PGR diz que persistente falta de meios compromete ação do Ministério Público

  • Lusa
  • 20 Abril 2022

A Procuradora-Geral da República alertou que as potencialidades do Ministério Público estão condicionadas por um “expressivo e persistente défice de recursos materiais e humanos".

A Procuradora-Geral da República (PGR) alertou esta quarta-feira que as potencialidades do Ministério Público (MP) estão condicionadas por um “expressivo e persistente défice de recursos materiais e humanos”.

“A vastidão de competências que estão atribuídas (ao MP), sem paralelo na generalidade dos outros Estados, e o atual contexto em que as exerce, em particular, o grave défice de quadros – avultando o ritmo de jubilações que vêm ocorrendo e que previsivelmente continuarão a ocorrer nos tempos mais próximos –, tornam bem difícil a gestão e igualmente o desempenho de todos e de cada um dos magistrados”, advertiu Lucília Gago na cerimónia de abertura do ano judicial.

Segundo Lucília Gago, a falta de meios do MP permite “justificar a afirmação de ser a autonomia do MP insatisfatória, e até ilusória, ao não contemplar a vertente financeira”.

Para a PGR, “nesse contexto adverso pontua também a generalizada insuficiência da afetação de oficiais de justiça e de recursos materiais e humanos para dar cabal resposta às cada vez mais imprescindíveis perícias financeiras, contabilísticas e informáticas, com reflexos negativos e até de verdadeira asfixia de domínios”.

Lucília Gago falou ainda da situação pandémica e dos seus efeitos na sociedade e na justiça, na recuperação de ativos como área prioritária do MP, dos direitos dos jovens e crianças, do regime jurídico do menor acompanhado, da violência doméstica, da expansão do fenómeno da cibercriminalidade, dos desafios da nova era digital e dos interesses difusos, nomeadamente na defesa do ambiente.

Elegeu ainda como prioritário o “combate intransigente aos fenómenos criminais especialmente graves, integrados quer na cibercriminalidade, quer na criminalidade económico-financeira, quer ainda na criminalidade violenta e organizada“.

Em relação à cibercriminalidade, a PGR indicou que a expansão do fenómeno se tornou “galopante, com as denúncias apresentadas ao MP a mais que duplicarem de 2019 para 2020 e de 2020 para 2021”, observando que os dados mais recentes apontam para um enorme aumento do número de casos em 2022.

Quanto à recuperação de ativos e ao combate à criminalidade mais grave e complexa, a PGR entende que “é indispensável assegurar que os criminosos não retiram qualquer vantagem económica da sua prática, privando-os, sem contemplações e sem exceções, dos benefícios económicos gerados pela atividade criminosa”, por vezes associada ao branqueamento de capitais e terrorismo.

Reiteramos o forte empenho da Procuradoria-Geral da República na criação de uma efetiva cultura de recuperação dos ativos, traduzida na interiorização por todos os magistrados do MP da indispensabilidade de realização de uma investigação patrimonial e financeira tendente a confiscar as vantagens obtidas pelos criminosos com a prática do crime, garantindo que este não compensa”, vincou.

Lucília Gago lembrou ainda que os objetivos estratégicos de política criminal para o triénio 2022-2024 passam pelo combate à corrupção e crimes conexos, tendo presente o risco associado ao aumento dos fundos públicos disponibilizados para o combate à crise económica bem como os riscos de abuso de regimes específicos de flexibilização nos procedimentos de contratação pública ou de fiscalização financeira.

Referiu também que a violência de género, que continua a apresentar um nível preocupante de frequência e gravidade, nomeadamente face à agudização dos riscos de menor capacidade de reação das vítimas a situações violentas, em particular das mais vulneráveis como mulheres e crianças.

No capítulo dos direitos das crianças e dos jovens, mencionou que a dinamização da intervenção tutelar educativa vem merecendo particular atenção perante fenómenos de criminalidade violenta e grave praticados por jovens e também face às potencialidades de prevenção criminal que encerra.

Considerou ainda que face ao impacto da pandemia e da guerra surgem acrescidas necessidades de proteção dos adultos vulneráveis.

A PGR apelou também para a necessidade do reforço da qualidade e quantidade dos equipamentos informáticos e dos meios digitais disponíveis, particularmente “num tempo em que o teletrabalho gera maior nível de utilização dos sistemas informáticos e novas exigências a nível da fluidez e segurança das comunicações eletrónicas”, dizendo ser preciso assegurar a transição digital na área da justiça.

“Esse reforço (…) traduz o sinal de modernidade gerador de eficácia e celeridade, capaz de positivar avanços anunciados, mas ainda muito longe de plena concretização”, concluiu.

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China ratifica acordo que proíbe trabalho forçado

  • Lusa
  • 20 Abril 2022

A assinatura deste acordo é uma condição imposta pela União Europeia para confirmar um acordo bilateral sobre investimentos assinado no final de 2020.

A China ratificou esta quarta-feira as convenções internacionais que proíbem os trabalhos forçados, uma condição imposta pela União Europeia (UE) para confirmar um acordo bilateral sobre investimentos assinado no final de 2020.

