Subir impostos? Governos preferem após eleições, diz estudo do Ifo

O estudo do instituto alemão Ifo concluiu que nos países industrializados os impostos tendem a subir logo após as eleições e que não há grandes diferenças na política fiscal à direita e à esquerda.

Se um político decidir que quer aumentar os impostos, o mais provável é que o faça logo a seguir às eleições em que for eleito. Esta é a conclusão de um estudo do instituto alemão Ifo divulgado na passada quinta-feira que analisou as tendências da política fiscal nas economias avançadas. Mais surpreendente é a constatação do mesmo estudo de que os Governos de direita e os de esquerda não têm grandes diferenças nesta matéria.

Os aumentos de impostos nos países industrializados são frequentemente implementados imediatamente a seguir às eleições“, conclui o estudo do Ifo elaborado pelos economistas Clemens Fuest, Klaus Gründler, Niklas Potrafke e Fabian Ruthardt. O exercício avaliou 3.200 reformas fiscais realizadas entre 1960 e 2014 em 22 economias industrializadas e emergentes, através dos dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O estudo descobriu que os impostos que são sentidos diretamente na carteira da maioria dos eleitores, nomeadamente o IVA (imposto sobre o consumo) e o IRS (imposto sobre o rendimento), aumentam logo a seguir às eleições por serem políticas “desagradáveis”. Como os “eleitores têm memória curta”, quando vão votar novamente “muitos deles mal se irão lembrar do aumento de impostos que se seguiu à eleição anterior”, nota Niklas Potrafke.

Os economistas do Ifo estão particularmente expectantes sobre as potenciais mudanças na política fiscal na Alemanha após as eleições federais de 26 de setembro. Com as intenções de voto a darem a dianteira tripartida à CDU (conservadores de Merkel), ao SPD (social-democratas) e aos Verdes, tudo está em aberto sobre a futura composição do Governo alemão e será essa correlação de forças que ditará o futuro dos impostos.

Porém, outra das conclusões curiosas deste estudo é que os dados não sugerem que os Governos de esquerda ou de direita tenham implementado uma política fiscal significativamente diferente. Ambos são cuidadosos o suficiente para não aumentarem os impostos no período anterior às eleições, mas também parecem “não reduzi-los significativamente” antes do ato eleitoral.

Este é o segundo estudo do instituto alemão numa série sobre a política fiscal em que os economistas apresentam propostas para tornar o sistema fiscal alemão mais amigo do crescimento económico e justo.

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Governo espera ter concluída reprivatização da Efacec no final de novembro

O processo de reprivatização da Efacec vai ter uma terceira fase para que as propostas sejam melhoradas. O Executivo espera concluir processo no final de novembro.

São duas as propostas que estão em cima da mesa a ser negociadas para a compra da posição que o Estado tem na Efacec. O processo entrou numa terceira fase, para que essas duas ofertas sejam melhoradas, tal como foi decidido em Conselho de Ministros na quinta-feira. E apesar de o prazo se poder arrastar até ao final do ano, no Executivo a expectativa é de que a venda dos 71,73% se faça até ao final de novembro, apurou o ECO.

O ECO já tinha avançado em primeira mão que tendo em conta a qualidade das propostas, o Executivo ia prolongar o processo de reprivatização da Efacec para uma terceira fase tentar negociar melhores condições com os dois grupos portugueses DST e Sing-Investimentos Globais (ligada à empresa industrial Sodecia), os únicos que apresentaram propostas vinculativas até à data limite de 19 de julho, tal como o ECO também avançou.

O comunicado do Conselho de Ministros era claro no objetivo desta terceira ronda do processo de reprivatização: “com vista à apresentação de propostas vinculativas melhoradas e finais“. Mas a ideia não é eternizar as negociações, que estão a ser conduzidas pelas Parpública. O final do ano é o prazo limite, mas o Governo quer terminar antes.

Na origem desta necessidade adicional de negociação está a degradação das contas da Efacec que levou os dois grupos portugueses a apresentarem propostas de compra da posição acionista do Estado com valores marginais, entre um euro e um milhão de euros, segundo já avançou o ECO, e ambas consideram que será necessário um plano de investimento de dezenas de milhões de euros para recuperar a Efacec.

A empresa fechou o ano passado com uma dívida financeira de 184,2 milhões, mais 63,1 milhões face ao ano anterior. Apesar de o relatório e contas mencionar um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de 20,2 milhões de euros, em 2020, na due diligence os concorrentes apontam antes para um EBITDA negativo ajustado de 60 milhões em 2020 e da ordem dos 30 milhões este ano.

Os candidatos nacionais exigem ainda garantias públicas que se poderão transformar em mais investimento público na empresa, depois de a garantia a um empréstimo de 70 milhões de euros que já foi totalmente consumida. Ao que o ECO apurou, o Governo já admite que poderá ser necessário “partir” a Efacec entre as áreas da mobilidade e industrial, para limitar os riscos para o Estado na operação, embora o comunicado do Conselho de Ministros não faça qualquer referência a esta possibilidade.

O ECO colocou questões ao Ministério das Finanças e da Economia, mas não obteve respostas até à publicação deste artigo.

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Empresas já sentem “pressão brutal” nos custos de energia

As fábricas portuguesas começam a fazer contas ao aumento dos preços da eletricidade, após recordes batidos no mercado grossista ibérico. PME arriscam pagar 134% a mais em novos contratos a 12 meses.

