Empresas dos municípios que fecham às 13h produzem 98,6% da riqueza do país

Os 25 municípios que este fim de semana ficam "abertos" para lá das 13h criam apenas 1,4% da riqueza do país. Os restantes 253 municípios, que produzem 98,6% da riqueza, têm de "fechar" às 13h.

Perante o aumento significativo do número de infeções identificadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), o Governo decidiu apertar as regras este fim de semana: todos os municípios, exceto os 25 que estão em risco moderado, ficam obrigados a recolhimento obrigatório a partir das 13h este sábado e domingo, sendo proibida a circulação entre concelhos.

Tudo indica que esta medida é apenas o início do aumento das restrições a nível nacional por causa da pandemia. O primeiro-ministro já admitiu medidas “tipo” as de março do ano passado, quando o vírus chegou a Portugal, o que implicará uma maior disrupção económica face à que já existe desde novembro.

Para já, este fim de semana, os 253 municípios que terão recolhimento obrigatório a partir das 13h correspondem a 91% dos concelhos (278) em Portugal Continental (as regras para as regiões autónomas são ditadas pelos respetivos Governos). Em termos de riqueza produzida pelo país, o número é ainda mais expressivo: as empresas desses municípios criam 98,6% da riqueza anual do país, tendo em conta dados de 2018.

O indicador, utilizado para chegar a esta conclusão, é o valor acrescentado bruto (VAB) das empresas por município, cujos dados anuais são compilados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O VAB corresponde ao valor da produção dessa empresa menos o valor das matérias-primas e produtos intermédios adquiridos a outras empresas.

O VAB dos 253 municípios corresponde a 94,5 mil milhões de euros, num total nacional de 95,8 mil milhões de euros. Os 25 municípios que escapam a esta regra, por estarem no risco moderado, têm um VAB de 1,3 mil milhões de euros, o equivalente a 1,4% do VAB de Portugal Continental.

A maior parte dos 25 municípios que escapam à regra têm um VAB relativamente baixo, à exceção de Sines e Lagoa que têm VAB mediano, em termos nacionais. Como se pode ver pelo mapa, estes municípios tanto estão no norte, como no centro e sul, mas têm uma maior incidência no Alentejo litoral.

Em comparação com o início de novembro, altura em que esta medida foi alargada de três municípios (Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira) para 121, o impacto económico é agora bem superior. Tal como o ECO escreveu, esse alargamento das restrições afetou as empresas dos municípios que produzem 80% da riqueza do país, também tendo como referência o VAB.

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Aumento de consumo de eletricidade devido a frio e teletrabalho causam falhas no fornecimento

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2021

A EDP Distribuição admite que as interrupções “poderão estar a ser potenciadas por uma alteração do padrão de consumo da energia elétrica, resultante do incremento do teletrabalho”.

A EDP Distribuição registou interrupções no fornecimento de eletricidade que atribuiu ao aumento do consumo devido à descida da temperatura e incremento do teletrabalho, situação que levou ao reforço das equipas, estando previstos reforços adicionais se tal for necessário.

Em resposta à Lusa, na sequência de notícias que davam conta de falhas no fornecimento de eletricidade, fonte oficial da EDP Distribuição afirmou ter verificado “que têm ocorrido algumas interrupções no fornecimento regular de energia, nos últimos dias”, estando estas relacionadas “com a descida abrupta das temperaturas, em particular nas redes de Baixa Tensão, nas zonas urbanas”.

A mesma fonte oficial admite que tais interrupções “também poderão estar a ser potenciadas por uma alteração do padrão de consumo da energia elétrica, resultante do incremento do teletrabalho”.

As zonas urbanas em que estas interrupções foram registadas não são detalhadas.

Questionada pela Lusa se esta situação se poderá repetir durante os próximos dias, tendo em conta que se mantém a previsão de temperaturas baixas, a EDP Distribuição assinala que a previsão meteorológica para os próximos dias “não configura uma regime de exceção” pelo que não espera “um agravamento da situação atual”.

Neste contexto, precisa a mesma fonte oficial, para além do reforço “já efetuado de equipas operacionais e de ‘Contact Center’, a EDP Distribuição mantêm-se atenta às ocorrências que possam surgir, procedendo a reforços adicionais de meios, se necessário, visando a célere resolução dos incidentes”.

