GreenVolt entra hoje no PSI-20 a valer 713 milhões

Empresa de renováveis liderada por Manso Neto estreia-se esta segunda-feira no PSI-20, dois meses depois de ter entrado para a bolsa de Lisboa.

Dois meses depois de ter entrado para a bolsa de Lisboa, a GreenVolt passa a fazer parte do PSI-20. A empresa de energias renováveis liderada por Manso Neto passa, assim, a ser uma das cotadas do índice de referência nacional. Se há dois meses valia 500 milhões de euros, hoje tem um valor de mercado de 713 milhões de euros, com cada ação a superar os seis euros.

Em julho, quando a GreenVolt se estreou na bolsa nacional, Manso Neto já afirmava a vontade que tinha de ver a empresa entrar para o PSI-20. “Queremos estar no PSI-20 o mais rápido possível”, disse o responsável, durante o tradicional toque do sino na Euronext. Na semana passada, em entrevista ao Expresso (acesso pago), notou que “o único risco que podia haver era a liquidez não ser suficiente”, mas isso não aconteceu.

“O que tem vindo a acontecer é que as ações têm vindo a ter um movimento positivo, mas com muita liquidez“, notou o CEO da GreenVolt, referindo ser importante a empresa “estar exposta ao mercado, com os títulos cotados” e “ter de responder ao mercado todos os trimestres”.

Estreia de GreenVolt na bolsa de Lisboa, através do tradicional toque do sino, na Euronext Lisbon.DR

A GreenVolt estreou-se na bolsa de Lisboa através de uma colocação privada dos títulos, em vez de optar pela comum oferta pública de venda (OPV). Acabou por ser uma operação “mais discreta”, como explicou na altura Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisboa. Nessa altura, foram vendidas mais de 30 milhões de ações junto de mais de 60 investidores institucionais.

A notícia da entrada no PSI-20 não tardou. A empresa começou a negociar na praça lisboeta a 15 de julho, com um valor de 4,25 euros por ação, tendo atingido um máximo logo nos primeiros momentos da negociação ao chegar aos 5,30 euros (quase +25%), acima do limite máximo do intervalo do IPO. Na passada sexta-feira encerrou a valorizar 2,63% para 6,24 euros, resultando numa capitalização bolsista de 713,15 milhões de euros.

Evolução das ações da GreenVolt na bolsa

Para subir ao PSI-20 é necessário a uma cotada cumprir determinados requisitos como o número de ações e o capital disperso em bolsa e a velocidade de negociação, sendo que havia dúvidas sobre se a GreenVolt conseguiria cumprir esta última regra. Com a entrada da GreenVolt, o PSI-20 passará a ser composto por 19 membros, tendo em conta que a revisão trimestral anunciada pela Euronext não promoveu qualquer empresa.

Com mais de 50% das ações, a Altri é a maior acionista, seguindo-se a V-Ridium Europa (9,23%). A holandesa Nationale-Nederlanden, o Santander Asset Management e o Bestinver Gestión detêm participações superiores a 2%, assim como a Actium Capital, do empresário Paulo Fernandes (também administrador da GreenVolt), que reforçou a sua posição no capital da empresa na sexta-feira, passando a deter mais de três milhões de ações (2,52%).

A GreenVolt é uma “empresa líder na produção de energia renovável a partir de biomassa e é já um dos maiores promotores europeus de projetos de energia eólica e solar fotovoltaica“, explicou Manso Neto, na altura da estreia em bolsa. Desde então já soma várias aquisições, como a compra de 70% da Profit Energy e a compra de 51% da empresa polaca de armazenamento de energia KSME.

Na mesma entrevista ao Expresso, na semana passada, Manso Neto adiantou que a próxima aquisição será em Espanha, através da entrada no B2C [venda ao consumidor final]. Mas o foco é sempre o mesmo: “Não saímos daqueles três pilares: biomassa, desenvolvimento de projetos de vento e sol (o armazenamento é uma parte integrante dessa área) e ainda o setor descentralizado [pequenas unidades de energia solar]”, acrescentou o gestor.

Uma pool de analistas da Reuters vê as receitas da GreenVolt subirem até aos 191 milhões de euros em 2023, prevendo lucros de 38 milhões de euros por essa altura.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que a Greenvolt se estreia no PSI-20, serão conhecidos dados sobre as taxas de juro do crédito à habitação no mês de agosto.

A semana arranca com novidades no principal índice de referência da bolsa de Lisboa: a Greenvolt estreia-se no PSI-20. O dia será também marcado pela publicação de dados económicos, nomeadamente as taxas de juro do crédito à habitação e a balança de pagamentos. Em destaque estará ainda o financiamento sustentável na União Europeia, com um relatório do Tribunal de Contas Europeu.

Taxas de juro no crédito à habitação continuam a descer?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai mostrar esta segunda-feira como evoluíram as taxas de juro do crédito à habitação no mês de agosto. Em julho, a taxa no crédito à habitação continuou a descer, naquele que foi o 11.º primeiro mês consecutivo de descidas. No sétimo mês do ano, o juro implícito continuou abaixo dos 1%, situando-se em 0,8%.

Greenvolt entra no PSI-20

A empresa de energias renováveis Greenvolt passa a integrar o PSI-20, o principal índice de referência nacional, esta segunda-feira. A empresa liderada por Manso Neto foi promovida ao PSI-20, o principal índice português, menos de dois meses depois da estreia em bolsa. Para subir ao PSI-20 é necessário a uma cotada cumprir determinados requisitos como o número de ações e o capital disperso em bolsa e a velocidade de negociação.

BdP divulga balança de pagamentos

O Banco de Portugal divulga os dados relativos à balança de pagamentos no mês de julho deste ano. Em junho, o défice externo melhorou, face aos meses anteriores, mas o acumulado desde o início do ano continua a mostrar contas externas mais desequilibradas do que em 2019. Para além disso, a instituição liderada por Mário Centeno publica também estatísticas sobre o investimento direto em julho.

Tribunal de Contas Europeu avalia financiamento sustentável na UE

É publicado esta segunda-feira o relatório do Tribunal de Contas Europeu sobre o Plano de Ação da União Europeia para o financiamento sustentável. O Tribunal analisou as medidas da Comissão Europeia para reorientar o financiamento para investimentos sustentáveis, bem como se o apoio financeiro da UE segue critérios de sustentabilidade coerentes e se contribui para gerar oportunidades de investimento sustentável.

Greve afeta escolas e transportes

Estão marcadas várias greves para esta segunda-feira, nomeadamente nas escolas e nos transportes. Por um lado, arranca a greve nacional de profissionais docentes e não docentes, convocada pelo S.T.O.P – Sindicato De Todos Os Professores. Por outro, há greve em empresas do setor rodoviário de passageiros, onde se aplica os Contratos Coletivos de Trabalho que são subscritos por diversas organizações sindicais.

