que tem de saber sobre cada uma

Em que situações a vacina da Pfizer é contraindicada? E que precauções devo ter para a da Moderna? Quais as reações adversas associadas à vacina da AstraZeneca? O ECO "descodificou" o manual da DGS.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) divulgou um manual sobre a Literacia em Saúde e Comunicação, com o intuito de promover a adesão da população à vacinação contra a Covid-19, numa altura em que a suspensão temporária da vacina da AsraZeneca (que já foi entretanto retomada) levou a uma quebra de confiança nas vacinas.

Neste documento, as autoridades de saúde salientam “o papel dos profissionais de saúde na disseminação de mensagens que promovam a vacinação e no esclarecimento da população”. Nesse sentido, a DGS apela a que estes profissionais recomendem a vacina aos seus utentes, explicando os benefícios da vacinação “a nível individual e coletivo” e “informando sobre a baixa prevalência de efeitos secundários“, mas também elencando que os benefícios são “largamente superiores aos riscos”.

Ao mesmo tempo, os profissionais de saúde devem sublinhar que, mesmo que tome a vacina deve continuar a manter as medidas de prevenção habituais, como a utilização da máscara, assegurar distância física de outras pessoas ou lavar as mãos com frequência, já que a proteção não é imediata e “ainda não há evidência que garanta que uma pessoa vacinada não seja transmissora do vírus”, aponta a DGS.

Além disso, neste manual consta também um “guia” prático para os utentes que recebam cada das três vacinadas que estão a ser administradas em Portugal. Em linhas gerais, os indivíduos não devem ser vacinados caso tenham alguns dos sintomas relacionados com a Covid-19, isto é, febre, tosse, dificuldade respiratória ou alterações no paladar ou olfato, devendo nestes casos contactar a linha SNS 24.

Caso não tenham nenhuma destas patologias têm “luz verde” para serem vacinados, sendo que devem “manter-se junto do local onde foram vacinados durante pelo menos 30 minutos”, por forma a serem prontamente assistidos casos desenvolvam alguma reação alérgica adversa, que embora sejam “são muito raras”, surgem “geralmente pouco tempo após a administração”.

Mas afinal, em que situações a vacina da Pfizer é contraindicada? E que precauções devo tomar para a vacina da Moderna? E quais as reações adversas relacionadas com a vacina da AstraZeneca? Ponto por ponto, o ECO “descodificou” o manual da DGS com tudo o que precisa de saber sobre cada tipo de vacina.

O que deve saber sobre a vacina da Pfizer/BioNTech?

A vacina da Pfizer desenvolvida em conjunto com a BioNTech contra a Covid-19 foi a primeira a ser aprovada pela Agência Europeia Medicamento, a 21 de dezembro, apenas seis dias antes de arrancar o plano de vacinação em Portugal. Cientificamente registada como COMIRNATY®, esta é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA) que “codifica para a proteína S (“spike”) do vírus SARS-CoV-2” e é indicada para indivíduos com idade igual ou superior a 16 anos.

Tal como as restantes vacinas que estão atualmente a ser administradas em Portugal, esta é uma vacina de duas tomas, cujo intervalo de administração entre as tomas é de 28 dias. Recorde-se que o intervalo de administração foi alargado no ínicio deste mês, sendo que antes disso era de 21 dias.

Quanto às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:

  • Já teve uma reação anafilática a outros medicamentos;
  • Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia), bem como se “tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes”, aponta a DGS.

Assim, a instituição liderada por Graça Freitas aponta que esta vacina é contraindicada para pessoas com historial de “hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos seus excipientes”, ou caso tenham desenvolvido “uma reação anafilática a uma dose anterior desta vacina”. Nestas situações, o melhor é mesmo contactar o seu médico. Estas contraindicações aplicam-se também às vacinas da Moderna e da AstraZeneca.

Relativamente às reações adversas relacionadas com a vacina da Pfizer as mais frequentes são: dor ou inchaço no local da injeção (leia-se no músculo do braço), fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dor nas articulações ou febre. Neste último caso, pode tomar paracetamol. Ao passo que “se apresentar dor, inchaço ou calor no local da injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele”.

Estas reações são geralmente ligeiras e desaparecem alguns dias após a vacinação, no entanto, “devem ser notificadas no Portal RAM para serem monitorizadas“. Em caso de persistência, deve contactar o seu médico ou a linha SNS 24. De notar que estas duas recomendações aplicam-se a qualquer tipo de vacina.

E sobre a vacina da Moderna?

A vacina da farmacêutica norte-americana Moderna foi a segunda a ter “luz verde” do regulador europeu, a 6 de janeiro. Tal como a vacina da Pfizer é uma vacina de mRNA, pelo que as duas têm várias semelhantes quer ao nível de administração (duas tomas com um intervalo de 28 dias), quer o nível de precauções e efeitos adversos. Mas se a vacina da Pfizer é recomendada para indivíduos com idade igual ou superior a 16 anos, esta é recomendada para pessoas com idade igual ou superior a 18 anos.

Quanto às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:

  • Já teve uma reação anafilática a outros medicamentos;
  • Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia);
  • Tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes. Esta é, portanto, a grande diferença para a da vacina da Pfizer, neste âmbito.

No que toca aos efeitos adversos, “com esta vacina podem surgir dor, inchaço ou vermelhidão no local de injeção, edema ou sensibilidade na axila, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, febre, arrepios ou náuseas“, refere a DGS. Tal como da vacina da Pfizer, se tiver febre pode tomar paracetamol, ao passo que “se apresentar dor, inchaço ou vermelhidão ou calor no local da injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele.

Quais são as recomendações para a vacina da AstraZeneca?

