Ainda há uma “montanha para escalar”, diz presidente da COP26

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

"A nossa tarefa coletiva amanhã [quinta-feira] será identificar o mais elevado denominador comum entre as partes", reforçou Alok Sharma.

O presidente da cimeira do clima da ONU pediu esta quarta-feira “abertura e flexibilidade” aos negociadores da COP26, afirmando esperar um texto de resoluções “praticamente final” até quinta-feira de manhã, mas reconhecendo que ainda há “uma montanha para escalar”.

Falando num plenário de balanço intercalar das negociações, Alok Sharma avisou que “o tempo não está do lado” da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) e que “em alguns assuntos ainda há uma montanha para escalar”, antecipando que hoje será “um dia muito longo”.

Alok Sharma afirmou esperar que as equipas técnicas e ministeriais publiquem “durante a noite” o que espera ser “um texto praticamente final” que conduza na sexta-feira a “um resultado ambicioso e equilibrado” através de “uma série de decisões e conclusões consensuais”.

“A nossa tarefa coletiva amanhã [quinta-feira] será identificar o mais elevado denominador comum entre as partes”, reforçou.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, defendeu que “a retórica na sala tem que levar a ação imediata e concreta em adaptação” e declarou-se “de mangas arregaçadas”.

“Todos os países desenvolvidos como a União Europeia e os seus membros têm uma responsabilidade clara”, salientou, apelando para que “todos os que ainda não aumentaram os compromissos em financiamento climático para adaptação” o façam.

“Nos três últimos dias, quase 800 milhões de dólares foram angariados para financiamento à adaptação em benefício dos países menos desenvolvidos mais vulneráveis”, apontou, acrescentando que “mais de três quartos vieram da Europa”.

A ministra do Ambiente das Maldivas, Aminauth Shauna, afirmou que para já, as partes concordaram em “estabelecer e lançar um programa de trabalho vigente por dois anos no objetivo global da adaptação, que começará a trabalhar imediatamente”.

O seu homólogo norueguês, Espen Eide, afirmou que ainda não há acordo político sobre o financiamento da adaptação ás alterações climáticas.

Estabelecimento de um mercado de carbono e mecanismos de perdas e danos são outras áreas centrais da negociação em que ainda não há consenso.

O plenário de avaliação do progresso das negociações voltará a reunir-se na quinta-feira de manhã.

Alok Sharma garante que está a “trabalhar arduamente” para obter mais compromissos em termos de financiamento para o combate e adaptação às alterações climáticas.

“Não há dúvida que é pedir muito a países em desenvolvimento e países vulneráveis às alterações climáticas para fazerem mais em termos de adaptação. Estamos a esforçar bastante para conseguir que algo seja concretizado em termos de reequilíbrio do financiamento da adaptação e da mitigação”, afirmou em conferência de imprensa em Glasgow, onde a COP26 tem encerramento previsto para sexta-feira.

Os países desenvolvidos comprometeram-se em 2009 com financiamento para planos de mitigação e adaptação em países em desenvolvimento, acordando em mobilizar anualmente um total de cerca de 100 mil milhões de dólares (86 mil milhões de euros).

Inicialmente, o objetivo era que esse nível de financiamento fosse conseguido até 2020, mas o plano de ação publicado pela presidência britânica da COP26 admitiu que tal só deverá acontecer em 2023.

Alok Sharma, antigo ministro da Economia britânico, admitiu ainda restar “muito trabalho por fazer”, apesar dos “anúncios positivos” de 350 milhões de dólares em contribuições para o Fundo de Adaptação e de 413 milhões de dólares para o Fundo dos Países Menos Desenvolvidos.

“Vou continuar a dar prioridade ao financiamento, como fiz ao longo do tempo nesta função, e pedi aos países desenvolvidos que sejam flexíveis nas suas posições”, acrescentou.