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“Colocámos a Greenvolt no mercado em cinco meses”, diz Manso Neto

A nova empresa da Altri chega hoje ao PSI-20. O CEO, João Manso Neto, nomeado para os prémios IRGAWards, assinala o "tempo recorde" que demorou a levar a empresa para a bolsa, "em plena pandemia".

João Manso Neto, CEO da Greenvolt desde março, é um dos nomeados na categoria de melhor CEO na relação com os investidores da 33ª edição dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da Deloitte, ainda pelo trabalho à frente da EDP Renováveis, que liderou desde 2006.

Agora na empresa do grupo Altri, que esta segunda-feira se estreia no principal índice da Bolsa de Lisboa, realça o trabalho feito nas circunstâncias difíceis da pandemia: “Em cinco meses, em conjunto com a equipa, com o suporte dos acionistas e apoiado em assessores e consultores experimentados, realizamos um roadshow digital, captamos o interesse de uma grande diversidade de investidores e colocamos a empresa no mercado“.

Sobre Portugal, diz que o essencial do “nosso atraso e divergência face à generalidade dos países europeus (…) passa pela não eficiente canalização e transformação dos fundos existentes em projetos produtivos, públicos ou privados”. E defende uma mudança de mentalidades: “Não decidir é também decidir, só que é a pior metodologia”.

Qual foi a sua principal aprendizagem enquanto líder durante o período da pandemia?

A pandemia mostrou ser possível que parte relevante do trabalho de muitas profissões pode ser realizado em teletrabalho o que, potencialmente, evidencia que, sem sacrifício da produtividade, há condições para evoluir positivamente na conciliação entre a vida familiar e laboral. Mas também tornou óbvias as limitações do teletrabalho, sendo que o contacto direto quer entre os colegas quer com os fornecedores e clientes traz uma dinâmica e uma riqueza não substituíveis. Soluções equilibradas serão, portanto, as ótimas.

Não sendo, portanto, as condições de trabalho realizado em pandemia as ótimas, a segunda ideia que gostaria de transmitir é que havendo clareza de ideias, espírito de equipa e trabalho, é possível, mesmo em condições difíceis, realizar projetos exigentes e difíceis.

Efetivamente, em plena pandemia tive a oportunidade de participar na construção de um novo projeto, rodeado de profissionais focados e sólidos e que num tempo recorde o concretizou: a Greenvolt. Em cinco meses, em conjunto com a equipa, com o suporte dos acionistas e apoiado em assessores e consultores experimentados, realizamos um roadshow digital, captamos o interesse de uma grande diversidade de investidores e colocamos a empresa no mercado. Neste rápido processo contamos também com uma colaboração estreita das autoridades, nomeadamente da CMVM e com total envolvimento da Euronext Lisboa. A Greenvolt é hoje a prova que, apesar de um contexto desafiante, há sempre espaço para criação de valor e que não há impossíveis nem desculpas para não fazer.

O tema da edição deste ano dos IRGAwards é o foco da gestão das empresas nas características humanas e sustentáveis. Concorda que a geração de retorno para os acionistas deve estar lado a lado com o retorno para a sociedade naquilo que é o propósito das empresas?

O propósito das empresas é criar valor, nomeadamente económico, porque sem criação de valor não há muito que reste para distribuir. Embora muito em voga nos últimos anos, devido à aceleração das alterações climáticas entre outros fatores, a sustentabilidade seja ela económica, financeira ou ambiental, há muito que faz parte das preocupações das boas organizações.

Certo é que, durante um certo período, o foco esteve quase exclusivamente na remuneração dos capitais, mas nem sempre foi assim. Se recuarmos umas décadas, verificaremos que milhares de empresas prioritizaram as suas pessoas e a comunidade, devolvendo à comunidade uma parte substancial do valor criado. É, pois, de realçar o regresso a um passado em que a comunidade e as pessoas voltam a ocupar um lugar relevante. Enfatizo, porém, a estrita necessidade, de forma a cumprirem o seu propósito, das organizações serem sustentáveis do ponto de vista financeiro, remunerando adequadamente os capitais envolvidos. Sem essa condição preenchida, a sustentabilidade é uma ficção.

Qual a principal transformação que gostaria de ver Portugal fazer?

Na minha opinião, os problemas que Portugal enfrenta e que justificam o nosso atraso e divergência face à generalidade dos países europeus não resulta nem de uma falta de dinheiro nem, sem prejuízo da necessidade de uma melhoria continua, da escassez ou subqualificação do capital humano empresarial ou laboral. Efetivamente, creio que o essencial do nosso problema passa pela não eficiente canalização e transformação dos fundos existentes em projetos produtivos – privados ou públicos – decorrendo daí um não aproveitamento dos mesmos ou a sua utilização para fins não reprodutivos ou mesmo perversos.

A resolução deste problema passa em larga escala por uma mudança de mentalidades e de metodologias de atuação designadamente em termos de:

  • existir um diálogo efetivo entre os parceiros sociais no sentido de os projetos concretos viáveis – sublinho públicos ou privados – serem identificados, prioritizados e implementados.
  • haver um consenso de que a primeira prioridade será criar nova riqueza e não a partilha da existente, sem prejuízo, naturalmente do cumprimento dos deveres básicos de solidariedade social e da prevenção da exclusão. Com mais riqueza, a subsequente redistribuição será um exercício muito mais fácil e abrangente.
  • se instituir a cultura de que há que, com a melhor informação disponível, tomar decisões com rapidez e risco controlado, rejeitando-se as posições cómodas de, por falta de coragem, arrastar problemas. Não decidir é também decidir, só que é a pior metodologia até porque não fundamentada.

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De nutricionistas a dentistas, críticas das Ordens às novas tabelas da ADSE multiplicam-se

Com a publicação da nova tabela do convencionado, surgiram logo críticas por "desvalorização" dos atos. Entretanto, mais Ordens têm vindo a pronunciar-se sobre preços, exclusões e restrições.

O processo para elaborar a nova tabela da ADSE para o regime convencionado foi demorado, contando com várias negociações e consultas. Mesmo assim, quando finalmente foi conhecida e entrou em vigor, a tabela enfrentou várias críticas, nomeadamente de várias Ordens profissionais, desde dentistas a nutricionistas.

As novas tabelas e regras entraram em vigor a 1 de setembro, tendo sido publicadas na página da ADSE no dia anterior. Os preços foram revistos e atualizados, sendo que desaparecem também alguns atos e são introduzidos novos, nomeadamente na psicologia clínica e na medicina dentária. As principais críticas prendem-se com os valores atribuídos a alguns atos, bem como as exclusões e restrições expressas nas tabelas.

