Com preços a disparar, portugueses procuram mais artigos em segunda mão

Ao ECO, as plataformas de comércio online e retalhistas de comércio especializado notam um aumento da procura de artigos em segunda mão e recondicionados e há quem admita subidas de preços. 

Numa altura em que a inflação supera os 10% em Portugal, o mercado de revenda está a acelerar. Ao ECO, as plataformas de comércio online e retalhistas de comércio especializado denotam um aumento da procura de artigos em segunda mão e recondicionados e há quem admita aumentos de preços.

É o caso do OLX que sinaliza que desde o início do ano verificou “um aumento de preços na generalidade das categorias“, na ordem dos 20%, face a igual período do ano passado, “o que significa que a inflação está também a afetar o mercado da revenda”. Esta tendência foi mais sentida nos “telemóveis e tablets”, com o preço médio a encarecer cerca de 80 euros”, o que representa um aumento de 37%, adianta a empresa de comércio online, em resposta ao ECO.

Segue-se a categoria de “carros, motos e barcos”, com o preço médio a ficar “cerca de 640 euros mais caro desde o início do ano” e ainda a categoria “móveis, casa e jardim”, com subidas de cerca de 30 euros. Ou seja, uma subida de 25% e 24%, respetivamente, face ao início do ano.

A par do aumento de preços, a plataforma verifica ainda um aumento da procura em alguns artigos em segunda mão, sendo esta tendência mais notória nos imóveis, com uma subida de 28% face ao período homólogo, seguida pela categoria de “outras vendas” (+17%), “bebé e criança” (+16%) e lazer (+15%). No entanto, o OLX sublinha que “há categorias com quebras de procura entre -20% e -17%, desde janeiro”, dando como exemplo a “Tecnologia”, que inclui produtos como computadores, televisões e bens ligados ao som e imagem, a “Moda” ou a “Agricultura”.

À semelhança do OLX, também a BabyLoop, plataforma de compra e venda de artigos de bebé em segunda mão, sente que há “uma maior recetividade dos clientes” no que toca aos artigos em segunda mão, uma vez que esta opção ajuda “a contornar dificuldades provocadas pela inflação”, afirma Gustavo Alves, diretor de E-commerce da empresa, ao ECO.

Além disso, verificam que “há mais pessoas a querer vender produtos na BabyLoop”, de modo “a conseguir rendimentos extra” perante a atual conjuntura económica. Esta tendência começou a ganhar força no início de setembro à boleia do “regresso às aulas e por coincidir com uma altura em que as famílias têm gastos acrescidos”, justifica a empresa de comércio online, ao ECO. E é maioritariamente sentida em produtos de puericultura pesada, tais como cadeiras auto, berços e carrinhos de passeio, dado que “são produtos mais caros”, permitindo recuperar parte do investimento feito com a compra.

Fnac e Worten sentem aumento da procura por artigos recondicionados

A par destas plataformas de venda de artigos em segunda mão, também as empresas de comércio especializado notam um aumento da procura por artigos recondicionados, apesar de referirem que ainda é prematuro fazer uma “correlação com a inflação”.

Ao ECO, Rui Pepe, diretor de serviços da Fnac Portugal, adianta que a empresa tem vindo a verificar um “aumento da procura por produtos recondicionados quando se trata do momento de aquisição de dispositivos tecnológicos”, com esta tendência a “afirmar-se de ano para ano”.

“A inflação pode contribuir para tal, mas não existem ainda números concretos que nos permitam fazer uma correlação”, sublinha o responsável. Ainda assim, a empresa francesa atribui este crescimento ao facto de os clientes estarem cada vez mais consciencializados para “compras inteligentes”, dado que esta opção permite não só gerar uma poupança de “mais de 60% na compra de equipamentos tecnológicos, quando os valores são comparados com os dos produtos novos”, mas também porque é benéfica para o ambiente.

A par da Fnac, também fonte oficial da Worten sinaliza que “os produtos recondicionados têm tido uma procura crescente nos últimos anos” e apesar de admitir que a inflação pode “motivar a escolha de produtos a preços mais acessíveis”, sublinha que “neste momento é ainda difícil prever exatamente os impactos” neste negócio. “Acreditamos que com a sobrecarga financeira das famílias este tipo de produto passou a ser uma alternativa fulcral na decisão de compra de produtos eletrónicos“, assegura ainda a empresa detida pela Sonae.

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Presidente da Fosun perde 35 lugares na lista dos multimilionários chineses

  • Lusa
  • 9 Novembro 2022

A fortuna pessoal de Guo, 55 anos, fixou-se, em 2022, no equivalente a cerca de 5,5 mil milhões de euros, de acordo com a lista elaborada pela Hurun Report Inc.

O presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, que detém várias empresas em Portugal, caiu 35 lugares na lista dos mais ricos da China, para a 126ª posição, no pior ano para os multimilionários do país desde 1998.

A fortuna pessoal de Guo, 55 anos, fixou-se, em 2022, no equivalente a cerca de 5,5 mil milhões de euros, de acordo com a lista elaborada pela Hurun Report Inc, unidade de investigação sediada em Xangai e considerada a Forbes chinesa.

A Fosun, que soma uma dívida equivalente a cerca de 38 mil milhões de euros, desfez-se já de milhares de milhões de euros em ativos este ano, à medida que enfrenta crescentes dificuldades de financiamento nos mercados chinês e internacional.

