Parlamento Europeu defende regras orçamentais “mais simples e mais flexíveis”

  • Lusa
  • 8 Julho 2021

O Parlamento Europeu defendeu esta quinta-feira uma revisão do quadro de governação económica antes de ser desativada a suspensão das regras orçamentais do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

A assembleia expressou a sua posição ao aprovar, por grande maioria, com 461 votos a favor, 133 contra e 94 abstenções, um relatório elaborado pela eurodeputada socialista portuguesa Margarida Marques, que constitui o contributo do Parlamento Europeu para o debate público que a Comissão Europeia deverá lançar no outono em torno da reforma da arquitetura da governação económica europeia.

“Com a cláusula geral de escape ativada, temos uma janela de oportunidade para rever o quadro de governação económica. As atuais regras orçamentais são complexas, obsoletas e muito difíceis de interpretar. A sua aplicação não só prejudicaria a recuperação económica e social, como também dificultaria os investimentos necessários na transição digital e verde de que a Europa necessita”, comentou Margarida Marques, depois da aprovação do seu relatório.

Citada num comunicado da assembleia, a deputada do PS sublinha que “as circunstâncias mudaram desde o Tratado de Maastricht, pelo que o quadro de governação económica deve ser revisto e deve ser orientado para o futuro”, devendo as novas regras orçamentais ser “mais simples e mais flexíveis, a fim de assegurar a sustentabilidade da dívida, e promover o crescimento económico a longo prazo com investimentos públicos e privados adequados”.

Propomos vias de redução da dívida específicas de cada país, tendo em conta os diferentes desafios enfrentados por cada país”, acrescenta. Em entrevista à Lusa em Estrasburgo na terça-feira, Margarida Marques já salientara a necessidade de se rever o Pacto de Estabilidade e de Crescimento (PEC) e de introduzir os objetivos políticos no Semestre Europeu, de maneira a fazer com que as regras orçamentais, “do ponto de vista da governação económica, funcionem”.

No que se refere à revisão dos limites estipulados pelo PEC – e que indicam que os Estados-membros devem evitar ultrapassar défices públicos acima de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e valores da dívida pública superiores a 60% do PIB – Margarida Marques diz que não pretende “pedir a revisão dos Tratados”, avançando que há juristas que consideram que se pode rever o protocolo que consagra esses valores sem se alterar os Tratados e outros que não.

No entanto, a eurodeputada destacou que a “média da dívida ao nível europeu” ronda atualmente “os 100%”, o que torna a ideia de fazer com que os Estados-membros tenham uma “dívida a 60% rapidamente” uma “coisa completamente irracional”.

“E, portanto, mais do que mudar esses números – se não houver capacidade para mudar – é ter um percurso diferenciado por Estado-membro, que é, aliás, o que nós propomos no relatório. Evidentemente, haverá Estados-membros que têm condições para, dentro de dois ou três anos, atingir os 60%. Há outros que não têm, portanto têm que ter um percurso definido e, em vez de serem 20 anos, podem ser 40”, defendeu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

SATA com 88 milhões de prejuízo em 2020 teme ficar aquém das estimativas para 2021

  • Lusa
  • 8 Julho 2021

O Conselho de Administração considera existirem “cenários pessimistas que podem lançar dúvidas sobre a capacidade de o grupo conseguir alcançar os resultados estimados em 2021”.

O grupo SATA, que em 2020 registou um prejuízo de 88 milhões de euros, teme ficar aquém dos resultados estimados para 2021 em caso de agravamento da pandemia, segundo o relatório a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira.

O “Relatório Consolidado de 2020”, divulgado na página da internet da operadora aérea açoriana, refere que “num contexto de incerteza significativa associada à covid-19”, o Conselho de Administração considera existirem “cenários pessimistas que podem lançar dúvidas sobre a capacidade de o grupo conseguir alcançar os resultados estimados em 2021”.

Em causa está uma eventual “propagação descontrolada de novas variantes [do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19] e a manutenção, ou mesmo, o reforço das medidas sanitárias impostas pelos governos, pondo em causa a recuperação gradual da procura, especialmente no segundo semestre de 2021”.

Uma vez que “as negociações com a Comissão Europeia do Plano de Reestruturação correm pelo melhor e que o mesmo é aprovado, havendo a injeção de capital no Grupo SATA, não vê o Conselho de Administração preocupação no normal funcionamento da sua operação e no reembolso das suas dívidas, quer a fornecedores quer à banca”.

De acordo com o relatório e contas de 2020, o valor de dívida líquida registou em 2020 um aumento de 21,7 milhões de euros face ao registado em 2019, sendo que o aumento dos empréstimos obtidos “resulta do auxílio de estado aprovado a 18 de agosto de 2020, pela Comissão Europeia, ao abrigo das regras do TFUE em matéria de auxílios estatais, no valor de 133 milhões para apoio à liquidez da SATA Air Açores”.

Segundo o documento, o valor de passivos “por obrigações contratuais na SATA Air Açores, correspondente na sua maioria aos contratos de locação financeira da frota, apresenta face ao ano anterior uma redução de 3,1 milhões de euros”.

O valor líquido da dívida financeira do Grupo SATA “fica completo com o crescimento de 32 milhões na rubrica de Caixa e Equivalentes, resultado do pagamento de dívidas que o Governo Regional dos Açores tinha para com a SATA, registados na sua maioria na SATA Air Açores, minorando, desta forma, o impacto negativo do aumento de dívida financeira registado a 31 de dezembro de 2020 no Grupo SATA”.

Em 2020, o grupo registou variações registadas no volume de receitas negativas em 49%, ou seja, 114 milhões de euros, sendo que “verifica-se uma deterioração dos valores de EBITDA, na ordem dos 13 milhões de euros comparativamente aos valores obtidos durante o exercício de 2019.

Assim, a margem EBITDA recuou 21 pontos percentuais de menos 10% em 2019 para menos 31% em 2020. No Grupo SATA, em comparação com 2019, a receita total desceu 49,1%, ou seja, 114 milhões, o que “indicia uma maior resiliência das companhias aéreas”. O Grupo SATA já registava resultados negativos num cenário pré-pandemia covid-19.