Além do financiamento, o estabelecimento de um mercado de carbono, mecanismos de perdas e danos e a questão da transparência no registo das emissões de gases com efeito de estufa são algumas das questões ainda em aberto na COP26

Sharma revelou que os chefes de delegações serão convocados ainda esta tarde para fazer um balanço das opiniões sobre os textos finais e que ele próprio irá rever o caminho percorrido e reunir com ministros no final da tarde, seguido pela publicação durante a noite de novos rascunhos “quase finais”.

Na quinta-feira, países e observadores vão reunir em plenário de manhã para partilharem opiniões.

“A tarefa de finalizar todos os textos, incluindo as decisões gerais será um desafio, mas todos sabemos o que está em risco se não alcançarmos um resultado ambicioso. Os países vulneráveis na linha de frente da crise climática continuarão a suportar o fardo antes de nos afetar a todos”, vincou o presidente da COP26.

Por isso, apelou para um “espírito pragmático” nos próximos dias para a conferência poder encerrar no dia previsto, sexta-feira.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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PRR

Projeto do Politécnico de Setúbal vai ser financiado em quase 10 milhões pelo PRR

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Novembro 2021

O projeto SONDA2026, com mais de 150 parceiros, vai ser financiado em quase 10 milhões de euros, após ver aprovada a sua candidatura aos programas "Impulso Jovens STEAM" e "Impulso Adultos".

O projeto SONDA2026 – Smart Open Networks for Development Acceleration, do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), vai ser financiado em mais de nove milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A candidatura do IPS, aprovada esta quarta-feira, obteve uma classificação de 9,63 num máximo de 10 pontos, a mais elevada entre todos os politécnicos.

O SONDA2026 integra mais de 150 parceiros e receberá um financiamento de 9.804.000 de euros, que resulta da sua candidatura aos programas “Impulso Jovens STEAM” e “Impulso Adultos”, criados para apoiar iniciativas a desenvolver por instituições de ensino superior, em parceria ou consórcio com empresas, autarquias e outras entidades públicas locais, regionais e nacionais.

O objetivo do projeto passa por “cobrir três lacunas essenciais na oferta pública de ensino superior, nomeadamente a inexistência de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) na zona norte de Lisboa, que já está a ser suprida pelo IPS com a abertura de quatro formações nos concelhos de Amadora, Loures e Vila Franca de Xira”, indica a instituição em comunicado.

Além disso, o Politécnico de Setúbal identificou a inexistência de um estabelecimento de ensino superior “que sirva a região do Alentejo Litoral”. Este vazio será colmatado com a construção da sexta escola superior do IPS, que será elaborada em parceria com a Câmara Municipal de Sines, na sequência de um protocolo assinado no passado mês de julho. A candidatura aprovada pretende ainda “contribuir para ultrapassar o défice nacional no que respeita à formação ao longo da vida, em especial nas áreas das competências digitais e da saúde“.

Segundo o presidente da instituição, Pedro Dominguinhos, citado no comunicado, o projeto SONDA2026 “constituirá um marco relevante para o IPS e para a região, porquanto permite qualificar mais pessoas, jovens e adultos, promover a inclusão e o desenvolvimento regional” e, também, “financiar a construção de um edifício próprio para a Escola Superior de Saúde”, um projeto pendente há 20 anos.

Além do município de Sines, este projeto faz parceria com a Microsoft, a Everis e a Deloitte, e também com instituições particulares de solidariedade social, misericórdias, hospitais, unidades de saúde e outras autarquias.

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Bombeiros que transportam doentes vão receber 3.ª dose contra a Covid

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

Além dos profissionais de saúde, também os bombeiros envolvidos no transporte de doentes vão receber a dose de reforço da vacina contra a Covid.

A dose de reforço da vacina contra a Covid-19 vai ser dada também aos bombeiros envolvidos no transporte de doentes, segundo a norma atualizada pela Direção Geral da Saúde (DGS).

De acordo com a norma, a prioridade na dose de reforço vai para os residentes e utentes de lares e da rede de cuidados continuados, seguindo-se as pessoas com 80 ou mais anos, as pessoas com 65 ou mais anos, os profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados, os profissionais dos lares e unidades da rede de cuidados continuados integrados que prestem cuidados de saúde e os bombeiros envolvidos no transporte de doentes.

