Argélia interessada em reforçar exportações de gás para a Europa

Argélia sublinha o interesse em reforçar a relação com o Velho Continente, sendo que Portugal é um dos países que desperta especial interesse.

Numa altura em que a Europa procura diversificar as importações de gás, face aos cortes de fornecimento da parte da Rússia e a incerteza em relação aos compromissos da Nigéria, a Argélia sublinha o interesse em reforçar essa relação com o Velho Continente, sendo que Portugal é um dos países que desperta especial interesse para ser ponto de contacto com a Europa, indicam fontes europeias.

As ambições da Argélia foram comunicadas numa visita de uma Comissão Mista do Parlamento Europeu, na qual figuravam representantes parlamentares de Itália, Portugal, Espanha, França e República Checa. O país africano pediu para estes visitantes sensibilizarem os países europeus “para a importância de acentuar negócios com Argélia no gás, minerais e produtos agrícolas”, explicou ao ECO/Capital Verde a eurodeputada Maria Margarida Marques, que integrou esta comissão, que foi recebida pelos ministros da Economia, da Energia e pelo primeiro ministro argelinos.

Existem várias hipóteses que podem ser estudadas para o reforço do fornecimento de gás vindo da Argélia, sendo que o país se mostrou disponível para, inclusivamente, assegurar o transporte do gás vindo da Nigéria e a distribuição pela Europa, após a construção de um gasoduto entre os dois países africanos.

A eurodeputada indica que esta foi uma visita regular, mas, no contexto de guerra entre a Rússia e a Ucrânia e da subsequente crise energética a nível europeu, este foi um tema que se destacou na agenda. “No contexto da construção da autonomia energética da União Europeia, é particularmente importante para nós o papel que a Argélia pode desempenhar” na diversificação do leque de fornecedores de energia, disse.

Ficou ainda determinado, numa declaração conjunta, que as relações económicas entre a União Europeia e a Argélia se verificariam apenas num cenário de respeito pelos direitos humanos e liberdade de imprensa.

Esta semana, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, admitiu que, apesar de o Governo estar a tentar colmatar o risco no que toca ao fornecimento de gás ao país, um fornecedor chave, a Nigéria, poderá não entregar as quantidades de gás previstas. O que pode significar alterações do preço desta matéria-prima. “De hoje para amanhã qualquer um [país] pode ter um problema” no fornecimento de gás, indicou.

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Euro toca 0,9771 dólares, um mínimo em mais de 20 anos

  • Lusa
  • 23 Setembro 2022

Subida dos juros pela Fed esta semana está a dar gás ao dólar e as perspetivas económicas pouco animadores na área do euro estão a castigar a moeda única, que tocou esta sexta-feira mínimo de 20 anos.

O euro caiu esta sexta-feira para um nível abaixo do mínimo de duas décadas de 0,98 dólares, depois da divulgação de indicadores económicos fracos da Alemanha e da Zona Euro que apontavam para uma recessão.

O euro foi negociado por volta das 9h10 em Lisboa a 0,9771 dólares, contra 0,9819 dólares no final de quinta-feira.

Euro afunda face ao dólar desde janeiro

Fonte: Refinitiv

O dólar manteve a sua força face ao euro depois de o diferencial de taxas de juro entre os EUA e a Zona Euro ter aumentado, após a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) ter aumentado as taxas de juro em 75 pontos base para entre 3% e 3,25% e ter dado a entender que irá aumentar ainda mais as taxas este ano e em 2023. As taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) estão atualmente em 1,25%.

A atividade da Zona Euro contraiu-se em setembro pelo terceiro mês consecutivo e mais acentuadamente do que nos meses anteriores, o que, juntamente com a deterioração dos indicadores de encomendas e expectativas, aponta para novos declínios de atividade no futuro.

O índice PMI (Purchasing Managers’ Index) de atividade na Zona Euro da S&P Global, que agora integra o IHS Markit, publicado esta sexta-feira, foi de 48,2 pontos, menos sete décimas do que em agosto e novamente abaixo dos 50 pontos que separam o crescimento da contração. A contração de setembro foi a maior desde janeiro de 2021 e foi impulsionada pelo setor industrial, que no seu quarto mês consecutivo de declínio de atividade marcou a contração mais rápida desde maio de 2020.

