Marcelo fala em “massacre intolerável” em Bucha e diz que “comportamentos apontam para crimes de guerra”

"Não se pode propriamente declarar como criminoso de guerra [Putin] sem uma decisão do tribunal mas há comportamentos que apontam claramente para crimes de guerra", disse o Presidente.

O Presidente da República classificou como “massacre intolerável, desumano e chocante” e um “atentado brutal aos direitos humanos” o que se passou na cidade ucraniana de Bucha, onde foram encontrados vários corpos de civis. Isso “só pode provocar o repúdio da comunidade internacional”, notou.

Em declarações aos jornalistas esta segunda-feira, no Centro Cultural de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que é da competência do tribunal internacional “apreciar” isso. “Aquilo que aconteceu é inaceitável”, mas “para responsabilizar concretamente quem o fez, quem foram as pessoas, em que condições, como, para isso é fundamental a matéria de facto”, acrescentou o Chefe de Estado.

O Chefe de Estado português comentou ainda as declarações feitas por Joe Biden – que acusou Vladimir Putin de praticar “crimes de guerra” -, afirmando: “Trata-se, obviamente, de responsabilizar quem deve ser responsabilizado política e juridicamente. Não se pode propriamente declarar como criminoso de guerra [Putin] sem uma decisão do tribunal [internacional], mas há comportamentos que apontam claramente para crimes de guerra”.

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Novo responsável do SIRESP inicia funções com missão “urgente” de lançar concurso público

  • Lusa
  • 4 Abril 2022

A prioridade, segundo o MAI, é a "preparação e lançamento de um concurso público com vista à contratação da operação e manutenção da rede SIRESP”.

O novo presidente da SIRESP SA inicia funções na terça-feira e terá como “atos de gestão urgentes e inadiáveis” a “preparação e lançamento de um concurso público” para a contratação da operação e manutenção da rede SIRESP.

“A defesa do interesse público, em matéria de satisfação das necessidades de comunicações das forças e serviços de Emergência e de Segurança, também implica a prática de atos de gestão urgentes e inadiáveis, desde logo a preparação e lançamento de um concurso público com vista à contratação da operação e manutenção da rede SIRESP”, refere o Ministério da Administração Interna (MAI) em comunicado divulgado esta segunda, que anuncia que o brigadeiro-general do Exército Paulo Viegas Nunes, especialista em comunicações, inicia funções em 5 de abril como novo presidente do Conselho de Administração da SIRESP SA.

Paulo Viegas Nunes vai substituir Sandra Neves, que antes de entrar para a empresa que gere o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) foi quadro da Altice, fornecedora principal do sistema.

Em 27 de março, numa resposta enviada à Lusa, o MAI acusou Sandra Neves de adiar “insistentemente” o processo de lançamento do concurso público internacional para a renovação do contrato da operação e manutenção da rede de comunicações SIRESP.

O decreto-lei que define o modelo transitório de gestão, operação, manutenção, modernização e ampliação do SIRESP estabelece como período limite, 31 de dezembro de 2022, para a criação de uma entidade para assegurar toda a rede tecnológica do MAI, que inclui a área tecnológica da Rede Nacional de Segurança Interna, as comunicações, o 112.pt, a rede SIRESP e as bases de dados dos serviços e organismos da administração interna).

Esta nova entidade, que ainda não foi criada, seria também responsável por preparar o concurso público internacional para o novo contrato.

Recentemente, a agora ex-ministra da Administração Interna pediu à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) um parecer para apoiar na “definição da solução do caderno de encargos” com vista a abertura de concurso público internacional.

No parecer, a ANACOM defende que o Estado deve ter “o controlo pleno” sobre a gestão e operação dos equipamentos da rede de transmissão que suportam a rede de emergência. O Estado comprou por sete milhões de euros a parte dos operadores privados, Altice e Motorola, no SIRESP, ficando com 100%, numa transferência que aconteceu em dezembro de 2019.

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Wall Street encerra no verde à boleia da tecnologia. Twitter dispara 27%

Setor tecnológico liderou ganhos na primeira sessão da semana, com Twitter a disparar 27%.

Os principais índices de Nova Iorque encerraram a primeira sessão da semana em terreno positivo, com o setor tecnológico a brilhar impulsionado pelo Twitter, que disparou 27%. Empresas como a Apple, Amazon, Nvidia e Microsoft valorizaram mais de 1%.

O índice de referência financeiro, S&P 500, avançou 0,84% para 4.584,05 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que somou 0,3% para 34.921,88 pontos. A estrela desta sessão foi o Nasdaq que cresceu 1,9% para 14.532,55 pontos.