A 04 de junho, a Comissão Europeia aprovou mais uma ajuda de Estado à Região Autónoma dos Açores devido à pandemia da covid-19, desta vez de 500 mil euros para o setor do transporte de passageiros. Em 30 de abril, a Comissão Europeia aprovou a concessão, pelo Governo Regional dos Açores, de compensações financeiras no valor de 12 milhões de euros à SATA, a que acrescem ainda 122,5 milhões de euros em apoio à liquidez.

Já a 27 de abril, a Comissão Europeia aprovou um regime de apoio a empresas dos Açores no contexto da pandemia da covid-19, desta feita uma linha de apoios de 8 milhões de euros na forma de subvenções diretas. Em 16 de abril, o executivo comunitário deu ‘luz verde’ ao regime de apoios de 150 milhões de euros, destinado a apoiar empresas dos Açores atingidas pela pandemia, ao considerar a medida “necessária, apropriada e proporcional”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundos europeus apoiam a evolução digital das empresas

  • Fundos Europeus + PHC Software
  • 8 Julho 2021

Os fundos europeus são uma oportunidade para as organizações apostarem na inovação tecnológica. Uma solução para as empresas se tornarem mais produtivas e rentáveis, dando resposta aos novos desafios.

De forma a acompanhar as empresas no seu caminho para o digital, a PHC Software é o parceiro tecnológico da plataforma FundosEuropeus.pt, desenvolvida pelo ECO.

Hoje em dia, ser ou não ser uma empresa digital já deixou de ser uma opção. A crescente necessidade de digitalização fez perceber que, para além de uma aliada, é uma necessidade para garantir a vitalidade e a longevidade das organizações.

Contudo, e segundo o estudo “Os Novos Desafios Digitais na Gestão das PME” que a PHC realizou em parceria com o jornal Expresso, 84% dos gestores portugueses não têm recursos para fazer a evolução digital das suas empresas.

É necessário impulsionar a transição digital e, por isso, os fundos europeus têm um papel fundamental na forma como esta resposta será dada, já que incluem 650 milhões de euros destinados à digitalização das PME nos vários programas disponíveis em Portugal – SI Inovação Produtiva, Plano de Desenvolvimento Rural, Linha de Qualificação de Oferta, Portugal 2030 e Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Só este último, irá disponibilizar 13,9 mil milhões em subsídios a fundo perdido e 2,7 mil milhões em empréstimos.

Um impulso determinante para que as empresas possam fazer o investimento certo através dos vários programas de ajuda disponíveis sem recurso a capitais próprios. De todas as vantagens do digital, o software de gestão é uma das ferramentas que mais potencia o aumento da produtividade.

Um investimento que pode ser comparticipado até 80% a fundo perdido

Every business is a software business. Por isso, a resposta digital é transversal e fundamental em qualquer negócio de qualquer setor, sem exceção.

O mesmo estudo indica que uma em cada três empresas analisadas sentiu necessidade de acelerar o processo de transformação devido à pandemia. Facto que leva a concluir que o investimento na digitalização das empresas e, mais concretamente, num software de gestão, é uma tendência crescente para conseguirem assegurar um lugar no mercado do futuro, cada vez mais digital.

Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, numa entrevista recente à revista Human Resources, assumiu que a velocidade é o grande desafio a enfrentar: “O mundo está mais rápido, imprevisível e global, com um consumidor cada vez mais exigente e informado. Isto cria um efeito de darwinismo que obriga a que as empresas sejam extremamente rápidas na sua adaptação ao mercado. É um desafio, mas daqueles bons. Obriga a sermos melhores à escala global, e tudo o que nos faz crescer é uma dádiva.”

Para além de aumentar a produção, um software de gestão que consiga adaptar-se ao contexto e acelerar a tomada de decisão, permite que as empresas se tornem mais competitivas, colaborativas e seguras. Apesar de muitas considerarem este investimento dispendioso, a verdade é que, através do apoio dos fundos europeus, é possível adquirir um software de gestão com uma comparticipação até 80%.

A partir daqui, só precisa tomar uma decisão: qual o software mais adequado para a minha empresa?

De acordo com a PHC Software, uma multinacional 100% portuguesa dedicada ao desenvolvimento de software de gestão, as soluções de gestão dão um contributo essencial para que as empresas possam evoluir digitalmente.

A PHC disponibiliza, assim, dois produtos que ajudam a gerir pequenas e médias empresas: o PHC GO e o PHC CS.

O PHC GO é um software de gestão certificado, 100% online, especialmente desenvolvido para pequenas empresas, que faz uma gestão completa de clientes e fornecedores, vendas, compras, tesouraria, obrigações legais. Um conjunto de benefícios que permite dar velocidade às empresas e, consequentemente, aos resultados.

Atualmente, a PHC está a disponibilizar um período experimental gratuito, de 14 dias, para as organizações que pretendam testar o PHC GO.PHC

Personalizado à medida de cada realidade empresarial, o PHC GO disponibiliza toda a informação vital para o negócio através de vários dashboards que permitem analisar, num curto espaço de tempo, dados completos de negócio, anytime anywhere. A informação é atualizada ao momento, o que permite decidir de forma atempada e rápida, mantendo a confidencialidade da informação. Para além disso, trata das obrigações legais sem esforço e disponibiliza as ferramentas que facilitam o processo, oferecendo segurança e confiança. Atualmente, a PHC está a disponibilizar um período experimental gratuito, de 14 dias, para as organizações que pretendam testar o PHC GO.

Já o PHC CS é um ERP completo, pensado para médias empresas que têm muitos dados e um grande volume de informação para gerir.

Tendo como ponto de partida o lema “better management for happier people”, este software permite a gestão integrada de todas as áreas da empresa e garante uma resposta colaborativa positiva através da crescente agilização e cooperação das equipas em controlo remoto, disponibilizando também toda a informação vital para a gestão e controlo do seu negócio em qualquer dispositivo.

O PHC CS é certificado, adapta-se às necessidades e as processos de cada empresa, permitindo que as melhores decisões sejam tomadas na altura certa.

Tal como o PHC GO, o PHC CS é certificado, adapta-se às necessidades e os processos de cada empresa, permitindo que as melhores decisões sejam tomadas na altura certa. Descubra com mais detalhe tudo aquilo que estas duas soluções de gestão podem fazer pela sua empresa, bem como preços e testemunhos de quem já as utiliza.

