Este Mercedes de meio milhão de euros vai andar nas estradas portuguesas

  • ECO
  • 25 Março 2021

Proprietário português deste Mercedes-AMG GT Black Series ONE TEAM já tem na garagem o hiper-desportivo Project One, modelo exclusivo que custou três milhões de euros em 2018.

É um Mercedes, mas este é especial. É o Mercedes-AMG GT Black Series ONE TEAM, um automóvel de produção extremamente limitada, que o tornou ainda mais apetecível. Foram todos vendidos, sendo que um destes “monstros” de meio milhão de euros vai andar nas estradas nacionais.

A única unidade desta edição especial limitada a 275 exemplares que foi comprada por um cidadão português vai ser entregue esta semana ao proprietário, que pretende manter o anonimato, um residente na zona norte do país.

Este GT Black Series, vendido pela Sociedade Comercial C. Santos, é o único que vem para Portugal com o pack Edition ONE, exclusivamente disponível para clientes Project One. Ou seja, o proprietário já tem na garagem a “bomba” de três milhões de euros que chegou ao país em 2018.

Desta vez, a “fatura” foi mais pequena. Ainda assim, este modelo exclusivo que tem um preço de tabela a começar nos 418.150 euros, custou quase meio milhão de euros. Nesta versão Edition, que se destaca pela pintura que procura replicar a dos Mercedes-Petronas da Fórmula 1, o preço começa nos 467 mil euros.

O GT Black Series ONE TEAM recorre ao AMG V8 mais potente produzido em série até à agora, que debita 730 cv. Isto permite-lhe acelerar dos 0 aos 100 em 3,2 segundos. Até aos 200 km/h bastam menos de 9 segundos, sendo a velocidade máxima de 325 km/h, Ou seja, bem mais do dobro do máximo permitido em qualquer estrada nacional.

Além desta edição especial, para Portugal vêm ainda mais cinco AMG GT Black Series, na sua versão “normal”, sendo que uma dessas foi também vendida a um cliente da Sociedade Comercial C. Santos.

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Prolongar período de carências das linhas Covid pode implicar pagar prestações mais caras

As empresas que pedirem a extensão do período de carência das linhas de crédito, mas cuja maturidade do empréstimo já está no limite do prazo máximo protocolado, vão ver as suas prestações agravadas.

Uma das medidas anunciadas pelo Governo para ajudar a liquidez e a tesouraria das empresas foi prorrogar “os períodos de carência de capital” e prolongar “a maturidade dos créditos, por nove meses, relativamente a operações de crédito contratadas” entre 27 de março de 2020 e 20 de março de 2021, “que beneficiam das garantias concedidas pelas sociedades de garantia mútua ou pelo Fundo de Contragarantia Mútuo”, pode ler-se no decreto-lei publicado segunda-feira.

No entanto, alguns créditos já estão no limite do prazo máximo permitido pelos protocolos que orientam a definição essas mesmas linhas e para esses casos não é possível estender a maturidade, tal como sugere o decreto-lei. “A prorrogação do período de carência de capital, quando aplicável, é acompanhada por uma extensão da respetiva maturidade por período idêntico, não podendo, em qualquer caso, a maturidade total da operação de crédito em causa exceder o respetivo prazo máximo estipulado nos Protocolos”, diz o decreto.

Mas, em vez de impedir as empresas de obter esta prorrogação do período de carência até nove meses, a solução é diluir o capital que não é pago durante esses nove meses pelas prestações dos restantes meses até ao fim da maturidade do empréstimo, apurou o ECO.

O decreto-lei veio confirmar, tal como o ECO avançou, que o prolongamento dos períodos de carência até nove meses tem de ser solicitado junto do banco e é necessário fazê-lo até ao final deste mês. A prorrogação apenas é automática para as empresas dos setores mais afetados pela pandemia, como Cultura ou Turismo. “Potencialmente, todas as empresas podem ter acesso ao prolongamento”, disse o ministro da Economia, na conferência de imprensa de apresentação dos apoios às empresas para mitigar os impactos da Covid-19. De acordo com os dados do Banco Português de Fomento, “esta medida abrange um universo de cerca de 71 mil operações de garantia, para um montante total de financiamento apoiado de cerca de nove mil milhões de euros“.

Para as empresas que beneficiam de um prolongamento automático, é preciso comunicar ao banco se não querem usufruir desta medida, ou se pretendem fazê-lo por um período inferior a nove meses.

Também as empresas que já estavam a pagar o capital em dívida, ou seja, que o período de carência já tinha terminado, podem aceder a esta facilidade de tesouraria. É-lhe “aplicado um período adicional de carência de capital e uma extensão da respetiva maturidade por período idêntico, sujeitos aos limites” dos protocolos. Por outro lado, fica suspensa, durante esse período, a exigibilidade das prestações de capital que possam estar em atraso na data de entrada em vigor do decreto-lei (20 de março), e penalizações contratuais associadas.

De fora ficam as empresas que já beneficiam de uma moratória do crédito até 30 de setembro.

Os ministérios da Economia e das Finanças publicaram esta quarta-feira, em Diário da República, a lista das 30 linhas de crédito com garantias públicas que são abrangidas por esta prorrogação does períodos de carência de capital. Veja aqui quais.

Nota: Notícia atualizada às 13h30 com novo cálculo do impacto da medida.

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Em pandemia, como vai ser a Páscoa cá? E lá fora?

É proibido circular entre concelhos durante a semana da Páscoa, existindo ainda várias restrições em vigor no país. Pela Europa, vários países avançar com medidas específicas para este período.

Está a aproximar-se a Páscoa, altura em que são comuns as viagens e convívios, nomeadamente familiares. Para evitar um aumento dos casos de Covid-19 após essa altura, o Governo decidiu impor restrições durante essa altura, deixando também a próxima fase do desconfinamento para depois da Páscoa. Pela Europa, outros países também definem medidas especiais para este período.

Afinal, quais serão as medidas em vigor em Portugal? O desconfinamento arrancou a 15 de março e a nova fase só está prevista para 5 de abril. Quer isso dizer que as restrições atualmente impostas no país se vão manter nos próximos tempos, bem como o dever geral de recolhimento.

Continuam assim a ser permitidas as vendas ao postigo, e as creches, o ensino pré-escolar, o 1.º ciclo, e os ATL para essas idades podem funcionar. Já os estabelecimentos de retalho alimentar ficam abertos até às 19h, tanto no fim de semana de Páscoa como na Sexta-feira Santa, que é feriado.

A principal mudança prende-se com a circulação. Já existia a proibição de circulação entre concelhos durante o fim de semana, mas esta foi prolongada para toda a semana da Páscoa. Assim, é proibido sair do concelho a partir das 00h00 de 26 de março (sexta-feira), até dia 5 de abril (segunda-feira), sem prejuízo das exceções previstas.