As ações de tecnologia — que estavam entre os setores mais atingidos no primeiro trimestre, com os investidores a recearem que os planos de subida das taxas de juro da Reserva Federal norte-americana (Fed) pudessem prejudicar este setor — subiram na segunda-feira, com o Twitter a brilhar ao disparar 27% para 49,93 dólares, depois de Elon Musk ter comprado uma participação de 9% na empresa.

A Apple avançou 2,37% para 178,44 dólares, a Amazon ganhou 2,93% para 3.366,93 dólares, a Nvidia cresceu 2,43% para 273,6 dólares e a Microsoft valorizou 1,79% para 314,97 dólares.

“Mais uma vez (…) acaba por ser uma espécie de rali de alívio para a tecnologia, bem como para outros setores orientados para o crescimento”, diz Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA, citado pela CNBC. “O Nasdaq obviamente está a liderar, porque não há muitas notícias novas para pressionar ainda mais” o índice, acrescenta o especialista.

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Faturas dos ginásios são a segunda categoria mais numerosa a seguir às dos restaurantes

  • Lusa
  • 4 Abril 2022

Foram ainda comunicadas ao Portal das Finanças 5.863.694 faturas com NIF relativas à aquisição de passes sociais; 5.522.352 de cabeleireiros e salões de beleza e 5.306.825 de veterinários.

As faturas das despesas com ginásios passaram em 2021 a integrar o leque das que permitem deduzir ao IRS uma parcela do IVA suportado e são o segundo grupo mais numeroso, apenas ultrapassado pelas dos restaurantes.

De acordo com os dados disponíveis no Portal das Finanças, ao longo de 2021 foram comunicadas ao fisco 6.568.189 faturas com NIF de despesas com ginásios, um número que supera os restantes setores, com exceção da restauração e alojamento, que ultrapassou os 97,1 milhões.

Desde 2015 que os contribuintes que associem o seu NIF às faturas de despesas realizadas em determinados setores podem abater ao seu IRS 15% do IVA suportado, até ao limite de 250 euros por agregado familiar.

As categorias de despesas elegíveis para a dedução por exigência de fatura começaram por abranger inicialmente o alojamento e restauração, cabeleireiros e salões de beleza e as reparações de carros e motos.

Posteriormente alargaram-se aos gastos com atividades veterinárias e aquisição de passes mensais de transportes públicos (sendo esta a única categoria em que o IVA suportado é dedutível na totalidade) e, em 2021, aos ginásios.

De acordo com a informação da AT, foram comunicadas ao Portal das Finanças 5.863.694 faturas com NIF relativas à aquisição de passes sociais; 5.522.352 de cabeleireiros e salões de beleza e 5.306.825 de veterinários. Já dos setores relacionados com as oficinas foram comunicadas 5.018.668 relativas a reparações de carros e 193.746 de motos.

As faturas das despesas realizadas em 2021 são consideradas nos cálculos das deduções da declaração do IRS cuja entrega arrancou esta sexta-feira, dia 1 de abril, e se prolonga até 30 de junho. Já dos setores relacionados com as oficinas foram comunicadas 5.018.668 relativas a reparações de carros e 193.746 de motos.

As faturas das despesas realizadas em 2021 são consideradas nos cálculos das deduções da declaração do IRS cuja entrega arrancou esta sexta-feira, dia 1 de abril, e se prolonga até 30 de junho.

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Trabalhadores da Altice denunciam “brutal ataque” da administração aos planos de saúde da empresa

  • Lusa
  • 4 Abril 2022

"Querem aumentar o cofinanciamento dos trabalhadores beneficiários, em alguns desses serviços, até 300%”, apontam os trabalhadores.

Os trabalhadores da Altice concentram-se quinta-feira, em Lisboa, para denunciar o que dizem ser “um brutal ataque” da administração aos planos de saúde da empresa, que, por sua vez, garante pretender manter as “características ímpares” desta proteção.

Em declarações, esta seguna-feira, à agência Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav) acusou a administração da Altice Portugal de pretender “destruir mais uma fatia do pouco que já resta do primeiro plano do subsistema de saúde” da empresa, ao pretender aumentar em “até 300%” o cofinanciamento dos trabalhadores.

“Isto é um serviço cofinanciado, em que os trabalhadores pagam uma quota à empresa todos os meses. Há serviços que têm cofinanciamento maior, outros um cofinanciamento mais pequeno e outros não têm cofinanciamento nenhum. E querem aumentar o cofinanciamento dos trabalhadores beneficiários, em alguns desses serviços, até 300%”, avançou Manuel Gonçalves.

