Autoridade da Concorrência já aplicou quase mil milhões de euros em multas desde 2017

Com a "multa" aos supermercados anunciada esta semana, o montante das coimas aplicadas por Margarida Matos Rosa desde que é presidente da Autoridade da Concorrência ascende a 906 milhões de euros.

A Autoridade da Concorrência (AdC) já aplicou quase 1.000 milhões de euros em “multas” desde que a economista Margarida Matos Rosa assumiu a presidência do regulador. O valor exato é de 906 milhões de euros em coimas desde 2017 — de longe, o mais elevado de sempre para qualquer presidente da história da AdC.

O número foi avançado ao ECO por fonte oficial da AdC, no rescaldo de mais uma multa milionária aplicada por esta entidade. Na quarta-feira, o regulador sancionou em quase 24,7 milhões de euros os supermercados Auchan, Modelo Continente e Pingo Doce e o fornecedor Bimbo Donuts, acusando-os de terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor (as empresas vão recorrer da decisão).

O montante de 906 milhões de euros já inclui essa coima aplicada esta semana e 80% deste valor diz respeito a “práticas entre concorrentes”, vulgo cartéis. Em concreto, em 2021, com o ano perto de chegar ao fim, a AdC já registou 120 milhões de euros em coimas em oito decisões condenatórias e quatro notas de ilicitude em diversas áreas, da saúde aos contratos públicos.

Apesar de o número encher o olho, o valor final relativo a este ano deverá ficar aquém do recorde anual alcançado em 2020. No ano passado, a AdC aplicou “coimas no total de 393,2 milhões de euros, no quadro de uma política sancionatória que procura atender às exigências de prevenção geral e especial, garantindo a confiança dos agentes económicos e dissuadindo as empresas de se envolverem em comportamentos anticoncorrenciais”, lê-se no relatório de atividades da AdC.

Foi “o total anual mais elevado de coimas” alguma vez aplicado pela entidade, acrescenta o mesmo documento. Mas tal não teve reflexo nos rendimentos do regulador, ainda que este tenha direito, nos termos da lei, a ficar com 40% do valor das coimas que aplica, transferindo os restantes 60% para os cofres do Estado.

Segundo o referido relatório de atividades, “o total de rendimentos referentes a processos de contraordenação que resultaram na aplicação de coimas por parte da AdC registou, em 2020, um decréscimo significativo relativamente” a 2019. Designadamente, encolheu quase 90% no ano da pandemia, de 482,59 mil euros para apenas 62 mil euros.

A discrepância pode ser explicada com o facto de muitas das coimas aplicadas pela AdC acabarem por ser alvo de recurso, com os processos a arrastarem-se vários anos em tribunal, sem cobrança efetiva até haver uma decisão final. A AdC reconhece apenas o produto das coimas “no momento em que nasce o direito legal ao benefício económico”, ou seja, quando a decisão acaba por transitar em julgado ou quando a “multa” é efetivamente paga à AdC pelo infrator.

Por outras palavras, o regulador da concorrência multa muito, mas tem cobrado pouco. “Nos rendimentos com origem em processos de contraordenação, o decréscimo verificado [de quase 90%] resulta do reconhecimento, em 2020, de apenas uma decisão condenatória que cumpre as condições de reconhecimento do rédito”, secunda o documento.

No final de 2020, a AdC apontava ainda como “recebimentos pendentes” quase 1,18 milhões de euros em coimas. Este valor resulta de dois processos de contraordenação envolvendo empresas que foram declaradas insolventes antes do pagamento dessas “multas”, de acordo com a entidade.

Margarida Matos Rosa, presidente da Autoridade da ConcorrênciaANTÓNIO COTRIM/LUSA

Hipermercados na mira da AdC

Como referido, esta semana foi conhecida a mais recente sanção milionária da AdC, no valor de 24,7 milhões de euros, envolvendo vários supermercados e o fornecedor comum Bimbo Donuts. Só esta última empresa arrisca-se a pagar 7,35 milhões de euros se a decisão de Margarida Matos Rosa for confirmada pelos tribunais.