Em junho de 2020, numa fase ainda inicial da pandemia e que coincidiu com o fecho do anterior contrato de fornecimento, a Ancor beneficiou do “abaixamento substancial” dos custos energéticos. Um ano depois, chegada a altura da renovação, a empresa de Vila do Conde viu o preço subir mais de 40% face ao compromisso anterior, passando o peso desta rubrica de 1,2% para 2% do volume de vendas.

“Foi uma subida brutal na fatura. No nosso caso são dezenas de milhares de euros a mais só no caso da energia elétrica. É um acréscimo à volta de 80 mil euros por ano, numa estimativa que fazemos com base no histórico. Mesmo assim, comprámos a energia relativamente barata, comparando com o custo que está neste momento”, contextualiza Francisco Correia, gerente desta fabricante nortenha de cadernos e arquivos.

Na sequência de sucessivos recordes registados no mercado grossista ibérico (Mibel) – o máximo histórico foi registado a 2 de setembro, quando o preço da energia elétrica no mercado spot superou os 140€/MWh, 188% acima do início do ano –, uma pequena e média empresa que esteja agora a negociar um novo contrato com a duração de 12 meses arrisca-se a pagar mais 134% do que há um ano, segundo cálculos feitos ao ECO/Capital Verde por Miguel Fonseca, administrador da EDP Comercial.

"Foi uma subida brutal na fatura. No nosso caso são dezenas de milhares de euros a mais só no caso da energia elétrica. É um acréscimo à volta de 80 mil euros por ano.”

Francisco Correia

Gerente da Ancor

Enquanto as grandes empresas, por via da maior exposição à volatilidade do mercado grossista ibérico de eletricidade, já sentem na carteira os preços nunca antes vistos no Mibel, a maior parte das PME portuguesas ainda estão a salvo destes recordes mais recentes, por terem contratos fixos que ainda não terminaram. O responsável da EDP diz que quase todas estão agora a optar por contratos de maior duração, acenando com poupanças entre 47% e 60%.

Foi o que fez a Ancor, que exporta mais de metade dos artigos de papelaria produzidos na fábrica de Guilhabreu, onde emprega 155 pessoas, e faturou 14 milhões de euros em 2020. Francisco Correia confirma que “foi a primeira vez que [fez] um contrato por mais de um ano”, até junho de 2023, uma vez que “a informação que tinha dos diversos operadores é que a energia ia continuar a subir, pelo menos, durante mais 12 meses”.

“Pode ser uma forma de atenuar [os aumentos]. Fazer contratos mais longos para assegurar preços mais competitivos e ter uma maior estabilidade. Pelo menos, para não ter surpresas. Sejam mais pequenas ou maiores, quase todas as empresas hoje trabalham com base num orçamento e o facto de poderem estimar os custos que vão ter ao longo do ano é muito importante”, concorda Ricardo Costa, CEO do grupo Bernardo da Costa, sediado em Braga.

"A subida é preocupante porque a energia tem um impacto significativo sobretudo setor industrial. Em conjunto com o aumento de outros custos, pode ser um cocktail que pode desencadear uma pequena crise económica.”

Ricardo Costa

Presidente da Associação Empresarial do Minho

O também presidente da recém-criada Associação Empresarial do Minho (AEMinho), que representa sobretudo o setor industrial, ainda não vê este tema preocupar tanto as empresas quanto os aumentos verificados noutras rubricas, como as matérias-primas, os transportes, os combustíveis ou a mão-de-obra. No entanto, o empresário antevê uma “subida preocupante” da fatura da energia, temendo mesmo “um cocktail que pode desencadear uma pequena crise económica”.

“Inquietação” na compra conjunta do metal

Na indústria metalúrgica e metalomecânica, que é a mais exportadora da economia portuguesa – em 2020, mesmo após uma quebra homóloga de quase 13% devido à pandemia, vendeu mais de 17 mil milhões de euros no estrangeiro –, Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da associação o setor (AIMMAP), sublinha que há empresas que “já estão a sentir uma pressão brutal e estão muito preocupadas com esse aumento brutal dos custos da energia” que, somado aos outros que estão a disparar, torna “impossível repercuti-los [a todos] no preço final” dos artigos.

Apesar deste cenário sombrio, mais de 300 associadas desta estrutura empresarial sediada no Porto estão, para já, protegidas de aumentos mais imediatos. Há 11 anos que organiza a compra conjunta de energia e “nunca aceita contratos com tarifas variáveis”. Muitas outras empresas do setor acabam, no final, por não aderir a este concurso de negociação centralizada, mas acabam por beneficiar da “pedagogia e literacia que foi sendo criada no setor em matéria energética”, como a opção por uma tarifa fixa.

"Não concordo nem aconselho as empresas a fazerem contratos de maior duração. Na prática, verificamos que as que têm contratos de maior duração acabam por ficar prejudicadas e ter faturas energéticas superiores. O melhor é ir de ano a ano.”

Rafael Campos Pereira

Vice-presidente executivo da AIMMAP (associação do metal)

Em relação aos prazos, Rafael Campos Pereira, porta-voz da AIMMAP, refuta a tese de Miguel Fonseca, administrador da EDP Comercial, dizendo que “não [concorda] nem [aconselha] as empresas a fazerem contratos de maior duração. Na prática, argumenta, “verificamos que as empresas que têm contratos de maior duração acabam por ficar prejudicadas e ter faturas energéticas superiores. Portanto, o melhor é ir de ano a ano”.