A norma indica também que os serviços ou entidades que empregam os profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados de saúde e os bombeiros envolvidos no transporte de doentes devem identificar os profissionais a vacinar e garantir a convocatória e o ato vacinal nos pontos de vacinação.

Os outros profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados podem dirigir-se aos pontos de vacinação existentes, sem necessidade de agendamento e usando a modalidade “Casa Aberta”, apresentando a célula profissional ou declaração da entidade patronal.

“A priorização e a vacinação destes profissionais é realizada em pontos de vacinação, nos termos da presente norma, definidos para o efeito pelos respetivos serviços ou entidades, e sempre que possível, através dos Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho / Saúde Ocupacional”, acrescenta.

A DGS indica igualmente que se o esquema vacinal primário tiver sido realizado com uma vacina de mRNA, a dose de reforço deve ser da mesma marca.

Acrescenta que a vacinação das pessoas elegíveis para a dose de reforço deve ser realizada sempre com as vacinas da Pfizer (Comirnaty) ou Moderna (Spikevax), com um intervalo de, pelo menos, seis meses após a conclusão do esquema vacinal primário, independentemente da vacina inicialmente utilizada.

A norma refere ainda que “devem ser consideradas estratégias para a rentabilização dos frascos multidose com o objetivo da prevenção do desperdício de doses em cada sessão vacinal”.

Segundo a DGS, na segunda-feira, dia em que abriu a modalidade “Casa Aberta” para as pessoas com 80 ou mais anos, receberam a dose de reforço 33.600 idosos.

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Maior avanço da inflação desde 1990 assusta bolsas de Nova Iorque

Índice de preços no consumir registou o maior avanço em três décadas, reforçando a ideia de que a inflação elevada não será temporária. Wall Street cede no arranque da sessão.

Wall Street abriu a sessão desta quarta-feira em terreno negativo, com os investidores preocupados com a subida dos preços no consumidor nos EUA no mês passado, deixando sinais de que a inflação elevada veio para ficar e pode não ser passageira.

O índice S&P 500 cai 0,42%, para 4.665,64 pontos, ao mesmo tempo que o tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones cedem 0,83% e 0,16%, respetivamente.

De acordo com o Departamento do Trabalho, o índice de preços no consumidor subiu 6,2% nos 12 meses até outubro, o maior avanço anual desde novembro de 1990. Esta evolução terá a ver com os problemas nas cadeias de distribuição em todo o mundo.

“Embora a Reserva Federal americana acredite que a inflação é transitória, as evidências começam a mostrar que isso não é verdade”, referiu Rick Meckler, da Cherry Lane Investments, citado pela Reuters.

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Operação Míriade: Já são conhecidas as medidas de coação

Dois dos 11 arguidos vão ficar em prisão preventiva, quatro suspensos de funções, nove ficam sujeitos à medida de coação de apresentações periódicas e oito não podem ausentar-se do país.

Já são conhecidas as medidas de coação dos arguidos no âmbito da operação Míriade. Dois dos 11 arguidos vão ficar em prisão preventiva e quatro suspensos de funções. Por outro lado, nove dos arguidos ficam sujeitos à medida de coação de apresentações periódicas semanais e oito ficarão proibidos de contactar com os outros arguidos e ausentar-se do país.

Dos 11 arguidos, apenas cinco decidiram prestar declarações esta quarta-feira no Campus da Justiça perante o juiz Carlos Alexandre.

A Polícia Judiciária (PJ) executou, a 8 de novembro, 100 mandados de busca e fez 11 detenções, incluindo militares, um advogado, um agente da PSP e um guarda da GNR, no âmbito da Operação Miríade, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais que “se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas”, com vista ao branqueamento de capitais.

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares portugueses em missões da ONU na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como “correios no tráfego de diamantes”, adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.

