Norte-americana Datadog abre hub em Lisboa. “Estamos focados em atrair o melhor talento”

A empresa está a recrutar e tem 56 ofertas listadas para o hub em Portugal. Lisboa é uma das três localizações preferenciais na Europa para contratar, garante.

Equipa da Datadog em PortugalD.R.

A norte-americana Datadog abriu em julho o seu primeiro hub de engenharia em Portugal. “O nosso investimento em Lisboa é a longo prazo, por isso estamos focados em atrair o melhor talento”, garante Nuno Antunes, vp of engineering da Datadog Cloud Security Platform, à Pessoas. No site da empresa, estão listadas 56 ofertas para Lisboa.

“O nosso investimento em Lisboa é a longo prazo, por isso estamos focados em atrair o melhor talento. Temos um padrão muito elevado para o talento que estamos à procura, o que irá definir a rapidez do nosso crescimento”, diz Nuno Antunes, vp of engineering da Datadog Cloud Security Platform, quando questionado sobre os planos de crescimento para o novo centro de engenharia da empresa com sede em Nova Iorque.

E há planos para a instalação de novos centros? Em outras localizações? “Como empresa em forte crescimento, estamos constantemente a avaliar as melhores localizações para atrair, contratar e reter talento de elevado calibre”, diz

Foco no recrutamento local

“Tenho presença local e uma rede em Lisboa, por isso sei que existe uma pool de talento diversa, ativa e altamente competitiva que torna esta a perfeita localização para o mais recente hub de engenharia da Datadog”, justifica o responsável.

Lisboa junta-se assim aos centros em Denver (EUA), Amesterdão (Holanda), Dublin (Irlanda), Paris (França) e Madrid (Espanha) que recebem colaboradores totalmente dedicados à criação de produtos da Datadog, plataforma que monitoriza e assegura a segurança de aplicações cloud.

Procuram frontend e backend engineers, data engineers e product designers. Na área de carreiras do site da Datadog estão listadas 56 ofertas para Lisboa.

Ao nível de recrutamento, “o foco principal será em Lisboa, mas estamos abertos a, e já temos, pessoas a trabalhar de forma remota em outras localizações, em concreto no Porto”, refere Nuno Antunes.

Planeamos oferecer oportunidades de trabalho ao talento existente em Lisboa. Temos uma pessoas que mudou-se de Paris no ano passado e está a ‘viver o sonho em Lisboa’. Lisboa é uma das três localizações preferenciais na Europa para contratar.

“Demonstramos com sucesso que um grande hub na capital e pequenos escritórios em outras cidades oferece um ótimo equilíbrio entre equipas 100% instaladas (a trabalhar no mesmo espaço num projeto) e 100% distribuídas”, refere.

No hub vigora um modelo de trabalho híbrido (para a maioria das funções). “Os colaboradores full remote continuam a operar da mesma forma que faziam antes da pandemia: a maior parte do tempo a trabalhar a partir de casa, com viagens frequentes ao hub para estar com os colegas de forma presencial”, descreve. “Acreditamos que interações cara a cara oferecem algo diferente do que obtemos através de uma reunião online.”

Apesar de a escassez de talento tech ter levado algumas empresas a atrair talento internacional a instalar-se no país, a Datadog mantém o foco na contratação local.

“Em primeiro lugar, planeamos oferecer oportunidades de trabalho ao talento existente em Lisboa. Temos uma pessoa que mudou-se de Paris no ano passado e está a ‘viver o sonho em Lisboa’. Lisboa é uma das três localizações preferenciais na Europa para contratar. Adicionalmente, à pool de talento local e talento estrangeiro que está a pensar mudar-se para Lisboa, estamos igualmente abertos a expatriados portugueses que queiram regressar”, refere Nuno Antunes.

Apesar de vários anúncios de redução de pessoal nas tecnológicas, e de se falar de um arrefecimento global no setor, Nuno Antunes não espera uma “mudança dramática” no que toca à escassez de talento na indústria. “O melhor talento continuará a ser escasso, acreditamos que temos uma proposta de valor forte para atrair o melhor talento”, afirma.

“Oferecemos salários competitivos com uma compensação stock-based, bem como os benefícios expectáveis que nos torna competitivos”, diz, sem mais detalhes.

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iLoF do Porto tem 5 milhões para personalizar medicamentos. Quer duplicar equipa

Startup pretende personalizar a medicina e desenvolver testes menos invasivos para doenças oncológicas. No próximo ano e meio quer duplicar a equipa.

A startup portuguesa iLoF obteve um financiamento de cinco milhões de dólares (4,9 milhões de euros). A empresa do Porto está a desenvolver uma plataforma inteligente que permite angariar grandes quantidades de dados para construir uma biblioteca de perfis biológicos, e com isso acelerar o desenvolvimento de medicamentos personalizados e o de dispositivos não invasivos para diagnóstico de doenças oncológicas. O investimento permitirá duplicar a equipa no próximo ano e meio. Até ao final do próximo ano serão contratadas mais de 20 pessoas.

Liderada pela sociedade de capital de risco portuguesa Faber, a injeção de capital também contou com os fundos norte-americanos M12 (capital de risco da Microsoft) e Quiet Captal, além dos europeus Lunar Ventures, Alter Venture Partners, re.Mind Capital, Fluxunit e ams Osram. A título individual participaram Charlie Songhurst, ex-diretor geral da Microsoft, e a Berggruen Holdings, do filantropo Nicolas Berggruen.