O primeiro-ministro, António Costa, na apresentação do plano de desconfinamento, já tinha dito que a medida pretendia “garantir que a Páscoa não é um momento de deslocação e de encontro, mas, pelo contrário, mais um momento de confinamento”.

Quanto às celebrações religiosas, estas podem realizar-se, mas com limites e recomendações. As celebrações religiosas com fiéis foram retomadas a partir de dia 15 de março, segundo definiu a Conferência Episcopal Portuguesa. No entanto, procissões e visitas pascais não se deverão realizar.

Já as viagens internacionais continuam a estar limitadas a um conjunto de ocasiões. No entanto, a fronteira com Espanha vai permanecer encerrada até dia 5 de abril.

E lá fora, como será passado este período?

Alemanha recua nas restrições da Páscoa

A Alemanha tinha definido um confinamento durante a Páscoa, mas acabou por recuar. A chanceler alemã, Angela Merkel, cancelou esta quarta-feira os planos para uma paralisação de cinco dias durante a Páscoa para combater o aumento de contágios pelo SARS-CoV-2 e pediu desculpas aos alemães pela ideia, que considerou um erro.

“A ideia de uma paralisação na Páscoa foi elaborada com as melhores intenções, porque precisamos urgentemente de conseguir desacelerar e reverter a terceira onda da pandemia”, disse Merkel. “No entanto, a ideia (…) foi um erro. Havia boas razões para isso, mas não pode ser implementada bem o suficiente neste curto período de tempo”, indicou.

Itália impõe confinamento durante Páscoa

Em Itália, as medidas estão a ser aplicadas regionalmente, com metade das 20 regiões do país, que incluem as cidades de Roma, Milão e Veneza, com restrições mais apertadas entre 15 de março e 6 de abril. Já no fim de semana da Páscoa, o país inteiro será considerado uma “zona vermelha” e estará sujeito a um confinamento nacional de 3 a 5 de abril.

Nas regiões demarcadas como “zonas vermelhas”, as pessoas não poderão sair de casa, exceto por motivos de trabalho ou saúde, com todos os comércios não essenciais fechados. Nas “zonas laranja”, as pessoas também serão proibidas de sair de sua cidade e região – exceto por motivos de trabalho ou saúde – e bares e restaurantes só poderão fazer entrega e take away.

Espanhóis não podem viajar, mas turistas estrangeiros podem entrar

Durante a Páscoa, todas as regiões espanholas estarão sob um confinamento regional durante a Páscoa (medida acordada entre todas menos Madrid), o que significa que ninguém pode entrar ou sair sem um motivo justificado, como para trabalhar. Mas embora existam restrições ao turismo doméstico, o Governo espanhol não impôs tais regras aos visitantes da Europa.

Esta situação motivou mesmo um alerta da Comissão Europeia, que pediu ao país, esta segunda-feira, “coerência” no que diz respeito às restrições de viagens domésticas e internacionais dentro do bloco, segundo o El País.

Franceses podem ir a igrejas mas são aconselhados a evitar convívios

O ministro do interior francês disse que os serviços religiosos serão permitidos no fim de semana da Páscoa, desde que terminem antes do recolher obrigatório às 19 horas. As igrejas deverão ter duas cadeiras entre duas entidades familiares, entre duas pessoas, para evitar contágio. Ainda assim, o ministro alertou as pessoas para ficarem em casa e não se misturarem, numa altura em que os casos de Covid disparam.

Questionado sobre os convívios familiares durante a Páscoa, Gérald Darmanin disse que “devemos limitá-los. Deve permanecer na privacidade estrita da família da casa, do apartamento, e não receber os amigos, a família, não se deslocar“, em entrevista à BFMTV. “Sei que é particularmente frustrante, cansativo, triste, para grande parte das famílias francesas”, admitiu.

Bélgica faz pausa no desconfinamento durante Páscoa

Menos de um mês depois de a Bélgica relaxar oficialmente algumas medidas de combate ao coronavírus, o país vai entrar num período de quatro semanas com novas medidas, o que o primeiro-ministro Alexander De Croo apelidou da “pausa da Páscoa”. As medidas, que colocam a Bélgica de novo com regras mais rígidas, serão aplicadas a partir de sábado, 27 de março, e permanecerão em vigor por pelo menos quatro semanas.

As pessoas só se poderão encontrar ao ar livre em grupos de quatro (sem contar as crianças menores de 12 anos), ao invés de dez pessoas. A proibição de viagens não essenciais também permanecerá em vigor. “Não é hora de viajar para o exterior. Além disso, aumentaremos os controlos nas fronteiras durante as férias da Páscoa”, disse De Croo. Já viagens não essenciais dentro do país são permitidas.

Países limitam horários e convívios

na Letónia, as igrejas estarão abertas na Páscoa, mas com restrições, nomeadamente com os limites de horário atualmente em vigor no país. Para além disso, as igrejas não podem ser ocupadas por mais de um quinto da sua capacidade e as pessoas terão de usar máscara e desinfetar as mãos.

Na Noruega, há novas restrições nacionais que estarão em vigor durante as férias da Páscoa. O limite de dois hóspedes em residências particulares e a proibição nacional para os negócios que servem bebidas alcoólicas estão entre as medidas implementadas pelo Governo, que pediu também que as viagens não essenciais sejam evitadas. Já pela Áustria, o confinamento foi prolongado até depois da Páscoa.

Pelo Reino Unido, o Governo não avançou com medidas específicas para a Páscoa. No entanto, a próxima fase do plano de desconfinamento vai avançar a 29 de março, pelo que está previsto um levantamento de restrições até essa altura. Se o desconfinamento avançar, será permitido ajuntamentos de seis pessoas ou dois agregados familiares e desaparece a regra de ficar em casa, sendo possíveis deslocações não essenciais.

Nos Estados Unidos, as restrições em vigor mantêm-se. Já o “Easter Egg Roll” da Casa Branca, um evento anual organizado pelo escritório da primeira-dama, foi cancelado pelo segundo ano consecutivo por causa da pandemia.

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A euforia em torno da GameStop, vista… pela própria GameStop

A GameStop reconhece que a volatilidade registada nas suas ações "não está relacionada" e é "desproporcional" face aos resultados operacionais da companhia.

Um investidor que tenha comprado 1.000 ações da GameStop a 1 de setembro de 2020, e as tenha vendido a 27 de janeiro deste ano, pagou 7.650 dólares por elas e encaixou uma mais-valia de 339,86 mil dólares, valorizando o seu capital em mais de 4.000%.

O cenário, apesar de possível, é altamente improvável: nenhum investidor consegue prever com exatidão os mínimos e os máximos na bolsa, sobretudo de uma empresa como a GameStop. Sendo uma cadeia de retalho de videojogos, muito assente em lojas físicas, mais improvável se torna no atual contexto da pandemia.