A comissão permanente do Congresso Nacional do Povo (parlamento chinês) ratificou a Convenção sobre o Trabalho Forçado da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1930, e a Convenção sobre a Abolição do Trabalho Forçado (1957), anunciou o CNP no final de uma sessão de três dias.

A ratificação aconteceu depois de, em fevereiro, uma comissão de peritos da OIT ter manifestado “profunda preocupação” acerca do tratamento das minorias étnicas e religiosas na China, particularmente em Xinjiang (noroeste), uma região predominantemente muçulmana.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, pelo menos um milhão de uigures e membros de outras etnias muçulmanas estão ou foram detidos em campos na região de Xinjiang. As autoridades chinesas defendem serem centros de formação, mas a OIT sustenta que são de “reeducação política”.

O assunto preocupa a comunidade internacional. Nos Estados Unidos, entrou em vigor em dezembro de 2021 uma lei que proíbe a compra de produtos que resultem do trabalho forçado de uigures na China. Washington acusa Pequim de genocídio contra essa minoria, o que a China rejeita firmemente.

A UE e a China chegaram em 30 de dezembro de 2020 a um acordo de princípio sobre o investimento, ao fim de sete anos de negociações, durante uma videoconferência entre líderes comunitários e o Presidente chinês, Xi Jinping.

O acordo não chegou a ser ratificado devido à imposição por Bruxelas a Pequim de sanções por violação dos direitos humanos e consequente retaliação da China.

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Bastonário diz que Ministério Público deve dar explicações sobre absolvições de políticos

  • Lusa
  • 20 Abril 2022

O bastonário da Ordem dos Advogados considerou que o Ministério Público deve explicar aos cidadãos as absolvições de titulares de cargos políticos nos últimos anos.

O bastonário da Ordem dos Advogados (OA) considerou esta quarta-feira que o Ministério Público (MP) deve explicar aos cidadãos as absolvições de titulares de cargos políticos nos últimos anos, apresentando os motivos na origem dessas acusações.

“Temos assistido nos últimos tempos a muitas absolvições de cidadãos que exerceram funções políticas ao mais alto nível, os quais, no entanto, tiveram que viver durante anos com o estigma de uma acusação criminal”, disse Luís Menezes Leitão na cerimónia de abertura do ano judicial, no salão nobre do Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa, que conta também com intervenções da ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Para Menezes Leitão, “esperar-se-ia, a bem da credibilidade da nossa justiça que, sendo as mesmas julgadas improcedentes nos Tribunais, os cidadãos tivessem uma explicação pública por parte do Ministério Público sobre o que motivou a sua acusação”.

O bastonário da OA vincou que a credibilidade do setor é “fonte de grande preocupação” e que há uma “absoluta falta de recursos humanos”.

Apesar de visar o MP e de lhe exigir “máxima responsabilidade” no exercício dos seus poderes, Menezes Leitão reivindicou a defesa da autonomia dos magistrados, recusando “quaisquer tentativas” de controlo por parte do poder político, mas não deixou de responder às vozes que já defenderam o fim da fase de instrução dos processos.

“A fase de instrução é absolutamente essencial para assegurar a jurisdicionalização da nossa investigação criminal, colocando a acusação do MP sob controlo judicial”, observou Menezes Leitão, que criticou ainda a mediatização da detenção de cidadãos para interrogatório por juiz de instrução, acrescentando que “a eliminação da fase da instrução representaria um duro golpe no processo penal, em prejuízo dos direitos dos cidadãos”.

Entre as críticas do bastonário dos advogados esteve também a justiça penal, nomeadamente a “desastrada reforma do Código de Processo Penal”, em novembro de 2021, ao notar que o parlamento “agiu de uma forma absolutamente precipitada” antes da sua anunciada dissolução e que a mesma foi “fonte de tantos problemas” que já deu azo a uma nova proposta de lei do governo para promover a sua alteração.

Menezes Leitão apontou ainda críticas ao estado da justiça cível e à situação dos tribunais administrativos e fiscais, lamentando que haja processos “à espera de uma decisão há dez ou vinte anos” e que tal represente uma situação de “desamparo” para os cidadãos, na qual só o Estado beneficia, uma vez que “não vê as medidas que ilegalmente toma contra os cidadãos eficazmente sindicadas pelos tribunais”.

“A nossa justiça cível (…) só não é igualmente tão morosa em virtude do elevado valor das custas judiciais, que levam a que só lhe tenham acesso os muito ricos ou os muito pobres, estes últimos por beneficiarem do apoio judiciário. Há anos que se salienta ser imperioso a redução das custas judiciais, sendo inaceitável que a água que deveria saciar a sede de justiça dos cidadãos seja em Portugal paga pelos mesmos ao preço do champanhe francês”, ironizou.

Depois de condenar a não realização da cerimónia de abertura do ano judicial em 2021, devido à pandemia de covid-19, considerando que “tal foi prejudicial” para a justiça portuguesa, o bastonário da OA insurgiu-se contra a suspensão de direitos fundamentais sem o devido controlo judicial e, por isso, reclamou que seja dada à Ordem dos Advogados o poder de pedir a fiscalização da constitucionalidade das leis ao Tribunal Constitucional.

