“Não facilitámos a vida a ninguém”, garante presidente da APA sobre venda das barragens

APA previa que o processo de transição entre a EDP e a Engie seria de quatro anos, tendo depois sido reduzido para metade, apenas dois anos.

O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, reiterou esta quarta-feira no Parlamento, em audição urgente na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território que “não é competência legal da APA pronunciar-se sobre as questões fiscais e de modelo de negócio” da venda das seis barragens do Douro da EDP à francesa Engie.

“Cada macaco no seu galho. A APA não faz política, toma decisões técnicas. A APA não se pronunciou sobre as questões económico-financeiras, pediu à Parpública para o fazer”, disse Nuno Lacasta, garantindo que levou a cabo uma análise detalhada sobre o potencial adquirente, indo mesmo questionar a multinacional Engie sobre como ia apoiar no futuro a operação das barragens em Portugal.

“Fizemos a nossa avaliação no estrito cumprimento da lei. Não facilitámos a vida a ninguém. Em fevereiro, quando começámos a nossa análise, tínhamos muitas dúvidas, em outubro/novembro essas dúvidas já estavam dissipadas porque foi possível esclarecê-las”, disse o responsável.

Lacasta esclareceu também que no início do processo a APA, em fevereiro de 2020, previa que o processo de transição entre a EDP e a Engie seria de quatro anos, tendo depois sido reduzido para metade, apenas dois anos, quando foi dada a luz verde ao negócio, em novermbro.

“As competências da Engie para gerir barragens são inequívocas e além disso os quadros da EDP transitam para a nova empresa”, disse o presidente da APA, acrescentando que se trata de um grupo de 40 pessoas afetas à gestão das barragens.

Autora do parecer da APA que desaconselhou venda das barragens “concordou com luz verde final”, garantiu Nuno Lacasta

Na semana passada, o Bloco de Esquerda apresentou no Parlamento um parecer intermédio da Agência Portuguesa do Ambiente, de julho de 2020, que concluía na altura que “não estavam reunidas as condições para autorizar as transmissões dos aproveitamentos hídricos de Foz Tua e Baixo Sabor face ao estado de implementação das medidas ambientais, sendo que os três do Douro Internacional estão associados a processos judiciais [a nível nacional e comunitário] em curso face ao valor definido para o equilíbrio económico e financeiro [78,1 milhões atribuídos em 2007, face aos 1,7 mil milhões definidos mais recentemente] na sequência da prorrogação dos prazos”.

Agora, em esclarecimentos aos deputados, Nuno Lacasta disse que, apesar de não caber à APA pronunciar-se sobre as questões económico-financeiras, pediu esta informação à EDP “barragem a barragem”, e não em bloco, como inicialmente foi remetido pela elétrica.

E garantiu em resposta direta à deputada Mariana Mortágua que a mesma diretora de Recursos Hídricos que levantou todos os entraves que poderiam ter travado o negócio, “contribuiu e concordou com a decisão final favorável e autorizou-me a dizer isso mesmo aqui, hoje”.

Nuno Lacasta quis deixar claro que a APA identificou de facto em julho de 2020 a necessidade de uma análise económico-financeira para este processo de venda das barragens, tendo depois recebido informação da EDP em setembro e solicitado “via ministério do ambiente, a intervenção sobre esta matéria do Ministério das Finanças”.

APA diz que teve o aval da Parpública, Ministério das Finanças nega

Em defesa da “luz verde” dada pela APA ao negócio a 13 de novembro de 2020, o responsável garantiu que o ofício que autoriza a transmissão das concessões das barragens teve o “aval” da Parpública, já que depois de recebido o parecer desta entidade a 3 de novembro a APA enviou então “as novas versões das minutas dos contratos, que incluíam já a proposta de artigo sobre o equilíbrio económico-financeiro proposta pela Parpública”.

E ainda citou passagens do mesmo: “As condições [leia-se bilaterais] da operação de alienação (nomeadamente as de natureza financeira) são negociadas entre duas entidades de natureza privadas, pelo que…não se nos afigura essa vertente da operação como passível de qualquer análise e/ou intervenção por parte do Estado”.