As ações da Fosun International Limited, a principal unidade do grupo cotada na Bolsa de Valores de Hong Kong, afundaram mais de 40%, nos últimos 12 meses.

A Fosun realizou, nos últimos dez anos, uma série de aquisições além-fronteiras, adquirindo em Portugal a seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30% no banco Millennium BCP e mais de 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais.

Segundo a lista da Hurun, difundida hoje, o número de multimilionários na China registou, em 2022, a maior queda em 24 anos, refletindo o impacto da política de ‘zero casos’ de covid-19 e a crise no setor imobiliário. De acordo com este ‘ranking’, 1.305 pessoas na China têm agora uma fortuna estimada em pelo menos 5 mil milhões de yuans (690 milhões de euros), uma queda de 11%, em relação ao ano passado.

A fortuna acumulada dos multimilionários chineses é equivalente a cerca de 3,5 biliões de euros, uma queda homóloga de 18%, o que representa também a maior descida homóloga dos últimos 24 anos.

A China é um dos últimos países do mundo a manter rigorosas medidas de prevenção epidémica. Os repetidos bloqueios de bairros, distritos e cidades inteiras implicam uma interrupção das cadeias de produção e abastecimento e do comércio, travando a atividade económica.

Os multimilionários chineses também sofreram no mercado de ações, face a uma campanha regulatória lançada por Pequim no setor da tecnologia, as incertezas ligadas à guerra na Ucrânia e a subida das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos.

A fortuna pessoal de Yang Huiyan, que dirige o grupo imobiliário Country Garden Holding, registou a maior perda, no valor equivalente a 15,7 mil milhões de euros. O chinês mais rico continua a ser Zhong Shanshan, fundador da empresa de água engarrafada Nongfu Spring, que viu a sua fortuna aumentar em 17%, para 65 mil milhões de euros.

Quase 300 chineses que, no ano passado, estavam nesta lista, deixaram de estar. A maioria pertence ao setor imobiliário, que enfrenta uma crise de liquidez.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia chinesa cresça 3,2%, este ano, o que seria o ritmo mais fraco das últimas quatro décadas, excluindo 2020, o ano em que a pandemia da covid-19 começou.

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Desconto no IRC tem limite de 1.520 euros por trabalhador

  • ECO
  • 9 Novembro 2022

O benefício fiscal no IRC para as empresas que aumentem salários em, pelo menos, 5,1% no próximo ano tem um teto de 1.520 euros por trabalhador.

O benefício fiscal no IRC para as empresas que aumentem salários em, pelo menos, 5,1% no próximo ano tem um teto de 1.520 euros por trabalhador, avança o Público.

Este limite está a gerar algumas dúvidas de interpretação, mas foi o próprio Governo que esclareceu a fasquia para “a majoração de custos salariais por trabalhador elegível até 3.040 euros (correspondente a quatro vezes a remuneração mínima mensal garantida em 2023)”, sendo o benefício 50% deste valor, esclareceu o Ministério das Finanças.

“O incentivo fiscal à valorização salarial em causa permite a consideração, para efeitos de IRC, de 150% dos encargos salariais. Nesse sentido, permite-se uma majoração de custos salariais por trabalhador elegível até 3.040 euros (correspondente a quatro vezes a remuneração mínima mensal garantida em 2023). Tal significa que, sendo aprovada a aludida proposta, as empresas poderão considerar, adicionalmente à totalidade dos custos com os encargos salariais, uma majoração até 1520 euros por trabalhador (3.040 euros x 50%)”, disse ao Público fonte oficial do gabinete de Fernando Medina.

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Hoje nas notícias: IRC, Setúbal e inflação

  • ECO
  • 9 Novembro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Benefício fiscal no IRC para as empresas que aumentem salários em pelo menos 5,1% no próximo ano tem um teto de 1.520 euros por trabalhador. A marcar o dia está ainda a notícia de que a inflação está a levar a um “aumento generalizado” dos pedidos de ajuda à Cáritas. Conheça estas e outras notícias em destaque esta quarta-feira.

Empresas podem deduzir até 1.520 euros por trabalhador no IRC

O benefício fiscal no IRC para as empresas que aumentem salários em pelo menos 5,1% no próximo ano tem um teto de 1.520 euros por trabalhador. Segundo o Público, a forma como este limite está definido na proposta de Orçamento do Estado para 2023 está a gerar dúvidas de interpretação. Mas foi o próprio Governo que esclareceu que o montante a majorar não pode ser superior a 3.040 euros (correspondente a quatro vezes a remuneração mínima mensal garantida em 2023), sendo o benefício de 50% deste valor.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Miguel Alves justifica centro de exposições com projeto enterrado e outro por nascer

O secretário de Estado Ajunto do primeiro-ministro, que está a ser investigado pelo Ministério Público sobre o adiantamento de 300 mil euros à Green Endogenous, justificou o dinheiro para a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço em Caminha. Numa entrevista esta semana, em que reagiu às acusações, Miguel Alves apontou dois projetos como “evidência do trabalho” para justificar o adiantamento. Contudo, segundo o Público, um já tinha sido recusado e o outro nem sequer tinha sido apresentado na altura.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Tribunal dá razão a trabalhadora que esteve 13 anos com contratos a prazo