Como tem sido observado nos últimos três meses, a Alemanha registou um declínio na atividade global, uma vez que o índice PMI de atividade económica desceu para 45,9 pontos, o valor mais baixo desde maio de 2020 e, excluindo a pandemia, o nível mais fraco desde junho de 2009. Excluindo o confinamento inicial pela Covid-19 no início de 2020, o declínio no setor dos serviços alemão foi também o mais baixo desde junho de 2009.

A confiança dos consumidores caiu na Zona Euro em setembro para um nível recorde devido a preocupações com o aumento do custo de vida. Além disso, as tensões com a Rússia devido à guerra na Ucrânia estão a levar os investidores a evitar riscos e a comprar dólares, considerados uma moeda segura em tempos de crise.

Libra segue em queda acentuada após anúncio de medidas com corte de impostos

A libra aproximava-se esta sexta-feira do mínimo histórico face ao dólar, após o Governo britânico ter anunciado medidas orçamentais que levam os investidores a inquietar-se com a saúde das finanças do Estado, face aos sinais de recessão.

Com o dólar a beneficiar da resistência da economia norte-americana e do seu estatuto de valor refúgio, a libra afundava 2,01% para 1,1034 dólares às 12h35 (em Lisboa) após ter chegado a 1,1021 dólares, um nível que não tinha sido atingido desde 1985, ano do valor mais baixo, 1,0520 dólares.

O Governo britânico anunciou esta sexta-feira uma série de cortes nos impostos para tentar estimular a economia e deixar para trás um “ciclo de estagnação” numa altura em que o país sofre com a inflação e está prestes a entrar em recessão. A redução de impostos junta-se a um pacote anunciado nas últimas semanas para congelar os preços da energia doméstica para famílias e empresas, que está previsto custar 60.000 milhões de libras (68.700 milhões de euros) nos próximos seis meses.

A libra esterlina está em perigo“, afirmou George Saravelos, analista do Deutsche Bank, assinalando que a libra cai, apesar do aumento dos juros da dívida britânica, “o que é muito raro numa economia desenvolvida”. “Estamos preocupados ao ver que a confiança dos investidores no Reino Unido está a diminuir rapidamente“, acrescentou, citado pela AFP.

A economia britânica tem mostrado sinais de enfraquecimento: o Banco da Inglaterra e o índice PMI de atividade do setor privado preveem uma recessão já no terceiro trimestre. A queda vertiginosa da libra quase ofuscou a descida do euro, que perdia 0,86% face ao dólar (para 0,9752 dólares) e atingiu o valor mais baixo desde 2002 (0,9737 dólares). Desde o início do euro, o euro perdeu 14% face ao dólar e a libra 18%.

Diretamente afetadas pela subida dos preços do gás desde o início da guerra na Ucrânia, as economias europeias acumulam sinais de fragilidade.

Pelo contrário, “os Estados Unidos estão numa posição única, com uma inflação elevada e um crescimento mais persistente, o que quer dizer que a Reserva Federal norte-americana tem mais razões e meios para subir rapidamente as taxas de juro”, segundo Mark Haefele, analista da UBS.

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Walk Talks. Como é que se ganha tempo?

  • Trabalho
  • 23 Setembro 2022

Esta semana, Nuno Santos Fernandes e João Perre Viana partilham alguns exemplos reais de pessoas que, procedendo a pequenas mudanças na forma como gerem o tempo, conseguiram 'esticar' o tempo.

Certamente que já sentiu alguma vez a necessidade que o dia tivesse mais do que 24 horas, de forma a fazer tudo aquilo que gostaria ou cumprir com todas as tarefas da sua lista. Embora as horas não se multipliquem, é sempre possível melhorar a sua gestão do tempo e tirar o máximo partido dele, sobretudo do chamado “tempo morto”.

Como? “É uma questão de perspetiva”, que requer, essencialmente, “sentido crítico” e “criatividade”, refere Nuno Santos Fernandes, partner e mentor da Walking Mentorship.

Esta semana, Nuno Santos Fernandes e João Perre Viana partilham alguns exemplos reais de pessoas que, procedendo a pequenas mudanças na forma como gerem o tempo, conseguiram ‘esticar’ o tempo.

http://videos.sapo.pt/2c2GohJQIef9Cht7siQg

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Espanha vai respeitar caudais acordados com Portugal e continuar envios de água

  • Lusa
  • 23 Setembro 2022

A representante do Governo central espanhol na região autónoma de Castela e Leão, garantiu que "Espanha é um estado sério que cumpre os acordos internacionais que assina".