Nuno Lacasta frisou ainda que o parecer da Parpública recomendava “que o consórcio liderado pela ENGIE não tenha possibilidade de alegar as condições do seu acordo com a EDP – de natureza privada e insuscetível de vincular terceiros… para solicitar ao concedente qualquer alteração futura nos contratos de concessão.”

“Considero que o parecer da Parpública foi um contributo importante e que, lido na sua totalidade, é constatado que não houve qualquer contradição com a ação e diligências levada a cabo pela APA. Em sequência, e tendo avançado os aspetos técnicos (ambientais e de recursos hídricos) e jurídicos, a APA teve condições para autorizar a transmissão, nos termos da lei, a 13 de novembro”, rematou.

No entanto, o ministério das Finanças veio já dizer que na altura informou a APA sobre a impossibilidade de se pronunciar, uma vez que “não acompanhou nem teve qualquer intervenção em qualquer aspeto relacionado com a transação”.

Além disso, manifestou também “desconhecer em absoluto a informação sobre a transação em apreço, concluindo que, em função da sua elevada complexidade setorial”, pelo que “a análise da operação não se afigura possível nem se encontra na esfera de conhecimentos da Parpública”, que ficou assim impossibilitada de “validar questões económico-financeiras associadas à pretensão de transmissão das concessões, assim como eventuais acertos ao valor pago em virtude da transmissão de direitos de utilização do domínio hídrico uma vez que se desconhecem os contratos de concessão, os seus requisitos e modelos”.

Deputados acusam APA de fazer “trabalho de consultoria” para a EDP

Nuno Lacasta disse ainda que “não facilitou, nem acelerou” o processo de transmissão de seis barragens da EDP à Engie, depois dos deputados terem acusado a APA de ter feito “trabalho de consultoria para a EDP”, de forma a tornar o projeto “aprovável”. Segundo o responsável, a Agência tinha 30 dias para o fazer mas apenas autorizou a transação das barragens a um consórcio liderado pela Engie depois de 11 meses de análise, quando considerou esclarecidas as diferentes dúvidas e reservas levantadas durante o processo.

“Se não tivesse sido possível, na nossa avaliação técnica, aprovar esta transação, nós não o teríamos feito”, assegurou.

O presidente da APA considerou, ainda, que as alterações aos contratos de concessão que a entidade requereu tornaram-nos “mais robustos” e “blindados”, em relação à versão inicial, salvaguardando os interesses do Estado. “Só foi possível autorizar esta transação porque vimos as diferentes questões esclarecidas e porque conseguimos colocar em letra de contrato um conjunto de matérias que considerámos pertinente fazer”, afirmou Nuno Lacasta.

(Notícias atualizada)

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Garrigues e Simões Garcia Corte-Real vencem categorias portuguesas nos Managing IP Awards

Na categoria de Advisory & Contentious, a Garrigues vence numa lista que tinha ainda a VdA, a Abreu, a Baptista Monteverde & Associados e a Simões Garcia Corte-Real.

A Garrigues e Simões Garcia Corte-Real & Associados foram as duas sociedades de advogados que venceram as categorias nacionais dos prémios Managing Intellectual Property (MIP), que foram anunciados na passada terça-feira.

Na categoria de Advisory & Contentious – melhor escritório em matéria de aconselhamento e litígios estavam nomeadas a Abreu Advogados, a Baptista Monteverde & Associados, a Simões Garcia Corte-Real & Associados, a Vieira de Almeida e a Garrigues, sendo esta última a vencedora do prémio.

Já na categoria de Prosecution a vencedora foi a Simões Garcia Corte-Real & Associados, que disputava a distinção com a Antas da Cunha ECIJA, a Garrigues e a RCF Protecting Innovation.

A Garrigues foi ainda galardoada pela sua equipa em Espanha nas categorias de melhor escritório do ano em direitos de autor (copyright) e melhor escritório em gestão de carteiras de marcas (trademark prosecution).

“É com enorme orgulho e satisfação que recebemos estes importantes reconhecimentos num ano tão difícil e desafiante como 2020. Incentivam-nos a permanecer fieis às nossas máximas de sempre: procura incessante da excelência, da inovação e da melhora contínua dos serviços que prestamos aos nossos clientes. Estes reconhecimentos coroam e reforçam a distinção que já nos tinha sido outorgada pela MIP na edição do ano passado”, nota João Miranda de Sousa, sócio responsável da Garrigues em Portugal.

