Sem a bazuca europeia, despesa pública diminui em 2022 face a 2021, diz CFP

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) avisa na análise ao Orçamento que a despesa primária apresentará no final de 2022 um acréscimo de 3,4 pontos percentuais do PIB face ao pré-pandemia.

É uma análise a uma proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) que poderá chumbar já esta quarta-feira, a confirmarem-se os anúncios de voto contra do PCP e do Bloco. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) endossou as previsões macroeconómicas do Governo, mas deixa vários avisos sobre o futuro. Entre as conclusões está o facto de, se expurgado o efeito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a despesa pública vai descer em 2022, face a 2021. Porém, o peso da despesa primária continuará significativamente acima do pré-pandemia.

Excluindo o impacto do PRR, a despesa pública deverá registar uma diminuição de 842 milhões de euros (-0,8%) face a 2021, influenciada pelo efeito decorrente da eliminação da maior parte das medidas COVID-19“, escreve a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral na análise à proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) divulgada esta segunda-feira, referindo que a retirada gradual das medidas de emergência resulta numa redução de 5.037 milhões de euros de despesa pública face a 2021.

Apesar deste efeito ajudar o Governo a baixar os gastos do Estado e a diminuir o défice orçamental, o Conselho das Finanças Públicas deixa um alerta semelhante ao que tinha sido feito pelo governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, no início deste mês: as contas públicas vão sair da pandemia estruturalmente piores. “Uma comparação com o ano de 2019 revela que mesmo removendo da despesa os one-off, o impacto do PRR e as ‘medidas de emergência’ a despesa primária [excluindo os juros da dívida] prevista para 2022 situar-se-á 3,4 pontos percentuais do PIB acima do valor pré-pandemia“, calcula o CFP, o que corresponde a um acréscimo superior a seis mil milhões de euros.

No início deste mês, Centeno tinha dito que “para o mesmo nível de atividade, temos um peso da despesa retirando todos os efeitos das medidas Covid, one-off e tudo o que é financiado por fundos europeus, um rácio da despesa primária corrente 1,8 pontos percentuais superior ao de 2019″. A diferença entre os valores do Banco de Portugal e do Conselho das Finanças Públicas deverá estar a consideração da proposta do Orçamento, a qual não estava disponível no início deste mês.

De acordo com o CFP, a maior parte desse acréscimo (dois pontos percentuais) corresponde às “componentes mais rígidas” do Orçamento, “designadamente as despesas com pessoal e as prestações sociais”. “Este incremento do peso de despesa rígida ocorre no contexto em que se prevê para o final de 2022 um PIB em volume 1,3% acima do nível de 2019 (e um PIB a preços correntes de 5,5%, mais elevado do que antes da pandemia)”, acrescentam os especialistas em finanças públicas para dar ideia da dimensão deste acréscimo de despesa.

A proposta do OE2022 em si, além do que já vem do passado, implica um aumento de 1.700 milhões de euros da despesa pública com pessoal (salários da função pública) e prestações sociais. Ainda assim, o peso da despesa pública no PIB (incluindo o PRR) desce de 49,1% em 2021 para 46,7% em 2022 graças “exclusivamente” ao crescimento nominal de 6,9% da economia. A carga fiscal deverá baixar de 35% do PIB em 2021 para 34,2% do PIB em 2022, confirma o Conselho.

Nas contas do CFP, a política orçamental planeada para 2022 — a qual está em causa por causa do esperado chumbo no Parlamento — é “expansionista pro-cíclica” ao desagradar o défice estrutural numa décima em 2022 para os 3% do PIB. Porém, “a vertente expansionista da política orçamental é intensificada pelo PRR que permite imprimir à economia um estímulo direto superior a 1% do PIB que não se reflete no agravamento do défice”, notam os especialistas em finanças públicas.

CFP deixa alerta sobre a inflação

Apesar de endossar as previsões do Governo, o Conselho das Finanças Públicas faz um conjunto de avisos à navegação para o próximo ano, entre eles a capacidade de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o surgimento de uma variante da Covid-19 resistente às vacinas administradas. Se o Governo tiver de resgatar as medidas de apoio à economia, tal deverá degradar o saldo orçamental no próximo ano, ainda que haja uma dotação orçamental de 400 milhões de euros para fazer face a imprevistos da pandemia, tal como existia no OE2021.

O CFP nota ainda que, no caso de uma situação pandémica agravada, como já se vê noutros países (o que prejudica a procura externa que incide sobre a economia portuguesa), poderá tornar “insuficiente” o apoio financeiro previsto para 2022 à TAP. O mesmo risco é identificado para o Novo Banco: não há nenhuma verba prevista no OE2022, mas o Conselho recorda que a “instituição financeira poderá ainda solicitar um montante até 597 milhões de euros”.

