Aicep expõe produtos “made in Portugal” na loja chinesa da Alibaba

De acordo com a Aicep, o comércio online no segmento de comida e bebidas poderá crescer mais de 8% ao ano até 2024. A agência considera que e-commerce "pode ser a chave para o sucesso das empresas".

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep) vai lançar esta quarta-feira a iniciativa “Agregador de Produtos Agroalimentares Portugueses”, uma espécie de montra de produtos agroalimentares portugueses no marketplace chinês Alibaba. “O e-commerce pode ser a chave para o sucesso das empresas do setor”, acredita a Aicep.

O projeto juntará artigos de diversas empresas portuguesas do setor agroalimentar numa página web comum na plataforma chinesa, com gestão comercial e de marketing conjunta. Com o apoio da Aicep e da AMVOS Digital, “será possível garantir uma gestão profissional desta página web e reduzir significativamente os encargos financeiros das empresas, o que criará condições propícias para um melhor desempenho no e-commerce.

A Aicep espera que o comércio online no segmento de comida e bebidas cresça mais de 8% ao ano até 2024, o que aumenta a necessidade de as empresas portuguesas desenvolverem estratégias de e-commerce eficazes. O objetivo é ganhar quota de mercado e aumentar o volume de negócios das empresas participantes, aumentando a “competição online” a médio prazo.

“O setor agroalimentar irá enfrentar grandes desafios nas próximas décadas, num contexto de rápida mudança das tendências e escolhas dos consumidores. O e-commerce pode ser a chave para o sucesso das empresas do setor, que conseguirão competir mais livremente e com acesso a um grande mercado global”, explica a Aicep em comunicado.

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BE acusa Governo de “não mostrar vontade para negociar”

  • ECO
  • 25 Outubro 2021

O Bloco argumenta que o Governo "sabe há muito tempo" quais são as nove propostas que o BE levou a negociação, essenciais para a viabilização do Orçamento do Estado.

À medida que se aproxima a votação na generalidade do Orçamento do Estado, mantém-se o impasse nas negociações entre o Bloco de Esquerda e o Governo. Depois de o Executivo pedir ao partido que faça uma avaliação do OE para além das nove propostas que exigiu para a viabilização, o Bloco diz que o Governo “não mostra uma vontade de negociar”.

“Do ponto de vista negocial, é estranho que o Governo peça isso, porque o Governo sabe há muito tempo que estas são as nove propostas que o BE levou a negociação”, reiterou Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do BE, em entrevista à TSF. No que diz respeito a estas medidas, o Governo “não deu respostas satisfatórias, e na maioria delas, não deu sequer resposta”, apontou.

O Bloco anunciou este domingo que votará contra o OE “se nada for feito”, o que motivou o Governo a acusar o partido de “intransigência”. Pedro Filipe Soares defende que “não faz sentido ao longo de todo este processo acusar o BE de intransigência e, desse ponto de vista, o BE tem disponibilidade para dialogar e negociar com o Governo”. As negociações poderão assim continuar, até à votação na generalidade, que está marcada para esta quarta-feira, no Parlamento.

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Clima incerto e vespa asiática ameaçam produção de mel na região Centro

  • Lusa
  • 25 Outubro 2021

A instabilidade climática e os ataques da vespa asiática são as principais causas da baixa produção de mel dos últimos anos. “Se o Estado não tomar medidas, a apicultura entra em declínio”.

A instabilidade climática é uma das causas da baixa produção de mel dos últimos anos, no Centro de Portugal, podendo os novos projetos evitar o futuro amargo traçado para esta atividade por alguns apicultores.

Ao clima irregular, que não atinge por igual todos os municípios da região, juntam-se a proliferação da vespa velutina, predadora de abelhas e outros insetos, os custos de produção e o impacto dos incêndios no coberto vegetal, entre outros fatores.

“Se o Estado não tomar medidas de apoio direto à produção, por colmeia, a apicultura entra em declínio”, alerta a diretora executiva da Lousãmel – Cooperativa Agrícola dos Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes, Ana Paula Sançana.

Devido aos ataques da também designada vespa asiática, que vieram somar-se à infestação das colmeias pela varroa, um ácaro que dizima as colónias de abelhas, “são agora muitos os encargos”, afirma à agência Lusa.

“O maneio precisa cada vez de mais cuidados, para não perdermos os efetivos”, adianta Ana Paula Sançana, ao enfatizar que a velutina “traz muitos problemas”.

Idêntica opinião tem Tiago Valdeira João, que possui 300 colmeias na Sertã, distrito de Castelo Branco.

“A apicultura é dos negócios mais instáveis que existem. Muitos fatores podem influenciar a abelha e o próprio clima não é certo”, refere.

Tiago João, de 28 anos, iniciou em 2018 um projeto, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), que deveria terminar em 2023, mas que foi prolongado até 2024, na sequência da pandemia da Covid-19.

O apicultor reconhece que “as dificuldades surgem sempre”, mas recusa uma visão pessimista do seu trabalho.

“Este ano, já tive alguma quantidade de mel”, após três anos a apostar no “desdobramento dos enxames” tendo em vista cumprir a meta das 300 colmeias, que estão distribuídas por nove apiários, entre Sertã e Proença-a-Nova.

Na região demarcada do mel com denominação de origem protegida (DOP) Serra da Lousã, gerida pela Lousãmel, no distrito de Coimbra, as manchas de urze, cuja flor determina as características deste produto natural, têm diminuído por causa dos fogos e da propagação das espécies invasoras.

“A qualidade do mel DOP não está em causa. O problema é a quantidade”, assegura Ana Paula Sançana, segundo a qual “há apicultores desmotivados com o aumento dos encargos fixos e que acabam por sair do processo de certificação”.