Mas uma multidão de pequenos investidores, congregada na rede social Reddit, tornou isso possível no início deste ano. Estes investidores, maioritariamente jovens com pouca experiência a negociar ativos financeiros, lançaram uma incursão contra os hedge funds de Wall Street que vendiam as ações da GameStop a descoberto, beneficiando da queda das ações da empresa. Alguns destes fundos tiveram de ser resgatados para não irem à falência.

Por tudo isto, este ano, a GameStop não tem saído das notícias. E voltou a estar em destaque esta semana, por ter apresentado os resultados anuais relativos a 2020. Registou um prejuízo de 215,3 milhões de dólares e as receitas afundaram. Esta quarta-feira, os títulos recuaram, mas continuam a cotar muito acima dos níveis pré-pandemia. Como tem sido a montanha-russa para os próprios gestores da empresa?

Subida das ações é “desproporcional” face aos resultados

É no relatório e contas de 2020 que a administração da GameStop alerta os investidores para a grande volatilidade que tem abraçado a empresa por estas semanas. No capítulo dedicado aos riscos, lê-se que “os investidores podem comprar” ações da empresa para “especularem” sobre o preço dos títulos. Recorda que isso “pode envolver” tanto posições longas como posições curtas (short selling).

Por isso, a empresa escreve também que “um short squeeze, resultado de um aumento súbito na procura por ações que largamente excede a oferta, tem levado, e pode continuar a levar, a volatilidade extrema no preço das ações” da GameStop. O short squeeze é o jargão dos mercados financeiros para um cenário em que a subida inesperada das ações de uma empresa “espreme” os investidores com posições curtas, obrigando-os a fecharem as mesmas e a realizarem perdas, uma vez que, nestas operações, bastante arriscadas, os prejuízos são teoricamente infinitos.

Mesmo neste contexto, os gestores da GameStop admitem que “uma larga porção” das ações da empresa “tem sido e continua a ser transacionada por short sellers, o que pode aumentar a probabilidade de as ações serem alvo de um short squeeze“. Em linhas gerais, os short sellers pedem emprestadas e vendem ações que não detêm, na expectativa de as comprarem novamente a um preço mais baixo, devolvendo-as ao titular original e encaixando a diferença (a tal “venda a descoberto”).

Perante tudo isto, a administração da GameStop reconhece que esta volatilidade “não está relacionada” e é “desproporcional” face aos resultados operacionais da companhia. “Assim que os investidores recompram as nossas ações para darem cobertura às suas posições curtas, o preço das nossas ações pode cair rapidamente. Acionistas que comprem as nossas ações durante um short squeeze podem perder uma parte significativa do seu investimento”, alerta, por isso, a GameStop.

Além disso, a administração decidiu também inscrever no capítulo dos riscos a elevada atenção mediática que tem sido dada à GameStop. “Informação disponível nos media e que é publicada por terceiros, incluindo blogues, artigos, fóruns, redes sociais e outros meios pode incluir declarações não atribuíveis a empresa e podem não ser uma fonte precisa ou de confiança”, lê-se na nota submetida ao regulador norte-americano dos mercados de capitais, a SEC.

“Temos recebido e vamos continuar a receber um elevado nível de cobertura mediática que é publicada e disseminada por terceiros”, afirma a empresa. A GameStop afirma, por isso, que este é um risco para os investidores que pode ter “impacto material” no preço dos títulos na bolsa.

Informação disponível nos media e que é publicada por terceiros, incluindo blogues, artigos, fóruns, redes sociais e outros meios pode incluir declarações não atribuíveis a empresa e podem não ser uma fonte precisa ou de confiança.

GameStop

Por fim, a GameStop reconhece que uma “fatia” relevante das ações da companhia é detida por “funcionários, diretores e responsáveis” da própria companhia. “Vendas de um número substancial destas ações por estes acionistas, ou a perceção de que tais vendas possam ocorrer, podem provocar uma queda do preço de mercado das nossas ações”, remata a administração.

Para já, uma coisa parece ser certa: a euforia em torno das ações da GameStop não deverá ficar por aqui. Se há coisa que os investidores do Reddit já provaram, é que dão pouca (ou nenhuma) atenção aos resultados operacionais. Com o mercado inundado de liquidez e os cheques de estímulos de 1.400 dólares a chegarem às contas de muitos norte-americanos, algum deste capital irá, provavelmente, ser canalizado para o mercado bolsista. Resta saber quanto dele será usado para comprar ações da “GME”.

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5 coisas que vão marcar o dia

Como estão a evoluir os depósitos bancários? BdP divulga dados de fevereiro de 2021. Esta quinta-feira, debate-se a renovação do Estado de Emergência, no Parlamento.

No dia em que o Banco de Portugal divulga os dados dos empréstimos e depósitos relativos a fevereiro, o INE publica a avaliação bancária das casas relativa ao mesmo mês. Esta quinta-feira, dia em que o Parlamento debate a renovação de estado de emergência, entra em vigor o diploma que dita o alargamento do popular lay-off simplificado. E como tem evoluído a execução orçamental? Vão ser revelados os números.

Quanto acumularam as famílias em depósitos?

O Banco de Portugal divulga, esta quinta-feira, os dados dos empréstimos e depósitos relativos a fevereiro de 2021. No primeiro mês do ano, os depósitos bancários de clientes particulares atingiram o valor histórico de 162,8 mil milhões de euros, mais 981,4 milhões de euros do que no mês anterior, sendo que o confinamento poderá fazer aumentar ainda mais o valor acumulado.

Como está a avaliação feita pelos bancos às casas?

O Instituto Nacional de Estatística divulga, esta quinta-feira, o inquérito à avaliação bancária na habitação relativo ao segundo mês de 2021. Em janeiro, este valor atingiu um novo recorde: 1.156 euros por metro quadrado, mais 12 euros do que no mês anterior. Em causa está o montante mediano a que os bancos avaliam os imóveis para fins de concessão de crédito à habitação. Desde outubro, que esta avaliação tem vindo a subir.

Como está a evoluir execução orçamental?

A Direção-Geral do Orçamento divulga, esta quinta-feira, a síntese de execução orçamental relativa a fevereiro de 2021. No primeiro mês do ano, as administrações públicas registaram um excedente de 760 milhões de euros em contabilidade pública, menos 44% do que no período homólogo. Isto no mês em que foram implementadas medidas mais restritivas para controlar a pandemia.

Parlamento debate renovação do Estado de Emergência

O Parlamento debate, esta quinta-feira, o pedido de autorização de renovação do Estado de Emergência, numa sessão que deverá durar pouco mais de 50 minutos. Esta terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, disse partilhar o entendimento do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que o estado de emergência se deve manter enquanto estiver a decorrer o processo a conta-gotas de desconfinamento. Isto porque todos os passos têm de ser dados com segurança, argumento o chefe do Executivo.