O investimento vai acelerar os projetos da iLof, a curto e a longo prazo. A startup cruza a fotónica com a inteligência artificial: através de um dispositivo com um cabo de fibra ótica, são emitidos sinais luminosos para analisar fluidos biológicos em cerca de seis minutos. As amostras são analisadas virtualmente, criando perfis biológicos.

No curto prazo, a tecnológica está a trabalhar com farmacêuticas para desenvolvimento de medicamentos personalizados. “Uma das coisas que temos feito bastante é continuar a recolher quantidades muito grandes de dados para aperfeiçoar os algoritmos. Estamos num estudo com cinco hospitais nacionais — em breve, serão sete — financiados pela Roche Portugal, para estratificação de doentes com Alzheimer”, adianta ao ECO Luís Valente, cofundador da startup.

No longo prazo, a aposta é no desenvolvimento de dispositivos não invasivos para diagnóstico de doenças oncológicas. Dentro de três anos, “contamos estar num contexto clínico a criar impacto nos pacientes. Vamos ser uma alternativa comparável a abordagens mais invasivas”.

Com a equipa dividida entre Porto e Oxford (Reino Unido), a iLoF vai duplicar a equipa nos próximos 18 meses graças a esta ronda: até ao final de 2023 serão contratadas mais de 20 pessoas, para as áreas de física, ciência de dados, biologia e gestão de produto.

Ronda fechada no início do ano

Depois desta ronda de investimento, a startup fundada em 2019 a partir do Porto angariou um total de mais de oito milhões de dólares de financiamento. Apenas anunciada nesta quinta-feira, a mais recente injeção de capital foi assinada no início deste ano, reconhece Luís Valente.

Numa altura em que há menos capital disponível no ecossistema, o líder da iLoF assume que a empresa “está a ser abordada para investimentos adicionais“. A startup aposta no mercado da medicina personalizada avaliado em 500 mil milhões de dólares em 2021.

Além de Luís Valente, a iLof conta atualmente com mais duas cofundadoras: Mehak Mumtaz, doutorada em bioquímica e responsável operacional; e Paula Sampaio, doutorada ciências biomédicas e responsável de segurança. Joana Paiva, que também ajudou a fundar esta startup, deixou a empresa no início de 2022.

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Sobrinho terá passado imóveis do Estoril para nome dos filhos para fintar a Justiça

A 10 de outubro de 2011, o tribunal decretou o arresto de seis imóveis do Estoril-Sol de Sobrinho mas tal não o im pediu de transferir os mesmos para os seus dois filhos, a título de doação.

Desde 2011 que o ex-líder do BES Angola (BESA), estava na mira da Justiça portuguesa. Nesse contexto, a 10 de outubro de 2011, o tribunal decretou o arresto de seis imóveis do Estoril-Sol, propriedade de Álvaro Sobrinho, no valor total de 9,3 milhões de euros. Um arresto que durou até fevereiro de 2012. Mas tal facto não impediu de Sobrinho de, à data, transferir a propriedade desses imóveis para os seus dois filhos.

Álvaro Sobrinho está acusado de 23 crimes — dos quais 13 de abuso de confiança agravada e cinco de branqueamento de capitais agravado a título individual —, por um alegado desvio de cerca de 370 milhões de euros, entre os anos 2007 e 2012. Tais fundos – no total, terão sido quase 370 milhões de euros desviados – permitiram a Sobrinho adquirir um conjunto assinalável de imóveis em Portugal. Entre eles uma quinta no Douro e as marcas dos vinhos associados à mesma num total de 5,4 milhões, as referidas seis frações do condomínio de luxo Estoril Sol, que custaram cerca de 9,5 milhões de euros, e outros imóveis em Lisboa e Cascais.

“O custo da aquisição das mesmas foi suportado com fundos ilicitamente apropriados das contas do BESA domiciliadas no BES. Por decisão judicial, de 2011, foram objeto de arresto esses mesmos apartamentos e respetivos lugares de garagem”, segundo o despacho de acusação do DCIAP, assinado a 15 de julho pela procuradora Rita Madeira.

“Ciente de que aqueles imóveis constituíam vantagens obtidas “através da prática de factos com relevo criminal e de forma a assegurar que se mantinham a salvo de novas medidas de garantia patrimonial que viesse a ser decretadas pela justiça Portuguesa, e de uma eventual de decisão de perda que pudesse vir a ser-lhe aplicada como reação criminal, o ex-administrador do BESA tomou “a decisão de ir removendo formalmente da sua esfera jurídica património que pudesse vir a ser declarado perdido, no decurso da investigação, por via de transmissão gratuita aos seus filhos”, diz o despacho.

Desta feita, a partir de 2012, o arguido doou ao filho Gonçalo Afonso Dias Madaleno e à filha Joana Afonso Dias Madaleno a titularidade desses seis imóveis.

Diz então o DCIAP que “agiu o arguido com o propósito de transferir os bens por si adquiridos, com as vantagens obtidas com a prática de crimes, para a esfera jurídica de terceiros, visando, desse modo, evitar a perda desses bens, no enquadramento de uma possível reação criminal a ser-lhe aplicada enquanto autor dos factos criminalmente relevantes que estiveram na origem daquelas vantagens. O arguido agiu de forma livre, deliberada e consciente e sabia que as suas condutas eram proibidas e punidas pela lei criminal”, concluiu o despacho.