“Através de contactos estabelecidos através do fornecedor comum, sem necessidade de comunicar diretamente entre si, as empresas de distribuição participantes asseguram o alinhamento dos preços de retalho nos seus supermercados, numa conspiração equivalente a um cartel, conhecido na terminologia do direito da concorrência como hub-and-spoke“, explicou a AdC num comunicado.

Não é o único processo a “apanhar” grandes superfícies de retalho alimentar este ano. No início do mês, a AdC sancionou em 92,8 milhões de euros o Modelo Continente, o Pingo Doce, o Auchan, o E. Leclerc, a Super Bock e duas pessoas singulares por prática de hub-and-spoke.

Fora do setor do retalho, na “lista negra” da AdC entraram ainda este ano a Blueotter e a Egeo, sancionadas em 2,9 milhões de euros pela “implementação de um acordo de não concorrência no mercado da prestação de serviços aos sistemas de gestão de resíduos” no país; e a Natus Medical Inc., multada em 100 mil euros por restringir a concorrência na distribuição de dispositivos médicos essenciais em Portugal, de acordo com informação facultada pelo regulador.

Nem mesmo a Associação Nacional de Topógrafos (ANT) escapou ao regulador liderado por Margarida Matos Rosa, que sancionou a organização em 50 mil euros, acusando-a de “restringir a concorrência no mercado dos serviços de levantamento topográfico”, fixando preços para os mesmos. Em 2021, foram ainda emitidas três decisões sancionatórias por gun-jumping (aquisição do controlo de uma empresa antes da autorização da AdC), “levando a multas totais de 395 mil euros impostas à Fidelidade, SFI Group e AOC Health.

Segundo o balanço feito ao ECO, emanaram também do regulador quatro notas de ilicitude: na área da saúde, envolvendo cinco hospitais privados e a sua associação comercial, por acordo anticoncorrencial; nos serviços de segurança e vigilância, envolvendo sete empresas que estabeleceram um cartel; no mercado laboral, envolvendo a Liga Portuguesa de Futebol e 31 sociedades desportivas; e, novamente, na grande distribuição, envolvendo quatro insígnias de supermercados e um fornecedor de produtos alimentares, domésticos e de higiene pessoal. Ao longo de 2021, a AdC fez também quatro diligências de busca e apreensão.

No ano passado, também houve várias “multas” mediáticas. Um dos casos que fez manchetes nos jornais foi o da “multa” de 84 milhões de euros à Meo, detida pela Altice Portugal, por alegadamente ter estabelecido um cartel com a concorrente Nowo ao abrigo de um acordo que permitiu a esta última entrar no negócio móvel. “No âmbito deste cartel, a Nowo acordou ilegalmente com a Meo não disponibilizar ofertas móveis a cinco euros ou menos”, disse a AdC na altura. A aplicação dessa coima só terá sido possível porque a Nowo denunciou a infração por sua própria iniciativa, tendo beneficiado de clemência.

Margarida Matos Rosa assumiu a presidência da AdC em 28 de novembro de 2016, cargo que ocupa desde então. O seu mandato é de seis anos, pelo que deverá terminar no ano que vem.

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Pandemia encolhe despesas das famílias da UE em 8%

Mais de um quarto da despesa das famílias da UE foram destinadas a habitação, água, luz e outros combustíveis. Por outro lado, diminuíram os gastos com restaurantes, hotéis, vestuário e transportes.

A despesa das famílias na União Europeia (UE) caiu 8% em 2020, devido ao impacto da pandemia e das restrições impostas para travar a propagação da Covid-19 no consumo e na circulação das pessoas. Esta é a maior queda anual registada nesta série estatística, segundo revela o Eurostat esta sexta-feira.

Num ano marcado por confinamentos, atividades fechadas e limitações ao movimento, as maiores reduções nas despesas com o consumo das famílias foram registadas nos setores de restaurantes e hotéis (-38% em comparação com 2019), vestuário e calçado, transportes e recreação e cultura (todos -17%).

Gastos das famílias por tipo de consumo na UEEurostat

Por outro lado, alimentação e bebidas não alcoólicas (+ 3%) e comunicações (+ 2%) foram as categorias onde se observou um maior aumento no consumo das famílias da UE, com as pessoas a passarem mais tempo em casa.