“É assim necessário defender a Constituição, atribuindo à Ordem dos Advogados competência para a fiscalização da constitucionalidade das leis. E é fundamental instituir o recurso de amparo para permitir aos cidadãos recorrerem diretamente ao Tribunal Constitucional para defesa dos seus direitos fundamentais”, sentenciou.

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B6 Software Solution adota semana de quatro dias e meio

Com um horário de oito horas de 2.ª a 5.ª feira, os colaboradores da tecnológica têm agora a possibilidade de cumprirem apenas três horas de trabalho, que podem ser em regime remoto, na sexta-feira.

A B6 Software Solutions avançou para uma semana de quatro dias e meio de trabalho. Os primeiros quatro dias da semana laboral são de oito horas de trabalho, enquanto na sexta-feira o horário de trabalho tem apenas três horas. Em apenas alguns meses, a tecnológica sediada no norte do país e associada da Porto Tech Hub diz que já sentiu o impacto positivo da implementação desta medida na produtividade da equipa, bem como na evolução do próprio negócio.

“Durante a pandemia, começámos a trabalhar em regime remoto, mesmo antes de ser obrigatório, modelo ao qual nos adaptamos na perfeição e que revelou ter inúmeros benefícios para o bem-estar das nossas equipas, levando-nos a avaliar a possibilidade de irmos ainda mais longe e planearmos a nossa jornada de trabalho ideal. Na B6 nunca relacionamos horas de trabalho, nem localização no escritório, com produtividade. Pelo contrário, sempre nos identificamos com uma total liberdade dos nossos profissionais, acompanhada de semelhante responsabilidade, para que cada um possa cumprir com os seus objetivos da melhor maneira”, afirma Manuel Padilha, diretor de operações da B6 Software Solutions.

“Foi exatamente neste sentido que adotamos os quatro dias e meio de trabalho e o feedback tem sido muito positivo, refletindo-se num ganho de tempo para atividades familiares, desporto, ou simplesmente descanso, o que permitiu um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos colaboradores”, acrescenta, citado em comunicado.

Com um horário de oito horas de segunda a quinta-feira, os colaboradores da empresa nacional que disponibiliza soluções tecnológicas de bilhética adaptadas têm agora a possibilidade de cumprirem apenas três horas de trabalho — que podem ser em regime remoto — na sexta-feira, ficando com a tarde livre.

“A decisão foi debatida e decidida por todos os profissionais da empresa e veio permitir que começassem a usufruir do seu fim de semana mais cedo”, detalha a empresa. E acrescenta: “A medida teve um impacto muito positivo ao nível do aumento do bem-estar e diminuição do cansaço por parte dos colaboradores, bem como no aumento de produtividade na generalidade da equipa.” Além disso, a redução do número de horas tem impactado positivamente a retenção de talento qualificado na empresa, tornando-se um ativo importante na estratégia de atratividade da organização.

Criada em 2017, a associada da Porto Tech Hub, entidade que promove e desenvolve o Porto como centro tecnológico global, leva já o seu software em cloud para bilhética a todo o Portugal Continental e ilhas. No seu portefólio já constam empresas como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Direção Geral do Património Cultural.

Feedzai e Doutor Finanças pioneiras na semana de 4 dias

Em Portugal, em agosto do ano passado, a Feedzai e o Doutor Finanças foram das primeiras empresas nacionais a testar a semana de trabalho mais curta. As experiências terminaram, mas a ideia é não deixar a medida cair por terra. “A ideia é voltarmos a repetir a medida, num mês com outras características. Implementámos a medida em agosto, um mês que, por defeito, é atípico. Há muitas pessoas de férias, o que faz com que os doutores que contactam diretamente com os clientes fiquem com a gestão dos seus clientes e com a gestão dos clientes dos colegas que estão de férias”, afirma Irene Vieira Rua, diretora de recursos humanos do Doutor Finanças.

Já a Feedzai, depois de um projeto-piloto que envolveu os seus mais de 500 trabalhadores em Portugal, Estados Unidos e espalhados por cidades como Londres, Sydney ou Hong Kong, obteve resultados foram “em linha com o esperado”. “O serviço aos clientes foi mantido, nada caiu por terra, todos os objetivos que pretendíamos atingir em agosto foram alcançados”, revelou Dalia Turner, VP of people da Feedzai, na altura à Pessoas.

O unicórnio nacional não vai, contudo, avançar com o alargamento deste modelo a todo o ano. “Não digo que não o possamos fazer algures no futuro, mas não é algo com que nos vamos comprometer neste momento”, adiantou a VP people da Feedzai. Aquilo com que, neste momento, a startup portuguesa está disposta a garantir é a repetição desta iniciativa em todos os meses de agosto: “É algo que temos intenção de fazer todos os agostos, portanto, vamos repetir este ano.”

Também no ano passado, a Happytown também começou um projeto-piloto, no início de setembro e com a duração de 12 meses, para testar a semana laboral reduzida. Tal como no Doutor Finanças e na Feedzai, o teste não implica cortes salariais ou redução de dias de férias. “A ideia da semana de quatro dias de trabalho é acrescentar, dar, e não fazer aquela coisa feia de dar com uma mão e retirar com a outra, porque isso então não significa dar nada ao colaborador, significa trocar”, refere Cristina Nogueira da Fonseca, founder e partner da Happytown.