O presidente da Lousãmel, António Carvalho, confirma o atual panorama do mel DOP Serra da Lousã.

“Desde os incêndios de 2017, tem sido uma desgraça, com quantidades muito pequenas para a procura que temos. Este ano foi ainda pior do que 2020”, lamenta.

Para António Carvalho, tal tendência “tem a ver igualmente com as alterações climáticas e com a grande concentração de colmeias” na Serra da Lousã.

O dirigente, todavia, deposita “esperança nalguns jovens apicultores que têm aparecido e com mais entusiasmo”.

“Não temos tido anos favoráveis. Antes, o clima era muito mais regular”, sublinha à Lusa, por sua vez, Luís Estêvão, presidente da Pampimel – Cooperativa de Apicultores e Produtores de Medronho de Pampilhosa da Serra.

As áreas de urze “têm vindo a diminuir” neste concelho montanhoso do interior, onde predominam os apiários familiares.

“Os grandes produtores vão adaptar-se. Os pequenos pagam para produzir mel, não fazem contas, enquanto os médios terão muitas dificuldades em sobreviver”, prevê Luís Estêvão.

No concelho da Figueira da Foz, António Graça, de 70 anos, que trabalhava na construção civil, dedica-se à apicultura a tempo inteiro desde a última década.

“Mas estou a desistir um bocado disto e já abandonei cinco colmeais”, revela à Lusa.

De ano para ano, António Graça tem registado “um decréscimo substancial” da colheita de mel e associa as maiores perdas à ação nefasta da vespa asiática.

Em Pinhel, Pedro Fernandes, de 36 anos, prossegue uma atividade familiar que já vinha do avô. “Não adianta nada ser pessimista quanto ao futuro”, defende.

A empresa, que também se dedica ao turismo rural, possui mil colmeias nos concelhos de Pinhel e Trancoso, distrito da Guarda, e Penedono, distrito de Viseu.

A velutina interfere “muito pouco” nas quantidades de mel obtidas na zona, diz.

“Esta atividade não é linear”, aceita, para admitir que, na Beira Alta, o principal inimigo dos apiários “tem sido a instabilidade climática”.

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Nas notícias lá fora: Endesa, Polónia e hidrogénio azul

Líder da Endesa diz que o setor está a viver um drama. Arábia Saudita vai usar campo de gás natural para produzir hidrogénio azul. Tesla retira novo software do mercado após reclamações.

Os preços da eletricidade continuam a marcar a atualidade. O líder da Endesa diz que o “setor está a viver um drama” e que, ao longo da carreira, nunca assistiu a uma escalada nos preços da eletricidade como a de agora. A Arábia Saudita vai usar um campo de gás de 100 mil milhões para produzir hidrogénio azul. Conheça estas e outras notícias que marcam a atualidade na imprensa internacional.

Cinco Días

Líder da Endesa diz que o setor está a viver um drama

O líder da Endesa, José Bogas, propõe intervir no mercado do gás natural para aliviar a crise provocada pelos preços altos da eletricidade. O responsável descreve a situação do setor como um “drama” e avisa que não pode comprar energia a 200 euros por MWh para a vender a 60. O gestor diz ainda que, ao longo da sua carreira, nunca assistiu a uma escalada nos preços da eletricidade como a que se observa atualmente.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Financial Times

Primeiro-ministro polaco acusa UE de “armas apontadas à cabeça”

O primeiro-ministro polaco acusou a UE de fazer exigências a Varsóvia como uma “arma apontada à cabeça”, exortando Bruxelas a recuar na ameaça de sanções judiciais e financeiras ao país, depois de a Comissão ter concluído este mês que partes da Constituição polaca não respeitam as regras comunitárias. Mateusz Morawiecki prometeu acabar com a câmara disciplinar para juízes que o Tribunal Europeu de Justiça considera ser ilegal, um dos fatores a provocar este choque, mas disse que se Bruxelas quiser “começar a terceira guerra mundial” ao não desbloquear fundos comunitários à Polónia, o país se defenderá “com todas as armas que tem ao seu dispor”.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

Reuters

Tesla retira software de condução autónoma do mercado após problemas

A Tesla, fabricante de carros elétricos, retirou do mercado a mais recente atualização ao software de condução autónoma “Full Self Driving” dos seus automóveis, depois de alguns utilizadores se terem queixado de falsos avisos de colisão e outros problemas técnicos relacionados com a novidade. Elon Musk, líder da empresa, disse no Twitter que a marca vai recuar na versão do programa, da 10.3 para a 10.2.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso pago/conteúdo em inglês).

Wall Street Journal

Democratas estudam imposto sobre mais-valias não realizadas

Um novo imposto anual sobre as mais-valias não realizadas dos multimilionários poderá ser incluído no pacote orçamental que os Democratas norte-americanos esperam finalizar esta semana. “Provavelmente teremos um imposto sobre o património”, afirmou Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes. As mais-valias realizadas são os ganhos relacionados com o incremento de valor de um ativo financeiro no mercado, mas que ainda não foi vendido pelo seu titular.

Leia a notícia completa no Wall Street Journal (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Bloomberg

Arábia Saudita vai usar campo de gás natural para produzir hidrogénio azul

A Arábia Saudita vai recorrer a um dos maiores projetos mundiais de gás natural para produzir hidrogénio azul — um combustível altamente inflamável obtido a partir do gás natural, mas cujo dióxido de carbono emitido no processo é capturado, armazenado e enterrado no solo. Uma grande parte do gás do desenvolvimento Jafurah, avaliado em 110 mil milhões de dólares (94 mil milhões de euros), será utilizada para o hidrogénio azul, que desempenhar um papel de relevo na descarbonização da economia mundial.

