PEPP: workshop da ASF vai explicar novo produto pan-europeu de poupança individual

  • ECO Seguros
  • 27 Setembro 2021

O que é, a quem se dirige e como e quando pode subscrever um PEPP? São questões para esclarecer em sessão pública da ASF, agendada para 12 de outubro.

A ASF agendou apresentação pública – através de evento que terá formato híbrido (presencial e vídeo conferência) – do novo Produto Individual de Reforma Pan-Europeu (PEPP), cuja comercialização terá início a 22 de março no espaço europeu (União Europeia).

Numa época em que “o tema da poupança das famílias portuguesas continua em debate e que a qualidade de vida depois da reforma se apresenta como uma das maiores preocupações das atuais gerações, o PEPP surge como um produto individual de reforma alternativo, para acompanhar a mobilidade dos trabalhadores e atrair a população jovem, mas também investidores ou outros aforradores,” introduz a Autoridade de Supervisão Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

De acordo com o programa que requisita o auditório da ASF (dia 12 de outubro a partir das 14h30), Hugo Borginho, Diretor do Departamento de Análise de Riscos e Solvência, falará sobre “A poupança em Portugal“, cabendo a Eduardo Farinha, Diretor do Departamento de Supervisão Comportamental, fazer “Apresentação do Produto Individual de Reforma Pan Europeu (PEPP)”.

“Um produto de reforma para toda a Europa”, será capítulo a cargo de Eduardo Antunes – Coordenador técnico no Departamento de Política Regulatória.

A sessão de trabalho enquadra-se na Semana Mundial do Investidor (SMI), de 6 a 12 de outubro, uma iniciativa global promovida pela IOSCO (Organização Internacional das Comissões de Valores) com objetivo de “sensibilizar e alertar para a importância da educação financeira e da proteção dos investidores,” acrescenta a nota informativa da Supervisão.

O workshop terá duração prevista de 45 minutos e os interessados poderão colocar questões aos oradores através de email [[email protected]], as quais serão respondidas no período de perguntas e respostas previsto no final do programa, informa ainda a ASF.

O evento sobre o PEEP pode ser acompanhado no canal Youtube da Semana Mundial do Investidor

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Presidente de Gaia diz que absolvição em caso PAEL não remedia “mal público” que lhe foi feito

  • Lusa
  • 27 Setembro 2021

" Já não vem a tempo de remediar o mal que me foi feito publicamente e por gente sem escrúpulos, mas deixa-me feliz”, reagiu o socialista Eduardo Vítor Rodrigues.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia mostrou-se esta segunda-feira “feliz” por ter sido absolvido pelo tribunal no caso PAEL, mas frisou que “já não remedeia o mal” que lhe foi feito publicamente.

“O Tribunal Central Administrativo (TCA) do Norte acabou agora com o assunto. Já não vem a tempo de remediar o mal que me foi feito publicamente e por gente sem escrúpulos, mas deixa-me feliz”, sublinhou Eduardo Vítor Rodrigues, reeleito pelo PS nas eleições autárquicas de domingo à noite para um terceiro mandato, em comunicado.

Na sexta-feira, o TCA do Norte absolveu o autarca no chamado processo PAEL (Programa de Apoio à Economia Local), um processo que pedia a perda de mandato com a acusação de ter reduzido o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em 2015, o que, segundo o Ministério Público (MP), colocava em causa as contas da câmara.

“O Tribunal Central Administrativo sentenciou a absolvição, depois de meses em que foi explorada esta questão para colocar em xeque a idoneidade do presidente da câmara, lançando atoardas falsas, como aquela que associou uma justa mudança da lei do PAEL a este caso concreto”, referiu.

O socialista ressalvou que a absolvição foi conhecida ao fim da tarde de sexta-feira, a poucas horas do encerramento da campanha eleitoral e após meses “de “massacre” público explorado pelo PSD e pelo doutor Rui Rio em particular, e pelo PAN, numa atitude sem escrúpulos, típica das campanhas negras mais inusitadas”.