“Assinala-se ainda os riscos associados à eventual ativação das garantias do Estado concedidas no âmbito de algumas das medidas de resposta à crise pandémica (linhas de crédito) e às moratórias de crédito concedidas pelos Bancos aos agentes económicos”, recordam os especialistas em finanças públicas. Na proposta do OE2022, o Ministério das Finanças assume que apenas haverá uma perda de cerca de 100 milhões de euros no próximo ano relacionada com a ativação de garantias estatais.

Ainda mais prejudicial para a economia seria uma evolução da inflação diferente da que é prevista pelos bancos centrais. “A subida dos preços externos de combustíveis fósseis e de matérias-primas, do custo de transporte e distribuição com impacto negativo na capacidade produtiva interna podem induzir uma maior e persistente subida de preços do que considerado nas mais recentes previsões económicas“, alerta o CFP, entidade que têm uma previsão para a taxa de inflação (1,6%) de 2022 bem superior à do Governo (0,9%).

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PEV também vai votar contra o Orçamento

O PEV anunciou esta segunda-feira que vai votar contra o Orçamento de Estado para 2022 na generalidade. O Governo não deu "alternativa ao voto contra", justificou José Luís Ferreira.

O Partido Ecologista “Os Verdes” vai votar contra o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022)na generalidade. “A comissão executiva do PEV, tendo ponderado todos os elementos, decidiu que o grupo parlamentar vai votar contra o OE2022”, anunciou o dirigente do partido, José Luís Ferreira.

O PEV justifica a decisão dado que o partido considera que este Orçamento “fica muito longe” de responder “aos principais problemas do país”, bem como de “garantir um desenvolvimento sustentável”. “Se não é quando a economia está a crescer que se recupera o poder de compra e se investe nos serviços públicos, então nunca é tempo”, disse José Luís Ferreira, em declarações transmitidas pelas televisões.

O dirigente do PEV explicou ainda que durante as negociações com o Governo o partido fez chegar propostas em torno de cinco eixos estratégicos, que foram desde os recursos hídricos, ao investimento nos serviços públicos, passando pelas alterações climáticas e pela produção nacional e até ao combate à pobreza.

No entanto, José Luís Ferreira lamenta que “o Governo tenha desistido de procurar soluções” e disse que a resposta do Executivo a estas propostas deixou-os “apreensivos”. Neste contexto, o PEV diz o Governo não deu “alternativa ao voto contra”.

Questionado sobre se esta decisão é definitiva, José Luís Ferreira afirma que “até ao lavar dos cestos é vindima”, mas admite que tem “muitas dúvidas” sobre uma reversão da decisão. “. Mas se o Governo der abertura para acolher as nossas propostas certamente que estaremos disponíveis para ouvir e conversar com o Governo “, sinalizou.

Esta decisão surge, depois de o PCP ter anunciado esta manhã que também vai votar contra o documento, juntando-se ao Bloco de Esquerda, e abrindo caminho ao chumbo do Orçamento.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h16)

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GreenVolt dispara 6%, mas Galp e BCP penalizam Lisboa

Bolsa nacional encerrou em terreno negativo, penalizada por pesos pesados como a Galp Energia e o BCP. Destaque para a GreenVolt que disparou quase 6%.

A bolsa nacional encerrou a perder cerca de 0,7% com a maioria das cotadas no vermelho. A contribuir para este desempenho do índice estiveram os títulos de pesos pesados como a BCP e a Galp Energia. A travar uma descida mais acentuada da bolsa estiveram as ações da GreenVolt, que dispararam mais de 6%. Lisboa contrariou, assim, a tendência positiva do resto da Europa.

O PSI-20 perdeu 0,65% para 5.736,55 pontos, com quatro cotadas no verde, 13 no vermelho e duas inalteradas. O destaque desta sessão foram as ações da GreenVolt, que dispararam 6,47% para 7,24 euros, naquela que é a cotação mais alta desde que se estreou em bolsa, em julho. Este desempenho acontece no dia em que a empresa de renováveis sublinhou a previsão de crescer cerca de 40% até 2025, em termos de lucros e de EBITDA.

Ainda nas subidas, destaque para a Jerónimo Martins, que subiu 0,57% para 19,305 euros, acompanhada pela Altri que valorizou 0,09% para 5,63 euros. A Navigator cresceu 0,25% para 3,188 euros.

No lado oposto, e a impedir uma subida do índice, estiveram as ações da Galp Energia, que caíram 3,53% para 9,45 euros, no dia em que o preço do barril de petróleo está a cotar nos 86 dólares, tocando máximos de 2018. Destaque ainda para o BCP que recuou 1,99% para 4,92 euros.

No setor energético, a EDP caiu 0,65% para 4,895 euros, enquanto a EDP Renováveis desceu 0,25% para 23,78 euros. A REN recuou 0,56% para 2,65 euros.