Espanha vai manter a passagem de água dos rios para Portugal e respeitar os caudais acordados bilateralmente, disse esta quinta-feira a delegada do Governo espanhol na região de Castela e Leão, Virgínia Barcones.

Espanha é um estado sério que cumpre os acordos internacionais que assina“, disse Virgínia Barcones, em resposta a questões dos jornalistas na cidade espanhola de León, citada pela agência de notícias EFE.

A representante do Governo central espanhol na região autónoma de Castela e Leão, que faz fronteira com os distritos de Bragança e da Guarda, acrescentou que, em Portugal, o destino da água de rios partilhados pelos dois países “tem as mesmas restrições por causa da seca do que em Espanha”.

Virgínia Barcones lembrou que esta matéria está regulada pela Convenção de Albufeira, assinada por Portugal e Espanha há 24 anos quando, em Madrid, havia um governo do Partido Popular (PP, direita), liderado por José María Aznar, e que o país tem de cumprir o acordado.

O Governo espanhol é atualmente liderado pelo partido socialista (PSOE), que governa em coligação com a Unidas Podemos (extrema-esquerda), enquanto em Castela e Leão há um executivo regional liderado pelo PP e que também integra a extrema-direita do Vox.

Na segunda-feira, cerca de três mil agricultores das províncias de León, Zamora e Salamanca manifestaram-se no centro da cidade de León para exigir que se encerre a libertação de água para Portugal no âmbito do acordo de Albufeira.

A Associação de Comunidades de Rega da Bacia do Douro (Ferduero) disse estarem em causa “libertações extraordinárias” de água e considerou que se trata de uma “espoliação” que está a ocorrer de forma unilateral e sem qualquer tipo de diálogo, acusando o Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico espanhol de voltar continuamente as costas à irrigação e ao mundo rural.

Em virtude deste acordo, as duas maiores albufeiras da Bacia Hidrográfica do Douro – Almendra, no rio Tormes entre Salamanca e Zamora, e Ricobayo, no rio Esla, em Zamora, ambas destinadas principalmente à produção hidroelétrica – terão de ceder a Portugal mais de metade da água que têm atualmente nas albufeiras.

O acordo prevê o envio para Portugal de cerca de 870 hectómetros cúbicos de água armazenada nas albufeiras espanholas da bacia do Douro, dos quais cerca de 650 provêm destas duas grandes albufeiras.

Assim, nas próximas duas semanas, antes do final do corrente ano hidrológico em 30 de setembro, Espanha deverá ter cumprido aquele acordo e para isso terá de ceder à bacia do Douro portuguesa a quantidade mínima de água represada estipulada no acordo assinado em novembro de 1998.

A delegada do Governo espanhol em Castela e Leão mostrou esta quinta-feira empatia com a situação dos agricultores da região por causa das consequências da seca e dos incêndios rurais do verão, dizendo que estão previstas compensações para “minimizar as perdas”, mas reiterou que aquilo que nunca pode ser posto em causa é o cumprimento de um acordo internacional.

Na terça-feira, o ministro do Ambiente e da Ação Climática português disse que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) mantém “reuniões permanentes” com os congéneres espanhóis sobre a seca no âmbito das convenções existentes entre os dois países.

“Portugal está a ter um ano muito difícil, Espanha está a sofrer um ano muito difícil. Temos consciência de que ambos os países estão a ser afetados pela questão da seca. Têm existido reuniões permanentes entre a APA e congéneres espanhóis naquilo que é o acompanhamento das responsabilidades no âmbito das convenções que existem. Defenderemos sempre o nosso país para a melhor utilização e respeito pelas convenções”, disse Duarte Cordeiro, durante uma audição no parlamento.

O ministro referiu que serão avaliadas “as dificuldades existentes quer de um lado quer do outro”, lembrando que no verão sempre se assistiu “a uma situação muito complicada relativamente ao Tejo”.

“Tivemos oportunidade de chamar a atenção a Espanha relativamente a isso, para reforçar os caudais”, acrescentou, referindo que, do ponto de vista da Convenção de Albufeira, existem caudais diários, mensais e anuais, sendo que “os caudais de curto prazo têm sido cumpridos”.

“Depois a questão é se conseguiremos que em todo o território os caudais sejam cumpridos na convenção. Vamos avaliar no final do processo”, frisou.

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Dos carros elétricos à redução do papel. Estas são as metas para a eficiência energética na justiça até 2024

Utilizar carros híbridos plug-in e elétricos, reduzir a utilização de papel e aumentar as energias renováveis são algumas das metas da área da justiça para 2024 do ECO.AP 2030.