As despesas com habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis também subiram em 2020. Na verdade, em 2020, mais de um quarto (26%) das despesas de consumo das famílias foi dedicado a esta categoria, “tornando-se o maior item de despesa doméstica da UE, à frente de alimentos e bebidas não alcoólicas (15%) e transporte (12%)”, sinaliza o Eurostat.

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Número de passageiros nos aeroportos nacionais duplica, mas continua longe de 2019

O número de passageiros a passar nos aeroportos nacionais duplicou em setembro face ao mesmo mês de 2020, mas continua significativamente abaixo dos valores de 2019.

O número médio diário de passageiros desembarcados em setembro nos aeroportos nacionais duplicou face ao registado no período homólogo de 2020, mas continua “distante” dos valores pré-pandemia, revelam as estatísticas divulgadas esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

“Em setembro de 2021 aterraram nos aeroportos nacionais 15,8 mil aeronaves em voos comerciais, correspondendo a 3,6 milhões de passageiros (embarques, desembarques e trânsitos diretos) e ao movimento de 16,8 mil toneladas de carga e correio (registando crescimentos de 46,4%, 95,8% e 35,0%, face a setembro de 2020, respetivamente”, descreve o gabinete de estatísticas.

Apesar de duplicar face a setembro de 2020, o número de passageiros que passaram nos aeroportos nacionais em setembro deste ano fica 39,3% abaixo do movimento de passageiros registado em setembro de 2019, antes da pandemia. Estes dados mostram como, apesar da retoma da economia, o setor das viagens internacionais está a demorar a recuperar.

“No mês de setembro de 2021, verificou-se uma ligeira redução face ao mês anterior, tendo-se registado o desembarque médio diário de 59 mil passageiros no conjunto dos aeroportos nacionais (60 mil em agosto), representando o dobro do registado no mês homólogo de 2020, mas ainda distante do verificado em setembro de 2019 (98 mil)”, esclarece o INE.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

No acumulando entre janeiro e setembro de 2021, verificava-se um aumento de 3,6% no número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais face ao período homólogo de 2020. Porém, também nesta ótica há uma queda quando a comparação é feita com 2019: houve menos 66,1% passageiros movimentados.

Entre janeiro e setembro de 2021, França foi o principal país de origem e de destino dos voos, seguindo-se, com um volume de passageiros significativamente mais reduzido, o Reino Unido e a Alemanha“, revela o INE. Nesse período, no caso de França regista-se um crescimento face a 2020, enquanto no Reino Unido e na Alemanha ainda se registam quedas.

A maioria do tráfego aéreo nos aeroportos nacionais destina-se a voos internacionais, representando mais de 75% — o resto corresponde ao tráfego nacional. Dentro do tráfego internacional, a esmagadora maioria tem origem ou destino na Europa (cerca de 70%), seguindo-se a América, África e só depois Ásia.

No que toca à carga movimentada nos aeroportos nacionais, a recuperação é mais rápida: “Entre janeiro e setembro de 2021, registou-se um aumento de 29,1% de carga e correio movimentados nos aeroportos nacionais (-31,8% em 2020)”, nota o INE, notando que face a 2019 a queda só é de 12%. Juntando todos os aeroportos, exceto Lisboa, a carga e correio movimentado até já superou os valores de 2019.

(Notícia atualizada às 11h35 com mais informação)

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Presidente do BCE avisa que não se devem “retirar prematuramente” estímulos monetários

  • Lusa
  • 19 Novembro 2021

Restringir prematuramente a política monetária não só reduziria ainda mais o rendimento das famílias, como também não resolveria as causas da inflação, diz Lagarde.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, advertiu esta sexta-feira que não é aconselhável “retirar prematuramente os estímulos monetários na zona euro” porque a elevada inflação atual vai diminuir.

Na sua intervenção no 31.º Congresso Bancário Europeu, que decorre em Frankfurt, na Alemanha, Lagarde reiterou que “é altamente improvável que se deem as condições para aumentar as taxas de juro no próximo ano”.