Lisboa contrariou, assim, a tendência positiva que se viveu no resto da Europa, no dia em que o índice de referência europeu, Stoxx-600, valorizou 0,14% para 472,54 pontos. O desempenho alastrou-se a outros índices como o espanhol e o italiano, que subiram 0,15% e 0,93%, respetivamente.

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Susanne Hägglund nomeada managing director da Volvo Car Portugal

A profissional sucede a Edson Ishikawa, que foi desafiado a ocupar o cargo de head of product & consumer offer para a região EMEA.

Susanne Hägglund é a nova managing director da Volvo Car Portugal.

Susanne Hägglund foi nomeada managing director da Volvo Car Portugal. A profissional sucede a Edson Ishikawa, que, depois de sete anos à frente do mercado nacional, foi desafiado a ocupar o cargo de head of product & consumer offer para a região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA) e exercerá funções em Gotemburgo.

“A Volvo Car Portugal tem uma excelente reputação entre os clientes portugueses e as vendas da gama Recharge (que inclui veículos 100% elétricos e híbridos plug-in) representaram mais de 54% das vendas a retalho em agosto YTD. Susanne tem o perfil e a liderança certos para continuar a impulsionar o sucesso da empresa à medida que entramos numa fase decisiva da nossa transformação comercial”, afirma Jonh Wakefield, managing director da Volvo Car UK, citado em comunicado.

Susanne Hägglund ingressou na Volvo Cars em 2018 para a direção da estratégia corporativa da marca. Mais tarde foi nomeada para a sua função atual, como vice-presidente e diretora do Car Service Business.

A partir de 1 de janeiro de 2022, a profissional com mais de 20 anos de experiência em consultoria de gestão e business development assumirá o seu novo cargo.

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Model 3 da Tesla torna-se primeiro veículo elétrico a liderar vendas mensais na Europa

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Outubro 2021

O Model 3, da Tesla, atingiu um crescimento anual de 58%, apresentando um total de 24.591 automóveis registados.

O Model 3, da Tesla, liderou as vendas do mercado automóvel na Europa relativas ao mês de setembro. É a primeira vez que um veículo elétrico lidera nas vendas mensais europeias, disse esta segunda-feira o grupo de investigação JATO Dynamics.

Com um total de 24.591 automóveis registados, o Model 3 atingiu um crescimento anual de 58%, seguindo-se os modelos Clio, da Renault, Sandero, da Dacia, e Golf da Volkswagen.

Os Model 3 e Y, ambos da Tesla, ficaram em primeiro e segundo lugar na categoria dos veículos elétricos. O ID.3, da Volkswagen, ficou na terceira posição.

“O forte desempenho do Modelo 3 é explicado em parte pelo intenso impulso de vendas de fim do trimestre da Tesla”, disse o grupo de investigação, citado pela Reuters (acesso livre).

A JATO Dynamics apontou ainda que setembro tem sido “historicamente um mês forte para os resultados de registo do fabricante norte-americano na Europa, representando em média 68% das suas entregas do terceiro trimestre desde 2018″.

Estes resultados surgem numa altura em que a empresa liderada por Elon Musk aguarda a aprovação final para a sua primeira gigafábrica na Europa, que deverá localizar-se em Gruendheide, perto de Berlim, na Alemanha.

Hertz encomenda 100 mil veículos elétricos da Tesla

A empresa de aluguer de automóveis Hertz anunciou esta segunda-feira que vai comprar 100 mil automóveis da Tesla até ao final de 2022. A Hertz, que surgiu depois de uma reorganização no início deste ano, devido a uma situação de bancarrota, disse em comunicado que os veículos elétricos estarão disponíveis “nos principais mercados dos EUA e em cidades selecionadas na Europa” a partir do início de novembro.

Ao mesmo tempo, a Hertz está a instalar estações de carregamento de veículos elétricos nas suas localizações. “Os veículos elétricos estão agora em voga, e só agora começámos a assistir a um aumento da procura e interesse global”, disse o chefe executivo da empresa, Mark Fields.

“A nova Hertz vai liderar o caminho como empresa de mobilidade, começando com a maior frota de aluguer de veículos elétricos na América do Norte e um compromisso de crescimento da nossa frota de automóveis elétricos”, lê-se no comunicado, citado pela agência de notícias France-Presse.

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PCP acusa Governo de “destruir” Efacec com reprivatização “perigosamente lenta”

  • Lusa
  • 25 Outubro 2021

A bancada comunista questiona o ministério de Siza Vieira sobre se se confirmam os “valores de oferta por parte dos concorrentes, absolutamente atentatórios da dignidade histórica da Efacec”.

O PCP acusa o Governo de estar “a destruir” a Efacec com as “circunstâncias atribuladas e profundamente dolorosas” do processo de reprivatização, reiterando que a manutenção da tutela pública é “condição necessária” para preservar o “enorme potencial” da empresa. Como o ECO revelou, a Efacec já admite cerca de 20 milhões de prejuízos operacionais em 2021, isto é EBITDA negativo, o que é significativamente pior do que os números já apresentados aos dois candidatos à reprivatização, a DST e a Sodécia.

