Austríacos que recusem ser vacinados contra a Covid-19 enfrentam multas de até 3.600 euros

A multa pode aplicar-se aos cidadãos com mais de 14 anos, ficando apenas excluídas as grávidas e as pessoas, que, por motivos médicos e atestados, não possam receber a vacina.

Os cidadãos austríacos com mais de 14 anos que se recusem a ser vacinados contra a Covid-19 podem incorrer numa multa de até 3.600 euros, anunciou na quinta-feira o governo da Áustria. A vacinação vai tornar-se obrigatória a partir de 1 de fevereiro.

O anúncio foi feito na quinta-feira pelo ministro da saúde austríaco, Wolfgang Mückstein, e pela ministra da Constituição, Karoline Edtstadler, numa conferência de imprensa sobre a proposta de lei sobre as vacinas anunciada há três semanas.

A coima pode aplicar-se a todos os cidadãos com mais de 14 anos, ficando apenas excluídas as grávidas e as pessoas que, por motivos médicos legítimos e devidamente atestados por um médico ou profissional de saúde, não possam receber a vacina, segundo o Financial Times (acesso condicionado).

Esta obrigatoriedade implica a administração de três doses da vacina, sendo cada dose administrada com um intervalo trimestral. O governo austríaco vai fazer um registo com cada administração, de modo a fiscalizar o seu cumprimento. “Para poder viver em liberdade novamente, não há outra maneira a não ser com esta vacina. Existe um inimigo comum, que é o vírus”, justificou a ministra da Constituição.

A decisão sobre a vacinação obrigatória foi tomada depois de discussões com todos os governadores regionais. Na Áustria pouco mais de dois terços da população têm a vacinação completa contra a Covid-19, o que representa uma das taxas de inoculação mais baixas da Europa Ocidental.

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Comissão Europeia propõe medidas para formação anual de todos os trabalhadores adultos

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2021

O braço executivo da União Europeia avançou com uma proposta de medidas para garantir formação anual a todos os trabalhadores adultos, uma das metas da Cimeira Social do Porto.

A Comissão Europeia apresentou esta sexta-feira propostas com vista a atingir o objetivo de todos os trabalhadores adultos receberem formação anual, uma das metas até 2030 acordadas pelos líderes da União Europeia na cimeira social do Porto, em maio passado.

Recordando esse compromisso “carimbado” durante o principal evento da presidência portuguesa do Conselho da UE no primeiro semestre do ano, contemplado no plano de ação para a concretização do Pilar Europeu dos Direitos Sociais adotado pelos chefes de Estado e de Governo no Porto, o executivo comunitário diz estar a dar “um passo importante para ajudar os Estados-membros a alcançar essa meta” ao apresentar propostas sobre contas individuais de aprendizagem e sobre microcredenciais.

As contas individuais de aprendizagem são “carteiras” virtuais, estabelecidas pelas autoridades nacionais, para cada pessoa em idade ativa, e inclui os trabalhadores por conta de outrem, os trabalhadores por conta própria, os trabalhadores em formas atípicas de trabalho, os desempregados e as pessoas fora do mercado de trabalho.

Uma microcredencial é uma qualificação que atesta os resultados de aprendizagem obtidos através de um curso ou módulo curto e avaliado de forma transparente, podendo ser obtida através de cursos ministrados em regime presencial, em linha ou num formato misto.

Relativamente às contas individuais de aprendizagem, a proposta da Comissão visa “assegurar que todos tenham acesso a oportunidades de formação relevantes que sejam adaptadas às suas necessidades, ao longo da vida e independentemente de estarem ou não empregados atualmente”.

“Para o efeito, a proposta aborda os principais estrangulamentos para as pessoas embarcarem hoje em dia na formação — motivação, tempo e financiamento — solicitando aos Estados-membros, juntamente com os parceiros sociais, que criem contas individuais de aprendizagem e forneçam direitos de formação para todos os adultos em idade ativa”, lê-se nos documentos divulgados pelo executivo comunitário.

A Comissão quer também que os países “definam uma lista de formação relevante para o mercado de trabalho e de qualidade garantida que seja elegível para financiamento a partir das contas individuais de aprendizagem e a tornem acessível através de um registo digital, por exemplo a partir de um dispositivo móvel” e “ofereçam oportunidades de orientação profissional e validação de competências previamente adquiridas, bem como licenças de formação pagas”.

“O aspeto inovador desta proposta é que ela coloca o indivíduo diretamente no centro do desenvolvimento de competências”, argumenta a Comissão, que convida também os Estados-membros a “modular o financiamento de acordo com as necessidades de formação dos indivíduos”.