A próxima ação coletiva de contratação de energia elétrica está agendada apenas para abril do próximo ano, mas nem essa distância no calendário descansa o representante da indústria portuguesa do metal. “Por cada dia que passa vai aumentando a nossa preocupação porque em 2022 vamos ter de renegociar os preços, de acordo com os valores que estiverem em vigor nessa altura. À medida que o tempo vai passando, vamos ficando mais inquietos”, conclui.

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Homem de 82 anos detido por burla em seguros

  • Lusa
  • 6 Setembro 2021

É um cidadão português que vive nos Estados Unidos da América e tem residência num concelho de Viana de Castelo. Foi intercetado pelo SEF no aeroporto Sá Carneiro.

O SEF deteve um homem de 82 anos no aeroporto acusado de burla com seguros. Sobre ele pendia um mandado de detenção emitido pelas autoridades portuguesas.

Um homem de 82 anos, que era procurado pelas autoridades pela prática de crimes de simulação de crime e de burla relacionada com seguros, foi esta segunda-feira detido no aeroporto Sá Carneiro, no Porto, revelou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O cidadão português vive nos Estados Unidos da América e foi detido por, sobre o homem, pender um mandado de detenção, esclareceu o SEF.

Fonte daquele serviço disse à Lusa que “uma vez que o homem possui residência em Portugal, no concelho de Viana do Castelo”, após ter sido “notificado do teor da acusação que sobre si recai” ficou sujeito à medida de coação de “Termo de Identidade e Residência”.

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Costa admite mexidas no 3º e 6º escalão de IRS

"Estamos a fazer um trabalho muito sério para identificar a possibilidade de fazer mais um desdobramento dos escalões de IRS", adiantou António Costa.

O Governo está a fazer um “trabalho muito sério” para avaliar a possibilidade de fazer um novo desdobramento dos escalões do IRS, no Orçamento do Estado para 2022, avançou o primeiro-ministro, esta segunda-feira, em entrevista à TVI. António Costa detalhou que as mexidas, a acontecerem, deverão centrar-se especificamente no terceiro e sexto escalão.

“Já fizemos um primeiro desdobramento dos escalões. Tínhamos previsto fazer este ano, e tivemos de adiar por causa da crise, um segundo desdobramento. Estamos, neste momento, a fazer um trabalho muito sério para identificar a possibilidade de, no próximo Orçamento do Estado, fazer mais um desdobramento dos escalões. Temos que ir desdobrando“, adiantou o chefe do Executivo, que garantiu que, em termos de fiscalidade, Portugal até “não compara mal” com os demais países europeus.

António Costa revelou ainda: “Há dois escalões, sobretudo, que têm de ser mexidos. É o terceiro escalão, que cobre rendimentos entre os 10.000 e os 20.000 euros, o que é uma enorme diferença. E, depois, é o sexto escalão, que [cobre] rendimentos que vão de 36.000 euros a 80.000 euros. É uma diferença gigantesca”.

O primeiro-ministro já tinha admitido que o Orçamento do Estado para 2022 poderá trazer mudanças nos escalões do IRS, até porque tal medida consta do programa do Governo. Por outro lado, os detalhes agora avançados por António Costa coincidem com a proposta do PAN (de alterar o terceiro e o sexto escalão), partido que disse esperar contribuir, por essa via, para “evitar o fenómeno de achatamento entre salário mínimo e o salário médio“.

Também sobre as medidas fiscais que constarão do Orçamento para 2022, o chefe do Governo aproveitou para voltar a sublinhar que o IRS Jovem — que garante um abatimento do imposto nos primeiros anos da vida ativa — deverá ser alargado de três para cinco anos. Aliás, António Costa identificou a valorização dos jovens como grande preocupação do Executivo, frisando que é importante garantir-lhes, por exemplo, habitação acessível, bem como lutar contra a precariedade laboral. “O recurso mais importante que o país tem são estas novas gerações”, atirou o mesmo.

Sobre a pandemia, o primeiro-ministro revelou que houve momentos em que temeu que “de facto, fôssemos ao fundo”, mas garante que a sociedade e a economia resistiram melhor do que se estava à espera e hoje “não estamos no Titanic, nem o barco está a ir ao fundo“. Nessa linha, António Costa salientou que o número de empresas que estão, neste momento, abrangidas por apoios extraordinários é reduzido face ao pico da crise. “As empresas estão a retomar o seu caminho“, frisou o político.

Já quanto aos fundos europeus, o chefe do Executivo afirmou que a execução tem sido boa — “desde que entrou na UE, Portugal praticamente não perdeu um cêntimo — e sublinhou que a generalidade das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “vai ser gasta com a economia”. “Não podemos perder tempo na execução [do PRR]. Ou executamos ou perdemos o dinheiro. E isto é uma oportunidade histórica“, acrescentou, frisando que onde o país pode marcar a diferença é “nas alianças mobilizadoras” entre universidades, politécnicos, empresas e autarquias. “Temos de ser um país que consegue transformar o conhecimento em desenvolvimento“, salientou, dizendo que, assim, será possível criar emprego qualificado para os jovens.

Na entrevista desta segunda-feira, António Costa foi também questionado sobre as alterações climáticas e sobre a agricultura portuguesa, tendo defendido que a Política Agrícola Comum “é disfuncional” e que os seus incentivos deveriam ser diferentes.

