Bancos podem melhorar o lado humano com inteligência artificial

  • ECO
  • 23 Abril 2021

Conclusões do estudo da NTT Data sobre o uso da inteligência artificial nos bancos foram discutidas por representantes do Novo Banco, do Santander, do BCP e da everis.

Banking on AI to help customers reach their hopes and dreams” é o nome do estudo realizado pela NTT DATA, que concluiu que os bancos podem usar a inteligência artificial para ajudar e até antever necessidades dos clientes.

Michael Goldman, Business Insights Vice President da NTT DATA apresentou, esta sex-feira, o estudo, numa videoconferência que contou com a presença de Pedro Fonseca, Diretor na área de banca da everis Portugal, an NTT DATA Company, Paulo Guedes, Diretor no Departamento de Sistemas de Informação do Novo Banco, Luís Morim, Head of Data & Analytics do Santander, Tiago Mateus, Diretor de CRM e Customer Intelligence do BCP, que debateram as conclusões do estudo no fim da apresentação. Paulo Moutinho, Editor Executivo do ECO, moderou o debate.

As conclusões do estudo

De acordo com os resultados do estudo da NTT DATA, realizado em dezembro de 2020, as instituições financeiras podem tirar proveito do uso da inteligência artificial para conseguirem prestar um melhor apoio ao cliente. No estudo global, os clientes apresentam as suas necessidades e dizem onde gostariam que os bancos os ajudassem.

Ao todo, fizeram parte do estudo 4.807 consumidores e 476 altos executivos da banca, corretoras, mercados de capitais, empresas de gestão de patrimónios e de cartões e pagamentos nos EUA, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Japão, Brasil e México. O objetivo é perceber as potencialidades que a inteligência artificial traria aos bancos, ao poder atrair e reter clientes através do mundo digital.

“Muitos bancos estão a lutar para usar a inteligência artificial para diferenciar e capturar os clientes. Os principais desafios para atrair e reter clientes são utilizar inteligência artificial e dados para fornecer aconselhamento personalizado aos clientes individuais, construir confiança com os clientes, a concorrência das empresas fintechs e de tecnologia, as interações limitadas pessoalmente com os clientes e o lançamento lento de novos produtos”, começou por dizer Michael Goldman.

Os bancos detêm uma enorme vantagem face a outras grandes empresas de tecnologia no que diz respeito à recolha de dados. Isto porque acabam por ter acesso a dados financeiros dos seus clientes, necessários para a criação de uma conta num banco ou até de um pedido de empréstimo, dados esses que, noutros contextos, não são transmitidos tão facilmente pelo cliente. Tendo em conta isso e o grande número de clientes que os bancos têm, utilizar a inteligência artificial para um atendimento personalizado aos clientes é, de acordo com o Business Insights Vice President da NTT DATA, uma mais valia.

65% têm total confiança na forma como o seu banco gere os seus dados. Os dados dão uma visão da vida dos seus clientes – os seus sonhos, esperanças e desejos, bem como as suas necessidades e desafios”, afirmou Michael Goldman, a reforçar a ideia de que apostar neste dados trará sempre vantagens, quer ao banco, quer ao cliente.

Clientes querem bancos mais próximos das suas necessidades

Mas quais são os serviços que atraem os clientes e os fazem manter-se na mesma instituição financeira? De acordo com o estudo da NTT Data, 53% dos clientes gostariam que os seus bancos lhes deixassem lembretes a anunciar quais serão os seus próximos grandes gastos, a fim de não serem apanhados desprevenidos. 49% gostariam que os bancos percebessem e apresentassem os produtos e serviços que lhes pudessem vir a interessar no futuro, e 47% esperam que os bancos relacionem os seus rendimentos, despesas e poupanças, a fim de os orientarem e ajudarem a atingir os seus objetivos financeiros.

Quase metade dos clientes (46%) que fazem parte do estudo da NTT DATA disseram, ainda, que gostavam que as instituições financeiras fossem a “voz da razão” em decisões de gastos importantes e 39% querem que as instituições financeiras intervenham e impeçam mesmo compras para os ajudar a manter o orçamento.

Por outro lado, o preço, o acesso e a confiança, o mau serviço ao cliente, a violação de dados, as condições de poupança e as taxas de juro de empréstimos pouco atrativas são as cinco principais razões pelas quais os clientes deixam os seus bancos. E é precisamente na confiança que incide o ponto-chave para 66% dos clientes, que referiram a honestidade como um fator crucial na relação com o banco. 59% diz, ainda, que acham essencial que os bancos cumpram as suas promessas e 42% pretende que os bancos os conheçam tão bem ao ponto de lhes oferecerem os serviços e produtos que precisam, sem ser necessário transmitirem isso às suas instituições financeiras.

Millennials e Geração X dispostos a pagar mais

No que diz respeito às decisões tomadas pelo cliente, há uma tendência para que estas variem consoante a idade. Os clientes dos bancos estão divididos em dois grupos distintos – os clientes “tradicionais” e os clientes “futuristas”, nos quais se incluem os Millennials e a Geração X.

Os clientes “tradicionais” não estão dispostos a pagar mais para receber atendimento personalizado, têm menos habilidades tecnológicas, não veem a orientação e o apoio financeiro externo como uma prioridade e têm menos confiança nos bancos. Já os clientes “futuristas” são o oposto dos anteriores, uma vez que não se importam de pagar mais, desde que recebam um serviço correspondente ao que pagam, têm mais conhecimentos tecnológicos, captam oportunidades para gerir o seu dinheiro e confiam mais facilmente os seus dados. “Isto são boas notícias, mas também um desafio”, disse Michael Goldman.

A verdade é que, dentro das instituições financeiras analisadas no estudo, apenas 16% ofereciam serviços individualizados. Este dado é justificado, em grande parte, pelas mudanças que são necessárias fazer nos bancos, principalmente ao nível da tecnologia. “É muito importante ter dados com qualidade para perceber a estratégia e acompanhar os investimentos”, referiu o Business Insights Vice President da NTT DATA.

Os bancos portugueses e a inteligência artificial

“A inteligência artificial é uma das disciplinas da ciência computacional. Já existe desde a década de 50, mas sempre que falam nela há um fascínio como se se tratasse de uma novidade”, começou por dizer Pedro Fonseca, da everis.

