Altri sobe quase 5% após resultados e puxa pela bolsa de Lisboa

A Altri lidera os ganhos no índice referência nacional, depois de anunciar que o lucro cresceu 282% até setembro. Já a EDP Renováveis pesa no desempenho da praça lisboeta.

A bolsa de Lisboa negoceia junto da linha de água no arranque da última sessão da semana, mas acaba por seguir a tendência positiva sentida pelas congéneres europeias. Enquanto a Altri puxa pelo índice de referência nacional, após ter apresentado resultados, a queda superior a 1% da EDP Renováveis penaliza o desempenho.

No início da sessão, o PSI-20 oscilava entre terreno verde e vermelho, sendo que segue agora a ganhar 0,24% para os 5.591,95 pontos. Entre as 19 cotadas, são mais aquelas que registam ganhos esta manhã, mas as desvalorizações estão a pesar no índice.

A Altri lidera os ganhos do índice de referência, ao somar 4,85% para os 6,055 euros, depois de apresentar resultados. A empresa do setor da pasta para papel registou um resultado líquido consolidado de 92,8 milhões de euros nos nove primeiros meses deste ano, um crescimento de 282,1% em relação aos 24,3 milhões de euros verificados no período homólogo.

Nos ganhos, nota também para a Galp Energia, que avança 0,37% para os 8,734 euros, bem como para o BCP, que soma 0,32% para os 0,1545 euros.

Por outro lado, a EDP Renováveis regista das maiores queda do PSI-20, ao perder 1,61% para os 21,94 euros, enquanto a casa-mãe EDP também recua, 0,23% para os 4,783 euros. Já a Ren desvaloriza 0,20% para os 2,465 euros.

Pelo Velho Continente, as principais praças arrancam a última sessão da semana com o pé direito. O índice pan-europeu STOXX 600 avança 0,3%, sendo que o mesmo acontece com o espanhol IBEX-35 e com o alemão DAX. Já o francês CAC-40 soma 0,5% e o britânico FTSE 100 ganha 0,4%.

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Mercado português tem problemas de concorrência e de contestabilidade, diz presidente da Anacom

  • ECO
  • 19 Novembro 2021

O presidente da Anacom considera que as empresas do setor das telecomunicações vão ter de se adaptar às características do mercado após o leilão de 5G, que terminou recentemente.

O presidente do conselho de administração da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), João Cadete de Matos, defende que as empresas terão de se adaptar às características do mercado português, que caracteriza como “oligopolista”.

O mercado oligopolista português apresenta problemas de concorrência e de contestabilidade, que não serão ultrapassáveis pelo livre funcionamento das forças de mercado“, apontou, em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago). Para Cadete de Matos, é nesse sentido que se torna “importante” a intervenção do regulador, sublinhando que a Anacom tem atuado sob esses problemas “através da criação de regras no leilão 5G”, de forma a permitir a entrada de novos operadores no mercado.

Os desafios para as empresas do setor das telecomunicações começam desde logo pela resposta à estrutura criada com a entrada de novos players. “Vão ter de se adaptar às necessidades dos consumidores e à evolução tecnológica”, devendo também “continuar a investir nas redes” e a “cumprir as obrigações de cobertura que lhes foram impostas”, explicou.

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“Se não conseguir uma maioria à direita, era bom o PS estar aberto a negociar”, diz Rio

  • ECO
  • 19 Novembro 2021

Rui Rio acredita estar à frente de Rangel, mas admite que não esperava tê-lo como adversário. Se vencer as eleições mas não conseguir uma maioria à direita, abre a porta a um bloco central.

O atual líder do PSD defende que, se se manter no cargo e não conseguir uma maioria à direita nas eleições de 30 de janeiro, “era bom o PS estar aberto a negociar”, em entrevista ao Público (acesso condicionado). Para Rui Rio, o que interessa é que “o PSD ganhe as eleições”, sendo que o social-democrata acredita que é a pessoa com mais hipóteses de ganhar eleições a António Costa. No entanto, se PSD não conseguir uma maioria, admite negociar com o PS, “mas não no sentido de ir para o Governo”.

“O bloco central são ministros do PS no meu Governo ou ministros do PSD no Governo PS”, esclarece Rio. Esta questão só se põe, contudo, se o atual líder vencer as diretas contra Paulo Rangel. Rui Rio mostra-se confiante de que está à frente do antigo eurodeputado “porque aqueles que votam a mando do aparelho são menos do que os que votam pela sua cabeça”.