Para o sindicato, trata-se de “mais um brutal ataque aos direitos dos beneficiários da Altice-ACS (Altice Cuidados de Saúde, antiga PT-ACS) no ativo, com suspensão de contrato, pré-reforma, reforma/aposentação e seus familiares”, que “é preciso travar”.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Altice Portugal confirmou que, “seguindo o seu compromisso sério com o diálogo social, deu início a um processo negocial com sindicatos e Comissão de Trabalhadores, com vista a manter o caráter solidário dos planos de saúde e as suas características ímpares no mercado”.

“O contexto da saúde em Portugal tem sofrido múltiplas alterações, com um incremento de custos assinalável, sem que qualquer alteração profunda fosse aplicada aos planos de saúde da empresa desde 2014. Torna-se assim incontornável, a bem do rigor e da gestão eficientes desta área da Altice Portugal, a revisão destes planos”, explicou.

O objetivo, enfatiza, é que, “com toda a segurança, se garanta a sua sustentabilidade e a manutenção da qualidade dos cuidados de saúde prestados, assegurando que continuam a ser os mais completos no mercado nacional ao nível da rede de prestadores e das especialidades clínicas asseguradas”.

“De assinalar que se pretende uma revisão equilibrada que garanta sempre uma sólida sustentabilidade no tempo a todos os seus beneficiários”, acrescenta.

Recordando que “há mais de 26 anos que a atuação da Altice Cuidados de Saúde (ACS) contribui para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dos seus beneficiários”, que são “hoje mais de 36.000”, a empresa salienta que “a ACS tem sido alvo de diversos novos investimentos”, avançando como exemplos as “novas especialidades e reabilitações de instalações, além de novas instalações, para garantir mais, melhores e eficientes cuidados de saúde aos seus beneficiários”.

Pelo contrário, a Frente Sindical da Altice – que integra o Sinttav e outros sindicatos representativos – acusa a administração da empresa de, “na senda do que tem sido a sua atitude contra todos os direitos dos trabalhadores, e depois de tudo o que tem feito nestes mais de seis anos”, ter agora “virado o ataque a todos os planos de saúde da Altice-ACS, pretendendo destruir mais uma fatia do pouco que já resta do primeiro plano do subsistema de saúde” do grupo.

Decidida a “trazer a luta para a rua”, a Frente Sindical pretende organizar semanalmente concentrações de denúncia em várias cidades, de acordo com um calendário que “será brevemente divulgado”, estando a primeira iniciativa marcada para quinta-feira, frente às Picoas, em Lisboa, entre as 11:30 e as 13:00.

“A mobilização é muito importante. Beneficiários no ativo, suspensão de contrato, pré-reforma, reformados/aposentados e seus familiares, porque estão em causa os direitos de cada um. Cada um dos cinco sindicatos da Frente Sindical e cada trabalhador por si, temos de assumir a responsabilidade de participar e mobilizar os beneficiários que for possível”, lê-se num comunicado divulgado hoje pela estrutura sindical.

À Lusa, o presidente do Sinttav garantiu que os sindicatos “não vão permitir” que as negociações terminem em maio, conforme pretendido pela Altice: “Eles queriam acabar a negociação em maio, mas na última reunião, na semana passada, dissemos que suspendíamos a nossa presença nas reuniões até sermos recebidos pela nova CEO [presidente executiva, Ana Figueiredo, que assumiu funções no passado sábado, substituindo Alexandre Fonseca]. Queremos saber se ela tem a mesma visão ou não. Não vamos permitir que nos alterem assim o plano”, assegurou.

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Hoteleiros insistem que os Açores não podem ser um “destino turístico massificado”

  • Lusa
  • 4 Abril 2022

“Não é útil” para a região ter “hotéis de grandes dimensões”, disse o representante nos Açores da Associação de Hotelaria de Portugal.

O delegado da Associação de Hotelaria nos Açores defendeu esta segunda-feira que o arquipélago não pode “correr o risco” de se transformar num “destino turístico massificado”, a propósito do Programa de Ordenamento Turístico da Região (POTRAA).

Ouvido na comissão de Economia da Assembleia Regional sobre a proposta do governo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) para o POTRAA, o representante nos Açores da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), Fernando Neves, advogou que “não é útil” para a região ter “hotéis de grandes dimensões”.

“Não podemos correr o risco de transformarmo-nos num destino turístico massificado. Independentemente disso, há sempre possibilidade de o próprio governo autorizar por despacho governamental, em condições muito específicas, hotéis com capacidade superior quando se justifique”, apontou.

O delegado afirmou que o número de camas deve ser limitado “atendendo às características de cada ilha”, para assegurar que o “turismo é bom para todos, incluindo para os residentes”. O representante da AHP disse estar de acordo com a proposta em discussão do POTRAA, que “reflete muitas das sugestões” apresentadas pelos hoteleiros em 2017, defendendo que o programa deve ser “aplicado rapidamente”.