Os Managing IP Awards é o evento de premiação de escritórios de advocacia de Propriedade Intelectual. Na sua 16.ª edição, a premiação estendeu-se a mais de 30 jurisdições e cobre várias áreas de prática de PI.

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Biden quer IRC a 28% para ajudar a pagar investimento de dois biliões de dólares em infraestruturas

O presidente dos EUA vai propor um plano de investimentos de dois biliões de dólares para infraestruturas, parcialmente financiado por uma subida do IRC de 21% para 28%.

O presidente dos EUA, Joseph Biden, vai propor esta quarta-feira um plano de investimento em infraestruturas no valor de dois biliões de dólares ($2.000.000.000.000). O programa será parcialmente financiado por uma subida da taxa de IRC cobrada às empresas, de 21% para 28%, de acordo com a AFP.

O plano será um dos mais ambiciosos em gerações e visa renovar e melhorar estradas, pontes, ferrovia e infraestruturas dos serviços essenciais ao longo de 15 ou mais anos, aponta o The New York Times, que também confirma o aumento da taxa de imposto. O IRC tinha sido cortado pelo antecessor, Donald Trump, de 35% para os atuais 21%.

No entanto, a subida de impostos não deverá cobrir todos os investimentos programados. Biden tem estado sob pressão para não aumentar o endividamento do país, pelo que pretende também forçar as grandes multinacionais a pagarem mais impostos nos EUA sobre lucros gerados no estrangeiro.

Espera-se que plano seja formalizado e apresentado num discurso em Pittsburgh ao final do dia. Segundo o The New York Times, será o primeiro passo de um projeto mais ambicioso para revolucionar o capitalismo norte-americano e combater as alterações climáticas. A fase seguinte deverá passar por aumentos dos impostos aos cidadãos mais ricos.

O plano de investimentos em infraestruturas é adicional ao plano de estímulos orçamentais de 1,9 biliões de dólares, que foi aprovado este mês por causa da pandemia de Covid-19. Porém, pelo contrário, esse plano de estímulos é financiado por via de dívida e foi aprovado pelos Democratas sem a concordância dos Republicanos.

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Banca tem 45,6 mil milhões de euros de créditos em moratória

Dados do Banco de Portugal revelam uma redução no valor dos créditos em moratória em fevereiro face a janeiro. São, ainda assim, 45,6 mil milhões de euros.

Os bancos portugueses tinham, no final de fevereiro, 45,6 mil milhões de euros de créditos em moratória, de acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal. Houve uma quebra ligeira face aos valores registados no primeiro mês do ano.

“No final de fevereiro de 2021, o montante global de empréstimos abrangidos por moratórias era de 45,6 mil milhões de euros, menos 0,1 mil milhões do que em janeiro“, revela a autoridade bancária liderada por Mário Centeno.

“Esta variação resulta de uma redução de 0,8 mil milhões de euros em empréstimos que deixaram de estar abrangidos por este regime (dos quais 0,7 mil milhões referentes a particulares), que foi parcialmente compensada por 0,7 mil milhões de euros de novos empréstimos em moratória”, diz o Banco de Portugal.

“As novas adesões são de montantes idênticos para os particulares e para as sociedades não financeiras (0,3 mil milhões de euros)”, nota, isto no dia em que termina o período de adesão a estas moratórias.

Recorde-se que esta quarta-feira, 31 de março, chegam ao fim as moratórias privadas para o crédito à habitação, passando 86 mil famílias a ter de suportar, em abril, novamente os encargos com os créditos. Estes empréstimos estão avaliados em 3,7 mil milhões de euros.

Nas moratórias ainda em vigor, e que podem estar ativas até ao final do ano, famílias e empresas vão ter de passar a pagar a componente de juros a partir de abril. A exceção vai para as empresas mais penalizadas pela crise pandémica, que podem continuar sem fazer qualquer pagamento.

(Notícia atualizada às 11h31 com mais informação)

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Fevereiro foi o terceiro pior mês para o turismo desde o início da pandemia. Número de turistas caiu 87%

2021 arrancou com perdas de 80% no turismo devido ao confinamento e fevereiro foi pelo mesmo caminho. Número de turistas caiu 87%.