Desta forma, confia que há militantes, de entre os cerca de 53% que podem votar, que poderão não seguir o voto definido pela distrital. Ainda assim, Rio admite que “não esperava ter Paulo Rangel como adversário”. O atual líder social-democrata crê que Rangel “terá pensado que as autárquicas iam correr mal” e, por isso, que a disputa “seria mais rapidamente contra Luís Montenegro, por exemplo”.

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Hoje nas notícias: bloco central, 5G e Sporting

  • ECO
  • 19 Novembro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Rui Rio admite que, se for a eleições e não conseguir uma maioria à direita, gostaria de negociar com o PS, abrindo a porta a um bloco central. Os jornais desta sexta-feira contam também com uma entrevista ao presidente da Anacom, que defende que o “mercado oligopolista português apresenta problemas de concorrência e de contestabilidade”. Já a secretária-geral da AHRESP diz existir uma “dificuldade enorme” em contratar. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

“Se não conseguir uma maioria à direita, era bom o PS estar aberto a negociar”, diz Rio

O atual líder do PSD defende que, se se manter no cargo e não conseguir uma maioria à direita nas eleições de 30 de janeiro, “era bom o PS estar aberto a negociar”. Para Rui Rio, o que interessa é que “o PSD ganhe as eleições”, sendo que o social-democrata acredita que é a pessoa com mais hipóteses de ganhar eleições a António Costa. No entanto, se PSD não conseguir uma maioria, admite negociar com o PS, “mas não no sentido de ir para o Governo”.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Mercado oligopolista português de telecomunicações tem “problemas de concorrência e de contestabilidade”

O presidente da Anacom identifica, em entrevista ao Jornal Económico, como um dos entraves ao crescimento do mercado nacional de telecomunicações o facto de este ser um “mercado de oligopólio”, com a operação de três principais empresas, o que resulta no favorecimento de um “certo equilíbrio” e, por sua vez, “desincentiva a dinâmica concorrencial”. Além disso, os preços praticados em Portugal tendem a ser “mais elevados” do que no resto da Europa, aponta João Cadete de Matos, que considera que, com a conclusão do leilão de 5G, há “condições para alterar a atual situação”.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

AHRESP destaca dificuldade “enorme” em encontrar pessoas para trabalhar

A secretária-geral da AHRESP alerta para a “enorme” dificuldade do setor da hotelaria e restauração em encontrar pessoas para trabalhar, contando ainda que faltam 40 mil trabalhadores para a área. Em entrevista ao Inevitável, Ana Jacinto defendeu que é necessário “fazer com que os jovens queiram trabalhar neste setor”. “Quando vamos a um restaurante e se a comida não é espetacular, mas o serviço é estrondoso, voltamos ao espaço”, frisou.

Leia a notícia completa no Inevitável (ligação indisponível)

Sporting tenta apoio da banca para evitar falhar nova emissão de dívida

O Sporting volta ao mercado para um novo empréstimo obrigacionista, sendo que a meta do último, em 2018, ficou por atingir. Para assegurar que não fica sem liquidez, o clube leonino decidiu desta vez recorrer a um crédito intercalar, tendo também avançado com um sindicato com dez bancos para impulsionar a oferta.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Aumento dos combustíveis faz disparar preço da carne em Portugal

Comprar carnes de bovino e de aves, sobretudo de frango e de peru, está 25% mais caro face ao período homólogo de 2020. Alguns comerciantes e fornecedores referem, até, que os preços deverão subir mais 20% até janeiro. Apenas a carne de porco mantém o mesmo preço há quatro meses, não havendo perspetivas de alteração. Esta inflação das carnes tem origem nos atrasos nas importações e aos preços elevados dos combustíveis.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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Estado gasta em média 389 euros por advogado oficioso

Os advogados pagos pelo Estado para a defesa de cidadãos que não tenham possibilidade de pagar do seu próprio bolso recebem em média 389 euros por apoio. 40% da classe está inscrito em oficiosas.

Recentes dados do Relatório Justiça 2015-2020 do Ministério da Justiça mostram que um advogado oficioso em Portugal recebe, em média, 389 euros por cada apoio. Os advogados oficiosos são pagos pelo Estado para a defesa de cidadãos que não tenham possibilidade de pagar do seu próprio bolso.

Relativamente ao número de apoios judiciários por 100.000 habitantes, em Portugal são feitos cerca de 1.503 apoios. Os países com um maior número de apoios são Escócia, com 3.535, Lituânia, com 3.002, Reino Unido, com 2.340, Países Baixos, com 2.159, e Mónaco, com 2.149. Marrocos (9), Hungria (139) e Turquia (177) são os países com menor número de casos.