Lay-off simplificado passa a estar disponível para mais empresas

Entra em vigor esta quinta-feira, dia 25 de março, o diploma que prolonga o apoio à retoma progressiva, alarga o lay-off simplificado a mais empresas, flexibiliza o acesso ao apoio à redução da atividade, reforça o apoio simplificado às microempresas e relança o incentivo à normalização. No caso do lay-off simplificado, o regime passa a ficar disponível também para os empregadores que estejam em paragem total ou parcial superior a 40%, no mês anterior ao do requerimento, que deve ser feito entre março e abril. Isto desde que essa paragem “resulte da interrupção das cadeias de abastecimento globais, ou da suspensão ou cancelamento de encomendas, nas situações em que mais de metade da faturação no ano anterior tenha sido efetuada a atividades ou setores que estejam atualmente suspensos ou encerrados por determinação legislativa ou administrativa de fonte governamental”.

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Como Casimiro comprou (sem pagar) o controlo da Groundforce

Em 2011 ligavam-lhe do Governo a pedir que avaliasse o negócio. Dez anos depois, o novo Executivo acusa-o de mentir e enganar. Foi assim a privatização da Groundforce.

Alfredo Casimiro comprou a Groundforce sem dinheiro e ainda foi pago na operação. A acusação foi feita pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos, apontando para comissões de gestão na ordem dos 7,6 milhões de euros recebidas pelo empresário antes de este ter pago qualquer montante pela compra. O próprio confirma esta taxa — que diz ter sido desenhada como incentivo a uma gestão independente –, mas defende que foi de 5,453 milhões de euros. Esta é a história do negócio.

Nascida em 2003, a empresa de handling era totalmente detida pela TAP, que foi forçada pela Autoridade da Concorrência a vender a maioria do capital. A privatização, com a alienação aos espanhóis da Globália, acabou por gerar uma guerra acionista e a participação acabaria em 2008 nas mãos da banca. Vários players internacionais mostraram interesse e, em 2011, o então presidente da TAP Fernando Pinto pede ao Governo autorização para a venda à belga Aviapartner por três milhões de euros.

A autorização é concedida, mas passado um mês o negócio ainda não estava fechado e a TAP anunciava um “impasse” com a Aviapartner. Pode não parecer muito tempo, mas a Groundforce estava em contra relógio. O prazo para concorrer a licenças de assistência em terra nos aeroportos de Lisboa e Porto estava prestes a termina e a Groundforce não se poderia candidatar a novas licenças enquanto a maioria do capital não fosse privado.

A companhia aérea voltou por isso “a contactar os restantes interessados iniciais na aquisição, de entre os quais o Grupo Urbanos”. Esta foi a versão oficial de como a empresa de Alfredo Casimiro passou de interessado apenas na atividade de carga ao topo da lista de potenciais compradores. No entanto, o próprio admitiu, numa audição parlamentar na semana passada, que, na altura, lhe ligou um membro do Governo para propor que avaliasse o negócio.

"Foi por imposição da AdC que se criou um incentivo, para garantir uma gestão independente da TAP, idónea e capaz.”

Alfredo Casimiro

Dono da Pasogal

O negócio com Alfredo Casimiro acaba por avançar, apesar de ter ficado seis meses à espera de aprovação do Governo, que decidiu pedir aval à Comissão Europeia. A 20 de julho de 2012, a Autoridade da Concorrência (AdC) pronunciava-se pela não oposição à operação, mas terá colocado condições. “Foi por imposição da AdC que se criou um incentivo, para garantir uma gestão independente da TAP, idónea e capaz de desenvolver a empresa de forma viável e competitiva, uma vez que sob gestão pública no universo TAP, a Groundforce tinha acumulado 156 milhões de euros de prejuízos em apenas cinco anos”, explicou Casimiro ao ECO.

Uma fonte ligada à antiga Comissão de Trabalhadores de então garante que o CEO Paulo Neto Leite lhes disse, numa reunião com esta entidade, que o pagamento de um fee de gestão fazia parte do acordo parassocial assinado entre a TAP e a Urbanos. Estes pagamentos eram vistos como um impedimento a maiores prémios de produtividade previstos em acordo de empresa, levando a denúncias ao Ministério Público e Tribunal de Contas. Não tiveram qualquer desenvolvimento.

Estas comissões de gestão dizem respeito a 1,5% das receitas recebidas pela Groundforce, que foram pagar mensalmente a uma empresa do universo de Casimiro, a Gepasa. Entre 2012 e 2015, trataram-se de 5,4 milhões de euros, segundo os números do Governo, ou 3,15 milhões de acordo com Casimiro. Em março de 2015, a TAP deixaria de pagar, levando a uma ação judicial pelo empresário que resultou num acordo entre as partes e no pagamento de mais 2,2 milhões de euros entre 2016 e 2018.

“A empresa procedeu ao reforço, em 31 de dezembro de 2016, da provisão para honorários de apoio à gestão a pagar à Gepasa – Consultoria, no montante de 1.704.088 euros”, pode ler-se no relatório e contas referente a 2018. “Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2017, no âmbito do acordo entre os acionistas, foi apurado o encargo com honorários de apoio à gestão relativo aos serviços prestados pela Gepasa, no montante de 2.200.000 euros, tendo sido utilizada a provisão reconhecida em exercícios anteriores e o excesso reconhecido na demonstração de resultados do exercício findo em 31 de dezembro de 2018. No exercício de 2018, a Gepasa e a SPdH acordaram cessar os serviços de apoio à gestão”.

"Os dividendos decorrem da empresa estar a dar lucro. Estava a dar lucro até à pandemia e são decisões normais da empresa.”

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas e da Habitação

Terá sido também esse mesmo acordo parassocial que permitia a Casimiro não fazer qualquer pagamento imediato pela transferência da empresa, dando apenas uma garantia bancária (junto do Montepio). O preço seria estabelecido mais tarde e variar entre os três e os seis milhões de euros, consoante os resultados operacionais. O Ministro explica agora que a efetivação do pagamento foi feita apenas em 2018.

Casimiro não o nega: confirma ter pago 3,74 milhões de euros pelas ações da Groundforce só nessa altura “porque o contrato previa que só depois da emissão das licenças a garantia bancária on first demand, que existia desde 2012, fosse efetivamente transformada em pagamento”. O pagamento foi assim feito seis anos depois do negócio ser fechado e uma década depois de a TAP ter pago 31,6 milhões de euros aos espanhóis da Globália, para ficar com a mesma participação.

