Hoje nas notícias: Ricardo Moutinho, Tata, queda salarial

  • ECO
  • 18 Novembro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Portugal Ventures assinou, em janeiro de 2020, um acordo com o empresário que deu origem à polémica do Centro de Exposições Transfronteiriço em Caminha. A TAP assinou um contrato por três anos com a consultora indiana Tata, à boleia do qual a gigante tecnológica decidiu abrir em Portugal o primeiro centro de serviços de aviação. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Acordo com capital de risco do Estado abriu portas a Ricardo Moutinho

Em 31 de janeiro de 2020, a Portugal Ventures (a sociedade de capital de risco do Estado) assinou um acordo com uma empresa de Ricardo Moutinho, o empresário com quem Miguel Alves, o agora ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, tinha negociado o polémico projeto do Centro de Exposições Transfronteiriço. O objetivo do acordo era a criação e gestão de um fundo de capital da risco para investimentos na região da Cova da Beira.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

TAP leva Tata a abrir centro para aviação em Portugal

A companhia aérea portuguesa assinou, em outubro, um contrato de três anos com a consultora indiana Tata Consultancy Services (TCS) que terá efeito a partir de janeiro. Este vínculo serviu de mote para a gigante tecnológica da Índia decidir abrir em Portugal, no espaço de um ano, o primeiro centro europeu de serviços de aviação. A TCS vem “acelerar a transformação tecnológica e digital da companhia”, que tem “um nível razoável de obsolescência”, disse o diretor de digital & technology services da TAP, Sérgio Ribeiro.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Banca e seguros lideram queda nos salários desde 2015

A média dos salários em Portugal aumentou entre 2015 e 2022, sendo que, em termos reais, a subida nesse período foi de apenas 5,7%. Existem grandes assimetrias entre as atividades económicas e os setores público e privado, notando-se que é nas atividades financeiras e de seguros que se verifica maior perda de poder de compra. Desde 2015, a remuneração bruta total média por trabalhador neste setor caiu 22,7% em termos reais.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

“Carlos Costa foi muito corajoso. O caso BES não foi questão de falha de supervisão”, diz Teixeira dos Santos

O antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos vem em defesa de Carlos Costa depois de o livro deste ter gerado polémica, tendo estado também presente no lançamento. Teixeira dos Santos considera que o caso BES “não foi tanto uma questão de falha de supervisão”, já que as entidades “não são um Big Brother” e é possível esconder factos. Além disso, reitera que Carlos Costas “foi muito corajoso”, nomeadamente por “afrontar alguém como Ricardo Salgado”.

Leia a entrevista completa no Diário de Notícias (acesso livre)

Moreira avança com providência cautelar para travar descentralização da ação social

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, quer travar a transferência de competências na área da ação social e deu, nesse sentido, instruções aos serviços da autarquia para avançarem com uma providência cautelar. Faltam menos de dois meses para os municípios assumirem estas competências, mas o autarca considera que “não se encontram reunidas as condições” para assumir novas responsabilidades sem assegurar o envelope financeiro.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

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Lisboa volta aos ganhos. Farfetch cai 13%

  • ECO
  • 18 Novembro 2022

Bolsa nacional segue ganhos da Europa. Wall Street também abriu em alta, depois da correção dos últimos dois dias. A Farfetch tomba 13% após falhar estimativas das receitas.

Foi um dia de ganhos bolsistas na Europa. Os principais índices europeus fecharam em alta esta sexta-feira e o português PSI seguiu a tendência, com a EDP Renováveis a conseguir o melhor desempenho entre as cotadas da primeira liga da bolsa nacional.

Do outro lado do Atlântico, Wall Street também abriu em alta, depois da correção nos últimos dois dias. As ações da Farfetch tombam mais de 13% após falhar as estimativas das receitas.

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Parvalorem relança venda de carteira de imóveis avaliada em 230 milhões

É a segunda tentativa de venda do fundo e sociedade gestora, depois de ter sido travada pelas Finanças em 2020. Imóveis valem quase 230 milhões e dois terços estão arrendados.