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Morais Leitão renova certificação de “Empresa Familiarmente Responsável” e sobe de classificação

Melhorando a classificação para "B", a Morais Leitão renovou a certificação como “Empresa Familiarmente Responsável”, confirmado pela APCER – Associação Portuguesa de Certificação.

A Morais Leitão renovou recentemente a certificação como “Empresa Familiarmente Responsável”, tendo melhorado a classificação obtida para “B”, correspondente a uma entidade especialmente proativa em matéria de gestão da conciliação da vida profissional com a familiar.

“A renovação desta certificação resulta de um exigente processo de análise e avaliação, qualitativa e quantitativa, marcado por fases de inquéritos, entrevistas e adequação de políticas e procedimentos; decorre também de um conjunto alargado de medidas em áreas tão importantes como a qualidade do trabalho, a flexibilidade temporal e espacial, o apoio à família, o desenvolvimento pessoal e profissional, a igualdade de oportunidades e a liderança e estilos de direção”, refere a firma em comunicado.

O certificado EFR foi confirmado pela APCER – Associação Portuguesa de Certificação, em colaboração com a ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores e com a Fundación Másfamilia, entidades coemissoras do certificado.

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Subida dos juros será estruturalmente positiva para as receitas dos bancos

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

A agência de rating DBRS Morningstar aponta que a perspetiva de subida das taxas de juros é "estruturalmente" positiva "para as receitas dos bancos europeus".

A perspetiva da subida das taxas de juro, apesar da incerteza sobre quando possa acontecer, será estruturalmente positiva para as receitas dos bancos, de acordo com uma nota da agência de rating DBRS Morningstar divulgada esta quarta-feira.

“Taxas de juro mais altas parecem estar no horizonte, apesar do tempo [da alteração] não ser claro, e no geral isto seria estruturalmente positivo para as receitas dos bancos europeus”, pode ler-se na nota hoje divulgada.

Porém, ao mesmo tempo, “as baixas taxas são tipicamente associadas a um baixo custo do risco, ao passo que as taxas maiores estão associadas com um mais alto custo do risco”.

“Com a pandemia como fundo, um aumento nas taxas de juro pode acelerar uma deterioração no custo do risco para além do aumento associado de receitas. Quando e quão rápido aumentarem as taxas, e se um aumento reflete uma economia mais forte, são considerações chave”, realça a agência canadiana.

A DBRS Morningstar relembra que “os bancos europeus têm estado a operar num ambiente de taxas negativas desde 2014 e isto colocou pressão persistente nas receitas dos bancos, bem como os forçou a cortar a sua base de custos operativos para compensar a pressão sobre as receitas”.

A nossa expectativa é que taxas mais altas melhorariam a rendibilidade dos bancos. Esperamos que um aumento nas taxas de juro empurre as margens líquidas para cima”, antevê a DBRS.

A agência de notação financeira releva ainda a importância do ritmo de uma eventual subida, já que seria uma “consideração chave para avaliar o impacto potencial das taxas mais altas nos bancos europeus”.

“O nosso cenário principal é que qualquer aumento de taxas de juro será pequeno com pequenas subidas subsequentes espalhadas ao longo do tempo”, revela a agência canadiana.

Especificamente nos bancos europeus, tal aumento significaria “um regresso potencial a taxas positivas no BCE [Banco Central Europeu], o que seria estruturalmente mais sustentável para os bancos”.

Adicionalmente, consideramos que um aumento nas taxas de juro poderia significar menos pressão na base de custos operacionais, dado que maiores receitas devem providenciar mais espaço de manobra para gerir os custos operacionais e os recursos, ao invés de se focarem somente na redução de custos operacionais para compensar a pressão nas receitas”, sustenta a DBRS.

Por outro lado, a DBRS alerta que, para os devedores com taxas variáveis, “maiores taxas levam a maior pagamento de juros e pode afetar a capacidade dos devedores mais fracos pagarem”.

“O impacto da pandemia na qualidade dos ativos dos bancos permanece difícil de avaliar, e ainda estamos numa situação de ‘esperar para ver’, mas um aumento nas taxas poderia acelerar a deterioração da qualidade dos ativos”, alerta a DBRS.