O acordo previa ainda um desconto nos serviços à TAP de 5% ao longo de dois anos, que foi alvo de investigação judicial. Outra opção já previamente antecipada era da empresa que detinha a participação: tanta era a pressa em fechar a operação que viria a ser feito com a Urbanos e só mais tarde é que a participação passaria para a Pasogal (que é a atual acionista, com 50,1% do capital).

“As ações foram, desde o início, ou seja, em julho de 2012, compradas pela Pasogal, que foi constituída na altura para esse fim. A Urbanos, que era a empresa que eu tinha, interveio dada a urgência do Governo em ter contratos fechados para mostrar a Bruxelas no final de 2011. Mas ficou bem claro perante a TAP SGPS e a Autoridade da Concorrência que as ações seriam compradas por uma nova empresa que eu estava a constituir. Tanto assim foi, que nos contratos ficou logo autorizada a transferência desses mesmos contratos para a empresa a criar”, explicou o empresário, na semana passada, no Parlamento.

Em sentido contrário, em nada estava vedada a distribuição de dividendos. Após ter conseguido alcançar, em 2013, resultados positivos, a Groundforce acumulou lucros de 28,8 milhões de euros até 2019, tendo distribuído quase 17 milhões de euros aos acionistas, o que é visto com naturalidade pelo Governo. “Os dividendos decorrem da empresa estar a dar lucro. Estava a dar lucro até à pandemia e são decisões normais da empresa”, justificou Pedro Nuno Santos.

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Groundforce pode ser vendida na totalidade. TAP avalia saída

Há interessados na operação e a TAP está a avaliar o futuro da empresa de handling. O Governo vê com bons olhos a execução da penhora sobre a participação privada, que poderá possibilitar a venda.

A TAP está a avaliar vender a sua posição minoritária na Groundforce. A possibilidade foi admitida pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos esta quarta-feira no Parlamento, depois de o ECO ter noticiado que há já interessados numa eventual operação.

“A TAP vai repensar a sua participação e a sua posição na Groundforce”. Foi assim que o ministro respondeu quando questionado, no Parlamento, sobre a participação de 49,9% da empresa de handling. Antes já tinha referido que uma eventual nacionalização seria uma possibilidade sempre “temporária” por imposição da Comissão Europeia. E, por isso, vai ainda avaliar se “faz sentido” manter uma posição minoritária.

A situação de dificuldades financeiras vivida nas últimas semanas pela Groundforce levou, pelo menos, três empresas a manifestarem interesse numa eventual aquisição caso o negócio chegue ao mercado. No grupo estão grandes players internacionais da aviação que contactaram o Governo para manifestar interesse na compra. É neste cenário que a TAP está a avaliar a possibilidade de vender, mas uma posição minoritária não deverá ser suficientemente interessante.

A participação de 50,1% detida pela Pasogal de Alfredo Casimiro não está neste momento à venda, mas o empresário já admitiu que pode ouvir propostas. O empresário disse ao ECO que “desconhece totalmente a existência de negociações” e garantiu que “não mandatou a TAP ou o Estado português para o representarem em qualquer negociação que tenha esse fim”. Ainda assim, há várias formas de a participação de Casimiro poder vir a estar à venda.

Num cenário de aumento de capital — como esteve em cima da mesa e que poderá ser recuperado se for preciso por mais dinheiro na Groundforce –, a TAP poderá reforçar os capitais e aumentar a sua participação e mais tarde vender. Outra forma poderia ser após uma nacionalização, que Casimiro considera ser o objetivo do Governo, mas que Pedro Nuno Santos já disse não pretender.

A possibilidade mais imediata é, no entanto, outra e poderá passar pela execução da penhora da participação. De acordo com o Correio da Manhã (acesso pago), o Montepio já notificou Casimiro sobre o incumprimento do contrato. Caso os três milhões de euros em dívida não sejam pagos, o banco poderá executar a penhora através de um processo extrajudicial, que permite que as ações sejam vendidas no prazo de 60 dias em vez de passar o Montepio a ser acionista da Groundforce.

“Se for verdade, porque a entidade não confirmou, abre uma nova perspetiva de resolução do problema da Groundforce” pois poderá possibilitar a venda da participação e afastar o atual acionista, admitiu o ministro no Parlamento, esta quarta-feira. “Se as notícias que dão conta da execução de penhor forem verdade, é uma boa notícia“, referiu o governante. O ECO tentou confirmar esta informação junto do Montepio, que respondeu apenas que “preza a relação de confiança” com clientes, parceiros e stakeholders, bem como “a sua reserva institucional”.

Quer seja a venda ou qualquer outra opção, “o que vai acontecer no futuro da Groundforce ainda não está definido”, de acordo com o ministro. “Não está porque não temos a maioria do capital da empresa. Só temos 49,9% da empresa e não controlamos o resto do capital. O que vai acontecer em abril? Não sei. O que sei é que a Groundforce não tem mais nada para dar à TAP e isso é um problema“.

Foi alcançada uma solução temporária, para desbloquear liquidez para pagar os salários de fevereiro e março e impostos destes meses, que passou pela venda de todos os ativos da Groundforce à TAP. Até maio, a empresa de handling pode recomprar estes equipamentos, mas depois disso a companhia aérea pode até vendê-los a outros. Fazer self-handling (mesmo tendo pedido no primeiro trimestre de 2021 a licença para o fazer) é que não está nos planos.

“A ideia de que a TAP comprou os equipamentos e já se está a preparar para fazer handling não é verdade. O interesse da TAP não é que a Groundforce desapareça. Não é nossa intenção deixar cair a Groundforce e não é nossa intenção fazer self-handling“, garantiu o ministro, acrescentando que os contratos de serviços serão renegociados porque “os preços são exagerados”. A TAP irá pagar pelo serviço de handling “o que tem de pagar e não mais do que isso”.

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Mais de 1 em 2 euros emprestados pela banca ao turismo está em moratória

Um dos setores mais afetados pela pandemia, o setor do alojamento e restauração recorreu em massa às moratórias do crédito. Mais de um euro em cada dois concedidos pela banca está em moratória.

Mais de um euro em cada dois emprestados pelos bancos às empresas do setor do alojamento e restauração está em moratória, de acordo com dados do Banco de Portugal. As adesões ao regime que suspende as prestações do crédito continuam a crescer neste setor, em contraciclo com a economia, refletindo o duro impacto que o turismo continua a sentir por causa da pandemia. Por isso se percebe as preocupações dos bancos com uma indústria que ainda não vê a luz ao fundo do túnel.

Segundo os dados do supervisor revelados esta quarta-feira, 56,8% do crédito bancário concedido ao setor do alojamento e restauração estava protegido pela moratória em janeiro. São cerca de 3,8 mil milhões de euros de empréstimos, o que corresponde a cerca de 15% do total de crédito do segmento empresarial que está em moratória.