Desde a substituição da frota de carros por opções mais ecológicas até à redução do papel em pelo menos 5%, já foram revelados os objetivos e metas da área da justiça para o triénio de 2022-2024 no âmbito do Programa de Eficiência de Recursos na Administração Pública (ECO.AP 2030). Os objetivos estabelecidos como forma de garantir a concretização do ECO.AP 2030 foram publicados esta sexta-feira em Diário da República.

“Pretende-se que a sua implementação seja dinâmica, eficaz e evolutiva, sendo revistos os objetivos e metas numa base anual, com o envolvimento de todos os intervenientes da área governativa da justiça, que representam um vasto universo de edifícios, próprios ou arrendados, incluindo situações tão diversas como palácios de justiça, estabelecimentos prisionais, centros educativos, casas de função, conservatórias, bem como outros edifícios de serviços”, lê-se no despacho.

O objetivo do ECO.AP 2030 é promover a descarbonização e a transição energética das atividades desenvolvidas pelo Estado, contribuindo para as metas de redução de gases de efeito de estufa (GEE), de consumos de energia, de água e de materiais e de incorporação de fontes de energia renováveis no consumo final bruto de energia, estabelecidas a nível nacional para 2030, bem como para promover a gestão eficiente destes recursos na Administração Pública.

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Abaixo da linha vermelha. Dívida pública nos 118,9% este ano

Os números constam de um relatório do INE e apontam para um rácio da dívida pública abaixo dos 120% já este ano. A previsão do défice mantém-se nos 1,9%.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou esta sexta-feira no site a segunda notificação relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) que vai enviar ao Eurostat.

Nessa notificação, há uma revisão de uma décima do défice previsto para 2021 (de 2,8% para 2,9%), tendo a dívida pública ficado nos 125,5% do PIB.

Mas a grande novidade está na previsão para este ano (as previsões já são da responsabilidade do Ministério das Finanças). Se para o défice mantém-se a meta prevista de 1,9%, para a dívida pública há uma surpresa.

O rácio da dívida pública em percentagem do PIB vai ser de 118,9%, um valor abaixo da barreira psicológica dos 120%. Existe uma prática não oficial nos mercados de dividir os países mais ou menos endividados consoante o seu rácio de dívida esteja acima ou abaixo da fasquia dos 120%.

O ministro das Finanças já tinha confirmado que o rácio este ano ficaria abaixo dos 120%, mas sem adiantar valores. Os 118,9% agora revelados também ficam abaixo da meta dos 120,7% inscritos no Orçamento do Estado para 2022 e abaixo dos 120,8% estimados no Programa de Estabilidade.

A dívida abaixo das fasquia dos 120% é um sinal importante que o país dá aos credores, numa altura em que no mercado secundário a yield das obrigações a dez anos já superou a fasquia dos 3%, refletindo os aumentos de juro do Banco Central Europeu.

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Sofia Lufinha assume lugar na administração da TAP

  • Lusa e ECO
  • 23 Setembro 2022

A antiga responsável operacional do Pingo Doce é a nova "chief strategy officer" da companhia aérea.

Sofia Lufinha assume a partir de hoje o cargo de vogal do Conselho de Administração da TAP, após a saída de Alexandra Reis, em fevereiro, de acordo com uma nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A antiga responsável operacional da retalhista Pingo Doce é a nova chief strategy officer da companhia aérea.

“A acionista única da TAP, a República Portuguesa, representada pela Direção Geral de Tesouro e Finanças, deliberou eleger a senhora engenheira Sofia Norton dos Reis Lufinha de Mello Franco como membro do Conselho de Administração da TAP, para o período remanescente do mandato em curso (quadriénio 2021/2024), com efeitos a contar de hoje”, lê-se na comunicação ao mercado. A gestora já estava a trabalhar na companhia aérea, assumindo agora formalmente o cargo de administradora.

O Conselho de Administração (CA) da TAP passa a ser composto por Manuel Beja (presidente), Christine Oumières-Widener (vogal e presidente da Comissão Executiva), Gonçalo Pires (vogal), Ramiro Sequeira (vogal), Sílvia Gonzalez (vogal), Sofia Franco (vogal), Patrício Castro (vogal), Ana Lehmann (vogal) e João Duarte (vogal).

Em fevereiro, Alexandra Reis renunciou ao cargo de vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP.