Durante um ano, os 12 colaboradores da empresa, que atua na área da felicidade e bem-estar corporativo, vão ter a possibilidade de trabalhar 32 horas por semana (em vez das tradicionais 40 horas semanais), escolhendo o dia da semana em que preferem não trabalhar. “A maioria escolhe a sexta-feira, o que faz com que eu e o meu sócio tenhamos escolhido a quarta-feira, garantido assim que durante toda a semana a empresa funciona”, explica Cristina Nogueira da Fonseca. Estes dias podem, contudo, ser ajustados, ou seja, um colaborador pode escolher tirar uma terça-feira em determinada semana, desde que não haja nenhum cliente agendado.

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“Vamos tirar Portugal do grupo das economias com maior dívida pública na Europa”, diz Medina

O novo ministro das Finanças garante que a trajetória de redução da dívida pública é para continuar. Nos próximos anos, o objetivo é tirar Portugal do grupo dos mais endividados da União Europeia.

Há vários anos que Portugal tem a terceira maior dívida pública da União Europeia, apenas superado por Itália e Grécia. A pandemia agravou o rácio da dívida pública de todos os países europeus, mas o Governo português quer reduzi-lo de forma mais acelerada que os pares europeus para os ultrapassar. Essa promessa já tinha sido feita por João Leão e foi reafirmada esta quarta-feira por Fernando Medina, atual ministro das Finanças.

Queremos e vamos conseguir retirar Portugal do grupo das economias com maior dívida pública na Europa“, afirmou Fernando Medina no discurso de abertura do debate do Programa de Estabilidade 2022-2026, explicando que tal é “não por desejarmos qualquer distinção, mas porque essa é a melhor forma de defendermos as empresas e as famílias“. O ministro garante que “a redução da dívida é o caminho que nos permite manter a credibilidade externa do país”.

A pensar no futuro, Medina defendeu que com esse objetivo “ganharemos espaço orçamental para fazer face à incerteza do crescimento e estaremos mais bem preparados para reduzir os impactos de eventuais subidas dos juros“. “Num contexto de crescimento, mas também de elevada incerteza e no qual se perspetivam possíveis aumentos de juros, o melhor contributo que o Estado pode oferecer aos portugueses é assegurar uma trajetória consistente de redução do endividamento“, notou o ministro.

Esta meta já tinha sido revelada pelo ex-ministro das Finanças na apresentação do Programa de Estabilidade no final de março. Nessa altura, Leão dizia que Portugal já estaria fora dos países mais endividados da União Europeia “já em 2024”, sendo ultrapassado por Espanha, Bélgica e França. Na proposta do OE2022, o rácio de dívida pública baixa para 120,7% do PIB em 2022. Segundo o Programa de Estabilidade 2022-2026, chegará a 101,9% do PIB em 2026.

A defender um documento que não elaborou, Fernando Medina explicou que o “Programa de Estabilidade 2022-2026 foi desenvolvido num contexto de elevada incerteza” e que “o mundo que ainda não recuperou de mais de dois anos de pandemia, enfrenta agora uma nova crise provocada pela invasão da Ucrânia”. “Mas, se o contexto é de incerteza, o Programa de
Estabilidade define uma estratégia clara: recuperação económica e social, convergência com a União Europeia, redução da dívida pública“, acrescentou.

“Só um crescimento sólido, duradouro e sustentável é pilar de elevados níveis de emprego, da melhoria dos rendimentos e garante do financiamento de um Estado social forte, moderno e eficaz”, argumentou Medina, garantindo que “este ano ultrapassaremos o nível de PIB registado em 2019 (pré-pandemia) e registaremos o maior peso do investimento no produto desde 2010“. O Governo prevê “quase uma década de convergência com a Zona Euro”.

Medina à defesa com oposição ao ataque. Projetos de resolução serão votados na sexta-feira

O PCP, o Bloco, o PSD, o Chega, o Livre e a Iniciativa Liberal apresentaram projetos de resolução — que se forem aprovados não são vinculativos — como alternativa ao documento apresentado pelo Governo PS, que agora tem maioria absoluta (120 deputados em 230), mas a votação só decorrerá na sexta-feira após o fim dos trabalhos parlamentar desta semana no plenário.

Durante o debate, a oposição defendeu os seus projetos de resolução e esteve ao ataque ao novo ministro das Finanças, numa espécie de antecâmara do que será a discussão do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). Duarte Pacheco, do PSD, disse que Medina tem “azar” por não ter elaborado este documento, mas ter de o defender: “Este documento tem base numa realidade que mudou drasticamente. Estamos a debater um Programa que não existe. É um papel em branco“, disse o deputado social-democrata, citando o CFP e a UTAO e assinalando que o OE2022 admite uma perda do poder de compra dos portugueses.

Em resposta, Medina defendeu-se com um ataque, argumentando que a “enorme página em branco” é da inexistente alternativa do PSD: “Não conhecemos a alternativa do lado do PSD“, afirmou. “Não é o Governo que desvaloriza o debate, é o PSD”, acrescentou. Relativamente às críticas sobre Portugal cair no ranking do PIB per capita na UE, o ministro remete para as previsões do FMI que mostram que a economia portuguesa vai crescer acima da média da Zona Euro.