Por outro lado, o valor médio pago por cada apoio judiciário é mais alto no Reino Unido, com um montante a rondar os 1.325 euros, o triplo do que é pago em Portugal. Entre os países que pagam mais aos advogados oficiosos estão ainda os Países Baixos (1.270 euros), a Irlanda (1.107 euros) e a Áustria (963 euros). Já a Ucrânia (20 euros), Moldávia (22 euros) e Marrocos (49 euros) são os países que menos pagam aos advogados oficiosos.

Face ao valor recebido em média por um advogado oficioso em Portugal, a Ordem dos Advogados já reagiu e considerou “escandaloso” que se mantenha sem qualquer aumento a tabela de referência que serve de base ao pagamento dos advogados no Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais e que o Ministério da Justiça não determine imediatamente a sua atualização. “Por esse motivo, a OA instaurou uma ação contra o Ministério da Justiça que se encontra pendente, esperando que os tribunais determinem o cumprimento da lei“, referiram.

O ano passado o Ministério da Justiça aumentou em oito cêntimos a tabela de referência que serve de base de pagamento aos advogados oficiosos. A portaria concretizou a atualização da Tabela de Honorários do Acesso ao Direito e aos Tribunais, que não era atualizada desde 2009.

Por cada processo que um advogado oficioso patrocina é aplicada a tabela de unidade de referência (UR) correspondente a cada tipo de processo. Ou seja, os mais complexos correspondem a mais unidades de referência e aos mais simples correspondem unidades mais baixas. Sendo que cada unidade tem o valor de 25,58 euros.

Perante os dados agora conhecidos, a OA vê reforçado o seu propósito de pugnar pela atualização da tabela de honorários para a proteção jurídica e compensação das despesas efetuadas, no intuito de assegurar o “efetivo, justo e adequado pagamento de honorários e despesas aos advogados que trabalham no SADT”. “Perante a total omissão da atual equipa do Ministério da Justiça neste domínio, a OA irá contactar o Governo que sair das eleições de 30 de janeiro para urgente resolução desta questão“, acrescentou.

Relativamente ao pagamento dos serviços prestados por advogados e solicitadores no quadro do atual regime de acesso ao direito e aos tribunais, o montante tem vindo a diminuir ligeiramente desde 2016.

Por outro lado, o número de advogados a que se procedeu ao pagamento de honorários no âmbito do apoio judiciário registou um aumento entre 2016 e 2019, de 12.662 para 13.607. Em 2020, houve um ligeiro decréscimo do número de advogados, tendo sido contabilizados 13.564 advogados. No total, em 2020, cerca de 40% da classe está inscrita no sistema de apoio judiciário.

Advogados inscritos na Ordem diminuem

Apesar da tendência cresceste verificada nos últimos, em 2020 houve um ligeira quebra do número de advogados inscritos na Ordem dos Advogados, sendo sido contabilizados 33.115 profissionais. Já o número de advogados estagiários aumentou em comparação com 2019, passando de 3.529 para 3.603. Nos últimos cinco anos, foi em 2015 que estavam inscritos mais estagiários (4.314).

O número global de agentes auxiliares de justiça inscritos – solicitadores, agentes de execução e administradores judiciais – aumentou ligeiramente entre 2015 e 2020, devido sobretudo ao aumento do número de solicitadores inscritos.

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta sexta-feira, os peritos reúnem-se para analisar a evolução da Covid, enquanto o INE divulga os dados do movimento de passageiros nos aeroportos. Deverá ser anunciado o novo presidente da Fed.

Dois meses depois da última reunião, os peritos reúnem-se esta sexta-feira para analisar a evolução da situação epidemiológica da Covid em Portugal. O INE divulga os dados relativos ao movimento de passageiros nos aeroportos nacionais, ao passo que os trabalhadores dos CTT convocaram uma greve geral. Do outro lado do Atlântico, deverá ser conhecido quem será o novo presidente da Fed.

Como evolui a pandemia em Portugal?

Esta sexta-feira, Governo, Presidente da República e partidos voltam a encontrar-se com os especialistas da saúde no Infarmed para fazer um ponto de situação da pandemia em Portugal. Face ao aumento do número de infeções, o primeiro-ministro já avisou que não pode “estar a descansar à sombra da vacinação”. Contudo, tanto António Costa como Marcelo Rebelo de Sousa descartam um regresso ao Estado de Emergência.