Aliás, acrescentou, quando terminar a situação de emergência pandémica, “será importante que a política monetária, incluindo a compra de ativos, apoie a recuperação e o regresso sustentado da inflação” ao objetivo de 2%.

O BCE vai anunciar as suas decisões em relação às compras de dívida pública e privada após a reunião prevista para meados de dezembro.

Se formos pacientes e constantes agora, estou certa de que estas condições serão cumpridas”, acrescentou a presidente do BCE. Lagarde afirmou-se convencida de que as atuais pressões inflacionistas diminuirão com o tempo e de que, a médio prazo, será atingido o objetivo de uma inflação de 2%.

Esta inflação é inoportuna e dolorosa e há, naturalmente, preocupações sobre quanto tempo vai durar. Levamos essas preocupações muito a sério e acompanhamos os desenvolvimentos com atenção”, disse. A presidente do BCE reconheceu que “uma inflação mais alta reduz o rendimento real das pessoas, especialmente daquelas com rendimentos mais baixos”.

Contudo, sustentou, restringir prematuramente a política monetária não só reduziria ainda mais o rendimento das famílias, como também não resolveria as causas da inflação, porque os preços da energia são fixados globalmente e a política monetária do BCE não pode anular os constrangimentos na oferta.

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Regulador aprova rotas da Ryanair para Marrocos, após polémica

Companhia irlandesa acusou o Governo de bloquear a autorização das novas ligações. Regulador apontou falhas no pedido, mas já deu luz verde.

O despacho da Autoridade Nacional de Aviação Civil que aprova as novas rotas da Ryanair para Marrocos foi publicado esta sexta-feira em Diário da República. A companhia aérea irlandesa vai passar a ligar Lisboa a Marraquexe, Agadir e Fez e o Porto a estas duas últimas cidades.

A aprovação chega depois de a Ryanair ter acusado o Ministério das Infraestruturas e a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) de bloquearem as suas rotas para o país do norte de África. Num comunicado divulgado a 30 de outubro, a companhia diz que foi “ilegalmente impedida pelo Ministério das Infraestruturas de Portugal e pela ANAC de abrir três novas rotas para Marrocos, causando o cancelamento totalmente desnecessário de voos para mais de 3000 passageiros portugueses que deviam viajar de Lisboa, este domingo, 31 de outubro”.

O diretor comercial da Ryanair, Jason McGuinness, considerou, citado na mesma nota, “ultrajante que burocratas sem rosto do Ministério das Infraestruturas se tenham recusado a permanecer nos seus escritórios na sexta-feira para resolver o assunto, partindo para o fim de semana do feriado enquanto destruíam os planos de feriado para mais de 3.000 dos seus concidadãos”.

A agência Lusa questionou o regulador, que respondeu que a “Ryanair não instruiu o pedido conforme estabelecido na lei, quer quanto ao prazo quer quanto ao cumprimento dos requisitos legais, entregando todos os documentos necessários para a análise do pedido, tendo a ANAC solicitado por diversas vezes”. “Ilegal seria conceder a autorização violando a lei em vigor”, acrescentou.

Impedimentos que ficarão entretanto resolvidos, levando à luz verde do regulador, cujos despachos foram esta sexta-feira publicados. A Ryanair lançou já este mês uma campanha promocional para estes destinos com preços a partir de cinco euros.

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Estratégia anticorrupção acordada entre PS e PSD vai hoje a votos no Parlamento

  • Lusa
  • 19 Novembro 2021

O Parlamento vai votar esta sexta-feira as medidas previstas na estratégia nacional anticorrupção do Governo. O regime de proteção dos denunciantes ficou de fora da votação.

O Parlamento vota esta sexta-feira diversas medidas previstas na estratégia nacional anticorrupção do Governo, numa versão concertada entre PS e PSD para garantir a viabilização antes da dissolução da Assembleia da República.

O diploma passou sem votação no plenário para sede de especialidade na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, onde foi atualizado com um texto de substituição coordenado entre os dois maiores partidos, num trabalho essencialmente desenvolvido pelas deputadas Cláudia Santos (PS) e Mónica Quintela (PSD).