A vacina desenvolvida pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford foi aprovada a 29 de janeiro e tem várias diferenças face às anteriormente mencionadas. Desde já, esta é uma vacina que utiliza um vírus geneticamente modificado (o chamado “vetor viral”) que contem o ácido desoxirribonucleico (ADN) para a proteína S (“spike”) do vírus SARS-CoV-2. Esta é também uma vacina de dose dupla, mas o intervalo entre as doses é consideravelmente superior: 12 semanas. E tal como a vacina da Moderna é recomenda para indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos.

No que concerne às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:

  • Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia), tal como acontece na vacina da Pfizer e da Moderna;
  • Tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes, à semelhança da vacina da Moderna.

Com esta vacina podem surgir os seguintes efeitos adversos: sensibilidade, dor, calor ou comichão ou hematoma no local de injeção, fadiga, mal-estar, dores musculares, dor nasarticulações, febre, arrepios, dor de cabeça ou náuseas. Tal como nas outras duas vacinas, se tiver febre pode tomar paracetamol, enquanto “se apresentar dor, calor ou hematoma no local de injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele”.

Ao mesmo tempo, as autoridades de saúde aconselham a que se sentir um “mal-estar persistente”, como dores de cabeça frequentes ou dores no corpo fortes”, num prazo superior a três dias ou pontos vermelhos ou manchas na pele fora do local de injeção deve consultar “de imediato o seu médico”.

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Nicolau Santos escolhido para presidente da RTP

  • ECO e Lusa
  • 26 Março 2021

O jornalista Nicolau Santos e o atual administrador da RTP, Hugo Figueiredo, são os nomes escolhidos para integrar o novo Conselho de Administração da RTP.

O atual presidente da Lusa, Nicolau Santos, e o administrador da RTP, Hugo Figueiredo, foram convidados pelo Conselho Geral Independente (CGI) da RTP para apresentarem um projeto estratégico para os próximos três anos e integrarem o novo Conselho de Administração da RTP.

“Terminado o procedimento, o CGI entendeu, por decisão unânime, dirigir à equipa constituída por Nicolau Fernando Ramos dos Santos e Hugo Graça Figueiredo um convite para, juntamente com um vogal responsável pela área financeira, a designar pelo CGI após parecer prévio e vinculativo do membro do Governo responsável pela área das finanças, apresentarem um Projeto Estratégico da empresa para os próximos três anos, com vista a futura indigitação como membros do Conselho de Administração da RTP”, lê-se no comunicado.

“Na escolha da equipa Nicolau Santos e Hugo Figueiredo, o CGI teve em consideração, muito em particular, a considerável experiência de ambos os membros em áreas da comunicação social, e a relevância da sua capacidade de gestão e de liderança, aliada a uma sólida cultura de serviço público”, justifica o CGI.

O órgão “ponderou igualmente o interesse das propostas apresentadas pela equipa em matéria de valorização, capacitação e rejuvenescimento dos recursos humanos da empresa, num contexto de cultura de mérito; considerou as ideias apresentadas em termos de inovação e desenvolvimento tecnológico, em especial das necessidades de transformação digital da RTP; registou a disponibilidade da equipa para mobilizar a RTP com vista a reforçar a promoção da literacia mediática, dando especial atenção à formação crítica das gerações mais jovens”.

O Conselho Geral Independente “valorizou igualmente as propostas adiantadas para uma gestão rigorosa da empresa, assente na sua sustentabilidade financeira“, acrescenta.

O CGI, “nesta escolha difícil, face à qualidade das pessoas interessadas, tem fundada esperança em que o Conselho de Administração leve a cabo, de forma serena, mas efetiva, as mudanças necessárias para que a RTP possa, mantendo-se na vanguarda do novo ecossistema mediático, cumprir integralmente a sua missão de serviço público, enquanto instituição de cidadania democrática”.

Nicolau Santos, que é presidente cessante da Lusa, onde entrou em 2018, irá liderar a nova administração da RTP, sucedendo a Gonçalo Reis, que estava à frente da empresa desde 2015 (dois mandatos).

Hugo Figueiredo, que é administrador da RTP com o pelouro dos conteúdos desde 2018, foi administrador e presidente da direção do jornal Público, é engenheiro civil pelo Instituto Superior Técnico (IST) e tem um MBA pela Universidade Nova de Lisboa.

Liderou projetos nas áreas do digital, conteúdos, marketing e parcerias estratégicas, foi administrador da Rádio Nova e desempenhou funções na direção das operadoras NOS e Optimus.

No comunicado, o CGI “saúda a diversidade e a qualidade das pessoas e das equipas interessadas, bem como a riqueza estimulante das versões preliminares de projetos estratégicos apresentadas“.

O órgão, presidido por José Carlos Vieira de Andrade, que tem entre as suas funções a escolha dos membros do Conselho de Administração da RTP, recorda que “decidiu, numa primeira fase, promover, mediante anúncio público, a apresentação de manifestações de interesse, em conjunto, por parte de candidatos a presidente e vogal do órgão”.

Além do currículo, os candidatos tiveram de juntar uma versão preliminar de um projeto estratégico para a RTP para o triénio 2021-2023.

“Essas manifestações de interesse foram procuradas ou recebidas pela Boyden, escolhida pelo CGI como empresa especializada em recursos humanos, a qual, neste particular, assessorou o CGI e lhe apresentou um relatório de análise de cada um dos currículos dos interessados e das aptidões das equipas em matéria de gestão”, salienta o órgão.

O CGI “avaliou os perfis dos interessados e a sua complementaridade, analisou e ponderou, designadamente à luz das Linhas de Orientação Estratégica, as versões preliminares dos projetos estratégicos apresentados” e, numa fase final, “selecionou e realizou entrevistas com algumas das equipas”.

Pelo menos 12 duplas tinham apresentado candidaturas à administração da RTP.

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