“Independentemente da decisão de reprivatização de 71,73% da Efacec por parte do Governo, que, como é bem conhecido e público, condenámos (e condenamos vivamente, porque é claramente contra o interesse nacional), as circunstâncias atribuladas e profundamente dolorosas em que está a decorrer o processo de reprivatização estão a destruir uma das mais importantes empresas industriais nacionais, agravando, na perspetiva económica, as consequências, já em si más, do processo de reprivatização”, sustenta o grupo parlamentar do PCP numa pergunta dirigida ao ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

Para os comunistas, a privatização da empresa “encerra um potencial perigo para a economia e o interesse nacional”: “O putativo vencedor do concurso de privatização pode muito bem entender a Efacec como uma espécie de espólio, do qual retirará as partes que lhe interessem […], deixando cair o resto, ou, mesmo no limite, caso atue nas mesmas áreas, proceder ao seu encerramento”, sustentam.

Rejeitando a “estafada fábula de que o Estado não tem competência para gerir empresas”, o PCP reitera que “não há qualquer dicotomia entre gestão pública e gestão privada”, mas sim “exclusivamente boas ou más gestões, independentemente da natureza do capital”, e critica o “processo dilatório, aparentemente inexplicável, por parte do Governo, que vem paulatina, mas seguramente, destruindo por dentro a empresa”.

“Desde logo na estratégica componente humana, mas também na saúde financeira da empresa, com graves repercussões no mercado e desvalorizando objetivamente a empresa, bem ao contrário daquilo que qualquer entidade detentora de um tão valioso ativo faria perante eventuais interessados, que era, bem ao contrário, valorizar tal ativo, potenciando os seus pontos fortes e atenuando os seus pontos fracos”, argumenta.

Ainda relativamente ao “perigosamente lento” processo de reprivatização, o PCP destaca o “continuado esvaziamento do ativo mais precioso da empresa, ou seja, a sua força de trabalho”, constituída por um “quadro de pessoal altamente qualificado e especializado, mesmo no quadro de um cotejo internacional, designadamente nas vertentes da investigação aplicada, da demonstração e dos sistemas de qualidade”.

Segundo os comunistas, o atual processo “está a destruir a empresa por dentro, retirando-lhe capacidade face às solicitações do mercado, e reduzindo significativamente os níveis de notoriedade face aos seus nichos e segmentos de mercado em geral e aos seus clientes concretos em particular”.

A esta situação acresce, conforme alerta o PCP, a “perigosa diminuição da intensidade dos fatores que determinam os processos motivacionais individuais e coletivos, nomeadamente tendo em atenção a incerteza quanto ao futuro da empresa e do emprego, o que terá inevitavelmente reflexos negativos sobre o desempenho geral da empresa, pois que estamos a falar de pessoas e não de autómatos”.

“São, infelizmente, abundantes, recorrentes e preocupantes as notícias saídas nos meios de comunicação nos últimos meses sobre esta temática, a par e em consonância, com as informações que as organizações dos trabalhadores da empresa nos fazem oportunamente chegar”, nota.

Neste contexto, o PCP questiona o Ministério da Economia e da Transição Digital sobre “quais as razões, […] num quadro de racionalidade económica, […] que levaram o Governo a optar pela decisão de reprivatizar a Efacec” e quais as “exigências contratuais” previstas no concurso de reprivatização “que permitam salvaguardar […] competências e a continuidade da Efacec no seu atual formato produtivo-comercial”.

O grupo parlamentar comunista interroga ainda o executivo sobre “que razões podem efetiva e seriamente explicar […] o escorregamento temporal da alienação” e “até quando pensa o Governo arrastar o completamente destruidor e desvalorizador do Goodwill da Efacec processo negocial em curso”.

“Caso coloque, de forma séria, uma linha temporal inultrapassável, sem resultados que respeitem minimamente o interesse da economia nacional, que pensa o Governo fazer?”, pergunta também o PCP, que pretende ainda saber se se confirmam os “valores de oferta por parte dos concorrentes, absolutamente atentatórios da dignidade histórica da Efacec”, que têm vindo a ser divulgados.

Finalmente, o PCP interroga que medidas pensa o Governo adotar para manter a empresa a funcionar se, mesmo que “a contragosto”, for “obrigado a manter a Efacec na esfera pública”.

O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído antes do final do ano, tendo a resolução do Conselho de Ministros que aprovou a terceira fase do processo de reprivatização, admitindo a participação dos dois grupos que apresentaram propostas vinculativas – DST SGPS e Sing – Investimentos Globais – sido publicada a 08 de setembro em Diário da República.