Leia a notícia completa no Bloomberg (acesso pago/conteúdo em inglês).

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Economia portuguesa continua a crescer sem aumentar emissões e aquecer o planeta

  • Capital Verde
  • 25 Outubro 2021

O Instituto Nacional de Estatística revelou os principais resultados das Contas das Emissões Atmosféricas para 2019. Este ano foi o que registou os valores mais baixos desde 1995.

Em 2019, o Potencial de Aquecimento Global continuou a diminuir num contexto de crescimento económico. A conclusão é do Instituto Nacional de Estatística. Neste ano pré-pandémico, o Potencial de Aquecimento Global e o de Acidificação diminuíram 4,7 e 1,8%, respetivamente. Já o Potencial de Formação de Ozono Troposférico aumentou 0,2%. Por outro lado, observou-se um crescimento da atividade económica: o Valor Acrescentado Bruto (VAB) cresceu, em termos reais, 2,6%.

Os números não mentem e mostram uma redução da intensidade energética e, ao mesmo tempo, da relação entre emissões e procura de energia. Entre 2010 e 2019, a emissão de CO2 por unidade de VAB decresceu 15,5% em Portugal, diz o INE. OU seja, estamos a poluir menos para que a economia possa crescer.

Em 2019, o Potencial de Aquecimento Global (GWP) atingiu 66,2 milhões de toneladas de equivalente de CO2, o que correspondeu a uma diminuição de 4,7% face ao ano anterior. Os dados são do Instituto Nacional de Estatística, retirados das Contas e Emissões Atmosféricas para 2019, ano em que o GWP atingiu o valor mais baixo da série de dados iniciada em 1995 pelo INE.

À semelhança do que tem vindo a ser registado desde 1998, o ramo de atividade económica que mais contribuiu para o GWP em 2019 foi o da energia, água e saneamento (25,2%). No entanto, relativamente ao ano anterior, este foi também o ramo de atividade que mais reduziu as suas emissões (-22,3%).

Ainda assim, e apesar da diminuição, o ramo da energia, água e saneamento, juntamente com a indústria, perfizeram 53,4% do total de emissões de CO2 e são, por isso, os ramos de atividade que contribuem mais para o GWP. Já a agricultura, silvicultura e pesca emitiram as maiores quantidades de metano e óxido nitroso (75,7% e 48,5%, respetivamente).

Nestes dados do INE, consta também a intensidade carbónica da economia, que quantifica a relação entre as emissões do GWP necessárias para a obtenção de todos os bens e serviços produzidos, medida através do rácio entre o total nacional de emissões do GWP e o Produto Interno Bruto (PIB).

Também aqui foi registado o menor número desde 1995, já que, em 2019, a intensidade carbónica da economia portuguesa decresceu 7,1% relativamente ao ano anterior. Entre 2010 e 2019, o decréscimo foi de 13,1%.

Mais uma vez, a redução no ramo de energia, água e saneamento (-19,1%) foi a que mais contribuiu para estes números. No entanto, esta tendência só se começou a verificar em 2019, isto porque no período 2010-2019 o mesmo ramo de atividade foi o que registou a menor diminuição da intensidade das emissões de GWP (-3,0%), em comparação com os decréscimos na indústria (-21,4%), na construção (-10,4%), na agricultura, silvicultura e pesca (-6,4%) e nos transportes, informação e comunicação (-3,2%).

A redução de 48,1% no consumo do carvão em 2019 face ao ano anterior, aliada a um aumento de 9,5% das produções das energias eólica, geotérmica e fotovoltaica são, de acordo com os dados do INE, outros dos motivos que levaram à diminuição do GWP em 2019, apesar da forte redução da produção da energia hídrica (-24,1%) devido ao tempo quente e seco desse ano.

As conclusões do INE apontam, por isso, a melhoria da eficiência energética (redução do indicador de intensidade energética) e a redução da relação entre as emissões e a procura de energia, com evidência progressiva no recurso a fontes de energia menos poluentes, como sendo os fatores mais determinantes para o decréscimo das emissões de GWP na economia portuguesa.

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Génesis by Liberty estreia-se em Portugal com proposta no ramo automóvel

  • ECO Seguros
  • 25 Outubro 2021

A seguradora lança nova marca, que é também o primeiro canal de venda direta em Portugal um ano depois de anunciar investimento de 100 milhões para operar os negócios na cloud.

A Génesis Automóvel é a proposta de estreia da nova marca de venda direta disponibilizado pela seguradora Liberty em Portugal, parte da Liberty Mutual integrada na Liberty Europa (Portugal, Espanha, Irlanda e Irlanda do Norte).

Com a marca Génesis by Liberty Seguros “queremos aumentar a visibilidade e a força da marca Liberty tendo como principal objetivo tornarmo-nos na seguradora número um junto dos consumidores. O novo canal de venda direta é sobretudo dirigido a novos clientes que optam por soluções online. Com o canal de venda direta, a Liberty conseguirá chegar a todo o tipo de público, sem que nenhum dos canais de distribuição perca valor e importância”, explicou Jesus Nuñez, Líder de Vendas e Distribuição da Liberty Seguros na Europa.

O novo canal inicia a sua atividade com a oferta do seguro Génesis Automóvel, válido para veículos ligeiros de passageiros, para clientes individuais e através de apólices anuais. As franquias são fixas e são oferecidas novas coberturas como Proteção de animais domésticos; Cadeiras de transporte para crianças; escolha de oficina e extensão territorial RC (Responsabilidade Civil).