Os fundos europeus são uma aposta que lhe permite ganhar rentabilidade e produtividade desde o primeiro minuto. Para saber qual o programa mais indicado para cada negócio e quais as boas práticas que garantem o sucesso de uma candidatura, seja em pequenas empresas com o PHC GO ou médias com o PHC CS, a PHC Software disponibiliza também um ebook que garante que nenhum pormenor é deixado ao acaso.

Antecipe-se e acompanhe a evolução digital com a garantia de que a sua empresa está preparada para os desafios que se vivem.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Impossibilidade física” pode ditar saída de Vieira da presidência do Benfica. O que dizem os estatutos do clube

Luís Filipe Vieira foi detido esta quarta-feira e, segundo os estatutos do Benfica, o atual presidente do clube poderá estar em risco de abandonar o cargo que ocupa.

O universo benfiquista foi abalado esta quarta-feira pela detenção de Luís Filipe Vieira. O presidente do emblema encarnado é um dos quatro detidos que estão a ser atualmente investigados pelas autoridades por eventuais crimes de fraude ao Fundo de Resolução, de abuso de confiança no Benfica e ainda de burla qualificada com os financiamentos do Novo Banco ao grupo PromoValor.

O líder do clube da Luz passou a noite na esquadra de Moscavide e deverá ser ouvido esta quinta-feira pelo juiz Carlos Alexandre. Entre as medidas de coação mais prováveis está a aplicação de prisão preventiva.

Perante a notícia de detenção do presidente das águias, o Benfica emitiu um comunicado na CMVM a distanciar-se de Luís Filipe Vieira, dizendo que “nem a Benfica SAD nem o Sport Lisboa e Benfica (ou qualquer entidade por si controlada) foram constituídos arguidos no âmbito desta investigação, tendo sido prestada toda a colaboração solicitada pelas autoridades relevantes”.

Quanto à liderança do clube, o emblema encarnado revelou no mesmo comunicado que as “funções desempenhadas pelo Presidente do Conselho de Administração serão, na medida que se mostre necessária, asseguradas nos termos previstos na lei e nos estatutos”.

No entanto, o que dizem os estatutos do Benfica sobre esta situação?

Impossibilidade física, AG ou demissão da direção pode afastar Vieira

Analisando os estatutos do clube, o presidente do Benfica não está obrigado a renunciar ao cargo. No entanto, em caso de prisão preventiva, Luís Filipe Vieira ficará fisicamente impossibilitado de exercer as suas funções, o que de acordo com o ponto 1 do artigo 43º, poderá provocar a cessão do mandato do atual líder das águias.

“O mandato cessa antecipadamente por morte, impossibilidade física, perda da qualidade de sócio, perda de mandato nos casos previstos no Artigo 38º, situação de incompatibilidade, renúncia ou destituição”, pode ler-se nos estatutos do clube.

Ainda referente ao artigo 43º, há uma outra possibilidade que pode tramar Luís Filipe Vieira. De acordo com o ponto 2 do artigo em causa, uma possível demissão da maioria dos membros da direção levará à queda de toda a direção encarnada, onde constam os nomes de Luís Filipe Vieira, Rui Costa, José Eduardo Moniz, João Varandas Fernandes, Domingos Soares d’Almeida Lima, Fernando Manuel Tavares, Sílvio Cervan e os membros suplentes Jaime Rodrigues Antunes e Rui Manuel Vieira do Passo.

“Além das situações expressamente previstas nestes Estatutos, constituem causa de cessação do mandato da totalidade dos titulares do respectivo órgão social: a) Na Direcção, a cessação do mandato da maioria dos seus membros eleitos, efectivos e suplentes”, refere o documento.

Outro caminho que pode levar à saída do dirigente de 72 anos da liderança, é a marcação de uma Assembleia-Geral (AG) Extraordinária por parte do presidente da Mesa da Assembleia-Geral (MAG), António Albino Andrade, em que os sócios são chamados a decidir o destino do presidente das águias através do voto secreto. Uma situação que está prevista no artigo 46º:

“A revogação dos mandatos dos membros da Direcção e do Conselho Fiscal depende de justa causa e é deliberada em Assembleia Geral por voto secreto, podendo serem usados meios electrónicos”.

Assembleia-Geral Extraordinária apoiada pelos sócios

Uma possibilidade que é apoiada por uma parte dos adeptos benfiquistas. Um dos maiores exemplos é o Movimento Benfica Bem Maior – composto por Braz Frade, antigo vice-presidente das águias – que defende a marcação de uma Assembleia-Geral Extraordinária num futuro próximo.

Em comunicado, o grupo de sócios destacou primeiramente a “tristeza e preocupação com os acontecimentos” referentes à detenção de Vieira, acrescentado que “não podem deixar de ser extraídas consequências imediatas e diretas pelos órgãos sociais do Benfica e por todos os sócios”.

Em consequência do sucedido, o Movimento salientou a importância de de convocar “uma Assembleia-Geral Extraordinária para dar voz aos sócios” e “a marcação de novo ato eleitoral”.

Estatutos podem colocar Rui Costa na liderança provisória do clube

Os estatutos revelam ainda que enquanto o presidente do Benfica estiver ausente das suas funções, a continuidade à gestão da direção do Benfica poderá ser assegurada pelo vice-presidente Rui Costa, um dos “homens fortes” de Vieira.

Segundo o artigo 62º dos estatutos do clube, “compete ao Presidente da Direcção convocar e presidir às reuniões da Direcção sendo, nas suas faltas e impedimentos, substituído pelo Vice-Presidente”.

De recordar que Rui Costa tornou-se vice-presidente de Luís Filipe Vieira nas últimas eleições do Benfica, realizadas no dia 28 de outubro do ano passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Assis responde ao PCP: “Não preciso que ninguém me ponha no meu devido lugar”

Perante o ataque do líder parlamentar do PCP, o presidente do CES classifica a linguagem de "imprópria de uma democracia". "Adequa-se melhor aos regimes em que o lugar dos democratas é nas prisões".

O presidente do Conselho Económico e Social (CES) não gostou das palavras de João Oliveira, líder parlamentar do PCP, ao ECO em que este dizia para Francisco Assis se colocar no seu lugar uma vez que não lidera um órgão de soberania. A resposta chegou esta quinta-feira com o ex-eurodeputado do PS a classificar a linguagem de “imprópria de uma democracia” e a ligar o discurso de Oliveira ao de regimes onde os democratas são presos.