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) deu razão a uma funcionária do município de Gondomar que esteve 13 anos com sucessivos contratos a prazo para a mesma entidade pública, decidindo que o mesmo deve ser declarado sem termo. Esta decisão pode abrir a porta a sentenças semelhantes noutros tribunais. Contudo, é controversa, dado que, apesar da tendência geral de convergência, a legislação do público e do privado para este âmbito é diferente.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Setúbal com acesso a mais fundos europeus, mas menos competências que as CIM

O Governo propôs que Península de Setúbal aceda a mais fundos europeus através da criação de duas comunidades intermunicipais (CIM), uma de Setúbal e outra da Grande Lisboa, “sem colocar em causa” a Área Metropolitana de Lisboa. Contudo, essas CIM terão menos competências do que as que não integram as áreas metropolitanas. A Intenção consta numa proposta de lei entregue na Assembleia da República.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Inflação leva famílias com emprego a pedir ajuda à Cáritas para alimentação

A escalada dos preços está a levar a um “aumento generalizado” dos pedidos de ajuda à Cáritas. A instituição adianta que a maior parte dos pedidos chegam de famílias de classe média e média-baixa e há “uma tendência comum para um aumento da procura por parte de famílias em situação de empregabilidade”. Há também uma subida dos pedidos de famílias estrangeiras.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

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Democrata Fetterman vence lugar no senado norte–americano pela Pensilvânia

  • Lusa
  • 9 Novembro 2022

Fetterman, vice-governador da Pensilvânia, derrotou Mehmet Oz, o cirurgião que se tornou uma celebridade televisiva e que beneficiava do apoio do ex-Presidente Donald Trump.

O democrata John Fetterman venceu a corrida eleitoral na Pensilvânia para o senado dos EUA, vencendo um lugar ocupado pelos republicanos e dando aos democratas a esperança de manter o controlo da câmara alta do Congresso.

Fetterman, vice-governador da Pensilvânia, derrotou Mehmet Oz, o cirurgião que se tornou uma celebridade televisiva e que beneficiava do apoio do ex-Presidente Donald Trump, num estado considerado essencial para o resultado final das eleições intercalares de terça-feira.

Fetterman, 53 anos, fez campanha enquanto se recuperava de uma doença grave, que o obrigou a esforços acrescidos para fazer passar a sua mensagem de campanha.

Para perceber a importância desta disputa eleitoral, o Presidente Joe Biden fez campanha na Pensilvânia por Fetterman, por três vezes nas últimas três semanas, enquanto o ex-Presidente Donald Trump também ali compareceu para realizar um comício a favor de Oz.

As eleições intercalares norte-americanas que decorreram na terça-feira determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.

Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.

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Wall Street cai mais de 2% ainda à espera dos resultados das intercalares

  • ECO
  • 9 Novembro 2022

Mercado das criptomoedas continua sob forte pressão, com quedas que chegam aos 40%. Taxas que servem de referência ao crédito à habitação renovam máximos de 2009.

É um dia para esquecer no mercado das criptomoedas. Depois das quedas significativas do dia anterior, que continuaram esta quarta-feira, o final do dia trouxe mais uma notícia que abalou o setor: a Binance desistiu do negócio com a FTX.

Os futuros dos principais índices norte-americanos cotaram em terreno negativo, à medida que vão sendo conhecidos os resultados das eleições intercalares nos EUA, que tiveram lugar na terça-feira. Na Europa, as bolsas seguem sem uma tendência definida, mas o PSI encerrou no verde.

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Republicanos garantem 17 senadores nas eleições nos EUA, Democratas 11, dizem projeções

  • Lusa e ECO
  • 9 Novembro 2022

Nas projeções para a Câmara dos Representantes, os Republicanos asseguraram 186 mandatos, face aos 149 assegurados pelos Democratas.

Os Republicanos lideram a conquista de lugares no Senado com 17 mandatos, face aos 11 senadores assegurados pelos Democratas, segundo as mais recentes projeções da Associated Press (AP) das eleições intercalares.

Na corrida à câmara alta do Congresso norte-americano, as projeções da AP apontam para uma vantagem de 17-11 para os Republicanos. Já nas projeções para a Câmara dos Representantes, os Republicanos asseguraram 186 mandatos, face aos 149 assegurados pelos Democratas. Na eleição para governador, os Republicanos já asseguraram 16 lugares, enquanto os Democratas têm 13 governadores, segundo a AP.

O congressista Republicano Ted Budd conquistou um lugar no Senado pelo estado da Carolina do Norte, tendo derrotado a Democrata Cheri Beasley. Em Ohio, o candidato Republicano, o autor JD Vance, derrotou Tim Ryan, ganhando assim um lugar no Senado até agora controlado pelos Democratas.

O Republicano Rand Paul, antigo candidato presidencial, ganhou um terceiro mandato para o Senado em representação de Kentucky, derrotando o Democrata Charles Booker, o primeiro negro do Kentucky a concorrer como candidato democrata do estado para o Senado.

O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, assegurou a sua reeleição para um quinto mandato frente a Joe Pinion. Já o Democrata Michael Bennet alcançou a vitória no Colorado, um dos estados disputados com os Republicanos, ao derrotar Joe O’Dea, segundo projeção da CNN.