Sobre o seu futuro, António Costa voltou a afirmar que não fará tabu em 2023 sobre esse tema, mas disse que, neste momento, está concentrado “a 200%” em exercer as suas funções. “Comigo não haverá tabu”, afirmou. Já sobre a possibilidade de Marta Temido ser sua sucessora no cargo de secretária-geral do PS — admitida por Costa no Congresso do PS –, atirou: “Foi uma resposta de ironia”. E assegurou ainda: “Não designarei sucessores. No dia que decidir sair, não apoiarei ninguém“.

TAP? Costa “não vai atirar toalha ao chão”

O primeiro-ministro acredita que não há, pelo menos por agora, “nenhuma razão para achar que a Comissão Europeia não vai aprovar o plano de reestruturação” que foi apresentado para a TAP. Ainda assim, caso seja preciso esse “plano B”, António Costa garante que não vai desistir da transportadora portuguesa, face à sua importância estratégica. “Não vamos desistir, nem atirar a toalha ao chão, porque a TAP é estratégica para o nosso país“, disse o chefe do Executivo.

O político explicou que “aquilo que afirma a posição geoestratégica do país, Portugal como grande hub transatlântico, é a TAP”, daí que esta empresa seja “uma mais-valia que o país não pode desperdiçar“.

(Notícia atualizada às 22h53)

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Governo britânico suspende controlos aduaneiros por tempo indeterminado

  • Lusa
  • 6 Setembro 2021

O Governo britânico defende que o acordo do Brexit impõe demasiados obstáculos ao mercado interno do Reino Unido e exige a Bruxelas “alterações significativas”.

O Governo britânico anunciou esta segunda-feira que vai suspender por tempo indeterminado os controlos às mercadorias que chegam à Irlanda do Norte enquanto decorrem as negociações com a União Europeia para encontrar soluções a longo prazo para o pós-Brexit.

O “período de carência” para estabelecer os controlos aduaneiros sobre produtos de origem animal, nomeadamente de carnes refrigeradas, deveria acabar no final de setembro, após um prolongamento de três meses aprovado pela UE.

Estes controlos são um resultado do acordo para o ‘Brexit’, que entrou em vigor a 1 de janeiro e que determina que as mercadorias que atravessam o Reino Unido para a província da Irlanda do Norte cumpram os regulamentos e normas da UE.

Esta medida faz parte do Protocolo negociado para evitar uma fronteira física com a República da Irlanda, que faz parte da UE, respeitando assim os termos dos acordos de paz de 1998 para a Irlanda do Norte.

O Governo britânico alega, no entanto, que o acordo impõe demasiados obstáculos ao mercado interno do Reino Unido e exige a Bruxelas “alterações significativas”, incluindo a eliminação de controlos e documentação sobre certos produtos e o fim da jurisdição do Tribunal de Justiça da UE.

O secretário de Estado para as Relações Europeias, David Frost, disse esta segunda-feira que os dois lados iniciaram “negociações técnicas” para “determinar se um processo construtivo pode ser estabelecido para discutir e abordar as questões identificadas”.

A decisão de prolongar os períodos de carência visa “fornecer espaço para potenciais negociações adicionais e para dar certeza e estabilidade às empresas enquanto tais discussões prosseguem”.

Em março passado, quando os primeiros controlos de entrada na Irlanda do Norte deveriam entrar em vigor, Londres decidiu unilateralmente não aplicá-los, o que levou a UE a iniciar uma ação judicial.

Num comunicado, a Comissão Europeia disse “tomar nota” do anúncio e reiterou disponibilidade para procurar “soluções a longo prazo, flexíveis e práticas”, mas recusa renegociar o acordo.

Sem dizer se concorda com a decisão de Londres, Bruxelas ressaltou que vai manter suspenso o processo por incumprimento e comprometeu-se a não abrir novas ações.

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Associados do Sitava reclamam 47 milhões em créditos na insolvência da Groundforce

  • Lusa
  • 6 Setembro 2021

"O total de créditos reclamados pelos associados ultrapassa os 47 milhões de euros", adiantou o Sitava, esta segunda-feira.

Os associados do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) estão a reclamar 47 milhões de euros em créditos no âmbito do processo de insolvência da empresa de handling Groundforce, de acordo com um comunicado divulgado esta segunda-feira.

“O Sitava procedeu, na passada semana, em representação dos seus associados à reclamação de créditos (efetivos e condicionais) no âmbito do processo de insolvência da SPdH/Groundforce e para efeitos do Artº 128 do CIRE (Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas), tendo sido recolhidas cerca de 1.100 procurações”, salientou o sindicato.

A estrutura sindical salientou que “a concentração de votos no Sitava (e seu mandatário) é importante porque o total de créditos reclamados pelos associados ultrapassa os 47 milhões de euros“, o que significa que terá “certamente uma palavra muito importante no futuro da empresa e dos postos de trabalho”.

Estes créditos, de acordo com a nota, referem-se a indemnizações “pela cessação do contrato de trabalho”, a “férias vencidas e não gozadas, proporcionais sobre férias e subsídio de férias vincendas em 2021, proporcionais sobre o subsídio de Natal 2021”, a “créditos relativos ao direito individual à formação”, ao PDL (prémio de distribuição de lucros), a “evoluções na carreira vencidas e a respetiva atualização dos componentes salariais em função dessa evolução, entre outras particularidades”.

Além disso, salientou o Sitava, foi incluído “o valor nominal referente ao processo relativo às anuidades, resultante do incumprimento da Clª 44 do AE [Acordo de Empresa] em vigor, processo que corre os seus trâmites no Tribunal do Trabalho de Lisboa”.