Quanto às microcredenciais, Bruxelas advoga que estas possam ser utilizadas independentemente das instituições, empresas, setores e fronteiras, propondo para o efeito que os Estados-Membros cheguem a acordo sobre uma definição comum de microcredenciais, elementos-padrão para a sua descrição, e princípios-chave para a sua conceção e emissão.

“O objetivo é assegurar que as microcredenciais sejam de alta qualidade e emitidas de forma transparente para criar confiança no que certificam. Isto deve apoiar a utilização de microcredenciais por aprendizes, trabalhadores e pessoas à procura de emprego que possam beneficiar delas”, indica a Comissão.

As propostas colocadas sobre a mesa pela Comissão Europeia terão agora de ser negociadas com o Conselho e, uma vez adotadas, o executivo comunitário compromete-se a apoiar os Estados-membros, parceiros sociais e outros atores relevantes a implementarem as recomendações, que não terão um cariz vinculativo.

“As propostas da Comissão sobre contas individuais de aprendizagem e microcredenciais ajudar-nos-ão a atingir o objetivo estabelecido no plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais de, até 2030, 60% de todos os adultos participarem em formações todos os anos. Temos de levar a sério a aprendizagem ao longo da vida na Europa. É o melhor investimento e é positivo para os trabalhadores, empregadores e para a economia no seu conjunto”, comentou o comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit.

Definida pela presidência portuguesa como ponto alto do semestre, a Cimeira Social teve no centro da agenda o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março, que prevê três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação anualmente e retirar 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças, em risco de pobreza e exclusão social.

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EDP revê parceria com China Three Gorges dez anos após entrada dos chineses

Chineses entraram no capital da elétrica portuguesa há dez anos. EDP anuncia agora uma atualização da parceria com a CTG. Fundo de pensões do Canadá reforça para 5%.

A EDP EDP 0,11% anunciou esta sexta-feira que vai atualizar a parceria estratégica com o acionista China Three Gorges (CTG), dez anos depois da entrada do grupo chinês no capital da elétrica portuguesa.

“Considerando o posicionamento cada vez cada vez mais global de ambas as empresas e, em particular, a recente entrada da EDP no mercado asiático, foi acordado entre a EDP e a CTG atualizar os termos da parceria estratégica”, adiantou a elétrica portuguesa liderada por Miguel Stilwell D’Andrade num comunicado enviado ao mercado.

A CTG é o maior acionista da EDP, com uma participação de 19,03%. A entrada dos chineses no capital da EDP deu-se há dez anos, quando comprou uma posição de mais de 21% por 2,7 mil milhões de euros ao Estado, no âmbito da última fase da privatização da empresa portuguesa e com o governo de Passos Coelho a cumprir uma das exigências da troika por causa do pedido de resgate. Pelo meio, os chineses ainda lançaram uma OPA, mas caiu por terra.

Recentemente, a EDP Renováveis adquiriu a Sunseap, de Singapura e com presença em mercados como Vietname, Malásia, Indonésia, Tailândia, Camboja, China, Taiwan e Japão, num negócio avaliado em 600 milhões de euros e que marcou a entrada do grupo português na Ásia.

Segundo informa a EDP, “a atualização da parceria será regida por um acordo revisto a celebrar entre a CTG e a EDP, com vigência a partir da presente data”.

Acrescenta ainda que o novo acordo visa “flexibilizar as estratégias de crescimento de ambas as empresas, assegurando a aplicação dos mais exigentes padrões de governo societário nas suas relações futuras e desenvolvendo instrumentos de cooperação e de partilha de boas práticas, de modo a potenciar a maximização de valor para ambas as empresas e seus acionistas”.

A EDP lembra o percurso realizado nos últimos dez anos com os chineses a bordo, nomeadamente o suporte financeiro da CTG durante da crise da dívida, o crescimento do negócio na América Latina e iniciativas conjuntas no desenvolvimento de novas tecnologias.

EDP em queda

Num outro comunicado partilhado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a elétrica nacional informou que o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) atingiu uma posição de mais de 5% do seu capital, tornando-se no quarto maior acionista. Anteriormente a CPPIB detinha uma posição de 2%.

As ações da EDP recuam cerca de 0,8% para 4,79 euros na sessão desta sexta-feira, com a empresa a apresentar uma capitalização bolsista na ordem dos 19 mil milhões de euros.

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Metade das fortunas que mais encolheram este ano são de chineses

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Dezembro 2021

Entre as dez fortunas que mais encolheram em 2021, metade são de multimilionários chineses. Lista inclui os fundadores da Alibaba e até da Xiaomi.