O Diretor na área de banca da everis Portugal concordou com as conclusões do estudo da NTT DATA no que diz respeito aos dados nos bancos. “Os bancos têm muitos clientes, têm muitos dados e isto são as condições ideais para usar a inteligência artificial. Ainda há uma área muito grande para explorar, mas o estudo confirma isto. Aponta esta direção para o uso da inteligência artificial na gestão de clientes”, afirmou.

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No que diz respeito aos bancos, Paulo Guedes, do Novo Banco, não teve dúvidas em dizer que a maioria dos bancos portugueses mais representativos está a olhar para a inteligência artificial como um dos pilares da sua digitalização. “No Novo Banco é esse o caso. O objetivo é como que adivinhar o que o cliente está a pensar e tornar isso evidente, sem que ele tenha de o exprimir”, explicou. A ideia vai, mais uma vez, de encontro ao que foi apontado no estudo.

Ainda assim, o Diretor no Departamento de Sistemas de Informação do Novo Banco, referiu que nem sempre é fácil implementar, na prática, as novas tecnologias nos bancos: “Não é por falta de vontade, é um processo que demora algum tempo até formar a automatização de processos para o cliente”.

A mesma opinião é partilhada por Luís Morim, do Santander, que considera a “parte robusta” dos bancos como a causa dos processos serem mais lentos. Além disso, ressalvou que tem de haver uma alteração na cultura organizacional dos bancos, assim como mais tolerância ao erro. “Os bancos têm de perceber que podem falhar na experimentação, mas não podem falhar no resto, com os clientes”, explicou.

Já Tiago Mateus enalteceu o trabalho que o BCP tem vindo a fazer, na última década, na área da inteligência artificial, nomeadamente, no machine learning, que está instalada no banco há muito tempo. O Diretor de CRM e Customer Intelligence do BCP concorda que os clientes esperam que os bancos os conheçam e querem rapidez.

Para isso, é preciso que os bancos apostem em pessoas com capacidades analíticas. “Tem de se juntar o quadro existente, que tem profissionais mais experientes, a pessoas novas, com conhecimentos em data science, marketing digital, com boas lideranças e que saibam estratégia”, disse.

Vantagens da inteligência artificial no setor financeiro

“Uma das vantagens de utilizar a inteligência artificial nos bancos é ter melhores ofertas para os clientes, que vão mais ao encontro daquilo que eles pretendem comprar”, constatou Paulo Guedes, do Novo Banco. Neste ponto, ressalvou, também, que esta mais valia pode materializar-se em vendas, mas também em apoios ao cliente, uma vez os dados permitem fazer o acompanhamento de maneira a que não seja preciso o cliente repetir aquilo que pretende sempre que se dirigir ao banco.

O Diretor do Departamento de Sistemas de Informação do Novo Banco referiu, ainda, que usar inteligência artificial numa altura de pandemia, por exemplo, traz inúmeras vantagens. “Os dados permitem-nos saber como a empresa foi afetada, mas também saber como as empresas parceiras foram afetadas. Assim consegue-se antever o que pode acontecer à empresa cliente do nosso banco, não só pelos dados da própria, mas também com base na forma como os seus parceiros ficaram afetados”, garantiu.

Mas para que esse acompanhamento mais próximo e pormenorizado aconteça é preciso que haja uma mudança na abordagem dos próprios bancos. “O que acontecia antes é que a abordagem era muito egocêntrica, só pensava no banco, e agora deve fazer-se exatamente o contrário. Os clientes não têm necessidades financeiras, têm necessidades humanas, por isso é preciso perceber o lado humano para saber o que o cliente precisa”, disse o Head of Data & Analytics do Santander.

Pedro Fonseca, da everis, reforçou a ideia de Luís Morim ao dizer que “a inteligência artificial tem como objetivo tornar as relações mais interpessoais”. O Diretor na área de banca da everis Portugal apoia esta ideia nos dados percentuais, que mostram que 50% dos clientes querem que os bancos sejam os seus conselheiros, a fim de os conseguir ajudar a realizar os seus sonhos.

Mas, para aconselhar e perceberem o que é melhor para cada pessoa, os bancos têm te de ter acesso aos seus dados. Neste ponto, Pedro Guedes, do Novo Banco, volta a concordar com o estudo, uma vez que também considera que é mais fácil para os bancos obter dados dos clientes, muito pela natureza da sua atividade. “Depois há outros dados, como as visitas a sites, por exemplo, que já deixam os bancos no mesmo plano que outros players, que pedem o acesso e consentimento da partilha por parte do cliente”, explicou.

Já o diretor de CRM e Customer Intelligence do BCP chegou mesmo a afirmar que o facto de já terem os dados segmentados permite perceber melhor o cliente e antecipar as suas necessidades:”Os bancos, para se posicionarem, têm que ter o modelo de CRM completamente testado e isto leva a outro desafio, que é orquestrar todos os dados”.

De acordo com Pedro Guedes, do Novo Banco, “cada cliente quer o seu banco”. “É como se quisesse um banco só para si, modelado e customizado às suas necessidades. Não quer ser tratado como mais um”, referiu.

Para isso precisam de um banco ágil, moderno, próximo, sustentável e simples. “Estes são os cinco valores que os clientes valorizam nos bancos e os fazem ficar vinculados”, concluiu Tiago Mateus, do BCP.

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Leya e Kobo lançam “maior plataforma portuguesa” de eBooks e audiolivros

  • Lusa
  • 23 Abril 2021

Na plataforma vão estar disponíveis mais de 8.000 eBooks e mais de 700 conteúdos áudio em português.

O grupo editorial Leya lançou esta sexta-feira, Dia Mundial do Livro, uma plataforma de eBooks e audiolivros, em parceria com a Kobo Plus, que disponibiliza milhares de conteúdos através de uma subscrição mensal, com 30 dias gratuitos.

Segundo a Leya, trata-se da “maior plataforma portuguesa de ‘streaming’ de eBooks e audiolivros”, conseguida graças a uma parceria com a Rakuten Kobo, empresa canadiana líder mundial de venda e publicação de eBooks e audiolivros.

Além das várias chancelas da Leya, estão disponíveis na plataforma conteúdos de outras editoras e instituições nacionais, num total de mais de 8.000 eBooks e mais de 700 conteúdos áudio (desde audiolivros a podcasts, com novidades acrescentadas todos os meses), só em português.

Além disso, a plataforma disponibiliza mais de 599 mil eBooks e 94 mil audiolivros em inglês, espanhol, francês, português do Brasil e diversas outras línguas.