Na quinta-feira ao jornal Público, a Parpública adiantou que a terceira fase de negociações “iniciou-se no passado dia 28 de setembro, com diversos encontros com os investidores interessados na aquisição da referida participação social, devendo as propostas finais ser recebidas dentro de cerca de três semanas”.

A aprovação em Conselho de Ministros do decreto de lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec decorreu da saída do capital de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, na sequência do envolvimento no caso ‘Luanda Leaks’, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.

A Efacec é uma empresa dos setores da energia, engenharia e mobilidade.

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“Nunca tínhamos ido tão longe no diálogo com o PCP como fomos este ano”, diz Governo

O secretário dos Assuntos Parlamentares considera que houve um "esforço enorme" por parte do Governo para se aproximar às reivindicações dos comunistas.

O Governo reagiu esta segunda-feira ao anúncio do PCP de que irá votar contra o Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) na votação na generalidade desta quarta-feira. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, afirmou que “foi feito um enorme esforço” e que “nunca tínhamos ido tão longe no diálogo com o PCP como fomos este ano”. “A não viabilização deste Orçamento põe em causa todos estes avanços” negociados, lembrou.

Duarte Cordeiro nomeou várias alterações à legislação laboral e no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em que o Governo cedeu, ainda que parcialmente, ao PCP: “São matérias que o Governo até ao momento nunca esteve disponível para avançar“, recordou o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, dando nota de que o Executivo poderá ir ainda mais longe ao ter “disponibilidade para avançar com a suspensão da caducidade sem prazo“.

Será difícil explicar aos portugueses que todas estas melhorias nas suas vidas estão postas em causa“, concluiu o pivot das negociações entre o PS e a esquerda, deixando uma crítica implícita ao PCP. No início da sua intervenção, Duarte Cordeiro tinha elogiado o PAN e as duas deputadas não inscritas, Joacine Katar Moreira (ex-Livre) e Cristina Rodrigues (ex-PAN), por terem anunciado a abstenção também esta segunda-feira: optaram por uma “posição responsável no momento em que vivemos”, disse.

Relativamente aos próximos dias, “o Governo manifesta a sua disponibilidade até quarta-feira, mas não sentimos da parte dos partidos alguma aproximação em matéria alguma“, disse Duarte Cordeiro, notando que também demonstrou abertura para continuar a negociar na fase de especialidade, mas para tal é preciso a viabilização na votação na generalidade. No caso específico do Bloco, que anunciou o voto contra mas disse que estava disponível para negociar até quarta-feira, Cordeiro disse que “há disponibilidades que são mais retóricas”, o que torna “muito difícil um entendimento”.

Para o governante é preciso um “equilíbrio de bom senso”, assinala, referindo que os partidos têm de ser rever no Orçamento, apesar de não ser o “seu Orçamento”, mas também “não podemos chegar ao final do dia com um Orçamento que não seja do Governo”. “Nunca tínhamos ido tão longe, mas também nunca tínhamos sentido uma exigência negocial tão grande“, acrescentou.

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares confirmou ainda que o Conselho de Ministros vai reunir-se esta segunda-feira para avaliar a situação política, preparar o debate do Orçamento do Estado para 2022 que arranca esta terça-feira no Parlamento e para avaliar as “posições a assumir nos próximos dias e todos os possíveis quadros do ponto de vista da análise”.

(Notícia atualizada às 16h40 com mais informação)

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Wall Street segue sem tendência definida à espera de mais resultados trimestrais

  • Lusa
  • 25 Outubro 2021

Wall Street arrancou a primeira sessão da semana sem tendência definida. Os investidores aguardam a apresentação de resultados de várias empresas ligadas ao setor na tecnologia.

A bolsa de Nova Iorque negociava esta quinta-feira mista no arranque de mais uma semana de apresentação de resultados trimestrais, desta vez com as empresas tecnológicas em destaque, incluindo Facebook e Apple.

Às 15h00 (hora de Lisboa), o índice Dow Jones subia 0,12% para 35.719,54 pontos e o Nasdaq avançava 0,27% para 15.129,32 pontos. O índice alargado S&P 500 descia 0,06% e estava em 4.541,80 pontos.

A semana que agora começa será marcada pela apresentação de resultados de vários empresas, sobretudo do setor tecnológico. Esta segunda-feira, após o encerramento do mercado, será o Facebook, e nos próximos dias serão a Alphabet, a Amazon, a Microsoft, o Twitter e a Apple.

Por setores, no início da sessão destacavam-se os ganhos das empresas de energia (1,79%) coincidindo com o aumento do preço do barril de petróleo do Texas que esta segunda-feira chegou a superar os 85 dólares.

Na sexta-feira, a bolsa nova-iorquina encerrou mista, mas com o índice Dow Jones num nível inédito, ao atingir 35.677,02 pontos, um novo recorde depois do fixado em meados de agosto.