“Penso que o atual POTRAA não diverge significativamente da anterior proposta. Do que li do atual, não detetei grandes alterações. Gostaria de reafirmar isso. É um documento que serve os interesses e os objetivos”, apontou.

Quando instado pelos deputados sobre a possível desatualização do documento, o dirigente da AHP defendeu que os “acontecimentos” dos últimos anos “não devem fazer os Açores mudarem de rumo”, uma vez que o “posicionamento turístico” da região está “assente na sustentabilidade”.

O hoteleiro lembrou que o POTRRA é um documento que visa o “ordenamento turístico”, referindo que as “dificuldades” sentidas pelos empresários nos últimos dois anos “talvez possam ter reflexo” num outro documento, o Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores.

Fernando Neves destacou, contudo, que os últimos dois anos “foram catastróficos” para a hotelaria regional, uma vez que estiveram “14 ou 15 meses fechados”, devido à pandemia da covid-19. O empresário reforçou ainda que a guerra na Ucrânia, a inflação nos mercados internacionais e a crise sismovulcânica em São Jorge são “fatores de indecisão” para a próxima época alta nos Açores.

“A situação de São Jorge afetou 100% os colegas da ilha de São Jorge, mas também chegou a outras ilhas”, acrescentou. Igualmente ouvido na comissão, o presidente Casas Açorianas – Associação de Turismo em Espaço Rural, Gilberto Vieira, considerou que a proposta do POTRAA merece, “na generalidade”, um “acolhimento positivo” por parte daquela associação.

Todavia, prosseguiu, face aos “tempos conturbados” que se vivem no turismo “pode ser perigoso” alterar aquele documento num período de “incerteza”. “Criar ruído legislativo neste momento pode ser perigoso para a nossa atividade e para os pequenos empresários. Portanto, consideramos que o adiamento do POTRAA para um momento de menor incerteza permitirá reavaliar a informação estatística relativamente à retoma”, declarou.

Sobre a proposta, Gilberto Vieira disse discordar da “obrigatoriedade” de os espaços de alojamento rural terem “oferta de equipamento de lazer”, exigência que pode “mexer com a rentabilidade do empreendimento”. O relatório final de revisão do Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA) foi aprovado em 17 de fevereiro no Conselho do Governo e vai ser apresentado ao parlamento sob a forma de decreto legislativo regional.

A versão do POTRAA atualmente em vigor data de 2008 e está parcialmente suspensa e sujeita a medidas de caráter provisório desde 2010.

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Eurogrupo apoia reforço das sanções após “imagens horríveis dos ataques” em Bucha

  • Lusa e ECO
  • 4 Abril 2022

Os países da Zona Euro estão prontos a intensificar as sanções contra a Rússia, disse esta segunda-feira o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe.

O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse esta segunda-feira que os ministros das Finanças da Zona Euro apoiam o reforço das sanções financeiras da União Europeia (UE) à Rússia na sequência das “imagens horríveis dos ataques” russos em Bucha. Além disso, o ministro das Finanças irlandês reforçou a ideia de que o crescimento económico irá abrandar este ano.

“A reunião de hoje ficou marcada pelas imagens horríveis dos ataques cometidos pelo exército russo contra civis na Ucrânia. Estamos todos chocados e estamos prontos a intensificar as sanções e o apoio ao povo da Ucrânia”, declarou Paschal Donohoe, falando em conferência de imprensa após uma reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo.

Frisando ser “muito importante manter a unidade que tem caracterizado a resposta” da UE, Paschal Donohoe anunciou um debate na terça-feira, já ao nível dos ministros das Finanças dos 27, no Ecofin, sobre “outras ações” a adotar. A ser estudado pelo bloco comunitário está, então, o reforço das sanções financeiras aplicadas pela UE contra o regime russo, como o alargamento do congelamento de bens a mais oligarcas russos ligados ao Presidente Vladimir Putin.

Por outro lado, o presidente do Eurogrupo insistiu que o crescimento económico vai abrandar este ano, pelo que o risco de incerteza provocado pela guerra na Ucrânia “deixou clara a necessidade de a política orçamental [da UE] ser ágil e de responder à evolução da situação”. Simultaneamente, como os países da Zona Euro entraram nesta última crise económica “com uma forte recuperação”, muitas economias ainda terão “números positivos de crescimento” em 2022.

Também presente na ocasião, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, considerou ser “clara a necessidade de reforçar a unidade europeia e de aumentar a resposta” aos ataques russos, nomeadamente através de mais medidas restritivas.

Esta tarde, a presidente da Comissão Europeia anunciou uma investigação da UE a alegados crimes cometidos em Bucha e noutras cidades ucranianas pelas tropas russas, salientando que os “perpetradores de crimes hediondos não podem ficar impunes”.