O esquema, explicado na acusação de 800 páginas do DCIAP, passava pelo próprio Álvaro Sobrinho a ordenar as operações ao Departamento de Operações do BESA, sendo que as transferências eram concretizadas a partir das contas que a filial angolana tinha no BES em Lisboa. Álvaro Sobrinho atuou, “ao longo dos exercícios de 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, determinando aos funcionários do Departamento de Operações do BESA, à operacionalização de transferências bancárias internacionais, através do débito das contas bancárias tituladas pelo BESA no BES, em Lisboa logrando, desse modo, movimentar os fundos disponíveis naquelas contas bancárias, como se seus fossem, apropriando-se desses mesmos fundos”.

E este esquema, descrito pelo DCIAP, foi concretizado através de 21 sociedades offshore com sede em diferentes paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas, Panamá, Seychelles, entre outros, que tinham Sobrinho como beneficiário. A total ausência de controlo da gestão do BESA permitiu, segundo a acusação, “a utilização dos fundos ali disponibilizados pelo BES independentemente do destino dado aos mesmos”.

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“Nenhum proprietário vai fazer um aumento de renda que o inquilino não vá poder pagar”

Associações de proprietários afirmam que há "bom senso" e que a maioria dos senhorios não vai aumentar as rendas com base no coeficiente de atualização.

As rendas podem ser atualizadas anualmente com base na inflação que, estando em máximos de 30 anos, poderá ditar aumentos de até 5% para os inquilinos no próximo ano. O Governo já está a preparar medidas de apoio, enquanto o Bloco de Esquerda defende uma atualização das rendas de acordo com a inflação de 2021. Mas as associações de proprietários afirmam que há “bom senso” e que a maioria dos senhorios não vai aumentar as rendas com base no coeficiente de atualização.

A lei prevê que as rendas aumentem em janeiro de cada ano com base na inflação anual média sem habitação, verificada em agosto do ano anterior. Os dados da estimativa rápida do INE indicam que a inflação média dos últimos 12 meses, sem habitação, registada em junho foi de 4,13%. Mesmo que se mantenha o valor da inflação mensal em julho e agosto, a média anual deste indicador será de 5% ou mais em agosto.

De acordo com os cálculos do ECO, isto quer dizer que a maior parte dos portugueses vai ter de enfrentar aumentos mensais de dez a 32,5 euros no valor das rendas em janeiro do próximo ano. Mas o cenário pode não ser assim tão mau.

“A esmagadora maioria dos senhorios, em relação às rendas acima dos 500/600 euros, não lhes passa pela cabeça aumentar a renda”, diz ao ECO António Frias Marques, presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP). “Não há tiranos”, acrescenta o responsável. Frias Marques nota que “há associados [senhorios] que há dez anos que não mexem nas rendas” e que este ano não será diferente.

A representar os senhorios da zona de Lisboa, Diana Ralha afirma que “nenhum proprietário, no seu perfeito juízo, vai querer fazer um aumento que o inquilino não vá poder pagar”. Em declarações ao ECO, a diretora da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) afirma que os senhorios não vão querer perder quatro ou cinco meses em que o imóvel vai estar no mercado à procura de novos arrendatários.

“Tem havido muito bom senso, o mercado tem sempre muito bom senso e os proprietários também. Não vai haver um descalabro no aumento das rendas“, acrescenta a responsável, que representa cerca de 6.500 contratos de arrendamento na zona de Lisboa.

Diana Ralha explica que, em vez de ter em conta o valor do coeficiente para o próximo ano, a maioria dos proprietários define um valor fixo de aumento de renda para o ano seguinte. “Normalmente fazemos aumentos pré-definidos de renda, aconselhamos os proprietários a nunca utilizarem o coeficiente, porque a fórmula de cálculo é surreal“, explica ao ECO.

Atualizar rendas à inflação de 2021 “não faz sentido nenhum”

Perante este cenário, o PS está a pensar em medidas de apoio às rendas habitacionais, como explicou o deputado do PS Carlos Pereira ao Jornal de Negócios. Não haverá um travão geral às rendas, mas antes apoios direcionados às famílias. “Achamos que têm de existir medidas de âmbito nacional, mas que vão ao encontro da situação das famílias, muito focadas nas famílias que tenham dificuldades e que por isso são as que sentirão mais os efeitos da inflação”, disse o socialista, adiantando que estão a ser pensados vários modelos de intervenção.

Contudo, para o Bloco de Esquerda, isso não é suficiente e, por isso, o partido vai propor um congelamento da atualização, utilizando para o cálculo do coeficiente a inflação de 2021 e não a de 2022. Em 2021, a inflação fixou-se em 1,3%, o que ditou um aumento máximo de 0,43% nas rendas em 2022.

Para a Associação Nacional de Proprietários (ANP), esta medida “não faz sentido nenhum”. “Quando vamos ao supermercado tudo aumenta”, diz António Frias Marques, defendendo, sobretudo, uma atualização das rendas dos contratos anteriores a 1990. “Porque é que as rendas antigas hão de continuar a 50 euros?”, questiona. “Querer obrigar os senhorios com arrendamentos antigos a praticar aumentos de 1% é um castigo”, completa.