Entre as dez maiores fortunas mundiais que mais encolheram este ano estão cinco multimilionários chineses. As perdas mais significativas foram as de Colin Huang, o criador da plataforma de comércio eletrónico Pinduoduo, que viu o seu património líquido diminuir em quase 40 mil milhões de dólares em 2021, estando agora avaliado em 22 mil milhões de dólares, de acordo com o El Economista.

As perdas de Colin Huang resultam da desvalorização das ações da sua empresa, na qual detém uma participação de 28%. Em causa está o endurecimento das restrições impostas pelo Governo chinês às empresas do setor tecnológico cotadas no estrangeiro.

Já as fortunas do presidente da Evergrande, Hui Ka Yan, do cofundador da Xiaomi, Lei Jun, e do fundador da Alibaba, Jack Ma, terão encolhido entre 10 mil milhões e 17 mil milhões de dólares em 2021, mas ainda se mantêm entre os gestores chineses com as fortunas mais gordas, na ordem dos 40 mil milhões de dólares, apenas superados por Ma Huateng, da Tencent, e Zhang Yiming, da ByteDance, dona da rede social TikTok.

Além de Huang, Yan, Jun e Ma, a lista das cinco fortunas chinesas que mais encolheram tem uma mulher: Zhong Huijuan, fundadora da farmacêutica Hansoh.

A empresa, sediada em Lianyungang, na província de Jiangsu, produz medicamentos para o tratamento de doenças como diabetes, infeções, tumores e outras do sistema nervoso. A empresária já perdeu mais de 10 mil milhões de dólares em 2021, caindo para a 30.ª posição entre as mulheres mais ricas do mundo e ficando perto de abandonar a lista das 50 mulheres mais ricas da China.

Porém, o marido de Zhong Huijuan, Sun Piaoyang, está na lista das 200 pessoas mais ricas do planeta, segundo a Bloomberg. A sua riqueza é de cerca de 10 mil milhões de dólares, apesar das perdas que registou em 2021.

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Nas notícias lá fora: Áustria, Volkswagen e criptomoedas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Dezembro 2021

Na Áustria, os cidadãos que recusem ser vacinados contra a Covid-19 levam multas até 3.600 euros. O WhatsApp vai permitir que algumas pessoas nos EUA enviem e recebam pagamentos em criptomoedas.

A Áustria, onde a vacinação vai passar a ser obrigatória, vai multar em até 3.600 euros os cidadãos com mais de 14 anos que recusem ser vacinados contra a Covid-19. Nos EUA, algumas pessoas vão poder enviar e receber criptomoedas no WhatsApp. A Volkswagen planeia fabricar carros elétricos em Martorell e Pamplona. Estas e outras notícias marcam a atualidade internacional esta sexta-feira.

Financial Times

Multas de até 3.600 euros para austríacos que recusem ser vacinados

O Governo austríaco anunciou na quinta-feira que vai impor multas que podem ir até 3.600 euros às pessoas com mais de 14 anos que se recusem a ser vacinadas contra a Covid-19. Após ter declarado um novo confinamento no país, esta medida faz parte do plano que torna obrigatória a vacinação contra o coronavírus a partir de fevereiro do próximo ano.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

Reuters

WhatsApp vai permitir enviar e receber criptomoedas nos EUA

O WhatsApp vai permitir que um número limitado de pessoas nos EUA envie e receba pagamentos em criptomoedas. A funcionalidade faz parte de um piloto que integra a “carteira” de moedas virtuais Novi na conhecida aplicação de mensagens do grupo Meta, a holding do Facebook. A novidade foi dada a conhecer no Twitter pelo líder da Novi, Stephabe Kasriel.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

Cinco Días

Volkswagen vai fabricar carros elétricos em Martorell e Pamplona

A Volkswagen apresentou na quinta-feira a sua estratégia industrial para veículos elétricos, na qual prevê o fabrico deste tipo de automóveis nas fábricas espanholas de Martorell (Barcelona) e Landaben (Pamplona) a partir de 2025. “A decisão final dependerá das condições gerais e dos incentivos governamentais”, explicou o presidente executivo do grupo, Herbert Diess. O gestor adiantou ainda que a Volkswagen planeia investir até 159 mil milhões de euros na eletrificação e digitalização das suas fábricas europeias.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Financial Times

SoftBank vende 550 milhões de dólares de dívida da WeWork

O SoftBank desfez-se de 550 milhões de dólares de dívida da WeWork, parte do pacote de resgate de 2,2 mil milhões dado à empresa de escritórios partilhados durante a crise de liquidez que enfrentou há mais de um ano. De acordo com o Financial Times, o grupo japonês liderado por Masayoshi Son aceitou vender as obrigações com desconto, recebendo 85 cêntimos por cada dólar de dívida. Os títulos em causa pagam um juro de 5% e vencem em julho de 2025.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

El Economista

Metade dos multimilionários que mais dinheiro perderam este ano são chineses

Na lista das dez maiores fortunas mundiais que mais dinheiro perderam este ano estão cinco milionários chineses. Colin Huang, o criador da plataforma de comércio eletrónico Pinduoduo, foi quem teve as perdas mais significativas, depois de a sua fortuna diminuir em quase 40 mil milhões de dólares em 2021, caindo para 22 mil milhões.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre/conteúdo em espanhol).