Como está a recuperar a aviação?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta sexta-feira uma estimativa rápida sobre a atividade dos transportes, referente a setembro. Em agosto, os aeroportos nacionais receberam 3,9 milhões de passageiros, o que representa uma subida de 76,3% face a igual período do ano passado, mas ainda aquém dos valores pré-pandemia.

CTT em greve geral

Os trabalhadores dos CTT convocaram para esta sexta-feira uma greve geral contra “a destruição dos CTT”, a “deterioração do serviço postal” e pelo aumento dos postos de trabalho e salários. Ao ECO, fonte oficial da empresa diz que lamenta que “as motivações sejam essencialmente políticas”, mas garante que está a ser implementado um plano de contingência “que privilegie a entrega do correio prioritário e de encomendas.”

Presidente do BCE discursa em Frankfurt

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e o presidente do Banco Federal da Alemanha, vão discursar esta sexta-feira no 31.º Congresso Bancário Europeu, numa altura em que acentuam os receios relativos à subida da inflação. Este encontro poderá dar mais pistas sobre o futuro dos estímulos.

Joe Biden deverá anunciar novo presidente da Fed

Da Alemanha para os Estados Unidos, esta sexta-feira Joe Biden deverá anunciar o novo presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed). Segundo a Reuters, o presidente dos EUA ainda está a decidir se vai reconduzir Jerome Powell ou se escolhe a governadora da Fed, Lael Brainard, para um mandato de quatro anos à frente do banco central a partir de fevereiro.

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Nove em cada dez bombas já dão “borla” do Autovoucher

O número de postos de abastecimento de combustível inscritos no Autovoucher aproxima-se de 100%. Nove em cada dez bombas já dão acesso ao apoio do Governo.

Quase 90% dos postos de abastecimento de combustível dão acesso ao desconto do Autovoucher, o apoio criado pelo Governo por causa da subida dos preços da gasolina e do gasóleo. Mais de uma semana depois de entrar em vigor, são já 2.957 as bombas aderentes, de acordo com a lista atualizada disponibilizada no site do programa.

Tendo em conta as 3.355 gasolineiras inscritas na Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis (ENSE), conclui-se que nove em cada dez bombas do país já aderiram ao programa. É agora mais difícil encontrar um posto não aderente do que um estabelecimento que já tenha aderido ao programa.

O apoio em causa é de dez cêntimos por litro de combustível, até um total de 50 litros por mês, pago de uma só vez na primeira compra. Para tal, o consumidor deve estar inscrito na plataforma IVAucher, o nome de outro apoio do mesmo tipo, criado pelo Governo para os setores mais afetados pela pandemia.

Basta um abastecimento mensal para se receber de volta cinco euros — valor que, se não for reembolsado num determinado mês, transita para o mês seguinte, até ao mês de março. No limite, um consumidor que só beneficie do apoio em março recebe automaticamente 25 euros na conta, 48 horas depois da transação. (E nem precisa de adquirir combustível: pode comprar uma pastilha ou produtos como tabaco e jornais.)

A lista dos postos de combustível aderentes foi atualizada a 15 de novembro e está disponível aqui. Na véspera do arranque do apoio, que aconteceu a 10 de novembro, o Governo indicava que dois terços das bombas já se encontravam inscritas no programa. Mas, como o ECO noticiou, só Açores e Madeira tinham concelhos sem qualquer gasolineira inscrita no Autovoucher.

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Peritos voltam a discutir evolução da pandemia. Como estávamos há um ano?

Face ao agravamento da Covid, peritos voltam ao Infarmed. Como evoluíam os indicadores em novembro de 2020? E como estão agora? Taxa de vacinação reflete-se fortemente nos óbitos, internamentos e UCI.

Dois meses depois, o Governo volta a ouvir os especialistas sobre a situação epidemiológica em Portugal. Numa altura, em que o número de infeções está a aumentar, os especialistas dividem-se quanto à necessidade de medidas restritivas. Mas, afinal, como estávamos há um ano?

Desde o início de outubro que Portugal vive sob um alívio de medidas de contenção da Covid-19, onde a responsabilidade individual e a avaliação do risco são determinantes no combate à pandemia. Face à tendência crescente do número de infeções, o primeiro-ministro decidiu convocar uma nova reunião no Infarmed para ouvir os especialistas.

