Mutação da variante Delta sem tendência crescente em Portugal

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

"Nas últimas semanas têm surgido vários exemplos da emergência de novas combinações de mutações, mas que acabam por não ter impacto epidemiológico", diz investigador do INSA.

O investigador do Instituto Nacional de Saúde (INSA) João Paulo Gomes afirmou esta quinta-feira que a nova sublinhagem da variante Delta do vírus não tem tendência crescente em Portugal, nem há provas de que afete a eficácia das vacinas.

“Não existe ainda qualquer evidência científica que sugira que esta sublinhagem da Delta seja mais transmissível ou coloque sequer em perigo a eficácia das vacinas. De facto, nas últimas semanas têm surgido vários exemplos da emergência de novas combinações de mutações, mas que acabam por não ter impacto epidemiológico”, segundo o investigador do INSA, em declarações à Lusa.

Em Portugal não são ainda mais do que dez casos da nova sublinhagem AY.4.2, espalhados nas últimas semanas, e alguns deles têm ligação ao Reino Unido, onde apresenta alguma relevância epidemiológica.

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EMA prevê recomendação sobre vacina da Pfizer em crianças dentro de dois meses

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

O regulador europeu prevê decidir sobre uma eventual administração da vacina da Pfizer em crianças entre os 5 e os 11 anos no final do ano.

A decisão da Agência Europeia do Medicamento (EMA) sobre a administração da vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech em crianças entre os 5 e os 11 anos apenas deve ser conhecida no final do ano.

“A proposta assenta numa dose três vezes mais baixa do que a dose aprovada para adultos. O calendário proposto para esta administração é de manter as duas doses separadas por pelo menos três semanas. A nossa recomendação é esperada dentro de dois meses, mas informação ou análise suplementar poderá ser necessária”, afirmou o responsável da instituição para a Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas, Marco Cavaleri.

O prazo para o anúncio de uma recomendação sobre esta vacina (Comirnaty) surgiu numa conferência de imprensa realizada hoje em Amesterdão, nos Países Baixos, apenas três dias depois de a EMA ter revelado o arranque do processo de avaliação da administração da vacina neste grupo etário. Até agora, a utilização da vacina da Pfizer/BioNTech está somente autorizada para pessoas com pelo menos 12 anos de idade.

Paralelamente, Marco Cavaleri adiantou também que estão a ser gerados dados sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças entre os 5 e os 11 anos para a vacina Spikevax (Moderna) e que a EMA “está a discutir o potencial timing de candidatura para a administração no futuro”, antecipando mais informações sobre este tema nas próximas semanas.

A Covid-19 provocou pelo menos 4.910.200 mortes em todo o mundo, entre mais de 241,48 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

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Juiz recusa suspender julgamento de Ricardo Salgado por Alzheimer

  • ECO
  • 21 Outubro 2021

O juiz-presidente do coletivo decidiu dar continuidade ao julgamento, mantendo a sessão marcada para esta sexta feira.

O juiz Francisco Henriques recusou o requerimento da defesa de Ricardo Salgado para suspender o julgamento devido à doença de Alzheimer. O juiz deverá pedir uma perícia a uma entidade independente como, por exemplo, o Instituto de Medicina Legal, avança a Rádio Renascença.

Fonte judicial adiantou que o juiz-presidente do coletivo decidiu dar continuidade ao julgamento, mantendo a sessão marcada para esta sexta feira durante todo o dia, sessão durante a qual deverá comunicar o pedido de uma nova perícia independente ao arguido.

Ricardo Salgado vai continuar a ser julgado por três crimes de abuso de confiança, depois de se ter apropriado de 10,75 milhões de euros do Grupo Espírito Santo.

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Partidos preocupados com aumento do preço da energia pedem mais medidas ao Governo

  • Lusa
  • 21 Outubro 2021

A direita parlamentar apela, sobretudo, à redução da carga fiscal sobre o ISP. O PS prefere regular as margens, enquanto o PCP pede o fim do adicional ao ISP e a eliminação da dupla tributação.