Mas foi no discurso contra o PCP e o Bloco que o ministro foi mais agressivo. Após o PCP falar da subida do custo de vida e de “medidas inadiáveis”, Medina disse que “o PCP deve um pedido de desculpa aos pensionistas” pelo atraso no aumento extraordinário de 10 euros, responsabilizando os comunistas pelo chumbo do OE2022 e a realização de eleições antecipadas que deram a maioria absoluta ao PS. “Esperava-se que o Governo tivesse mais respeito pelos reformados e pela verdade. Está cada vez mais claro para que servirá a maioria absoluta. O país não está condenado a este caminho sem saída”, disse depois o deputado Bruno Dias.

No caso do Bloco, foi Mariana Mortágua quem trouxe de novo o tema do Novo Banco, questionando o ministro sobre se haverá uma nova injeção (referindo-se aos impostos por ativos diferidos), e quem acusou o Governo de ir além do necessário no ajustamento orçamental, ficando por utilizar a “folga orçamental que tinha”. “O PS mudou a sua opinião e agora é igual ao PSD“, disse a deputada bloquista, referindo que “o mérito das contas certas pode ser muito atraente para o senhor ministro, mas é pago por todos os portugueses”.

Não está prevista nenhuma transferência para o Novo Banco (…) não invente uma transferência que não existe“, ripostou Medina. Quanto ao défice, o ministro notou a necessidade de ser cauteloso numa situação de incerteza, referindo que é preciso ter “mais margem para atuar” no futuro, independentemente do que venham a ser as decisões da União Europeia sobre o futuro das regras orçamentais. “Não cremos que podemos gastar hoje o que nos pode faltar amanhã“, acrescentou mais tarde.

A Iniciativa Liberal, tal como já tinha feito o PSD, criticou a trajetória de empobrecimento relativo de Portugal face a outros países da União Europeia, particularmente de leste, acusou o Governo de “otimismo delirante” nas previsões económicas e notou que a redução do défice é feita graças ao “esforço fiscal dos portugueses”. “Em todos os anos, a receita fiscal vai crescer mais do que o PIB”, disse João Cotrim Figueiredo, calculando que a carga fiscal “vai ultrapassar os 37%” em 2026. “O amor do PS pelos impostos não tem fim“, concluiu.

Sobre a polémica que envolve o seu antecessor, João Leão, e o ISCTE, Medina disse que todos os esclarecimentos serão dados e colocou-se ao lado do ex-ministro: “Secundo naturalmente as palavras do meu antecessor sobre a matéria”.

(Notícia atualizada às 17h47 com mais informação)

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Injeção no Novobanco em 2021 “era perfeitamente evitável”, diz Bloco

  • Lusa
  • 20 Abril 2022

A deputada do Bloco Mariana Mortágua declarou que dos 598 milhões de euros pedidos pelo Novobanco em 2021, "nem um cêntimo serviu para cumprir rácios de capital".

A deputada do BE Mariana Mortágua afirmou esta quarta-feira que, segundo a terceira auditoria especial ao Novobanco, “toda a injeção de 2021 era perfeitamente evitável e não era necessária para o banco cumprir os seus rácios de capital”.

Mariana Mortágua deu uma conferência de imprensa no parlamento a propósito do relatório da terceira auditoria especial ao Novo Banco que foi enviada pelo Governo, um documento que o BE considera não ter qualquer sentido ser confidencial e por isso requereu já que esta confidencialidade fosse retirada.

“Os 598 milhões de euros pedidos pelo Novobanco em 2021, nem um cêntimo serviu para cumprir rácios de capital. O Governo esteve a sobrecapitalizar o Novobanco face aquilo que era exigido pelo Banco Central Europeu (BCE)”, referiu.

De acordo com a deputada bloquista, “os rácios do BCE desceram para quase metade, mas o Novobanco não desceu o seu pedido de injeção nem em um cêntimo”, o que faz com que “o Governo tenha sobrecapitalizado o banco em vez de ter renegociado esse mecanismo de capitalização contingente e em vez de ter adequado a injeção aos novos requisitos de capital”.

Toda a injeção de 2021 era perfeitamente evitável e não era necessária para o banco cumprir os seus rácios de capital. É isso mesmo que diz aqui na auditoria”, concluiu.

"Os 598 milhões de euros pedidos pelo Novobanco em 2021, nem um cêntimo serviu para cumprir rácios de capital. O Governo esteve a sobrecapitalizar o Novobanco face aquilo que era exigido pelo Banco Central Europeu.”

Marian

Deputada do Bloco de Esquerda

Mariana Mortágua destacou mais um aspeto que tem que ver com um “outro mecanismo de injeções de dinheiro no Novobanco que não tem sido tão falado” e que vem descrito na auditoria, o denominado ativos por impostos diferidos.

“Esse mecanismo dá direito a injeções por parte do Estado, dinheiro público, transferências diretas para o capital de Novobanco. No total, no âmbito deste mecanismo, o Novobanco já recebeu ou irá receber 779 milhões de euros”, sublinhou.