Médicos preocupados com desvalorizações dos atos médicos

A reação da Ordem dos Médicos não tardou, mostrando-se preocupada com o “impacto negativo no acesso a cuidados de saúde por parte dos beneficiários da ADSE e também na qualidade dos mesmos”.

“A nova tabela da ADSE poderá implicar desvalorizações dos atos médicos para níveis muito preocupantes“, argumentou a Ordem, “temendo-se que muitos dos médicos mais qualificados optem por deixar de trabalhar no âmbito da prestação de serviços aos beneficiários da ADSE”. Para além disso, sublinharam que “serão colocadas dificuldades éticas nas decisões, nomeadamente ao nível da escolha de dispositivos e materiais a utilizar por parte das unidades de saúde”.

Numa entrevista ao ECO, no início deste mês, questionada pela posição da Ordem, nomeadamente do bastonário, a presidente do Conselho Diretivo da ADSE apontou que se deixou “bem claro quais os valores mínimos dos honorários médicos a considerar para o cálculo”, pelo que a negociação “cabe a cada entidade”.

Nutricionistas criticam exclusão das consultas de nutrição

Já a Ordem dos Nutricionistas pronunciou-se sobre o facto de as tabelas não incluírem a comparticipação de consultas de nutrição. A exclusão destes cuidados de saúde é para a instituição um “erro crasso, que se espera que seja corrigido em breve”, segundo consideraram na altura, em comunicado. A Ordem já avançou com reuniões com a ADSE para tentar incluir as consultas de nutrição.

Após a saída das tabelas, ADSE admitiu que poderão ainda “existir alterações pontuais, até porque agora com a entrada em pleno das tabelas” é que se vai monitorizando, apontou Manuela Faria. Até agora, o subsistema de saúde dos funcionários públicos só indicou, numa nota publicada na página, que há “necessidade de ajustar as tabelas referente aos partos, aos testes de psicologia e às cirurgias tiroidectomia, hérnia e gastrectomia parcial”.

Dentistas alertam para “dumping”

Críticas surgiram também do lado da Ordem dos Médicos Dentistas, que reiterou em comunicado que “há atos médico-dentários com valores que podem ficar abaixo do custo real, o que pode configurar uma situação de ‘dumping’”. “Se a nova tabela da ADSE for cumprida à risca há doentes que vão ficar com tratamentos a meio e há doentes que vão ter cáries a evoluir sem poderem ser intervencionadas“, alertou o bastonário.

A ADSE decidiu responder a estas declarações com um comunicado na sua página: “sendo a Medicina Dentária a valência que, no conjunto dos seus atos, maior aumento teve na tabela que entrou em vigor, muito se estranha o comunicado do senhor Bastonário, que questiona o preço atual dos mesmos atos que tinham um preço muito inferior até ao passado dia 31 de agosto e que sempre foram realizados pelos nossos prestadores”, lê-se na nota.

O subsistema assegura ainda que “os valores fixados pela ADSE para custear os materiais e procedimentos são fruto de contributos dos prestadores e da supervisão dos seus consultores”, notando também que as críticas não parecem ser universais, já que, “dos 120 pedidos de adesão ao regime convencionado da ADSE, cerca de um terço refere-se a Medicina Dentária”.

Oftalmologistas querem eliminar restrições

Já esta quarta-feira surgiram mais reivindicações, desta vez conjuntas da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e do Colégio da Especialidade de Oftalmologia da Ordem dos Médicos (CEOOM). As entidades apontam que “os cancelamentos e dificuldades condicionam de forma grave o acesso dos beneficiários a cuidados médicos que necessitam”.

Desta forma, sugerem a “introdução de alterações que possibilitem a inexistência de restrições em tecnologias e fármacos mais recentes possibilitando os melhores cuidados aos doentes”. O SPO e o CEOOM adiantam também que houve uma “abertura expressa da ADSE para poder corrigir, com celeridade, algumas restrições da tabela”.

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Lesados do BES querem Carlos Costa e membros do Governo arguidos no caso GES

Quase 200 lesados do BES são agora assistentes no caso GES e pediram, na abertura de instrução, que Carlos Costa e Passos Coelho, PM à data da resolução do banco, sejam também arguidos.

Os lesados do BES — que já são assistentes no caso do Universo Espírito Santo/GES — pediram a instrução do processo em que um dos objetivos principais passa por apurar as responsabilidades criminais dos supervisores e governantes, à data da resolução do BES, em agosto de 2014. Ou seja: Carlos Costa e o titular do Governo, Pedro Passos Coelho, pelo menos. Para isso, fazem o pedido ao juiz de instrução — que neste caso pode vir a ser Carlos Alexandre ou Ivo Rosa — para que a investigação seja mais aprofundada, já que defendem que Ricardo Salgado não pode ser o único a ser incriminado.

O requerimento — a que o ECO/Advocatus teve acesso — revela que “a estratégia da acusação parece ser a de incriminar o Ricardo Salgado e uma dúzia de colaboradores e de ilibar as responsabilidades dos agentes políticos da resolução, dos membros da administração do BdP, dos membros dos órgão sociais das empresas onde que foram cometidas irregularidades e, muito em especial, dos contabilistas responsáveis pelas escritas que se dizem falsificadas e dos auditores que garantiram que tais escritas foram falsificadas, bem como dos membros de conselhos fiscais”, diz o documento assinado pelo advogado Miguel Reis.

Para isso, pedem que a investigação criminal no caso GES não se limite a Ricardo Salgado, já que se criou uma “falsa ideia de que Ricardo Salgado era uma espécie de ‘dono disto tudo’ apenas para branquear o assalto pelo Banco de Portugal ao principal banco português”.

Por isso, o que é que os cerca de 170 lesados do BES pedem, em concreto?