O PAEL foi criado em 2010 para apoio a câmaras sobreendividadas e em situação de rutura financeira. No caso de Gaia, que estava há anos nessa situação, o mesmo foi assinado em 2011, com um empréstimo superior a 20 milhões de euros para liquidar dívidas em atraso de pagamentos.

Em outubro de 2013, Eduardo Vítor Rodrigues assumia os destinos da autarquia, herdando um passivo de 300 milhões de euros.

A opção de gestão assentou em medidas de “rigor e emagrecimento interno” e das “exageradas formas de coleta fiscal”, extinguindo a “anedótica” taxa de rampas, a taxa de proteção civil e reduzindo o IMI.

Nos inícios de 2015, a Inspeção-Geral das Finanças (IGF) realizou uma inspeção à câmara e avaliou como ilegal o nível de endividamento de Gaia.

“Nada mais justo e acertado. Mas, surpreendentemente, entendeu imputar essa responsabilidade não a quem criou durante anos este passivo enorme, perante a sua passividade, mas a quem estava naquele momento em funções e tinha optado por reduzir o IMI”, vincou o autarca.

Eduardo Vítor Rodrigues salientou que as ilegalidades não eram imputadas aos responsáveis pelo “descalabro financeiro” criado durante 16 anos, mas a si que, aquando da inspeção, era o presidente da câmara.

“O presidente do Município de Gaia tinha uma ridícula acusação de não ter o IMI no máximo para aumentar as receitas, ao mesmo tempo que se lhe envia a culpa de não ter as dívidas todas pagas em 2015, depois de 16 anos de descalabro”, concluiu.

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Sondagens falharam em Lisboa? A culpa é dos indecisos

As empresas e os especialistas em sondagens rejeitam a acusação de “aldrabice”, invocando antes a oscilação na afluência às urnas e a crescente recusa e indecisão dos participantes nos inquéritos.

A vitória de Carlos Moedas nas autárquicas em Lisboa foi a maior surpresa da noite eleitoral. Não só por ter derrotado o incumbente e favorito Fernando Medina, como pelo facto de nenhuma sondagem, desde a apresentação da candidatura até à campanha eleitoral, ter colocado o líder da coligação de direita como possível vencedor na capital. “As sondagens falharam em toda a linha”, assinalou o futuro autarca, no discurso de vitória.

No final de agosto, um estudo da Aximage para a TSF, DN e JN colocava o candidato socialista no limiar da maioria absoluta, com praticamente o dobro dos votos de Moedas (51% vs. 27%). Já durante a campanha, uma sondagem da Pitagórica para a TVI atribuía 40,6% das intenções de voto e Carlos Moedas com 33,1%, dizendo ainda que a CDU poderia perder um dos dois vereadores e o Bloco perder o que tinha.

Mas foi uma sondagem da Universidade Católica para o Público e para RTP que, ao ser divulgada a dois escassos dias da ida às urnas, parecia sentenciar à partida o destino autárquico do ex-comissário europeu. Este estudo não afastava o cenário de maioria absoluta para Medina, que poderia ser reeleito com 37%, e atribuía 28% à coligação “Novos Tempos”. Na campanha, Rui Rio chegou a falar das sondagens como “uma aldrabice”. Já depois da votação, usou o Twitter para reclamar razão.

Irina Amaral, que dirige o Centro de Investigação em Marketing e Análise de Dados (CIMAD) da Universidade de Aveiro, reconhecido pela ERC, para a realização de sondagens de opinião, defendeu ao ECO a validade do modelo científico usado pela Católica no derradeiro estudo divulgado para a capital, frisando que “a forma como os indecisos se comportarem [é que] foi diferente do esperado”.

"O que se tem registado nas sondagens feitas ao longo deste ano é a crescente tendência de os portugueses não indicarem a sua intenção de voto ou decidirem perto do dia de voto.”