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Pediatras recomendavam “aguardar” antes de DGS decidir vacinar crianças maiores de cinco anos

Especialistas em pediatria e saúde infantil defendiam que "deve ser dada prioridade" à vacinação dos grupos de risco e pediam "mais evidência" antes de se decidir vacinar crianças.

O grupo de especialistas em pediatria e saúde infantil que apoia a Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19 defendia que “deve ser dada prioridade à vacinação dos adultos e dos grupos de risco, incluindo as crianças dos 5 aos 11 anos”. Além disso, o grupo de peritos admitiam “ser prudente aguardar por mais evidência científica” antes de tomar uma decisão final sobre a vacinação geral destas crianças.

Estas conclusões fazem parte da nota técnica divulgada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) na quinta-feira à noite, que consta no parecer recebido da Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19. A DGS tem sido pressionada a divulgar os pareceres completos em que se baseou para tomar a decisão de vacinar as crianças mais novas, acabando por divulgar apenas este documento.

O grupo de especialistas em pediatria e saúde infantil sublinhava ainda que “este grupo de trabalho é constituído por elementos com experiência para avaliar os benefícios e os riscos da vacinação para a saúde da criança”, mas “considerações detalhadas sobre impactos educacionais, sociais e económicos mais amplos deverão ser procuradas junto de outros peritos”.

No documento divulgado na quinta-feira, encontra-se também o parecer do membro consultivo da Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19 para a bioética, que considerou que a vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos “obedece aos princípios da não-maleficência (não causa, previsivelmente, prejuízo à sua vida, à sua saúde e à sua integridade pessoal), da beneficência (apresenta probabilidade elevada de prevenir a contração da doença e contribui, deste modo, para a saúde física e mental da criança), e da justiça (contribui para a quebra das cadeias de transmissão da doença, pelo menos relativamente às variáveis conhecidas, em particular a Delta)”, lê-se.

A Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19 sublinhava também que “o atual contexto epidemiológico, à escala global, é de incerteza”, nomeadamente devido ao surgimento da variante Ómicron, e que, “atualmente, as crianças com 0 a 9 anos constituem a faixa etária com maior incidência de infeção por SARS-CoV-2”, enquanto que, no que toca especificamente às crianças entre 5 e 11 anos, estas “constituem cerca de 40% do total de casos diagnosticados em pessoas com menos de 18 anos”.

Neste contexto, a DGS sinaliza que, “com base nos dados disponíveis, a avaliação de risco-benefício é favorável à vacinação universal” das crianças entre os 5 e os 11 anos, sendo que estas conclusões basearam-se nos dados provenientes dos EUA, Canadá e Israel, que já estão a vacinar estas faixas etárias.

A entidade liderada por Graça Freitas adianta ainda que a votação foi unânime por parte de todos os membros da Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19, “com 10 membros a votar a favor da vacinação universal com priorização das crianças com comorbilidades de risco e 3 membros a votar a favor da vacinação universal”.

Em causa estão 638 mil crianças elegíveis para vacinação entre os 5 e os 11 anos, sendo que o calendário e a forma como decorrerá o processo será anunciado esta sexta-feira pela DGS. A vacinação destas faixas etárias com a vacina da Pfizer foi aprovada pelo regulador europeu no final de novembro, sendo que a dose a administrar às crianças será menor do que a que é dada aos maiores de 12 e aos adultos. As crianças destas faixas etárias vão receber dez microgramas deste fármaco, ao passo que as pessoas com mais de 12 anos recebem doses de 30.

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Há 167 milhões de telhados e 23 milhões de empresas no mundo com potencial para produzir 2.000 GW de energia solar até 2050

O relatório ‘Realizing the Potential of Customer-Sited Solar’, elaborado pela BloombergNEF e Schneider Electric, concluiu que o mercado de painéis solares tem potencial para 2.000 GW até 2050.