No Dakota do Norte, o Republicano John Hoeven venceu a reeleição para o Senado frente à Democrata Katrina Christiansen e o independente Rick Becker. Já no Dakota do Sul, o também Republicano John Thune alcançou o quarto mandato para o Senado, sendo apontado como um potencial líder da câmara, após ter derrotado o Democrata Brian Bengs.

O também Republicano Jerry Moran assegurou o terceiro mandato no Senado no Kansas, ao derrotar o Democrata Mark Holland. Na corrida a governador, o procurador geral Democrata Josh Shapiro venceu na Pensilvânia o Republicano Doug Mastriano, um candidato de extrema direita apoiado pelo antigo presidente Donald Trump.

A Democrata Kathy Hochul tornou-se a primeira mulher a ser eleita governadora de Nova Iorque, sendo que já ocupava o cargo desde a demissão de Andrew Cuomo em 2021. Em Illinois o Democrata J.B. Pritzker foi reeleito numa corrida contra o senador Republicano Darren Bailey, também apoiado por Trump.

A Democrata Maura Healey foi eleita frente a Geoff Diehl, tornando-se a primeira lésbica assumida a conquistar este cargo. Também o Democrata Dan McKee derrotou Ashley Kalus para o cargo de governador em Rhode Island. No Colorado, o Democrata Jared Polis alcançou a reeleição ao derrotar a Republicana Heidi Ganahl.

Já o Republicano Mark Gordon conquistou o segundo mandato como governador no Wyoming, ao bater a Democrata Theresa Livingston, enquanto em Vermont o Republicano Phil Scott assegurou a sua reeleição no Estado Democrata, vencendo Brenda Siegel. Em Iowa, o Republicano Kim Reynolds venceu o segundo mandato como governador frente à Democrata Deidre DeJear.

Segundo as projeções anunciadas anteriormente, os Republicanos asseguraram também vitórias para o Senado no Oklahoma (reeleição de James Lankford e a eleição de Markwayne Mullin), no Alabama (eleição de Katie Britt), na Florida (reeleição de Marco Rubio), no Indiana (reeleição de Todd Young), no Arkansas (reeleição de John Boozman) na Carolina do Sul (reeleição de Tim Scott) e Kentucky (reeleição de Rand Paul).

Já os Democratas tinham assegurado lugares no Senado em Illinois (reeleição de Tammy Duckworth), em Maryland (reeleição de Chris Van Hollen), no Connecticut (reeleição de Richard Blumenthal) e Vermont (eleição de Peter Welch).

Na corrida a governador, os Democratas elegeram Wes Moore em Maryland, Maura Healey no Massachusetts e JB Pritzker no Illinois (reeleição). Nos Republicanos, Ron DeSantis foi reeleito governador na Florida, Chris Sununu foi reeleito em New Hampshire, Mike DeWine foi reeleito no Ohio, Kay Ivey foi reeleita no Alabama, Bill Lee foi reeleito no Tennessee, Henry McMaster foi reeleito na Carolina do Sul e Sarah Sanders foi eleita no Arkansas.

As eleições intercalares norte-americanas realizadas esta terça-feira determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.

Em disputa estão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.

“Democratas estão a superar expectativas” em todos os EUA, diz congressista

Com o controlo das duas câmaras do Congresso ainda por decidir, os democratas reunidos no Hollywood Palladium, em Los Angeles, acreditam terem conseguido travar a “onda vermelha” que os republicanos prometeram para as intercalares.

“Os democratas estão a superar expectativas em todo o país”, afirmou o congressista Ted Lieu, que foi reeleito pelo 33º distrito da Califórnia. “Definitivamente não é uma onda vermelha, com certeza”, disse Lieu, contrariando as palavras do republicano Lindsey Graham à televisão NBC.

O partido republicano continua a ser favorito para reconquistar o poder na Câmara dos Representantes, mas por uma margem inferior ao que desejava – que pode ser de apenas três assentos – e com o Senado a poder ainda cair para qualquer um dos lados.

Lieu disse que o desempenho se deve ao facto de os democratas terem aprovado legislação importante, como o pacote de combate à inflação, mas também porque muitos candidatos republicanos “são doidos da cabeça” e prometeram ações como a criminalização do aborto em todo o país.

O congressista Adam Schiff, também reeleito esta noite pelo 28º distrito da Califórnia, sublinhou igualmente o desempenho melhor que o previsto para os democratas. “Já desafiámos os analistas que estavam a prever uma onda vermelha em todo o país”, afirmou. “Em vez disso, os nossos democratas estão a aguentar-se firme”.

A surpresa, ainda por confirmar, explica porque é que o Hollywood Palladium – que abriu para receber os democratas à hora do fecho das urnas na Califórnia e é a central onde se estão a assistir aos resultados – tem menos de metade da capacidade preenchida. A noite temia-se desastrosa.

Falando a uma audiência pouco barulhenta, Adam Schiff endereçou a gravidade do momento perante o número elevado de candidatos republicanos que negam a legitimidade do presidente Joe Biden. “Encontramo-nos esta noite num momento muito precário da história da nossa democracia”, considerou Schiff, que estava no Capitólio a 06 de janeiro de 2021 quando foi atacado por uma multidão de apoiantes de Donald Trump.