Eurogrupo rejeita “espiral inflacionista” na Zona Euro mas reconhece pico de preços

O presidente do Eurogrupo rejeitou ainda uma “espiral inflacionista” na Zona Euro, mas reconheceu que a guerra da Ucrânia provocada pela invasão russa está a gerar “pico de preços” nos alimentos e matérias-primas, que serão “acompanhados de perto”.

“Em áreas como alimentos e matérias-primas, a guerra levou a aumentos de preços e o pico nos preços das matérias-primas nos nossos mercados mundiais está atualmente a gerar inflação na Zona Euro, mas, até à data, nem a Comissão Europeia nem o Banco Central Europeu detetaram sinais de que estes preços estejam a alimentar uma espiral inflacionista na Zona Euro, nos salários e noutros fatores da nossa economia, que reagem a esses aumentos de preços”, sublinhou Paschal Donohoe.

O presidente da estrutura que junta os ministros das Finanças da Zona Euro garantiu que estes aumentos de preços estão e continuarão a ser “acompanhados muito de perto”.

De acordo com Paschal Donohoe, uma das consequências que a guerra tem para a economia da Zona Euro é, “claramente, na área da energia e cada vez mais nos preços dos alimentos e na perturbação das cadeias de abastecimento”.

“Reconhecemos o impacto que esta guerra está a ter dentro da UE, em termos do aumento dos preços da energia, e o que isso significa para os padrões de vida, e reconhecemos que estes aumentos estão a ter um impacto na nossa sociedade e no nosso custo de vida, tanto a curto prazo como a longo prazo”, adiantou.

Já o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, reconheceu que o crescimento económico da Zona Euro será aquém do anteriormente esperado para este ano, que era de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que deverá ficar mais claro com as estimativas que serão divulgadas no final do mês pelo gabinete estatístico comunitário, o Eurostat. Ainda assim, “não chegaremos a território negativo devido à base em que nos encontrávamos no início desta crise”, garantiu Paolo Gentiloni.

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Painel de Riscos ASF: Guerra na Ucrânia põe macroeconomia e mercado no vermelho

  • ECO Seguros
  • 4 Abril 2022

Incerteza sobre conflito armado iniciado pela Rússia e respetivo impacto sobre atividade económica refletiu-se num aumento da volatilidade dos mercados financeiros, avisa Supervisão de seguros.

No primeiro trimestre de 2022, a avaliação dos principais riscos do setor segurador nacional “encontra-se fortemente influenciada pelo conflito” armado entre a Rússia e a Ucrânia, que conduziu à subida dos preços globais da energia e de outros bens, “agravando as tensões inflacionistas e aumentando as incertezas quanto à condução da política monetária e à recuperação económica em curso,” introduz o relatório trimestral de riscos alertando para elevado grau de riscos macroeconómicos (atividade económica, desemprego, inflação, dívida pública e taxas de juro) e de mercado (obrigacionista, acionista e imobiliário).

Paralelamente, a pandemia de Covid-19 tem vindo a assumir um “impacto contido sobre a esfera económica”, permanecendo, ainda assim, o risco de surgimento de novas estirpes, que poderão causar um retrocesso nos processos de desconfinamento. Neste quadro e devido ao atual cenário geopolítico, “os riscos macroeconómicos prosseguem classificados no nível alto e com tendência ascendente”.
A incerteza quanto à evolução do conflito armado e ao respetivo impacto sobre a atividade económica refletiu-se num aumento da volatilidade dos mercados financeiros, “motivando a revisão dos riscos de mercado para o nível alto”. Paralelamente, os prémios de risco permaneceram em níveis contidos – mantendo-se, assim, a classificação da classe de riscos de crédito em médio-baixo – “apesar de se terem observado, no período mais recente, ligeiras correções no sentido ascendente”. Não obstante, “fruto da sobreavaliação de alguns segmentos dos mercados financeiros e do aumento da incerteza por parte dos investidores quanto à evolução dos preços, acentuam-se os riscos de uma reavaliação abrupta dos prémios de risco,” passível de materialização “de forma abrupta na sequência de choques externos,” refere o documento da Supervisão.

Ao nível da rendibilidade do setor segurador nacional, no final de 2021, o resultado líquido global provisório manteve-se positivo, tendo registado um aumento em termos homólogos. Por sua vez, o rácio global de solvência registou um decréscimo de 8,5 pontos percentuais, na variação trimestral em cadeia, para 206,6%, permanecendo, ainda assim, num nível superior ao registado no final de 2020. Desta forma, “a categoria de riscos de rendibilidade e solvabilidade permanece classificada em médio-baixo“, pode ler-se no relatório da ASF.