A história começou na passada quarta-feira quando o PS viabilizou um projeto de lei do PCP que “combate a precariedade laboral e reforça os direitos dos trabalhadores”, limitando, por exemplo, os contratos a prazo. Uma das medidas passa pela revogação do alargamento do período experimental para 180 dias para trabalhadores sem experiência à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração, o qual foi introduzido na revisão de 2019 do Código do Trabalho acordada entre os parceiros sociais (à exceção da CGTP).

A proposta do PCP baixou à comissão parlamentar do Trabalho e Segurança Social e, por isso, ainda poderá ser mudada na especialidade, mas o presidente do CES reagiu ao sinal dado pela viabilização do PS na passada sexta-feira em declarações ao Expresso: “É altamente negativo”, classificou, argumentando que as alterações “colidem” com o acordo do CES e “geram desconfiança e incomodidade entre os parceiros sociais”. “Prejudica todo o processo de Concertação” Social, afirmou Francisco Assis, atacando diretamente a descoordenação entre o grupo parlamentar do PS e o Governo.

Estas declarações de Assis, que já foi líder parlamentar do PS, não caíram bem no proponente das alterações à lei laboral: “O presidente do CES, que ainda por cima é eleito na Assembleia da República, devia em relação à AR e aos grupos parlamentares guardar o devido respeito“, reagiu o líder parlamentar do PCP ao ECO, argumentando que “o lugar do CES não é o lugar de um órgão de soberania como a Assembleia da República”. “É importante que o presidente do CES, seja ele quem for, se ponha no seu lugar”, concluiu João Oliveira.

Esta quinta-feira o pingue pongue continuou com a divulgação de um comunicado por parte do presidente do Conselho Económico e Social (CES): “Não preciso que ninguém me ponha no meu devido lugar, tal como eu não pretendo determinar o lugar dos outros”, escreve Francisco Assis, afirmando que “esta linguagem é imprópria de uma democracia” e que “adequa-se melhor aos regimes em que o lugar dos democratas é nas prisões”.

Apesar do contra-ataque, Assis mete água na fervura: “Não quero deixar de manifestar a minha simpatia pessoal pelo Dr. João Oliveira, que em nada fica abalada por este episódio, até porque ambos sabemos quem é o verdadeiro destinatário destas suas considerações”, sem especificar a quem se refere.

Assis reconhece oposição “coerente” do PCP à concertação social

No mesmo comunicado, o presidente do Conselho Económico e Social explica a sua posição de “preocupação pela aprovação na AR de propostas legislativas que contendem com o conteúdo do Acordo de Concertação Social celebrado em 2018 entre o Governo e os parceiros sociais, com excepção da CGTP”.

Como é óbvio decisões desta natureza têm como consequência inevitável uma relativa quebra de confiança em relação à capacidade do Governo conseguir assegurar com permanência o apoio parlamentar imprescindível para a manutenção dos compromissos que assume e celebra”, detalha. Francisco Assis prevê assim que esta decisão prejudicará o “diálogo social” naquele que considera ser um período em que ” o mesmo se reveste de particular importância”.

Quanto à acusação de João Oliveira de que se estaria a colocar num lugar que não é seu, o ex-eurodeputado do PS afirma que “qualquer cidadão dotado de conhecimentos rudimentares acerca do nosso modelo de organização política sabe que o CES não dispõe de competência legislativa de qualquer espécie” e, por isso, essa “insinuação” é “de tal modo delirante que não pode ser levada a sério”.

“Em nenhum momento fiz a mais pequena referência ao PCP, partido esse que, fiel à doutrina marxista-leninista que continua a perfilhar, tem sido de uma irrepreensível coerência histórica na oposição aos mecanismos de Concertação Social“, nota ainda o presidente do CES.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CMVM condena Salgado a coima de 2 milhões por venda de dívida do GES

Salgado e outros quatro ex-administradores executivos do BES foram condenados pelo regulador dos mercados ao pagamento de coimas de 3,55 milhões de euros. Ricciardi foi absolvido.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) condenou o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, e outros quatro ex-administradores executivos ao pagamento de coimas de 3,55 milhões de euros por responsabilidades na venda de papel comercial da ESI e da Rio Forte (do empresas do GES) nos balcões do banco que colapsou em 2014, avançou o jornal Público (acesso livre) e confirmou o ECO junto de dois visados.

Ricardo Salgado foi condenado ao pagamento de dois milhões de euros, tendo o regulador dos mercados condenado ainda outros ex-executivos do banco: José Manuel Espírito Santo (750 mil euros), Amílcar Morais Pires (400 mil euros), Joaquim Goes (300 mil euros) e Rui Silveira (100 mil euros). Manuel Fernando Espírito Santo, na qualidade de administrador não executivo, também foi visado pela CMVM, com uma coima de 900 mil euros.

Também o BES (em liquidação) e o Haitong (antigo BESI) foram condenados com coimas de um milhão (suspensa na totalidade) e 300 mil euros (100 mil suspensos), segundo as informações recolhidas por ECO.

Por outro lado, José Maria Ricciardi foi absolvido, juntamente com os antigos administradores não executivos Pedro Amaral e Ricardo Abecassis Espírito Santo (ambos do Brasil).

No total, as condenações dos cinco antigos gestores executivos, do não executivo e do banco de investimento totalizam os 4,65 milhões de euros.

Na base desta condenação estão três processos relacionados com a falsificação de contas e prestação de informação errada aos investidores relativamente às contas da ESI, a reestruturação societária da Rio Forte e o conflito de interesses os administradores que exerciam funções tanto do lado dos emitentes (ESI e Rio Forte) como no banco que colocou os títulos.

Além das coimas a CMVM também condenou todos os ex-executivos (à exceção de Rui Silveira) à inibição de exercício de funções em qualquer sociedade financeira, incluindo bancos, fundos de investimento ou seguradoras.

Em fevereiro do ano passado, o polícia dos mercados avançou com uma acusação contra cinco administradores do BES, entre os quais Ricardo Salgado, por enganarem os investidores no aumento de capital do banco semanas antes da resolução. O processo ainda corre na CMVM.

(Notícia atualizada às 15h57)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

SLCM reforça equipa com dois novos advogados

Bárbara Miranda Lencastre e Tiago Fernandes são as mais recentes apostas da SLCM para as áreas de corporate e financeiro.