A medida está a permitir que mais de 7.200 restaurantes, hotéis e outras empresas do setor tenham um balão de oxigénio junto do banco enquanto as suas atividades ou continuam fechadas ou sob fortes restrições devido à segunda vaga. Sem rendimentos, estas empresas não conseguiriam pagar as prestações aos bancos e entrariam em incumprimento caso não recorressem à moratória.

Um sinal de preocupação: enquanto os números das moratórias descem nas empresas e nas famílias de forma consecutiva há vários meses, mais empresas do setor do alojamento e restauração continua a aderir ao regime. Recorde-se que as adesões à moratória pública terminam no final do mês. Em janeiro mais 56 empresas do setor recorreram à moratória, perfazendo um total de quase 7.200 restaurantes e alojamentos que pediram este apoio, o número mais elevado desde o início da pandemia.

Já a economia tem vindo a assistir a um recuo tanto dos montantes em moratória como dos devedores. Entre empresas e particulares, os dados do Banco de Portugal dão conta de que 471,5 devedores dos bancos têm um ou mais contratos de crédito abrangido por moratória.

Saldo de crédito em moratória no setor do turismo

Fonte: Banco de Portugal

Mais de 300 mil famílias não pagam prestações da casa

Dentro dos mais de 470 mil clientes com moratórias, 300 mil dizem respeito a particulares que não está a pagar as prestações da casa, ainda segundo o supervisor liderado por Mário Centeno.

Em concreto, são 302.869 famílias que pediram moratória no crédito à habitação devido às dificuldades causadas pela pandemia. Estes particulares respondiam por 17,1 mil milhões de euros de crédito, cerca de 17,8% do total dos empréstimos à habitação.

Uma parte destas moratórias termina já no final do mês, com o fim do regime privado dos bancos. Havia em janeiro 3,7 mil milhões de euros de empréstimos hipotecários no regime de moratória da Associação Portuguesa de Bancos e cujos devedores vão retomar as prestações a partir de 1 de abril.

Evolução dos devedores com moratórias na casa

Fonte: Banco de Portugal

O Banco de Portugal anunciou esta quarta-feira que vai passar a divulgar mensalmente, no final de cada mês, dados sobre a evolução das moratórias em Portugal. A próxima atualização, com referência a fevereiro, será publicada dentro de uma semana.

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Novo apoio vedado a microempresas que estiveram em lay-off em 2021

O novo apoio simplificado às microempresas só estará disponível para os empregadores que não tenham beneficiado, entre janeiro e março de 2021, do lay-off simplificado ou do apoio à retoma.

As microempresas que estejam em crise vão ter à disposição uma nova medida: o apoio simplificado à manutenção dos postos de trabalho. No desenho original, explicava-se que este subsídio só estaria acessível para os empregadores que tivessem beneficiado do lay-off simplificado ou do apoio à retoma, mas um decreto-lei publicado esta quarta-feira veio esclarecer que, afinal, a passagem por esses regimes não pode ter acontecido no primeiro trimestre de 2021 ou fica-lhes vedado o acesso.

Em causa está um apoio financeiro a fundo perdido que equivale a dois salários mínimos por trabalhador abrangido pelo lay-off simplificado ou pelo apoio à retoma progressiva, pagos de forma faseada ao longo de seis meses.

Na legislação inicialmente publicada a este propósito, explicava-se que os dois grandes critérios para aceder a este apoio eram: estar em crise empresarial (isto é, apresentar quebras de pelo menos 25%) e ter passado pelo lay-off simplificado ou pelo apoio à retoma progressiva. Não se definia, contudo, em que período é que essa passagem teria de ter acontecido.

Já o decreto-lei publicado esta quarta-feira vem esclarecer que tal não poderá ter acontecido entre janeiro e março deste ano. “Só pode beneficiar do apoio previsto no presente artigo o empregador que, no primeiro trimestre de 2021, não tenha beneficiado do apoio extraordinário à manutenção de contrato de trabalho, nos termos do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 6-E/2021, de 15 de janeiro, na sua redação atual, ou do apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade previsto no artigo 4.º do presente decreto-lei”, lê-se no diploma, que entra em vigor esta quinta-feira.

Tudo somado, este apoio dirige-se a microempresas (empresas com até dez trabalhadores) que tenham estado num dos regimes extraordinários em causa em 2020, mas não este ano, apesar de 2021 ter arrancado com um confinamento que paralisou a atividade de muitas empresas, levando-as a recorrer a estas medidas de apoio ao emprego.

Outra mudança que é agora feita é a forma como são aferidos os trabalhadores. Devem ser identificados por referência ao mês anterior ao requerimento e não por referência ao mês de apresentação do pedido, tal como estava previsto.

Além disso, passa a estar prevista a atribuição de um salário mínimo adicional por posto de trabalho, no caso das microempresas que beneficiem desta medida no primeiro semestre, mas continuem em crise empresarial em junho, “ainda que, em 2021, não tenham beneficiado” do lay-off simplificado ou do apoio à retoma progressiva.

Têm de manter emprego por 90 dias, mas podem despedir a partir dos 60 dias

Ao contrário do que estava previsto, as microempresas que peçam este novo apoio terão de manter o nível de emprego observado no mês da candidatura durante a concessão do subsídio e nos 90 dias seguintes, e não apenas nos 60 dias seguintes.

Ainda assim, só ficarão proibidas de fazer despedimentos coletivos ou por extinção de posto de trabalho até 60 dias após a atribuição do apoio. Isto uma vez que o Governo mudou a alínea referente ao nível de emprego, mas não a este tipo de cessação de contratos. Significa isto que os empregadores poderão avançar com despedimentos findo o período de 60 dias após o apoio, ainda que tenham de fazer novas contratações nos 30 dias seguintes para manterem o mesmo nível de emprego. O ECO questionou o Governo sobre a conjugação destes prazos, mas não obteve resposta até ao momento.

De notar que falta a publicação de uma portaria para que este apoio seja posto no terreno.

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Afinal, empresas do turismo que adiram ao apoio à retoma só vão ter isenção da TSU sobre horas não trabalhadas

As empresas do turismo e da cultura que adiram ao apoio à retoma progressiva passam a ter condições mais favoráveis, no que respeita à TSU, mas não ficam totalmente isentas, como havia sido indicado.

Os empregadores do turismo e da cultura que estejam enquadrados no apoio à retoma progressiva e apresentem quebras de faturação inferiores a 75% vão ter direito, entre março e maio, à isenção das contribuições sociais relativas à compensação paga aos trabalhadores pelas horas não trabalhadas, mantendo a obrigação de fazer os descontos para a Segurança Social relativos à retribuição pelas horas trabalhadas. Na apresentação desta medida, a ministra do Trabalho anunciou que as empresas nestas circunstâncias teriam “isenção total” das contribuições sociais, mas o decreto-lei publicado esta quarta-feira veio revelar que, afinal, esse benefício só se aplica a uma parte dos valores que são exigidos pela Segurança Social.