Irina Amaral

Diretora do Centro de Investigação em Marketing e Análise de Dados (CIMAD) da Universidade de Aveiro

É que o inquérito realizado pelo CESOP, com uma margem de erro de 2,7%, declarou que a intenção direta de voto em Fernando Medina era de 26% e de 19% em Carlos Moedas, com 3% a recusar responder e 16% a referir “não saber” ainda em quem votar. Estes são distribuídos pelos candidatos, mas a especialista comenta que “esses indecisos trazem muita imprevisibilidade”, pois não é possível saber com exatidão para onde cairão.

“O que se tem registado nas sondagens feitas ao longo deste ano é a crescente tendência de os portugueses não indicarem a sua intenção de voto ou decidirem perto do dia de voto, como aconteceu aliás nas principais sondagens de Lisboa, Porto e outras”, acrescentou Irina Amaral, notando que os motivos variam conforme as geografias, por exemplo, havendo mesmo quem o faça por “receio de represálias”.

Ir ou não ir às urnas, eis a questão

O ECO pediu explicações sobre esta diferença entre o que indicavam os estudos e a votação efetiva nas urnas, por parte da Aximage, da Pitagórica e do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica. Ao Público, o diretor executivo deste último organismo, Jorge Cerol, alertou precisamente que “os indecisos são sempre muitos” e falou em alterações do comportamento dos candidatos e de outros fatores de enviesamento.

“Há muita gente que participa nas sondagens e que depois não vai votar, o que constitui, por si só, um fator de perturbação imensa. Repare que nas sondagens a abstenção costuma andar na ordem dos 5% ou 7%, o que não tem nada que ver com os 45% de abstenção que depois se verifica no próprio dia”, referiu Jorge Cerol, sublinhando que “as sondagens indicam tendências, dão sinais, não antecipam resultados”.

Pedro Magalhães, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, referiu no Twitter que “as fontes de discrepância entre resultados de sondagens e resultados eleitorais que vão para além da ‘margem de erro’ são canónicas, são 3, sempre potencialmente as mesmas, e o que varia é em que medida são relevantes em casos concretos”.

O académico aponta que são elas a diferença entre a intenção expressa e o comportamento nas urnas (late swing), o diferencial na abstenção ou participação – com as próprias sondagens a poderem influenciar a perceção sobre a importância ou desnecessidade da ida às urnas; e ainda os enviesamentos decorrentes de seleção da amostra ou de recusas em participar.

“Qual a mais importante? Não sabemos. E receio que não saberemos. (…) É que nem há matéria-prima suficiente, com oito sondagens em seis meses. O resto são — muito estimáveis — hipóteses”, completa Pedro Magalhães, especialista nos temas da opinião pública e das atitudes e comportamentos políticos.

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Recuperação? Marcelo prefere reconstrução e diz que “ideia não é regressar ao que era” antes da pandemia

Marcelo Rebelo de Sousa diz preferir a expressão reconstrução em vez de recuperação, quanto à retoma do país face à crise pandémica. "A ideia é fazer mais e melhor" do que antes da Covid-19.

O Presidente da República diz que prefere a expressão reconstrução para o processo de retoma da economia pós pandemia, em vez de recuperação, e sublinha que a “ideia não é regressar ao que era antes da pandemia“, mas, antes, fazer “mais e melhor” com base nas lições aprendidas durante este período de crise. Marcelo Rebelo de Sousa falava, esta segunda-feira, aos jornalistas à saída de um evento promovido pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

“As pessoas entendem a recuperação no sentido de remendar e retocar o que foi esvaziado pela pandemia. Tem que ser mais do que isso. A ideia não é regressar ao que era antes da pandemia. É fazer mais e melhor com as lições da pandemia. Prefiro a expressão reconstrução”, sublinhou o chefe de Estado, assegurando, ainda assim, que tal comentário não deve ser lido como uma crítica ao plano delineado pelo Governo de António Costa para os próximos anos, no rescaldo da crise provocada pela Covid-19.