Depois da entrada de Jorge Serrote para a área de corporate, a Serra Lopes, Cortes Martins & Associados contratou mais dois advogados. Os novos reforços das áreas de corporate e financeiro da firma liderada por Luís Cortes Martins são Bárbara Miranda Lencastre e Tiago Fernandes.

“Estas entradas refletem a aposta constante que a SLCM faz na contratação de talento, ou seja, de advogados e de profissionais jurídicos altamente qualificados ou com elevado potencial e, nesta fase, são contratações que correspondem a necessidades específicas de reforçar áreas de crescimento”, sublinha Luís Cortes Martins, managing partner da SLCM.

Bárbara Miranda Lencastre transita da AFMA e vai reforçar a equipa de corporate. Já Tiago Fernandes vai integrar a área de financeiro da SLCM, após três anos ao serviço da Gómez-Acebo & Pombo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Oi vende parte dos ativos de fibra ótica à Globenet e BTG

  • Lusa
  • 8 Julho 2021

A operadora de telecomunicações brasileira Oi, que tem a portuguesa Pharol como acionista, vendeu parte dos ativos de fibra ótica da InfraCo à Globenet e BTG.

A operadora de telecomunicações brasileira Oi, que tem a portuguesa Pharol como acionista, vendeu parte dos ativos de fibra ótica da InfraCo à Globenet e BTG, foi divulgado esta quinta-feira.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Pharol adianta que a Oi informou que na quarta-feira realizou-se no juízo de recuperação judicial a audiência para abertura de propostas fechadas apresentadas no âmbito da alienação parcial da InfraCo.

“Durante a audiência, verificou-se a existência de apenas uma proposta fechada para aquisição parcial da UPI InfraCo, a qual foi apresentada, em conjunto, por Globenet Cabos Submarinos S.A. e BTG Pactual Economia Real Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia nos exatos termos e condições da proposta vinculante para aquisição” da empresa divulgada em 12 de abril.

“Em razão da apresentação da única proposta fechada para aquisição parcial da UPI InfraCo, o juízo da recuperação judicial homologou a proposta das proponentes como vencedora do procedimento competitivo (…), após as manifestações favoráveis do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do administrador judicial”, refere a operadora brasileira.

Assim, será celebrado com a Globenet e BTG o respetivo contrato de compra e venda de ações, “ficando a efetiva conclusão da transferência de ações de emissão da SPE InfraCo sujeita ao cumprimento das condições previstas em tal contrato, entre as quais a anuência prévia da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel e a aprovação da operação de alienação parcial da UPI InfraCo pelo Conselho Administrativo de Defesa Económica – CADE”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street cai mais de 1% com receio da variante Delta

Os principais índices norte-americanos estão a cair mais de 1%. Os investidores temem o efeito da variante Delta na economia e a divulgação dos números do mercado de trabalho também não ajudou.

Após uma sessão de ganhos, os principais índices norte-americanos estão a cair mais de 1% numa altura em que aumenta a preocupação dos investidores com o impacto económica da variante Delta do coronavírus. Além disso, decisões na China continuam a prejudicar as empresas chinesas que estão cotadas em Nova Iorque.

O Dow Jones desce 1,16% para os 34.279,27 pontos, o Nasdaq desvaloriza 1,47% para os 14.450,02 pontos e o S&P 500 cede 1,27% para os 4.302,89 pontos. A última vez que o S&P 500 caiu mais de 1% foi a 18 de junho.

Perante o receio de uma retoma interrompida pela variante, os investidores a nível mundial ligaram o modo de “aversão ao risco”, levando a uma queda generalizada dos ativos com maior risco como as ações ao passo que as obrigações, ativos com menor risco, estão a valorizar. As bolsas europeias também estão a desvalorizar mais de 2%.

Esta quarta-feira, o presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, alertou que um aumento na variante “altamente infecciosa” (Delta) poderia colocar em causa a retoma económica nos EUA. Já esta quinta-feira Mathias Cormann, o novo secretário-geral da OCDE, alertou que novos surtos provocados pela variante Delta são um risco significativo para a recuperação da economia mundial, pedindo aos Estados para vacinarem o mais possível. “Novos surtos continuam a ser um dos maiores riscos descendentes em termos de uma recuperação económica sustentada“, disse Cormann à CNBC.

Entre as cotadas mais penalizadas estão as empresas que mais beneficiaram de uma rápida recuperação para a economia pré-pandemia. É o caso das cotadas ligadas ao setor do turismo, como os operadores de cruzeiros Carnival e a Royal Caribbean, ambos com quedas superiores a 2%. As transportadoras aéreas American Airlines e Delta Air Lines, assim como a fabricante Boeing, também desvalorizam mais de 1%.

Outro dos fatores que está a influenciar a negociação bolsista é o aumento dos pedidos de desemprego nos Estados Unidos. Esta subida, conhecida esta quinta-feira, era inesperada e é acompanhada por uma desaceleração do crescimento do emprego em território norte-americano.

Na China, os reguladores continuam a apertar o cerco à Didi (homóloga chinesa da Uber e Bolt), retirando a integração da app para telemóveis do serviço de mensagens WeChat (da Tencent) e da AliPay (Ant Group), duas das aplicações mais usadas na China. No domingo, as autoridades chinesas já tinham retirado a Didi das lojas de aplicações na China. As ações da Didi estão a cair mais de 5% neste início de sessão.

Na sessão anterior, Wall Street fechou em alta, com o S&P 500 e o Nasdaq a atingir novos máximos após os investidores terem reagido de forma positiva às minutas da Fed.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

De Macau ao palco dos media: Magalhães e Silva é o advogado de Luís Filipe Vieira

Manuel Magalhães da Silva, sócio da Rodrigues Bastos, Magalhães e Silva, é o advogado de Luís Filipe Vieira. Com forte presença nos media, foi consultor para os assuntos políticos de Jorge Sampaio.

Luís Filipe Vieira foi detido esta quarta-feira por suspeitas de fazer parte de um esquema de fraude que terá lesado a SAD do Benfica, BES, Novo Banco e Estado português. A detenção surge depois das buscas realizadas na manhã de quarta-feira.

Em causa estão crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação, branqueamento de capitais e fraude fiscal, numa investigação que já resultou na detenção do empresário José António dos Santos, Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, e Bruno Macedo.