Os partidos com assento parlamentar mostram-se preocupados com o aumento do preço da energia, considerando a maioria que as soluções apresentadas pelo Governo até ao momento são insuficientes, mas propondo respostas diferentes.

Em declarações à Lusa, o deputado do PSD Afonso Oliveira apela a que o Governo cumpra com a palavra dada em 2016 – quando, aquando da criação do adicional ao imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), tinha afirmado que este seria eliminado com a subida do preço dos combustíveis – considerando que as medidas apresentadas pelo executivo até ao momento “não são soluções”.

O deputado social-democrata afirma que “tem de haver uma redução da carga fiscal sobre os combustíveis”, sendo esse um dos temas que, em sede de Orçamento do Estado, o partido se irá “debruçar e ver qual será a melhor solução” para “não penalizar o rendimento das pessoas e das famílias”.

No mesmo sentido, o deputado do CDS João Almeida diz à Lusa que o Governo deve assumir o compromisso de 2016 sobre o adicional ao ISP, acrescentando ainda que, tanto no que se refere ao preço dos combustíveis como da eletricidade, é preciso “remover a carga fiscal”.

“Objetivamente, é nos impostos que é preciso mexer imediatamente para que esta crise não seja trágica para famílias e empresas”, indica o deputado, que aponta ainda que o partido irá apresentar propostas sobre o tema quando o Orçamento do Estado baixar à especialidade.

À semelhança do PSD e CDS, a Iniciativa Liberal também considera que o Governo deve reduzir os impostos sobre a energia, designadamente o IVA sobre a eletricidade, avançando que, durante o debate orçamental, irá apresentar iniciativas sobre a matéria.

O Chega também considera que o “Governo tem de se convencer que tem de baixar a carga fiscal sobre os impostos”, argumentando que tabelar os preços é errado porque mostra que “a economia não funciona”, e que precisa de intervenção, o que só se deve fazer “em casos excecionalíssimos”.

No debate parlamentar sobre a lei que permite ao Governo limitar os preços dos combustíveis – e que foi promulgada na quarta-feira à noite pelo Presidente da República – o deputado do PS Miguel Costa Matos tinha assinalado que o que “faz sentido é regular as margens” e não baixar o ISP.

“Quem paga [a redução do ISP] somos todos nós, mesmo aqueles que não usam carro particular, mas pagam sobretudo as gerações mais jovens – a minha geração – porque tiramos recursos da descarbonização para incentivar o consumo de combustíveis fósseis”, salientou.

À semelhança do PSD e CDS, o PCP indica que, no âmbito da discussão orçamental, também irá pedir o fim do adicional ao ISP, assim como a “eliminação da dupla tributação, em que o IVA é calculado por um valor que inclui o ISP”.

Além disso, os comunistas pretendem também voltar a apresentar uma proposta para a criação de “um regime de preços máximos” dos combustíveis – que foi recentemente rejeitada pelo PS, PSD, CDS-PP, PAN, Iniciativa Liberal e Chega – considerando que a lei promulgada pelo Presidente da República tem um “alcance muito menos significativo que a do PCP”.

Pelo BE, o deputado Pedro Filipe Soares considera que é necessário arranjar uma “resposta estrutural de longo prazo” para a transição energética, mas também “uma resposta imediata e urgente para retirar o peso da carteira das famílias”, considerando que as medidas apresentadas até ao momento pelo Governo são “insuficientes”.

À Lusa, o dirigente bloquista Jorge Costa concretiza essa dupla abordagem no que se refere ao preço da eletricidade, apontando que, numa “dimensão imediata”, é necessário “envolver as companhias elétricas que têm estado a ter grandes ganhos neste contexto” e, “numa dimensão mais técnica que é também política”, procurar “substituir o modelo de mercado elétrico” que considera estar “rigorosamente alinhado com os interesses das grandes companhias elétricas”.

Segundo o PAN, tanto o estabelecimento de preços máximos como a redução da carga fiscal não são soluções, propondo antes que se regresse a um “mercado regulado dos combustíveis fósseis”.