“Tendo sido nomeada pelos anteriores acionistas, e na sequência da alteração da estrutura societária da TAP, Alexandra Reis, vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP, apresentou hoje [05 de fevereiro] renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e abraçando agora novos desafios”, lê-se no comunicado enviado na altura pela TAP à CMVM.

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Vieira da Silva avisa que contas da Segurança Social podem complicar-se já em 2024

  • ECO
  • 23 Setembro 2022

Num cenário de recessão económica na UE, e caso a inflação não regresse ao "valor normal" de 2%, a Segurança Social ficará sob "pressão conjuntural imediata" já em 2024, avisa ex-governante.

José Vieira da Silva, antigo ministro do Trabalho de António Costa, alertou esta sexta-feira que a Segurança Social pode entrar em crise já em 2024, caso a União Europeia (UE) entre em recessão económica e a inflação não baixe para valores próximos dos 2%. “Se isso acontecer, aí sim, coloca-se um problema de pressão conjuntural imediato sobre as contas da Segurança Social. E qualquer governo que esteja no poder tem de ter isso em equação”, afirmou o ex-governante, no programa “Em Nome da Lei” da Rádio Renascença.

Discordando de que o primeiro-ministro tenha usado a questão da sustentabilidade da Segurança Social para justificar que não possa aumentar as pensões de reforma em função da inflação, como determina a lei em vigor desde 2008, o “pai” da fórmula de cálculo da atualização das pensões considera, ainda assim, que as decisões do Executivo nesta matéria são “corajosas e potencialmente corretas”.

Já Fernando Ribeiro Mendes, economista e especialista em Segurança Social, critica as contas apresentadas pelo Governo ao Parlamento – segundo as quais a aplicação da fórmula de atualização das pensões no próximo ano levaria o saldo da Segurança Social a entrar em terreno negativo no final desta década -, dizendo que “não têm solidez lógica, porque usam a previsão de receitas e despesas” apresentada no Orçamento do Estado deste ano. Além disso, partem “de um raciocínio errado”, que “mistura uma questão de conjuntura muito específica, no apoio aos pensionistas, com um problema de médio prazo que é o da sustentabilidade da Segurança Social”.

Por sua vez, o ministro do Emprego no governo de coligação PSD/CDS, Pedro Mota Soares, afirma que “se ainda fosse ministro aplicava a lei”, porque “a fórmula utilizada é a correta, uma vez que não tem apenas em linha de conta a taxa de inflação registada no ano anterior, mas também o crescimento económico dos últimos dois anos”.

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Governo “esqueceu-se” da Ordem dos Economistas em estudo sobre habitação

Foi publicada uma retificação em Diário da República para incluir a Ordem dirigida por António Mendonça entre as entidades representativas do setor que devem ser ouvidas neste setor.

O Governo decidiu fazer um estudo para, posteriormente, elaborar propostas que visem a promoção da transparência e regulação do mercado habitacional. O anúncio foi publicado em Diário da República a 8 de setembro. Mas o despacho assinado pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, “esqueceu-se” de incluir a Ordem dos Economistas na longa lista de 16 entidades que devem ser ouvidas no âmbito da realização do estudo.

Perante o lapso, esta sexta-feira foi publicada uma retificação em Diário da República para incluir a Ordem dirigida por António Mendonça entre as entidades representativas do setor.

Assim, este estudo que deverá ser entregue pelo IHRU, no prazo de 18 meses após a realização de um “ato jurídico idóneo a realizar entre o IHRU, e entidades de reconhecida competência técnica”, deve ouvir:

a) A Associação Nacional de Municípios Portugueses;

b) A Associação Nacional de Freguesias;

c) As Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores;

d) A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor;

e) A Associação Portuguesa de Habitação Municipal;

f) As associações representativas dos proprietários;

g) As associações representativas dos inquilinos;

h) O Conselho Nacional de Juventude;

i) As associações representativas dos promotores imobiliários;

j) As associações representativas dos mediadores imobiliários;

k) As associações ou estruturas federativas das cooperativas de habitação;

l) As associações ou estruturas federativas de habitação colaborativa;

m) As associações ou estruturas federativas das organizações de moradores;

n) A Ordem dos Engenheiros;

o) A Ordem dos Arquitetos;

p) A Ordem dos Economistas.