Por sua vez, Diana Ralha diz que a proposta dos bloquistas “não merece qualquer comentário”. Quando o coeficiente foi zero, alguém veio dizer aos proprietários que tinham de ser compensados porque havia estagnação?”, pergunta a diretora da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP).

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Trabalhadores do município de Lisboa reivindicam aumentos salariais

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

Os trabalhadores concentraram-se esta quarta na Praça do Município a reivindicar aumentos salariais nas empresas municipais Gebalis, EGEAC e SRU.

O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) voltou esta quarta-feira a reivindicar aumentos salariais nas empresas municipais Gebalis, EGEAC e SRU, ao que o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), disse que falará com os conselhos de administração.

Os trabalhadores destas empresas municipais de Lisboa concentraram-se esta quarta na Praça do Município, à frente do edifício onde decorre a reunião pública da câmara, onde o sindicalista Víctor Reis, dirigente do STML, aproveitou a intervenção do público, aceite “à terceira tentativa” de inscrição, para se dirigir, diretamente, ao executivo camarário.

Tendo em conta as reivindicações dos cerca de mil trabalhadores destas empresas, o impasse em que se encontram as negociações no âmbito dos acordos de empresa, fruto de políticas salariais inamovíveis e de adiamentos sucessivos das decisões por parte dos gestores públicos, resolveu-se chamar à responsabilidade o único acionista: a Câmara de Lisboa”, apontou o STML, num comunicado conjunto com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

Dirigindo-se ao executivo municipal, Víctor Reis começou por referir a situação dos trabalhadores da Gebalis – Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, que tinham acordado com o anterior conselho de administração da empresa, em 2021, um aumento salarial de 10 euros por mês, equivalente a 140 euros por ano, mas que a nova administração disse que “não tinha condições, nem conhecimento” para assumir.

O dirigente do STML disse que o novo conselho de administração da Gebalis avançou com “um aumento salarial de 1% para 2022, sem qualquer negociação”, apesar de o diálogo com os sindicatos dos trabalhadores estar previsto no acordo de empresa.

Víctor Reis referiu que os trabalhadores se sentem “defraudados de não serem respeitados”, nomeadamente no cumprimento “daquele acordo, apesar de minimalista, de aumento salarial de 2021”, pedindo à câmara, que tutela a empresa municipal, “que haja algum bom senso por parte do novo conselho de administração para respeitar aquilo que vinha do conselho de administração anterior”.

Relativamente à Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), que está em processo de mudança de administração, o sindicalista indicou que ainda não foi possível reunir para negociar os aumentos salariais para 2022, “apesar de, por mais de uma vez, ter sido solicitada essa negociação”.

Quanto à empresa Lisboa Ocidental SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, os sindicatos tentam “negociar o acordo de empresa desde 2020”, apontou Víctor Reis, acrescentando que já foram enviadas propostas e o novo conselho de administração respondeu que “estava a estudar”.

Outra das preocupações dos trabalhadores do município de Lisboa tem que ver com “um colapso do sistema de refrigeração e circulação do ar” no edifício do Campo Grande, que foi registado há cerca de três semanas, mas para o qual ainda “não existe nenhuma resposta quanto à resolução do problema”, que causa “o maior dos incómodos e impossibilidade de trabalho”, indicou o dirigente do STML, alertando ainda para a falta de papel para impressão e de papel para limpar as mãos.

Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), assumiu que estará “sempre do lado dos trabalhadores”, referindo que, “no caso das empresas municipais, a verdade é que as tabelas salariais são, realmente, negociadas diretamente com os conselhos de administração”.

“Ouvi aquilo que me disse e vou transmitir aos conselhos de administração, mas nós seguimos esse princípio da independência daquilo que são esses conselhos de administração, mas obviamente não somos isentos do que nos diz e temos a nossa responsabilidade como acionistas da empresa”, declarou o social-democrata, assegurando que irá saber o que se está a passar neste âmbito.

Carlos Moedas ressalvou que é preciso responder ao problema a nível nacional, inclusive devido à questão dos efeitos da inflação, que tem de ser tratada “não apenas a nível local”, reforçando o “maior apoio e maior abertura à luta dos trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa”.

O problema da avaria no ar condicionado e a falta de papel no edifício da câmara no Campo Grande já tinha sido levantado pelas vereadoras Ana Jara (PCP) e Cátia Rosas (PS), ao qual a vereadora com o pelouro das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD), explicou que a falha no sistema de refrigeração se deve à espera de peças de manutenção.

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Wall Street em alta após Fed subir juros

Índices de Nova Iorque subiram até 4%, depois de Jerome Powell ter dado a entender que poderia desacelerar o ritmo de subida dos juros a qualquer momento.

Os principais índices de Nova Iorque encerraram em terreno positivo, com subidas de até 4%. Este desempenho acontece no dia em que a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) anunciou um aumento de 75 pontos base nas taxas de juro.

O índice de referência financeiro, S&P 500, encerrou a somar 2,54% para 4.020,45 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que valorizou 1,37% para 32.197,59 pontos. A acompanhar esta tendência esteve o tecnológico Nasdaq ao ganhar 4,06% para 12.032,42 pontos.

As ações subiram esta quarta-feira, depois de a Fed ter anunciado o tão esperado aumento de 75 pontos base para combater a inflação, embora tenha dado a entender que poderia desacelerar o ritmo de subida a qualquer momento.