O deputado do PAN Nelson Silva considera que “quer o preço da eletricidade produzida através do gás natural, quer o preço dos combustíveis fósseis é uma realidade que, infelizmente, vai continuar a acontecer”, afirmando que se não houver “coragem agora de avançar e dar passos firmes na massificação das energias renováveis como a principal fonte energética a nível nacional”, daqui a 20 anos surgirá “um problema muito maior” do que o atual.

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Transportadora procura 110 motoristas de autocarro em Guimarães

A Guimabus, do grupo Vale do Ave Transportes, está à procura de um total de 120 trabalhadores para assegurar a concessão do serviço de transporte coletivo de passageiros em Guimarães a partir de 2022.

A Guimabus, que venceu a concessão do serviço de transporte coletivo de passageiros no concelho de Guimarães por 15 milhões de euros, acaba de abrir um processo de recrutamento para 110 motoristas, válido até 15 de novembro.

Detida pelo grupo Vale do Ave Transportes, a empresa que vai explorar o serviço local de autocarros a partir de 1 de janeiro de 2022, por um período de dez anos, quer ainda contratar mais uma dezena de outros profissionais, elevando para 120 o número de colaboradores que pretendem recrutar.

A operadora está à procura de candidatos para o departamento de recursos humanos e no serviço de bilhética, além de técnicos administrativos e de outras áreas operacionais, como fiscalização, bilhética e despachos, limpeza, segurança ou manutenção.

É tempo de preparar tudo: rotas, frota de autocarros, equipa de colaboradores, etc. São múltiplas operações em simultâneo para que possamos prestar um serviço de qualidade a partir do primeiro dia de operação”, refere o gerente da Guimabus, Fernando Salgado.

Em comunicado, o grupo sediado na freguesia de Serzedelo refere que, seguindo o caderno de encargos, está a “desenvolver os melhores esforços” para integrar os trabalhadores que tenham exercido funções semelhantes ao serviço de anteriores concessionários dos transportes vimaranenses.

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Ordem da Trindade abre nova unidade de 3,5 milhões no Porto

Fundada há 266 anos e liderada por Francisco Miranda Duarte, a Instituição Privada de Solidariedade Social inaugurou uma unidade de cuidados continuados de convalescença no centro do Porto.

A Ordem da Trindade investiu perto de 3,5 milhões de euros numa nova unidade de cuidados continuados de convalescença, enquadrada na rede nacional de cuidados continuados integrados do concelho do Porto, com capacidade para acolher 29 pessoas.

Destinada a pessoas com doença crónica ou em fase de reabilitação de um processo agudo, com perda de autonomia potencialmente recuperável por um período de 30 dias, esta nova infraestrutura é um complemento à oferta da instituição na área dos cuidados continuados de longa duração (19 camas) e de média duração (26 camas).

Parte de um investimento a rondar os 11 milhões de euros para reabilitar todo o quarteirão que esta Instituição Privada de Solidariedade Social sem fins lucrativos ocupa entre o edifício da Câmara e a estação de metro da Trindade, a nova unidade permitiu a criação de 36 postos de trabalho, incluindo 12 enfermeiros e 14 assistentes operacionais.

Francisco Miranda Duarte, diretor-geral da Ordem da Trindade, destaca que as 74 camas que passam a ser disponibilizadas por esta “instituição multissecular com um papel ativo nos cuidados continuados e no apoio aos mais idosos” são as únicas da rede nacional na Invicta. Algo que, acrescenta em comunicado, “ilustra bem a importância da instituição na prestação individualizada e humanizada de cuidados, bem como no contributo social que tem nesta zona do país”.

Fundada há 266 anos, além desta oferta nos cuidados continuados, de um lar de idosos e uma farmácia comunitária, é proprietária da histórica Igreja da Trindade (com capacidade para mais de 500 pessoas) e do hospital — inaugurado em 1852 —, que integra as valências de bloco operatório, internamento, consulta externa, atendimento programado, hospital de dia, imagiologia e laboratório de análises.

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Goldman Sachs tem 1.000 milhões para construir armazéns em Portugal e Espanha

Banco norte-americano quer investir no setor logístico de Portugal e Espanha. Tem 1.000 milhões de euros para construir armazéns nos próximos três anos.