2021 não começou da melhor forma para o turismo nacional, que teve de enfrentar um novo confinamento. Depois de perdas de 80% em janeiro, fevereiro continuou com essa tendência, tendo o país recebido apenas 208.200 turistas, menos 86,9% do que no mesmo mês do ano passado. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), as dormidas caíram 87,7%.

Em fevereiro, os alojamentos turísticos nacionais receberam 208.200 hóspedes, num total de 472.900 dormidas. Estes números representam descidas de 86,9% e 87,7%, respetivamente, acima das verificadas em janeiro (-78,8% e -78,5%).

“Desde o início da pandemia, fevereiro foi o terceiro mês com maior redução do número de dormidas, tendo sido apenas ultrapassado pelos meses de abril e maio de 2020 (-97,4% e -95,8%, respetivamente)”, refere o INE, ressalvando que estes resultados foram influenciados pelo facto de este ano não terem sido realizados eventos de Carnaval.

Numa análise mais fina aos hóspedes, o mercado interno (peso de 69,8%) contribuiu com 329.900 dormidas, o que representou um decréscimo de 74,8%. Por sua vez, as dormidas dos hóspedes internacionais diminuíram 94,4% e totalizaram 143.000. As maiores reduções observaram-se nos turistas do Canadá (-99,2%), da China (-97,4%), dos Estados Unidos (-97,3%), da Suécia (-96,8%), da Dinamarca (-96,5%) e do Reino Unido (-96,3%).

Os hotéis continuaram a concentrar o maior número de dormidas (70,1% do total), mas também foram os que mais perderam: -89,7%. Atrás aparece o alojamento local (25,6% do total), cujas dormidas diminuíram 78% e o turismo rural (4,4% do total) que perdeu 75,8% das dormidas. Em fevereiro, 61,8% dos estabelecimentos turísticos nacionais estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes.

Já no que toca às localizações mais procuradas, “em fevereiro, todas as regiões registaram decréscimos expressivos das dormidas, superiores a 75%”, refere o INE, destacando o Alentejo (-75,9%) e os Açores (-78,1%) pelas menores descidas e a Madeira (-92,6%), o Algarve (-91,9%) e a Área Metropolitana de Lisboa (-88,5%) com as maiores perdas de dormidas.

Ainda no segundo mês do ano, a estada média caiu para 2,27 noites, sendo que a dos residentes aumentou 12,6% e a dos não residentes 37,2%.

(Notícia atualizada às 12h00 com mais informação)

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Bancos deram 999 milhões para comprar casa em fevereiro

Subiu o montante de financiamento às famílias para a compra de casa. Em fevereiro, os bancos concederam 999 milhões de euros em empréstimos à habitação, avança o Banco de Portugal.

O crédito concedido para a aquisição de nova habitação subiu em fevereiro, face ao mês anterior. Os bancos emprestaram às famílias portuguesas, no segundo mês do ano, 999 milhões de euros para a compra de casa. Este foi o valor mais alto desde dezembro de 2020, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Comparando com janeiro, mês em que as instituições financeiras concederam 968 milhões de euros para a compra de casa, está em causa um aumento de 31 milhões de euros no que toca ao montante concedido. Porém, em dezembro de 2020 o valor foi ainda mais elevado do que o registado em fevereiro, na altura de 1.203 milhões de euros.

Ainda assim, face a fevereiro do ano passado, regista-se uma subida neste indicador. Se em fevereiro de 2021 as famílias receberam das instituições financeiras 999 milhões de euros para a compra de casa, no período homólogo esse montante foi de 919 milhões. Estamos, assim, perante um aumento de 80 milhões de euros em comparação com fevereiro do ano passado.

Olhando para taxa de juro média aplicada aos novos empréstimos à habitação, os mais recentes dados divulgados pelo Banco de Portugal mostram que esta desceu um ponto base em fevereiro, para os 0,76%. Um novo mínimo histórico é, assim, estabelecido, pelo sétimo mês consecutivo. Em fevereiro de 2020, esta taxa fixava-se nos 1,06%.