A Parvalorem e a Parparticipadas, veículos criados há mais de uma década para gerirem os despojos do BPN, aprovaram o relançamento da venda de uma carteira de imóveis avaliada em 230 milhões e a respetiva sociedade gestora, segundo adiantaram as duas entidades ao ECO.

Este processo já esteve no mercado há dois anos, mas acabou por não se chegar a bom porto, depois de o Ministério das Finanças ter decidido congelar a operação, de acordo com o que o jornal Público avançou na altura.

Os investidores terão 90 dias após a publicação do anúncio do concurso público em Diário da República para apresentarem as propostas. É a Deloitte quem está a assessorar a transação.

Vão ser vendidos 98,63% das unidades de participação do fundo imobiliário Imonegócios, propriedade da Parvalorem, e da totalidade do capital da sociedade gestora de fundos Imofundos, propriedade da Parparticipadas. Estes ativos foram parar às duas Par na sequência da nacionalização do falido BPN em 2008.

O fundo apresenta um valor líquido do ativo (NAV) aproximado de 240 milhões de euros, sendo um dos três fundos abertos com maior rendibilidade anual. Gere uma carteira imobiliária no valor de 227 milhões de euros, sendo que a maioria dos imóveis (67% do valor) se encontra arrendado, correspondendo a uma yield média de 6,9%.

Além disso, mais de metade dos imóveis está concentrada no distrito de Lisboa (57%) e quase 80% da carteira corresponde a ativos de imobiliário comercial.

A transação é importante para a Parvalorem prosseguir com a sua reestruturação. A sociedade liderada por Sofia Torres pretende absorver a Parparticipadas, tal como fez com a Parups, que geria as obras de arte do banco falido, através de fusão. Para avançar com absorção da Par, precisa de concluir duas operações: vender este fundo imobiliário e a respetiva sociedade gestora e extinguir o Banco Efisa, cujo plano de liquidação já foi aprovado pelo Banco de Portugal e deverá concretizar-se no próximo ano.

A Parvalorem fechou 2021 com prejuízos de 17 milhões de euros, cerca de metade das perdas registadas em 2020. Mantém um “buraco” de quase 4.000 milhões de euros: dispõe de 353 milhões de ativos para fazer face a um passivo constituído sobretudo pelos empréstimos do Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, de 4.300 milhões.

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Centro de Coimbra perde comboio no primeiro semestre de 2024

Sistema de autocarros vai substituir ligação ferroviária entre Coimbra-B e Estação Nova. Movimento cívico defende que os dois meios de transporte podem ser compatíveis.

O centro de Coimbra vai deixar de ter comboios a partir do primeiro semestre de 2024. A partir daí, quem morar no centro da cidade dos estudantes só poderá contar com um autocarro articulado e em via dedicada (BRT) para chegar à estação ferroviária de Coimbra-B. A Metro-Mondego alega que esta é a única solução para a cidade melhorar a sua rede de transportes públicos. Há um movimento cívico que defende que comboios e autocarros são compatíveis no centro da cidade.

“Se não houver alterações na programação da obra, a ligação entre Coimbra-B e Coimbra-A deverá ser desativada no primeiro semestre de 2024, por forma a poder ser realizada a intervenção no canal”, refere ao ECO fonte oficial da Metro-Mondego, a empresa que vai gerir o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM). O SMM é uma rede de BRT para voltar a ligar o centro de Coimbra a Lousã e Miranda do Corvo. Esta foi a solução encontrada para substituir o serviço ferroviário no antigo Ramal da Lousã, fechado em 2010 e que esteve para ser transformado num metro de superfície. O plano foi cancelado, os carris foram levantados e a solução de compromisso encontrada foram os autocarros articulados.