O Goldman Sachs quer investir 1.000 milhões de euros durante os próximos três anos para construir armazéns em Portugal e Espanha. De acordo com o Cinco Días (conteúdo em espanhol), que cita um comunicado do banco norte-americano, foi criada a marca Newdock exclusivamente para esse efeito.

O investimento será feito pela Goldman Sachs Asset Management, através do departamento de imobiliário. A nova empresa — Newdock — está a operar desde o início do ano e conta já com um portefólio de sete projetos de logística a serem desenvolvidos em Espanha, numa área bruta locável total de 500.000 metros quadrados. O investimento inicial nesta carteira ascende a 400 milhões de euros, diz o jornal espanhol.

A Newdock vai desenvolver projetos “chave na mão”, mas também pretende construir instalações para operadores com necessidades mais específicas. Quanto a Portugal, desconhecem-se ainda quaisquer projetos que possam estar em vista.

Javier Solís, da Goldman Sachs, explica que a Newdock nasceu com o objetivo de acompanhar os principais operadores nacionais e internacionais, respondendo às suas necessidades logísticas na Península Ibérica. “Acreditamos que o mercado será cada vez mais exigente em termos de padrões de qualidade, eficiência e sustentabilidade dos ativos logísticos“, disse, citado em comunicado.

Nos últimos tempos, o setor logístico está a atrair níveis de investimento recorde no país vizinho, e tudo devido ao boom do comércio eletrónico trazido pela pandemia. O mesmo acontece em Portugal, com o mercado a captar a atenção de vários investidores internacionais.

Recorde-se que a espanhola Merlin Properties apostou na Plataforma Logística Lisboa Norte, em Castanheira do Ribatejo, naquele que será “o maior parque logístico” do país. Em entrevista ao ECO, o CEO Ismael Clemente revelou que está a ser estudada a hipótese de se criar lá um centro de dados.

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Retirada gradual das medidas Covid poupa três mil milhões em 2022, estima a UTAO

A melhoria do défice orçamental entre 2021 e 2022 resulta da retirada gradual dos apoios Covid-19, assim como do crescimento da economia. A UTAO alerta, porém, para três riscos no OE2022.

O Governo tem dado garantias de que no próximo ano manterá alguns dos apoios criados por causa da pandemia, mas não revelou na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) o seu potencial impacto orçamental. Uma vez que a retirada gradual destas medidas “abrirá espaço orçamental”, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estimou o impacto e chegou à conclusão de que há uma poupança de 2.996 milhões de euros entre 2021 e 2022.

A variação estimada do impacto orçamental das medidas transitórias Covid-19 em 2022, face a 2021, melhora o saldo orçamental em 2.996 milhões de euros (1,32% do PIB)“, calculam os técnicos do Parlamento no relatório a que o ECO teve acesso que analisa a proposta do OE 2022. Este cálculo foi realizado “na medida do possível” dado que o Ministério das Finanças “não prestou qualquer esclarecimento adicional sobre medidas de política orçamental transitórias Covid-19”, o que é criticado diversas vezes no relatório por parte da UTAO, ainda que se note uma melhoria na prestação de informação face a 2021.

O efeito temporário das medidas Covid-19 assume “particular relevância em 2022”, reconhecem os técnicos, uma vez que será determinante para a redução do défice de 4,3% do PIB em 2021 para 3,2% do PIB em 2022, daí ser necessário avaliá-lo. O impacto mais relevante é o que acontece à despesa, sendo expectável uma redução expressiva dos gastos com subsídios e prestações sociais, até porque mesmo com os apoios ativos haverá cada vez menos pessoas e empresas a cumprir as condições para os receber.

“Do lado da receita, sobressai a diminuição na transferência de verbas europeias, mas esta quebra é mitigada pela recuperação de receita de impostos e contribuições sociais”, diz, por um lado, a UTAO, complementando que “no que diz respeito à despesa, assiste-se à variação negativa de todas as rubricas, ou seja, um volume de despesa comparativamente inferior, na qual avulta a redução dos encargos com subsídios e prestações sociais“.