Crédito ao consumo sobe em fevereiro

Depois da quebra registada no primeiro mês do ano, o crédito concedido pelos bancos para fins de consumo teve um ligeiro aumento em fevereiro. Neste mês, o montante associado aos novos empréstimos ao consumo foi de 284 milhões de euros, três milhões de euros acima do registado em janeiro (281 milhões de euros). Comparando com o período homólogo (468 milhões de euros), está em causa um forte decréscimo, na ordem dos 184 milhões de euros.

Olhando para os indicadores relativos ao crédito para outras finalidades, no mês passado o montante concedido pelas instituições financeiras foi de 190 milhões de euros. Valor que fica acima do verificado em janeiro deste ano (137 milhões de euros), mas abaixo do registado em fevereiro de 2020 (243 milhões de euros).

À semelhança do que ocorreu com o crédito à habitação, em ambos os casos registou-se um decréscimo nas taxas de juros aplicadas a novas operações. “No crédito ao consumo e para outros fins, as taxas de juro médias foram de 6,43% (6,56% em janeiro) e de 3,20% (3,66% em janeiro), respetivamente”, adianta o comunicado do Banco de Portugal.

Tendo em consideração estas três finalidades (habitação, consumo e outros fins), os bancos emprestaram aos portugueses, em fevereiro, um total de 1.473 milhões de euros. Estamos, assim, perante uma subida relativamente ao mês anterior (1.386 milhões de euros). Mas em comparação com fevereiro de 2020 (1.630 milhões de euros), está em causa um decréscimo ainda maior.

(Notícia atualizada às 11h39 com mais informação)

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Depois de ser expulso das redes sociais, Trump lança o seu próprio site

O site é uma plataforma para o seu trabalho, inclui a sua biografia, muitas fotos do seu mandato e exalta a sua presidência. Trump foi expulso do Twitter depois dos ataques ao Capitólio.

Depois de ver as suas contas suspensas nas redes sociais, e de ser expulso do Twitter, Donald Trump, o antigo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) lançou um site próprio.

O site é uma plataforma para o seu trabalho, inclui a sua biografia e a da sua mulher, muitas fotos do seu mandato e sublinha, de várias maneiras, que Trump foi o 45º Presidente dos EUA. Logo no fim da primeira página podemos ler: “O escritório de Donald J. Trump está empenhado em preservar o magnífico legado da administração Trump, ao mesmo tempo em que promove a agenda do America First“.

Na sua biografia, Trump volta ao ataque. “A sua campanha inspiradora e inovadora provou que os investigadores, especialistas e os media estavam errados.” E continua: “Quando a praga do coronavírus chegou da China, afetando todas as nações no mundo, o presidente Trump agiu cedo e decisivamente para proibir viagens da China e da Europa, o que salvou inúmeras vidas”.

Todo o seu discurso exalta a sua presidência e os seus feitos — mesmo aqueles que já foram comprovados como sendo falsos –, como a sua luta contra a pandemia, onde insiste ter sido o “melhor do mundo”, mas os Estados Unidos foram dos países mais afetados pelo SARS-CoV-2.

O antigo Presidente dos EUA foi suspenso das redes sociais depois dos ataques ao Capitólio em janeiro. Nesse dia – e nos dias precedentes – Donald Trump repetiu continuamente que foi vítima de fraude eleitoral e muitos dos seus apoiantes acreditaram. Quando a violência começou, passaram-se horas até Trump se ter pronunciado sobre o assunto. Várias publicações relacionadas com a fraude eleitoral foram retiradas das redes sociais como “conteúdo falso”, até ao dia em que foi mesmo suspenso e “permanentemente” expulso do Twitter, por haver o “risco” de usar a plataforma para continuar a incitar a “violência”.

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Xiaomi investe 10 mil milhões para produzir carro elétrico inteligente

A Xiaomi decidiu alargar o negócio ao setor automóvel. Ao longo da próxima década, a empresa vai investir dez mil milhões de dólares para desenvolver um carro elétrico inteligente.

E se o seu carro novo fosse da Xiaomi? A popular marca de smartphones decidiu alargar o negócio ao ramo automóvel, prometendo um investimento de 10 mil milhões de dólares ao longo de dez anos para desenvolver veículos elétricos.

O anúncio é oficial e foi considerado pelo cofundador e CEO da Xiaomi como “uma das decisões mais importantes” já tomadas pela empresa. “Vamos lançar uma nova subsidiária totalmente controlada por nós para operar o negócio de veículos elétricos inteligentes”, revelou Lei Jun numa “carta aberta” publicada esta quarta-feira.