E quem é o advogado que terá a difícil tarefa de defender o presidente do Benfica? O nome é Manuel Magalhães da Silva, cujo nome não precisa de grandes apresentações, já que há muitos anos se encontra envolvido em processos mediáticos da justiça portuguesa. Um dos mais recentes casos foi o dos incêndios em Pedrógão Grande.

Neste processo o advogado defendeu o presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves. Em causa estava a atribuição de responsabilidades criminais nos incêndios. Também representou o magistrado Lopes da Mota pelas alegadas pressões que este terá feito junto dos procuradores que investigaram o caso Freeport.

Natural do Porto, licenciou-se em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Lisboa, em 1970. Casado com uma jornalista, passou pela Jardim, Sampaio, Caldas e Associados (até 2005), pela Jardim, Sampaio, Magalhães e Silva e Associados (2006-2017), onde foi sócio fundador, e pela Vera Jardim, Magalhães e Silva Advogados (2018-2021). Atualmente é sócio da Rodrigues Bastos, Magalhães e Silva & Associados. Escritório também do advogado de Armando Vara, Tiago Rodrigues Bastos.

Ao longo do seu percurso passou pelo Conselho Superior da Ordem dos Advogados (1995/1998), foi candidato a bastonário (2007), membro do Conselho Superior do Ministério Público (2016-2019), secretário adjunto da Administração e Justiça de Macau (1988/1990), consultor para os assuntos Políticos do Presidente da República Jorge Sampaio (1996/2006) e membro do Conselho Superior de Justiça de Macau (1995/1996).

Um percurso marcado pelo território de Macau. No final dos anos 90, Jorge Sampaio, na altura Presidente da República, escolheu Magalhães e Silva para ser o seu representante junto do Governo de Macau e no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês. Em específico, a sua função passava por informar Sampaio sobre a governação do território e a forma como estavam a decorrer as negociações com os chineses para a transição do exercício de soberania.

Presença assídua nos media

Desde cedo que tem sido uma presença assídua nos vários meios de comunicação para comentar os principais processos que surgem no palco mediático da Justiça. Manuel Magalhães e Silva foi um dos maiores críticos da ação da Justiça na Operação Marquês.

O advogado destacou-se pelas suas opiniões na defesa das posições de José Sócrates, chegando a acusar várias vezes o Ministério Público de ter promovido a violação do segredo de justiça durante a Operação Marquês. “O que está em causa é que a acusação sentiu necessidade de fazer um enquadramento mediático da detenção do engenheiro Sócrates. E por isso dá essa informação a duas estações de televisão para poderem fazer essa encenação mediática”, referiu na altura da detenção de Sócrates na SIC Notícias.

Especializado em contencioso civil e criminal, Manuel Magalhães e Silva também faz parte do Fórum Penal – Associação de Advogados Penalistas, uma associação sem fins lucrativos que que funciona como um espaço de debate livre sobre a advocacia criminal e a vida forense criminal e sobre a defesa dos direitos fundamentais no processo penal. Recentemente, enquanto membro, assinou, juntamente com outros colegas de profissão, uma petição que apelava ao Parlamento para que não se viole a Constituição ao ouvir o hacker Rui Pinto, já que a prova obtida face ao Novo Banco é ilegal, obtida por via criminosa.

Uma posição que surge no âmbito da Comissão Eventual de Inquérito às perdas registadas pelo Novo Banco. Entre os assinantes da petição estão Germano Marques da Silva, presidente da associação; Carlos Pinto de Abreu, presidente da CPAS; João Medeiros, advogado de António Mexia; Paulo de Sá e Cunha; Paulo Saragoça da Matta; Rui Patrício; Carlos de Almeida Lemos; Carlos Melo Alves; José António Barreiros; Nuno Cerejeira Namora; Raúl Soares da Veiga; Rogério Alves e Teresa Serra.

Em entrevista à Advocatus, em março, Manuel Magalhães e Silva sublinhou que se dá ao luxo de recusar clientes e orgulhou-se ainda do julgamento do seu cliente Padre Manuel Crespo, no processo FP25. Sobre a gestão da pandemia, criticou a atuação do Governo. “O resultado é mau, mas salvo o absurdo do Natal e do período que imediatamente o antecedeu, não sou capaz de dizer com rigor o que de melhor deveria ter sido feito”.

“Enquanto não for claro que é tão importante condenar quem rouba como absolver quem só possa ser condenado se, por exemplo, a prova do crime tiver sido obtida com violação do domicílio, não chegámos à compreensão do que é fazer Justiça. É que a proteção da casa de cada um é tão importante como a da caixa do supermercado…”, referiu na entrevista. Na entrevista defendeu ainda que aos advogados deveria ser permitido falar sobre casos em concreto, de forma a equilibrar o prato da balança.

Questionado sobre se algum dia colocará em prática a regra de denúncia obrigatória por parte dos advogados que se deparem com suspeitas de branqueamento de capitais, alegado crime cometido pelo seu cliente Luís Filipe Vieira, admitiu que isso é uma “machada grave na relação de confiança entre advogado e constituinte”.

“Estive, sempre, na primeira linha do combate à corrupção, tendo inclusivamente deixado, na Assembleia da República, em 2013, um projeto completo de criminalização do enriquecimento injustificado, expurgado das manifestas inconstitucionalidades de que enfermavam os projetos de enriquecimento ilícito, sucessivamente apresentados. Não serviu para nada… Dito isto, por mais imprescindível que seja, e é, a perseguição criminal da corrupção, não faz dela o alfa e o ómega da investigação e punição da criminalidade. Nem denúncia obrigatória, nem delação premiada. E fazer dos advogados seus autores é uma machadada grave na relação de confiança entre advogado e constituinte, sem a qual não há advocacia que subsista”, explicou.

Caso de Luís Filipe Vieira

Luís Filipe Vieira e o empresário José António dos Santos, Tiago Vieira e o empresário de futebol, Bruno Macedo, foram detidos na quarta-feira por suspeitas de crimes de burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação.

O juiz de instrução Carlos Alexandre concordou com o Ministério Público no que toca à gravidade dos crimes de que Luís Filipe Vieira, presidente da SAD do Benfica, é suspeito. Quer Rosário Teixeira, procurador responsável por esta investigação, quer Carlos Alexandre admitem que o presidente do Benfica foi identificado como fazendo parte de um alegado esquema de fraude que consistia em comissões altas atribuídas ao empresário e advogado Bruno Macedo, na compra e venda de passes de três jogadores, com desvio de dinheiro da Benfica SAD, que mais tarde revertia para o presidente do clube pagar dívida das suas empresas.