A nova plataforma resulta do investimento de 100 milhões de euros em tecnologia, o maior da empresa nos últimos anos, para desenvolver um ecossistema digital na cloud pública – um conceito completamente disruptivo na indústria, no qual todos os processos relacionados com a comercialização e gestão de seguros “são levados a cabo de forma simplificada”. Na Liberty, “a transformação digital já era um compromisso claro para o negócio da empresa antes do contexto da pandemia. Este ano, com a implementação do modelo de teletrabalho, a Liberty tornou-se uma seguradora 100% digital.”

Estamos aqui para ficar para crescer e para investir em Portugal,” frisou Alexandre Ramos, Chief Information Officer da Liberty na Europa Ocidental, em conferência com jornalistas. A entrada da Liberty no canal direto, fração de aproximadamente 6% do negócio automóvel, significa a chegada de novo concorrente em terreno dominado em cerca de 60% por Ok!teleseguros (Fidelidade), Seguro Direto (Ageas), LOGO (Generali) e N Seguros (Lusitania).

Num mercado em que o jogo “reside na confiança da marca,” a introdução da Génesis dirige-se especialmente aos clientes que queiram interagir de forma direta com a companhia, de uma ponta a outra, no modo digital, explicou. Mas a Génesis by Liberty traz experiência: “60% do negócio que temos na Irlanda é direto, isto traduz a experiência que Liberty acumula na área digital”, reforçou.

E o lançamento da Génesis não significa que a companhia deixe apostar no intermediário mediador, “por isso instituímos o Dia do Mediador,” complementou, por seu lado, Jesus Nuñez.

Preço mais competitivo

Com o novo produto, “o cliente vai escolher o que quer e vai só pagar por aquilo que precisa. O preço é mais competitivo,” desenvolveu Alexandre Ramos no encontro com a imprensa.

Na coluna de Opinião ECOSeguros, sob o título Digitalização: uma nova forma de liberdade Alexandre Ramos escreveu recentemente: “(…) Uma interação simples, digital e transparente são aspetos que hoje se apresentam como não negociáveis e que os clientes esperam da sua seguradora. Dados recolhidos junto de clientes e analisados pela Liberty mostram ainda que o preço continua a ser um fator determinante, assim como a notoriedade da companhia de seguros e as coberturas disponíveis. No caso do seguro automóvel, por exemplo, os clientes estudam a relação entre a qualidade e o preço, optando muitas vezes por uma marca já reconhecida no setor e que ofereça o maior número de coberturas pelo menor valor possível, capazes de se ajustar ao tipo e frequência de utilização e ao automóvel”.

Nesta perspetiva, o novo canal de venda direta “foi totalmente concebido a pensar nos clientes que procuram um serviço totalmente digital e online,” explica a empresa em comunicado. Através do novo canal, os clientes da Liberty “podem subscrever uma apólice de seguro personalizada e pagar apenas pelo que necessitam. A plataforma está disponível em tempo real e em qualquer lugar, e representa uma forma de contactar a Liberty de forma rápida e ágil”.

Em resposta a questões de ECOseguros sobre o funcionamento do novo produto automóvel, o CIO esclareceu: “Estamos a trabalhar para que a experiência digital vá de uma ponta a outra. Todas as aplicações são responsive”, pelo que não será necessário aceder a uma app específica. O cliente pode abrir e acompanhar um processo de sinistro “em qualquer dispositivo móvel, embora possa a qualquer momento recorrer ao call center para apoio adicional.

O seguro apresenta-se com as coberturas obrigatórias por lei, como a de Responsabilidade Civil Geral, mas tudo o resto é escolhido pelo cliente. E “temos o preço pela cobertura e não pelo pacote”. E isso é diferenciador, “o que fizemos foi essa diferenciação”, esclareceu. A ideia, complementou Jesus Nuñez, “é darmos empowerment ao cliente. Não é um produto igual para todos.”

A transição digital em curso em todos os setores da empresa advém de uma mudança nos hábitos dos consumidores que, nos seguros, procuram produtos cada vez mais personalizáveis, flexíveis e adaptados às suas necessidades reais. “Esta mudança, embora desafiante, representa um mundo de oportunidades”. A empresa precisa apenas de ter a agilidade necessária para moldar o seu negócio à procura atual e ao ritmo a que esta é exigida e para inovar nas soluções oferecidas de modo a satisfazer as expectativas dos clientes, acrescentam os executivos da seguradora.

Esta estratégia “está totalmente alinhada com os nossos valores de colocar sempre as pessoas em primeiro lugar e permite-nos, não só ganhar mais confiança e notoriedade junto do público, como fazer crescer a marca através de uma maior carteira de clientes que, consequentemente, se traduzirá em melhores resultados globais para a empresa”, acrescentou o responsável de Vendas e Distribuição do grupo Liberty Mutual na Europa. Com esta iniciativa, a Liberty quer ser uma empresa acessível a qualquer tipo de procura e a primeira escolha na oferta e qualidade dos canais de distribuição, estando a criar um novo sistema à escala global comum a todos os países em que a companhia opera.

Queremos investir forte em Portugal. Vamos continuar com esta marca e com os nossos parceiros, completamente focados em que os nossos clientes possam ter o máximo de produtos possíveis e que eles os possam controlar do princípio ao fim.”, rematou Alexandre Ramos.

(Notícia atualizada às 10h37 com mais informação)

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Sonae estreia investimento em fintech nos EUA

O braço de investimento tecnológico da Sonae aposta na solução da californiana Citcon, usada em 30 mil lojas, que permite pagamentos online e offline via carteiras digitais e meios alternativos.