O estudo deve identificar e analisar as práticas internacionais “em matéria de regulação do mercado habitacional, avaliando os seus objetivos, efeitos e resultados”; apresentar um modelo global e recomendações quanto à adequação destas práticas internacionais à realidade e ordenamento jurídico-constitucional português e fazer o diagnóstico da situação atual do mercado do arrendamento habitacional, “identificando os constrangimentos decorrentes da aplicação da regulamentação vigente e apresentar um modelo global e linhas orientadoras para revisão e simplificação do respetivo regime legal”.

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AT vai ajustar emissão de faturas e recibos a profissionais da cultura

  • Joana Abrantes Gomes
  • 23 Setembro 2022

Finanças têm de proceder a ajustes no sistema de emissão de faturas, recibos e faturas-recibo para ter em conta regime previsto no Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) vai ter de ajustar o sistema de emissão de faturas, recibos e faturas-recibo ao Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura (EPAC), que entrou em vigor no início deste ano. As alterações entram em vigor a partir de 1 de outubro.

De acordo com uma portaria publicada esta sexta-feira em Diário da República, serão criados seis novos modelos de fatura, de recibo e de fatura-recibo para “atividade da área da cultura e para ato isolado de atividade da área da cultura”, ambos associados diretamente à Classificação das Atividades Económicas Portuguesas (CAE) ou ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS).

A obrigação contributiva do profissional da área da cultura abrangido pelo regime dos trabalhadores independentes e inscrito no Registo dos Profissionais da Área da Cultura (RPAC), no que respeita ao exercício desta atividade, tem por base 70 % ou 20 % do valor de cada recibo ou fatura-recibo emitida no portal das Finanças, consoante respeite a prestação de serviços ou produção e venda de bens.

Além disso, independentemente de o profissional da área da cultura abrangido pelo regime dos trabalhadores independentes estar ou não inscrito no RPAC, a entidade beneficiária da prestação tem de pagar uma taxa contributiva de 5,1 %.

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Decreto-Lei que aprova orgânica da direção executiva do SNS já foi publicado. Veja as novidades

Governo já publicou decreto-Lei que aprova orgânica da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, liderada por Fernando Araújo e sediada no Porto. Confira as principais novidades do diploma.

O decreto-Lei que aprova a orgânica da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) foi publicado esta sexta-feira em Diário da República. Manuel Pizarro, que sucedeu a Marta Temido, já oficializou Fernando Araújo como o CEO para a área da saúde. O até agora presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João vai dirigir este novo organismo a partir do Porto.

Qual a missão da direção executiva do SNS?

Coordenar a resposta assistencial das unidades de saúde do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, a melhoria contínua do acesso a cuidados de saúde, a participação dos utentes e o alinhamento da governação clínica e de saúde. Este organismo vai ser dirigido por um diretor executivo, descrito como o órgão diretivo de representação e de mais elevada responsabilidade de gestão do SNS.

Quais as principais atribuições específicas?

  • Coordenar a resposta assistencial das unidades de saúde que integram o SNS, bem como daquelas que integram a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e a Rede Nacional de Cuidados Paliativos, ao longo do percurso de saúde do utente;
  • Assegurar o funcionamento em rede do SNS, nomeadamente através da articulação nacional dos diferentes estabelecimentos e serviços, da integração dos diversos níveis de cuidados e da procura de respostas de proximidade;
  • Definir os pontos da rede de cuidados de saúde primários e a respetiva carteira de serviços, garantindo a proximidade e equidade no acesso;
  • Coordenar o processo de criação e revisão das Redes de Referenciação Hospitalar, e garantir a sua implementação e gestão;
  • Propor à ACSS, sempre que necessário para garantir a realização do direito à proteção da saúde, a celebração de contratos com entidades do setor privado e social e com profissionais em regime de trabalho independente;
  • Promover a evolução progressiva da organização das unidades de saúde do SNS para sistemas integrados de cuidados, enquanto grupos de unidades de saúde coordenados por um gestor de rede, que correspondam às adequadas unidades territoriais;
  • Garantir a melhoria contínua do acesso ao SNS, bem como assegurar a gestão do sistema de acesso, dos tempos de espera e do sistema de inscritos para cirurgia;
  • Coordenar e centralizar a produção de informação e estatísticas das unidades de saúde do SNS, nomeadamente produção e desempenho assistencial;
  • Identificar, em coordenação com a ACSS, os recursos financeiros necessários ao SNS e proceder à respetiva alocação;
  • Negociar com a ACSS, e em representação das unidades de saúde do SNS, o acordo-quadro relativo à prestação de cuidados de saúde no SNS, as cláusulas gerais dos contratos-programa e os termos de referência para a contratualização;
  • Celebrar contratos-programa com as unidades de saúde do SNS e com a ACSS;
  • Definir as prioridades e emitir as diretrizes a que devem obedecer os planos de atividades dos estabelecimentos e serviços do SNS, bem como os critérios de avaliação dos resultados obtidos, promovendo o seu acompanhamento na dimensão assistencial e financeira;
  • Emitir normas e orientações no âmbito da integração de cuidados, serviços e redes do SNS;
  • Dar parecer sobre os projetos de mapas ou dotações de pessoal das unidades de saúde do SNS, em linha com o plano plurianual de recursos humanos;
  • Definir, conjuntamente com a ACSS, as prioridades e respostas a assegurar pelos sistemas de informação e comunicação a fornecer pela SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde;
  • Monitorizar o desempenho e resposta do SNS, designadamente através de inquéritos de satisfação aos beneficiários ou utentes e profissionais de saúde;
  • Promover a participação pública no SNS, garantindo a intervenção dos beneficiários do SNS, designadamente, das associações de utentes, nos processos de tomada de decisão;
  • Promover uma cultura organizacional de liderança e inovação em todo o SNS, designadamente estimulando métodos de trabalho em equipa e mecanismos de retorno do desempenho;
  • Reforçar a identidade do SNS como um todo, designadamente definindo e desenvolvendo uma imagem e cultura comuns;
  • Assegurar a representação do SNS;