O setor tecnológico liderou os ganhos durante todo o dia, após serem conhecidos os resultados melhores do que esperados da Alphabet e da Microsoft. As empresas subiram 7,66% para 113,06 dólares e 6,69% para 268,74 dólares, respetivamente. Pelo contrário, a Meta (Facebook) relatou a primeira queda de receita de todos os tempos.

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Samsic compra ISS Facility Services em Portugal

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

Valor do negócio não foi revelado. O grupo Samsic opera em 27 mercados, conta com 93.000 colaboradores e mais de 30.000 clientes.

O grupo Samsic comprou a ISS Facility Services em Portugal, que opera em 27 países, foi esta quarta-feira anunciado, mas sem a empresa revelar o valor do negócio. “O Grupo Samsic reforça ainda mais a sua estratégia de desenvolvimento internacional com a aquisição da ISS Facility Services em Portugal, passando a ocupar a liderança no mercado português”, indicou, em comunicado.

O valor do negócio não foi revelado.

A Samsic opera em 27 mercados e quer estar presente em 2026, quando celebrará o seu 40.º aniversário, em quatro continentes e 40 países. O grupo conta com 93.000 colaboradores, mais de 30.000 clientes e tem um volume de negócios de 2.800 milhões de euros.

“O nosso objetivo é continuar a oferecer aos nossos clientes uma experiência que gera memórias que fidelizam, mas também ampliar as nossas linhas de serviço e entrar em novos mercados”, afirmou, em comunicado, o presidente executivo da Samsic Portugal, Bruno Melo.

O grupo presta, entre outros, serviços de limpeza, manutenção multitécnica, receção e gestão de reuniões. A ISS Facility Services é uma empresa de gestão de instalações.

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Moody’s sobe rating da REN para Baa2 e desce perspetiva para ‘estável’

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

A agência de rating indica que esta decisão reflete a expectativa de que a REN “continue a apresentar um forte desempenho operacional”.

A agência de notação financeira Moody’s subiu esta quarta-feira o rating da REN de ‘Baa3’ para ‘Baa2’, mas desceu a perspetiva de ‘positiva’ para ‘estável’.

A Moody’s reviu, assim, em alta a avaliação de longo prazo e o rating de dívida sénior da REN e da sua subsidiária REN Finance B.V.

“A ação de ‘rating’ de hoje reflete a expectativa da Moody’s de que a REN provavelmente irá manter as principais métricas de crédito em linha com a orientação para o ‘rating’ ‘Baa2’ nos próximos três anos após o início em 01 de janeiro de 2022 de um novo período regulatório de quatro anos para o transporte de eletricidade em Portugal”, justifica a agência no relatório.

A Moody’s aponta ainda que a melhoria da nota reflete a expectativa de que a REN “continue a apresentar um forte desempenho operacional”.

Para a Moody’s, a REN irá continua a apresentar um baixo perfil de risco do negócio das suas atividades, o quadro regulamentar “relativamente bem estabelecido” e “transparente” sob a qual suas tarifas são estabelecidas, assim como a sua “diversificação em eletricidade e gás, bem como transmissão e distribuição”.

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Mais de 100 mil proprietários identificaram terrenos através do Balcão Único do Prédio

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

Os proprietários identificaram mais de 600 mil propriedades nestes balcões, que estão localizados atualmente em 141 municípios.

Mais de 100 mil cidadãos identificaram propriedades na plataforma do Balcão Único do Prédio (BUPi), que permite aos proprietários de prédios rústicos georreferenciar e registar gratuitamente os seus terrenos, informou esta quarta-feira fonte do BUPi.

De acordo com a mesma fonte, estes proprietários identificaram mais de 600 mil propriedades nestes balcões, que estão localizados atualmente em 141 municípios e são geridos pelas câmaras, numa iniciativa tutelada pelas áreas governativas da Justiça, das Florestas e do Ordenamento do Território.

O programa permite – além da identificação de terrenos nos concelhos onde não existe cadastro predial – registar gratuitamente as propriedades rústicas de todo o país, no âmbito do sistema de informação cadastral simplificado, possibilitando assim conhecer a localização e dimensões das propriedades.

O BUPi foi criado em 2017, através de um programa piloto, e alargou-se a todo o país em 2020. Dos cerca de 100 mil cidadãos que identificaram propriedades na plataforma, cerca de 88 mil fizeram-no desde esta fase de expansão.

“Em Portugal, uma parte muito significativa da propriedade rústica é privada, pelo que o sucesso deste projeto é marcado pela participação voluntária dos cidadãos que assim, num processo gratuito e sem aumento de impostos, protegem os seus direitos e aumentam o conhecimento do território como um todo. Um dos objetivos do BUPi é contribuir também para a prevenção de incêndios rurais, porque o conhecimento das terras e dos seus proprietários ajuda no planeamento e na gestão do território e no aumento do seu valor”, acrescentou a coordenação do programa, numa nota.

Os balcões de atendimento existentes e as câmaras municipais aderentes podem ser consultadas através da plataforma online, em https://bupi.gov.pt/, ou da App BUPi, disponível para download gratuito na Google Play e na App Store.