Questionado sobre as eleições autárquicas, que decorreram este domingo, o Presidente da República sublinhou que “o voto é uma arma do povo“, referindo-se à alta taxa de abstenção, disse que a ida às urnas “correu de forma muito estável“, congratulou os participantes, mas não quis comentar os resultados.

Já sobre o eventual impacto desses números na governação do país — nomeadamente quando ao seu efeito na negociação à esquerda do próximo Orçamento do Estado –, Marcelo Rebelo de Sousa atirou: “Os próximos anos são fundamentais. Crises políticas nos próximos anos não fazem sentido. Do que depender do presidente da República importa que haja orçamento para 2022 e 2023″.

O chefe de Estado deixou ainda a nota de que é preciso “preparar já” projetos como o novo aeroporto de Lisboa e não apenas quando se der o regresso dos turistas. Na própria conferência da CTP, o responsável apelou a uma decisão rápida na escolha da localização do novo aeroporto da capital e disse ainda que não gostaria de terminar o seu segundo mandato sem haver uma decisão tomada quanto a esse assunto.

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JPMorgan passou a deter menos de 2% da Jerónimo Martins

  • Lusa
  • 27 Setembro 2021

A JPMorgan detinha 2,23% em direitos de voto da Jerónimo Martins.

A JPMorgan Asset Management Holdings reduziu a sua participação na Jerónimo Martins, passando a deter menos de 2% da dona do Pingo Doce, foi comunicado esta sexta-feira ao mercado.

“[…] A Jerónimo Martins informa que no dia 27 de setembro, a JPMorgan Asset Management Holdings Inc. comunicou à Jerónimo Martins que, em 23 de setembro de 2021, alienou direitos de voto, ficando abaixo do limite de participação de 2%”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Antes desta operação, a JPMorgan detinha 2,23% em direitos de voto associados a ações. Na sessão desta segunda-feira da bolsa, as ações da Jerónimo Martins desceram 0,42% para 17,63 euros.

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“Não me anima a ideia de terminar segundo mandato” sem decisão sobre o novo aeroporto, diz Marcelo

Presidente da República afirma que sem decisão quanto ao novo aeroporto, Portugal "perderá uma oportunidade histórica".

Marcelo Rebelo de Sousa apela a uma decisão rápida na escolha da localização do novo aeroporto da capital, alertando que Portugal poderá “perder uma oportunidade histórica” caso não assuma um papel de liderança. O Chefe de Estado disse ainda que não gostava de terminar o seu segundo mandato sem haver uma decisão tomada quanto à localização do novo aeroporto.

“Todos conhecemos as vicissitudes por que passou” o processo do novo aeroporto, começou por dizer o Presidente da República esta segunda-feira, durante a conferência “Retomar o Crescimento”, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP). “O novo aeroporto continua a ser um problema urgente”, afirmou, acrescentando que “importa tomar uma decisão”.

“Não me anima a ideia de ver terminado o meu segundo mandato sem que uma matéria que vinha de um mandato anterior tenha sido equacionada, decidida e objeto de execução”, apontou Marcelo.

“Há uma ideia que deve dominar o período imediato da vida nacional: não nos basta recuperar e resistir, é preciso ir mais além. Ou entramos naquilo que é o conjunto dos Estados da UE com papel de alguma liderança, em domínios em que temos aptidão para essa liderança — como o turismo e o digital — ou perderemos uma vez mais uma oportunidade histórica como perdemos ao longo dos séculos“.

O Presidente da República terminou, afirmando que “decisões estruturais não podem ficar dependentes de vicissitudes”.

Presente na mesma conferência esteve o chairman da ANA – Aeroportos de Portugal, que lamentou a demora e os entraves que têm existido na decisão quanto à localização do novo aeroporto, duvidando que a nova estrutura fique pronta antes de 2035 ou 2040.

(Notícia atualizada às 19h21 com mais informação)

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Trabalhadores da Saint-Gobain pedem ao Governo soluções para despedimento coletivo

  • Lusa
  • 27 Setembro 2021

"O Governo ficou de ver alternativas de emprego credíveis e viáveis para estes trabalhadores, mas não assumiu nenhum compromisso", segundo o sindicato.