No âmbito dos eBooks em português, é possível encontrar alguns dos grandes escritores portugueses e mundiais de todos os tempos, de Gil Vicente a Miguel Torga, de Goethe ou Dostoievksy a William Faulkner.

Entre as obras de autores de língua portuguesa contemporâneos, encontram-se títulos como “Memória de Elefante”, de António Lobo Antunes, “Os Memoráveis”, de Lídia Jorge, e “Jesusalém”, de Mia Couto, bem como livros de Mário Cláudio, Germano Almeida, Pepetela, Patrícia Reis, Ondjaki, Afonso Reis Cabral, João Pinto Coelho, Rodrigo Guedes de Carvalho e Cristina Norton, entre outros.

A poesia está também presente na plataforma, através de obras de autores como Maria Teresa Horta, Manuel Alegre, Nuno Júdice e António Carlos Cortez.

No que respeita à ficção traduzida, a Leya destaca o clássico “Duna”, de Frank Herbert, as obras completas de Elena Ferrante, Virginia Woolf e Fiodor Dostoievski, de Arturo Pérez-Reverte a Salman Rushdie, passando por Chimamanda Ngozi Adichie, Zadie Smith, Philip Roth, Haruki Murakami, Amos Oz, David Grossman ou Paul Auster.

Autores românticos populares, como Nicholas Sparks e Julia Quinn, também estão disponíveis, assim como famosos livros policiais e de espionagem, de autores como Agatha Christie, Camilla Läckberg, Jo Nesbo ou John Le Carré.

A não ficção (de autores como Adolfo Mesquita Nunes, José Milhazes, Daniel Sampaio e Henrique Sá Pessoa, por exemplo) e os livros infantojuvenis (Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, António Torrado, Ana Saldanha e Enid Blyton, entre outros) também estão neste catálogo de eBooks.

No entanto, a grande novidade desta plataforma é o “acesso a um vastíssimo conjunto de audiolivros”, que inclui grandes clássicos como “Amor de Perdição”, de Camilo, e “Os Maias”, de Eça, e, ainda, os livros infantis de Alice Vieira, destaca o grupo editorial.

“Entre os conteúdos áudio disponíveis têm especial importância, pelas suas características didáticas, as súmulas de alguns dos mais importantes clássicos da literatura portuguesa e, ainda, os resumos de algumas das mais populares obras de não-ficção disponíveis em Portugal. Para uma melhor compreensão e contextualização destes livros, a tarefa de gravar os resumos foi atribuída a uma equipa formada por Joana Stichini Vilela, Patrícia Barnabé, Dulce Garcia e Paulo Farinha, profissionais com vasta experiência na área da comunicação social”, acrescenta.

O catálogo de áudios inclui, igualmente, gravações de mais de 40 encontros e debates realizados entre 2015 e 2017 no Festival Internacional de Cultura, em Cascais, nos quais participaram personalidades da cultura mundial como David Grossman, Caetano Veloso, Arturo Pérez-Reverte, Arundhati Roy e Paul Auster, bem como centenas de reportagens áudio, podcasts (como os da Bruá, do jornal Público, da Eleven Sports, ou do literário Ponto Final, Parágrafo) e conteúdos áudio da RTP.

A leitura ou audição de livros e demais conteúdos é feita em ‘streaming’, em todos os dispositivos de uso regular, como o computador, o smartphone, ou o tablet, recorrendo a aplicação própria.

A leitura pode também ser feita nos dispositivos (ereaders) de leitura de eBooks, como os da Kobo. O acesso à plataforma pode ser feito através da livraria www.LeYaOnline.com ou do site Kobo.com.

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CUF fechou 2020 com prejuízos de 23,8 milhões

A CUF passou de lucros a prejuízos em 2020. A pandemia levou a uma redução da atividade, mas as parcerias público-privadas pesaram também no desempenho.

A CUF registou prejuízos de 23,8 milhões de euros em 2020, um ano marcado pela pandemia que levou a uma “redução de atividade” nos hospitais do grupo. O segundo semestre de 2020 já permitiu alguma “retoma e recuperação da atividade assistencial”, no entanto não foi suficiente para colocar as contas do grupo no verde.

Na segunda metade do ano, verificou-se “um crescimento da atividade face ao período homólogo”. No entanto, “tendo em conta a redução da atividade registada no 1.º semestre, que gerou um impacto significativo nas contas consolidadas da CUF, o desempenho global do ano é negativo”, sinaliza a CUF, no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A CUF passou assim de lucros de 29 milhões de euros em 2019 para um resultado líquido consolidado negativo em 23,8 milhões de euros em 2020. Para além da pandemia, “este resultado foi também prejudicado pela constituição de perdas por imparidade e de provisões relacionadas com os contratos das PPP do Hospital Vila Franca de Xira e do Hospital de Braga (13,7 milhões de euros)”, indicam.

Os gastos operacionais diminuíram 19% no ano passado, enquanto os rendimentos operacionais consolidados chegaram aos 533,5 milhões de euros, menos 24% do que em 2019. Já se se excluir a atividade da Parceria Público-Privada (PPP) de Braga “e os seus efeitos extraordinários em 2019, a diminuição dos rendimentos operacionais face a 2019 é de 6,8%, refletindo o impacto da pandemia de Covid-19”.

O resultado operacional do segmento público sido da CUF foi negativo em 20,7 milhões de euros, sendo que o desempenho da PPP do Hospital Vila Franca de Xira, gerida pela CUF, foi “também fortemente impactado pela pandemia”.

Quanto ao EBITDA, ou seja, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização, este foi de 44,3 milhões de euros, menos 54,7% face a 2019. Isto deveu-se “à quebra da atividade e manutenção da capacidade total disponível assim como da totalidade dos recursos humanos (não tendo recorrido a qualquer lay-off)”, nota a CUF.

Já o total de investimento realizado em 2020 foi de 96,8 milhões de euros, contemplando obras e equipamentos dos hospitais CUF Tejo, CUF Sintra e expansão da CUF Torres Vedras.

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Boletim Digital #7: Portugal vai ter um mega centro de dados em Sines

Vai ser instalado em Sines, junto à central termoelétrica da EDP, e será um dos maiores espaços de centros de dados da Europa. O projeto da Start Campus representa um investimento de 3,5 mil milhões.