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Google Trends: A pandemia não ficou em 2020

  • Tiago Lopes
  • 9 Janeiro 2021

O aumento de novos casos de Covid-19 marcou a atualidade em Portugal. Lá fora, os ataques ao Capitólio não deixaram ninguém indiferente. Nos negócios, Elon Musk é agora o mais rico do mundo.

Novo ano, velhos hábitos. A pandemia de Covid-19 continua a ser um dos temas mais pesquisados pelos portugueses no Google. Ao longo desta primeira semana de 2021, foram várias as pesquisas acerca deste tema, passando pelo número de novos casos em Portugal e pelas novas restrições.

Também o ataque ao Capitólio dos EUA marcou a atualidade e os portugueses não ficaram indiferentes. Além disso, com as presidenciais portuguesas à porta, os debates na televisão têm merecido atenção. Esta semana, o frente-a-frente entre André Ventura e Marcelo Rebelo de Sousa foi o mais pesquisado.

Cá dentro

2021 começa como terminou 2020 no que diz respeito às pesquisas no Google, com os portugueses a centrarem as atenções no aumento dos novos casos de Covid-19 no país. Esta semana, os números voltaram a bater recordes: na sexta-feira foram registados 10.176 infetados e 118 mortos, o pior dia de sempre.

No seguimento deste aumento, que pode estar relacionado com os ajuntamentos no Natal e no Ano Novo, o primeiro-ministro, António Costa, já disse que poderá ser necessário um novo confinamento, à semelhança do que aconteceu em março de 2020.

A propósito disso, e perante a iminência dessa possibilidade, o ECO publicou um artigo onde lembra as medidas que estavam em vigor nessa altura.

As imagens impressionantes que chegaram dos EUA na quarta-feira mostraram centenas de apoiantes de Donald Trump a invadir o Capitólio. O incidente foi o segundo tema mais pesquisado da semana. No seguimento dos ataques, morreram cinco pessoas, entre elas um polícia que tinha sido hospitalizado em estado grave.

Tudo aconteceu quando os membros do Congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do presidente eleito nas eleições de novembro, Joe Biden. Milhares de apoiantes do ainda presidente, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e conseguiram mesmo entrar no Capitólio.

Depois deste caso, são vários as vozes que pedem o afastamento prematuro de Donald Trump da Casa Branca. O ainda presidente é acusado de incitar os apoiantes a esta invasão, ao declarar sucessivamente que a eleição foi “roubada” pelos Democratas, o que já foi amplamente desmentido.

A fechar os temas mais pesquisados da semana está o debate entre Marcelo Rebelo de Sousa e André Ventura, no âmbito das eleições Presidenciais. O frente-a-frente entre o atual Presidente da República e o líder do partido de extrema-direita Chega terá sido o debate mais visto.

Lá fora

  • Recorde histórico de frio na Península Ibérica. O recorde da temperatura mais baixa alguma vez registada na Península Ibérica foi registado esta semana: os termómetros desceram até aos 34,1 graus negativos.
  • EUA superam as 4.000 mortes em 24 horas. Os EUA ultrapassaram esta semana a barreira das 4.000 mortes por Covid-19 em 24 horas. O principal especialista em doenças infecciosas, Anthony Fauci, disse que o número diário de mortes devido à Covid-19 continuará a aumentar nas próximas semanas.
  • Trump aceita derrota. Demorou, mas aconteceu. Meses depois das eleições, Donald Trump finalmente reconheceu a derrota nas eleições frente a Biden e prometeu uma transição pacífica. No entanto, o ainda presidente continua a dizer que a eleição foi manipulada.

Nos negócios

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Fotogaleria: Os 10 futebolistas mais valiosos do mercado em 2020

A KPMG Football Benchmark elaborou um ranking dos futebolistas mais valiosos de 2020, onde Kylian Mbappé lidera o topo da lista, com uma avaliação de 200 milhões de euros. 