Os trabalhadores da Saint-Gobain em Santa Iria da Azoia, Loures, pediram esta segunda-feira ao Governo que trave o despedimento coletivo dos 130 funcionários da fábrica e ficaram desiludidos com a falta de compromissos nesse sentido.

“Compreenderam os motivos dos trabalhadores, mas isso não basta, precisamos de soluções. O Governo ficou de ver alternativas de emprego credíveis e viáveis para estes trabalhadores, mas não assumiu nenhum compromisso”, disse à agência Lusa Fátima Messias, coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM).

Os representantes dos trabalhadores da Saint-Gobain reuniram-se esta segunda-feira, no Ministério do Trabalho, com os secretários de Estado do Emprego e Adjunto do ministro da Economia para debater esta situação.

“Tentámos que o Governo tomasse medidas antes de a empresa formalizar o despedimento coletivo, mas não nos parece que isso vá acontecer”, disse Fátima Messias após a reunião.

Enquanto decorreu o encontro no Ministério do Trabalho, os trabalhadores da Saint-Gobain estiveram concentrados junto ao edifício para protestar mais uma vez contra o encerramento da fábrica e o despedimento coletivo.

Durante a tarde reuniram-se em plenário, nas instalações da fábrica, para analisar o resultado das diligências feitas e definir a posição para a reunião de terça-feira com a empresa.

Depois de concentrações junto aos ministérios do Trabalho e da Economia, estes trabalhadores manifestaram-se no sábado junto à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, para pedir a sua intervenção.

“Temos vindo a pedir a intervenção do Governo junto desta multinacional, para que impeça o encerramento da fábrica e defenda os interesses do país e o aparelho produtivo nacional, dado que é a única fábrica do país que produz vidro para automóveis“, disse, a propósito, Fátima Messias.

O processo negocial no âmbito do despedimento coletivo na Saint-Gobain Sekurit Portugal deverá ser encerrado na terça-feira.

Segundo a dirigente da FEVICCOM, “com ou sem acordo, a empresa vai consumar a sua decisão e dar por terminada a negociação”.

Assim, a empresa deverá enviar de seguida as cartas de aviso prévio de despedimento aos trabalhadores, que, tendo em conta os prazos legais em função da antiguidade, deverão perder o vínculo laboral em novembro e dezembro.

Na última reunião para debater o despedimento coletivo na Saint-Gobain, na sexta-feira, a empresa apresentou propostas de recolocação para cerca de uma centena de trabalhadores e aumentou o valor das suas indemnizações, mas reiterou a irreversibilidade da decisão de encerramento da atividade produtiva em Santa Iria.

Os trabalhadores consideraram que a empresa apenas “apresentou perspetivas e não soluções”.

Segundo a empresa, os problemas da Saint-Gobain Sekurit Portugal têm mais de uma década, mas “a pandemia da covid-19 agravou uma situação já de si frágil, aumentando substancialmente a retração do mercado automóvel (a empresa transforma vidro para os automóveis, sendo essa a sua única atividade), sem possibilidades de recuperação a curto, médio e longo prazo”.

Em Portugal, o Grupo Saint-Gobain emprega cerca de 800 trabalhadores distribuídos por 11 empresas e oito fábricas e totaliza um volume de faturação correspondente a 180 milhões de euros.

A decisão de encerramento da atividade produtiva da empresa e o consequente despedimento coletivo dos 130 trabalhadores foi anunciada no dia 24 de agosto e desde então os trabalhadores têm-se concentrado diariamente junto à fábrica.

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“Não antevejo que antes de 2035 ou 2040 possamos ter” um novo aeroporto, diz chairman da ANA

José Luís Arnaut lamenta a demora na decisão quanto ao futuro do novo aeroporto, afirmando que este é "urgente" e "necessário".