De acordo com a deputada do BE, “uma parte dessa injeção, que a auditoria prevê que seja de 133 milhões de euros, será feita em 2022”.

“Quando o ministro das Finanças nos diz que não prevê nenhum valor para o Novobanco no Orçamento do Estado, a pergunta que fazemos, e que iremos fazer hoje mesmo no debate, é se essa afirmação incluiu ou não incluiu os 133 milhões de euros de injeção adicional que será feita em 2022 no capital do Novobanco”, questionou.

Em 04 de abril, o Governo enviou o relatório da terceira auditoria especial ao Novobanco ao parlamento, anunciou então o Ministério das Finanças em comunicado, referindo que esta auditoria foi feita pela Deloitte por ordem do Governo, após o pagamento efetuado pelo Fundo de Resolução ao Novo Banco em 2021. Pela lei, após cada pagamento, tem de ser feita uma auditoria.

O Novobanco foi criado em agosto de 2014 aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES), sendo detido pelo Fundo de Resolução (FdR).

Em 2017, aquando da venda de 75% do Novo Banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, o FdR comprometeu-se a, até 2026, cobrir perdas com ativos ‘tóxicos’ com que o Novo Banco ficou do BES até 3.890 milhões de euros.

Desde então, a cada ano, as injeções de capital do FdR no Novobanco têm provocado polémica.

No total, até ao momento, ao abrigo deste acordo, o Novo Banco já consumiu 3.405 milhões de euros de dinheiro público.

Em 2021, o Novobanco teve lucros pela primeira vez (184,5 milhões de euros).

Quando anunciou os lucros de 2021, em março, o banco anunciou também que vai pedir mais uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução bancário. Já o Fundo de Resolução considera “não é devido qualquer pagamento” relativamente a 2021.

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PSD quer ouvir ex-ministros Leão e Lurdes Rodrigues sobre caso ISCTE

O PSD quer ouvir João Leão, ex-ministro das Finanças do PS e atual vice-reitor do ISCTE, e Maria Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação do PS e atual reitora do ISCTE.

A transição de João Leão do Governo para o ISCTE está a causar polémica e o PSD quer ouvir os envolvidos. O deputado social-democrata Hugo Carvalho anunciou esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que o PSD entregou um requerimento urgente para uma audição parlamentar com o ex-ministro das Finanças do PS e atual vice-reitor do ISCTE, assim como com a Maria Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação do PS e atual reitora do ISCTE. Falta saber se o PS viabiliza o requerimento.

Hugo Carvalho adiantou que o requerimento foi entregue na comissão parlamentar de educação, explicando que está relacionado com o “investimento de cerca de cinco milhões de euros do Ministério das Finanças recebido pelo ISCTE”, cuja verba veio da dotação centralizada no Ministério para uma contrapartida nacional de um projeto do instituto. “É algo que nos preocupa e precisa de esclarecimentos“, afirma.

O deputado social-democrata quer saber o porquê de o ISCTE ter sido o “único” no sistema educativo a receber este apoio financeiro, “quais foram os pressupostos” da decisão, se houve outras instituições cujos pedidos foram rejeitados e como foram definidos os critérios. Hugo Carvalho aponta ainda para o facto de Leão ter assumido o novo cargo apenas dois dias depois de sair do Governo.

É preciso “saber se há ou não uma cultura de quem, em funções públicas, trata bem o ISCTE, se não é esquecido pelo ISCTE” no futuro, notou o social-democrata. Além do requerimento, o PSD quer ter acesso a toda a correspondência do Ministério do Ensino Superior, do Ministério das Finanças e ainda do ISCTE que esteja relacionada com este caso.

Em causa está, no Orçamento do Estado para 2022 elaborado pelo ex-ministro, um financiamento de 5,2 milhões de euros para o Centro de Valorização e Transferência de Tecnologias (CVTT), cuja tutela passa agora a estar nas mãos de Leão. Tanto o ex-ministro como a reitoria do ISCTE disseram ao Público que “a negociação e solicitação [do financiamento] resulta sempre do Ministério e membros do governo respetivos, neste caso do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES)”, recusando qualquer intervenção do ex-governante. “Não tive qualquer intervenção no processo e não intervim na decisão”, sublinhou o sucessor de Mário Centeno.

No entanto, segundo disse ao mesmo jornal o próprio ex-ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, o CVTT deste influente instituto lisboeta foi o único projeto da área tutelada pelo MCTES a ser apoiado diretamente pela dotação centralizada do Ministério das Finanças nos últimos cinco anos. Sendo que a lei obriga a que a afetação dessa verba só possa ser feita por despacho do ministro das Finanças.

Esta manhã, também o Chega anunciou que irá apresentar um requerimento, com o partido liderado por André Ventura a pedir que sejam ouvidos Maria de Lurdes Rodrigues, reitora do ISCTE, e os presidentes do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), além de João Leão.

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Programa de Estabilidade vai a debate com oposição ao ataque. Acompanhe aqui em direto

  • ECO
  • 20 Abril 2022

O Programa de Estabilidade vai ser discutido esta quarta-feira na Assembleia da República. O documento não é votado, mas há projetos de resolução da oposição. Acompanhe aqui em direto.