  • Uma adequada investigação criminal, no país e no estrangeiro, de forma a apurar a verdade material dos factos que conduziram à resolução do BES;
  • Que sejam constituídos arguidos o governador Carlos Costa e administradores do Banco de Portugal, investigando se os seus atos e comportamentos na fase anterior e na fase posterior à medida de resolução;
  • Que sejam constituídos arguidos todos os indivíduos que desempenharam funções nos órgãos sociais do BES e das empresas do GES que sejam devedoras, investigando-se as suas responsabilidades na criação do “buraco” financeiro;
  • Que sejam constituídos arguidos os membros dos órgãos sociais do Novo Banco para que esclareçam como chegou a esse banco o património que era do BES e quais as contrapartidas nas escritas de um e outro;
  • Que se constituam como arguidos os revisores oficiais de contas e os auditores do BES nos últimos quatro anos anteriores à resolução, para que expliquem as divergências entre o que consta dos relatórios de contas do BES e o que foi afirmado pelo BdP;
  • Que se investiguem as condições e as circunstâncias da destruição da garantia soberana do República de Angola, apreendendo-se todos os documentos existentes e apurando-se onde está a dita garantia;
  • Que se investigue o destino que tiveram os fundos que, alegadamente, foram contabilizados a débito do BESA não tendo sido, porém, enviados para Angola;
  • Que se proceda à apreensão de toda a “escrita mercantil” e dos computadores do BES de forma a evitar a sua destruição, que impedirá a descoberta da verdade material e que se proceda a exame pericial dessa escrita, de forma adequada a explicar as divergências entre as informações dos balanços e demonstrações de resultados anteriores à medida de resolução e dos que foram publicados depois dela;
  • Que se ordene a apreensão de todos os bens das pessoas acima citadas, de forma a assegurar que elas não os delapidem, reduzindo a zero a garantia das suas obrigações;
  • Que se ouçam um a um os aqui assistentes (lesados do BES) para que possam explicar ao Tribunal as circunstâncias em que forem enganados e oferecer provas dos enganos de que foram vítimas.

A figura processual de assistente, diz-nos a lei, é uma espécie de “colaborador do Ministério Público” e que passa a ter poderes que lhe permitam intervir diretamente no andamento do processo. Pode assim intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo as diligências que considere necessárias, como foi o caso agora com este pedido de instrução. O assistente tem ainda outros direitos, com destaque para os relativos à fase de julgamento. Pode, nomeadamente, participar na audiência, fazer alegações no final desta através do seu advogado, pronunciar‑se sobre os meios de prova, arrolar testemunhas e questionar diretamente essas testemunhas e as arroladas pelo arguido.

O grupo de lesados em questão considera, assim, que “Ricardo Salgado não tinha sequer, sozinho, poderes fazer o que lhe é imputado”, que a generalidade dos factos que lhe são imputados são relativos à atividade de órgãos colegiais e que, nesse sentido, “a acusação constitui um excelente instrumento de trabalho, para que se questione… quem são os outros”.

O advogado do grupo de quase 200 lesados argumenta assim que “esta causa (o universo criminal conexo com a resolução do BES) tem que ir a julgamento, mas consideramos que o julgamento pode ser um fracasso se não se melhorar a investigação e se não se imputarem responsabilidade a todos os que agiram e participaram, com dolo ou mera culpa, no quadro da ação penal que antecedeu a resolução do BES”.

E que argumentação apresentam os lesados do BES?

  • “A mera incriminação do Ricardo Salgado e de alguns dos seus compagnons de route não só não é suficiente como não passa de uma espécie de ópera bufa, com vista a reduzir ou anular as responsabilidades do Estado e do Banco de Portugal pelos prejuízos que causaram aos investidores, especialmente aos pequenos”;
  • “A medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal ao Banco Espírito Santo foi uma operação obscura, que suscita uma série de dúvidas e indicia, de forma muito clara, a prática de atos que são sancionados pela lei penal e que, por isso mesmo, têm que ser investigados como é próprio dos crimes”;
  • “E porque é que (Carlos Costa) mentiu ao próprio Presidente da República, que disse claramente, a 27 de julho de 2014, que as informações de que o Banco Espírito Santo era seguro lhe forma garantidas pelo Banco de Portugal. Estivemos, obviamente, perante manobras políticas, porque é, essencialmente, político tudo o que tem a ver com a resolução”;
  • “A verdade nua e crua é que enquanto o Ricardo Salgado presidiu ao Conselho de Administração do BES, sempre foram cumpridas as obrigações assumidas para com os assistentes”;
  • “É do conhecimento comum que, durante anos, o BES criou empregos dourados para políticos de todos os partidos e era uma entidade querida de todos os clubes de futebol, dos jornais e das televisões. Se o arguido Ricardo Salgado fosse o DDT não tinha permitido o que aconteceu por determinação do Banco de Portugal”;
  • “Os diretores do Banco de Portugal dedicados à supervisão foram empregar-se na PWC e que esta é a “entidade independente” contratada pelo BdP para proceder à avaliação. É legítimo questionar se esses funcionários não influenciaram a medida de resolução, com a intenção de obterem benefícios pessoais, com um novo emprego, projetado pelo facto de terem sido responsáveis pela área de supervisão no Banco de Portugal”;
  • “Os assistentes foram, enganados porque, em ação conjunta, os responsáveis pelo Banco Espírito Santo, os responsáveis pelo Banco de Portugal e os responsáveis pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, com a cobertura do Primeiro Ministro, dos membros do Governo e do próprio Presidente da República, os enganaram e os induziram na ideia de que o Banco Espírito Santo era um banco sólido, que merecia toda a confiança”.
  • “Não pode continuar a branquear-se a realidade, ocultando-se ou omitindo-se que o Banco de Portugal é uma autoridade de polícia financeira, não havendo nenhuma razão para tolerar as omissões dos seus funcionários e, muito menos, que os seus funcionários possam aproveitar-se do exercício das funções para se venderem a entidades comerciais que só os contratam em razão da informação que têm”.
  • “Ao decidir como decidiu, no sentido de não cobrar nem tomar providências para a cobrança de quaisquer créditos sobre as demais entidades do Grupo Espírito Santo, o Banco de Portugal agiu de forma adequada a proteger essas entidades devedoras e a prejudicar os acionistas e demais investidores do Banco Espírito Santo”;
  • “A resolução do BES foi uma operação muito mais lesiva dos direitos dos cidadãos em geral e dos investidores em particular do que as nacionalizações da banca, a seguir ao 11 de março de 1975”;
  • “O património que constituía garantia geral das obrigações dos assistentes foi generosamente desviado e delapidado, em termos que carecem de investigação criminal, por serem enormes os indícios de gestão danosa”;
  • “Reitera-se que até ao dia 4 de agosto de 2014, não tiveram nenhuma razão de queixa de ninguém, porque o Banco Espírito Santo S.A. sempre cumpriu, rigorosa e pontualmente as suas obrigações de pagamento e nunca nenhum dos reguladores avisou de que havia qualquer tipo de risco relativamente aos investimentos que fizeram”.

a 31 de dezembro de 2014, em representação de 170 lesados do BES, o advogado Miguel Reis subscreveu uma queixa criminal contra “desconhecidos, porém identificáveis” no Tribunal Central de Investigação Criminal requerendo a abertura do devido inquérito para a investigação de indícios de crime que, do nosso ponto de vista, justificavam o procedimento criminal. “Mas o juiz Carlos Alexandre chutou-nos para canto”. O Tribunal Central de Instrução Criminal “nem sequer nos respondeu, não autuando o processo e chutando com o mesmo para o DIAP, onde está parado desde 13 de janeiro de 2015”, explica o mesmo advogado.