A estrutura sindical disse depois que se segue “um prazo de 15 dias (subsequentes ao termo do prazo das reclamações)” para “a apresentação por parte dos Administradores de Insolvência de uma lista de todos os credores por si reconhecidos e uma lista dos não reconhecidos, ambas por ordem alfabética, relativamente não só aos que tenham deduzido reclamação, como àqueles cujos direitos constem dos elementos da contabilidade do devedor ou sejam por outra forma do seu conhecimento”.

A importância desta reclamação resume-se à necessária concentração de votos para as Assembleias de Credores, uma vez que é claro e evidente para todos que a empresa não será liquidada”, ressalvou o sindicato, alertando que “nestas alturas há sempre a tentação de alguns outsiders procurarem palco e clientes vendendo a banha da cobra aos trabalhadores e por isso registamos com agrado que os nossos associados não tenham embarcado nessas ilusões, algumas das quais verdadeiramente alucinadas”.

“Reafirmamos que a importância desta reclamação se resume à atribuição de número de votos nas Assembleias de Credores (1 voto por cada euro de crédito reconhecido, sendo que os créditos condicionais serão alvo de uma depreciação calculada pelo tribunal)”, rematou o Sitava.

A assembleia de credores da Groundforce, que viu a sua insolvência decretada por um tribunal de Lisboa no mês passado, está marcada para o dia 22 de setembro, confirmou à Lusa fonte sindical.

A sentença, a que a Lusa teve acesso, nomeou dois administradores judiciais e deu 30 dias aos credores para apresentarem a sua reclamação de créditos, mas já elenca quem são os maiores credores.

De acordo com o documento, excluindo a TAP, que foi quem pediu a insolvência, a Groundforce devia, em 30 de junho, 13,5 milhões de euros a cinco credores: ANA (12,8 milhões de euros), Prosegur (177 mil euros), Iberlim (140 mil euros), UCS (125 mil euros), Climex (126 mil euros), MEO (52 mil euros) e Eurest (49 mil euros).

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EuroAtlantic entregou “comentários” ao plano de reestruturação da TAP

  • Lusa
  • 6 Setembro 2021

“Esperamos que o apoio seja transversal a toda a indústria”, salientou a transportadora.

A companhia aérea euroAtlantic entregou esta segunda-feira “comentários” ao plano de reestruturação da TAP, no âmbito da consulta pública nesta matéria, confirmou à Lusa fonte oficial da empresa.

“Confirmamos que comentámos o plano de reestruturação”, indicou a mesma fonte, salientando que “antes do prévio conhecimento, pelas vias oficiais, das partes envolvidas” não vai tornar pública a “argumentação” utilizada. A informação foi inicialmente avançada pelo Expresso.

“Enviámos os nossos comentários hoje, 6 de setembro”, referiu, ressalvando que quanto às datas de evolução deste processo não tem “informação mas, considerando a importância do tema”, espera “que sejam breves”.

“Esperamos que o apoio seja transversal a toda a indústria”, salientou a transportadora.

Oiçam-se todos os ‘players’ do mercado que muito têm a contribuir e abram-se oportunidades para que os pequenos operadores possam crescer e equilibrar mais o mercado, para bem do consumidor final”, apelou.

Também a Ryanair apresentou uma nova queixa no Tribunal de Justiça da União Europeia devido aos 462 milhões de euros aplicados pelo Governo na TAP, autorizados pela Comissão Europeia, segundo fonte oficial da companhia aérea irlandesa.

Esta é a segunda frente de batalha jurídica aberta pela Ryanair à TAP, depois de a empresa ter apresentado uma queixa no ano passado relativa ao empréstimo de 1.200 milhões aprovado por Bruxelas, e que deu início ao plano de reestruturação na companhia portuguesa.

Em maio, o Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) anulou a decisão da Comissão Europeia que aprova a ajuda estatal de 1.200 milhões de euros à TAP, por a considerar “insuficientemente fundamentada”, não obrigando ainda à devolução desse montante.

“A decisão da Comissão que declara o auxílio de Portugal a favor da companhia aérea TAP compatível com o mercado interno é anulada por não estar suficientemente fundamentada”, informou o Tribunal Geral (primeira instância) em comunicado de imprensa.

Ainda assim, a estrutura explica que “os efeitos da anulação – entre os quais a recuperação do auxílio – são suspensos enquanto se aguarda uma nova decisão”.

Em causa estava o recurso interposto naquele organismo em julho de 2020 pela transportadora aérea de baixo custo Ryanair contra a ajuda estatal à TAP, com a argumentação de que este apoio português viola o tratado europeu e as regras concorrenciais.

A TAP pretende operacionalizar o plano de reestruturação em outubro, adiantou a presidente executiva (CEO) da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, numa entrevista publicada na ‘newsletter’ interna da empresa, a que a Lusa teve hoje acesso.

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Comprar casa? Banca aposta no crédito sem sair do sofá

Bankinter, Novo Banco, Banco CTT, Santander, BCP e CGD dão já, neste momento, aos seus clientes a opção de contratualizarem um novo crédito quase exclusivamente por via do digital.

A concessão de crédito para a compra de casa está a acelerar. Mês após mês, são milhões, ou mesmo milhares de milhões de euros entregues pelos bancos às famílias para estas adquirirem habitação própria. São inúmeras operações de financiamento, mas nem todas elas feitas estão a ser feitas ao balcão dos bancos.