Mapa da rede do Sistema de Mobilidade do Mondego

No local onde ainda circulam os comboios entre Coimbra-B e o centro da cidade também os carris vão ser levantados. As automotoras elétricas vão ser substituídas por autocarros elétricos com 18 metros de comprimento e um total de 135 lugares (50 deles sentados). A Metro-Mondego defende que estes autocarros vão “garantir um nível de serviço semelhante ao modo ferroviário” até na hora de ponta, quando estarão previstas 12 circulações por hora e por sentido na cidade. São 1.620 lugares por hora e por sentido.

Se for usado o comboio, durante a hora de ponta da manhã e da tarde, há pelo menos três circulações por hora e por sentido – entre as 8h e as 9h chegam a haver cinco viagens entre Coimbra-B e Coimbra-A. A automotora elétrica com três carruagens da CP consegue transportar um total de 536 passageiros numa só viagem, de três minutos. São 1.608 lugares por hora e por sentido – entre as 8h e as 9h, chegam a ser 2.680 lugares.

A Metro-Mondego defende que entre as 8h e as 9h da manhã haverá cerca de 900 passageiros em Coimbra-B e partidas a cada cinco minutos. No SMM, de Coimbra-B até à atual Estação Nova (designada de Aeminium) haverá paragens intermédias, em Casa do Sal, Açude e Arnado. O Movimento Cívico pela Estação Nova (MCEN), contudo, levanta a questão sobre a hora de ponta.

“O grande problema é que quase todos esses 900 passageiros chegam num espaço de 12 minutos, por volta das 8h30. Que frequência de metrobus será necessária para dar resposta a esta procura? Quantos passageiros terão de esperar por um segundo ou terceiro autocarro porque os anteriores partiram completamente cheios?”, questiona ao ECO um dos líderes do movimento, Luís Neto.

Conjugar autocarros e comboios

Para garantir que quem precisar de chegar a Lousã ou Miranda do Corvo não precisa de mudar de meio de transporte, o movimento cívico defende a conjugação do serviço de autocarros com a opção pelos comboios. Para isso, o BRT passaria pela Av. Fernão de Magalhães e não pela atual linha sobre carris, junto ao rio.

“O impacto do metrobus na circulação desta avenida seria reduzido. Desde logo, importa reduzir o número de carros que ali circulam, sobretudo como tráfego de atravessamento”, refere Luís Neto. Com uma largura de quase 40 metros, nesta avenida seria possível colocar “duas vias para o BRT, duas vias automóveis por cada sentido e ainda mais passeios, de largura generosa“. Em suma, “se não é possível ter via dedicada numa avenida como a Fernão de Magalhães, não haverá muitas avenidas de cidades médias europeias que o consigam”.

Mapa de rede proposto pelo Movimento Cívico pela Estação Nova

Fonte oficial da Metro-Mondego defende que esta solução “foi estudada com a câmara de Coimbra” quando estava prevista a instalação de um metro de superfície, “tendo-se considerado que não era viável em termos de circulação do tráfego rodoviário numa artéria tão importante para a cidade como esta”. No entanto, a hipótese não foi considerada na hora de colocar o sistema BRT. A empresa alega ainda que substituir o comboio pelo autocarro “apresenta importantes vantagens em termos de mitigação do efeito barreira criado por este canal, estando alinhado com os planos do Município de reforçar a ligação entre a cidade e o rio Mondego”.

Consequências para Coimbra

Num concelho onde moram 140.838 pessoas, o fim do comboio em Coimbra-A vai levar à “perda da centralidade de Coimbra na região Centro” e a “ainda menos movimento na Baixa” da cidade, pois “toda a rede de serviços suburbanos da região parte da ainda estação ferroviária”, antevê o movimento. “Este facto não é um mero capricho, acontece porque a cidade sempre foi um polo agregador de serviços (universidade, hospitais e outros organismos do Estado), que geram um grande número de deslocações pendulares. Tal como em Lisboa ou no Porto, ter o comboio a trazer toda a gente da região, com rapidez, alta capacidade e sem transbordos, até ao centro da cidade, é uma mais-valia que poucas cidades têm a sorte de ter”.