“Pensei que depois de a grande mentira ter levado a violência, seria repudiada”, afirmou. “Mas os republicanos agarraram-se a ela ainda com mais força”. Este tema foi mencionado por todos os dirigentes que passaram pelo palco e falaram da importância de defender a democracia a partir de Los Angeles e da Califórnia, uma cidade e um estado que pendem fortemente para os democratas.

Isso refletiu-se nas vitórias locais. Não só a candidata oficial do partido ao cargo de “mayor”, Karen Bass, está à frente na corrida, como se espera que a proposta de lei para consagrar o direito ao aborto na Constituição estadual tenha vencido a votação.

Alex Padilla, anterior secretário de Estado, também se tornou no primeiro hispânico a ser eleito para o Senado pela Califórnia e comemorou o que disse ser “uma noite histórica”. “Temos uma batalha incrível pela frente”, afirmou Padilla, “e a Califórnia está pronta para a liderar”.

Padilla referiu os esforços promovidos pelo estado mais populoso dos Estados Unidos para alargar o acesso dos eleitores aos boletins de voto e facilitar a votação, tanto por correspondência como presencialmente. “A América é grande. A nossa democracia é sagrada”, disse Padilla. “O sonho americano é sagrado. E juntos vamos defendê-lo”.

A noite, que começou no Palladium com a atuação do grupo musical Mariachi Lindas Mexicanas, poderá ser longa, devido ao grande volume de votos por correspondência e margens apertadas em corridas-chave.

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Se as empresas baixarem investimento em I&D estarão a “matar as próximas décadas”, diz Elvira Fortunato

“Faz falta uma aproximação maior entre as universidades e a indústria", defende a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que será uma das oradoras da conferência Fábrica 2030, do ECO.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior defende que é “fundamental” que as empresas mantenham o investimento em investigação e desenvolvimento (I&D), apesar da incerteza provocada pela guerra, a subida dos custos de financiamento e o aumento dos custos. Elvira Fortunado, que será uma das oradoras na conferência Fábrica 2030, organizada pelo ECO, considera também que “ainda faz falta uma aproximação maior entre as universidades e a indústria”, apesar dos progressos feitos nos últimos anos.

Se as empresas não mantiverem investimento em I&D estarão a “matar as próximas décadas”, afirma a ministra na talk que será transmitida durante a conferência Fábrica 2030, que decorre amanhã, dia 10 de novembro, na Alfândega do Porto e que tem como tema: “Que indústria de futuro queremos para Portugal?”

Elvira Fortunato, que inventou o transístor de papel e foi pioneira da eletrónica transparente, é uma defensora da investigação aplicada. A governante considera que as empresas e as universidades estão hoje menos de costas voltadas, mas “ainda faz falta uma aproximação maior entre as universidades e a indústria. Não estamos ainda no pleno, contudo estamos melhor do que estávamos há uns anos a esta parte”.

A ministra deixou elogios aos laboratórios colaborativos, uma iniciativa do anterior Governo que apadrinhou, justamente por permitirem que as empresas trabalhem em conjunto com os centros de saber. “Neste momento existem já 41. Para a dimensão que o país tem é já um número suficiente”, considera.

Elvira Fortunato deixa também elogios ao ecossistema de inovação em Portugal, recordando a sua recente passagem pela Web Summit: “Temos startups que são tão boas ou melhores do que as que existem noutras partes do mundo”, afirma.

Pode assistir à conversa na íntegra com Elvira Fortunato na conferência Fábrica 2030, presencialmente ou online.

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5 coisas que vão marcar o dia

Costa Silva vai ao Parlamento defender a proposta de OE2023 e o Governo volta a sentar-se à mesa negocial com a Função Pública. Há resultados da Sonae e novas estatísticas sobre as exportações.

No dia que o Governo e os sindicatos da função pública discutem a valorização das carreiras e em que o INE divulga as mais recentes estatísticas do emprego e do comércio internacional, o ministro da Economia vai estar em São Bento a defender a proposta orçamental para o próximo ano. Mais ao final do dia, a dona do Continente vai dar a conhecer os ganhos até setembro.

Ministro da Economia defende OE2023

Prosseguem esta quarta-feira as audições parlamentares sobre o Orçamento do Estado para 2023, que está em discussão na especialidade depois do primeiro voto favorável na Assembleia da República. A partir das 9h, os deputados vão ouvir o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. A partir das 16h, é a vez do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, defender o documento orçamental para o próximo ano.

Novas estatísticas do emprego e comércio

Esta quarta-feira, ao final da manhã, o Instituto Nacional de Estatística (INE) avança com novos dados relativos ao emprego, referentes ao terceiro trimestre, e também com os mais recentes resultados (setembro) das empresas portuguesas no comércio internacional (importações e exportações). O Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria é o outro indicador que vai ser divulgado pelo INE.

Governo e Função Pública discutem carreiras

O Governo volta a reunir com os sindicatos da Função Pública, depois de ter fechado um acordo com a Fesap e com a federação liderada pelo STE para a valorização dos salários. Existem ainda matérias por negociar neste conjunto de medidas, nomeadamente o faseamento da revisão da Tabela Remuneratória Única para as várias carreiras. Os encontros com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, estão marcados para as 9h30 no caso da FESAP), para as 10h30 para o STE e para as 11h30 com a Frente Comum.