A KPMG Football Benchmark apresentou o ranking dos 10 jogadores mais valiosos do mercado em 2020, numa lista que não conta com dois dos principais “pesos-pesados” do futebol mundial: Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

De acordo com a consultora dos Países Baixos, o jovem Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain) é o atleta mais valioso do ranking este ano, com uma avaliação de 200 milhões de euros. No segundo lugar surge Raheem Sterling (Manchester City), avaliado em 132.5 milhões de euros, e, a fechar o pódio, encontra-se Jadon Sancho (Borussia Dortmund), com um valor de mercado situado nos 130 milhões de euros.

No top-10 estão presentes jogadores de sete nacionalidades diferentes — com idades compreendidas entre os 20 e os 29 anos — e que atualmente jogam na Premier League (Inglaterra), Ligue 1 (França) e Bundesliga (Alemanha). Destaque ainda para a ausência no ranking de atletas a atuarem na La Liga (Espanha).

Veja os restantes jogadores na fotogaleria abaixo:

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Depressão “Filomena” paralisa Madrid. As imagens do maior nevão dos últimos 50 anos na capital espanhola

  • ECO
  • 9 Janeiro 2021

Aeroportos encerrados, estradas cortadas, falhas de eletricidade, transportes parados. Este é o retrato daquele que é o maior nevão na capital espanhola desde 1971. Veja as imagens.

Aeroportos fechados, estradas cortadas, transportes parados e temperaturas negativas. Madrid está a assistir ao maior nevão dos últimos 50 anos. A depressão “Filomena” parou a capital espanhola, mas já chegou a território nacional. Veja as imagens de Madrid pintado de branco.

O aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas vai continuar fechado até às 23h deste sábado, segundo o Ministério da Administração Interna de Espanha, citado pelo Expansión (conteúdo em espanhol). Toda a operação aeroportuária planeada para hoje foi suspensa, tendo sido ativado o protocolo de desvio de aviões para outros aeroportos (já foram desviadas 39 aeronaves desde as 20h55 desta sexta-feira). As pessoas estão a ser aconselhadas a não viajar com destino ao aeroporto Madrid-Barajas.

Na foto abaixo, um avião da Iberia coberto de neve e estacionado num chão repleto de neve, também. A companhia aérea espanhola já deixou uma mensagem no Twitter aos passageiros: “Se voa de/para Madrid hoje ou amanhã, pode alterar o seu voo na mesma rota até 20/01. Entre em contacto connosco através dos números de atendimento ao cliente”, lê-se no tweet.

Ainda nos transportes, toda a circulação ferroviária de e para Madrid encontra-se suspensa desde a madrugada deste sábado, diz o jornal espanhol. Isto porque a neve continua a afetar toda a linha ferroviária, apesar de todos os procedimentos de limpeza que foram feitos durante a noite em certas estações. A Renfe suspendeu todos os comboios de média e longa distância. O mesmo acontece com os comboios de alta velocidade.

Autocarros urbanos dentro da capital também não são opção. A Câmara de Madrid suspendeu o serviço de autocarros dentro da cidade “por questões de segurança”, não havendo data previsto para a normalização da situação. Em contrapartida, o metro funcionará 24 horas por dia “para facilitar as viagens essenciais, a comunicação entre os municípios e o acesso aos hospitais”.

Excluindo o avião, o comboio e os autocarros, quem pensa utilizar o carro também pode esquecer essa hipótese. Há 650 estradas cortadas em toda a Espanha, refere o Expansión. 136 dessas estradas estão intransitáveis e seis delas pertencem mesmo à rede principal. Em Madrid, nas poucas estradas onde ainda se consegue circular, o uso de correntes nos pneus é fundamental em todas as estradas de entrada e saída da capital.

Contam-se dezenas de milhares de camiões retidos nas estradas e acesso a Valência. A Confederação Espanhola do Transporte de Cargas (CETM), citada pelo jornal espanhol, fala em cerca de 20.000 camiões retidos, que cruzam diariamente a Catalunha. Foi criada uma onda solidária de ajuda, com pessoas a entregarem sacos com comida, água e roupas quentes aos motoristas.

A melhor opção poderá mesmo ser recorrer ao sky, como muitos espanhóis estão a fazer.

Numa altura em que Espanha ultrapassou os dois milhões de pessoas infetadas com coronavírus, este nevão poderia ser uma ajuda a manter os espanhóis em casa. Mas o efeito está a ser totalmente o contrário. São centenas de pessoas a saírem à rua para aproveitar a neve.