Este registo é gratuito até 23 de agosto de 2023 para os municípios que dispõem de cadastro geométrico da propriedade rústica e para os 10 municípios do projeto-piloto. Nos restantes concelhos, o período de gratuitidade vigora por quatro anos a partir da data de adesão ao BUPi.

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Vitor Bandeira (GEP): Peritos enfrentam inflação com falta de peças e de carros novos

Com 274 mil peritagens previstas para este ano, o administrador da empresa especializada da Fidelidade tenta encontrar soluções para os sinistrados em cenário de escassez de peças e de carros.

A cibersegurança dos automóveis atuais e do futuro, que podem levar a pedido de resgate por roubo ou bloqueio de veículo, são a preocupação mais distante de Vitor Bandeira, administrador da GEP, empresa do grupo Fidelidade especializada em peritagens e averiguações para seguros automóvel e de propriedade.

Vitor Bandeira, na Sala de monitorização de Eventos Graves da GEP. Em background está a mancha amarela que informou sobre a extensão do incêndio de Murça em 20 junho e sinalizados, com pontos vermelhos, estão os segurados da Fidelidade na região.

Neste momento o mercado defronta-se com problemas inéditos na sua história recente: “a guerra é uma das justificações mas o custo médio das reparações tem aumentado” – explica Vitor Bandeira, “os grandes desafios são a escassez de peças novas e a falta de automóveis de aluguer, estamos com dificuldade em conseguir alugar carros de substituição porque as próprias empresas de rent-a-car não conseguem comprar carros novos”. Para o administrador da GEP a situação está a levar a encontrar soluções no mercado das peças usadas e dos carros usados, “sempre com o acordo prévio do cliente”, frisa.

A GEP é a maior empresa de peritos do país, prestou serviços no valor de 21,7 milhões de euros em 2021, essencialmente à própria Fidelidade, nos ramos em que é líder de mercado como automóvel com 24,5% de quota e nos ramos multirriscos habitação e comercial onde detém 23% em cada segmento.

São essas as áreas de especialização da GEP e dos seus 58 empregados que gerem uma rede de 460 peritos, na sua maioria profissionais liberais, com as mais diversas especializações e que este ano irão inspecionar 274 mil sinistros nas três áreas cobertas: peritagens automóvel, peritagens patrimoniais e peritagem de averiguação. Este último é o nível seguinte, quando as conclusões das peritagens levantam dúvidas. “Sabemos onde estão os especialistas em qualquer área”, revela Vitor Bandeira que detalha o grau de especialização destes profissionais.

Os peritos do ramo automóvel são procurados em atividades ligados este setor, refere o administrador, contam com 140 horas de formação em sala e on-the-job e são certificados pelo Centro Zaragoza, o instituto constituído por 19 seguradoras espanholas, considerado um dos melhores pontos de investigação do mundo para o setor automóvel. Os peritos patrimoniais recebem 198 horas de formação e são preferidos pessoas com experiência em construção civil ou arquitetura. Já os peritos de averiguação são formados durante 280 horas, sendo privilegiados candidatos com conhecimento de direito.

Depende do que se entende como fraude, mas há estudos que apontam para 20% e outros que a situam entre 7% e 12% nos sinistros do ramo automóvel

Aos peritos é solicitado que acompanhem a evolução tecnológica, no caso automóvel -por exemplo-, a GEP exige que seja efetuado em exame de renovação do certificado no Centro Saragoza todos os três anos. “Terão de começar a ser mais especialistas”, refere Vitor Bandeira, “por que o trabalho dos peritos é produzirem uma investigação e um relatório que entregam à GEP e nós reunimos os elementos para essa seguradora tomar uma boa decisão final”. Em Portugal o total de pagamentos de indemnizações por sinistros nos setores automóvel e multirriscos habitação e comercial ultrapassou os 1.300 milhões de euros em 2021.

Os montantes em causa implicam que a peritagem esteja atenta à fraude. Vitor Bandeira entende que esta matéria, referindo o mercado em geral, “depende do que se entende como fraude, mas há estudos que apontam para 20% e outros que a situam entre 7% e 12%”. No entanto, salienta estar a acontecer uma mudança comportamental positiva: “no passado era comum haver quem, com orgulho, dizia tinha enganado uma seguradora. Hoje existe uma cultura de maior cidadania e das próprias seguradoras com a maior exatidão e de tempos de resposta, reduzem o espaço para fraude”. Nesse aspeto, diz Vitor Bandeira, afirma que, na GEP, “a peritagem é feita em 24 horas no máximo, mas podemos fazer no próprio dia em que o sinistro chega ao nosso conhecimento”.

Esse conhecimento sobre o controlo de sinistros é o grande passo digital que a GEP já deu. Recentemente através de inteligência artificial e algoritmos complexos conseguiu acompanhar a evolução dos incêndios em território nacional e identificar os segurados em risco, permitindo um melhor serviço aos potenciais sinistrados e, ao mesmo tempo, dar à Fidelidade informação de qual o montante de indemnizações a esperar da tragédia.

No automóvel temos o vídeoperitagem, isto ajuda por exemplo nas ilhas dos Açores, em Cabo Verde ou em 800 mil km2 que tenho em Moçambique, em que só temos base em Maputo e na cidade da Beira

Os caminhos digitais já seguem em pleno noutros campos das peritagens. Nos patrimoniais “começámos, desde maio, a fazer averiguação digital a 4.000 sinistros e já concluímos 3.000, porque sempre que os sistemas de inteligência artificial indicam ser mais prudente a situação para de digital a presencial”, afirma Vitor Bandeira.