Foi o próprio ministro do Ambiente e da Ação Climática que o admitiu: Portugal produz menos energia, a partir de fonte solar, do que Inglaterra, situando a produção abaixo dos dois gigawatts. No entanto o compromisso do Governo é chegar aos nove gigawatts em 2030. E como? O ministro quer parques solares, mega centrais, como a de Alcoutim, que já foi inaugurada, mas garante que o país não vai ficar “atapetado” de painéis fotovoltaicos. No próximo leilão do solar que terá lugar em janeiro, as licitações serão já para outras superfícies: os espelhos de água de sete barragens portuguesas, não ocupando por isso o solo.

E Matos Fernandes garante que o aumento da produção de energia por fonte solar em Portugal também se faz “com comunidades energéticas” e “investimentos promovidos pelas próprias famílias e empresas” que querem colocar painéis solares nos seus edifícios.

Os planos do Governo português vão ao encontro do novo relatório ‘RealizingthePotentialofCustomer-Sited Solar’ elaborado pela BloombergNEF e pela SchneiderElectric, que concluiu que o mercado de painéis solares de telhado ainda está em grande parte por explorar, tendo potencial para exceder os 2.000 gigawatts de energia solar e os 1.000 gigawatts-hora de armazenamento de energia até 2050.

Mostra o documento que “a produção de energia solar por parte do próprio cliente constitui uma grande oportunidade ainda por explorar”, que poderia fazer com que 167 milhões de casas e 23 milhões de empresas em todo o mundo implementassem a sua própria geração de energia limpa até 2050″. Falta no entanto a conceção de políticas e tarifas, fundamental para a sua concretização.

Outra conclusão do relatório é que a rápida queda dos custos da tecnologia solar já fez com que, em alguns mercados, se tenha tornado economicamente vantajoso que residências e empresas gerem a sua própria energia. Ambas as empresas dão a Austrália como exemplo, já que desde 2013 o retorno do investimento para as famílias que investem em energia solar tem vindo a demonstrar-se favorável, sendo já inferior a 10 anos. Resultado: só em 2020 foram adicionados mais de 2,5 gigawatts de energia solar residencial no país.

As vantagens passam por: gerar rendimentos económicos para as respetivas casas e empresas, redução das emissões de carbono, redução de cargas de pico, entre outros.

“A produção de energia solar junto do cliente é uma enorme oportunidade que muitas vezes é completamente ignorada. Graças aos custos em queda e às medidas políticas, já está a ser implementada rapidamente em alguns mercados, e é muito provável que aumente massivamente,” afirmou Vincent Petit, Head do Schneider Electric™ Sustainability Research Institute e Senior Vice President. E acrescentou: “Isto é vital para a descarbonização do setor da energia e oferece enormes benefícios adicionais aos consumidores. Está na hora de abraçar esta transformação.”

De acordo com o estudo, a experiência mostra que a adoção de energia solar em casa ou na empresas ocorre sobretudo quando existe um interesse económico para quem investe na tecnologia, geralmente sob a forma de elevadas taxas internas de rentabilidade ou períodos curtos de retorno do investimento. Se não for esse o caso, são introduzidos incentivos específicos para criar condições de mercado mais favoráveis e acelerar a implementação.

“Um exemplo é a França, onde os incentivos existentes permitem que a energia solar residencial proporcione taxas internas de rentabilidade de cerca de 18,5% (um retorno do investimento em cinco anos) e as instalações comerciais atinjam uma TIR de 10,4% (ou um retorno do investimento em nove anos). Isto estimulou um crescimento gradual no mercado, para cerca de 500 megawatts de instalações em 2020″, conta o estudo.

Outra conclusão do estudo prende-se com a vantagem de adicionar a opção de energia solar logo durante a construção de novos edifícios. Na Califórnia, a taxa de rentabilidade pode mesmo duplicar de 20 para 40%, enquanto em França pode dar um alto de 28%.

Outra aposta a considerar é a do armazenamento de energia, através de baterias, diz o estudo, uma vez que permite que a eletricidade renovável seja armazenada para ser utilizada durante o horário noturno.

“A evolução da produção de energia solar junto do cliente consiste em acrescentar alguma forma de flexibilidade, permitindo uma penetração muito maior da energia solar,” declarou Yayoi Sekine, Head of Decentralized Energy da BNEF. “A forma mais óbvia de flexibilidade são as baterias, mas o armazenamento de energia surgirá sob diversas formas, incluindo a evolução da procura e a utilização de veículos elétricos.”

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Fundo de Contragarantia vai abranger empresas médias e títulos de dívida

Uma das alteração decididas no Conselho de Ministros foi permitir que o Fundo de Contragarantia Mútua dê "contragarantias a instrumentos de dívidas, como obrigações" e dê garantias de carteira.