Tanto Governo como Presidente da República descartam, para já, medidas que impliquem legalmente o regresso ao Estado de Emergência. Contudo, o chefe de Estado já avisou que não se pode “estar a descansar à sombra da vacinação”. À semelhança do Executivo, também o Chefe de Estado prefere não fazer antecipações, mas Marcelo Rebelo de Sousa já veio defender que o uso obrigatório de máscara na rua deve ser reposto.

Tal como nas reuniões anteriores, os especialistas vão passar “a pente fino” os indicadores que medem a evolução da pandemia e apresentar projeções para o futuro, havendo já alguns matemáticos a estimarem que Portugal pode chegar aos seis mil casos diários se não forem tomadas medidas. Neste contexto, nesta reunião deverão também ser feitas algumas recomendações sobre as medidas que devem ser implementadas para travar o aumento de infeções.

Os especialistas ouvidos pelo ECO estão divididos quanto à necessidade de implementar novas medidas. Ainda assim, entre as medidas sugeridas pelos peritos que defendem um aperto das regras, estão medidas que não penalizem a economia, nomeadamente a obrigatoriedade do uso de máscara na rua e em espaços fechados, o incentivo ao teletrabalho (sempre que compatível com as funções desempenhadas), uma aposta na ventilação dos espaços, o aumento da testagem ou o regresso dos limites de lotação dos espaços. Isto a par de se acelerar a administração da uma dose de reforço da vacina contra a Covid para os maiores de 65 anos.

Perante a escala de casos, os especialistas alertaram que Portugal poderá estar a enfrentar a quinta vaga da pandemia. No entanto, é indiscutível que as consequências do aumento de infeções que se está a verificar são bastante diferentes face ao ano passado no que toca aos serviços de saúde e à letalidade. Tal como apontou o investigador Miguel Prudêncio ao ECO, o grande “elemento transformador” é a vacinação.

À semelhança deste ano, com os casos de infeção a dispararem mas ainda sem vacinas, no início de novembro de 2020 o Presidente da República interveio e propôs um novo Estado de Emergência “muito limitado e largamente preventivo”. A ideia era evitar uma nova vaga, que se veio a verificar “explosiva” depois do Natal e Ano Novo (dado que nesse período festivo foram levantadas algumas restrições).

Assim, nessa altura as restrições variavam consoante o risco de transmissão definido para determinado concelho (nos concelhos de maior risco havia recolher obrigatório e restrições aos horários dos estabelecimentos), as máscaras eram obrigatórias quer na rua e nos espaços fechados e os certificados de Covid estavam longe de ser utilizados. Mas, afinal, como evoluíam os indicadores da pandemia (infetados, mortes, internamentos e cuidados intensivos) nos primeiros 17 dias de novembro de 2020? E como estão agora?

Entre 1 e 17 de novembro de 2020, Portugal contabilizou 83.729 casos de Covid-19, em termos acumulados, o que representa cerca de 4.925 infeções por dia, de acordo com a análise realizada pelo ECO com base nos relatórios da DGS (dado que o balanço é sempre relativo ao dia anterior). Já entre 1 e 17 de novembro deste ano foram registados 23.938 casos em território nacional, isto é, cerca de 1.408 por dia. Contas feitas, o número de casos registados desde o início de novembro deste ano é três vezes inferior ao registado em igual período do ano passado.

Número de infeções por Covid em Portugal em termos acumulados

Mas o efeito da elevada taxa de cobertura vacinal é ainda mais significativo na mortalidade, internamentos e unidades de cuidados intensivos (UCI). Nos primeiros 17 dias de novembro de 2020, Portugal registou 1.088 óbitos por Covid-19, em termos acumulados, o que representa cerca de 64 mortes por dia, ao passo que este ano, nos primeiros 17 dias deste mês, foram registadas 133 mortes (cerca de oito por dia). Assim, atualmente morrem oito vezes menos pessoas vítimas da Covid face a igual período do ano passado.

Número de óbitos por Covid em Portugal em termos acumulados

Quanto à pressão que está a ser exercida nos hospitais, o cenário é semelhante. Entre 1 e 17 de novembro de 2020, estavam, em média, 2.664 pessoas internadas nos hospitais devido ao Sars-CoV-2, ao passo que nos primeiros dias de novembro deste ano, a média situava-se em 406 internamentos. Contas feitas, é um número mais de seis vezes inferior face ao período homólogo.

Média diária de internamentos por Covid-19 em Portugal

Por fim, nos primeiros 17 dias de novembro do ano passado, estavam, em média, 376 pessoas internadas em UCI nos hospitais devido a complicações associadas à doença, ao passo que em igual período deste ano a média situa-se em 68. Trata-se portanto de um valor mais de cinco vezes inferior, e bem abaixo do limite dos 255 definido como “crítico”.