Se o calendário for seguido, o autocarro BRT vai começar a circular entre Coimbra-B e o centro da cidade no último trimestre de 2024, segundo a Metro Mondego. Mas o movimento cívico lembra que “todas as obras do SMM têm derrapado e será necessário escavar um túnel com quatro metros de profundidade debaixo de Coimbra-B, precisamente numa área onde é expectável que existam achados arqueológicos”.

(Notícia atualizada às 10h01 com indicação dos comboios entre as 8h e as 9h de Coimbra-B para Coimbra-A)

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Revisão Constitucional. PS esquece economia, PSD regressa ao limite para dívida pública

Especialistas consideram que proposta do PSD é mais abrangente em questões económicas como o limite ao endividamento público e um regime com regras mais apertadas para supervisores.

Os projetos de revisão constitucional apresentados, na passada sexta-feira, pelo PS e PSD convergem em muito poucas matérias. Facto que não é de pouca importância, já que as alterações à Constituição só podem ser aprovadas por maioria de dois terços dos deputados, o que, na atual composição parlamentar, implica o voto favorável de PS e PSD.

Na sexta-feira, terminou o prazo para apresentação de projetos de revisão constitucional, desencadeado após a apresentação de um texto pelo Chega, e todos os grupos parlamentares e dois deputados únicos entregaram iniciativas, num total de oito diplomas, que serão agora discutidos e votados numa comissão eventual a ser constituída nos próximos meses.

Em comum, ambos os projetos tentam responder – com formulações relativamente semelhantes – às duas questões que o Presidente da República apontou como essenciais no processo de revisão da lei fundamental do Estado: como permitir o acesso aos metadados para efeitos de investigação judicial, depois de o Tribunal Constitucional ter ‘chumbado’ a lei em vigor, e como decretar, com segurança jurídica, confinamentos em caso de uma pandemia, ainda que sem estado de emergência.

Mas e no que toca às áreas económica e financeira? O ECO comparou os projetos dos dois maiores partidos e concluiu que o PS é quase omisso nesta matéria, dedicando apenas dois parágrafos ao capítulo de “direitos económicos” em que a tónica passa pela igualdade e equidade em questões como fornecimento de água, saneamento, energia, transportes coletivos urbanos, entre outros, e sublinhando a importância da responsabilidade social dos agentes económicos. O projeto de revisão constitucional do PS mantém totalmente intacta a parte 2 da Constituição referente à “Organização Económica”.

Já o PSD alarga as suas intenções e vai repescar uma ideia do tempo de Pedro Passos Coelho — que chegou a apresentar um projeto de revisão constitucional. Ou seja: a regra na Constituição que imponha um limite ao endividamento público. Os sociais democratas querem ainda atribuir um regime com regras mais apertadas à nomeação dos líderes das entidades supervisoras — como a CMVM, Autoridade da Concorrência ou ERSE — que passam a ser escolhidos pelo Presidente da República, sob proposta do Governo mas sujeita a audição parlamentar. E propõem um reforço das competências do Presidente da República na nomeação do Procurador Geral da República, Presidente do Tribunal de Contas, Governador do Banco de Portugal, sujeito a audição parlamentar e com possibilidade de rejeição por voto expresso de 2/3 dos Deputados, eliminando-se a proposta do Governo. Lendo a proposta percebe-se que é intenção dos sociais democratas tornar mais transparentes as regras orçamentais, melhorando o processo de feitura e execução do Orçamento do Estado, tornar as regras mais apertadas para a escolha dos reguladores e uma fiscalidade com tónica no princípio da moderação, previsibilidade e estabilidade.

A regra relativa ao limite da dívida pública foi defendida, à data do Governo de coligação, por Pedro Passos Coelho e por Paulo Portas, mas acabou por nunca passar de uma intenção, com os socialistas a vetarem essa possibilidade. Em 2015, António Costa, na altura candidato a primeiro-ministro, defendeu que não seria a Constituição a impedir ou garantir a subida e a descida da dívida. “É a boa ou má gestão”, o que significa que o PSD dificilmente conseguirá levar esta proposta a bom porto.