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Governo confirma novo confinamento e destaca necessidade de novas medidas o quanto antes

"Faremos um confinamento muito próximo do que existiu em março e abril", anunciou Mariana Vieira da Silva, no fim das reuniões com os partidos.

É oficial, o país vai mesmo entrar novamente em confinamento, quase um ano depois do primeiro, no início da pandemia. O anúncio foi feito pela ministra da Presidência depois de várias reuniões com os partidos, mas os detalhes só serão conhecidos na próxima semana.

Faremos um confinamento muito próximo do que existiu em março e abril, garantindo que não fecharemos nada que não tenha sido fechado, como a agricultura, a indústria, e a distribuição continuará a funcionar, de modo a garantir também que nada do que são os bens essenciais faltem”, disse Mariana Vieira da Silva este sábado, em declarações transmitidas pela SIC Notícias.

“O detalhe ao certo de cada tipo de loja e de cada tipo de comércio, se já soubéssemos, já teríamos tomado as medidas”, acrescentou a ministra da Presidência, sublinhando que “é necessário perceber que se tivéssemos tomado medidas há uma semana, eram medidas com base em informação incompleta“. “Foi por isso que adiámos uma semana, porque é fundamental ouvir na terça-feira os partidos”, acrescentou.

Mariana Vieira da Silva referiu que, “assim que a Assembleia da República aprovar o novo decreto do estado de emergência, o Conselho de Ministros reunirá imediatamente para tomar estas decisões”.

Este novo confinamento já era esperado, uma vez que foi admitido pelo Governo como quase certo. António Costa quis ouvir os partidos, mas prefere esperar pela reunião de terça-feira do Infarmed para decidir as medidas concretas a aplicar.

Governo procurou “maior consenso possível”

O primeiro-ministro salientou a necessidade de o Governo “procurar o maior consenso possível” para implementar medidas mais restritivas que tem “mesmo de tomar” contra a pandemia, porque “todos os esforços são poucos”. Através da rede social Twitter, o primeiro-ministro partilhou imagens da ronda de audiências com os partidos, que começaram na sexta-feira e terminaram hoje.

“Concluímos, nesta manhã de sábado, a ronda de audições a todos os partidos políticos com assento parlamentar. Os números são preocupantes e todos os esforços são poucos para controlar a pandemia“, salienta António Costa.

O chefe do Governo assinalou também a importância de “procurar o maior consenso possível para as medidas mais restritivas” que o Governo tem “mesmo de tomar, assentes em conhecimento científico”. “Por isso ouviremos também a posição dos especialistas em saúde pública e epidemiologistas”, acrescentou António Costa.

Para terça-feira está agendada mais uma reunião com epidemiologistas no Infarmed, em Lisboa, para avaliação da evolução da pandemia em Portugal. À saída das audiências com o Governo, os partidos indicaram que poderá estar em cima da mesa um confinamento semelhante àquele decretado no início da pandemia. Já as escolas continuarão em funcionamento.

Além destas audiências com os partidos, na sexta-feira houve também uma reunião sobre o mesmo tema do Conselho Permanente da Concertação Social. No final do Conselho de Ministros de quinta-feira, o primeiro-ministro admitiu que na próxima semana o Governo poderá tomar medidas mais restritivas para fazer face ao aumento de contágios.

(Notícia atualizada às 15h55 com declarações de António Costa no Twitter)

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Brexit: Empresas britânicas alertam para subida de preços devida a controlos fronteiriços

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2021

Várias empresas britânicas afirmam que são poucas as transportadoras interessadas em entregar no Reino Unido, o que implica pagamentos mais altos, logo, custos mais elevados para os clientes.

Empresas britânicas avisaram este sábado os consumidores de que irão sentir um aumento nos preços dos produtos por causa dos maiores controlos alfandegários impostos pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

O diretor do maior supermercado de compras online no Reino Unido, Ocado, Stuart Rose, disse que o custo adicional de lidar com atrasos e com a nova burocracia para as importações irá inevitavelmente “passar para o consumidor”. Em declarações à Rádio 4 da BBC, Rose destacou que, nesta época do ano, entre 50 e 80% das frutas e vegetais consumidos no Reino Unido provêm do continente europeu e que, se os produtos se estragarem por atrasos na sua entrada, “são perdas” para as empresas, que se refletirão nos preços dos produtos.