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Portugal vai receber um mega centro de dados, que resulta de um investimento de 3,5 mil milhões de euros. Será um dos maiores espaços deste género na Europa e usará a água do mar para refrigerar os servidores.

Nesta edição do Boletim Digital, saiba também como a Comissão Europeia propõe regulamentar a inteligência artificial, que já toma decisões que podem mudar as nossas vidas. Todos os dias.

Só há três países na União Europeia que ainda não têm tarifários 5G. Adivinhe: Portugal é ou não um deles? Oiça a resposta no podcast.

O episódio termina com um resumo das novidades apresentadas pela Apple esta semana. Incluindo os novos porta-chaves AirTags.

O Boletim Digital é uma produção semanal do ECO, pela voz do jornalista Flávio Nunes. Siga-o no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts ou onde quer que oiça os seus podcasts.

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Portal do agendamento de vacinas recebeu 50 mil pedidos no primeiro dia

"Até este momento, foram feitos mais de 50 mil pedidos de agendamento", disse o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Arrancou esta sexta-feira a plataforma online de auto-agendamento através da qual os utentes com 65 ou mais anos, independentemente das patologias associadas, podem escolher a data e o local onde vão ser vacinados contra a Covid-19. Até ao momento, já foram feitos mais de 50 mil pedidos.

O processo é simples, nasce hoje [sexta-feira, dia 23 de abril] e tem tido uma procura muito relevante. Desde que nasceu e até este momento, foram feitos mais de 50 mil pedidos de agendamento”, disse o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, na sessão de apresentação da plataforma, em declarações transmitidas pelas televisões.

Ao mesmo tempo, Luís Goes Pinheiro destaca que estes números são ” muito impressionantes” e bem “demonstram a necessidade que as pessoas tinham de ter uma oportunidade de ter o seu agendamento online“.

Com a chegada de uma maior disponibilidade de vacinas, as autoridades de saúde preparam-se para acelerar o ritmo de vacinação em Portugal, sendo que o objetivo é administrar 100 mil vacinas por dia a curto prazo. “A partir de uma semana e pouco vamos ter de vacinar em média 100 mil pessoas por dia”, referiu o coordenador da task force, responsável por delinear o plano de vacinação contra a Covid-19.

Nesse sentido, e para que esta meta seja cumprida com sucesso, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo aponta que “o processo tem de ser auxiliado pelos cidadãos que devem pedir para serem vacinados dentro das suas faixas etárias”. Depois de a população com mais de 80 anos estar praticamente toda vacinada, com pelo menos uma dose da vacina, agora o foco é imunizar os maiores de 60 anos, sendo que o objetivo é que todas as pessoas com mais de 60 recebam pelo menos uma dose da vacina até ao final de maio.” Este é um processo feito por faixas etárias e, conforme as faixas etárias vão sendo vacinadas, vão abrindo as faixas etárias debaixo e as pessoas vão-se auto-agendando”, concluiu o vice-almirante.

Deste modo, esta plataforma online permite aos utentes com 65 ou mais anos, independentemente das doenças, escolherem o ponto de vacinação em que pretendem ser vacinados. Além disso, podem também escolher as datas que lhes são sugeridas e caso não exista vaga, optarem por ficar em lista de espera. “Caso as datas se esgotem há sempre a possibilidade de alterar o local de vacinação e as datas”, sinalizou o presidente dos SPMS.

De notar, que esta plataforma só considera legível para o auto-agendamento os utentes que já tenham completado 65 ou mais anos, sendo que para já ficam ainda excluídas as pessoas que já receberam a primeira dose da vacina ou que foram infetadas por Covid-19.

(Notícia atualizada às 17h47)

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Parlamento sueco vota em junho proposta que denuncia acordo fiscal com Portugal

  • Lusa
  • 23 Abril 2021

O governo sueco já informou o homólogo português que o parlamento vai votar no próximo dia 2 de junho a denúncia do acordo fiscal com Portugal.

A proposta que o Governo da Suécia enviou ao parlamento para denunciar a convenção para evitar a dupla tributação (CDT) com Portugal vai ser votada no próximo dia 2 de junho, tendo o Governo português sido informado deste passo.

O Governo português foi informado de que o parlamento colocou o projeto de lei em votação no dia 2 de junho”, disse à Lusa o Ministério das Finanças sueco.

Na origem deste projeto de lei do Governo sueco está o facto de até agora Portugal não ter ratificado o protocolo ao acordo de dupla tributação assinado pelos dois países em maio de 2019.

Em resposta à Lusa, a mesma fonte oficial do ministério tutelado por Magdalena Andersson lembra que, quando o seu Governo decidiu apresentar um projeto de lei ao parlamento propondo a rescisão do tratado fiscal, informou o executivo português de que este poderia “ser revogado se Portugal ratificasse o protocolo que altera o tratado antes de o parlamento votar” o diploma.

A Lusa questionou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português sobre o processo de ratificação do protocolo mas não obteve resposta.

O protocolo assinado em 2017 pelos ministros das Finanças de Portugal e da Suécia introduz alterações à convenção para evitar a dupla tributação entre os dois países, nomeadamente no que diz respeito à tributação das pensões dos suecos que se mudaram para Portugal e se encontram abrangidos pelo regime fiscal do Residente Não Habitual (RNH), o que lhes permite beneficiar de isenção total de IRS sobre a reforma.

Em termos práticos e se ratificado por ambas as partes, este protocolo devolve à Suécia o direito de tributar as pensões a partir de 01 de janeiro de 2023 – ou em janeiro de 2022 em relação aos reformados residentes em Portugal e com pensões pagas pela Suécia ao abrigo do RNH que não optem pela taxa de 10% de IRS criada através do Orçamento do Estado de 2020 (OE2020).

Na ausência de ratificação por parte de Portugal e sendo aprovado o projeto do Governo sueco que denuncia o tratado para evitar a dupla tributação com Portugal, a Suécia começará já em 01 de janeiro de 2022 a tributar as pensões dos seus cidadãos que residem em Portugal.

“Se o tratado for denunciado tal como previsto no projeto de lei [a ser votado em 02 de junho], a Suécia pode tributar as pensões em questão a partir de 01 de janeiro de 2022”, refere o gabinete de Magdalena Andersson.