O Fundo de Contragarantia Mútuo vai passar a garantir também empréstimos a empresas de média dimensão, mas com limites, instrumentos de dívida, como obrigações, e garantias de carteira. Estas foram algumas das alterações decididas esta quinta-feira em Conselho de Ministros e que decorrem da alteração dos regimes jurídicos do Fundo de Contragarantia Mútuo que pretendem “ajudar a financiar o investimento produtivo e a recapitalizar as empresas”, portuguesas, disse ao ECO o ministro da Economia.

O Fundo de Contragarantia Mútua, a entidade que contragarante as garantias prestadas pelas sociedades de garantia mútua, e que “permite ao Estado distribuir através do sistema bancário empréstimos às empresas garantidos”, “foi o que viabilizou muitas das linhas de crédito” que o Governo lançou durante a pandemia. “O que fazemos é alargar o âmbito de intervenção do Fundo de Contragarantia Mútua de forma já mais permanente, permitindo não só financiar empréstimos a PME, mas também às mid caps“, empresas de média capitalização e que empregam até três mil trabalhadores, explicou ao ECO Siza Vieira.

“Essencialmente, o que fizemos foi alargar o âmbito de intervenção do Fundo de Contragarantia Mútua”, acrescentou o ministro de Economia. “Quando foi criado servia para dar contragarantias às Sociedade de Garantia Mútua (SGM), que prestam garantias aos bancos que concedem crédito a PME. Agora vamos permitir que o Fundo de Contragarantia Mútua passe a garantir linhas de crédito concedidas a mid caps“, precisou.

Mas a revisão do regime de contragarantia mútua passa também por permitir que o Fundo de Contragarantia Mútua dê “as chamadas garantias de carteira”. “Em vez de garantir cada financiamento que um banco dá a uma empresa, passa a definir-se um conjunto de créditos que cada banco dá e o Fundo cobre perdas numa carteira de financiamento em vez de garantir as perdas uma a uma“, explica Siza Vieira. “Esta foi uma medida que já foi feita no passado e fica estruturado para frente que o possamos voltar a fazer”, disse ainda.

As garantias de carteira são um dos instrumentos utilizado pelo Fundo Europeu de Investimento — e que levam alguns bancos a preferir conceder créditos com garantia FEI –, que são inferiores às concedidas pelas Sociedades de Garantia Mútua (muitas vezes de 80% do total do empréstimo), simplesmente porque tornam o processo mais ágil e célere. Desta forma, o sistema português acaba por ficar mais competitivo.

A terceira alteração decidida no Conselho de Ministros foi permitir que o Fundo dê “contragarantias a instrumentos de dívidas, como obrigações”. “Uma empresa que quer emitir obrigações e o Fundo poderá dar garantias relativamente ao cumprimento destas obrigações perante os seus investidores”, explicou o ministro da Economia.

Mas estas mudanças passam também por alterar o “nível do tipo de operações e percentagem que o Fundo pode garantir (…) sempre no estrito cumprimento das regras de auxílios de Estado em vigor a cada momento”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministro. Isto significa que só uma pequena percentagem das dotações do Fundo de Contragarantia Mútua podem ser comprometidas com esse novo tipo de operações“, explicou Siza Vieira. “Por exemplo, as garantias a mid caps não podem ultrapassar mais do que uma determinada percentagem dos valores garantidos pelo Fundo a cada momento”, disse ao ECO.

Por outro lado, o Conselho de Ministros decidiu que ao nível das Sociedades de Garantia Mútua, criar “mecanismos para mais rapidamente fazer a limpeza de acionistas que eram meramente passivos”. O sistema de garantia mútua obrigava a que as empresas que a ele recorressem se tornassem acionistas das respetivas sociedades — uma medida que desapareceu nas linhas Covid para tornar o sistema mais ágil. Assim muitas empresas acabavam por ficar com as ações e o capital das Sociedades de Garantia Mútua “andava sempre extremamente disperso”, constatou Siza Vieira. Agora ao atribuir às SGM um direito de aquisição das ações dos sócios beneficiários, que não têm qualquer operação em curso há determinado período de tempo, pretende-se “dar mais flexibilidade e facilidade de funcionamento” às SGM.

Apesar deste acréscimo de responsabilidades do Fundo de Contragarantia Mútua, Siza Vieira garante que não há necessidade de aumentar a sua dotação — algo defendido por alguns economistas nomeadamente com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “O Fundo de Contragarantia Mútua está sujeito a supervisão do Banco de Portugal e tem de cumprir regras prudenciais muito exigentes: tem a todo o momento de ter as dotações suficientes e a cobertura das suas responsabilidades para poder honrar as sua obrigações. Não existe nenhuma insuficiência de capacidade de dotação”, garante. Siza Vieira recorda que “sempre que é lançada uma linha de crédito, o Turismo de Portugal ou o IAPMEI fazem dotações para o Fundo para que este possa cumprir as responsabilidades que pode ter para essa linha de crédito em concreto”.