Lorenzo Zaccheo, gerente da empresa de transportes Alcaline UK, previu o que chamou de “um banho de sangue” para o setor e lamentou que as transportadoras comunitárias não queiram trabalhar para empresas britânicas “nem mesmo pelo dobro do salário”. Atrasos nas entregas de bens de importação ou exportação, com o registo de longas filas desde 1 de janeiro nas passagens de fronteira entre o Reino Unido e a UE, aumentam os custos para as empresas e reduzem a sua “já estreita margem de lucro”, explicou Zaccheo.

“Desde logo, não há despachantes aduaneiros suficientes. Acontece que, com a pandemia, alguns ficam em quarentena. É o caos total. Isto vai ser um banho de sangue. O custo de transporte triplicará no Reino Unido porque ninguém quer vir”, concluiu o empresário. Nos últimos dias, a rede de armazéns Mark & Spencer confirmou que não pode importar alguns dos seus produtos principais e informou que as suas operações serão afetadas em países da UE, como Irlanda, República Checa e França.

Desde o final do período de transição pós-Brexit, em 31 de dezembro, a empresa de entregas DPD anunciou que vai suspender temporariamente as suas entregas para o continente europeu. O ministro encarregado dos preparativos para a saída britânica da UE, Michael Gove, reconheceu na sexta-feira que as empresas “enfrentarão perturbações adicionais significativas” na fronteira, especialmente no porto de Dover, até que os novos procedimentos burocráticos introduzidos sejam normalizados por ambas as partes.

O acordo bilateral assinado entre o Reino Unido e a UE no final de 2020 garante a continuidade do comércio de mercadorias sem taxas, mas o facto de este país ter abandonado o mercado único e a união aduaneira da UE implica a imposição de novos controlos.

Atualmente — além de documentos como declarações de exportação ou certificados sanitários — as transportadoras britânicas precisam de apresentar um teste ao coronavírus negativo e outras autorizações, antes de entrar na Europa.

Os dados mais recentes do Governo de Londres indicam que, desde 01 de janeiro, 700 camiões viram a sua entrada negada e 150 multas foram emitidas por violação de regras, no condado de Kent, na fronteira entre a UE e o Reino Unido. As autoridades alfandegárias alertam que esses números vão aumentar nos próximos meses, à medida que as restrições provocadas pela pandemia forem suspensas, e apontam para que uma média de 1.584 camiões por dia tentem cruzar a fronteira, apenas 40% do tráfego normal.

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Morreram mais 111 pessoas e há 9.478 novos casos de Covid-19

  • ECO
  • 9 Janeiro 2021

Nas últimas 24 horas foram identificados 9.478 novos casos de coronavírus. Portugal passa, assim, os 100.000 casos ativos de infeção.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 9.478 novos casos de infeção por coronavírus, elevando para 476.187 o número de infetados desde o início da pandemia. Portugal ultrapassa, assim, os 100.000 casos ativos de infeção. O número total de vítimas mortais subiu para 7.701, depois de terem sido registadas mais 111 mortes nas últimas 24 horas.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que 3.555 (+104) estão internados em unidades hospitalares, dos quais 540 (+4) nos cuidados intensivos. Há mais de 113 mil pessoas sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que foi detetado em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte a 7.701 pessoas, 111 das quais nas últimas 24 horas. O número de recuperados está atualmente nos 366.080, mais 5.899 pessoas face ao balanço anterior. Portugal regista 102.406 casos ativos de infeção, ultrapassando a barreira dos cem mil.

Boletim epidemiológico de 9 de janeiro

A região do Norte continua a concentrar a maioria das novas infeções. Dos 9.478 novos casos registados nas últimas 24 horas, 3.377 foram nesta região: 35,6% do total do país.

E é o Norte também a região mais afetada pela pandemia, com 232.303 pessoas infetadas e 3.436 mortes. Atrás aparece a região de Lisboa e Vale do Tejo (155.643 casos de infeção e 2.689 mortes), à frente do Centro (59.560 casos e 1.144 mortes), do Alentejo (14.404 casos e 308 mortes) e do Algarve (9.910 casos e 84 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 2.354 casos e 22 mortos, enquanto a Madeira tem 2.103 pessoas infetadas e regista 18 vítimas mortais.