Vários bancos que operam em território nacional estão a apostar em novas formas de conceder crédito, nomeadamente para a compra de habitação. Muitos deles dão já aos seus clientes a possibilidade de fazerem um pedido de crédito para a casa praticamente sem necessitarem de… sair de casa, recorrendo a ferramentas digitais.

Bankinter, Novo Banco, Banco CTT, Santander, BCP e Caixa Geral de Depósitos (CGD) dão já, neste momento, aos seus clientes a opção de contratualizarem um novo crédito quase exclusivamente por via do digital, de uma forma mais cómoda e simplificada, sem ser necessário visitar uma agência.

Bankinter

O Bankinter foi o mais recente banco a comunicar esta sua oferta. O crédito habit@ção_digital dá aos clientes a possibilidade de tratarem de todo o processo associado à contratualização de um crédito “à distância”, com o cliente a precisar apenas de estar “presente no dia da escritura”, pode ler-se na página do banco na internet.

Para que tal fosse possível, a entidade bancária concebeu o Portal de Crédito Habitação, onde o cliente pode efetuar a simulação do seu crédito, mas não só. Através desta plataforma online, pode iniciar-se e acompanhar a proposta de crédito por esta via, bem como obter uma pré-análise. Também o envio e receção de documentação são feitos “digitalmente”, bem como o agendamento da avaliação.

Através desta plataforma os portugueses podem ainda “transferir o seu Crédito Habitação” de um outro banco. A contratualização de seguros associados ao crédito da casa, à distância, é também possível, através deste Portal. O acesso a esta plataforma pode ser feito através do “computador, telemóvel ou tablet”, informa o Bankinter.

Novo Banco

Também o procedimento associado à contratualização do Crédito Habitação Novo Banco pode ser feito quase na totalidade através do digital. O “processo online” inicia-se, assim, com a realização de uma simulação, através da qual o cliente pode perceber qual a melhor opção de crédito para o seu caso em específico.

Com base nessa simulação, pode também “obter uma pré-análise imediata do seu crédito”, a qual é válida por um período de 30 dias, informa a instituição. Através do site do Novo Banco, pode ainda dar início ao pedido de crédito, bem como enviar todos os documentos necessários para que o mesmo vá em frente.

Banco CTT

Outra instituição que oferece a possibilidade de realizar um “pedido de crédito online, cómodo, rápido e sem necessidade de ir à loja” é o Banco CTT. No site da entidade, o cliente pode começar por realizar a simulação, de forma a testar as “diferentes soluções” de crédito à habitação disponibilizadas e a perceber qual a prestação que teria de ficar a pagar.

O pedido, também ele, pode ser inteiramente feito através do site. E caso já tenha iniciado o seu pedido de crédito online, o sistema dá sempre ao cliente a possibilidade de recuperar o mesmo. O posterior acompanhamento de todo o processo pode ser também feito por via remota, através da App Casa BCTT.

Através dela, o cliente pode ver “qual o estado do seu pedido” e que “atividades estão pendentes da sua intervenção”, pode ler-se no site do banco. Além disso, a aplicação informa ainda “sobre a documentação necessária” e sobre “como a obter”, possibilitando também o upload de documentos em falta” e a comunicação direta com o Banco CTT, de forma a obter informações mais detalhadas sobre o procedimento, caso necessário.

Santander

Se quer “tratar do processo sem sair de casa”, o Santander também dá essa opção para a sua oferta de Crédito Habitação. Como informa o banco no seu site, é preciso começar pela realização de uma simulação online, através dessa mesma página, “para ajustar as condições do empréstimo”.

Depois o cliente pode solicitar, “na hora, a aprovação do crédito”, que pode também ser pedido para financiar obras em casa ou a construção de novas habitações. A partir daí, poderá proceder ao envio de documentos, bem como “agendar a avaliação e acompanhar o estado do processo sem sair de casa“. De acordo com o Santander, todo o processo fica concluído “em menos de 30 dias”.

Neste momento, o Santander está também com uma campanha que dá a possibilidade de transferir o empréstimo da casa para este banco, ficando os clientes isentos de pagar os custos de transferência.

Caixa Geral de Depósitos

Algo semelhante é oferecido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD). Se procura um empréstimo para aplicar em fins de habitação, deve começar por realizar a simulação online do mesmo, através do site da CGD, de forma a saber “quanto fica a pagar”. Depois, esta simulação deve ser submetida digitalmente, bem como toda a documentação necessária para a formalização da proposta.

Depois, “após entrega dos documentos necessários”, o banco irá contactar os clientes para “agendar” uma avaliação do imóvel. “Após receção do relatório de avaliação e confirmação dos pressupostos da simulação”, a decisão quanto ao pedido de empréstimo será, finalmente, “confirmada”.

Finalmente, havendo uma “validação” desta “documentação”, a CGD irá contactar o cliente, de forma a requerer alguma documentação adicional necessária para a conclusão do processo e, também, para “agendar a data e local da escritura”, a qual terá de ser presencial.

BCP

Disponível no site, na App Millennium e no Mobile Web“, como esclarece o banco na sua página na internet, a oferta de crédito à habitação através do online é também uma realidade no BCP. O processo começa com a simulação, onde o cliente deve definir o “montante e prazo” que deseja para o seu empréstimo. Depois, tem uma de duas possibilidades: “guardar os dados” da simulação ou, porventura, “proceder ao envio da mesma por e-mail”.