As suspeitas são de fraude ao Fundo de Resolução e de abuso de confiança por parte de Luís Filipe Vieira perante o próprio Benfica. A detenção surge depois das buscas realizadas na manhã de quarta-feira envolvendo Luís Filipe Vieira e o amigo de longa data e maior acionista individual da SAD Benfica, José António dos Santos. Ele é um dos donos da empresa de agroalimentar Valouro, sendo também conhecido como “Rei dos frangos”.

“A descrição de factos tem alguma gravidade, mas se a suspeita dos factos é uma realidade não lhe sei responder e tenho as minhas dúvidas”, disse Manuel Magalhães da Silva aos jornalistas, após a detenção do seu cliente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp. “Procuramos pessoas com know-how nos caminhos que queremos desbravar”

Ana Casaca é desde março a nova head of innovation da Galp. A companhia está a apostar em energias low carbon, com reflexo no perfil dos futuros colaboradores e nos projetos de inovação da empresa.

Ana Casaca, head of innovation da GalpD.R.

A Galp está a descarbonizar e a mudar o perfil dos seus recursos humanos. “Procuramos pessoas com know-how nos caminhos que queremos desbravar, nomeadamente nas energias renováveis”, diz Ana Casaca, desde março head of innovation da companhia. Até 2025, a companhia vai investir perto de 50% do seu investimento – num total de 0,8 a 1 mil milhões de euros por ano – para projetos low carbon. “Não será apenas o negócio que se vai transformar: todos teremos que nos “reenergizar”.

Num momento em que tanto se fala de empoderamento feminino e diversidade, Ana Casaca garante que “Galp tem um percurso muito sólido em matérias de diversidade, inclusão e igualdade de género. São bandeiras que fazem parte do nosso ADN”, lembrando que a empresa voltou este ano a ser incluída, pelo terceiro ano consecutivo, na lista de 380 empresas do “Gender-EqualityIndex”, da Bloomberg.

O apoio às startups é também um dos focos da companhia e esta semana, durante o “Innovation Day”, os colaboradores tiveram acesso a alguns dos projetos, como o uso de drones para inspecionar as suas instalações solares com o objetivo de melhorar o desempenho das operações destas instalações, em que a empresa está a trabalhar.

“O país tem feito um caminho para posicionar-se como startup friendly, mas acredito que há ainda caminho a percorrer para que essa posição se materialize de forma mais efetiva”, comenta.

A Galp está em processo de transformação para energias mais verdes. De que modo a aposta nas startups está a ajudar nesse percurso?

A Galp está num processo de transição energética fundamental para contribuir para a sustentabilidade ambiental e cumprir metas definidas e acordadas a nível europeu e nacional. A nossa ambição é atingir a neutralidade carbónica até 2050, tendo objetivos intercalares ambiciosos, como a redução do índice de intensidade carbónica (baseado em produção) em 40% (scopes 1, 2 e 3) ou a redução das emissões absolutas das operações em 40% (scopes 1 e 2). Perante tais objetivos é fundamental que alavanquemos no ecossistema de inovação que nos rodeia para que possamos acelerar ao máximo este caminho. A aposta nas startups surge neste contexto e é por isso considerada muito importante. Trabalhando com startups conseguimos trazer para a Galp competências, conhecimento e tecnologias que permitirão traçar o caminho a que nos propomos.

A Everimpact é um exemplo claro desta aposta: neste caso em específico estamos a trabalhar juntos num projeto que ambiciona monitorizar a redução de emissões de CO2 utilizando imagens de satélite e sensores de última geração. Este piloto irá testar uma nova metodologia de controlo das emissões que se espera mais fiável, transparente e que pode abrir a porta à participação em mercados voluntários de carbono.

Esta semana decorreu o Innovation Day. Que projetos estiveram sob o olhar da companhia?

Este evento é interno e tem como principal objetivo promover, ainda mais, o mindset e cultura de inovação dentro da empresa. E queremos também reforçar a ideia de que a inovação é feita por todos e que é essencial. Apresentamos o nosso roadmap de inovação e tivemos uma montra dos principais projetos trabalhados recentemente ou em curso com diversos stakeholders, sejam internos ou externos. A nossa expectativa é de que as pessoas que visitem – presencialmente ou digitalmente – os eventos fiquem impressionadas com o valor que este tipo de projeto pode acrescentar à empresa. E, claro, que fiquem motivados para que inovemos em conjunto.

Um dos casos foi a utilização de drones para inspecionar as suas instalações solares com o objetivo de melhorar o desempenho das operações destas instalações. Uma iniciativa que faz parte da estratégia de Otimização através da Digitalização, que foi liderada por um conjunto de equipas – Inovação, Renováveis, IT&D – para a construção da arquitetura e processamento de dados. O primeiro teste no terreno foi realizado pela Sensehawk e teve como objetivo realizar análises termográficas para a instalação de 50MW, Sierrezuela, localizada em Aragão. A termografia e as imagens RGB captadas são então enviadas para uma ferramenta de IA que identificará e analisará anomalias de desempenho nos painéis e contribuir para, no fim da linha, aumentar o seu desempenho, pela intervenção corretiva mais atempada.

 

Portugal recuou “significativamente” no Painel Europeu da Inovação 2021, da Comissão Europeia. É um “inovador moderado” e o 9.º país com pontuações mais baixas. Pontua ainda abaixo da média nos indicadores relacionados com as alterações climáticas, alertou Bruxelas. Como se inverte estes resultados?

Trabalhando mais rápida e intensamente. É fundamental intensificar a colaboração entre stakeholders do sistema de inovação e torná-la transversal a toda a tipologia de empresas em Portugal. As conclusões do estudo são expectáveis, na medida em que os modelos de negócio dos países líderes foram reinventados mais cedo e que a digitalização está mais avançada no dia a dia dessas populações. Diria que temos de trabalhar mais rapidamente e alavancar em todos os recursos para acelerar, nomeadamente bebendo das melhores práticas implementadas em países que estão mais desenvolvidos neste contexto.

Que componente do investimento a Galp dedica à inovação? E ao apoio – cofinanciamento – do ecossistema de startups?