Em 2017 foi encontrada uma solução (entre a associação de lesados, Governo, CMVM e BdP) para os clientes que, aos balcões do BES, investiram 434 milhões de euros em papel comercial das empresas Espírito Santo Financial e Rio Forte, e cujo investimento perderam com o colapso do Grupo Espírito Santo (no verão de 2014).

A solução implicou que os lesados que aderiram ao Fundo de Recuperação de Créditos recuperam 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, o valor recuperado é de 50% do investimento.

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TAP e Efacec na mira do Tribunal de Contas

“Ambos os processos estão a ser acompanhados pelo Tribunal e, no âmbito da programação para 2022, também será ponderada a inclusão de ações específicas sobre os mesmos”, diz ao ECO fonte oficial.

TAP e Efacec são duas empresas que o Tribunal de Contas não quer perder de vista. Uma atravessa um amplo processo de reestruturação, tendo já recebido 1,6 mil milhões de euros em ajudas do Estado, e a outra está na terceira fase do processo de reprivatização. A entidade liderada por José Tavares já as está a acompanhar este ano e pretende continuar a fazê-lo em 2022.

Ambos os processos (Efacec e TAP) estão a ser acompanhados pelo Tribunal e, no âmbito da programação para 2022, que agora se inicia, também será ponderada a inclusão de ações específicas sobre os mesmos”, avançou fonte oficial do Tribunal de Contas ao ECO, sem especificar o tipo de acompanhamento em causa.

O Tribunal de Contas no seu plano de ação para 2021 não tinha discriminado qualquer acompanhamento destes dois dossiers. Fiscalizar os atos e contratos que derem entrada no Tribunal, emitir pareceres sobre a Conta Geral do Estado de 2020, mas também da Segurança Social, regiões autónomas, e auditar e verificar as contas da Assembleia da República era a lista de tarefas da instituição para este ano. A que acrescem 48 auditorias de apuramento de responsabilidades financeiras, 13 estudos e pareceres, fazer a verificação interna de 737 contas de entidades públicas e dar “especial atenção” ao padrão de despesa gerado pela pandemia.

No âmbito do processo de reprivatização da Efacec, quando o Governo aprovou em Conselho de Ministros o caderno de encargos para privatizar os 71,73% que foram parar às mãos do Estado — na sequência da nacionalização da posição que Isabel dos Santos tinha na elétrica devido ao seu envolvimento no processo do Luanda Leaks –, também decidiu envolver o Tribunal de Contas. “De forma a reforçar a absoluta transparência do processo de reprivatização, o Governo decidiu colocar à disposição do Tribunal de Contas todos os elementos informativos respeitantes aos procedimentos adotados no âmbito da referida operação”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros de 10 de dezembro de 2020.

Mas os pormenores ficam por aqui. Questionado sobre os aspetos em concreto que o Tribunal de Contas está a acompanhar, a instituição não revelou detalhes. Aliás, tal como não o fez para a TAP.

A companhia aérea está a reduzir o seu quadro de pessoal – em cima da mesa está agora um despedimento coletivo de 78 pessoas — no âmbito do plano de reestruturação que submeteu a Bruxelas, por contrapartida das ajudas públicas recebidas. Ajudas essas que estão a ser alvo de uma investigação aprofundada por parte da Comissão Europeia.

O Estado já injetou 1,2 mil milhões de euros na companhia em 2020, a que se somaram mais 462 milhões em 2021, valor que ainda deverá ser reforçado até ao final do ano. Além disso, no Orçamento do Estado para 2022 estarão inscritos mais 990 milhões, avançou o ministro das Finanças em entrevista à RTP. Mas o plano de reestruturação prevê um total de 3,2 mil milhões em ajudas de estado.

A TAP registou prejuízos de 493,1 milhões de euros no primeiro semestre, uma melhoria homóloga de 88,8 milhões. A recuperação do turismo e do tráfego aéreo será determinante para o futuro da empresa que, segundo a nova CEO, não pode passar pelo seu desaparecimento.

O plano de ação do Tribunal de Contas para 2022 só deverá ser conhecido em dezembro, à semelhança do que aconteceu o ano passado.

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Governo negoceia com a esquerda englobamento obrigatório de rendimentos no IRS

É uma medida que está no programa do Governo e uma bandeira do PCP. O ECO apurou que o tema está a ser negociado no âmbito do Orçamento do Estado para 2022.

Debate e votação da proposta do Orçamento do Estado para 2021 - 28OUT20
O primeiro-ministro António Costa e o ministro das Finanças João Leão.Hugo Amaral/ECO

“Caminhar no sentido do englobamento dos diversos tipos de rendimentos em sede de IRS, eliminando as diferenças entre taxas”. Esta frase está escrita no programa com que o Partido Socialista concorreu às eleições de 2019 e foi vertida para o programa de Governo, mas nunca chegou a sair do papel.

Na discussão na especialidade dos orçamentos do Estado para 2020 e 2021, os socialistas chumbaram as propostas do PCP no sentido de tornar o englobamento obrigatório, mas o ECO apurou que o assunto foi ressuscitado nas negociações que estão agora a decorrer com a esquerda para o Orçamento de 2022.

Atualmente, o englobamento é opcional. Os rendimentos de capitais, prediais e as mais-valias podem ser tributados de forma separada, normalmente a uma taxa liberatória de 28%; ou podem ser englobados juntamente com os rendimentos de trabalho, aplicando-se neste último caso as taxas de IRS que variam atualmente dos 14,5% aos 48% (sem contar com o adicional do IRS). Os contribuintes escolhem o que lhes é mais vantajoso. Ao obrigar a englobar os rendimentos de capitais e prediais juntamente com os rendimentos do trabalho, isso poderá corresponder a um agravamento fiscal.

O programa de Governo não explica como será feito esse englobamento. Já o PCP chegou a apresentar à votação uma proposta concreta para obrigar os contribuintes com rendimentos acima de 100 mil euros anuais a englobar os rendimentos prediais e rendimentos de capital. Também o Bloco de Esquerda propôs uma medida semelhante.

Apesar de os socialistas e de o Governo não terem aceitado as propostas feitas pelos comunistas e bloquistas, o Governo nunca chegou a desistir da ideia. Foi isso mesmo que disse o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, em declarações ao jornal Público, em dezembro de 2020. Garantiu que o programa de Governo “é para cumprir no decorrer de toda a legislatura, no tempo e no modo que seja oportuno”.