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Marcelo recebeu terceira dose da vacina e foi vacinado contra a gripe

  • Lusa
  • 25 Outubro 2021

O chefe de Estado foi “convocado por SMS, como qualquer cidadão coberto por esta medida".

O Presidente da República recebeu esta segunda-feira a terceira dose da vacina contra a covid-19 e foi, ao mesmo tempo, vacinado contra a gripe sazonal, informou Belém.

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa recebeu esta tarde o reforço (ou terceira dose) da vacina contra a Covid-19, tendo ao mesmo tempo sido vacinado contra a gripe sazonal, no centro de vacinação em São Domingos de Rana, da sua zona de residência (Cascais)”, refere uma nota colocada no site da Presidência.

A nota esclarece que o chefe de Estado foi “convocado por SMS, como qualquer cidadão coberto por esta medida”.

No domingo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) informou que a terceira dose da vacina contra a covid-19 foi administrada a 123 mil cidadãos portugueses, no âmbito da segunda fase da campanha de vacinação contra a gripe, iniciada há uma semana.

Na segunda fase da campanha de vacinação contra a gripe, que arrancou na passada segunda-feira, 123 mil cidadãos receberam a terceira dose ou dose adicional da vacina contra a covid-19 e 279 mil a vacina da gripe, precisa a nota de imprensa da DGS.

Esta fase integra os cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos e que não estão abrangidos nos grupos-alvo da 1.ª fase e começou com os utentes acima de 80 anos, estando a decorrer por ordem decrescente de idades.

À semelhança do que aconteceu na primeira fase, os cidadãos são convocados através de uma mensagem escrita para a toma simultânea das duas vacinas ou apenas para a vacina contra a gripe.

Volta a ser possível o agendamento automático no Portal Covid-19, estando disponível a partir de terça-feira para cidadãos com idade igual ou superior a 80 anos.

A vacinação completa contra a covid-19 abrange 85,7% da população portuguesa.

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Governo admite prolongar suspensão da caducidade da contração coletiva para lá de 2024

Ana Mendes Godinho avisa que, neste "momento crucial", não pode haver trincheiras, mas tem de haver pontes, e acena com disponibilidade para ir mais além na caducidade da contratação coletiva.

Com a aprovação do Orçamento do Estado ainda por garantir, a ministra do Trabalho foi, esta segunda-feira, à Assembleia da República avisar que este é um “momento crucial” para o país, pelo que “não pode haver trincheiras“. Antes, “tem de haver pontes“. Aos deputados, Ana Mendes Godinho garantiu que a proposta orçamental que está em cima da mesa é “claramente de esquerda” e adiantou, “piscando o olho” aos partidos mais à esquerda, que o Governo está disponível para prolongar a suspensão da caducidade coletiva para lá de 2024.

“Perante as várias discordâncias e dúvidas face ao modelo proposto para a alteração à arbitragem, foi transmitida a disponibilidade para, no processo legislativo, prever uma suspensão do prazo de sobrevigência mesmo sem o limite de tempo já anunciado para 2024″, anunciou a responsável pela pasta do Trabalho, mostrando-se, assim, aberta a ir mais além do que as medidas aprovadas pelo Governo, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, para prevenir a caducidade dos contratos coletivos e evitar vazios de cobertura, nomeadamente o reforço do mecanismo de arbitragem necessária e o prolongamento da moratória da caducidade por 12 meses.

De notar que esta é uma matéria cara tanto ao Bloco de Esquerda como o PCP, que defendem, contudo, a eliminação da caducidade da contratação coletiva e não a sua suspensão, como tem proposto o Executivo de António Costa.

A ministra do Trabalho aproveitou, de resto, para frisar que o Orçamento do Estado que está em cima da mesa “é claramente de esquerda” — incluindo “o maior investimento social de sempre na Segurança Social e nas prestações sociais” — e resulta de “intensas evoluções” face à proposta inicial apresentada por João Leão na Assembleia da República.

Ana Mendes Godinho sublinhou, também, que a proposta orçamental em causa “vai muito além” dos OE aprovados por uma maioria de esquerda, nos últimos anos, atirando que “este é um momento crucial para Portugal”, no qual “não pode haver trincheiras, tem de haver pontes”. A governante defendeu também que a maioria de esquerda “não pode ter sido um epifenómeno, tem de ser um caminho“, já que “ainda há tanto por fazer”.

Votar contra este Orçamento é votar contra estes avanços estruturais. Não é o Governo que perde, é o país”, enfatizou ainda a ministra do Trabalho, referindo-se, por exemplo, no que diz respeito a medidas merecedoras de destaque, ao reforço do abono de família, ao alargamento da gratuitidade das creches, ao aumento extraordinário das pensões até 1.097 euros já em janeiro (que corresponde a um aumento de 600 milhões de euros das despesas com pensões) e à aposta na formação profissional dos trabalhadores em áreas estratégicas.