O que justifica a criação deste novo órgão?

A diversidade dos cuidados que presta, a capilaridade dos serviços, a elevada autonomia técnica dos profissionais de saúde, os custos crescentes em saúde e as expectativas de uma sociedade mais informada e exigente, conferem ao SNS uma “complexidade organizacional e de gestão com difícil paralelo no Estado português”.

Fica com responsabilidade dos hospitais e do ministro?

O diploma garante que “não prejudica” as atribuições das unidades de saúde que integram o SNS, em matéria de responsabilidade pela prestação de cuidados de saúde, com respeito pela sua natureza jurídica e competências específicas. “Nem, tão pouco, afasta a responsabilidade que cabe ao membro do Governo responsável pela definição da política nacional de saúde e, em especial, do SNS”, lê-se.

Porquê a opção por um instituto público de regime especial?

À DE-SNS é atribuída a natureza jurídica de instituto público de regime especial, “na medida em que se desvia do regime comum previsto na lei-quadro dos institutos públicos — figura capaz de garantir, por um lado, a superintendência e tutela do membro do Governo responsável pela área da saúde e, por outro, o exercício autónomo das suas atribuições e do poder de emitir regulamentos, orientações, diretrizes e instruções genéricas e específicas vinculativas sobre os estabelecimentos e serviços do SNS”. O decreto-lei nota ainda que “não se pretende que esteja submetida ao poder de direção do Ministério da Saúde, nem que integre o setor empresarial do Estado, sujeito, por natureza, a tutela conjunta”.

Vai ser uma estrutura descentralizada?

Está previsto que a DE-SNS possa ter unidades orgânicas territorialmente desconcentradas, numa perspetiva descentralizada de formação de equipas com conhecimento técnico e sensibilidade territorial.

Que outros órgãos integram a direção executiva?

A DE-SNS vai ser composta por vários órgãos. É dirigida por um diretor executivo, o órgão diretivo de representação e de mais elevada responsabilidade de gestão do SNS. Integra ainda o conselho estratégico (órgão de coordenação da definição das estratégias de recursos do SNS, composto pelo diretor executivo e pelos presidentes da ACSS e da SPMS), a assembleia de gestores e o fiscal único, respetivamente, os órgãos de consulta e participação e de fiscalização.

Como fica a relação com as unidades de saúde?

Um dos “fatores críticos” para o sucesso deste instituto são os poderes e a relação com os estabelecimentos e serviços do SNS, e demais organismos e instituições do Ministério da Saúde. Além de propor a designação e exoneração dos membros dos órgãos de gestão das unidades de saúde, ou mesmo de os designar se tal competência lhe for delegada, pode emitir regulamentos, orientações, diretrizes e instruções genéricas e específicas vinculativas para todo o SNS. E deve ser-lhe prestada toda a colaboração e informação, nomeadamente as relativas à coordenação, monitorização e controlo das atividades do SNS.

E como vai ser a articulação com a ACSS?