No que respeita aos riscos específicos de seguros Vida e Não Vida, a respetiva avaliação permanece classificada em médio-alto, tendo-se assistido à manutenção da tendência de crescimento da produção em ambos os segmentos. Neste âmbito, o ramo Vida “merece particular destaque, dado registar, em 2021, um crescimento homólogo de 73% face ao ano transato, estreitamente relacionado com a evolução observada nos seguros de vida ligados”, desenvolve a autoridade prudencial. No entanto, nota a ASF, no contexto dos riscos do setor segurador, “as pressões inflacionistas poderão condicionar a rendibilidade das linhas de negócio mais expostas à inflação por via dos custos com sinistros, especialmente nos segmentos Não Vida”. No que concerne aos riscos de liquidez e de interligações, “não se observaram variações de relevo”.

O painel de riscos do setor segurador é uma das ferramentas utilizadas pela autoridade de supervisão prudencial para “identificação e mensuração dos riscos e vulnerabilidades do setor na perspetiva da preservação da estabilidade financeira”, baseia-se num conjunto de indicadores considerando seis categorias de risco: macroeconómico, crédito, mercado, liquidez, rendibilidade e solvabilidade, interligações, específicos de seguros de Vida e específicos de seguros não Vida.

A presente edição da publicação trimestral da ASF considera informação das variáveis financeiras relativa a 15 de março de 2022, conjugada com dados reportados pelas empresas de seguros com referência a 31 de dezembro de 2021. O Painel de Riscos do 1ºT de 2022 está disponível aqui

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Maior acionista da Jerónimo Martins propõe recondução de Pedro Soares dos Santos

  • Lusa
  • 4 Abril 2022

A Sociedade Francisco Manuel dos Santos vai apresentar uma proposta para a nomeação dos órgãos sociais do grupo para o triénio 2022-2024 na assembleia-geral de 21 de abril.

O maior acionista da Jerónimo Martins, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, vai propor a recondução de Pedro Soares dos Santos como presidente do Conselho de Administração da dona do Pingo Doce, de acordo com um documento divulgado esta segunda-feira.

Na proposta, que será apresentada à assembleia-geral de acionistas da empresa, no dia 21 de abril, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos apresenta uma proposta para a nomeação dos órgãos sociais do grupo, para o triénio 2022-2024, de acordo com o documento, publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O novo Conselho de Administração é praticamente igual ao anterior, de acordo com a informação no site da empresa, contando, no entanto, com um novo elemento e passando a ter 11 administradores, incluindo o presidente.

Como vogais ficarão, caso a proposta seja aprovada, Andrzej Szlęzak, António Viana-Baptista, Artur Stefan Kirsten, Clara Christina Streit, Elizabeth Bastoni, Francisco Seixas da Costa, María Ángela Holguín Cuellar, Sérgio Tavares Rebelo, Natalia Anna Olynec e a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, representada por José Soares dos Santos.

O lucro da Jerónimo Martins subiu 48,3% no ano passado, face a 2020, para 463 milhões de euros, divulgou a empresa, no dia 09 de março. As vendas consolidadas subiram 8,3% em 2021 para 20.889 milhões de euros, adiantou a empresa, em comunicado enviado à CMVM.

“O desempenho registado em todas as insígnias permitiu a alavancagem operacional”, levando o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) a crescer 11,4% para 1.585 milhões de euros, disse. “O valor de EBITDA incluiu custos diretos relacionados com a pandemia de cerca de 17 milhões de euros (cerca de 41 milhões de euros em 2020)”, referiu então a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos.

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Ageas Portugal cresce 41% em 2021 e aponta prioridades de 2022

  • ECO Seguros
  • 4 Abril 2022

Recuando nos lucros devido ao mesmo efeito contabilístico que beneficiou as contas do ano anterior, o grupo segurador cresceu cerca de 600 milhões de euros em volume de negócios em 2021.

Steven Braekeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal aponta prioridades em 2022: potenciar parcerias, tecnologia, desenvolvimento pessoal na organização, inovação e forte estratégia de sustentabilidade.

O Grupo Ageas Portugal, que além da própria marca consolida Ocidental e Médis, registou um volume de negócios superior a 2,2 mil milhões de euros, nos Ramos Vida e Não Vida, representando um crescimento de 41% face a 2020.

O negócio de Vida inverteu a tendência verificada no ano anterior, devido à pandemia, – em que houve um decréscimo de 42,8% – e apresentou um crescimento de 75%, para os 1,4 mil milhões de euros, impulsionado pela venda de produtos ligados a fundos de investimento. O ramo Não Vida obteve um crescimento de 6%, para 822 milhões de euros. Em ambos os negócios, “a evolução foi acima da verificada em todo o mercado segurador,” salienta a companhia.