Média diária de internamentos em UCI por Covid-19 em Portugal

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Maioria das cotadas não cumpre recomendações sobre nomeações

Grau de cumprimento do código de governo das sociedades é, em média, de 79%. Comissão de acompanhamento nota um "progresso qualitativo ao nível da informação prestada nos relatórios".

As empresas portuguesas com títulos cotados na Bolsa de Lisboa cumprem, em média, 79% das recomendações do Código de Governo das Sociedades do Instituto Português de Corporate Governance, um nível que a comissão de acompanhamento considera “amplamente satisfatório”. Há, ainda assim, aspetos onde o grau de cumprimento é baixo, nomeadamente ao nível dos processos de nomeações.

A adesão às recomendações do código sobe quando o universo considerado inclui apenas as 17 empresas do PSI-20, crescendo para 83%. Estes números, relativos a 2020, ficam ligeiramente abaixo do que se verificava na avaliação do ano anterior, quando a percentagem era de 80% considerando todos os emitentes e de 86% olhando apenas para o índice principal da Bolsa de Lisboa. Os dados não são, no entanto, inteiramente comparáveis, porque o número de recomendações mudou, assim como o número de empresas avaliadas: desta feita foram 35.

Este é o terceiro Relatório Anual de Monitorização, desde que foi introduzido o Código de Governo das Sociedades (CGS) do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), aprovado em 2018. Mas é o primeiro depois da revisão das recomendações às empresas feita em 2020, que passaram a ser 53, desdobradas em 74 subrecomendações.

Apesar do nível médio elevado, existe bastante disparidade no grau de adesão às recomendações, havendo temas onde a adesão fica aquém. É o caso do tema das nomeações. Só 28% dos emitentes considerados têm uma comissão de acompanhamento e apoio às designações de quadros dirigentes. Também só 14 empresas (53% das elegíveis) têm uma comissão especializada em matéria de nomeações dos órgãos sociais.

Por outro lado, o universo das empresas em que as propostas para eleição de membros dos órgãos sociais são acompanhadas de fundamentação sobre a adequação à função a desempenhar, do perfil, conhecimentos e currículo de cada candidato, é de apenas 47% do total ou 16 emitentes. Uma percentagem mais baixa do que em anos anteriores, por deixarem de existir casos de não aplicabilidade.

Há outras áreas onde é necessária maior progressão. É o caso da existência de administradores não executivos independentes em número não inferior a um terço, que é seguida por apenas 13 empresas. Uma maior proporção destes administradores, sem relação próxima com a gestão executiva, permite uma fiscalização mais eficaz da sociedade.

A existência de uma comissão especializada em matéria de governo societário e a definição, pelo órgão de fiscalização, dos procedimentos de fiscalização destinados a assegurar a independência do revisor oficial de contas têm também baixa adesão, com apenas 13 e 14 sociedades a seguirem estas recomendações, respetivamente. A aprovação de montante máximo de todas as compensações a pagar por cessação de funções de membro de órgão social só é acolhida por 16.

A não observância das recomendações não implica qualquer sanção para as empresas. O CGS é de adesão voluntária e a sua observância assenta na regra do “comply or explain” – cumpre ou explica porque não cumpre. Os resultados da monitorização são publicitados de forma global e sem individualizar ou detalhar os resultados relativos a cada entidade aderente.

Há também recomendações que são cumpridas por todos. É o caso da instituição de mecanismos para atempada divulgação de informação, da adoção de uma política de comunicação de irregularidades (whistleblowing), da fixação das remunerações por uma comissão (ou pela AG, sob proposta de comissão) ou a instituição de uma função de gestão de riscos, identificando os principais riscos a que se encontra sujeita a empresa emitente.

"O grau de acolhimento das recomendações pode continuar a considerar-se amplamente satisfatório.”

Relatório Anual de Monitorização do Código de Governo das Sociedades do IPCG

A comissão de acompanhamento faz um balanço geral positivo. “Não apenas o grau de acolhimento das recomendações pode continuar a considerar-se amplamente satisfatório, como também os contactos estabelecidos com as empresas emitentes permitiram evidenciar, uma vez mais, a sua crescente preocupação com o governo societário“, destaca.