O texto de substituição aprovado vai traduzir-se em mudanças no Código Penal, no Código de Processo Penal e em leis conexas, sendo sujeito a votação final global.

Antes de chegar a esta etapa, a estratégia anticorrupção do executivo já havia sido alvo de alterações sobre algumas matérias que suscitaram maior controvérsia, nomeadamente os acordos de sentenças, que os socialistas anunciaram antecipadamente que iriam deixar cair em nome de um consenso, numa decisão que foi saudada pelos sociais-democratas.

Por outro lado, PS e PSD chegaram a um entendimento para que os titulares de cargos políticos que cometam crimes de natureza corruptiva possam ser impedidos pelo tribunal de vir a exercer um cargo político até 10 anos após o cumprimento da pena a que possam ter sido condenados.

Fora das votações desta sexta-feira ficou o regime de proteção dos denunciantes – que serve para corporizar a transposição de uma diretiva europeia para o ordenamento jurídico nacional -, cuja discussão ainda será feita na próxima semana na primeira comissão parlamentar, num derradeiro esforço de concluir esse processo legislativo até à anunciada dissolução da Assembleia da República e a tempo do prazo definido para a respetiva transposição: 17 de dezembro.

Embora não estivesse incluído na estratégia anticorrupção, a criminalização do enriquecimento injustificado vai igualmente ser votada esta sexta-feira, na sequência do trabalho feito na comissão de transparência e estatuto dos deputados.

Entretanto houve já diversas matérias presentes na estratégia nacional anticorrupção 2020-2024 que avançaram no parlamento, nomeadamente a alteração à organização do sistema judiciário ou a fusão no Tribunal Central de Instrução Criminal das competências nacionais que já eram deste tribunal com as competências próprias do juízo de instrução criminal de Lisboa.

Inicialmente apresentada em abril, após aprovação da resolução em Conselho de Ministros, o chamado pacote anticorrupção tinha cinco prioridades para o governo: melhorar o conhecimento e as práticas institucionais em matéria de transparência e integridade; prevenir e detetar os riscos de corrupção na ação pública; comprometer o setor privado na prevenção, deteção e repressão; reforçar a articulação entre instituições públicas e privadas; e garantir uma aplicação mais eficaz e uniforme dos mecanismos legais.

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Integração da CPAS na Segurança Social vai a votos no Parlamento

O Bloco de Esquerda vai levar a votação no Parlamento um projeto de lei que propõe a integração da Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores na Segurança Social.

Foi em janeiro que o Bloco de Esquerda (BE) entregou um projeto de lei que propõe a integração da Caixa de Previdência de Advogados e Solicitadores (CPAS) na Segurança Social. Quase um ano depois, o partido liderado por Catarina Martins vai levar a votos o projeto que pretende que os mais de 35 mil advogados e solicitadores fiquem sujeitos ao regime geral de um trabalhador e não à sua caixa de previdência própria.

“O Bloco leva esta sexta-feira a votos o projeto de integração da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores na Segurança Social. Não seria aceitável que deixássemos terminar a legislatura sem o parlamento tomar decisões sobre a proteção social dos advogados. Assumimos as nossas responsabilidades. Esperamos que todos o façam”, disse José Manuel Pureza do BE, na sua página de Facebook.

A discussão sobre o regime de previdência tem sido recorrente ao longo dos anos, mas face ao período de estado de emergência que o país enfrentou, intensificou-se. Durante este período os tribunais estiveram encerrados impedindo que os advogados tivessem direito a qualquer apoio social por parte da CPAS.

Uma vez que os advogados não descontam para a Segurança Social, mas antes para a CPAS, estes profissionais não têm direito aos apoios do Estado. Face à pandemia Covid-19, a Ordem dos Advogados por várias vezes alertou a direção da CPAS para a adoção de algumas medidas, de forma a garantir o apoio aos beneficiários. Ainda assim, a Caixa de Previdência recusou-se a isentar os associados.

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Áustria vai voltar a confinar e torna vacina obrigatória

  • Lusa e ECO
  • 19 Novembro 2021

A partir de segunda-feira, a Áustria vai voltar a impor o confinamento de toda a população, tornando-se no primeiro país da UE a fazê-lo. A 1 de fevereiro a vacina contra a Covid torna-se obrigatória.