Ana Mendes Godinho frisou, além disso, que, em paralelo com o processo orçamental, o salário mínimo deverá ter “o maior aumento das últimas décadas“, subindo 6% face a 2021 e 200 euros face a 2015 para 705 euros.

Na intervenção final, a ministra do Trabalho insistiu que o Governo “não desiste do país”, acredita que a sua proposta orçamental “é essencial no momento que vivemos e continuará “à procura de pontos que permitam manter as políticas sociais de esquerda“. “O Governo não procura consensos por temer eleições. Procura consensos porque, confiando no apoio dos portugueses, entende que os portugueses lhe confiaram este mandato para garantir uma governação estável de esquerda“, atirou Mendes Godinho.

Governo recusa acabar com fator de sustentabilidade

Na audição desta segunda-feira, o Bloco de Esquerda frisou repetidamente que quer ver revogado o fator de sustentabilidade, que hoje tira 15,5% às pensões pedidas antecipadamente, mas o Governo garantiu que não irá fazê-lo. “Não vamos acabar com o fator de sustentabilidade”, assegurou, esta segunda-feira, a ministra do Trabalho, explicando que esse corte é “decisivo” para a sustentabilidade da Segurança Social.

Ana Mendes Godinho adiantou, questionada pelo bloquista José Soeiro, que, em 2020, excluindo as prestações atribuídas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA), 10 mil pessoas foram alvo do corte em questão, que a responsável considera um “instrumento que garante aos jovens que [a Segurança Social] é um sistema intergeracional“. Eliminar o fator de sustentabilidade para todos induziria, acrescentou a governante, “a que todas as pessoas deixassem de trabalhar”. “A esperança média de vida diz que temos de procurar envelhecimento ativo“, atirou ainda.

Esta é uma das nove propostas que o Bloco de Esquerda apresentou no âmbito das negociações orçamentais. Face à posição da ministra do Trabalho, a bloquista Isabel Pires acusou o Governo, na segunda ronda da audição desta segunda-feira, de intransigência sobre um corte que “não faz sentido“. Em reação, o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Cabrita, disse não conseguir “entender a acusação de intransigência”, elencando, logo de seguida, as reivindicações do BE a que o Governo já procurou dar resposta, nomeadamente a compensação por cessação de contrato a termo e a regulamentação do trabalho em plataformas digitais.

“Limitar a discussão a um ou dois pontos, quando a negociação foi muito mais abrangente, é redutor face ao trabalho que temos feito em conjunto“, salientou, na mesma linha, a ministra do Trabalho, na sua intervenção final.

A votação na generalidade da proposta de OE para 2022 está marcada para esta quarta-feira, dia 27 de outubro. Tanto o Bloco de Esquerda, como o PCP já anunciaram que irão votar contra, não fechando, contudo, completamente a porta a uma eventual mudança nesse sentido de voto, fruto da negociação. “O Orçamento é o instrumento que nos permite continuar a recuperação. . Parar este esforço é impedir que o país progrida”, avisou a ministra da Segurança Social, esta tarde.

Aos deputados, Ana Mendes Godinho explicou, por outro lado, esta segunda-feira, que já contactou e “pediu desculpas” aos parceiros sociais, por o Governo ter aprovado em Conselho de Ministros medidas no âmbito da Agenda do Trabalho Digno que não tinha sido negociadas em sede de Concertação Social, situação que levou mesmo as confederações patronais a suspenderem a sua participação nessa instituição e a solicitarem uma audiência ao Presidente da República.

Em causa estão o alargamento da compensação para 24 dias por ano em caso de cessação de contrato a termo ou a termo incerto, a reposição dos valores de pagamento das horas extraordinárias em vigor até 2012, a partir das 120 horas anuais e o alargamento do princípio do tratamento mais favorável às situações de teletrabalho e trabalho em plataformas digitais. Um dia antes destas medidas terem sido aprovadas em Conselho de Ministros, o Governo esteve sentado à mesa com os parceiros sociais, mas não apresentou qualquer proposta neste sentido, tendo surpreendido (pela negativa) o patronato.

(Notícia atualizada às 19h33)

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A relevância dos CISOs nas organizações

  • ECO + EY
  • 25 Outubro 2021

Rodrigo de Perez Monteiro, Consulting Cybersecurity Manager na EY, explica o papel do Chief Information Security Officer dentro de uma organização como elemento fundamental para o sucesso do negócio.

Num contexto de preocupação crescente sobre o tema da cibersegurança, as organizações procuram garantir a proteção dos seus ativos de informação, minimizando riscos de um ciberataque. Perante este objetivo, resulta imperativo que as organizações nomeiem um elemento com o perfil certo para chefiar as suas operações de segurança, um Chief Information Security Officer (CISO), garantindo simultaneamente que a liderança tenha uma visão holística e atempada dos riscos de segurança a que estão expostos.