Também é antevisto que se se provar que a resposta do BCE ao aumento da inflação for demasiado demorada, “em parte devido ao facto que certas jurisdições europeias ainda não tenham recuperado, também pode significar que um aumento nas taxas teria eventualmente que ser maior e menos gradual, com um maior risco de afetar negativamente a qualidade dos ativos dos bancos”.

A DBRS dá o exemplo de que alguns países têm “historicamente uma maior proporção elevada de empréstimos com taxa fixa, que não seriam afetados pelo aumento das taxas”.

Já outros países “têm um nível alto de taxas variáveis, mas também a capacidade de aumentar o uso de componentes exclusivamente ligadas aos juros”. “Por exemplo, os bancos nos Países Baixos mudaram os clientes em dificuldades para empréstimos onde só pagavam os juros durante a crise de 2013, até poderem pagar o capital novamente”, assinala a DBRS.

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Governo diz que não há desacordo com partidos sobre objetivos estratégicos do Portugal 2030

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

“Não fomos alertados para nenhuma zona de dissenso particular relativamente aos objetivos estratégicos que apresentámos neste documento”, sustentou o ministro do Planeamento, Nelson de Souza.

O ministro do Planeamento considerou esta quarta-feira que não houve um “dissenso particular” sobre os objetivos estratégicos do Portugal 2030 durante as audições com os partidos e deputados com representação parlamentar e que o executivo ouviu as sugestões feitas.

No final de uma ronda de reuniões com as bancadas parlamentares, com os deputados únicos da Iniciativa Liberal e do Chega e a deputada não inscrita Cristina Rodrigues, que começou na terça-feira e acabou esta quarta-feira ao final da manhã, Nelson de Souza destacou que os partidos apresentaram “pontos de vista” diferentes, mas houve relativa convergência.

“Não fomos alertados para nenhuma zona de dissenso particular relativamente aos objetivos estratégicos que apresentámos neste documento”, sustentou.

O governante disse ainda que “todos deram o acordo a este processo”, que vai permitir conciliar não só a “vontade de não querer parar o processo, não prejudicar a velocidade de acesso” aos fundos europeus, mas também “não trazer qualquer tipo de condicionamento a uma vontade natural de decisão plena que caberá ao próximo Governo” – saído das legislativas de 30 de janeiro – “em matéria de formatação final deste acordo de parceria a negociar com a Comissão Europeia”.

Finalizado este processo, prosseguiu o ministro, avançarão várias reuniões durante a tarde desta quarta-feira e na quinta-feira o Conselho de Ministros “decidirá sobre a versão final deste Acordo de Parceria nesta fase preliminar”, já que durante a próxima semana vai arrancar o processo de auscultação pública e que durará duas semanas.

Questionado sobre a não realização da reunião com as confederações patronais, na terça-feira, Nelson de Souza respondeu que não houve uma recusa daquelas entidades em reunir com o Governo. O ministro do Planeamento justificou a ausência desta reunião com impossibilidade de conciliar agenda da maioria das confederações, o que levou o Governo a cancelá-la. “Gostava de ter tido a oportunidade de beneficiar do contributo das confederações nesta fase, mas havemos de ter outra oportunidade de, durante a fase subsequente, ao mesmo tempo que está a decorrer a consulta pública, de vir colmatar essa não realização desta reunião”, completou.

O ministro do Planeamento e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, tem estado a apresentar as Linhas Orientadoras do Acordo de Parceria Portugal 2030, o novo quadro financeiro plurianual da União Europeia, que vai substituir o Portugal 2020. Na segunda-feira, o Governo recebeu no parlamento BE, PSD, PCP, CDS-PP, PAN, PEV e PS. As reuniões desta quarta-feira decorreram com os partidos Chega e Iniciativa Liberal e a deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

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TTR. VdA, Uría e Morais Leitão lideram em valor de operações

VdA liderou por valor total das operações, cerca de 3.450,80 milhões de euros. A Garrigues liderou o ranking de assessores jurídicos por número de transações, com 20.