(Notícia atualizada às 14h19 com mais informação)

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📹 Como votar se estiver em isolamento? Perguntou ao Google nós respondemos

As eleições presidenciais ocorrem de cinco em cinco anos. O voto “normal” decorrerá entre as 8h e as 19h de 24 de janeiro, mas, e se estiver em confinamento obrigatório?

As eleições presidenciais de 2021 estão marcadas para dia 24 de janeiro. Os candidatos são: Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes, Marisa Matias, André Ventura, João Ferreira, Tiago Mayan e Tino de Rans (Vitorino Silva). A campanha eleitoral decorrerá entre 10 a 22 de janeiro.

Este ano, a pandemia veio dificultar o voto por parte dos que estão em confinamento obrigatório decretado pelas autoridades de saúde. Mas se estiver em isolamento pode votar na mesma. Saiba como no vídeo:

http://videos.sapo.pt/AmbIPsmT8YZpkogKsyik

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Episódio #1 do podcast O Mistério das Finanças. Onde para o Banco de Fomento? E porque sobe o crédito à habitação em crise?

  • ECO
  • 9 Janeiro 2021

Dois mistérios sobre um banco que nunca mais avança e sobre o que esconde a subida do crédito à habitação em tempos de pandemia. Há também a boa e a má moeda da semana. E as “manchetes” dos leitores.

“Onde para o Banco de Fomento?” e “porque sobe o crédito à habitação em tempos de crise brutal?” são os mistérios analisados neste primeiro episódio do novo podcast do ECO. Segue-se a opinião sobre a forte valorização em bolsa da EDP Renováveis e sobre a obrigação de devolução de rendas dos shoppings aos lojistas, a boa e a má moeda da semana. Nas “manchetes dos leitores”, destaque para o prémio de mil euros da Corticeira Amorim aos seus trabalhadores e a avaliação, em Espanha, da semana de quatro dias de trabalho.

É o arranque do novo podcast do ECO, “O Mistério das Finanças”. Todas as semanas, os jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro olham para lá do espelho do imediatismo e propõem decifrar dilemas e interpretar novas perguntas. Porque para lá da agenda mediática, há paradoxos, contradições e mistérios que ocultam explicações para compreender a economia, os mercados, os negócios e o país.

O Mistério das Finanças” surge como segunda temporada do podcast anterior dos dois jornalistas, “ECO Insider”. Além do novo nome, este é também um novo formato, que abre com um editorial, prossegue com dois mistérios da semana, analisa a boa e a má moeda (uma espécie de “sobe e desce” da semana) e encerra com “as manchetes dos leitores”, que analisa as notícias mais lidas e partilhadas pelos leitores do Eco.

Todas as semanas, novos episódios d’ “O Mistério das Finanças” estarão disponíveis no site do ECO e nas plataformas habituais de podcasts, como a Apple Podcast e o Spotify. E pode ouvir aqui, em Soundcloud.

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Fiscalização da ACT deteta 738 empresas que não cumpriam regras pandémicas

Numa fiscalização da ACT feita a mais de mil empresas, 70% não cumpriam a obrigatoriedade do teletrabalho e o uso de máscara pelos trabalhadores.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) realizou uma fiscalização a mais de 1.000 empresas para controlar se estas cumpriam as regras pandémicas, nomeadamente a obrigatoriedade do teletrabalho e o uso de máscara pelos trabalhadores. 70% das empresas estavam em incumprimento, mas a entidade diz que já foi corrigida a esmagadora maioria das situações.

A entidade controladora fiscalizou cerca de 1.050 empresas, num total de 40.800 trabalhadores, no âmbito de uma ação nacional com o objetivo de verificar o cumprimento da obrigatoriedade do teletrabalho e do uso de máscaras no local de trabalho. Esta ação envolveu 247 inspetores de todo o país e foi direcionada a empresas “com base em indicadores de risco de incumprimento ou em denúncias”, refere a ACT, em comunicado.