Está também otimista em relação ao futuro: “Antecipa-se que, a uma maior dificuldade inicial em lograr o acolhimento, perante conteúdos recomendatórios com novas feições, se siga no futuro próximo uma melhoria das práticas e/ou do seu reporte em sede dos relatórios de governo das empresas emitentes. É essa a expectativa com que perspetivamos o exercício que se seguirá”.

A Comissão de Acompanhamento e Monitorização do Código de Governo das Sociedades do IPCG é composta por Pedro Maia (Presidente) Alexandre Lucena e Vale, Ana Perestrelo de Oliveira, Isabel Ucha, José Gonçalo Maury, José Veiga Sarmento, Miguel Athayde Marques e Paulo Câmara. Duarte Calheiros (Presidente) Abel Sequeira Ferreira, Rui Pereira Dias (Diretor Executivo) e Renata Melo Esteves fazem parte da Comissão Executiva.

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Medidas para a habitação durante a pandemia foram “insuficientes” e “ineficazes”, afirma Tribunal de Contas

Tribunal de Contas analisou as medidas extraordinárias adotadas por Pedro Nuno Santos na habitação para lidar com a pandemia. Governo "não compreende" conclusões da auditoria.

No ano passado, o Governo tomou medidas para lidar com os efeitos da pandemia, sobretudo no campo da habitação. O Tribunal de Contas (TdC) resumiu essa atuação política em cinco medidas extraordinárias, mas as conclusões não foram as mais positivas. A auditoria concluiu que “nenhuma se revelou eficaz” e que, no geral, todas se mostraram “insuficientes” para ajudar o setor da habitação a recuperar da Covid.

O TdC decidiu “avaliar se a reação ao impacto adverso da pandemia” foi “adequada para assegurar a recuperação do setor da habitação”. Para isso, analisou a “eficácia das medidas tomadas e do grau de recuperação face à situação inicial”, refere o relatório, conhecido esta quinta-feira.

Foram várias as medidas identificadas pelo Ministério da Habitação, mas o TdC resumiu-as em cinco: conservação e reabilitação do parque habitacional público do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) — única medida anterior à pandemia; empréstimos às rendas; conversão do património do Estado em rendas acessíveis; conversão do alojamento local em rendas acessíveis; e redução, suspensão e isenção das rendas devidas ao Estado.

A primeira avaliação aconteceu a 30 de setembro de 2020. Nessa altura, verificou-se que, das cinco medidas, “duas estavam por aplicar, só uma tinha meta definida para 31 de dezembro de 2020 e nenhuma se revelava eficaz para alcançar o objetivo, nem para recuperar a situação inicial (anterior ao impacto adverso da pandemia)”, lê-se.

“As deficiências detetadas” evidenciavam que a resposta do Ministério de Pedro Nuno Santos “não estava a ser adequada para assegurar a recuperação do setor”. Entre os principais riscos, o TdC destacou a “incompletude e insuficiência da informação reportada” pelo Ministério, o “insuficiente grau de execução” das medidas e a sua “ineficácia”. Foi, por isso, feita uma segunda avaliação, a 31 de dezembro de 2020.

Evolução das cinco medidas no espaço de três meses

Sobre a reabilitação dos imóveis do IHRU, o tribunal diz que, a 30 de setembro, esta medida “não se revela eficaz”, uma vez que o número de fogos reabilitados era apenas 99 (33%) da meta anual e a execução financeira apenas 24% (1,7 milhões) do orçamentado. Além disso, “a redução de 29% na meta para 2020 (300) face ao resultado de 2019 (421) e o não incremento dessa meta (como reação à pandemia) são contrárias ao objetivo da medida”.

Contudo, a 31 de dezembro, a medida “quase atingiu o seu objetivo”, com 295 fogos reabilitados (meta eram 300). Apesar desta melhoria, a execução financeira correspondia a apenas 78% (5,5 milhões de euros) do orçamentado para 2020 (sete milhões de euros). Além disso, a redução na meta para 2020, tendo em conta o resultado de 2019, e o não aumento da mesma, continuava a ser “contrária ao objetivo desta medida”.

Do lado do Ministério, a justificação diz que “o setor da construção não esteve imune ao impacto da pandemia” e que é “compreensível”, “pelo menos em parte, a redução do número de operações de reabilitação”. Já o IHRU alega que “a execução desta medida foi condicionada por fatores externos”.