O que diz a proposta do Partido Socialista?

  • No que respeita aos direitos económicos em sentido estrito, destaca-se em primeiro lugar “a expressa previsão constitucional — atualmente prevista no artigo 60.º — ao acesso aos serviços de interesse económico geral em condições de universalidade, igualdade e equidade”;
  • Determina-se que “são serviços de interesse económico geral os de fornecimento de água, de saneamento, de energia, de transportes coletivos urbanos, de telecomunicações, de correios e outros previstos na lei”;
  • Admite-se ainda que “quando se trate de atividades abertas à atividade privada, a lei estabelece as necessárias obrigações de serviço público às empresas encarregadas da sua prestação”;
  • Por outro lado, “e procurando explicitar de forma mais evidente a dimensão social que a iniciativa e a propriedade privada desempenham num modelo de economia como a nossa, propõe-se que o artigo 61.º explicite como elemento do exercício da iniciativa privada uma preocupação com a responsabilidade social dos agentes económicos, e que o artigo 62.º contemple expressamente a existência de uma função social da propriedade;

O que diz a proposta do PSD?

  • Com base na moderação e sustentabilidade fiscal, os sociais democratas gostariam de ver no texto constitucional – o “reforço do equilíbrio, moderação e eficiência do sistema fiscal”
  • E como? Com a “obrigação de o sistema fiscal assegurar o equilíbrio entre a moderação no esforço fiscal, a solidariedade, os benefícios proporcionados pelo Estado e a competitividade internacional do sistema;
  • Com “princípios da estabilidade e previsibilidade fiscal, simplificação, eficiência e minimização das despesas de cobrança, e o combate à fraude e evasão fiscal”;
  • O reforço da sustentabilidade, qualidade e transparência orçamental impondo uma necessidade de “a lei de enquadramento orçamental estabelecer um limite plurianual ao endividamento público inscrito na lei do Orçamento, e um regime de programação plurianual da despesa pública”;
  • A obrigatoriedade do Orçamento ser acompanhado de relatório dos desvios ocorridos e estimados até final do ano;
  • A sujeição da elaboração do Orçamento “aos princípios da estabilidade e sustentabilidade orçamental, e equidade intergeracional, solidariedade recíproca entre setores, da subsidiariedade e transparência orçamental”;
  • A “obrigação de aprovação da Conta Geral do Estado até ao fim do terceiro trimestre do ano económico seguinte, antes da apresentação do Orçamento”;
  • Previsão da “intervenção de entidade independente no processo orçamental, incluindo na preparação ou validação do cenário macroeconómico, e na avaliação da proposta de orçamento e do cumprimento das vinculações a que está sujeita, e seu direito de acesso à informação orçamental completa”;
  • Reforço das competências do Presidente da República na nomeação do Procurador Geral da República, Presidente do Tribunal de Contas, Governador do Banco de Portugal, sujeito a audição parlamentar e com possibilidade de rejeição por voto expresso de 2/3 dos Deputados (eliminando-se a proposta do Governo);
  • Nomeação dos presidentes das demais entidades reguladoras, sob proposta do Governo e sujeita a audição parlamentar;

O que dizem os especialistas?

“Acima de tudo, parecem ser propostas com vários pontos em comum e alguns onde diferem de forma absoluta”, segundo defendeu o advogado Simão Mendes de Sousa, da Pinto Ribeiro Advogados, em declarações ao ECO. “Por um lado, a preocupação com a responsabilidade social dos agentes económicos faz-se sentir, sobretudo, em matérias de habitação, segundo as quais por um lado se pretende chamar os privados a participar no esforço de melhoria da habitação e, por outro, no início da avaliação da socialização dos custos de habitação”, ainda que, diz o mesmo advogado, “a proposta do PSD acabe por ser mais voltada para o estímulo da entrada de privados na prestação de serviços públicos e a proposta do PS acaba por centrar mais a sua ação no Estado”.