Sem se pronunciar sobre a taxa de 10% para as pensões de quem está no RNH (e que é opcional, já que os beneficiários podem optar por manter a isenção até esgotarem os 10 anos que o regime lhes confere), a mesma fonte oficial observa, contudo, que o imposto sobre pensões no âmbito do RNH “não contém nenhum elemento de progressão”, ao contrário do que sucede com o regime geral em vigor em Portugal para a tributação deste tipo de rendimentos.

“A diferença entre o programa RNH e a tributação geral em Portugal significa que o RNH é um regime direcionado, que visa especificamente atrair pessoas para Portugal por motivos fiscais”, refere a mesma fonte, sublinhando que, perante estas circunstâncias, a Suécia “não está disposta a abster-se dos direitos de tributação que decorrem” da sua legislação.

Para o Ministério das Finanças sueco, os tratados fiscais devem visar evitar a dupla tributação e “não proporcionar oportunidades de planeamento fiscal”. A taxa que a Suécia aplica sobre as pensões é de 25%.

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Jerónimo Martins recua mais de 1%. Lisboa acompanha perdas da Europa

A bolsa lisboeta terminou a sessão desta sexta-feira em "terreno positivo", acompanhado a tendência negativa registada nas demais praças do Velho Continente. Energia e retalho pressionaram.

Lisboa terminou a última sessão da semana em terreno negativo, pressionada pelas cotadas da energia e do retalho. A pesar sobre a praça nacional esteve também o BCP, cujos títulos desvalorizaram 0,7%. Do outro lado da linha de água, a Ramada Investimentos protagonizou os ganhos mais expressivos.

O índice de referência na praça nacional, o PSI-20, terminou as negociações desta sexta-feira a cair 0,21% para 5.000,290 pontos. Lisboa acompanhou, assim, as perdas das demais praças do Velho Continente, com o Stoxx 600 a recuar 0,19% para 438,81 pontos, o francês CAC 40 a perder 0,15% para 6.257,61 pontos, o alemão DAX a descer 0,3% para 15.275,01 pontos e o espanhol Ibex a cair 0,48% para 8.615,30 pontos. Isto um dia depois de Joe Biden ter anunciado que planeia agravar a carga fiscal suportada pelos mais ricos, o que acabou por retirar alento aos investidores.

Por cá, a protagonizar as perdas mais significativas esteve a Jerónimo Martins, cujos títulos desvalorizaram 1,77% para 14,19 euros. Também no retalho, as ações da Sonae desceram 0,32% para 0,7805 euros.

Na energia, e também abaixo da linha de água, a EDP viu os seus títulos recuarem 0,81% para 4,8980 euros. No mesmo setor, as ações da EDP Renováveis caíram 0,29% para 20, 72 euros e as da Galp Energia perderam 0,64% para 9,346 euros. A pesar sobre Lisboa esteve também o BCP, cujos títulos desvalorizaram 0,71% para 0,1126 euros.

No verde, foi a Ramada Investimentos a cotada que registou ganhos mais expressivos, nesta sessão. As suas ações somaram 3,4% para 6,08 euros. O dia também foi positivo para as papeleiras. Os títulos da Navigator avançaram 1,5% para 2,842 euros, os da Altri valorizaram 1,54% para 6,59 euros e os da Semapa subiram 0,5% para 12,08 euros.

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Bruxelas aprova ajuda intercalar de 462 milhões à TAP

A medida visa compensar a companhia aérea pelos prejuízos sofridos devido ao surto de coronavírus entre 19 de março e 30 de junho de 2020. O dinheiro vai sair do envelope total da reestruturação.

A Comissão Europeia aprovou uma medida de apoio de 462 milhões de euros à TAP. As autoridades europeias anunciaram esta sexta-feira ter considerado que esta compensação pelo impacto das medidas de contenção da pandemia está em conformidade com as regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais.

“Esta medida permitirá a Portugal compensar a TAP pelos prejuízos sofridos em consequência direta das restrições às viagens que Portugal e outros países de destino tiveram de aplicar para limitar a propagação do coronavírus”, diz a vice-presidente executiva Margrethe Vestager, responsável pela política da concorrência, em comunicado. Em causa está o período entre 19 de março e 30 de junho de 2020.

Apesar de a companhia aérea se encontrar em assistência ao abrigo do auxílio de Emergência e Reestruturação, no âmbito da negociação do Plano de Reestruturação entre Portugal e a Comissão Europeia, Bruxelas tinha aceitado no mês passado que pudesse ser notificado um auxílio num montante máximo de 463 milhões de euros. O montante ficou um milhão abaixo desse limite, sem que seja explicado porquê.

O apoio assumirá a forma de um empréstimo, que pode ser convertido em capital e pago à TAP em uma ou várias parcelas. A fim de garantir que não haverá sobrecompensação, a medida prevê que Portugal, até setembro de 2021, reveja e comunique à Comissão o montante dos prejuízos efetivamente sofridos, na sequência de uma verificação independente baseada nas contas auditadas da empresa.

Qualquer apoio público recebido pela TAP que exceda os prejuízos efetivamente sofridos terá de ser restituído a Portugal. Pela mesma razão, este dinheiro vem do envelope total de ajuda à TAP até 2024, que pode ir até um máximo de 3,7 mil milhões de euros (incluindo também os 1,2 mil milhões recebidos em 2020).

Este apoio foi condicionado a um plano de reestruturação, cuja proposta foi enviada a 10 de dezembro e que o Governo só espera que tenha aprovação em maio. “Prosseguimos com a nossa avaliação do plano de reestruturação da empresa apresentado por Portugal“, acrescentou Vestager no comunicado desta sexta-feira. “Continuamos a manter contactos estreitos e construtivos com as autoridades portuguesas neste contexto”.

(Notícia atualizada às 17h10)

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UE recebe 410 milhões de doses no segundo trimestre para imunizar 70% dos adultos até julho

No final de março, Bruxelas esperava receber 360 milhões de doses de vacina no segundo trimestre, mas afinal serão mais 50 milhões. Do total, dez milhões vêm para Portugal, mais do que o esperado.

A União Europeia vai receber 410 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, revelou esta sexta-feira Thierry Breton, Comissário Europeu do Mercado Interno. Estas doses resultam de um aumento de produção da vacina na Europa e vão permitir vacinar 70% da população adulta até julho.

No segundo trimestre, teremos 410 milhões de doses de vacinas [contra a Covid-19] que serão fornecidas a todos os Estados-membros. [Destas], 10 milhões de doses são para Portugal“, disse.