A Sonae IM acaba de concretizar o primeiro investimento numa fintech, adicionando ao portefólio as soluções de pagamentos para retalho da californiana Citcon, fundada em 2015 e presidida por Chuck Huang, que tem como clientes grandes empresas como a L’Oréal, Tumi, Texas Instruments, Macy’s, Revolve e Panda Express.

O braço de investimento tecnológico do grupo liderado por Cláudia Azevedo participou numa ronda de investimento série C de 30 milhões de dólares (25,8 milhões de euros) da empresa com cinco escritórios nos EUA, Canadá, Europa e Ásia, que foi liderada pela Norwest Venture Partners e pela Cota Capital, e que contou ainda com a Sierra Ventures.

A solução da Citcon, que já está implementada em mais de 30 mil lojas, permite aos retalhistas aceitarem mais de uma centena de métodos de pagamento diferentes, incluindo carteiras digitais (mobile wallets) como a Paypal e a Alipay, sistemas de pagamento locais e cartões de crédito tradicionais, através de uma única plataforma de integração.

“Disponibilizar acesso a novos métodos de pagamento está a tornar-se uma necessidade para retalhistas e comerciantes, motivada pela forte adesão dos consumidores a wallets e outros meios alternativos aos cartões de crédito. A Citcon tem a melhor plataforma do mercado, fácil de integrar (…) e acreditamos que tem condições para se tornar líder de mercado”, aponta Manuel Queiroz, diretor de investimentos da Sonae IM.

Disponibilizar acesso a novos métodos de pagamento está a tornar-se uma necessidade para retalhistas e comerciantes, motivada pela forte adoção dos consumidores a wallets e outros meios alternativos aos cartões de crédito.

Manuel Queiroz

Diretor de investimentos da Sonae IM

Com cerca de 40 investimentos diretos, a Sonae IM engloba participações em mais de três dezenas de empresas, desde as fases iniciais às de crescimento. Contabiliza mais de 135 milhões de euros investidos nos últimos 15 anos, concentrados em três áreas estratégicas: cibersegurança, infraestrutura digital e tecnologias aplicadas ao retalho.

Ainda há duas semanas, a empresa sediada na Maia e liderada por Eduardo Piedade tinha anunciado a participação numa ronda seed da Replai, no valor de 4,1 milhões de euros (e em conjunto com a Hoxton, Lux Capital, Sequoia ou Accel), para a start-up portuense expandir o portefólio de produtos e aumentar a equipa.

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Empresários indignados com alterações às leis do trabalho

Empresários ouvidos pelo ECO não concordam com as alterações às leis do trabalho. Consideram que as medidas impõem rigidez na legislação laboral e agravam os custos do trabalho.

O Governo deu “luz verde” à subida para 24 dias por ano da compensação pela cessação dos contratos a termo e à reposição dos valores das horas extraordinárias, a partir da 120.º hora anual. Os empresários ouvidos pelo ECO estão indignados com essas medidas, que foram aprovadas em Conselho de Ministros, e consideram que a rigidez vai estrangular ainda mais o tecido empresarial português.

“Num momento tão difícil para as empresas, em vez de o Governo criar um quadro regulador ao bom desenvolvimento da atividade empresarial e de estímulo ao investimento, age em sentido contrário: impõe rigidez na legislação laboral e agrava os custos do trabalho”, sublinha Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP).

Estas decisões são tomadas numa altura em que a aprovação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 ainda não está garantida e o país pode estar perto de uma crise política. Os empresários foram apanhados de surpresa e olham para as medidas com muito desagrado. A AEP já tinha sublinhado que a proposta do OE2022 contempla medidas para as empresas “inexpressivas e de eficácia reduzida”, a acrescentar a uma “maior rigidez laboral”. Na ótica do líder da AEP, é “um fator muito penalizador para as empresas”.

O tecido industrial considera que o aumento da rigidez laboral vai penalizar ainda mais a situação financeira do tecido empresarial, numa altura em que as empresas estão a tentar erguer-se dos prejuízos avultados provocados pela pandemia da Covid-19 e estão a sofrer com os aumentos dos preços da energia, combustíveis e matérias-primas.

“É de lamentar que, numa altura em que as empresas precisam de recuperar a sua atividade, estes “custos laborais” se venham juntar a outros tantos que penalizam a situação financeira das empresas, ainda fragilizadas pelos graves impactos causados pela pandemia”, realça Luís Miguel Ribeiro.

Duarte Guedes, CEO da Hertz Portugal, que pertence ao grupo Hipogest, lembra que neste momento as empresas “já enfrentam muitos aumentos de custos” e que nem sempre é possível repassar a fatura mais pesada para os clientes.

César Araújo, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (Anivec), considera que o “Governo está a tornar Portugal num país subsidiodependente” e que as “pessoas quase não precisam de trabalhar porque o Governo subsidia tudo e mais alguma coisa”. Na ótica do líder da associação de vestuário, o “Governo não está a olhar para o país, está a olhar para um Orçamento que vai mergulhar o país numa crise profunda”, conta ao ECO, com alguma indignação.

Para tentar evitar essa crise o Governo cedeu à esquerda e aprovou uma medida há muito exigida: a subida da compensação por despedimento. A compensação paga pelas empresas quando os contratos a prazo cessam vai passar de 18 (ou 12 em alguns casos) para 24 dias, mas as compensações por despedimento de trabalhador do quadro ficam na mesma. Duarte Guedes considera que tudo que “aumente a rigidez é negativo” e que as “empresas devem ter liberdade para se ajustarem”. No entanto, realça que os colaboradores perante um despedimento “têm de ter condições para refazer as suas vidas com uma indemnização digna”.