Lei Jun também servirá como CEO da nova empresa e acredita que este vai ser “o último e importante projeto de startup” da sua vida. Com 51 anos, o gestor fundou e transformou a Xiaomi numa das maiores fabricantes mundiais de telemóveis. Tem uma fortuna avaliada em 26,6 mil milhões de dólares.

Lei Jun, cofundador e CEO da XiaomiWorld Economic Forum via Flickr

“Os veículos elétricos inteligentes são a corrida mais alargada da próxima década. É uma parte inseparável e crucial do ecossistema inteligente”, assume o CEO. A empresa diz-se ciente de que “vai encontrar muitos desafios” pela frente, mas está convicta de que tem capacidade para competir no setor automóvel do futuro, apontou o gestor.

Essas dificuldades serão várias. Desde logo, a Xiaomi irá competir num mercado que já está a ser explorado por gigantes com “bolsos fundos”. É o caso da Apple e da Huawei, mas também das empresas do próprio setor, como a pioneira Tesla e até a Volkswagen.

Além disso, Lei Jun assume que “outros players começaram seis anos mais cedo” do que a Xiaomi. E reconhece que a indústria automóvel “tem grande complexidade, exige níveis enormes de investimento, tem longos ciclos de produto e baixa tolerância ao erro”.

Porém, o cofundador da Xiaomi assegura que há qualidades “únicas” na sua empresa. “Enquanto os carros elétricos inteligentes mudaram completamente o modelo de negócio da indústria automóvel, temos conhecimento profundo do modelo de serviço da internet assente em hardware“, especifica o gestor. É que a Xiaomi, além de telemóveis e relógios, fabrica e vende sensores inteligentes, câmaras com inteligência artificial e uma panóplia de outros dispositivos associados à era da internet das coisas (IoT).

Segundo o gestor, muitas das tecnologias desenvolvidas e já hoje produzidas pela Xiaomi podem ser “aplicadas” ao setor automóvel. Mas, mais importante ainda, a empresa assegura ter os cofres cheios e preparados para os investimentos que vão ser necessários para tirar este coelho da cartola: “Temos reservas de cash suficientes que nos permitem investir arrojadamente, sem hesitações ou grandes preocupações.”

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Malparado cai, mas EBA alerta para aumento de créditos em risco na banca da Zona Euro

"Rácio de malparado caiu em 20 pontos base, para 2,6%", revela a EBA. Mas a percentagem de créditos em "Stage 2" deu um salto no final do ano passado.

O crédito malparado está a cair, mas a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) está preocupada com o aumento dos créditos de maior risco no balanço dos bancos, muitos “encobertos” pelas moratórias. Alerta que a percentagem de créditos em “Stage 2”, ou seja, que podem vir a ter algum tipo de problema, está a aumentar, representando mais de um quarto do total dos empréstimos que empresas e famílias deixaram de pagar no âmbito da medida adotada em plena pandemia.

O rácio de malparado caiu em 20 pontos base, para 2,6%” no total dos bancos da Zona Euro, refere a EBA. “A quebra reflete a contração dos créditos em incumprimento, que foi mais expressiva do que a redução dos empréstimos” totais, acrescenta, notando que a redução do rácio foi sentida de igual forma em famílias e empresas, sendo que entre estas assistiu-se a aumentos no caso do setor da hotelaria e restauração, bem como os das artes e entretenimento.

Apesar desta evolução positiva do malparado, não há motivos para otimismo relativamente à qualidade dos créditos dos bancos, depois de mais de um ano em que o mundo mergulhou numa grave crise por causa da pandemia. A Covid-19 obrigou a banca a conceder moratórias nos empréstimos a famílias e empresas, tendo muitas delas deixado de usufruir desse mecanismo no final do ano passado. Entre os que continuam, há sinais de algum stress.

A EBA diz que “os créditos sob moratória encolheram para praticamente metade no quarto trimestre. Caíram de 590 mil milhões de euros no terceiro trimestre para cerca de 320 mil milhões de euros” no final do ano passado, sendo que entre estes empréstimos existem vários níveis de risco de incumprimento: os em “Stage 1”, sem risco, os em “Stage 2”, que podem vir a gerar problemas para os bancos, e os em “Stage 3”, onde a probabilidade de incumprimento é muito elevada.