Foi apresentado pelo anterior ministro das Finanças, João Leão, mas será o atual ministro, Fernando Medina, quem irá defendê-lo. O Programa de Estabilidade 2022-2026, cujas previsões já foram parcialmente mudadas na proposta do Orçamento do Estado para 2022 entregue duas semanas depois, será discutido esta quarta-feira de tarde na Assembleia da República durante quase duas horas. O documento não tem de ir a votos, ao contrário do Orçamento, mas é alvo de projetos de resolução da oposição.

O PCP, o Bloco, o PSD, o Chega, o Livre e a Iniciativa Liberal apresentam projetos de resolução — que se forem aprovados não são vinculativos — como alternativa ao documento apresentado pelo Governo PS, que agora tem maioria absoluta (120 deputados em 230). No caso dos social-democratas, alinham com o Conselho das Finanças Públicas e a UTAO e pedem um “verdadeiro Programa de Estabilidade” que cumpra a Lei de Enquadramento Orçamental.

Acompanhe aqui em direto o debate do Programa de Estabilidade:

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Netflix afunda 30% após perder subscritores pela primeira vez numa década

Investidores questionam a capacidade de crescimento num negócio de alta concorrência e a dar sinais de fadiga após o pico da pandemia.

A Netflix afunda 30% esta quarta-feira na bolsa, depois de a plataforma de streaming de vídeo ter apresentado a primeira queda do número de subscritores numa década. Os investidores questionam a capacidade de crescimento num negócio de alta concorrência e a dar sinais de fadiga após o pico da pandemia.

As ações recuam 29,29% para 246,35 dólares no arranque da sessão em Wall Street, atingindo o valor mais baixo desde dezembro de 2017.

A Netflix anunciou esta quarta-feira que perdeu cerca de 200 mil utilizadores no primeiro trimestre do ano, sendo a primeira vez que a sua base de subscritores regista uma quebra em dez anos. Os analistas antecipavam um crescimento de 2,5 milhões de subscritores no arranque do ano e saíram completamente defraudados. A Netflix revelou que a suspensão dos seus serviços na Rússia na sequência da invasão da Ucrânia resultou numa perda de 700 mil membros.

A empresa justificou este mau desempenho com a inflação, a guerra na Ucrânia e a concorrência apertada e que deverá continuar a pressionar o seu negócio nos próximos tempos. As previsões apontam para uma perda de mais dois milhões de subscritores no segundo trimestre.

Netflix afunda 30%

Fonte: Reuters

De acordo com a agência Reuters, após a apresentação dos resultados, pelo menos uma dúzia de casas de investimento reviu em baixa as avaliações sobre uma ação que teve um desempenho positivo nos últimos anos. Um dos mais agressivos foram os analistas do JPMorgan, que cortaram a metade o preço-alvo da Netflix para 305 dólares – bem abaixo da média das avaliações de Wall Street, que se situa nos 400 dólares.

A Netflix apresentou um crescimento das receitas em 10% para os 7,87 mil milhões de dólares nos três primeiros meses do ano, abaixo das expectativas de Wall Street. Também anunciou um lucro de 3,53 dólares por ação, superando as estimativas do mercado.

Neste cenário, o tecnológico Nasdaq recua 0,74%, enquanto o S&P 500 e o industrial Dow Jones estão em alta ligeira.

(Notícia atualizada às 14h58)

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Banca, Telecomunicaçoes e Retalho apostam no mystery shopping

  • Servimedia
  • 20 Abril 2022

Em Espanha, estes são os três setores que mais apostam na técnica do cliente mistério para avaliar produtos e serviços, com resultados que muitas vezes chegam a um aumento de 300% das vendas num mês.

Banca, Telecomunicações e Retalho são os setores que estão a apostar no “mystery shopping” em Espanha. A Autoridade Bancária Europeia anunciou em janeiro que irá analisar os bancos em toda a União Europeia utilizando o “mystery shopping”, uma técnica de pesquisa de mercado que se centra na figura do cliente mistério para avaliar produtos e serviços, noticia a Servimedia.

Esta não é a primeira vez que o setor da banca adere a esta técnica de investigação. Em 2021, o Banco de Espanha utilizou o “mystery shopping” e apresentou o seu “Relatório de Supervisão 2020”, no qual incluía uma descrição do número de ações nas agências de várias instituições de crédito e o seu objetivo.

Também no mesmo ano, a Comisión Nacional del Mercado de Valores publicou as conclusões da sua “Segunda ação de supervisão da CNMV utilizando clientes simulados em agências bancárias”. A investigação, baseada em 800 visitas de “clientes mistério”, mostrava melhorias em comparação com a revisão anterior, mas detetou debilidades, especialmente na informação dada por funcionários sobre produtos e serviços.

A banca não é o único setor que depende deste formato para garantir boas práticas. Na verdade, o retalho está na vanguarda na utilização desta técnica para melhorar as vendas. Setores como o da hotelaria e das telecomunicações também têm vindo a melhorar os seus serviços há anos, graças à utilização de clientes mistério.