Grupo Sonae apresenta resultados até setembro

Ao final da tarde, depois do fecho do mercado, a Sonae vai apresentar as contas relativas aos primeiros nove meses deste ano. No primeiro semestre, o grupo nortenho liderado por Cláudia Azevedo, que detém o Continente, a Worten, as marcas de moda MO, Salsa, Zippy, além da NOS, da Sierra ou da Bright Pixel, registou lucros de 118 milhões de euros, uma subida de 89% em relação ao mesmo período do ano passado.

Debate sobre o aumento das taxas de juro

A NOVA School of Law vai debater, a partir das 18h, o impacto do aumento das taxas de juro em Portugal. Nesta conferência agendada para o Colégio Almeida Negreiros, no Campus de Campolide, participam como oradores Pedro Brinca, professor auxiliar da Nova SBE; Patrícia Afonso Fonseca, responsável pelo departamento jurídico do Novobanco; Ana Moucho, secretária-geral adjunta da Associação Bancária Portuguesa; e Maria Lúcia Leitão, diretora da Supervisão Comportamental do Banco de Portugal.

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Tripulantes da TAP podem ganhar até 50% mais que na British Airways e voam menos

Comparação entre os vencimentos máximos das duas companhias feito pela TAP conclui que tripulantes portugueses podem chegar a salários muito superiores, mesmo voando menos. Sindicato contesta números.

Os tripulantes da TAP podem ganhar até mais 50% do que os colegas da British Airways, mesmo com os cortes salariais em vigor, segundo as conclusões de uma comparação feita por uma consultora para a companhia, a que o ECO teve acesso. Os tripulantes da transportadora aérea britânica fazem também mais horas de voo. O principal sindicato que representa a classe diz que valores são “falsos” e “inflacionados”.

Segundo o estudo comparativo, um comissário assistente de bordo pode conseguir uma remuneração total 30% superior à de um tripulante de cabine da British Airways, tendo em conta as atuais condições salariais em vigor na companhia aérea portuguesa, que aplica um corte salarial de 25% aos vencimentos superiores a 1.410 euros.

A diferença é ainda maior no caso de um supervisor de cabine, o último nível da carreira, em que a remuneração total, incluindo as componentes fixa e variável, pode ser 50% superior ao salário máximo da carreira de tripulante na British Airways.

A remuneração mensal média de um tripulante de cabine da TAP ronda os 3.260 euros brutos, de acordo com a análise, ficando muito acima dos 1.439 euros da remuneração total bruta apurada pelo INE em junho deste ano. Já o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que representa os tripulantes, garante que o valor é muito mais baixo.

“O sindicato afirma categoricamente que os valores reais são muito abaixo dos 2.000 euros por mês”, afirma fonte oficial do SNPVAC. “Este estudo, que o sindicato conhece parcialmente através do ECO, apresenta valores falsos e inflaciona escandalosamente o valor que o tripulante verdadeiramente recebe ao fim de um mês de trabalho”, diz também.

Num comunicado divulgado ao final da manhã, o sindicato acrescenta que “70% dos tripulantes de cabine auferem um rendimento médio de 1.303 euros brutos e mais de 1.000 recebem um valor abaixo dos 1000 euros brutos. Destes 1.000 tripulantes, cerca de 500, recebem como vencimento fixo pouco mais do que o ordenado mínimo nacional”.

Na resposta ao ECO, nota ainda que “os vencimentos apresentados são referentes ao escalão mais elevado na carreira de um tripulante da TAP, em que a média de tempo de carreira é superior a 30 anos, e abrange apenas 5% do total dos tripulantes“.

“Se os valores apresentados neste ‘estudo’ fossem os corretos isto significava que, em termos reais, a administração estaria a gastar o dobro com as remunerações que ficou definido no plano de reestruturação que estabeleceu o Acordo Temporário de Emergência (ATE) e que diz que está a cumprir”, argumenta também o sindicato.

Menos horas de voo na TAP

A análise compara também as horas de voo. Enquanto os tripulantes de cabine da TAP voam, em média, 600 horas por ano, na companhia britânica os valores de referência são 800 a 900 horas. É ainda referido que os níveis de absentismo destes profissionais na transportadora portuguesa ronda, em média, os 16% (chegando a atingir os 20%), bastante acima dos 10% verificados noutras companhias.

“Relativamente à comparação da carga de trabalho mensal com os tripulantes da British Airways, cumpre esclarecer que um tripulante da TAP têm menos dois dias de folga por mês e mais 45 minutos de voo por dia”, observa fonte oficial do sindicato. “Este estudo serve apenas para ser utilizado junto da comunicação social para tentar provocar sentimento de inveja social junto da opinião pública e um sentimento anti-tripulantes na opinião publicada”, acrescenta.

A administração da TAP quer negociar um novo Acordo de Empresa com os tripulantes de cabine, que permita substituir o Acordo de Emergência assinado em 2021 no âmbito da reestruturação e que expira no final de 2024. O SNPVAC considerou “inenarrável” a primeira proposta apresentada pela companhia.

No passado dia 3, a estrutura sindical aprovou, em assembleia geral, um pré-aviso de greve para os dias 8 e 9 de dezembro. Os associados do SNPVAC aprovaram também a decisão da direção do sindicato de recusar liminarmente a proposta de novo Acordo de Empresa apresentado pela TAP, “subscrevendo a determinação de recorrer ao atual Acordo de Empresa substancialmente melhorado, como ponto de partida e base para qualquer negociação futura”.