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Apoios por isolamento dos filhos em dezembro já ultrapassam total do mês passado

  • ECO
  • 10 Dezembro 2021

A Segurança Social já atribuiu 13,7 mil subsídios de assistência aos filhos ou netos devido a isolamento profilático desde o início de dezembro, superando os apoios solicitados em novembro ou outubro.

Entre os dias 1 e 9 de dezembro, a Segurança Social atribuiu 13,7 mil subsídios de assistência aos filhos ou netos, na sequência de isolamento profilático por contactos com pessoas com Covid-19, um valor superior a todo o mês de novembro (11,9 mil subsídios) e de outubro (9,3 mil subsídios).

Estes números, cedidos ao Público (acesso pago) pelo Ministério do Trabalho, são referentes a pagamentos, pelo que alguns casos deverão tratar-se de apoios processados neste mês, mas referentes a pedidos realizados em novembro. Ou seja, parte dos 13,7 mil apoios pagos no início deste mês resultarão de isolamentos iniciados antes de 1 de dezembro. Ainda assim, é possível aferir que este aumento de pedidos de apoio acompanha a evolução de casos de Covid-19 no país.

O subsídio de assistência aos filhos e netos (crianças até aos 12 anos) — que dura, no máximo, 14 dias e corresponde ao total do salário líquido (para avós, é 65% desse total) — existe quando um trabalhador por conta de outrem fica impedido de trabalhar por causa do isolamento profilático. Quem está em teletrabalho também pode solicitar o apoio, que dá direito a falta justificada.

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Energia atira PSI-20 para o vermelho, em linha com a Europa

Lisboa arrancou a sessão desta sexta-feira com perdas ligeiras, seguindo a tendência europeia. Setor energético condiciona desempenho do PSI-20, mas BCP e Jerónimo Martins impedem maiores quedas.

A bolsa de Lisboa arrancou a última sessão da semana com perdas ligeiras, seguindo a tendência da generalidade das praças europeias. A condicionar o desempenho do PSI-20 estão as cotadas ligadas ao setor energético, enquanto BCP e Jerónimo Martins evitam maiores quedas.

Pela Europa, o Stoxx 600 recua 0,4%, a par com o espanhol IBEX-35 e com o alemão DAX, enquanto o francês CAC-40 cede 0,6% e o britânico FTSE 100 recua 0,3%. Lisboa segue a tendência de queda das praças europeias: o PSI-20 desvaloriza 0,33%, para 5.503,55 pontos, com 13 cotadas em terreno negativo e cinco no “verde”.

A penalizar o desempenho da praça nacional está o setor energético. A Galp Energia cede 0,81%, para 8,33 euros, penalizada pela queda das cotações do petróleo nos mercados internacionais. O Brent, referência para as importações nacionais, recua 0,12%, para 74,33 dólares o barril.

Evolução das ações da Galp Energia:

Ainda no mesmo setor, a EDP Renováveis cai 0,90%, para 21,98 euros, enquanto a EDP cede 0,31%, para 4,816 euros. Ao mesmo tempo, a Greevolt recua 1,25%, para 6,30 euros, ao passo que a REN desvaloriza 0,40%, para 2,50 euros.

Nota ainda para o setor da pasta e do papel, com as ações da Navigator a recuarem 0,56%, para 3,212 euros, e os títulos da Altri a cederem 0,48%, para 5,235 euros.

Em contraciclo, e a evitar uma queda mais expressiva do PSI-20, o BCP avança 0,42%, para 14,21 cêntimos, enquanto a Jerónimo Martins soma 0,10%, a valer 20,28 euros por ação.

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“Já não era sem tempo” aplicação de regras para plataformas online de hotelaria

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2021

A presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) diz que "já não era sem tempo" a aplicação das novas regras para impedir abusos de intermediários, como o Booking.com.

A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) diz que já “não era sem tempo” a publicação de legislação para combater práticas abusivas de intermediários, como as plataformas online, nas quais se destaca o Booking, segundo a sua vice-presidente executiva. Em declarações à Lusa, Cristina Siza Vieira referiu que a publicação de legislação para proteger as empresas desta concorrência “já não era sem tempo”, destacando que “há muitos países da Europa onde isto já era o habitual”, visto que “já está em vigor o regulamento na União Europeia [UE]”.

“A posição que as operadoras online e o Booking têm no mundo levou a que a UE fizesse este regulamento em que dissesse que têm que se acautelar as regras da concorrência”, indicou.