A Áustria vai impor, a partir de segunda-feira, o confinamento de toda a sua população e tornar a vacinação obrigatória a partir de 1 de fevereiro, anunciou hoje o chanceler austríaco, Alexander Schallenberg.

Áustria é o primeiro país da União Europeia a regressar ao confinamento da população face ao ressurgimento dos casos de Covid-19, numa altura em que vários países europeus apertam nas restrições. A medida será imposta poucos dias depois de o país ter decidido confinar as pessoas que não foram vacinadas.

A decisão sobre a vacinação obrigatória foi tomada depois de discussões com todos os governadores regionais. “Não conseguimos convencer pessoas suficientes a serem vacinadas“, disse o chanceler austríaco, Alexander Schallenberg, acrescentando que a vacinação vai tornar-se obrigatória a partir de 1 de fevereiro.

Na Áustria dois terços da população têm a vacinação completa contra a Covid-19, o que representa uma das taxas de inoculação mais baixas da Europa Ocidental. Esta decisão foi tomada na sequência de um aumento significativo de infeções, sendo que atualmente o país está com uma incidência de 991 casos por 100 mil habitantes a sete dias, segundo a Reuters.

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BCP cai mais de 4% e pesa no PSI-20

Depois de um arranque com ganhos ligeiros, o índice de referência nacional cai agora cerca de 1%, penalizado pelas desvalorizações do BCP e da energia.

A praça lisboeta começou o dia com ganhos ligeiros, impulsionada pela valorização da Altri após os resultados trimestrais, mas encontra-se agora no vermelho, com as quedas dos “pesos pesados” da bolsa. O BCP cai mais de 4%, a EDP Renováveis recua quase 2% e a Galp Energia desvaloriza perto de 1%.

O banco liderado por Miguel Maya afunda 4,03% para os 0,1478 euros, atingindo mínimos de 27 de setembro. Já na sessão passada, a banca foi um dos setores mais castigados, “perante o recuo das yields de dívida soberana europeia”, segundo explicavam os analistas do BCP.

BCP desvaloriza 4%

Já a subsidiária EDP Renováveis cai 1,88% para os 21,88 euros, enquanto a casa-mãe EDP perde 0,44% para 4,773 euros. Quanto à Galp Energia, os títulos recuam 1,10% para os 8,60 euros. O setor energético tem estado sob pressão, depois de uma nota da Reuters “apontar que os EUA estão a organizar uma venda organizada das reservas estratégicas de diversos países para baixar os preços do petróleo”, sinalizavam os analistas.

Nos mercados internacionais, o petróleo recua. O barril de Brent, negociado em Londres, cai 1,18% para os 80,28 dólares, enquanto o crude WTI, cotado no Texas, perde 1,19% para 77,48 dólares.

Entre as maiores desvalorizações do PSI-20 encontra-se também a Mota-Engil, que perde 2,59% para 1,242 euros.

Com as desvalorizações de cotadas de peso, o índice de referência nacional segue agora a perder 0,90% para os 5.528,03 pontos. Apenas três cotadas negoceiam em “terreno” verde, enquanto duas se mantêm inalteradas e as restantes registam quedas.

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E-book: tudo o que deve saber sobre o seguro de saúde

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 19 Novembro 2021

O que é um bom seguro de saúde? Qual a diferença entre cartão de saúde e seguro de saúde? Esclareça todas as dúvidas neste e-book sem o "segurês" a atrapalhar e invista no seu bem-estar.

A saúde e bem-estar são pilares essenciais da nossa vida. O acesso aos melhores serviços de saúde é algo que todas as famílias desejam e procuram. Na prática, se temos um problema de saúde, queremos resolvê-lo com todo o conforto e rapidez. O mesmo é dizer que exigimos os melhores especialistas quando quisermos. Infelizmente, se não
temos um bom seguro de saúde temos de nos sujeitar a filas de espera intermináveis no Serviço Nacional de Saúde.