Fátima Oliveira, diretora executiva da Mariano Shoes, corrobora que o aumento da indemnização é uma medida “muito boa para os funcionários”, mas que vai ter um “impacto negativo nas empresas”. A gestora considera que para além de “tornar mais complicado o processo de despedimento” vai “aumentar os custos para as empresas”. Uma opinião partilhada pelo CEO da Hertz Portugal que diz que “inquestionavelmente esta medida torna o processo de ajustamento das empresas mais caro”.

No entanto, Fátima Oliveira sublinha que não será uma medida com impacto na histórica empresa de calçado porque não “tencionam despedir ninguém, pelo contrário”.

O Governo não está a olhar para o país, está a olhar para um orçamento que vai mergulhar o país numa crise profunda (…) Estas medidas transformam Portugal um país pouco competitivo, pouco atraente para as empresas e fomenta a pobreza.

César Araújo

Presidente da Anivec

O Governo decidiu ainda regressar aos níveis pré-troika em termos de remuneração das horas extra acima das 120 horas anuais. A partir desse marco, o pagamento da primeira hora em dias úteis terá um acréscimo de 50% e da segunda de 75%. Mas nos dias de descanso e feriados, o valor a pagar ao trabalhador terá um acréscimo de 100%.

O diretor-geral da Continental Advanced Antenna, Miguel Pinto, considera que esta medida “vai agravar o custo do trabalho e diminuir a flexibilidade que as horas extras permitiam com atual legislação, levando a uma perda de competitividade em particular nos setores de mão-de-obra intensiva”. Na ótica do gestor, “a flexibilidade das empresas é um fator chave para o sucesso”.

Fátima Oliveira diz que a empresa não será afetada por esta alteração. “Face à nossa política de horas extra, em princípio não seremos afetados com esta medida”, conta a diretora executiva da MarianoShoes.

Na Hertz, o cenário é o mesmo e não é hábito recorrem a horas extraordinárias. Duarte Guedes admite que “se a retoma no setor do turismo for rápida, terá de ser feito um ajustamento através das horas extraordinárias”, mas estas são usadas sempre com um caráter excecional.

Mexidas laborais são prejudiciais à competitividade das empresas

Para além dos empresários olharem para as medidas aprovadas quinta-feira em Conselho de Ministros com desagrado, consideram que vão pôr em causa a competitividade das empresas portuguesas.

“Uma legislação laboral desadequada traduz-se numa perda de competitividade e é um sinal errado e contrário à atratividade de investimento privado, agravando a posição de Portugal nos rankings internacionais de competitividade em matéria laboral, onde já comparamos mal com outros países”, alerta o presidente da AEP.

O diretor-geral da Continental Advanced Antenna, Miguel Pinto, corrobora e diz que a subida da compensação pela cessação dos contratos a termo para 24 dias por ano “torna a legislação laboral ainda menos flexível e menos ágil”.

O gestor da Continental Advanced Antenna não compreende a medida e sublinha que “a preocupação dos decisores políticos devia ser exatamente a oposta ou seja de criar condições às empresas para que sejam cada vez mais produtivas e competitivas, de modo a crescer num mercado internacional fortemente concorrencial. Pois só desta forma se pode criar estímulo ao investimento e consequentemente a criação de emprego qualificado e melhor remunerado”.

O líder da Anivec lamenta que os “governantes não gostem de Portugal”. “Estas medidas transformam Portugal um país pouco competitivo, pouco atraente para as empresas e fomenta a pobreza. O nosso problema é produtividade e com essas medidas sociais, Portugal não consegue competir a nível global”, sublinha César Araújo.

Para Luís Miguel Ribeiro, as mexidas laborais “não fazem qualquer sentido” porque “o mercado de trabalho tem de ser flexível e ajustado às necessidades ditadas pelo mercado”.

Em reação à aprovação destas medidas, os parceiros sociais patronais decidiram, de resto, suspender a sua participação na Concertação Social, com efeitos imediatos, e pedir uma audiência ao Presidente da República, após a qual avaliarão um eventual regresso à CPCS. As confederações empresariais queixam-se de não terem sido ouvidas quanto a estas medidas — dizem que o Governo desrespeitou a Concertação Social –, além de criticarem o seu teor, considerando que estão em causa “cedências” aos partidos mais à esquerda, com os quais o Governo está a negociar o Orçamento do Estado para o próximo ano.

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Galp pesa em Lisboa após resultados, mas BCP ampara índice

A bolsa de Lisboa arrancou com ganhos ligeiros. A Galp Energia está a pressionar o índice depois de apresentar contas do terceiro trimestre, mas a subida dos títulos do BCP ampara o principal índice.

A bolsa de Lisboa arrancou a semana pouco alterada face à sessão nateiro, num dia em que as congéneres europeias registam ganhos ligeiros. A Galp Energia está a pesar no desempenho da praça portuguesa.

Enquanto o PSI-20 sobe 0,10%, para 5.779,61 pontos, a petrolífera nacional regista alguma volatilidade, depois de ter apresentado resultados. Os títulos da empresa chegaram a cair 1,96% no início da sessão, perdendo agora 0,47%, para 9,75 euros. A cotada apresentou um lucro de 327 milhões de euros até setembro deste ano, uma melhoria face aos prejuízos de 45 milhões registados no mesmo período do ano passado (numa base RCA). Assumindo, porém, a norma contabilística IFRS, a Galp registou prejuízos de 102 milhões no mesmo período.

A EDP Renováveis recua 1,01%, para 23,60 euros. A empresa anunciou esta segunda-feira que assegurou um Contrato de Aquisição de Energia de 15 anos para projeto no Brasil, num investimento em conjunto entre a EDP Renováveis e a EDP Brasil.