Desenhado como sucedâneo do lay-off simplificado, o apoio à retoma progressiva permite aos empregadores em crise reduzir os horários dos trabalhadores (até 100%) em função das quebras de faturação que apresentem, ao mesmo tempo que lhes garante um apoio para o pagamento dos salários.

Os trabalhadores enquadrados neste regime têm direito a receber a totalidade da sua remuneração, isto é: 100% da retribuição pelas horas trabalhadas, quatro quintos do salário correspondente às horas não trabalhadas — esta fatia chama-se compensação retributiva e é paga em 70% pela Segurança Social, na generalidade das situações (só nos casos mais graves é que o apoio é mais robusto) –, e um adicional da Segurança Social “na medida do estritamente necessário” para perfazer a totalidade do ordenado do trabalhador.

Por outro lado, ao abrigo deste regime os empregadores têm tido acesso, até aqui, a um “desconto” de 50% nas contribuições sociais relativas à compensação retributiva, mas apenas no caso de serem micro, pequenas ou médias empresas. Aliás, uma das razões para os empresários virem apelando à flexibilização do lay-off simplificado e preferirem esse regime é a isenção total da TSU prevista ao abrigo dessa medida, quer relativamente às horas trabalhadas, quer às horas não trabalhadas.

O apoio à retoma progressiva foi agora prolongado até setembro e o Governo aproveitou o momento para mudar as regras relativamente à Taxa Social Única dos patrões.

No decreto-lei publicado esta quarta-feira, fica fixado que, entre março e abril, os empregadores do turismo e da cultura com quebras inferiores a 75% têm direito à isenção das contribuições sociais relativas à compensação retributiva (horas não trabalhadas), mantendo a obrigação de TSU relativamente à retribuição (horas trabalhadas). Ou seja, está em causa um regime mais favorável do que até aqui esteve em vigor, mas menos generoso que o lay-off simplificado e do que a própria ministra do Trabalho tinha sinalizado, já que Ana Mendes Godinho indicara que haveria isenção total.

Já as empresas desses setores com quebras acima de 75% têm direito à dispensa de 50% das contribuições sociais sobre a compensação retributiva, independentemente da sua dimensão, ou seja, pela primeira vez as grandes empresas passam a ter este benefício.

Outra das mudanças feitas agora ao apoio à retoma progressiva é a fixação do limite de três salários mínimos à compensação retributiva. Além disso, há um adiamento excecional dos planos de formação disponíveis neste regime. Se não tiverem começado por força da suspensão das atividades formativas presenciais por determinação legislativa ou administrativa de fonte governamental, têm “início no prazo máximo de cinco dias úteis após o termo daquela suspensão, ainda que o empregador já não se encontre a beneficiar do apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade”.

Com o diploma publicado esta quarta-feira, o apoio à retoma progressiva é prolongado até 30 de setembro, data até qual as empresas podem beneficiar das suas condições, independentemente do momento em que tenham aderido.

Ainda falta portaria para concretizar incentivo à normalização

À semelhança do que aconteceu em 2020, o Governo decidiu lançar, este ano, um incentivo à normalização da atividade empresarial, destinado aos empregadores que tenham beneficiado do lay-off simplificado ou do apoio à retoma progressiva, no primeiro trimestre de 2021, no momento de saída destes regimes e regresso à atividade “normal”, isto é, já sem trabalhadores com horários cortados.

Caso este incentivo seja pedido até 31 de maio, equivalerá a dois salários mínimos por trabalhador retirado dos regimes extraordinários referidos; Caso seja requerido após essa data, e até 31 de agosto, corresponderá a um salário mínimo por posto de trabalho. Na primeira situação, o apoio será pago de forma faseada ao longo de seis meses; Na segunda, será feita uma única transferência.

Apesar de seguir os traços gerais do incentivo lançado em 2020, este incentivo carece ainda da publicação de uma portaria para se tornar realidade e distingue-se em dois grandes pontos da medida do ano passado.

Por um lado, o “período de nojo” em que as empresas não podem fazer despedimentos coletivos ou por extinção do posto de trabalho e têm de manter o nível de emprego é mais longo (antes eram 60 dias, agora serão 90 dias);

E por outro, há mais flexibilidade, à partida, para o empregador trocar este incentivo pelo apoio à retoma, podendo desistir do primeiro ao fim de três meses e ir para o segundo, sem devolver a ajuda já recebida.

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PS e PSD duplicam coimas nos fundos europeus para ultrapassar veto de Marcelo

Os socialistas e os social-democratas chegaram a acordo no diploma da contratação pública para responder ao veto do Presidente da República. As multas para quem violar as regras vão duplicar.

Quem violar as regras da contratação pública na execução dos fundos europeus nos próximos anos vai pagar o dobro da multa cobrada até ao momento. O PS e o PSD uniram-se para fazer essa e outras alterações ao diploma que foi vetado pelo Presidente da República, esperando que desta vez passe em Belém. O objetivo dos socialistas e dos social-democratas é agilizar a contratação por causa dos curtos prazos de execução dos fundos europeus, principalmente o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas mantendo a transparência do processo.

As multas duplicam face ao regime atual“, revela ao ECO Carlos Pereira, deputado do PS responsável por este diploma, explicando que o objetivo é “dissuadir” ainda mais as infrações nestes processos. Esta é uma das novidades do novo diploma cuja discussão no plenário está atrasada, mas que deverá acontecer nas próximas semanas para que o novo enquadramento legislativo esteja em vigor quando os primeiros fundos do PRR começarem a chegar a Portugal, o mais tardar no início do segundo semestre.

“Os montantes mínimos e máximos das coimas previstos nos artigos 456.º a 458.º do Código dos Contratos Públicos são elevados para o dobro quando, no âmbito de procedimentos pré-contratuais abrangidos pelas medidas especiais de contratação pública previstas na presente lei, se aplicável, sejam praticadas as correspondentes contraordenações”, lê-se na nova formulação do diploma que o PS irá entregar no Parlamento.

O atual regime sancionatório previsto no Código dos Contratos Públicos divide-se entre contraordenações muito graves, graves e simples que, se a nova legislação for aprovada e promulgada, passam a ir dos mil euros aos 89.600 euros, consoante a gravidade da infração e de se tratar de um indivíduo ou uma pessoa coletiva (empresa), no caso de contratos que se encaixem nestas medidas especiais de agilização que o diploma aprova. Entre as infrações previstas na lei está a apresentação de documentos falsos ou a prestação de falsas declarações.