Quais as vantagens do seguro de saúde? Qual a diferença entre ter um seguro de saúde ou um cartão de saúde? O que devo ter em conta ao analisar uma apólice de seguro? Quais as coberturas mais procuradas? Como escolher o melhor seguro de saúde para mim e para a minha família? No e-book “Invista no seu bem-estar com um seguro de saúde”, criado pela Una Seguros em parceria com o ECOseguros, encontrará tudo o que deve saber sobre seguros de saúde, dicas para tomar a melhor decisão e respostas às dúvidas mais frequentes. Tudo isto sem o habitual “segurês” a atrapalhar.

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Mais resistentes e sustentáveis, são assim as malas de viagem do futuro

  • Capital Verde
  • 19 Novembro 2021

Uma mala de viagem com garantia de 20 anos? E feita com materiaias mais sustentáveis? Este é o novo compreomisso da Samsonite

As malas de viagem da nova coleção lançada pela Samsonite estão preparadas para serem reequipadas quando demonstrarem sinais de uso e são feitas com materiais recicláveis.

A Samsonite lançou a Proxis, uma nova coleção de malas rígidas, que integra o compromisso da marca rumo a um futuro mais sustentável, uma vez que podem ser reaproveitadas e/ou recicladas quando o seu ciclo de vida chegar ao fim.

Estas novas malas, que custam entre 379 a 479 euros, também são caracterizadas pela sua rigidez, criada com material Roxkin, com o objetivo de torná-las mais resistentes aos anos de utilização, de forma a aumentar a sua durabilidade e diminuir o seu impacto ecológico.

A Samsonite decidiu, também, incluir as malas Proxis num novo plano de serviço global: o Samsonite Wecare, que oferece um acompanhamento personalizado durante os 10 anos de garantia do produto, bem como nos 10 anos seguintes.

O serviço garante a recolha de todas as malas após cinco ou mais anos de uso, se o consumidor quiser, a fim de lhes dar uma nova vida, seja através de um restauro ou da reutilização dos seus materiais para fazer outros produtos.

Para incentivar a adesão a esta iniciativa, a Samsonite está a oferecer um voucher de 10% de desconto a quem decidir dar uma segunda vida à sua mala de viagem. O voucher deve ser usado até 12 meses em todas as lojas Samsonite ou loja online.

Além de promover a sustentabilidade, este serviço oferece outras vantagens, tais como a personalização gratuita da mala, com as iniciais do nome de quem a usa, e ainda dá prioridade de reparação a todas as malas Proxis que estiverem registadas no site.

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“É preciso vontade política para avançar nas cidades inteligentes”, diz o GeSI

  • Fatima Ferrão
  • 19 Novembro 2021

Ambição, visão, diálogo, inovação, parcerias público-privadas e envolvimento de todos os stakeholders são os ingredientes para construir cidades inteligentes. O digital será o facilitador da inovação.

A fórmula parece simples, mas envolve um conjunto de agentes, públicos e privados, que obrigatoriamente têm que trabalhar em prol do objetivo comum de tornar as cidades mais eficientes e sustentáveis, com vista a melhorar a qualidade de vida das populações. Mas, para avançar, “é preciso vontade política”, desafia Luís Neves. Para o CEO do GeSI (Global Enabling Sustainability Initiative), associação empresarial mundial dedicada ao setor das TIC, e que visa responder a um conjunto de desafios globais, a tecnologia existe e tem o poder e a capacidade de ajudar a reduzir as emissões de CO2, “mas é preciso ser implementada”.

O responsável falava durante a sessão de encerramento do Smart Cities Summit, que decorreu esta semana na FIL, em Lisboa, fazendo um apanhado dos três dias de debate, e apelando à mobilização de todos os players que podem fazer a diferença na transformação das cidades tal como hoje as conhecemos. “Esta mudança é urgente e exige políticas integradas que melhorem a vida dos cidadãos”, acrescenta, lembrando que, hoje, 55% da população mundial vive em áreas urbanas e que as previsões apontam para que, em 2050, sejam 78%.