Só em Espanha, a IO Research realiza mais de 50 mil visitas de clientes mistério por ano. “A última milha, esse momento de decisão, é fundamental para as marcas porque é aí que se realiza a conversão em venda, ou não. A técnica do cliente mistério permite-nos ajudar marcas e organizações a melhorar as vendas, mas é também um sistema de auditoria que nos permite melhorar a satisfação do cliente“, referiu Enrique Ruiz, CEO da IO Research, citado pela Servimedia.

A correta execução dos processos na loja e a monitorização do processo comercial tem um impacto positivo na taxa de conversão, nas vendas entre os visitantes da loja, e no índice de satisfação, se estes estiverem satisfeitos com o produto ou serviço recebido.

Concretamente, as lojas com os melhores resultados com o “mystery shopping” face às lojas com piores resultados para a mesma marca, têm um diferencial de taxa de conversão de 1,28%. O índice de satisfação dos clientes é também mais elevado quando a pontuação do “mystery shopping” é boa, com as lojas a atingirem médias de 8,72 numa escala de 0-10, de acordo com a IO Research.

Segundo a MSPA (Mystery Shopping Professionals Association), há casos de sucesso que atingem aumentos de vendas de até 300% num mês, tais como alguns restaurantes nos principais aeroportos internacionais. Como a maioria dos setores, o “mystery shopping” foi afetado pela recente pandemia da Covid-19 e muitos dos seus estudos foram cancelados.

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BCP sobe 4% e grupo EDP soma 2% e dão a volta à bolsa

PSI inverteu o rumo dos acontecimentos à boleia do BCP e do grupo EDP e acompanha os ganhos nas bolsas europeias.

A bolsa de Lisboa abriu a sessão desta quarta-feira em queda, mas a pressão vendedora deu lugar a maior otimismo e o índice inverteu para terreno positivo, aproveitando a boleia dos bons desempenhos do BCP e do grupo EDP: o banco sobe 4% e a EDP e EDP Renováveis somam 2%. O PSI coloca-se assim na rota dos ganhos na Europa.

O principal índice português está em alta de 0,645% para 6.145,98 pontos, renovando máximos de sete anos, com nove das 15 cotadas a mostrarem sinal verde.

O BCP lidera os ganhos, registando uma subida de 4,67% das suas ações, que estão a cotar nos 0,1766 euros. A EDP Renováveis valoriza 2,32% e a EDP avança 1,68% e também dão um contributo importante para a sessão positiva na praça portuguesa.

BCP acelera mais de 4%

Isto porque os outros dois pesos pesados nacionais estão a perder terreno. A Galp cede 1,95% para 11,545 euros – o preço do petróleo recupera ligeiramente da queda de 5% de ontem — e a Jerónimo Martins cai 0,86% para 20,68 euros.

Lisboa consegue assim juntar aos ganhos que os principais índices europeus observam neste momento. O Stoxx 600, que junta as 600 principais companhias do Velho Continente, está em alta de 1,04%. Também com ganhos em torno de 1% estão as bolsas de Madrid, Paris, Milão e Frankfurt.

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Critical TechWorks “faz-se à estrada” para contratar o melhor talento. Tem 400 vagas até final do ano

Até ao final do ano, a empresa conjunta entre o BMW Group e a Critical Software pretende preencher 400 vagas.

#FollowMe_CTW é a hashtag da nova campanha de marketing de recrutamento da Critical TechWorks, que pretende contratar mais 400 pessoas até ao final de 2022. O objetivo é chamar a atenção de potenciais candidatos para as áreas técnicas nas quais a tecnológica está já a recrutar.

“Esta é uma campanha que assenta propositadamente numa componente offline bastante forte, complementada pelo online, e não o inverso. Somos arrojados e gostamos de desafiar o óbvio quando fazemos ativações, e é exatamente essa a mensagem que queremos transmitir para atrair talento ambicioso que também desafie o status quo, tal como nós o fazemos”, explica Susete Ferreira, diretora de marketing e comunicação da Critical TechWorks.

A campanha — que terá a duração de, pelo menos, um ano — vai contar com uma frota de “carros icónicos, jovens e cheios de caráter, que contam com tecnologia made in Portugal”. Os veículos Mini com pinturas únicas serão conduzidos, de norte a sul do país, por colaboradores da empresa conjunta entre o BMW Group e a Critical Software.

“As campanhas só fazem sentido se forem vividas pelos nossos colaboradores, por isso é que estes carros estão nas mãos de quem melhor pode explicar aos interessados o que poderão encontrar de inovador e atrativo na Critical TechWorks”, acrescenta Susete Ferreira.

Às dez viaturas, totalmente decoradas pela equipa de marketing interna com mensagens como “Hardcore programming by top-notch developers” e “Java, what else?”, somam-se ainda cerca de 20 outros modelos da BMW de colaboradores da empresa, que se juntaram à campanha, e que vão convidar especialistas em Data Engineering, Java, C++, Front-End e UX Design a conhecer a oferta da tecnológica.

Também a engenharia no feminino será visada pela campanha #FollowMe_CTW, através de viaturas estilizadas sob o tema “Women in Tech”, chamando a atenção com a mensagem “Good Girls go to heaven, CriticalTechworksWomen go everywhere”.

Com 400 novas vagas para preencher este ano, as oportunidades de carreira na Critical TechWorks podem ser consultadas na página de carreiras.

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