O chairman da ANA – Aeroportos de Portugal lamenta a demora e todos os entraves que têm existido na decisão quanto à localização do novo aeroporto da cidade, na zona da capital. José Luís Arnaut acredita mesmo que a nova estrutura aeroportuária não deverá ficar concluída antes de 2035 ou 2040, uma vez que duvida que o estudo estratégico ambiental fique pronto no final de 2023.

“É evidente que a nova estrutura aeroportuária é necessária e torna-se urgente”, começou por dizer o presidente do Conselho de Administração da ANA esta segunda-feira, durante a conferência “Retomar o Crescimento”, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

José Luís Arnaut notou que o aeroporto da Portela “tem restrições de capacidade em terra e no ar” e que a Vinci “quer investir”, mas tem enfrentado muitos obstáculos. “Queremos investir e temos um conjunto de vicissitudes externas que não nos permitem avançar”, disse.

Em junho do ano passado, várias organizações ambientais avançaram com uma providência cautelar para tentar anular a decisão favorável da Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) feita pelo Governo para a instalação do novo aeroporto no Montijo. Essa providência foi chumbada em setembro deste ano pelo tribunal, mas este criticou a localização escolhida pelo Executivo.

Entretanto, em setembro deste ano, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) decidiu não fazer uma apreciação prévia de viabilidade para efeitos de construção do aeroporto no Montijo — solicitada pela ANA –, uma vez que não existia parecer favorável de todos os concelhos afetados.

Face a estes acontecimentos, o Governo decidiu fazer uma avaliação ambiental estratégica, que servirá de apoio à decisão final. Mas, sobre esse estudo, o chairman da ANA diz que o caderno de encargos “ainda nem começou”. “Não vejo como isso vai ser cumprido até ao final de 2023”, disse.

Assim, José Luís Arnaut afirmou: “Não antevejo que antes de 2035 ou 2040 possamos ter uma infraestrutura aeroportuária”, sendo que no primeiro caso se refere à escolha do Montijo para instalar o novo aeroporto e no segundo caso à construção de um aeroporto de raiz. “É preciso que haja esse estudo, que os partidos se entendam e que nos deixem construir. A TAP e o país precisam deste aeroporto”, disse.

(Notícia atualizada às 18h48 com mais informação)

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Exames nacionais e provas de aferição deverão “retomar a normalidade” este ano

  • Lusa
  • 27 Setembro 2021

“Está tudo desenhado para podermos ter um ano letivo normal, com as regras normais”, afirmou João Costa, Secretário de Estado Adjunto e da Educação.

Os exames nacionais e as provas de aferição deverão “retomar a normalidade” este ano, incluindo as regras dos exames finais do secundário, indicou esta segunda-feira o secretário de Estado e Adjunto da Educação.

“A não ser que tenhamos outra vez – esperemos que não e tudo indica que não – alguma excecionalidade, o caminho é o da retoma da normalidade também a respeito da avaliação externa”, afirmou João Costa, à margem da apresentação dos resultados de três estudos realizados pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).

Nos dois últimos anos letivos, as provas de avaliação externa sofreram alterações devido à pandemia de covid-19, que levou à suspensão das provas de aferição e das provas finais de 9.º ano.

O Governo escolheu manter apenas os exames nacionais do 11.º e 12.º anos que, no entanto, deixaram de ser obrigatórios e serviam apenas para o ingresso no ensino superior e, no ano letivo passado, para efeitos de melhoria da classificação interna.

Questionado sobre o funcionamento das provas este ano, em que o executivo quer retomar a normalidade, tanto quanto possível, nas escolas, João Costa disse que essa intenção se estende também à avaliação externa.

“O calendário escolar é claro e prevê a realização das provas todas”, afirmou o secretário de Estado, sublinhando que isso só não se confirmará se a pandemia voltar a impor medidas excecionais.

Quanto aos exames de secundário, João Costa disse que não cabe apenas ao Ministério da Educação, incluindo também a tutela do Ensino Superior, mas ressalvou que do lado do executivo, “está tudo desenhado para podermos ter um ano letivo normal, com as regras normais”.