Esse tempo parece ter chegado e o tema volta agora a estar em cima da mesa. No programa de Governo, além do tema do englobamento, o Governo também prometeu uma maior progressividade no IRS e em entrevista à TVI, a 6 de setembro, o primeiro-ministro revelou que o Orçamento para 2022 deverá trazer um desdobramento do terceiro e do sexto escalões de IRS.

Mais escalões significa menos impostos a pagar pelos portugueses. Mas se o Governo avançar com o englobamento obrigatório, alguns contribuintes terão um agravamento fiscal em vez de um alívio. Isso mesmo admitiu António Costa aquando do debate do seu programa de Governo em 2019.

Na altura, Cecília Meireles, deputada do CDS, pediu uma garantia ao primeiro-ministro de que nenhum português pagaria mais impostos sobre o rendimento nesta legislatura. António Costa não a deu.

“Em matéria de rendimentos prediais, isentamos a tributação para quem coloque os imóveis em regime de arrendamento acessível ou faça contratos sem precariedade,” começou por recordar. No entanto, “para quem não o faz, e tem o direito a não o fazer, é provável que o englobamento venha a traduzir-se num agravamento de impostos,” admitiu na altura o primeiro-ministro.

Nesta altura, no Terreiro do Paço, o ministro das Finanças, João Leão, anda de calculadora na mão já que ainda esta semana, à agência Lusa, garantia que com a revisão dos escalões do IRS “não haverá aumento da carga fiscal”. Contudo, se o englobamento avançar, alguns irão pagar certamente mais impostos.

Confrontado pelo ECO com as negociações com a esquerda para avançar com o englobamento obrigatório e de alguns contribuintes poderem vir a pagar mais impostos, fonte oficial das Finanças preferiu não comentar.

João Leão já começou a preparar uma narrativa para este cenário. No inicio de setembro, na Grande Entrevista da RTP3, o ministro das Finanças afirmou que de 2015 a 2019, Portugal foi dos países da Europa que mais baixou o IRS em percentagem do PIB: de 7,3% para 6,3%. Na Europa essa percentagem até aumentou, para cerca de 9,6%.

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Galp “tem de levar uma lição”, promete António Costa

  • Lusa
  • 19 Setembro 2021

António Costa aproveitou comício em Matosinhos para criticar Galp pela forma como encerrou refinaria. Petrolífera é controlada por grupo Amorim, mas Estado tem participação de 7%.

O secretário-geral do PS, António Costa, considerou que “era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade” como a Galp demonstrou no encerramento da refinaria de Matosinhos, prometendo uma “lição exemplar” à empresa, que também tem participação acionista do Estado (7% através da Parpública). Falando em Matosinhos, num comício de apoio à presidente do município e candidata a um novo mandato, Luísa Salgueiro, António Costa deixou críticas ao encerramento da refinaria no concelho, no distrito do Porto, na sequência da decisão da Galp de concentrar as operações em Sines.

“Era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade, tanta irresponsabilidade, tanta falta de solidariedade como aquela que a Galp deu provas aqui em Matosinhos”, apontou.

Considerando que o processo da empresa em Matosinhos constitui “um exemplo de escola de tudo aquilo que não deve ser feito por uma empresa que seja uma empresa responsável”, o também primeiro-ministro elencou três dimensões que testemunham a irresponsabilidade e a insensibilidade da Galp.

“A Galp começou por revelar total insensibilidade social ao escolher o dia 20 de dezembro, a cinco dias do Natal, para anunciar aos seus 1.600 trabalhadores que iria encerrar a refinaria de Matosinhos”, apontou.

Num segundo momento, salientou o secretário-geral do PS, a empresa mostrou “total irresponsabilidade social” porque, contrariamente “ao que estão a fazer as empresas que estão agora a encerrar as suas centrais a carvão”, não preparou “minimamente a requalificação e as novas oportunidades de trabalho e de prosseguir a vida para os trabalhadores que iriam perder os seus postos de trabalho”.

“E, em terceiro lugar, não revelou a menor consciência de responsabilidade que qualquer empresa — e em particular uma empresa daquela dimensão – tem para com o território onde está instalada, onde deixa um enorme passivo ambiental de solos contaminados, não dialogando previamente com a Câmara nem com o Estado sobre o que é que pretende fazer depois de encerrar aquela refinaria aqui em Matosinhos”, afirmou.

António Costa reconheceu que é necessário fazer uma transição energética e trabalhar para a descarbonização da economia, mas afirmou que é preciso fazê-lo com consciência social e responsabilidade.

Eu quero deixar claro: Nada tenho contra a empresa. Agora, há algo que eu tenho: É que, neste início de processo de transição, este processo tem de ser exemplar. E quem se porta assim tem de levar uma lição. Tem de levar uma lição para que esta lição seja exemplar para todas as outras empresas que vão ter de enfrentar processos semelhantes, neste processo de transição energética.

António Costa

“E é para isso que o Fundo de Transição justa tem de ser ativado, para trabalharmos em conjunto com o município de Matosinhos para garantir que, em primeiro lugar, aqueles que perdem aqui o seu posto de trabalho têm novas oportunidades para prosseguirem com dignidade a sua vida”, referiu.

António Costa salientou também que pretende trabalhar com o município para garantir que o território antes ocupado pela refinaria não será agora utilizado pela Galp como “lhe der na real gana”, mas antes para desenvolver “a economia e para o progresso do território de Matosinhos”.

Dirigindo-se diretamente à cabeça de lista socialista no concelho, que o ouvia na plateia, António Costa apelou para que Luísa Salgueiro utilize “todos os mecanismos legais que as leis do ordenamento do território colocam nas mãos do município para garantir que naqueles terrenos só se fará o que o município de Matosinhos autorizar e só autorizará o que for para bem do progresso desta região”.

“Eu quero deixar claro: Nada tenho contra a empresa. Agora, há algo que eu tenho: É que, neste início de processo de transição, este processo tem de ser exemplar. E quem se porta assim tem de levar uma lição. Tem de levar uma lição para que esta lição seja exemplar para todas as outras empresas que vão ter de enfrentar processos semelhantes, neste processo de transição energética”, frisou.

A Galp desligou a última unidade de produção da refinaria de Matosinhos em 30 de abril, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.

A petrolífera justificou a “decisão complexa” de encerramento da refinaria com base numa avaliação do contexto europeu e mundial da refinação, bem como nos desafios de sustentabilidade, a que se juntaram as características das instalações.

O encerramento da refinaria de Matosinhos, em abril, representa perdas de 5% do PIB em Matosinhos e de 1% na Área Metropolitana do Porto, segundo um estudo socioeconómico a que a Lusa teve acesso.