A UTAO assume que o Estado apenas pagará em 2022 cerca de 200 milhões de euros em subsídios relativos a apoios Covid-19 já existentes, em comparação com os dois mil milhões de euros que se prevê que gaste em 2021, e que o consumo intermédio (como é o caso de vacinas e testes Covid-19) relacionado com a pandemia baixe para 400 milhões de euros. No caso de prestações sociais adicionais, os técnicos assumem que não haverá zero de gastos.

A melhoria do saldo proveniente das medidas transitórias Covid-19 mais do que compensará o impacto negativo das medidas de políticas antigas que são permanentes, como é o caso das despesas com pessoal e pensões, cujo efeito negativo era de dois mil milhões de euros, de acordo com o quadro de políticas invariantes entregue pelo Ministério das Finanças ao Parlamento em setembro. Assim, conjugando os dois efeitos, há um contributo positivo para o saldo orçamental de 2022 de 993,2 milhões de euros (0,44% do PIB).

Porém, este não é suficiente para amparar o impacto total das novas medidas de política — que têm em 2022 o maior impacto negativo dos últimos sete anos –, de um desfasamento temporal no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e das medidas temporárias ou não-recorrentes. No caso destas últimas, o Ministério das Finanças não refere quais são no relatório do OE nem prestou esclarecimentos à UTAO.

Assim, para chegar ao défice de 3,2% do PIB, o ministro das Finanças conta ainda com a recuperação do PIB (que deverá crescer 5,5% no próximo ano), desde logo o “dividendo” desse crescimento que é ter um numerador maior no cálculo do rácio. Acresce a isso um impacto ainda maior, classificado no gráfico em cima como “resto”, que passa pelo aumento de receita (maior receita fiscal, por exemplo) e a diminuição da despesa (menos subsídios de desemprego para pagar, por exemplo) devido à expansão económica.

UTAO avisa para três riscos no Orçamento para 2022

Apesar da conjuntura favorável dada pelo crescimento económico e a retirada gradual das medidas Covid-19, o exercício orçamental para 2022 não está isento de riscos. São três: um crescimento económico menos forte do que o projetado no cenário macroeconómico, a inversão na orientação da política monetária da Área do Euro e o regresso das regras de disciplina orçamental em 2023.

No caso do crescimento económico, há dúvidas sobre o efetivo controlo da pandemia, principalmente perante o aparecimento de uma variante resistente às vacinas administradas, e depois há três crises com que o mundo se debate atualmente perante o aumento da procura pós-choque da Covid-19: a escassez de matérias-primas, os custos de transporte e os custos da transição energética. “Menor PIB nominal trará menos receita e maior despesa por ação dos estabilizadores automáticos“, avisam os técnicos.

Em relação à política monetária, a UTAO alerta para a “possível alteração nas expectativas de inflação por parte dos agentes económicos”. “Caso as autoridades monetárias percecionem subidas na inflação esperada, terão de subir as taxas de juro diretoras e restringir os programas de compra de ativos“, admite, notando que isso teria impacto sobre o custo da dívida portuguesa e, portanto, traria maiores encargos, o que teria impacto no saldo orçamental.

Já sobre o regresso das regras orçamentais europeias em 2023, os técnicos do Parlamento avisam que os Estados-membros “mais endividados”, como é o caso de Portugal, “enfrentarão condições mais difíceis de consolidação do que no contexto atual sem regras de cumprimento obrigatório”. Esta semana a Comissão Europeia reabriu a discussão sobre o futuro das regras, mas se não houver mudanças até ao final de 2022, quando a suspensão acabar, é possível que haja “menos graus de liberdade em 2023 e anos seguintes” na consolidação orçamental. Porém, é de relembrar que o executivo comunitário tem prometido que irá utilizar toda a flexibilidade dentro das regras atuais após a reativação das regras.

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Há 75 tecnológicas no Road 2 Web Summit e um prémio no fim da estrada

Startup Portugal já selecionou as 75 startups nacionais que vão participar na conferência de tecnologia, bem como num bootcamp de preparação intensiva. Galp dá prémio de 5 mil euros.