Isso significa que os exames deverão voltar a ser obrigatórios para a conclusão daquele ciclo de ensino, contabilizados para a avaliação interna, e sem o formato excecional dos últimos dois anos que incluía nas provas um conjunto de perguntas opcionais em que contava a melhor resposta.

O calendário escolar, publicado em julho em Diário da República, prevê a realização das provas de aferição do ensino básico entre 02 e 11 de maio (2.ª ano) e 17 e 27 de maio (5.º e 8.º anos). A 1.ª fase das provas finais de 9.º ano decorre entre 17 e 23 de junho e no caso do secundário entre 17 de junho e 06 de julho.

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Catarina Martins avisa Moedas: “O BE não faz coligações à direita”

Catarina Martins lamenta que não tenha sido possível aumentar a representação do BE nas autárquicas e avisa Carlos Moedas que "o Bloco de Esquerda não faz coligações à direita".

Depois de ter falhado o objetivo de aumentar a sua representação autárquica, Catarina Martins admite que o Bloco de Esquerda (BE) teve “um mau resultado” e avisa Carlos Moedas que o partido “não faz coligações à direita”.

“O Bloco de Esquerda nestas autárquicas teve um mau resultado. Não aumentámos o número de votos ou eleitos e conseguimos manter quatro em cada cinco votos”, começou por referir a coordenadora do BE, em declarações transmitidas pela RTP3, a partir da sede do partido.

Assim, apesar de “assumir e lamentar” estes resultados, a líder bloquista salientou “alguns resultados” que o partido considera “como positivos”. É o caso da eleição de Beatriz Dias Gomes, como vereadora de Lisboa, Joana Mortágua, em Almada, de Carla Castelo, em Oeiras, bem como de Sérgio Aires, para vereador do Porto. “É a primeira vez que o BE elege um vereador no Porto e a sua eleição determinou também a perda da maioria absoluta de Rui Moreira”, destacou.

Nesse sentido, a líder bloquista revelou que o partido vai reunir a mesa nacional no próximo sábado para analisar estes resultados, mas deixou um recado a Carlos Moedas: “O Bloco de Esquerda não faz coligações com a direita”, dado que não vê “nenhuma proximidade entre o programa do Bloco de Esquerda e o programa da direita”.

Não obstante, Catarina Martins sublinha que o partido estará “na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal, nas assembleias de freguesia em cumprimento do mandato por políticas de habitação, transporte, ambiente e igualdade”.

Questionada sobre eventuais consequências a tirar destes resultados, a coordenadora do BE aponta que “há resultados muito diferentes entre legislativas e autárquicas” e reforça que a discussão do Orçamento do Estado que se segue terá que incluir questões laborais, reforço do Serviço Nacional de Saúde, bem como outras questões relacionadas com a Segurança Social. Nesse sentido, diz que a disponibilidade do BE para negociar “mantém-se na íntegra”, tal como o “caderno de encargos”.

Além disso, o BE criticou ainda a “instrumentalização de fundos e políticas públicas” por parte dos socialistas durante a campanha das autárquicas, ainda que esta “tenha tido resultados opostos ao que o Partido Socialista esperava”.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h36)

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Aliança europeia para a Economia Circular do Plástico quer chegar a 10 milhões de toneladas recicladas em 2025

  • Capital Verde
  • 27 Setembro 2021

Esta meta corresponde a necessidades de investimento estimadas entre 7,6 e 9,1 mil milhões de euros, até 2025.

A Comissão Europeia saudou esta segunda-feira a nova meta estabelecida pela Aliança para a Economia Circular do Plástico, no sentido de impulsionar o mercado dos plásticos reciclados da UE e garantir que, até 2025, pelo menos 10 milhões de toneladas sejam recicladas.

Desde o lançamento da Aliança, em 2018, registou-se um aumento de quase 30% na produção europeia de plásticos reciclados.