Sobre os empréstimos do IHRU para as rendas, cujo orçamento era de quatro milhões de euros, a 30 de setembro, “a eficácia desta medida não é suscetível de avaliação direta”, uma vez que o Ministério não deu qualquer meta para o número de empréstimos a conceder. Contudo, a execução financeira era de apenas 19% (744.644 euros) do orçamento. A 31 de dezembro, na segunda avaliação, a medida continuava a não poder ser avaliada diretamente, com a execução financeira a ser apenas 29% (1,16 milhões) do orçamento.

O Governo alega que, numa crise pandémica, “não é possível nem consistente antecipar, através da fixação de uma meta, o número de situações a abranger com esta medida”. Por sua vez, o IHRU afirma que era “desconhecido o universo de arrendatários com quebras de rendimentos” e que ” a medida não teve maior resultado” pelo facto de “muitas famílias terem optado por recorrer à moratória legal” ou a outras medidas municipais.

Quanto à conversão do património do Estado em rendas acessíveis, a 30 de setembro esta medida foi considerada “ineficaz” “por ainda não estar vigente”, apesar do orçamento de 48 milhões de euros. A 30 de dezembro a avaliação manteve-se. O Ministério diz ser “evidente” que a construção de um parque habitacional “é uma medida estrutural sem reflexos imediatos”, enquanto o IHRU afirma ter “implementado de forma eficaz e eficiente os procedimentos necessários” para concretizar esta medida.

Sobre a conversão do alojamento local em rendas acessíveis, a medida foi, nas duas avaliações, considerada “ineficaz para cumprir o seu objetivo, por falta de execução física e financeira, apesar do orçamento de 4,5 milhões de euros”. Também não foi estabelecida nenhuma meta anual. O Ministério alega que “não é possível estabelecer à partida uma meta”.

Por último, no que diz respeito à redução, suspensão e isenção das rendas devidas ao Estado, não foi possível avaliar diretamente esta medida. Porém, diz o TdC, os 30 pedidos aprovados e a perda de 28.767 euros de receitas em dezembro “são muito reduzidos”. As justificações do Ministério vão no mesmo sentido da medida anterior.

Medidas previam despesa de 63,5 milhões. Só se gastou 16%

Terminados os dois momentos de avaliação, o TdC concluiu que, a 31 de dezembro de 2020, “subsistiam as deficiências detetadas” a 30 de setembro de 2020, “evidenciando que essa reação não estava a ser adequada para assegurar a recuperação desse impacto no setor da habitação e confirmando a materialização como principais riscos relativos às medidas tomadas”.

Entre os principais riscos identificados destacam-se a desarticulação entre a implementação das medidas e a prossecução do interesse público; a inadequação da estrutura de monitorização e controlo das medidas; a incompletude e insuficiência da informação reportada sobre as medidas extraordinárias; o insuficiente e incipiente grau de execução das medidas extraordinárias; a desadequação e ineficácia das medidas.

Estas cinco medidas previam uma despesa de 63,5 milhões de euros, mas apenas foram gastos dez milhões de euros (16%), refere a auditoria. “Em suma, o grau de execução das medidas extraordinárias foi insuficiente e incipiente em 2020”.

Assim, ao Ministério foram deixadas duas recomendações: promover a articulação das medidas com a prossecução do interesse público e dispor de uma estrutura adequada para monitorizar e controlar eficazmente as medidas. Já ao IHRU, o TdC aconselha que, enquanto entidade gestora das medidas tomadas, esta instituição “conceba e implemente um modelo de avaliação de eficácia” das mesmas, disponibilizando “um conjunto de informações relevantes” sobre cada uma.

Governo defende-se com “constante ‘aprendizagem em processo'”

Para além dos esclarecimentos que foi dando ao próprio TdC, o Ministério de Pedro Nuno Santos reagiu depois de a auditoria ter sido tornada pública. Em comunicado enviado esta quinta-feira, lê-se que “trata-se de um fenómeno novo, inédito, para o qual nenhum país estava preparado e que obrigou a uma resposta imediata e a uma constante ‘aprendizagem em processo’“.

Além disso, refere que estas medidas “não são quantitativamente qualificáveis”. “Como pode a suspensão dos despejos ou o regime excecional de proteção dos arrendatários (…) ser medido quantitativamente se, precisamente, o que dita o seu sucesso, é não terem existido despejos, ou os contratos terem permanecido válidos, e por isso as pessoas não terem perdido a sua habitação?”, refere o comunicado.

O Ministério da Habitação justifica que a análise que faz é “necessariamente diferente” e diz não compreender as conclusões desta auditoria, “seja quanto à definição, à partida, de uma meta orçamental, seja quanto à conclusão de que as medidas foram insuficientes”.

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