“No automóvel temos o vídeoperitagem, isto ajuda por exemplo nas ilhas dos Açores, em Cabo Verde ou em 800 mil km2 que tenho em Moçambique, em que só temos base em Maputo e na cidade da Beira”.

Para a GEP a digitalização dos processos é fundamental. Faz peritagens nas Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, e, internacionalmente, em Angola, Cabo Verde e Moçambique. “Nesses países africanos formámos pessoas locais, equipas locais, para a GEP poder fazer uma peritagem “só tenho de alterar língua, moeda e tabela de orçamentação ligada ao país em causa e ter em conta a realidade e cultura dessa geografia”, adianta o administrador, “por esse motivo trabalhamos com as pessoas locais, damos formação, damos apoio técnico de retaguarda, mas são os locais que trabalham nos seus países”.

A incógnita elétrica

“Estamos num crescente ponto de automóveis elétricos e híbridos que é um mundo novo”, confessa Vitor Bandeira que define a situação: “as baterias, que podem custar tanto como o carro novo que as transporta, estão em evolução. Já há baterias com 700 ou 1000 kms de autonomia, o que deixa absoletas as atuais baterias com 400 ou 500 km, é natural que mesmo num pequeno sinistro é difícil dizer que a bateria foi ou não danificada”, e acrescenta “como o mercado de reparação de baterias elétricas é reduzido, a substituição por baterias novas – melhores – é normal”, concluindo que “temos de desenvolver conhecimento para se estar certo se o sinistro provocou ou não danos materiais nas baterias”.

No entanto vê a grande ameaça na entrada no software nos automóveis. “Um hacker pode roubar ou bloquear um carro e pedir resgate para desbloquear ou devolver é um novo ciber risco futuro de que pouco se fala”, conclui.

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Lucros dos CTT encolhem 15% na primeira metade do ano

Correios viram o resultado líquido cair mais de 15% entre janeiro e junho, comparativamente com a primeira metade de 2021. Mas os resultados melhoraram no segundo trimestre.

Os CTT CTT 0,00% lucraram 14,5 milhões de euros entre janeiro e junho, uma quebra homóloga de 15,3% no resultado líquido do primeiro semestre. No entanto, analisando apenas o segundo trimestre, a empresa viu os lucros melhorarem em 7,9%, para 9,2 milhões, indica o grupo num relatório enviado à CMVM.

O resultado líquido dos CTT no semestre foi “influenciado negativamente pela evolução do EBIT [lucro antes de juros e impostos] (-10,3 milhões de euros) e positivamente pelos resultados financeiros (+700 mil euros) e pelo imposto sobre o rendimento do período (-6,9 milhões de euros)”. Por sua vez, os Correios justificam a quebra do EBIT recorrente com o “decréscimo” também verificado “nas diversas áreas de negócio”, exceto o Banco CTT.

Em simultâneo, o EBITDA, que corresponde ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, encolheu na ordem dos 12%, para 50,446 milhões de euros, apontou a empresa na mesma nota.

Na primeira metade do ano, os rendimentos operacionais dos CTT cresceram 8,2%, fixando-se em 446,4 milhões de euros. A empresa registou crescimentos nas receitas de todos os negócios exceto o do Expresso e Encomendas, onde houve uma redução de 2,5% no semestre, face à primeira metade de 2021.

Queda do correio desacelera para mínimos de cinco anos

Até junho, os CTT conseguiram 241,6 milhões com o negócio tradicional do correio, mais 24 milhões (+11%) do que no primeiro semestre de 2021. A queda do volume de correio, explicada pela digitalização da comunicações, desacelerou para um mínimo de cinco anos, diz a empresa.

“O crescimento desta área de negócio foi impulsionado pelo segmento de soluções empresariais (+34,6 milhões de euros), refletindo a integração da empresa New Spring Services na oferta dos CTT em setembro de 2021 (+11,9 milhões de euros) e o crescimento de 22,7 milhões de euros do negócio base de soluções empresariais, em grande medida devido a uma receita relacionada com um projeto de venda de computadores iniciado no último trimestre de 2021 (+21,5 milhões de euros)”, elenca o relatório.

Depois, os CTT realçam “que o tráfego de correio endereçado, excluindo o correio internacional de entrada, registou no primeiro semestre de 2022 uma queda de apenas 2,2% face ao primeiro semestre de 2021, o que nunca tinha ocorrido nos últimos cinco anos. A receita associada cresceu 1%. Esta situação resultou do bom desempenho do canal empresarial, que permitiu mitigar a redução da atividade no canal de retalho devido à menor procura de pacotes postais de e-commerce, o que resultou numa pressão no preço médio”, aponta a empresa liderada por João Bento.

Efeito comparativo penaliza desempenho no Expresso e Encomendas

Essa menor procura refletiu-se também nas receitas do segmento Expresso e Encomendas, potencialmente o principal negócio dos CTT no futuro. As receitas no semestre caíram 2,5%, para 122,7 milhões de euros.

“De recordar que o primeiro trimestre de 2022 foi impactado por um comparável difícil face ao período homólogo. O primeiro trimestre de 2021 foi marcado pelos efeitos das restrições da pandemia de Covid-19, nomeadamente o segundo confinamento, que impulsionou fortemente o crescimento da atividade de e-commerce“, lembra a companhia.