Apesar de período ainda marcado pela pandemia Covid-19, o Grupo Ageas Portugal fechou o ano com “resultados líquidos sólidos e em linha com o esperado, atingindo os 129,8 milhões de euros”, com contributo positivo de todos os seus segmentos de negócio – Não Vida, Vida e Pensões – ainda que, em Não Vida, se tenha retomado o nível de sinistralidade pré-pandemia. O lucro compara com perto de 151 milhões reportados para 2020, exercício em que beneficiou 36 milhões de euros de reservas libertadas da atividade em seguros de Vida.

Com uma quota de mercado global de 16,4%, o Grupo posiciona-se como um dos líderes no mercado segurador português. A quota de mercado do Ramo Vida fixou-se nos 18,1%, enquanto no Ramo Não Vida em 14%, prosseguindo a trajetória de crescimento dos últimos anos. No segmento de Fundos de Pensões, o Grupo atua através da Ageas Pensões, sendo líder de mercado com uma quota de 27,6% e cresceu 3,6% nos montantes geridos em 2021, afirma a empresa.

Estes resultados são o reflexo de um trabalho constante de uma equipa ímpar. Estivemos, mais uma vez, ao lado dos portugueses, oferecendo os nossos melhores produtos e serviços, adaptados às necessidades de cada um. Foi também um ano marcado pelo desenvolvimento e promoção de grandes iniciativas focadas na literacia financeira, saúde, sustentabilidade, impacto social, inovação, prevenção e proteção. De forma global, fortalecemos o nosso compromisso em contribuir para um futuro melhor para todos,” explica Steven Braekeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal.

No final de 2021, o rácio de solvência do Grupo Ageas Portugal foi de 276%, refletindo solidez financeira do grupo que também cresceu em número de Colaboradores (1.307) e Clientes (1.811.605).

Perspetivando 2022, o CEO do Grupo Ageas Portugal adianta: “será, certamente, um ano muito especial, uma vez que marca a mudança para os novos edifícios em Lisboa e Porto, onde finalmente juntamos todos os nossos Colaboradores num só local, em cada cidade. Além disso, 2022, é marcado pelo lançamento de um novo ciclo estratégico do GrupoImpact24 -, em que o foco no Cliente é reforçado através da entrega de soluções integradas e da aposta em criar experiências diferenciadores e positivas”. Estrategicamente, a companhia pretende “potenciar parcerias, potenciar a tecnologia, dar continuidade à criação de uma cultura muito focada no desenvolvimento e aprendizagem de cada uma das nossas pessoas, na inovação e na criação de impacto positivo na sociedade e no planeta, com uma forte estratégia de sustentabilidade. Vamos dedicar muita atenção à componente das emoções e da humanização, dentro da organização, mas também junto dos nossos vários stakeholders, nomeadamente, Clientes. Estamos prontos para os novos desafios.”

Além dos números, o grupo assinala o lançamento, já este ano, do seu primeiro Relatório de Sustentabilidade (relativo ao ano de 2020) e outras iniciativas, incluindo as desenvolvidas pela Fundação Ageas entre as quais Movimento 50+ de deteção precoce do cancro colorretal, ou a Escola de Impacto. Na área da cultura, o grupo deu continuidade ao Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II e o Prémio Novos Talentos (Casa da Música), complementados com a criação do Prémio Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas.

A inovação, segundo a empresa, “é um ponto estratégico para o Grupo Ageas Portugal.” Nesta vertente, em 2021, a seguradora promoveu as inicitivas INside, INcampus, INsure e INhouse.

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Espanha e Holanda com proposta comum para reformar regras orçamentais

Frequentemente em lados opostos do debate, os Governos de Espanha e dos Países Baixos chegaram a um acordo de princípio para reformar as regras orçamentais europeias. O foco está na regra da despesa.

Formatar a trajetória de redução da dívida pública à situação de cada país, focar na regra da despesa pública e preservar o investimento público. Estas são as prioridades do non-paper, um documento oficioso, assinado pelos Governos de Espanha e Países Baixos — que são a quarta e a quinta maior economia da UE, respetivamente — para a reforma das regras orçamentais europeias. Os dois países estão frequentemente em lados opostos do debate, mas desta vez uniram-se para dar um impulso na discussão.

Esta segunda-feira, em conferência de imprensa à margem do Eurogrupo, as ministras das Finanças dos dois países, Nadia Calvino (que é vice-presidente do Governo espanhol de esquerda) e Sigrid Kaag (que é do partido de centro-esquerda D66 que faz parte da coligação de Governo), explicaram que os dois países decidiram deixar de se focar no que os diferencia e apostaram no que os une nesta discussão, desde logo a necessidade de simplificar das regras. Anteriormente, Espanha esteve do lado dos países do Sul da Europa, pedindo flexibilidade nas regras, e os Países Baixos estiveram do lado dos países do Norte da Europa (apelidados de “frugais”), pedindo o cumprimento efetivo das regras orçamentais.