O estudo, encomendado pela Câmara Municipal de Matosinhos à Universidade do Porto para avaliar os impactos socioeconómicos do fecho do complexo petroquímico no concelho, traça um “cenário particularmente grave” para a região Norte e para o país, caso não seja dado qualquer destino àquela instalação industrial.

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Prévoir faz 25 anos e vai além dos seguros de Vida

  • ECO Seguros
  • 19 Setembro 2021

A sucursal portuguesa do Grupo francês Prévoir fez 25 anos. Para a presidente Patricia Lacoste é “uma sucursal sã, produz resultados e satisfação de clientes”. Saúde e Acidentes são novos ramos.

Luis Ferraz, mandatário geral da Prévoir, Patricia Lacoste, presidente do Grupo Prévoir e Khamsaya Soukhavong, diretor de Desenvolvimento Internacional foram anfitriões de encontro interativo e presencial.

Para Patricia Lacoste, presidente do Grupo Prévoir “não se mexe numa equipa ganhadora”, referindo-se – na sexta-feira – à sucursal portuguesa da seguradora francesa, liderada por Luis Ferraz, mandatário geral. A Prévoir Portugal foi, há 25 anos, a primeira internacionalização deste grupo familiar com 111 anos de vida que em 2020 obteve 511 milhões de euros de volume de negócios. Lacoste lembrou que foi um “pequeno grupo de empreendedores que nos permitiu chegar até aqui”, reforçando “a estabilidade excecional” da equipa de gestão da sucursal portuguesa, para aquela que é a mais rentável operação internacional da seguradora. Para a presidente, Portugal tem “uma sucursal sã, produz resultados e satisfação de clientes”.

Para celebrar os 25 anos em Portugal, a Prévoir reuniu cerca de 120 pessoas na última sexta-feira no Porto, onde fica a sua sede, a que se juntaram por vídeo conferência mais de 400 agentes e parceiros de todo o país. Uma representação dos seus 950 agentes e de funcionários dos 16 escritórios que tem no país.

“Estamos a passar por uma transformação, com a expansão da atividade a outros ramos” afirmou Luiz Ferraz, Mandatário Geral da Prévoir em Portugal, referindo que os seguros de Vida risco e os seguros mistos ainda representam cerca de 70% do volume dos prémios emitidos”. No entanto, realçou a recente parceria com a Victoria, cujo CEO Francisco Campilho também estava presente, que “abriu a porta para o ramo saúde”. Neste momento para além do tradicional ramo Vida e do Saúde com a Victoria, a Prévoir tem autorização da ASF para explorar os ramos Acidentes Pessoais e Acidentes de Trabalho “se assim o quiser”.

José Galamba de Oliveira: “Envelhecimento da população, gap de proteção agravado pelas alterações climáticas e pensões do futuro são oportunidades para o setor segurador”.

“Estamos numa época cheia de oportunidades para o setor” destacou José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, da qual a Prévoir faz parte, na sua intervenção durante o encontro. Para o presidente da APS, o envelhecimento da população, o gap de proteção agravado pelas alterações climáticas e a poupança e suas consequências nas pensões do futuro, são ocasião para protagonismo do setor segurador na resposta a esses desafios.

A sucursal portuguesa do Grupo Prévoir foi criada em 1996 pela vontade do então presidente Bertrand Voyer, descendente André Angot, que em 1910 fundou uma seguradora para proteger “viúvas de mineiros”. A vocação familiar mantém-se e cerca de 350 membros da família têm 70% do capital do grupo, 27% é detido por funcionários e reformados da companhia e apenas 3% é controlado por investidores financeiros.

Luis Ferraz esteve na fundação da sucursal com Paulo Silva, hoje diretor de Desenvolvimento Comercial, que indica que a rede comercial constituída por agentes não exclusivos foi e é “um dos maiores ativos da Companhia e um fator crítico do seu sucesso”. Depois de Portugal, o Grupo Prévoir fez outra sucursal na Polónia no ano 2000 e adquiriu 45,8% da MapLife no Vietname em 2005.

A crescer 16% nos primeiros sete meses deste ano em relação ao ano passado, em que emitiu prémios no valor de 17,5 milhões de euros, a Prévoir aposta na digitalização da empresa e na criação de ferramentas adequadas ao desenvolvimento comercial. Para a companhia o futuro está escrito no plano estratégico definido para os próximos cinco anos. As linhas orientadoras do plano passam, também, por potenciar a exploração de seguros não vida, nomeadamente os seguros de acidentes pessoais e aumentar a oferta dos seguros de saúde. “O objetivo passa por cumprir a promessa de sermos uma seguradora de pessoas em todas as suas perspetivas. Queremos ter, cada vez mais, produtos complementares na área da previdência pessoal dos nossos clientes”, conclui Luiz Ferraz.

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Zurich e Banco CTT lançam seguro de Vida ligado a investimento sustentável

  • ECO Seguros
  • 19 Setembro 2021

O produto permite que os clientes invistam em ativos sustentáveis e acompanhem, através de uma entidade independente, o impacto positivo que estão a gerar em termos da sustentabilidade global.

A Zurich está a lançar um novo seguro Vida unit-linked de investimento sustentável, em parceria com o Banco CTT. O produto “Banco CTT Investimento Sustentável” – cuja carteira de ativos subjacentes é composta por fundos de empresas com critérios de sustentabilidade -, é um exemplo de inovação da Zurich no desenvolvimento de produtos que “aceleram o progresso rumo à prosperidade do planeta”.

“Como um dos maiores gestores globais de soluções unit-linked, é com enorme motivação e esperança que disponibilizamos a possibilidade de os clientes investirem em empresas com critérios de sustentabilidade, que vão de encontro aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos na Agenda 2030 das Nações Unidas. Queremos, com os nossos colaboradores, parceiros e clientes, ser parte da solução no combate às alterações climáticas”, afirma Ana Paulo, Head of Life e membro do Conselho de Administração da Zurich – Companhia de Seguros Vida.

O “Banco CTT Investimento Sustentável” permite que os clientes invistam em ativos sustentáveis e acompanhem – através de um relatório com KPI’s (Key Performance Indicators), emitido pela MainStreet Partners, uma entidade independente -, o impacto positivo que estão a gerar no sentido de contribuírem para um mundo mais equilibrado e sustentável, explica a companhia.

No âmbito do lançamento do novo produto, a Zurich e o Banco CTT associaram-se ao Programa ECO-Escolas da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) para apoiar o projeto Hortas BIO e contribuir para a criação de hortas em 14 ECO-escolas nacionais. Apoiar estas hortas escolares cultivadas de modo biológico, pelos próprios alunos e professores, “é uma forma de educar e sensibilizar as comunidades escolares e locais para temas relacionados com a sustentabilidade, tais como as práticas de agricultura biológica ou a alimentação saudável e sustentável,” nota a seguradora.