Nos ganhos, destaca-se a Navigator, que avança 1,76%, para 3,236 euros, bem como o BCP, que soma 1,34%, para 15,93 cêntimos, amparando o principal índice nacional. Nota ainda para os títulos da Greenvolt, que sobem 2,06%, para 6,94 euros.

Pela Europa, o dia nos mercados é de ganhos modestos, sendo que o Stoxx 600 valoriza 0,2% neste início de sessão. Entre as principais praças do Velho Continente, o alemão DAX ganha 0,1%, o francês CAC-40 sobe 0,2%, bem como o espanhol IBEX, e o britânico FTSE 100 avança 0,4%.

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Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira vão abster-se na votação do Orçamento na generalidade

  • Lusa e ECO
  • 25 Outubro 2021

As deputadas não inscritas anunciaram que vão abster-ser na votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, proposto pelo Governo.

A deputada não inscrita Cristina Rodrigues anunciou esta segunda-feira que se vai abster na votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, considerando ser esse “o voto responsável” e aguardando acolhimento de novas propostas na especialidade. O mesmo sentido de voto foi anunciado por Joacine Katar Moreira.

Em comunicado, Cristina Rodrigues (ex-deputada do PAN) considera que o documento “tem pontos positivos e tenta responder” às necessidades provocadas pela pandemia, mas “mantém insuficiências em áreas” como a igualdade de género, o setor da cultura e as políticas de bem-estar animal.

“Atendendo às circunstâncias atuais, em que finalmente se está a conseguir controlar a pandemia, a estabilidade política é fundamental para facilitar a recuperação económica do nosso país. A abstenção parece-me o voto responsável. Considero que a proposta do Governo pode ser melhorada em sede de especialidade e, atendendo à sua abertura para acolher novas propostas, julgo que estamos em condições de viabilizar o Orçamento na generalidade”, justifica. O Orçamento do Estado tem votação na generalidade marcada para quarta-feira, mas não tem, por enquanto, aprovação garantida.

Em relação às políticas de bem-estar animal, a deputada reitera os seus reparos quanto ao orçamento anterior, considerando que o Orçamento “apenas se foca nos animais de companhia, mantendo no esquecimento os animais selvagens”, e ainda assim apresenta “um valor manifesta insuficiente” para esterilizações.

No capítulo da cultura, Cristina Rodrigues considera que este setor se mantém como “parente pobre” do investimento público, e que o Orçamento não resolve o problema estrutural da “precariedade crónica”, nem o problema atual de “falta de recursos de um conjunto muito grande de profissionais”.

Neste setor, a deputada lamentou que não tenha sido acolhida pelo Governo a sua proposta de um apoio financeiro incondicional, com um valor base mínimo de 438,81 (um Indexante de Apoios Sociais) até dezembro do próximo ano. Quanto à igualdade de género, a parlamentar aponta “um longo caminho a percorrer”.

“É preciso que o Governo olhe com especial relevância para problemas sistémicos decorrentes da falta de investimento nesta matéria e que se revelam, por exemplo, na ausência de medidas no combate à pobreza menstrual, na quase inexistência de centros de crise para sobreviventes de violência sexual (…), assim como na falta de formação dos Órgãos de Polícia Criminal para o atendimento de vítimas de crimes de natureza sexual ou violência doméstica”, critica.

Ainda assim, Cristina Rodrigues reconhece “passos importantes” nas negociações com o Governo nesta área. “Conseguimos ver acolhidas propostas como o reforço do apoio técnico e financeiro às Organizações Não Governamentais de mulheres, verba para apoio psicológico e criar espaços diferenciados no SNS para casos de perda gestacional”, destacou.

Entre as medidas acolhidas, a deputada inclui ainda a campanha de sensibilização para profissionais de saúde para prevenção de situações de violência obstétrica, os gabinetes de apoio a alunos nas escolas para a saúde e educação sexual, o reforço da verba da Comissão de Proteção às Vítimas de Crimes e a realização de um Inquérito de Vitimação para se perceber o número real de vítimas existentes.

A criação de casas abrigo LGBTI+, programas de prevenção de adição ao jogo, levantamento do número de psicólogos em falta nas escolas para posterior contratação e criação de salas adaptadas para as crianças nos tribunais, facilitando a sua audição quando necessária, foram outras “conquistas” realçadas pelo comunicado e que justificam a sua abstenção nesta fase.

A deputada não inscrita Joacine Katar Moreira também anunciou esta segunda-feira, em entrevista à TSF, que se vai abster na votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022.

O BE anunciou no domingo que votará contra o Orçamento do Estado para o próximo ano já na generalidade se não existirem novas aproximações ao Governo (juntando-se a idênticos votos de PSD, CDS-PP, Chega e IL), o que totaliza 105 votos contra o documento, que apenas tem votos a favor garantidos dos 108 deputados do PS e agora uma abstenção da deputada Cristina Rodrigues.

Falta conhecer os sentidos de voto de PCP, PAN, Verdes e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, num total de 16 votos, que serão decisivos para decidir o destino da proposta orçamental.

O PAN marcou para as 10h00 de hoje a divulgação desse sentido de voto, enquanto o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, anuncia às 12h00 as conclusões da reunião do Comité Central.

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Vieira da Silva diz que “ninguém sairia reforçado com eleições antecipadas”

  • ECO
  • 25 Outubro 2021

O ex-ministro António Vieira da Silva defende que a discussão da legislação laboral não deveria estar a ser feita a par do Orçamento e vê com maus olhos um cenário de eleições antecipadas.

O ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social, António Vieira da Silva, considera que avançar para eleições antecipadas, no caso de chumbo do Orçamento do Estado, iria causar um “dano sério ao país”, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Para o ex-governante, eleições antecipadas prejudicariam a recuperação económica e social do país, sendo que também não seriam benéficas para os principais partidos, já que nenhum sairia reforçado. Assim, Vieira da Silva apela aos entendimentos, sublinhando que a incerteza e a perturbação subsistem e aconselham cautelas.

Vieira da Silva defende ainda que a discussão da legislação laboral não deveria estar a ser feita a par do Orçamento. “Não é desejável fazer depender o orçamento das alterações à legislação laboral”, aponta, porque essa “exige um plano de reflexão e visualização estratégica que não existe no Orçamento do Estado, que é um instrumento de gestão de conjuntura”.

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Ministro do Ambiente admite pouco otimismo com cimeira do clima

  • Lusa
  • 25 Outubro 2021

Matos Fernandes está "pouco otimista" com a próxima cimeira do clima da ONU, notando que alguns países mais significativos não se comprometeram com objetivos de combater as alterações climáticas.

O ministro do Ambiente e Ação Climática admitiu estar pouco otimista quanto à próxima cimeira do clima da ONU, notando que alguns dos países mais significativos ainda não se comprometeram com objetivos mais ambiciosos de combate às alterações climáticas.

“Não estou ainda muito otimista, mas não quer dizer que as coisas não venham a correr melhor até lá”, afirmou João Pedro Matos Fernandes em entrevista à agência Lusa a propósito da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que vai decorrer entre 31 de outubro e 12 de novembro na cidade escocesa de Glasgow.

Esta é “uma COP mais importante que todas as outras”, desde que quase 200 países assinaram o Acordo de Paris, alcançado em 2015, para limitar o aquecimento global até ao fim do século, uma vez que se espera que os países apresentem compromissos mais ambiciosos de redução de emissões de gases com efeito de estufa e abandono da produção de energia a partir de combustíveis fósseis.

“Há dias atrás, ainda faltavam entregar 75 novas declarações de compromisso”, três das quais de países responsáveis por uma grande quantidade de emissões carbónicas: Índia, China e África do Sul, disse o ministro.

Matos Fernandes reconheceu “não ter resposta” para a meta efetiva de aumento da temperatura global até 2100 que sairá de Glasgow: “2,5 graus até ao final do século XXI, com estes novos compromissos, era de facto um grande salto em frente. Seremos capazes desse número? Não tenho a certeza”.

“Se não conseguirmos [as contribuições nacionais mais ambiciosas], a COP, por muito que venhamos a dizer que correu bem, não vai correr tão bem como isso”, advertiu.

Portugal apresenta-se em Glasgow como “o país que foi o primeiro no mundo que disse que ia ser neutro em carbono [em 2050] e o país que presidia à União Europeia quando se comprometeu com ser o primeiro continente neutro em carbono em 2050 e, depois disso, ter emissões negativas”, argumentou Matos Fernandes.

Em 2015, no âmbito do acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, o compromisso português era reduzir as emissões carbónicas em 40% até 2030. Agora, esse compromisso é uma redução de 55%.

Portugal vai ainda à COP26 com o compromisso de “em dez anos contribuir com 35 milhões de euros para o financiamento aos países em vias de desenvolvimento que têm também que fazer um trajeto para apostar nas energias limpas”.

“Muitos destes países, mormente os que em África falam português, têm já problemas graves de adaptação e sabem bem já hoje quais são as consequências da mudança do clima”, salientou o ministro.

O financiamento climático, destinado a criar condições para a transição energética para fontes renováveis será sempre “o dossiê mais quente” em Glasgow, tal como aconteceu nas anteriores cimeiras do clima, considerou Matos Fernandes, que apontou outro tópico que “tem que arrefecer”: a transparência.

“De uma vez por todas, temos que ter regras que sejam as mesmas para Portugal, para os Estados Unidos da América ou para a República Centro-Africana de como é que se contabilizam as emissões”, advogou.

Portugal defende que os créditos de emissões poluentes gerados desde o Protocolo de Quioto de 1997, “devem ser todos deitados ao lixo porque os valores que têm são muito discutíveis, com métricas muito estranhas, pouco transparentes e difíceis de comparar agora”.

“Temos sempre uma posição de negociação, mas a nossa posição de entrada é que esses créditos não fazem qualquer sentido”, reforçou o ministro do Ambiente.

Matos Fernandes considerou que “é inevitável que seja ainda mais desafiante uma COP em tempos de crise energética, porque essa crise não tem rigorosamente nada a ver com sustentabilidade”.

“A eletricidade encareceu porque o gás natural, que é o combustível fóssil, encareceu. Os combustíveis estão mais caros porque o bem original – petróleo – está mais caro”, disse.

“É essencial que todos se comprometam, também por razões de preço mais baixo e por razões de estabilidade no preço, a avançar muito depressa para um mundo neutro em carbono. Para o ter, temos mesmo que chegar a 2050 com um mundo mais eletrificado e com 100% da eletricidade gerada a partir de fontes limpas”, defendeu.

Apesar de considerar que “o discurso apocalíptico não acrescenta nada” ao esforço por um ambiente melhor, Matos Fernandes reconheceu que “uma posição mais alarmista tem sido determinante na consciencialização do cidadão comum”.

“Nunca podemos é criar um discurso de ‘já não vale a pena’, esse temos que retirar de cima da mesa e, às vezes, o alarme pode fazer com que alguns encontrem esse álibi. Nenhum [país] se deve desculpar com os outros não fazerem”, concluiu.

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