Da arte do compromisso saiu um documento de duas páginas com sete pontos divulgado no mesmo dia em que os ministros das Finanças da Zona Euro juntaram-se no Luxemburgo. Num contexto de “níveis elevados de dívida” pública, o non-paper defende que é preciso regras “formatadas aos países” e estratégias de consolidação “realísticas e graduais, mas ambiciosas, assim como compatíveis com a criação de emprego e o crescimento económico”. Uma quadratura do círculo que levanta a questão: como?

As ministras das Finanças concordaram que é preciso mudar a velocidade de redução da dívida pública — atualmente passa por uma redução de 5% (1/20) ao ano da diferença entre o nível de dívida e a meta europeia de 60% do PIB –, substituindo esta regra por objetivos específicos para cada país. Além disso, o foco passaria a estar numa “simples” regra da despesa pública, a qual pode ser “mais fácil de aplicar e contracíclica, especialmente se associada a cláusulas de escape bem definidas para eventos extraordinários que não estejam no controlo de Governos” (ou seja, uma guerra ou uma pandemia).

Uma das palavras mais usadas neste documento oficioso é “investimento”. Madrid e Haia concordam que é preciso fortalecer o “investimento público de alta qualidade” e os “esforços consideráveis de investimento” coordenados a nível europeu e necessários para alcançar as metas climáticas e digitais. Contudo, os dois países não esclarecem se tal significa que este tipo de investimentos pode ser excluída da regra da despesa ou da dívida, como sugeriram alguns países ao longo dos últimos meses.

Apesar de terem concordado em que pode haver objetivos diferentes para países em situações diferentes, Espanha e Holanda notam que deve haver “padrões mínimos” e “salvaguardas” que asseguram que a Comissão Europeia e o Conselho avancem com a “ação necessária” para fazer cumprir as regras. Leia-se: as sanções a aplicar aos incumpridores, como Portugal que esteve em risco em 2016, mantêm-se. Menos claro é se o limite anual ao défice orçamental, atualmente nos 3% do PIB, se mantém.

Sobre a manutenção da suspensão das regras orçamentais em 2023, ambas as ministras mostraram abertura para que tal aconteça dada a incerteza da invasão russa na Ucrânia, mostrando a expectativa de que este tema não seja muito divisivo quando for discutido em maio, já com as novas projeções macroeconómicas da Comissão Europeia. À entrada para a sua primeira reunião do Eurogrupo, o novo ministro das Finanças português, Fernando Medina, disse que era “avisado” manter as regras orçamentais suspensas no próximo ano por causa da guerra na Ucrânia.

O non-paper de Espanha e Holanda

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Via Directa cria 1º programa para recém-licenciados

  • ECO Seguros
  • 4 Abril 2022

Academia OK! é iniciativa da subsidiária digital do grupo Fidelidade. O programa cumpre objetivos estratégicos de inovação e visa captação de talento. Candidaturas terminam dia 24 de abril.

A Via Directa, pioneira no segmento digital no Grupo Fidelidade e detentora da marca OK! teleseguros, lançou a Academia OK!, um programa “dirigido a recém-licenciados que procuram o local certo para colocar a sua criatividade e ambição ao serviço do digital e da inovação”.

Com este 1º programa de trainees, a “OK! teleseguros, pretende captar novos talentos entre as gerações mais jovens, com o objetivo de continuar a reforçar a sua estratégia de inovação e liderança no mercado de seguros diretos. “Esta iniciativa é fundamental para reforçar a equipa da Via Directa e trazer novas visões que complementem as competências já existentes na organização. Este fator é essencial para suportar o plano de transformação que temos pela frente,” afirma Gonçalo Graça Santos, CEO da companhia.

Aos candidatos selecionados para a Academia OK! serão proporcionadas “experiências de aprendizagem com parceiros de relevo do grupo Fidelidade nas áreas do marketing digital, consultoria estratégica e empreendedorismo”. Os formandos terão acompanhamento de mentores em “todo o percurso dos trainees e ajudarão a resolver problemas, desenvolver competências e garantir que o trabalho desenvolvido vai ao encontro dos objetivos da organização.” Os selecionados vão envolver-se “em funções estimulantes num negócio digital em crescente transformação e um plano de formação individual, feito à medida de cada um, com a colaboração das equipas OK! teleseguros,” explica um comunicado.

O prazo de candidaturas para a Academia OK! termina dia 24 de abril. O programa, em formato híbrido, tem duração de 12 meses e começo em junho. Outras informações estão acessíveis aqui.

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