De todas as empresas fiscalizadas, 738 não cumpriam estas normas pandémicas, mas a ACT refere que já foram corrigidas 88% destas situações. Entre as infrações detetadas, as mais frequentes estavam relacionadas com a “exposição a agentes biológicos, prescrições mínimas de segurança no local de trabalho e com o regime de teletrabalho obrigatório”. No total, foram adotados 1.366 procedimentos inspetivos.

No que toca à distribuição por dimensão, 29% das empresas abrangidas foram grandes empresas, 29% microempresas, 22% pequenas empresas e 20% médias empresas. Foi no distrito de Lisboa que se concentrou o maior número de empresas visitadas (25% do total), seguido dos distritos de Setúbal e Porto (ambos com 13%), Braga (12%), Coimbra, Aveiro e Faro (cada um com 6%).

Até à data, deram entrada na ACT 655 pedidos relativos à aplicação do teletrabalho obrigatório, tendo já sido concluídos 83% destes processos.

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Deutsche Bank paga 106 milhões à justiça americana em processo de corrupção

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2021

O banco alemão corrompeu intermediários para conseguir negócios na Arábia Saudita entre 2009 e 2016. Multas e penalizações chegam aos 106 milhões de euros.

O Deutsche Bank vai pagar multas e penalizações várias num total de 130 milhões de dólares (106 milhões de euros), para encerrar um processo-crime em Nova Iorque, sobre recurso a corrupção para conseguir negócios na Arábia Saudita.

Os advogados do banco, que tem uma relação antiga com Donald Trump, renunciaram ao seu direito de enfrentar as acusações de conspiração, durante uma teleconferência, realizada na sexta-feira, com um juiz federal em Nova Iorque. Pela documentação do tribunal, o Deutsche Bank corrompeu intermediários para conseguir negócios na Arábia Saudita entre 2009 e 2016.

Em 2012, o banco pagou 1.087.538 dólares e “registou-os nos seus livros, registos e contabilidade de forma falsa”. Outros intermediários exigiram financiamentos para comprarem um iate e uma casa em França, como compensação, detalhou-se na informação judicial.

A penalização do Deutsche Bank inclui uma multa por crime de 85.186.206 dólares e um pagamento de 43.329.622 à entidade reguladora da bolsa (SEC, na sigla em Inglês), adiantaram os procuradores nova-iorquinos.

Um porta-voz do Deutsche Bank, Dan Hunter, declinou fazer qualquer comentário. Contudo, disse que o acordo com a acusação mostra que o banco está a assumir responsabilidades pelas suas ações e que a sua cooperação com as autoridades federais “reflete a transparência e determinação (do banco) de colocar esses assuntos firmemente no passado”.

A resolução do processo ocorre nos últimos dias do Governo de Donald Trump, que tem uma antiga relação de negócios com o banco, a qual tem estado sob escrutínio desde há anos. O Deutsche Bank, um dos poucos bancos dispostos a emprestar a Trump depois de uma série de falências empresariais, que começaram no início dos anos 1990, foi central nas investigações dirigidas pelo procurador do Distrito de Manhattan, Cyrus R. Vance, e pela procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James.

Estas investigações são consideradas uma potencial ameaça legal para Trump, depois de sair da Casa Branca este mês. Vance e James, ambos Democratas, têm intimado o banco a entregar documentação relacionados com Trump. Este tem dito que a investigação é politicamente motivada. Mas não há indicação de que o esquema de corrupção com a Arábia Saudita esteja relacionado com os negócios de Trump com o banco.

Em processos anteriores, este banco alemão, sedeado em Frankfurt, já pagou à SEC uma multa de 16 milhões de dólares no seguimento de acusações de corrupção em negócios na Federação Russa e na China.

O Deutsche também já pagou ao Estado de Nova Iorque 150 milhões de dólares no seguimento de acusações de ter violado obrigações legais em negócios que envolveram o agressor sexual Jeffrey Epstein. Este rico financeiro suicidou-se em agosto último, em uma prisão federal em Manhattan, enquanto aguardava julgamento, acusado de tráfico sexual. Há ainda notícias do ano passado que indicam que o Deutsche deu prendas caras a dirigentes chineses de topo e outros para se estabelecer como um dos principais operadores financeiros na China.

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