O recente ranking da TTR – Transactional Track Record, com análise do período entre 1 de janeiro e 31 de outubro de 2021, revela quais foram os principais escritórios de advogados e legal advisors, nas principais operações de M&A, Venture Capital, Private Equity e Asset Acquisition. A Vieira de Almeida (VdA) liderou por valor total das operações, cerca de 3.450,80 milhões de euros. A Garrigues liderou o ranking de assessores jurídicos por número de transações, com 20.

Segundo o relatório da TTR, nos primeiros dez meses do ano foram realizadas 413 transações que se traduziram num valor total de 10.560 milhões de euros. Das quatro áreas, M&A destacou-se com 204 transações (3.705 milhões de euros), seguida por Asset Acquisition com 93 transações (3.389 milhões de euros), Venture Capital com 90 transações (1.297 milhões de euros), e Private Equity com 27 transações (2.169 milhões de euros).

O TTR selecionou como transação do mês o investimento da Goldman Sachs Asset Management na Constructel Visabeira, em troca de uma participação minoritária não divulgada. O valor da transação foi de 200 milhões de euros. A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios VdA e Linklaters UK.

M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

As sociedades em destaque são a Vieira de Almeida, com um valor de 3.450,80 milhões de euros, seguida pela Uría Menéndez – Proença de Carvalho, com 3.398,65 milhões, e a fechar o top 3 a Morais Leitão com um valor total de 1.181,36 milhões de euros. A fechar o top 5 ficaram a Cuatrecasas, com 1.128,31, e a SRS Advogados, com 550,10 milhões.

No que concerne ao número de transações em M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions a liderar a tabela ficou a Garrigues, como 20, seguida pela Morais Leitão e SRS, cada uma com 18 transações. No top 5 ficou também a PLMJ, com 15, e a Cuatrecasas, com 14 negócios.

Private Equity

Na área de Private Equity as sociedades em destaque são a Uría Menéndez – Proença de Carvalho, com um valor de 1.403,40 milhões de euros, seguida pela VdA, com 1.358,40 milhões, a Morais Leitão e Cuatrecasas, com 528 milhões cada, e a PLMJ, com 255,07 milhões.

Já relativamente ao número de transações, a PLMJ ficou em primeiro lugar, com seis transações, seguida pela Uría Menéndez – Proença de Carvalho, com quatro, e a VdA e Morais Leitão, cada uma com três.

Venture Capital

Na área de Venture Capital as sociedades em destaque são a Morais Leitão, com um valor de 293,16 milhões de euros, a Garrigues, com 175,84 milhões, e a Uría Menéndez – Proença de Carvalho, com 168,99 milhões de euros.

Já relativamente ao número de transações, a SRS Advogados ficou em primeiro lugar, com 14 transações, seguida pela Morais Leitão (nove), CCA (cinco) e PLMJ e Garrigues, com quatro cada.

Equity Capital Markets

A Morais Leitão foi a sociedade de advogados referenciada com as transações de Equity Capital Markets de maior valor, 1.600 milhões de euros. O top 3 contou com a DLA Piper ABBC e a Uría Menéndez – Proença de Carvalho com 1.500 milhões de euros cada. Relativamente ao número de transações, a Morais Leitão e a VdA lideram com duas operações cada.

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Nos espera que atribuição das licenças de 5G aconteça ainda este ano

Manuel Ramalho Eanes, administrador da NOS, espera que oferta comercial da rede 5G aconteça ainda até ao final do ano, apesar do atraso no leilão.

Oferta comercial do 5G vai estar disponível no dia seguinte à atribuição das licenças, que espero que aconteça até ao final do ano”, afirmou esta quarta-feira Manuel Ramalho Eanes, administrador executivo da NOS, à margem da apresentação da primeira fábrica 5G, a unidade da Sumol+Compal em Almeirim.