Desta forma, o pedido de crédito pode ser realizado logo de seguida (através da aplicação ou do site), o qual será analisado pelo banco. A decisão será tomada, de acordo com o BCP, num período de até 48 horas. Depois, é só aguardar pelo contacto do banco, para marcar a avaliação do imóvel. Entretanto, o cliente pode ir sempre acompanhando digitalmente o estado das suas propostas, bem como aceder a todas as simulações guardadas.

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UEFA levanta suspensão da presença de adeptos de clubes visitantes nos estádios

  • Lusa
  • 6 Setembro 2021

“A proibição de que os adeptos visitantes assistam a jogos UEFA não é prolongada", refere a UEFA em comunicado.

O Comité Executivo da UEFA aprovou esta segunda-feira “alterações importantes” ao protocolo de regresso aos estádios, face à pandemia de covid-19, cuja quinta edição não renova a suspensão da presença de adeptos dos clubes visitantes nas bancadas.

“A proibição de que os adeptos visitantes assistam a jogos UEFA não é prolongada”, pode ler-se em comunicado daquele organismo, ainda que a decisão “continue sujeita a quaisquer requisitos impostos pelas autoridades nacionais pertinentes”.

As alterações prendem-se, sobretudo, com as “campanhas de vacinação levadas a cabo por toda a Europa”, e com a decisão de muitos países do continente de permitir que pessoas vacinadas, ou recuperadas da covid-19, possam circular livremente entre nações e assistir a eventos sem necessidade de teste.

Mais de dois mil jogos de competições UEFA foram “disputados com êxito” e serviram de base experimental para as decisões agora tomadas, excluindo agora “todos os indivíduos totalmente vacinados ou que tenham recuperado da doença de quaisquer testes para aceder a jogos”.

Ainda assim, frisa o organismo de cúpula do futebol europeu, clubes, seleções e demais comitivas continuam a ter de monitorizar os requisitos de entrada em cada país e outras questões relevantes, dado que o regulamento UEFA não se sobrepõe a medidas nacionais gerais.

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Lacerda Sales sobre uso de máscara: “Além da lei, há sempre o bom senso”

O uso de máscara na rua deverá deixar de ser obrigatório a partir de 12 de setembro. "Para além daquilo que é lei, há sempre o bom senso", sublinha Lacerda Sales.

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, acredita que muitos portugueses vão continuar a usar máscara, mesmo depois de tal deixar de ser uma obrigação. A lei que estabelece o dever de o uso desse tipo de proteção em espaços públicos deverá cair a 12 de setembro, já que, pelo menos, PS e PSD não apoiam a sua prorrogação.

“Para além daquilo que é lei, há sempre o bom senso. Estou convencido que muitos de nós, em determinadas situações, em aglomerados e espaços fechados, vão continuar a usar máscaras durante o próximo período sazonal, o inverno”, disse Lacerda Sales, esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas.

Face aos avanços na vacinação contra a Covid-19, o Governo de António Costa já tinha sinalizado a vontade de deixar cair a obrigação de uso de máscara na rua, mas é ao Parlamento (e não ao Executivo) que cabe essa decisão. À TSF, Adão Silva já adiantou que “o PSD, em princípio, tem toda a disponibilidade para que não haja a renovação da lei que torna obrigatório o uso da máscara”. E ao ECO, o grupo parlamentar socialista adiantou que defende a “não obrigatoriedade e que se sigam as recomendações da Direção-Geral da Saúde”.

Ou seja, a partir de 12 de setembro, a obrigação de uso de máscara na rua deverá deixar de se aplicar. Apesar destas posições, os partidos tinham sinalizado que queriam ouvir os peritos da DGS.

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Novo Banco aponta 41 conclusões falsas, incorretas e falaciosas da comissão de inquérito

  • Lusa
  • 6 Setembro 2021

A instituição bancária identificou 16 conclusões do relatório da comissão de inquérito como sendo falsas, 13 incorretas e 12 falaciosas.

O Novo Banco apontou “incorreções e erros grosseiros” ao relatório final da comissão de inquérito sobre aquela instituição e identificou 16 conclusões falsas, 13 incorretas e 12 falaciosas, lamentando as considerações referentes às divergências com o Fundo de Resolução.

Num documento a que a agência Lusa teve acesso, é feita a análise da instituição bancária às conclusões do relatório da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução “na perspetiva factual respeitante a atos e omissões imputados” ao banco e mencionados nas conclusões.

“Acontece, porém, que algumas conclusões do referido relatório apresentam incorreções e nalguns caos erros grosseiros, pelo que é também nosso dever dar nota desse facto à comissão parlamentar de inquérito”, refere a mesma análise, assinada pelo presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho.

Justificando a formulação da análise com “questões metodológicas” e para “melhor compreensão de todos”, o Novo Banco decidiu classificar aquilo que considera serem “erros, incorreções ou ausência de fundamentação comprovada” em três categorias: falsas, incorretas e falaciosas.

Contas feitas, a instituição identificou 16 conclusões como sendo falsas (quando “correspondem a uma total ausência de adesão à verdade dos factos”), 13 como incorretas (quando são “parcialmente falsas ou incompletas não permitindo um juízo” adequado da realidade, na perspetiva do Novo Banco) e 12 como sendo falaciosas (quando são “induzidas sem qualquer prova ou exigindo prova negativa, a qual é sabido que não é passível de poder ser produzida pelo destinatário”).