A Aliança quer intensificar ainda mais estes esforços, assegurando a reciclabilidade de 26 produtos de plástico em embalagens, em setores como a construção, agricultura e eletrodomésticos que, no seu conjunto, representam mais de 60% dos resíduos de plástico recolhidos na Europa.

“Alcançar a meta de 10 milhões de toneladas requer a produção de 3,4 milhões de toneladas adicionais de plásticos reciclados na Europa até 2025 (em comparação com 2020). Logo, a capacidade de triagem deve aumentar em pelo menos 4,2 milhões de toneladas até 2025 e a capacidade de reciclagem deve aumentar pelo menos 3,8 milhões de toneladas. Isto corresponde a necessidades de investimento estimadas entre 7,6 e 9,1 mil milhões de euros.

Para cumprir as metas a que se propõe, a Aliança para a Economia Circular do Plástico desenvolveu um novo roteiro e adotou a metodologia e as regras para um novo sistema de monitorização dos plásticos reciclados à escala da UE.

A Aliança representa quase 300 organizações industriais, académicas e do setor público em toda a cadeia de valor dos plásticos reciclados. Os primeiros compromissos voluntários para os plásticos reciclados feitos pela indústria mostraram que o abastecimento em plásticos reciclados poderia atingir e até exceder este objetivo. No entanto, eram necessários mais esforços para garantir a utilização dos plásticos reciclados.

Sobre este tema, a Aliança está também a preparar um relatório sobre os requisitos e soluções para aumentar a integração dos plásticos reciclados nos produtos até 2025.

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Ganhos do BCP e Galp Energia puxam pelo PSI-20

Praça lisboeta fechou em alta, em linha com a generalidade das praças europeias. A sustentar o desempenho positivo do PSI-20 estiveram o BCP e a Galp Energia.

A bolsa de Lisboa arrancou a primeira sessão da semana com o “pé direito”, em linha com a generalidade das praças europeias. Os ganhos do BCP e da Galp Energia puxaram pelo desempenho do índice de referência nacional.

Pelo “Velho Continente”, o Stoxx 600 desvalorizou 0,1%, enquanto o alemão DAX ganhou 0,4%, o francês CAC-40 subiu 0,3%, o britânico FTSE 100 valorizou 0,2% e o espanhol IBEX-35 subiu 1,5%, no dia em que os investidores se manifestaram otimistas relativamente ao resultado das eleições na Alemanha, que representam o fim dos 16 anos de liderança de Angela Merkel.

Lisboa acompanha o sentimento positivo vivido na Europa, com o PSI-20 a valorizar 0,48% para 5.450,080 euros, com sete das 19 cotadas no “verde”, uma inalterada e as restantes 11 no “vermelho”. Nesta sessão o BCP destacou-se pela positiva, a subir 4,02% para 14,49 cêntimos, no dia em foi noticiado que o banco liderado por Miguel Maya está a preparar uma emissão de dívida sustentável.

Destaque ainda para as cotadas ligadas ao setor energético, com a Galp Energia à cabeça. As ações da petrolífera portuguesa avançaram 3,44% para 9,268 euros, beneficiando da subida as cotações de petróleo nos mercados internacionais. Brent, de referência europeia, soma 1,66% para os 79,39 dólares, ao passo que o WTI valoriza 1,81% para os 75,32 dólares, em Nova Iorque.

Ainda pelo setor energético, nota positiva para a EDP, cujos títulos somaram 1,42% para 4,6510 euros. Em contrapartida, a subsidiária EDP Renováveis recuou 1,62% para 21,80 euros. Também a Greenvolt cedeu 0,98% para 6,08 euros, enquanto a REN fechou inalterada.

Ainda em contraciclo, e a evitar ganhos mais expressivos do PSI-20 esteve a Sonae, bem como as cotadas ligadas ao setor da pasta e do papel. A Sonae caiu 1,14% para 90,85 cêntimos. Nas papeleiras, a Semapa cedeu 0,67% para 11,92 euros, enquanto a Navigator caiu 0,46% para 3,022 euros. Em contrapartida, a Altri ganhou 0,82% para 5,530.

 

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