Para o 5G chegar ainda este ano, Anacom e operadoras teriam de cumprir várias formalidades antes do fim do prazo limite. Quando arrancar, a Nos vai disponibilizar a quinta geração móvel em todas as capitais de distrito, garantiu o responsável.

Apesar do atraso no leilão da quinta geração móvel, o administrador executivo da Nos acredita ser possível chegar a 2025 com 95% da população e 90% das freguesias de baixa densidade cobertas, conforme preveem as condições do regulador. “Considerando que a Nos não esperou pelo fim do leilão para fazer o deployment da rede, esses objetivos são exequíveis“, afirmou.

“A Nos tem como missão liderar a era do 5G em Portugal. Para isso temos de ter mais capacidade de espetro, que ficou garantido com a vitória no leilão, entregar às empresas e famílias melhor rede 5G e trazer inovação para tirarem o máximo partido da tecnologia”, acrescentou.

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Portugal fora de acordo para pôr fim a veículos poluentes

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

Portugal apenas se compromete a proibir veículos exclusivamente movidos com combustíveis fósseis até 2035, deixando de fora os automóveis a gasolina e gasóleo híbridos.

Um grupo de países e empresas anunciou planos para deixar de produzir automóveis com motores de combustão e dedicar-se aos veículos elétricos até 2040 e, ou mais cedo, em 2035, nos principais mercados, mas Portugal ficou de fora.

A declaração foi divulgada paralelamente à 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26), a decorrer em Glasgow e dedicada esta quarta-feira ao tema dos Transportes, e foi apoiada por países como Cabo Verde, Canadá, Chile, Dinamarca, Índia, Nova Zelândia, Polónia, Suécia, Turquia e Reino Unido.

Ford, General Motors, Mercedes Benz e Volvo, assim como vários estados e cidades nos Estados Unidos e noutros países subscreveram, bem como outras empresas como a energética portuguesa EDP, a farmacêutica AstraZeneca ou a plataforma de Uber.

Porém, de fora ficaram países europeus com uma importante indústria automóvel, como França e Alemanha, bem como os Estados Unidos e China, e construtores como a Volkswagen ou Renault.

O grupo ecológico Transporte e Meio Ambiente (T&E), a que a portuguesa Zero pertence, lamentou estas ausências, referindo que “será necessário mais do que uma declaração não vinculativa para limpar a maior fonte de poluição dos transportes” e urgiu que as promessas sejam reforçadas por “metas reais estabelecidas por lei”.

Na Lei de Bases sobre a Política do Clima, aprovada na sexta-feira, Portugal apenas se compromete a proibir veículos exclusivamente movidos com combustíveis fósseis até 2035, deixando de fora os automóveis a gasolina e gasóleo híbridos, o que a associação ambientalista Zero condenou.

Separadamente, vários países também se comprometeram a eliminar gradualmente o uso de camiões e autocarros com motores de combustão interna, associando-se a empresas envolvidas no transporte rodoviário, como grupo de entregas DHL, a construtora Scania e a cervejeira holandesa Heineken.

Decisores políticos e milhares de especialistas e ativistas reúnem-se até sexta-feira na COP26 para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e aumentar o financiamento para ajudar países afetados a enfrentar a crise climática.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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Gouveia e Melo rejeita regresso à task force e critica “sebastianismo”

  • Lusa
  • 10 Novembro 2021

"Estarei sempre disponível enquanto militar, mas gostaria de ver a nossa sociedade a andar para a frente de outra forma: sem nenhum Sebastião", sublinhou o vice-almirante.

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo não vê com bons olhos o seu regresso à task force do processo de vacinação contra a Covid-19, rejeitando um “sebastianismo” que não seria saudável para o país.

Estarei sempre disponível enquanto militar, mas gostaria de ver a nossa sociedade a andar para a frente de outra forma: sem nenhum Sebastião, porque Sebastião é cada um de nós”, disse o ex-coordenador da task force, numa conferência no Dia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

O militar defendeu que o país deve dar espaço às instituições nacionais para solidificarem as suas capacidades, “sob o risco de andarmos sempre de processo excecional em processo excecional”.

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