Recentemente, no quadro de medidas adotadas para reduzir emissões de CO2, o Grupo Zurich lançou o Livro Branco (white paper) “Closing the Gap on Climate Action” onde revela o seu desempenho climático e apela aos participantes na COP26 que transmitam ao setor privado maior clareza e confiança na abordagem a adotar no processo de transição.

O Zurich Insurance Group é líder do setor do Dow Jones Sustainability Index e a sua estratégia de investimento responsável assenta em três pilares: Integração ESG, Investimento de Impacto e Progresso Conjunto. Em 2020, “o portfólio de investimento responsável do Grupo Zurich atingiu 5,8 biliões de dólares, o que permitiu evitar, anualmente, a emissão de 2,9 milhões de toneladas de carbono equivalente e melhorar a vida de 3,7 milhões de pessoas”.

Os seguros de Vida ligados a fundos de investimento (unit linked) são normalmente produtos de aforro estruturado (capital variável) em que o tomador assume algum nível de risco. O eventual rendimento depende, no todo ou em parte, do valor de referência calculado por uma ou mais unidades de participação. No entanto, de acordo com as condições contratuais, poderá ou não assegurar um rendimento mínimo.

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Mudum lança projeto piloto com corretora Costa Duarte

François Baudienville, CEO da ex-GNB Seguros, fala do futuro imediato: A recente parceria, transformação tecnológica e da reformulação de produtos saúde e casa.

 

François Baudienville, CEO da Mudum, ex-GNB Seguros: “Queremos introduzir elementos de inovação e excelência de serviço encontrando sinergias de boas práticas do Grupo Crédit Agricole Assurances”.

Mantendo a parceria que dura até 2042 com base num acordo de exclusividade por parte do Novo Banco na comercialização de produtos de seguros não vida aos seus clientes de retalho, a Mudum – seguradora Não Vida que pertence 100% ao Crédit Agricole Assurances e que desde este mês é o novo nome da GNB Seguros – alargou, este verão, as suas parcerias à corretora Costa Duarte e anuncia mudanças em produtos e funcionalidades. O CEO François Baudienville respondeu a 3 perguntas de ECOseguros.

Para além do Novo Banco que outras parcerias estão planeadas para avançar?

Apesar do Novo Banco ser o nosso principal parceiro, atualmente também temos uma parceria com o Banco Credibom e mais recentemente lançámos uma parceria, em modo de piloto, com a Costa Duarte, corretor de referência no mercado português, numa iniciativa assente num modelo de B2B2C (business-to-business-to-consumer).

Que produtos ou funcionalidades existirão de novo?

Estamos a realizar uma profunda transformação tecnológica, que tem como objetivo entregar, de forma ágil, funcionalidades digitais úteis e adaptadas aos nossos parceiros e clientes, como por exemplo o que fizemos com a reformulação da nossa oferta de Seguro Saúde. Queremos também evoluir a nossa oferta de proteção das famílias, dos seus bens e projetos, como por exemplo o que estamos a trabalhar na reformulação da nossa oferta de Seguro Casa, introduzindo elementos de inovação e excelência de serviço aos nossos clientes e encontrando sinergias de boas práticas do Grupo Crédit Agricole Assurances.

Querem avançar mais com a rede de mediadores ou corretores?

Não é uma prioridade. Queremos manter o nosso foco no que melhor sabemos fazer e que tem por base os pilares do modelo de banca seguros, que assentam essencialmente na orientação da companhia para servir os nossos parceiros através de produtos e serviços adaptados às necessidades e oportunidades, bem como num modelo operacional assente num elevado nível de integração e eficiência.

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Reeleição do CEO da Generali divide acionistas

  • ECO Seguros
  • 19 Setembro 2021

Acionistas minoritários uniram-se para exercer maior influência na assembleia-geral em que o grupo italiano deverá votar a recondução do atual CEO, Phillipe Donnet.

Nos preparativos para eleger conselho de administração para os próximos 3 anos, a maioria dos membros não-executivos do board (conselho de administração da SpA), em reunião que teve lugar a 14 de setembro, tomou nota da disponibilidade de Philippe Donnet, Chief Executive Officer (CEO), para ser reconduzido no cargo.

Face ao sinal de Donnet para se manter à frente da liderança executiva, dois terços dos administradores não executivos expressaram satisfação com o desempenho do dirigente, acolhendo a sua disponibilidade para integrar a lista de renovação da administração atualmente em fim de mandato, lê-se na nota institucional.

Dias depois, confirmando que um conjunto de acionistas quer ter uma palavra a dizer (contra) a reeleição de Donnet para novo triénio, outro comunicado da Generali refere a existência de titulares de ações da companhia unidos em torno de um “acordo parassocial” com objetivo de influenciar decisões da próxima assembleia geral (AG) do grupo.

Entre os subscritores desse pacto – um total de quinze partes interessadas no futuro do grupo segurador – estão, entre outros, Leonardo del Vecchio (através da Delfin S.a.r.l., entidade também dona do grupo Luxottica), Francesco Gaetano Caltagirone (multimilionário com interesses na construção e gestão imobiliária e outros negócios) e a Fondazione Cassa di Risparmio di Torino (Fondazione CRT).

Este grupo de investidores, noticia a imprensa, alega que a liderança de Donnet tem sido pouco ambiciosa no que concerne à estratégia de aquisições. Representando juntos cerca de 12,3% do capital da Generali SpA, os críticos preparam-se para fazer frente à Mediobanca, maior acionista institucional do grupo segurador (com cerca de 13%) e que, segundo fontes da Reuters, será favorável à reeleição do francês Phillipe Donnet.

Recondução de Donnet como CEO pode complicar-se

Os signatários do referido pacto social acordaram consultar-se entre si na tomada de posições relativamente ao futuro do grupo segurador, atuando em uníssono num conjunto de matérias que podem ser postas à votação da AG, agendada para o início de 2022.

Acresce que outros acionistas do grupo ainda não assumiram o lado da barricada na controvérsia sobre a nomeação. Caso haja mais investidores (com direito a exercício de voto na AG) a aderirem à onda de críticos, a relação de forças altera-se e os multimilionários del Vecchio e Caltagirone poderão complicar a recondução do atual CEO na instituição que, este ano, celebra 190 anos.

Terceira maior no mercado europeu de seguros, atrás da Allianz e da Axa, a Generali tem a mesma posição entre os maiores grupos que operam em Portugal.

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