“Não podemos aceitar como base de negociação um Acordo de Empresa que transforma um tripulante da TAP num tripulante da Ryanair. Há mínimos”, afirmou Ricardo Penarroias, presidente do SNPVAC, após a assembleia. “Quando eu recebo uma proposta que é abaixo do próprio Acordo de Emergência, é indigna para ser recebida pelo sindicato”, acrescentou. “Queremos respeito e queremos recuperar as nossas condições”.

A TAP veio lamentar a convocação da greve, mas mostrou-se disponível para continuar a negociar. “A TAP lamenta a decisão e continuará a trabalhar com os tripulantes de cabina numa solução de novo Acordo de Empresa para a classe que seja digna para ambas as partes e respeite também o esforço que todos os portugueses investiram na companhia”, reagiu fonte oficial da transportadora aérea, numa declaração enviada à comunicação social.

No dia 6 de dezembro, antes ainda da greve, será realizada uma segunda sessão da assembleia-geral do SNPVAC, para fazer um ponto de situação das conversações com a TAP. Nesse dia ficará claro se a paralisação avança ou não.

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Banco Finantia “livra-se” de acionista russo após comprar posição de 12% do VTB

Banco acabou de comprar posição de 12,2% que pertencia ao VTB. Dinheiro do negócio ficou congelado pelas autoridades por conta das sanções aplicadas a Moscovo devido à guerra na Ucrânia.

Exterior do VTB Bank Europe SE em Frankfurt, Alemanha.EPA/Constantin Zinn 3 março 2022

O Banco Finantia deixou de ter russos na sua estrutura acionista. A instituição financeira acabou de comprar a participação de 12,2% que pertencia ao VTB Group, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de fonte próxima. O banco russo foi uma das entidades visadas em fevereiro pelas sanções europeias a Moscovo na sequência da guerra na Ucrânia. Não se conhece o valor do negócio. Mas o dinheiro ficou congelado pelas autoridades.

O banco português confirma ao ECO que o VTB deixou de ser acionista, mas não faz mais comentários. O ECO sabe que o acordo com o grupo financeiro russo foi assinado na semana passada, com a operação a ser concluída depois de ter obtido todas as autorizações das autoridades competentes, incluindo do Banco de Portugal, que também não quis comentar.

As mudanças na estrutura acionista já são visíveis no próprio site do banco. O VTB Capital PE Investment Holding (Cyprus) deixou de figurar na lista dos acionistas com mais de 5% de capital social.

O grupo financeiro russo tinha, na verdade, 12,2% do capital do banco. Foi o próprio Banco Finantia a comprar essa participação para ações próprias, sendo que as participações dos outros acionistas não registaram qualquer alteração. A Finantipar, sociedade do antigo presidente António Guerreiro, é o acionista principal. O banco conta agora com mais quatro acionistas com participações acima de 5%: Arendelle S.A., Natixis (França), Erste Abwicklingsanstalt (Alemanha) e a Surfolk S.L. (Espanha).

O valor do negócio mantém-se em segredo, mas o ECO sabe que o produto da venda foi congelado por conta das sanções da União Europeia a Moscovo devido à invasão russa na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro. O VTB foi uma das primeiras instituições visadas pelas medidas restritivas, tendo sido inclusivamente separado do sistema de transações internacionais SWITF.

O Finantia fechou 2021 com capital próprio de 482 milhões de euros, conferindo à participação dos russos um valor de cerca de 58 milhões de euros.

Dentro do banco liderado por Marta Eirea (CEO) e António Vila-Cova (chairman), o VTB era visto como um acionista passivo. Mas desde o início da guerra que aquela participação russa colocou o Banco Finantia no radar mediático. O banco português assegurou que ia cumprir com todas as medidas que viessem a ser impostas pelas autoridades europeias.

No relatório e contas de 2021, o Banco Finantia adiantava que não tinha “saldos, nem transações”, com o seu acionista russo.

Ainda assim, dava conta de uma exposição direta de 0,49% a dívida pública da Federação Russa. Tinha ainda exposições a dívida pública da Ucrânia (0,21%) e a dívida de entidades domiciliadas na Bielorrússia (0,22%). A exposição direta a estas três geografias totalizava 0,92% do total de balanço, valor que em 29 de março de 2022, era aproximadamente de 0,23%, segundo revela nas contas relativas ao ano passado. Os grandes bancos portugueses também estão expostos à Rússia.

Como se aplicam as sanções?

As sanções são decididas pela ONU ou pela UE, sendo que as autoridades nacionais competentes são a Direção-Geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças.

Cabe depois às entidades sujeitas a supervisão em matéria de prevenção de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, como os bancos, executar as medidas restritivas, nomeadamente através do congelamento das contas e outro património financeiro das entidades sancionadas.

Entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que comunica as sanções e os alvos, e os bancos, que as executam, o Banco de Portugal tem o papel de difundir imediatamente a medida restritiva por todo o sistema financeiro: fá-lo através de uma caixa automática que reencaminha a mensagem a todos os bancos mal ela lhe é transmitida da parte do Governo.