Rodrigo de Perez Monteiro, Consulting Cybersecurity Manager na EY

A emergência das ameaças de cibersegurança

O relatório Riscos e Conflitos 2021, produzido pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) denota “um aumento significativo no volume de incidentes de cibersegurança e nos números dos indicadores de cibercrime em 2020”. Paralelamente, no contexto nacional, “existem menos empresas do que a média da UE com recomendações documentadas sobre medidas, práticas e procedimentos em segurança”, conforme descrito na síntese de comportamentos organizacionais em Portugal face à cibersegurança, do relatório Sociedade 2020 (CNCS).

"O CISO tem uma tarefa importante, que influencia quase todos os aspetos do sucesso da empresa. No entanto, o seu poder de atuação está amplamente condicionado pelas estruturas de reporte e colaboração com outras áreas da organização em que este se insere.”

Rodrigo de Perez Monteiro

Consulting Cybersecurity Manager na EY

A proeminência das ameaças e incidentes de segurança sugere que a liderança das organizações deve abordar esta questão como uma prioridade crítica, promovendo a segurança da informação como elemento fundamental para o sucesso do negócio, e envolvendo o CISO como elemento ativo no processo de tomada de decisão. Nas situações em que um CISO tem capacidade para reportar rapidamente os principais riscos, ameaças e incidentes à liderança, é promovida uma resposta mais ágil e com maior potencial de sucesso na sua mitigação.

A evolução do papel do CISO

Nos últimos anos, o papel do CISO tem sofrido alterações significativas, por via de tendências como a adoção em escala da computação em nuvem, que cria desafios adicionais de segurança. Assistimos ainda à criação de uma força de trabalho remota, potenciada pela pandemia de COVID-19, que contribuiu para o aumento da superfície de ataque, pela utilização acrescida de dispositivos de computação pessoal, que foram introduzidos na rede corporativa. Neste contexto, a posição do CISO tem vindo a assumir maior visibilidade e preponderância, e cabe aos líderes de hoje garantir que estes elementos têm o devido destaque na hierarquia corporativa. O CISO tem uma tarefa importante, que influencia quase todos os aspetos do sucesso da empresa. No entanto, o seu poder de atuação está amplamente condicionado pelas estruturas de reporte e colaboração com outras áreas da organização em que este se insere.

"Embora, tradicionalmente, as responsabilidades do CISO tenham incidido sobre a proteção dos ativos de informação, deteção de eventos e resposta a incidentes de segurança, recairá progressivamente sobre si a promoção da cibersegurança como elemento do planeamento estratégico.”

Rodrigo de Perez Monteiro

Consulting Cybersecurity Manager na EY

A cooperação entre as diversas áreas e direções empresariais é especialmente crítica para a cibersegurança. Para que esta seja vista como um enabler do negócio, e não um bloqueador, deve ser garantido o alinhamento entre o CISO, a gestão de topo e as unidades de negócio. Não obstante, de acordo com dados do Global Information Security Survey 2021 1, apenas 23% dos inquiridos descreve a função de cibersegurança como colaborativa e mais de metade (53%) acredita que os esforços de cibersegurança são motivados somente por necessidades de conformidade regulatória.

De facto, observa-se que as organizações que facultam ao seu CISO canais de comunicação, com acesso aos elementos da gestão de topo, estão mais próximas de garantir uma postura de segurança que se coadune com as exigências da era digital. Embora, tradicionalmente, as responsabilidades do CISO tenham incidido sobre a proteção dos ativos de informação, deteção de eventos e resposta a incidentes de segurança, recairá progressivamente sobre si a promoção da cibersegurança como elemento do planeamento estratégico.

1Estudo publicado anualmente pela EY, que sondou este ano cerca de 1.450 líderes de cibersegurança de organizações de todo o mundo. Mais informação aqui.

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Costa marca Conselho de Ministros de urgência para hoje

  • ECO
  • 25 Outubro 2021

Primeiro-ministro agendou para esta segunda-feira uma reunião do Conselho de Ministros de urgência depois de Bloco e PCP terem anunciado que vão votar contra o Orçamento do Estado para 2022.

O primeiro-ministro, António Costa, convocou uma reunião do Conselho de Ministros de urgência para esta segunda-feira, avança o Expresso e confirmou o ECO junto de fonte da Presidência do Conselho de Ministros.

Esta reunião, marcada para as 21h30, surge depois de Bloco de Esquerda e PCP terem anunciado que vão votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022, o que, a concretizar-se, poderá abrir a porta à dissolução da Assembleia da República e a eleições antecipadas, conforme já indicou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Para esta segunda-feira está também agendada com conferência de imprensa com o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que decorrerá pelas 16h00.

Além do chumbo já sinalizado por Bloco e PCP, a proposta orçamental contará com a abstenção dos três deputados do PAN e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues. A direita — PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega — já anunciaram que vão votar contra.

(Notícia atualizada às 15h40)

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