Os créditos em “Stage 2” passaram a representar 9,1% do total dos empréstimos da banca do euro no final ano passado, um aumento de 110 pontos base face ao trimestre anterior. Entre os créditos em moratória, estes empréstimos com mais risco representam já 26,4%, uma percentagem acima da de 20,1% que se registava nas moratórias que entretanto já expiraram.

Em Portugal, de acordo com dados da EBA, os créditos em “Stage 2” rondavam os 11,6% do total dos empréstimos da banca nacional, enquanto os em “Stage 3” chegavam a 5,7%. Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, revelou no Parlamento que entre os créditos em moratória, 20% está no “Stage 2” e 6% são considerados de elevado risco, estando no “Stage 3”.

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Cloudware: 10 anos de história em números

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  • 31 Março 2021

A Cloudware é a empresa com maior crescimento em Portugal na área de software integrado online para a gestão e contabilidade. Conheça alguns dos números que fazem a história da empresa.

Numa lógica de SaaS (software-as-a-service), em que a mobilidade, o compliance, a inteligência artificial e a automatização de tarefas e dos processos de comunicação com as entidades são características diferenciadoras, as soluções desenvolvidas pela Cloudware são usadas por mais de 120.000 empresas e 12.000 contabilistas certificados.

Apostando numa clara estratégia de proximidade e interação com os utilizadores das suas soluções, a empresa promoveu mais de 400 horas de formação e consultoria, envolvendo mais de 2.900 participantes.

Com uma equipa jovem e dinâmica de 30 colaboradores, fechou 2020 com um crescimento em novas subscrições superior a 26%.

Conheça todos os números relevantes da Cloudware que marcam a diferença na sua ainda curta história de 10 anos.

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Taxa de inflação homóloga manteve-se nos 0,5% em março

Taxa de inflação terá ficado em 0,5%, este mês. A inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, terá desacelerado em março.

A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá sido 0,5% em março, um valor idêntico ao registado em fevereiro, adiantam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta quarta-feira.

De acordo com os mesmos dados, o indicador de inflação subjacente (excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá desacelerado em março, passando de uma variação homóloga de 0,7% em fevereiro para 0,2%.

Por sua vez, a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos terá sido 2,3%, “significativamente acima” do verificado no mês anterior (-3%), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá apresentado uma variação de 1,3% (1,4% em fevereiro).

Comparando com fevereiro, o IPC terá tido uma variação de 1,4% (em fevereiro, a variação mensal foi -0,5% e em março de 2020 tinha sido 1,4%), estimando-se uma variação média nos últimos doze meses nula, valor idêntico ao registado no mês precedente.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português terá registado uma variação homóloga de 0,1% (0,3% no mês anterior). Os dados definitivos serão conhecidos a 13 de abril.

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PIB do Reino Unido contrai 9,8% em 2020, menos do que o estimado

  • Lusa
  • 31 Março 2021

Segundo o Office for National Statistics, estes dados mostram que a economia enfraqueceu mais do que o estimado no início da pandemia antes de recuperar.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido registou uma contração de 9,8% em 2020, inferior à prevista inicialmente de 9,9%, anunciou esta quarta-feira a Office for National Statistics (ONS).

De acordo com a ONS, o PIB cresceu 1,3% nos últimos três meses de 2020 — de outubro a dezembro — face ao trimestre anterior, o que representa uma revisão em alta de três décimas de pontos percentuais em relação à estimativa anterior de fevereiro passado.

O diretor adjunto de estatística do ONS, Jonathan Athow, disse hoje que estes dados mostram que a economia enfraqueceu mais do que o estimado no início da pandemia antes de recuperar.

O ligeiro crescimento do PIB entre outubro e dezembro de 2020 é semelhante ao de outras grandes economias ocidentais, uma vez que todas foram atingidas pelo encerramento forçado para conter a propagação do novo coronavírus.

Estes dados são divulgados quando o Reino Unido está a iniciar o levantamento gradual das restrições impostas para conter a covid-19, na sequência do progresso do plano de vacinação e de uma queda dos contágios e mortes.

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