O comissário falava numa audição conjunta na Comissão de Assuntos Europeus, na Comissão de Saúde e na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, sobre a estratégia de vacinação na União Europeia (UE).

Segundo o comissário estas doses resultam do aumento de produção feito na Europa. No final de março Bruxelas esperava receber 360 milhões de doses no segundo trimestre, receberá assim mais 50 milhões.

Este aumento também será sentido em Portugal onde, segundo a última informação a que o ECO teve acesso, eram esperadas mais de 9 milhões de doses de vacinas. Agora serão 10 milhões, de acordo com Thierry Breton.

Com estes valores há um novo objetivo. Se no início o objetivo europeu era ter 70% da sua população adulta vacinada até ao final do verão, essa marca deverá agora ser atingida em julho. A Comissão Europeia quer “dar doses suficientes para que, a meio de julho, o conjunto dos Estados-membros, incluindo Portugal, possam vacinar totalmente 70% dos adultos com mais de 18 anos” e, até ao final do verão, todos os restantes que assim queiram.

A finalizar a sua intervenção, o comissário disse ainda que esperava que a União Europeia obtivesse imunidade mais rápido que o Reino Unido e aproximadamente ao mesmo tempo que nos Estados Unidos da América.

Perante os deputados, o comissário europeu adiantou ainda que esta aceleração da produção de vacinas para combater a pandemia surge depois de “um primeiro trimestre que foi complicado”, uma vez que um dos fornecedores (AstraZeneca) “não cumpriu os seus compromissos”, fornecendo 30 milhões das 120 milhões de doses previstas. O início da campanha de vacinação foi, aliás, marcada por atrasos de entrega (quer da AstraZeneca, quer da Pfizer) e o mesmo aconteceu mais recentemente, com a suspensão de entregas na Europa da Janssen, algo que preocupa os deputados. Porém, o comissário deu a entender que as situações estão resolvidas.

Em resposta aos deputados do Bloco de Esquerda e do PCP, que invocam a necessidade de combater a pandemia globalmente e de se exportar mais vacinas para os países que precisam, bem como de acabar com as patentes, Thierry Breton relembra que a Europa é o exportador principal de vacinas no âmbito da iniciativa COVAX. “Decidimos manter 60% das doses connosco e vamos poder alcançar o objetivo de ter 70% da população vacinada e também vacinar os restantes. O primeiro fornecedor da COVAX é a Europa”, disse, recordando que os os Estados Unidos têm uma ordem executiva que impede a essa exportação até que todos os norte-americanos estejam vacinados.

Por fim, referindo-se à aquisição de outras vacinas, nomeadamente a vacina russa Sputnik V, o comissário esclareceu que não tem nada contra esta vacina, mas que não será esta vacina a resolver o problema. “Os cientistas russos têm qualidade, mas não é apenas a ciência, é preciso fabricar [a vacina] e mesmo com mais uma vacina ela não será entregue da noite para o dia.

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Quota de pesca da sardinha fixada em 10 mil toneladas até julho, mas deverá aumentar

  • Lusa
  • 23 Abril 2021

A safra vai iniciar-se em maio e quota vai fixar-se, até julho, em 10 mil toneladas. Ministro do Mar acredita que em junho esta quota será revista em alta.

A quota nacional de pesca da sardinha será fixada em 10 mil toneladas até julho, mas deverá ser revista em alta após parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar, anunciou o ministro do Mar esta sexta-feira.

“Vamos iniciar a safra em maio e vamos fixar, até julho, 10 mil toneladas, mas acreditamos que, em junho, o parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar será favorável, revendo esta quantidade em alta”, avançou Ricardo Serrão Santos durante a sessão de balanço da campanha de valorização das conservas portuguesas “Vamos conservar o que é nosso”, que decorreu em Matosinhos.

Segundo salientou o governante, a tutela “tem desenvolvido um trabalho para que, considerando a recuperação demonstrada nos cruzeiros de investigação realizados quer por Portugal, quer por Espanha (que apontam aumentos significativos de captura para esta espécie), se possa aumentar as oportunidades de pesca na próxima estação”.

Conforme recordou, “esta recuperação dos ‘stocks’ de sardinha só foi possível graças aos últimos esforços por parte da frota” nacional, “com as inevitáveis consequências económicas e sociais” que tal implicou.

“Mas hoje estamos mais otimistas, porque as condições o permitem”, disse Ricardo Serrão Santos.

Em 2020, a quota nacional de pesca da sardinha foi inicialmente fixada nas 6.300 toneladas para a campanha que decorreu de 01 de junho a 31 de julho (mais 1.300 toneladas do que no ano anterior), mas foi posteriormente aumentada para as 12.705 toneladas, permitindo-se à frota do cerco capturar 6.405 toneladas adicionais de sardinha a partir de 01 de agosto.

Este aumento resultou de uma reavaliação do ‘stock’ da sardinha solicitada pelos governos de Portugal e Espanha ao Conselho Internacional para a Exploração do Mar e que, face à franca recuperação deste recurso, determinou uma subida da quota gerida em conjunto pelos dois países das 10.799 toneladas para as 19.100 toneladas, 66,6% das quais (12.705 toneladas) respeitam a Portugal.

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Desafios da IFRS 17: agregação e onerosidade dos contratos

  • ECOseguros + EY
  • 23 Abril 2021

Carla Sá Pereira, Partner EY e Dora Leal, Senior Manager EY, ambas de Consulting Financial Services, exploram alguns dos desafios práticos na implementação da IFRS 17.

Muitos têm sido os desafios colocados ao mercado segurador no âmbito dos processos de implementação da IFRS 17, a futura norma contabilística que traz novas regras aplicáveis aos contratos de seguro e de resseguro.

A grande maioria das seguradoras encontra-se atualmente a desenvolver os seus programas de implementação da norma, ainda que com diferentes estágios de desenvolvimento:

  • Existem seguradoras que se encontram já em fase de implementação e adaptação dos seus sistemas, quer atuariais quer contabilísticos, para calcularem e contabilizarem as novas rubricas e o futuro reporte, comparando e analisando os impactos dos resultados produzidos do futuro regime contabilístico com o atual regime, o que lhes permite ter tempo para redefinir algumas abordagens ou estratégias de negócio;
  • Outras seguradoras encontram-se a finalizar os projetos de gap assessment e a dar os primeiros passos no processo de implementação;
  • Uma minoria de empresas está agora a iniciar o primeiro contacto com a norma.