Jorge Salgueiro Mendes, deputado do PSD responsável por esta matéria, diz ao ECO que houve “diálogo” com o PS sobre estas alterações, confirmando que houve acordo para se duplicar as sanções de forma a dissuadir comportamentos errados e que também se impede que quem prevarica volte a beneficiar de fundos no futuro. Contudo, o social-democrata ressalva que não conhece a versão final do diploma que terá de ser discutido no plenário — deverá ser agendado em “meados de abril” — pelo que não se compromete com um sentido de voto, ainda que seja expectável a abstenção do PSD, tal como no diploma anterior que foi vetado por Marcelo.

Do lado do PS, Carlos Pereira considera que a mudança à lei da contratação pública é um “processo muito complexo, mas muito útil para executar o PRR nos prazos apertados sem colocar em causa a transparência e o escrutínio”. Para reforçar essa dimensão e seguindo a recomendação de Marcelo Rebelo de Sousa, o novo diploma também prevê que o Tribunal de Contas passe a receber todos os processos de contratação pública, incluindo os ajustes diretos de qualquer valor, tal como revelou o Expresso no início de março. Ou seja, o TdC continua sem fazer a fiscalização prévia da maioria dos contratos para não atrasar o processo, mas fica agora com documentação que lhe permite fazer a fiscalização a posteriori.

O deputado socialista reconhece a “dimensão do trabalho” que esta alteração, se aprovada e promulgada, vai implicar para o Tribunal de Contas, mas espera que a instituição se prepare para esta nova realidade. O PS admite um reforço dos recursos humanos, mas o “esforço” também tem de ser feito através de uma “plataforma informática” que, através de inteligência artificial (algoritmos), criando alertas específicos para potenciais irregularidades (por exemplo, caso o mesmo NIF se repita em vários contratos).

Esta nova legislação vem trazer várias mudanças ao processo de contratação pública. O objetivo geral é de diminuir prazos e aumentar os limiares acima dos quais os processos são mais escrutinados a priori (e por isso mais lentos), apostando na fiscalização a posteriori. É de notar que algumas das mudanças acordadas para os procedimentos pré-contratuais são temporárias, mantendo-se até 31 de dezembro de 2022, e não é por acaso: as verbas do PRR têm de ser contratualizadas até 2023 e os projetos têm de ser finalizados até 2026.

A nova legislação prevê também que possa ser dispensada a análise de custo-benefício quando se trata da execução de projetos financiados ou cofinanciados por fundos europeus e ainda a possibilidade de adjudicação a um preço mais elevado desde que o preço não exceda em 20% o preço base, mas só se for de forma excecional e “por motivos de interesse público devidamente fundamentados”.

Marcelo vetou diploma em dezembro e pediu mudanças

Foi a 5 de dezembro que o atual Presidente da República e recandidato ao cargo decidiu vetar o diploma do Parlamento que agiliza as regras da contratação pública de projetos financiados por fundos comunitários. Em concreto, a legislação cria medidas especiais de contratação pública, altera o Código dos Contratos Públicos e muda também o Código de Processo nos Tribunais Administrativos.

Na justificação do veto, Marcelo reconhecia a necessidade de fazer alterações. “É naturalmente compreensível – e até desejável – a necessidade de simplificação e de aperfeiçoamento de procedimentos em matéria de contratação pública que possam, com rigor, implicar a melhoria das condições de vida dos Portugueses e permitir flexibilizar a atribuição e a alocação dos referidos fundos, num contexto excecional, como o que atualmente vivemos, e dentro dos prazos muito limitados que estarão previstos nos respetivos regulamentos”, escreveu.

Contudo, o Presidente da República alertava que a simplificação necessitava de uma “contrapartida”, isto é, uma “atenta preocupação com o controlo, mesmo se a posteriori, da legalidade e da regularidade dos contratos, exigido pela transparência administrativa”. Em concreto, Marcelo pedia mudanças na legislação em duas áreas: “Um mais elaborado tratamento dos efeitos do controlo a posteriori pelo Tribunal de Contas quanto ao adjudicante e ao adjudicatário”; e garantias sobre “a composição e funções da nova comissão independente de acompanhamento e fiscalização”. Ambos os pedidos foram acatados pelos deputados pelo que a nova formulação do diploma deverá passar em Belém nesta segunda tentativa.

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Encalhe de navio no Canal de Suez provoca subida da cotação do Brent em 5,94%

  • Lusa
  • 24 Março 2021

O encalhe de um navio no Canal de Suez criou novas dúvidas sobre o nível de oferta de petróleo a curto prazo e estimulou a cotação. 

A cotação do barril de petróleo Brent para entrega em maio terminou esta quarta-feira no mercado de futuros de Londres em alta de 5,94%, para os 64,16 dólares. O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, concluiu a sessão no International Exchange Futures a cotar 3,60 dólares acima dos 60,56 com que fechou as transações na terça-feira.

O encalhe de um navio no Canal de Suez, via de circulação essencial para o transporte de petróleo do Médio Oriente, criou novas dúvidas sobre o nível de oferta a curto prazo e estimulou a cotação. Um navio porta-contentores encalhou no Canal do Suez depois de ter sido atingido por rajadas de vento e provocou a paragem da circulação marítima numa das rotas mais utilizadas do mundo, anunciou a companhia que opera a embarcação.

Uma foto divulgada na terça-feira mostra o navio MV Ever Given, com pavilhão de Taiwan, com 400 metros de comprimento e 59 metros de largura atravessado no canal, impedindo o tráfego. “O porta-contentores encalhou de forma acidental, provavelmente depois de ter sido atingido por uma rajada de vento”, disse à France-Presse a companhia Evergreen Marine Corp.

A empresa acrescenta que “está em contacto com as partes envolvidas, entre elas a autoridade que gere o Canal do Suez, para ajudar o navio o mais depressa possível”. A agência Bloomberg indica que, após o incidente, mais de 100 navios estão a aguardar a possibilidade de passar pelo canal. “Houve um incidente, [o navio] encalhou”, disse à Bloomberg o diretor da BSM Hong Kong que gere o MV Ever Given.

De acordo com o portal de vigilância marítima Vessel Finder, o navio tem como destino o porto de Roterdão, na Holanda. “Os rebocadores estão neste momento a tentar fazer com que o navio volte a navegar”, disse a empresa Leth Agencies, que fornece serviços aos clientes que utilizam o canal.

O Canal do Suez, inaugurado em 1869, garante a passagem de 10% do comércio marítimo internacional. Cerca de 19 mil navios utilizaram a passagem em 2020, de acordo com a Autoridade do Canal do Suez (SCA). Esta situação levou à reversão de parte da queda sofrida na terça-feira pela cotação do Brent, superior a seis por cento, perante a preocupação que a nova vaga da pandemia do novo coronavirus está a suscitar na Europa.

Os investidores ficaram ainda a saber as reservas de petróleo nos EUA, que aumentaram em 1,91 milhões de barris na semana passada, quando a expectativa era de uma descida de 270 mil barris.

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