A legislação, publicada na terça-feira e que entra em vigor no dia 1 de janeiro tem como objetivo proteger as empresas de alojamento turístico de práticas abusivas dos intermediários, nomeadamente das plataformas digitais.

“É função do Governo garantir condições de mercado justas e equilibradas para as empresas, evitando que aquelas que se apresentam no mercado com uma posição dominante se locupletem e afirmem à custa de outras que, pretendendo singrar, não têm outra alternativa que não seja a de aceitar contratualmente as condições ditadas e impostas pelas primeiras”, lê-se no texto do decreto-lei n.º 108/2021, que altera os regimes da concorrência, das práticas individuais restritivas do comércio e das cláusulas contratuais gerais.

Cristina Siza Vieira sublinhou que “esta questão do regulamento europeu dos serviços de intermediação em linha, não é apenas para o mercado turístico, é para todas as plataformas de distribuição”, realçando que “não visa proteger os consumidores e sim os operadores económicos deste abuso de posição dominante”, e que, segundo a responsável, acabava por prejudicar também os consumidores.

“O Booking e o Expedia são os principais em Portugal”, salientou, realçando que “o Booking em 2019 tinha praticamente 70% do mercado das plataformas online”, com comissões médias de 25%, segundo Cristina Siza Vieira.

A vice-presidente executiva da AHP salientou que a nova legislação abrange três pontos principais, a “proibição das cláusulas de paridade de preços, a proibição de revenda por terceiros a menor preço e a proibição de comissões remuneratórias excessivas ou discriminatórias”.

Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP)Hugo Amaral/ECO

Através da revisão do regime da concorrência, o executivo determina que, no âmbito do fornecimento de bens ou serviços de alojamento em empreendimentos turísticos ou estabelecimentos de alojamento local, “um determinado operador económico que desempenhe funções de intermediário esteja impedido de impor cláusulas contratuais que obriguem os operadores económicos a garantir que o intermediário oferece ao mercado o bem ou serviço ao melhor preço”, de acordo com o texto da lei.

“Desta forma, garante-se que os fornecedores de bens ou os prestadores de serviços possam oferecer, livremente, o bem ou serviço a um preço inferior, igual ou superior ao oferecido pelo intermediário, permitindo que o mercado funcione de forma equilibrada e concorrencial”, explica.

Em informação enviada à Lusa, a AHP recordou que desde há muito “tem pedido a intervenção dos Governos nesta matéria, por considerar que as empresas hoteleiras em Portugal estavam numa situação de desvantagem competitiva, de menor capacidade negocial e de abuso de posição dominante”.

A associação sublinhou que “desde 2013, na Alemanha, França, Itália e Suécia foram celebrados acordos pelos quais a Booking.com e a Expedia se comprometeram a modificar as suas cláusulas de paridade. E desde 2016, França, Áustria, Itália e Bélgica decretaram a nulidade de todas as cláusulas do género pela via legislativa”.

“Seguiram-se a Suécia, o Brasil, a Nova Zelândia, a Austrália, Singapura e os Estados Unidos. Mais recentemente, em maio deste ano, o Supremo Tribunal da Alemanha veio dar razão aos hoteleiros, proibindo a Booking de estabelecer quaisquer cláusulas de paridade de preços, por considerar que as mesmas violam a lei da concorrência”, rematou a AHP.

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Dielmar relança venda por mínimo de 384 mil euros

  • ECO
  • 10 Dezembro 2021

A têxtil de Alcains vai relançar o processo de venda, através de negociação particular, por um mínimo de 384 mil euros. As três propostas de valor mais elevado serão apresentadas aos credores.

A Dielmar vai relançar o processo de venda, através de negociação particular, por um valor mínimo fixado em 384 mil euros, acima das últimas ofertas da empresas Valérius e Outfit21, confirmou o administrador de insolvência da têxtil ao Jornal Económico (acesso pago).

Segundo João Francisco Gonçalves, as novas propostas para a compra da têxtil de Alcains deverão ser entregues em carta fechada até 21 de dezembro e acompanhadas de uma caução correspondente a 20% do preço de aquisição proposto. As propostas “serão abertas” a 21 de dezembro e as três de valor mais elevado “serão apresentadas aos credores reunidos numa assembleia de credores”, que deverá realizar-se na primeira semana de janeiro.

A venda recaiu na negociação particular de modo a evitar “propostas sujeitas a condição”, que não serão agora aceites depois do que aconteceu na última tentativa de venda, indicou ainda João Francisco Gonçalves. O objetivo é que a Dielmar possa reabrir e recontratar a maioria dos 243 trabalhadores que ficaram desempregados após o processo de liquidação.

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