Tratando-se de uma norma baseada em princípios, existe naturalmente algum grau de liberdade por parte das entidades na adoção das abordagens e pressupostos de cálculo considerados, o que acresce a complexidade e a dificuldade prática na implementação. Por outro lado, o desafio será grande também para auditores e reguladores que necessitam de assegurar a efetiva transparência e comparabilidade das demonstrações financeiras entre os diversos operadores.

Os temas são complexos e a implementação prática das regras está a trazer alterações estruturais em termos de dados, transformação desses dados e respetivas interações e parametrizações nos diversos sistemas das entidades e necessidade de aquisição de soluções novas. É certo que os custos de implementação são elevados, pelo que quaisquer divergências de interpretação que impliquem alterações futuras nas atuais implementações acarretarão custos não desejáveis.

De entre os diversos desafios que a norma coloca às seguradoras, algumas das questões que têm sido recentemente alvo de discussão pelos diversos stakeholders do mercado segurador prendem-se com os diferentes níveis de agregação dos contratos de seguro que a IFRS 17 vem exigir.

De acordo com o disposto na norma [IFRS17.16], as entidades devem agregar os seus contratos de seguro, no momento de reconhecimento inicial dos mesmos, pelos seguintes níveis:

  • Portfolios: grupos de contratos expostos a riscos similares e geridos de forma conjunta;
  • Onerosidade/rentabilidade: os portfolios devem ser desagregados em grupos de contratos tendo por base o nível de rentabilidade dos contratos, num mínimo de três categorias;
  1. Grupo de contratos onerosos no momento do reconhecimento inicial;
  2. Grupo de contratos que, no momento do reconhecimento inicial, não têm uma probabilidade significativa de se tornarem onerosos; e
  3. Grupo dos restantes contratos (grupo de contratos que, no momento do reconhecimento inicial, têm uma probabilidade significativa de se tornarem onerosos).
  • Cohorts: cada um dos grupos de contratos definido no nível anterior têm ainda de ser desagregados para que não existam contratos emitidos com um intervalo superior a 12 meses que pertençam ao mesmo grupo.

A IFRS 17 requer assim que os contratos de seguro sejam agrupados por forma a refletir a sua rentabilidade no reconhecimento inicial. As perdas que resultam desses contratos devem ser explicitamente reconhecidas nos resultados do ano. O lucro dos contratos passa a ser reconhecido ao longo do período de cobertura dos mesmos.

Este tema é crítico e tem sido analisado nos programas de implementação em curso pois pode conduzir a diferenças no reconhecimento do lucro. Por outro lado, questiona-se de que forma é que esta classificação e agregação dos contratos poderá ser consistente com os requisitos de informação de reporte exigidos quer do ponto de vista interno da gestão do próprio negócio, quer do ponto de vista externo, para dar cumprimento aos requisitos adicionais de reporte que possam vir a ser exigidos ao setor.

"De uma leitura estrita da norma, cujo racional é o contrato de seguro, resulta que não deverão ser separadas coberturas de um mesmo contrato de seguro e alocadas em portfolios distintos.”

Em que consiste na prática esta exigência dos níveis de agregação e quais as dificuldades práticas na implementação?

A primeira questão que se coloca é a definição dos chamados portfolios, e o que se entende por grupos de contratos expostos a riscos similares e geridos de forma conjunta. Tratando-se de matérias que requerem julgamento e onde não existem regras claramente definidas, a forma como cada seguradora irá decidir agregar os seus contratos poderá ter racionais distintos e resultar também em resultados distintos.

De uma leitura estrita da norma, cujo racional é o contrato de seguro, resulta que não deverão ser separadas coberturas de um mesmo contrato de seguro e alocadas em portfolios distintos.

Este tópico foi discutido na reunião de Transition Resource Group (TRG) de fevereiro de 2018, tendo este concluído que a norma, implicitamente, considera como unidade de conta mínima o contrato de seguro, dando no entanto alguma abertura para a possibilidade de separação de componentes de um mesmo contrato, mas sendo algo que carecerá no entendimento do IASB de fundamentação.

Não sendo a norma totalmente explicita nesta matéria, e a manterem-se os atuais ramos previstos para efeitos de reporte no futuro plano de contas das seguradoras que atualmente exige a segmentação de coberturas pertencentes a um mesmo contrato em diferentes ramos (exemplos: coberturas de assistência e proteção jurídica tipicamente vendidas de forma conjunta em apólices do ramo automóvel, acidentes pessoais e outros), coloca-se a questão de se à luz da IFRS 17 as seguradoras poderão ou não separar componentes de um mesmo contrato em portfolios distintos para apuramento das responsabilidades de seguros e respetivo lucro ou se essa separação terá de ser feita apenas para questões de reporte.

A implementação desta questão na prática torna-se ainda mais desafiante quando passamos para o segundo nível de agregação e no qual as empresas terão que, para cada portfolio definido, agregar os seus contratos de seguro em grupos de contratos onerosos, grupos de contratos sem probabilidade significativa de se tornarem onerosos e restantes contratos.

Em matérias de onerosidade, a norma estabelece que um contrato é oneroso no momento do reconhecimento inicial quando o valor atual das receitas futuras expectáveis se torne inferior ao valor atual dos custos futuros expectáveis [IFRS 17, 47], resultando assim num custo para as empresas.

A norma prevê uma simplificação nos casos onde os contratos de seguros possam ser mensurados pelo modelo simplificado, para os quais a seguradora deverá assumir que nenhum dos contratos no portfolio é oneroso no momento do reconhecimento inicial, a não ser que existam determinados factos e circunstâncias que indiquem o contrário [IFRS 17, 18].

"Em termos práticos, qualquer que seja o contrato de seguro emitido por uma seguradora, esse contrato terá de ser classificado nos três níveis de rentabilidade definidos no momento de reconhecimento inicial do mesmo e ser alocado ao respetivo grupo de onerosidade.”

Se uma entidade tiver informações suportáveis e razoáveis para concluir que um conjunto de contratos estará no mesmo grupo, poderá realizar a avaliação do teste de onerosidade para esse conjunto de contratos para determinar se os contratos são onerosos. Caso contrário, a norma prevê a avaliação da onerosidade contrato a contrato, ainda que neste contexto se questione o princípio da mutualização do risco inerente ao negócio segurador.