No nosso Capital Markets Day foi anunciado que até 2025 perto de 50% do investimento da Galp (num total de 0,8 a 1 mil milhões de euros por ano) seria direcionado para projetos low carbon, para os quais energias renováveis e novas energias serão fundamentais, representando cerca de 30% e cerca de 5%, respetivamente. Estão em causa áreas de negócio em fases iniciais de desenvolvimento de grande potencial onde será canalizado investimento para projetos de inovação.

Fábrica da Inovação e o projeto Flow são duas iniciativas a Galp neste campo. Que outras estão a levar a cabo?

Temos diversas iniciativas, direcionadas para negócios existentes e novos negócios. A “Galp Upcoming Energies” é a nossa porta de comunicação com o universo exterior, através da qual desafiamos a comunidade nacional e internacional para nos ajudar a responder aos nossos desafios. Uma das iniciativas de open innovation neste sentido é a recentemente anunciada colaboração com a Amazon Web Services no “Clean Energy Accelerator” em que nos propomos garantir um processo abrangente de mentoring das startups recorrendo à rede Galp para desafiar e testar as propostas das startups. Outro exemplo é a spinoff “energia independente – powered by Galp” emancipada do grupo para se dedicar em exclusivo ao negócio do autoconsumo por via da instalação de painéis fotovoltaicos.

O País tem-se vindo a posicionar no exterior como um mercado favorável à instalação de startups internacionais. É efetivamente startup friendly? O que falta?

O País tem feito um caminho para posicionar-se como startup friendly, mas acredito que há ainda caminho a percorrer para que essa posição se materialize de forma mais efetiva. A colaboração a nível local, por exemplo, tem de ser escalada para todo o tecido empresarial e não ficar limitada a grupos restritos.

O empreendedorismo tecnológico tem uma enorme falta de representatividade de mulheres. Esse é um tema para a Galp? Que iniciativas estão a levar a cabo para impulsionar o número de mulheres nas tech?

A Galp tem um percurso muito sólido em matérias de diversidade, inclusão e igualdade de género. São bandeiras que fazem parte do nosso ADN. Este ano, aliás, a Galp voltou a ser incluída pelo terceiro ano consecutivo na lista de 380 empresas do “Gender-Equality Index”, da Bloomberg, que avalia as práticas e políticas de igualdade de género das empresas cotadas, bem como a transparência na prestação de informação sobre este tema. Isto é o reconhecimento dos esforços da Galp – consubstanciados no seu Plano para a Igualdade para 2021 – para que a Igualdade de Género, nos seus diferentes domínios, seja uma realidade na empresa.

Foi por isso também que, por exemplo, subscrevemos os “Women’s Empowerment Principles – Equality Means Business”, uma iniciativa conjunta do United Nations Global Compact e do United Nations Development Fund for Women que visa a promoção da igualdade de género. E já em 2014 tínhamos aderido ao Fórum de Organizações para a Igualdade (iGen). Todo este histórico tem natural reflexo na atenção que dedicámos ao tema no recrutamento para as áreas da inovação e da tecnologia. A prová-lo está o facto de colaborarmos com o projeto “GirlMOVE – ChangemakersLAB”, que endereça precisamente esta questão.

 

De que modo esta transformação da companhia para atividades com menor intensidade carbónica se reflete no perfil de recrutamento da Galp? Que novos perfis procuram?

Procuramos pessoas com know-how nos caminhos que queremos desbravar, nomeadamente nas energias renováveis. Mas acreditamos que temos também muitos recursos com enormes valências para nos fazer crescer e que existe muito potencial para transferência de competências e know-how entre os negócios da Galp. Não será apenas o negócio que se vai transformar: todos teremos que nos “reenergizar”.

Estamos a reforçar a equipa de inovação das renováveis e novas energias também da área de downstream (comercial). Procuramos perfis colaborativos, open minded, que entendem que as soluções podem vir de diferentes origens – corporativo, académico, startups, outros negócios. Precisamos de diversidade que traga valor à discussão e debate de diferentes ideias, abordagens, backgrounds e experiências. Temos que ter uma forte componente de partilha e de construção, envolvimento de diferentes stakeholders, com vista ao teste, prototipagem, desenvolvimento e scale up de ideias e projetos, assim como a capacidade de identificar o que não é core ou estratégico.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Clientes de eletricidade no mercado livre aumentam 2% para 5,4 milhões em maio

  • Lusa
  • 8 Julho 2021

Segundo a ERSE, o consumo no mercado livre representava, em maio, 95% do consumo total registado em Portugal continental.

O mercado liberalizado de eletricidade atingiu 5,4 milhões de clientes, em maio, uma subida de 2% em termos homólogos, e totalizou um consumo de 42.399 gigawatt-hora (GWh), mais 200 GWh que em abril, divulgou hoje a ERSE.

“O mercado livre alcançou um número acumulado de cerca de 5,4 milhões de clientes em maio de 2021, com um crescimento líquido de cerca de 15,4 mil clientes face a abril de 2021, o que representa um crescimento de aproximadamente 2% face ao mês homólogo”, revelou o Boletim do Mercado Liberalizado de eletricidade, referente ao mês de maio de 2021, divulgado hoje pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

Já em termos de consumo, aquele mercado registou uma subida de 200 GWh face a abril de 2021, atingindo 42.399 GWh no mês em análise.

Segundo o regulador, o consumo no mercado livre representava, em maio, 95% do consumo total registado em Portugal continental.

Relativamente à quota de mercado, a EDP Comercial manteve a sua posição como principal operador no mercado livre, em número de clientes (74,5%) e em consumo (42%).

No entanto, face a maio do ano passado, a sua quota diminuiu 2,7 pontos percentuais, em número de clientes, o que já vem a ocorrer desde março de 2020.

Quanto ao consumo, a quota da EDP Comercial registou um ligeiro acréscimo de 0,7 pontos percentuais, relativamente ao mesmo mês de 2020.

No segmento de clientes industriais, a Endesa manteve a liderança, com uma quota de 24%, o que corresponde a um aumento de 1,6 pontos percentuais, face a maio de 2020.

Já no segmento dos grandes consumidores, liderou a Iberdrola, com uma quota de mercado de 25%, representando, porém, uma descida de 4,3 pontos percentuais face ao mês homólogo.

Por fim, a ERSE observou que a concentração de mercado, em relação a abril, diminuiu 0,6 pontos percentuais, em número de clientes, e 0,9 pontos em termos de consumo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.