Depois de identificação e fundamentação de cada um dos casos, António Ramalho deixa ainda uma nota final, na qual lamenta as conclusões referentes às divergências entre o Fundo de Resolução e o Novo Banco uma vez que podem ser consideradas “uma tentativa de influenciar o mecanismo de decisão jurisdicional que as partes acordaram entre si”.

“Na opinião do Novo Banco, se este facto não contende com as regras de separação de poderes, pelo menos afeta a imparcialidade esperada dos poderes públicos que, sem pejo e sustentação, proferem declarações sobre o mérito de situações que, precisamente por se encontrarem em fase de litígio ou pré-litígio, em relação às quais o Novo Banco não pode, sequer, exercer o seu contraditório, nem tal seria adequado face à natureza e ao objeto da comissão parlamentar de inquérito”, condena.

O relatório final da comissão de inquérito ao Novo Banco foi aprovado em 27 de julho pelos deputados apenas com o voto contra do PS e a abstenção do CDS-PP.

A votação final seguiu-se à renúncia, por parte, do deputado do PS Fernando Anastácio à função de relator por não se rever no documento final, resultado da votação de várias dezenas de propostas de alteração apresentadas pelos partidos.

Novo Banco critica sugestão de que não defendeu os seus interesses na Imosteps

O Novo Banco considera inapropriada a sugestão, por parte da comissão de inquérito, de que não salvaguardou os seus interesses na venda da Imosteps, segundo uma carta que elenca 41 conclusões falsas, incorretas e falaciosas por parte do parlamento.

Num documento a que a agência Lusa teve acesso, é feita a análise da instituição bancária às conclusões do relatório da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução “na perspetiva factual respeitante a atos e omissões imputados” ao banco e mencionados nas conclusões.

Quanto a terrenos no Brasil detidos pela Imosteps do ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, “a referência a que os terrenos valiam 4,2 ME [milhões de euros] não foi feita apenas pela Comissão de Acompanhamento”, mas sim “igualmente confirmado por uma avaliação realizada pela Imosteps e outra pelo próprio banco. Foi também esse valor que esteve na base da decisão de venda dessa participação por um outro banco português”, pode ler-se na carta assinada pelo presidente executivo do banco, António Ramalho, à comissão de inquérito que terminou em julho.

No caso concreto da Imosteps, o Novo Banco estranha que as avaliações referidas pela Comissão de Acompanhamento e “tomadas como boas” pelo BCP “sejam desqualificadas pela aceitação pela Comissão Parlamentar de Inquérito das opiniões televisivas proferidas pelo advogado de um grande devedor”.

“Assim é (no mínimo) inapropriado dizer que o Novo Banco pode não ter salvaguardado os seus interesses”, refere a missiva da instituição financeira.

Em outra empresa relacionada com Luís Filipe Vieira, a Promovalor, o Novo Banco rebate também a conclusão de que a constituição do Fundo de Investimento Alternativo Especializado criado para gerir a dívida da empresa deveria ter sido analisada pela Comissão de Acompanhamento (CA), uma vez que é anterior à sua criação, pelo que a CA “não teve, e não podia ter tido” participação no processo, como sugerido numa conclusão.

Outros temas abordados ao longo da carta de 32 páginas são a constituição de imparidades, os incentivos à utilização das chamadas de capital ao Fundo de Resolução, as transações com partes relacionadas e a venda da seguradora GNB Vida.

Quanto às imparidades, o Novo Banco refere que “manteve um valor trimestral de imparidades muito idêntico quer antes, quer depois da sua venda e da constituição do CCA [Mecanismo de Capital Contingente, na sigla em inglês]”.

O Novo Banco defende também que “não se conhecem” sinais nem “indicações dos reguladores” acerca das “lacunas e insufuciências no modelo de quantificação de imparidades” apontadas nas conclusões do relatório.

Quanto aos incentivos à utilização do CCA concluídos pelos deputados, o Novo Banco considera que a mera existência de um limite de 3.980 milhões de euros “implica, por si só, um forte incentivo à redução das chamadas”.

O Novo Banco afirma ainda que “não se conhecem – nem são sequer explicados ou especificados no Relatório factos concretos que comprovadamente os concretize – quaisquer incentivos para assegurar uma gestão otimizada do recurso às chamadas de capital”.

No que diz respeito a transações com partes relacionadas, o Novo Banco reitera que “foi demonstrado” que “desenvolveu todos os procedimentos que lhe são legalmente exigidos e outros adicionais ao seu alcance”, concluindo pela inexistência de conflitos de interesses ou partes relacionadas em vendas de crédito malparado.

Em reação a outra conclusão, o Novo Banco refere que “não foram detetadas partes relacionadas nessas transações, pelo que não se seguiu naturalmente o procedimento específico que se aplica a transações com partes relacionadas”.

Já sobre o desinteresse na seguradora GNB Vida identificado pela comissão parlamentar de inquérito, o banco liderado por António Ramalho defende-se dizendo que “não se mostrou aconselhável a distribuição maciça de seguros enquanto não era evidente o desfecho da operação de venda”.

“Esta cautela era de todo aconselhável como boa prática bancária”, segundo o Novo Banco, que também assinala que a classificação da GNB Vida como operação descontinuada foi “uma exigência que decorre das normas contabilísticas em vigor logo que se coloca uma operação em venda”.

O Novo Banco recorda também que a GNB Vida estava integrada na “lista de ativos não estratégicos” em que deveria desinvestir até final de 2019, “por imposição dos compromissos assumidos pelo Estado português perante a Comissão Europeia”.

(Notícia atualizada às 21h12)

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