O programa “Road 2 Web Summit” selecionou 75 startups nacionais para participar naquela que é a maior conferência tecnológica do mundo, a Web Summit, bem como no bootcamp de preparação intensiva. A empresa com melhor performance nesta iniciativa será premiada pela Galp.

“O ‘Road 2 Web Summit’ é um programa essencial no calendário da Startup Portugal que tem merecido uma atenção cada vez maior por parte das startups. O esforço da nossa equipa para que os efeitos da iniciativa não se fiquem pelo Web Summit são evidentes nesta edição, que inclui um forte incentivo à internacionalização e uma vertente de premiação por via da parceria com a Galp”, comenta António Dias Martins, desde o início de outubro o diretor executivo da Startup Portugal, em comunicado.

O bootcamp — uma sessão de treinos intensivos para a preparação da participação no evento, que, este ano, decorre de 1 a 4 de novembro, em Lisboa — está agendado para os dias 27 e 28 de outubro. Sofia Santos, da Faber Ventures, Rodolfo Condessa, da Armilar Venture Partners, João Pereira, da Portugal Ventures, o fundador da Taikai, Mário Ribeiro Alves, Matthieu Demolin, da Dealroom, e a ex-jornalista Ana Pimentel serão alguns dos oradores.

Haverá, ainda, uma dupla sessão de treino de pitch com Sheila Schenkel, da best3minutes, e uma apresentação da conferência, do programa e das ferramentas disponíveis para startups por parte da equipa da Web Summit.

As empresas participantes serão consideradas para o prémio de performance da Galp, que vai distinguir a startup melhor preparada para o êxito no contexto da conferência, com um prémio de 5.000 euros.

“A Galp assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050 e acreditamos que tal só é possível com uma estratégia de inovação assente em colaboração e abertura com o exterior. Através do programa ‘Road 2 Web Summit’, estamos empenhados em criar condições para acelerar a chegada ao mercado de soluções de baixo carbono”, afirma Ana Casaca, diretora de inovação da energética.

Ao longo de seis edições, desde 2016, o programa “Road 2 Web Summit” já apoiou cerca de 700 startups na sua participação na Web Summit.

As 75 startups selecionadas este ano podem ser consultadas no site da Startup Portugal.

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Rangel acusa Costa de “lavar as mãos como Pilatos” nos atrasos do 5G

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Outubro 2021

Face às críticas do primeiro-ministro ao leilão do 5G da Anacom, o candidato à liderança do PSD defendeu a demissão da administração da Anacom.

Após as duras críticas do primeiro-ministro à Anacom sobre o leilão de 5G, intitulando-o como “o pior modelo de leilão possível”, Paulo Rangel vem acusar António Costa de fugir às suas responsabilidades na matéria e defende a demissão da administração da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom)

O eurodeputado e agora candidato à liderança do PSD, que falava aos jornalistas à entrada para uma reunião do grupo Partido Popular Europeu, em Bruxelas, apontou que, nessa mesma reunião, vai ser confrontado com o estado em que está Portugal na digitalização e nomeadamente no 5G. “Vou ter de explicar que o Governo português, ontem, veio dar o dito por não dito e dizer que tudo o que andou a fazer até agora, acobertando a Anacom, afinal foi um erro grande“, disse Rangel, em declarações transmitidas pelas televisões.

Após o “ataque visceral” do primeiro-ministro sobre a gestão do leilão do 5G, “agora não há outra hipótese” se não demitir a administração da Anacom. O eurodeputado do PSD pediu a António Costa que, tendo em conta que esta quarta-feira “mudou 180 graus de posição” em relação ao leilão da reguladora das telecomunicações, “então que tire consequências disso”. “Não é fazer uma espécie de escândalo à Galp 2 em pleno Parlamento para depois não acontecer nada e continuarmos neste compasso de espera como os últimos”, rematou.