Ao longo do dia estiveram em debate outros temas incontornáveis na construção e gestão das cidades inteligentes, como a água, os resíduos, o ambiente, e a sustentabilidade nos edifícios ou na mobilidade. Não faltou a discussão sobre a importância da descarbonização, essencial para a eficiência energética, das casas ou dos transportes, ou o 5G, o facilitador que chega agora a Portugal, sob a forma de “uma verdadeira disrupção”, como disse Manuel Ramalho Eanes, administrador da NOS.

“Estamos a entrar na era do 5G”

Uma revolução tecnológica, mas também social, é a forma como Manuel Ramalho Eanes classifica a chegada do 5G que terá um impacto em diferentes vertentes da sociedade e da economia. Segundo um estudo do GeSI, o 5G terá um impacto de 15% na diminuição das emissões de CO2 no mundo, permitirá aumentar a produtividade e a produção industrial entre 20 e 30%, e contribuirá para uma redução de 25% no tráfego das cidades. Números que tornam a tecnologia apelativa e que lhe conferem uma possibilidade de implementação global muito elevada.

"O 5G é uma tecnologia que permite criar sociedades e cidades superinteligentes.”

Manuel Ramalho Eanes

Administrador executivo da Nos

Manuel Eanes aponta ainda a vantagem na redução do consumo energético associado às telecomunicações que, gastando menos, terão maior capacidade de oferta e de gestão de serviços. “É uma tecnologia que permite criar sociedades e cidades superinteligentes”, acredita. Basta considerar que tem dez vezes mais velocidade, um décimo do tempo de resposta, e que permite ligar até um milhão de objetos por quilómetro quadrado. A juntar a isso, completa, “a sua super-resiliência é ideal para setores como a indústria ou a saúde, porque a rede ajusta-se conforme o serviço”.

De entre as vantagens diretas para os utilizadores, o administrador da NOS, destaca a possibilidade de otimizar o tráfego, ajudando a gerir a mobilidade nas cidades, a capacidade de otimizar recursos variados para uma maior eficiência nos meios urbanos, criar novos serviços que, entre outras coisas, permitam às pessoas mais idosas manterem-se, de forma segura, nas suas casas até mais tarde, ou facilitar o acesso à cultura.

Melhor mobilidade exige descarbonização

Durante o primeiro estado de emergência, em março de 2020, a quebra na mobilidade foi de 70% na região da Grande Lisboa, revela um estudo da NOS, citado por Pedro Machado, responsável de novos negócios B2B da operadora, que moderou esta tarde o debate sobre “Mobilidade: Transição Progressiva”.

Esta reação a uma situação extrema acabou por provocar uma mudança geral nas opções de mobilidade dos cidadãos. “Num ano alterou-se tudo”, diz Paulo Rodrigues, fundador e CEO da MOB. No fundo, acrescenta Paulo Humanes, “foi a confirmação de que não precisamos sempre do mesmo modo para as deslocações”. O responsável de mobilidade do CEEIA acredita que este foi o primeiro passo para a micromobilidade, na qual a bicicleta desempenha um papel essencial. Agora, revela, o trabalho do centro de investigação será compreender como funciona o ecossistema da mobilidade e de que forma “podemos usar os dados para geri-la da melhor maneira”.

No entanto, para que a intermodalidade entre diferentes formas de transporte possa ser uma realidade, é preciso descarbonizar. Em representação da Galp no debate sobre “Energia – a revolução urbana inevitável”, Teresa Abecassis destacou o trabalho que a empresa tem vindo a desenvolver ao nível da transição energética, com impacto também na oferta de produtos e serviços essenciais nas cidades. “Usar um carro elétrico não pode ser um pesadelo”, aponta, salientando a importância de aumentar o número de carregadores disponíveis nas cidades.

Até ao fim do ano, a Galp tem como meta instalar mil pontos de carregamento em todo o país, número de deverá chegar aos dez mil em 2025. Em simultâneo, a energética está a investir em empresas de tecnologia – como a Go With Flow, na gestão da mobilidade, ou a EI (Energia Independente) para a comercialização de soluções solares -, com vista a ter ‘em casa’ os dados e o conhecimento essenciais para o negócio. “Hoje ninguém tem dúvidas de que o caminho é o da transição energética, da descarbonização, e da eficiência energética”, diz a administradora para a área comercial.

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