Relativamente à articulação com a ACSS, a DE-SNS, conjuntamente com as unidades de cuidados de saúde primários e hospitalares, é parte nos contratos-programa celebrados, que coordena. Recorda-se que é no âmbito do processo de contratualização, e no quadro do ciclo de gestão, que são negociadas e acordadas as metas assistenciais e os necessários recursos financeiros, humanos e técnicos. É ainda estabelecido neste diploma que a DE-SNS acompanha, conjuntamente com a ACSS, os processos de negociação dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho.

Quem manda nos sistemas de informação?

Os sistemas de informação do SNS contribuem para a obtenção de ganhos em saúde, facilitando o acesso aos cuidados de saúde, melhorando a qualidade do trabalho, possibilitando a investigação e reforçando a eficiência dos serviços e a transparência da sua gestão. Este papel é encarado como “instrumental para a prossecução da missão da DE-SNS”, que terá competência para, junto da ACSS, definir as prioridades e respostas a assegurar pelos sistemas de informação a fornecer pela SPMS. Por outro lado, o diploma reconhece ainda que “o acesso aos dados assistenciais é central no cumprimento da missão da DE-SNS, o que lhe é garantido nos termos da lei”.

Isto vai mexer com o processo de descentralização em curso?

A criação da DE-SNS ocorre num momento em que está em curso a transferência de competências para os municípios no domínio dos cuidados de saúde primários e prevista, no programa do Governo, a integração dos serviços desconcentrados de natureza territorial nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. O decreto-lei agora publicado frisa que “a conclusão destes processos torna especialmente relevante o papel da DE-SNS enquanto ‘fio condutor’ na operacionalização de uma política nacional de saúde que nunca perca de vista o direito universal à saúde que a democracia trouxe a cada cidadão”.

(Notícia atualizada às 12h20 com confirmação de Fernando Araújo)

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Aumentos de 2% dos salários teriam impacto negativo no saldo de 255 milhões

  • Lusa
  • 23 Setembro 2022

Atualização dos salários de 2% em 2023 iria ter um impacto líquido negativo no saldo orçamental de 255 milhões de euros, enquanto um aumento de 5,1% teria um impacto 650 milhões de euros, segundo CFP.

Uma atualização dos salários no próximo ano de 2% iria ter um impacto líquido negativo no saldo orçamental de 255 milhões de euros, enquanto um aumento de 5,1% teria um impacto 650 milhões de euros, segundo cálculos do CFP.

De acordo com estimativas de cálculos do Conselho das Finanças Públicas (CFP), cedidas à Lusa, no âmbito do relatório de atualização das perspetivas económicas e orçamentais 2022-2026, divulgado na quinta-feira, uma atualização dos salário de 2% teria um impacto líquido negativo no saldo de 255 milhões de euros, o equivalente a -0,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

O primeiro-ministro afirmou, em entrevista à TVI em 12 de setembro, que o Governo está a trabalhar com um referencial de inflação em 2022 de 7,4%, mas rejeitou um aumento dos salários da administração pública da mesma proporção.

Quando confrontado se os aumentos na Administração Pública em 2023 teriam como referencial a inflação, António Costa rejeitou a ideia, afirmando que o valor final será decidido no âmbito da negociação coletiva com os parceiros sociais e admitiu que o referencial para os aumentos será de 2%, em linha de conta com o que a União Europeia toma como ideal para não provocar uma espiral inflacionista.

Segundo as estimativas de cálculo do CFP, um aumento desta dimensão teria um impacto bruto na despesa com pessoal de 447 milhões de euros e um impacto na receita de 192 milhões de euros.

De acordo com as mesmas estimativas, um aumento de 5,1% – taxa de inflação que o CFP estima para 2023 e utiliza como pressupostos –, teria um impacto líquido negativo no saldo de 650 milhões de euros, o equivalente a 0,3% do PIB. Este aumento iria ter um impacto bruto na despesa com pessoal de 1.141 milhões de euros e um impacto na receita de 491 milhões de euros.

Já uma atualização dos salários em 2023 de 3% teria um impacto líquido no saldo orçamental de -383 milhões de euros (-0,2% do PIB), tendo um impacto bruto na despesa com pessoal de 672 milhões de euros e um impacto na receita de 289 milhões de euros.

O CFP calcula ainda que uma atualização de 2,5% representaria um impacto líquido no saldo de -319 milhões de euros (-0,1% do PIB), com um impacto bruto na despesa com pessoal de 559 milhões de euros e um impacto na receita de 241 milhões de euros.

Cálculos feitos pelo CFP.

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