Para o social-democrata, trata-se, “mais uma vez”, do primeiro-ministro “a lavar as mãos como Pilatos”. Paulo Rangel considera, aliás, que as empresas, as universidades, as startups e o próprio Plano de Recuperação e Resiliência do país “estão em grave risco de atraso” devido à demora em trazer a tecnologia de quinta geração para Portugal. Só há outro país no “estado de ponto zero” no seio da União Europeia em termos de 5G: a Lituânia, que deverá lançar o seu próprio leilão já na próxima semana.

Apesar de as declarações terem sido em Bruxelas, Paulo Rangel não se coibiu de falar da vida interna do partido ao qual se candidata a presidir. “Para o PSD e para o país, é sempre bom que haja alternativas democráticas“, afirmou, em referência ao recente anúncio da recandidatura de Rui Rio à liderança social-democrata, que saúda “com grande alegria democrática”.

Segundo o eurodeputado, as eleições diretas do partido, marcadas para 4 de dezembro, vão ser “um grande momento [para o PSD] de apresentar ao país as suas conceções e a maneira como quer ver o futuro nos próximos anos”.

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40% dos profissionais dizem que modelo híbrido “poderia ser melhorado”

Profissionais falam em jornadas de trabalho mais intensas e num excesso de reuniões. Sentem-se sobrecarregados (54%) e exaustos (39%) e mais de 40% admite despedir-se se acabar trabalho remoto.

Grande parte dos profissionais já voltou ao escritório, não em regimes 100% presenciais — como antes da pandemia –, mas em modelos de trabalho híbrido, regime pelo qual muitas empresas de todos os setores têm optado findo a obrigatoriedade do teletrabalho ou pensam vir a implementar: 75% das companhias portuguesas planeiam implementar um modelo híbrido, aponta um estudo da Mercer. Mas nem tudo está a correr bem neste regresso. Apesar dos esforços dos líderes para gerir os desafios que este novo modelo acarreta, 40% dos profissionais consideram que o regime implementado na sua empresa “poderia ser melhorado”. Mais de metade dos trabalhadores sentem-se sobrecarregados e mais de um terço exausto.

“Embora a mudança para o teletrabalho tenha sido quase instantânea, precisamos de reconhecer que foi por necessidade”, começa por dizer François-Pierre Puech, country manager da Robert Walters Lisboa. Agora, “o retorno ao trabalho deve ser gradual”.

“Tanto os empregadores como os funcionários devem usar este ano para testar uma variedade de estilos de trabalho, desde o trabalho híbrido até a possível remoção do horário das 9h às 17h, em favor das horas baseadas na carga de cada projeto”, comenta, com base nos resultados do inquérito da consultora, que envolveu cerca de 2.000 profissionais de todos os países em que está presente, incluindo Portugal.

Os profissionais falam em “jornadas de trabalho mais intensas” e demasiadas reuniões, tanto presenciais como virtuais, o que resulta em trabalhadores sobrecarregados (54%) e exaustos (39%).

No caso de uma revisão do modelo de trabalho híbrido que implicasse a remoção total da possibilidade de teletrabalho, 42% dos profissionais admitem mesmo que se despediriam.

No entanto, há algumas diferenças entre as gerações. Voltar ao local de trabalho é especialmente importante para os jovens, com 75% dos profissionais entre os 18 e os 26 anos a afirmarem que o escritório é sua principal fonte de significado e conexão social, revela o relatório da Robert Walters.

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Como evolui a Covid desde o arranque da última fase de desconfinamento? Veja o vídeo

Portugal arrancou no início do mês para a terceira e última fase de desconfinamento. Como têm evoluído os casos de infeção e os óbitos desde então? Veja o vídeo.

Portugal arrancou a 1 de outubro para a terceira e última fase de desconfinamento. Se pela Europa, o aumento de casos de infeção por Covid-19 tem vindo a aumentar, em Portugal a atividade pandémica está controlada, apesar de na última semana ter deixado de ser decrescente e passou a estável.

Na última semana, foram registadas 4.494 novas infeções e 56 óbitos em território nacional, em termos acumulados. Estes indicadores têm vindo a aumentar há duas semanas consecutivas. Mas, afinal, como tem evoluído a pandemia em Portugal? Veja o vídeo.

http://videos.sapo.pt/nGUzogY5CRpplgtcvtlN

 

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