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Portugal é o 8.º país que recebeu mais fundos do PRR

Portugal já recebeu cerca de 20% do total do PRR, mas apenas mil milhões chegaram efetivamente ao terreno. Já Espanha executou mais de metade (59%) das verbas que recebeu de Bruxelas.

A Comissão Europeia pagou a Portugal 3,3 mil milhões de euros dos 16,6 mil milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Isto significa que Portugal recebeu já 19,9% da bazuca, ou seja, é o oitavo país que já recebeu mais verbas comunitárias ao abrigo dos planos de resiliência, estando 1,3 pontos percentuais acima da média comunitária. Mas os pagamentos efetivos aos beneficiários públicos e privados estão aquém deste registo.

A execução dos planos de resiliência tem sido alvo de discussão política em toda a Europa. Marcelo Rebelo de Sousa fez, aliás, um aviso público à ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, sobre a execução do PRR. “Não lhe perdoo“, disse o Presidente da República sobre uma má execução da bazuca europeia. Portugal surge no oitavo lugar, medido pela percentagem de fundos recebidos em função do pacote global do PRR de cada Estado-membro. E quem lidera? Espanha, que tem o segundo maior envelope financeiro, de 69,5 mil milhões de euros, já recebeu 31 mil milhões, o que corresponde a uma taxa de 44% e põe o país vizinho na liderança do ranking.

Se Portugal está no oitavo lugar nesta lista, é também um dos oito que já enviou o segundo pedido de pagamento, no valor de 1,8 mil milhões de euros, e que está presentemente sob avaliação. De todos os Estados-membros, Espanha e Itália são os mais avançados uma vez que já receberam o segundo desembolso de Bruxelas mediante o cumprimento das metas e marcos acordados. São, consequentemente, aqueles que mais verbas receberam, também porque têm os planos mais avultados, seja em valor ponderado pelo pacote da bazuca a que vão ter direito, seja em termos absolutos. Em comparação com o bolo total que lhes cabe, já entraram nos seus cofres públicos 44,6% e 34,9%, respetivamente.

Espanha e Itália lideram o ranking

Fonte: Comissão Europeia.

Em Portugal e em Espanha existe um coro de críticas aos atrasos na execução dos respetivos planos de recuperação e resiliência. Espanha tem 69,51 mil milhões de euros em subvenções. E por opção, Madrid não recorreu a empréstimos. Recebeu 9,03 mil milhões de euros como pré-financiamento a que se somam um primeiro cheque de 10 mil milhões de euros, recebido a 27 de dezembro de 2021, e um segundo de 12 mil milhões, a 29 de julho este ano. No cômputo global, a vizinha Espanha cumpriu 22% das metas e marcos definidos.

Portugal tem 16,6 mil milhões de euros (13,94 mil milhões são subvenções e 2,7 mil milhões empréstimos), ou seja o sétimo maior PRR. Como adiantamento, recebeu 2,2 mil milhões, mas no seguimento do cumprimento dos 38 marcos e metas de 2020 e 2021 pediu o desembolso do primeiro cheque de 1,2 mil milhões de euros (recebidos a 9 de maio). A 30 de setembro voltou a pedir um outro, desta feita de 1,8 mil milhões de euros. Bruxelas continua a avaliar o cumprimento das metas e marcos subjacentes a esta tranche, confirmou o ECO. E quando a receber, provavelmente ainda este ano, terá do seu lado 5,14 mil milhões de euros, ou seja 31% do PRR.

As críticas em Portugal prendem-se sobretudo com o facto de apenas terem sido pagos aos beneficiários finais mil milhões de euros, um calendário que para muitos é incompreensível. Isto significa que só 30% das verbas recebidas de Bruxelas chegaram efetivamente ao terreno. Este número compara, por exemplo, com 59% em Espanha. O Madrid já pagou 18,37 mil milhões de euros aos beneficiários finais do bolo de 31,04 mil milhões que recebeu de Bruxelas.

Na Comissão Europeia este tipo de métrica não é visto com bons olhos. Os Estados-membros deveriam centrar a tónica no cumprimento das metas e marcos acordados e não nos pagamentos a intermediários financeiros ou a beneficiários finais.

De acordo com os dados disponibilizados pela Comissão Europeia, é possível perceber que Itália lidera de longe o ranking dos países que receberam mais verbas a bazuca europeia (66,89 mil milhões, já com duas tranches pagas); seguida de Espanha 31,04 também com duas tranches já pagas e em terceiro lugar surge França com 12,52 mil milhões, mas apenas com um cheque recebido. Este ranking segue a lógica dos maiores envelopes financeiros.

A nota dissonante é a Alemanha que tem o sexto maior PRR da Europa (25,61 mil milhões de euros), mas surge em sétimo lugar em termos de desembolsos (2,52 mil milhões), numa inversão de posições com Portugal que tem o sétimo maior pacote. Mas se a comparação for feita em percentagem do bolo global do PRR cai para último lugar (21.º).

Fonte: Comissão Europeia (Valores em mil milhões de euros)

A comparação comunitária permite perceber que há 22 países que não recorreram aos empréstimos que a bazuca disponibilizava – e que António Costa gostaria de ver reorientados para ajudar a mitigar junto das empresas o impacto do aumento dos preços da energia – e que há seis países que não têm PRR (Bulgária, Hungria, Irlanda, Países Baixos, Polónia e Suécia).

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