Dispara margem financeira do Banco CTT

Quanto ao Banco CTT, os rendimentos operacionais atingiram 57,9 milhões de euros no semestre, uma escalada de 26,8% na comparação homóloga. Para isso contribuiu a melhoria da margem financeira, que atingiu 34,4 milhões de euros ao crescer 33,7%.

“O bom desempenho comercial do Banco CTT continuou a permitir o crescimento dos depósitos de clientes para 2.259,6 milhões de euros (+6,4% face a dezembro de 2021) e do número de contas para 581 mil (mais oito mil do que em dezembro de 2021)”, escreve a empresa no relatório dos resultados.

Nos serviços financeiros e retalho, os rendimentos do grupo subiram 2,2% até junho e alcançaram 24,2 milhões de euros, com a empresa a destacar que, “apesar da instabilidade internacional”, os títulos de dívida pública portuguesa captaram, em média, 17,4 milhões de euros por dia (menos do que os 18,9 milhões no semestre homólogo), num total de 2.154,1 milhões de euros.

“Os CTT têm vindo a reforçar o seu posicionamento no segmento de retalho, proporcionando uma oferta mais robusta, mais regular e mais abrangente na cobertura da rede de lojas e pontos CTT, promovendo a recorrência da compra e a compra por impulso, bem como dinamizando a venda de produtos específicos designadamente tecnologia de conveniência”, refere também a empresa.

No plano das despesas, os CTT registaram gastos operacionais de 425,72 milhões de euros, um aumento de 11,5%. O agravamento dos custos está relacionado com aumentos nos gastos com pessoal, mas também nos fornecimentos e serviços externos (onde se inclui o efeito inorgânico da compra da New Spring Services).

A dívida líquida da empresa a 30 de junho era de 92,2 milhões de euros, um aumento de 65,2% face ao passivo registado em 31 de dezembro.

Evolução das ações dos CTT em Lisboa

CTT compram mais ações

Os CTT anunciaram também a “extensão do programa de recompra de ações próprias” iniciado em março de 2022, alocando mais 3,6 milhões de euros a esse fim, para um total de 21,6 milhões, e aumentando o número máximo de ações em 1,9 milhões, para 6,55 milhões de ações, “representativas de até 4,37%” do capital dos Correios. O objetivo é “a extinção das ações próprias adquiridas” e “eventual redução do capital” da empresa.

“Até ao dia 21 de julho de 2022, foram adquiridos no âmbito do programa de recompra 4,36 milhões de ações próprias dos CTT, tendo sido despendidos apenas 15,91 milhões de euros” da verba total de 18 milhões, avançou a empresa noutro comunicado. O programa continuará em vigor até 18 de dezembro deste ano.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h31)

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Subida da energia pode atirar “empresas viáveis e bem geridas” para fora do mercado, alerta presidente do BCP

Miguel Maya não vê o malparado subir por causa da subida das taxas de juro do BCE. Mas admite que a subida dos custos da energia poderá colocar em stress "empresas viáveis e bem geridas”.

“Não perspetivo, nos próximos dois anos, nenhuma subida dos NPL (non performing loans) com base nos custos financeiros. Repito: não perspetivo nenhuma subida dos NPL com base no aumento das taxas de juro”, declarou esta quarta-feira o presidente da comissão executiva do BCP. Miguel Maya alertou antes para o impacto da subida dos custos energéticos que poderá atirar boas empresas para a falência.

“Os custos de energia – têm relevância muitíssimo superior [à subida dos juros] – podem por fora de mercado empresas viáveis, bem geridas, competitivas”, referiu o gestor na conferência de apresentação dos resultados do banco.

“A preocupação que se gosta de pôr em cima do juro… o juro continua a estar muito baixo. A grande preocupação deve ser: como é que, num contexto de custos de energia e perturbações na cadeia de valor – fatores que estão completamente fora da normalidade –, a economia e a sociedade portuguesa consegue defender as empresas bem geridas e com viabilidade económica e que têm um problema financeiro em resultado dessas duas grandes condicionantes”, considerou.

No que diz respeito à subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), Miguel Maya disse que se trata de “um processo de normalização da política monetária” e não de “uma subida dos juros para fora da normalidade”.

“Fora da normalidade é o que ainda hoje temos que é taxa zero. Isto é ainda uma anormalidade. Ainda não estamos dentro de uma política monetária normal”, frisou.

“Não sou profeta da desgraça”

Em relação às perspetivas para a evolução da economia, tendo em conta o contexto da guerra, da elevada inflação e do aperto monetário do BCE, o líder do BCP afirmou que “a situação é preocupante, mas não é dramática”, recusando desempenhar o papel de “profeta da desgraça”.

“Não estamos a perspetivar uma situação de enormes dificuldades como as que se viveram na crise anterior. Os depósitos das famílias estão a crescer, estamos a lidar com uma situação completamente diferente. O crescimento para a economia portuguesa é francamente positivo”, elencou.

Ainda assim, disse perspetivar um “processo de arrefecimento da economia, mas não um problema estrutural da economia seriíssimo”.

O BCP registou um lucro de 74,5 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida de 500% em relação ao resultado de 12,3 milhões do mesmo período do ano passado,

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