Independentemente do nível de granularidade que cada entidade venha a decidir considerar para efeitos da realização do teste de onerosidade (contrato a contrato, ou grupos de contratos), se no primeiro nível de agregação a definição de portfolios tiver como pressuposto a divisão de coberturas de contratos, isso implicaria que o teste de onerosidade poderia ser feito ao nível da cobertura e não do contrato. O que acarreta um esforço grande em termos operacionais às seguradoras.

Quando uma seguradora aplica o modelo simplificado, para a realização do teste de onerosidade, algumas simplificações estão a ser ponderadas, nomeadamente uma combinação entre os rácios de sinistralidade e rácios combinados históricos de cada linha de negócio e expectativa futura desses rácios, resultados dos modelos de tarifação, entre outros. Os rácios referidos estão, no entanto, a ser ajustados face aos atuais rácios comummente utilizados pelas empresas, nomeadamente para passarem a captar o efeito do desconto, considerar apenas as despesas diretamente atribuíveis aos contratos e para refletir o ajustamento do risco.

Em termos práticos, qualquer que seja o contrato de seguro emitido por uma seguradora, esse contrato terá de ser classificado nos três níveis de rentabilidade definidos no momento de reconhecimento inicial do mesmo e ser alocado ao respetivo grupo de onerosidade. Uma vez atribuída a classificação a cada contrato, não existe a possibilidade de reavaliar essa classificação, significando assim que as seguradoras poderão classificar um determinado contrato como rentável no reconhecimento inicial e em avaliações subsequentes o grupo de contratos onde esse contrato foi alocado poder tornar-se oneroso ou vice-versa, mas que não altera em nada a classificação contabilística inicial dada a cada contrato.

"É de destacar neste contexto a importância ainda mais relevante dos especialistas das equipas de auditoria, em particular dos atuários, para as auditorias em IFRS 17.”

A IFRS 17 introduz alterações fundamentais na contabilização dos contratos de seguro. A transição para a IFRS 17 é pois um processo complexo que, como referimos, traz desafios para todos – reguladores, seguradoras e auditores. Neste artigo procurámos destacar apenas os que resultam das disposições relativas à agregação, com especial enfoque na onerosidade, mas existem muitas outras matérias que carecem de julgamento e não estão prescritas na norma.

Assim, sendo uma norma baseada em princípios, entendemos que é essencial que ao longo do processo de implementação e à medida que as diferentes orientações técnicas e políticas contabilísticas estiverem a ser definidas, as mesmas sejam discutidas com os auditores.

É de destacar neste contexto a importância ainda mais relevante dos especialistas das equipas de auditoria, em particular dos atuários, para as auditorias em IFRS 17. Na EY temos uma equipa de Atuariado que trabalha nas auditorias das seguradoras há vários anos, que se encontra a apoiar os seus clientes nas seus processos de implementação da IFRS 17 e que trabalha em estreita colaboração com as equipas internacionais que estão também a desenvolver projetos de implementação da norma globalmente, dispondo de uma vasta experiência nesta matéria.

Se tiver interesse, subscreva aqui as comunicações da EY Portugal (convites, newsletters, estudos, etc).

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Novo Banco muda-se para o Taguspark a partir do terceiro trimestre

Banco já começou a expandir-se no parque de escritórios de Oeiras. António Ramalho transmitiu aos trabalhadores que mudança da sede ocorrerá de forma gradual a partir do próximo trimestre.

O Novo Banco está de malas feitas para o Taguspark, em Oeiras, que se vai tornar no “quartel-general” do banco após a saída da Avenida da Liberdade, tal como o ECO tinha noticiado. E essa mudança vai ter lugar a partir do próximo trimestre, num processo que ocorrerá de forma gradual, anunciou o CEO António Ramalho aos trabalhadores, segundo informações recolhidas pelo ECO.

Com vista a essa mudança, o banco já começou a expandir-se naquele parque de escritórios que se situa nos arredores da capital — mais ou menos 25 minutos da Avenida da Liberdade, onde se encontra atualmente a sede do Novo Banco (a histórica sede do antigo BES) — e onde já tem a trabalhar mais de 500 colaboradores dos serviços de informação espalhados por dois edifícios.

No mês passado, a instituição financeira fechou naquele parque um contrato de arrendamento de um espaço de escritórios com mais de 2.800 metros quadrados, correspondente ao lote 5. Esta semana, de resto, decorreu um inquérito junto dos trabalhadores afetados sobre a mudança para o Taguspark. O ECO contactou o banco sobre estas mudanças, mas não obteve uma resposta até à publicação do artigo.

Esta mudança acontece depois de Bruxelas ter travado a intenção de construir a nova sede nas Amoreiras, o que obrigou a uma mudança dos planos. No início de abril, o ECO avançou em primeira mão que o banco havia deixado cair os planos de construção da nova sede na rua da Artilharia 1, em Lisboa, embora na altura a instituição não tenha confirmado a intenção de se mudar para Oeiras, dizendo apenas que era uma opção em aberto.

Para aqueles terrenos das Amoreiras estava inicialmente planeado um megaprojeto imobiliário que incluía ainda habitação e serviços. Contudo, surgiram vários problemas. Além de dificuldades no licenciamento, a Comissão Europeia veio também colocar um travão, como se veio a saber com a auditoria da Deloitte. Tudo obstáculos que fazem com que a entidade promotora continue à procura de um projeto viável para o terreno, enquanto o Novo Banco mantém os planos de vender os edifícios na Avenida da Liberdade.

Segundo a auditoria da Deloitte, durante o ano de 2019, o banco solicitou junto das autoridades europeias, no âmbito dos acordos assinados pelo Estado, a reclassificação de parte dos terrenos detidos pelo Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Amoreiras (gerido pela GEF) de não core para core para construir a nova sede naquele terreno. Chegou mesmo a injetar 60 milhões de euros no fundo (36 milhões dos quais já nos primeiros dias de dezembro de 2019) com vista a “financiar o plano de execução da estratégia de desenvolvimento urbanístico de um lote de terreno”. Ainda assim, de Bruxelas veio uma resposta negativa quanto ao pedido do banco poucos dias antes da última injeção.

Com a saída da Avenida da Liberdade, o Novo Banco torna-se assim no último grande banco a deixar o coração de Lisboa, depois de nos últimos anos também o BPI, BCP e Caixa Geral de Depósitos (CGD) terem vendido os seus principais edifícios na baixa da capital à boleia da valorização dos imóveis e do aumento do turismo (antes da pandemia).

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