Simão Mendes de Sousa considera que o texto do PS o texto “é interessante, nomeadamente com a inclusão de alguns direitos que do ponto de vista programático podem vir a ser muito úteis para futuro, do ponto de vista económico, não parece haver nesta proposta uma reforma efetiva, nem que os resultados daqui decorrentes tenham grande impacto no tecido económico“. Já o do PSD, o advogado considera que “ainda que não constem a maioria das alterações específicas que podem resultar deste projeto de revisão constitucional, parece ser mais amplo do que o anterior, uma vez que foca mais matérias e parece mais abrangente na proteção da iniciativa económica privada, mas também na compatibilização entre público e privado na prestação de serviços públicos. A inserção da iniciativa económica privada como direito, liberdade e garantia, parece ser de difícil execução do ponto de vista de sistemática constitucional.”.

Jane Kirkby, advogada consultora da Antas da Cunha ECIJA, defende que “ao contrário do projeto do PS, o PSD introduz diversas alterações, tanto nos direitos e deveres económicos, como na organização económica, em particular o trabalho”.

A advogada sublinha a parte da proposta em que é reforçada a incumbência do Estado “na especial proteção ao trabalho das mulheres durante a gravidez e após o parto e durante o tempo necessário à sua efetiva recuperação, e ainda a ambos os progenitores, em especial garantindo que não são prejudicados nos seus direitos em matéria de remuneração, descanso e efetivo gozo das suas licenças parentais, de aleitamento de assistência à família”. Concluindo, a advogada considera ainda importante a parte do documento que sublinha “a moderação fiscal e sustentabilidade orçamental, promovendo o reforço do equilíbrio, moderação e eficiência do sistema fiscal e da sustentabilidade, qualidade e transparência orçamental”.

Jaime Carvalho Esteves, da J+Legal, defende, de forma crítica, que “ainda que a Constituição mantenha ainda hoje vários elementos que denotam a sua origem revolucionária, com forte pendor ideológico, a verdade é que, após as sucessivas revisões constitucionais e a integração na ordem económica da União Europeia, não é a Constituição económica que nos impede de sermos um país economicamente competitivo na cena internacional. As nossas prioridades deveriam, por isso, ser bem mais pragmáticas: incentivar o empreendedorismo, a concentração empresarial, a concorrência, a desburocratização, o IDE e a poupança interna”, explica o advogado.

“Num momento em que a guerra e a inflação retornam à Europa e poderemos ter uma nova intervenção externa, deveríamos, por exemplo, apostar mais numa execução exemplar do PRR do que numa discussão constitucional que não dará resultados e que, se os tivesse, seguramente, não teriam efeitos práticos. Ou seja, o nosso problema, hoje, é infra-constitucional, no sentido de que está mais nas leis ordinárias e regulamentos, na praxis e nas mentalidades, do que no texto constitucional”.

Simão Mendes de Sousa concluiu ainda que “interessante será perceber em que medida é que as propostas de moderação fiscal do PSD serão compatíveis com as do PS de forma que ambos consigam encontrar compromissos que limitem o esforço fiscal das famílias e das empresas. A política fiscal penalizadora do carbono é uma proposta interessante cuja implementação e discussão pode ser muito interessante de acompanhar. Por último, ambos os partidos falam pouco de reforma do estado e da administração que seria um debate essencial em sede de revisão constitucional, mormente por causas relativas às barreiras existentes ao investimento e promoção e atração de investimento interno e externo”.

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Distribuidoras preparam entregas da Black Friday com mais turnos, apps e armazéns

Para evitar atrasos nas encomendas da Black Friday, CTT e DPD fazem contratações, mexem nos horários, atualizam software e abrem estações. Falta saber quanto fica nas prateleiras, adverte transitário.

A Black Friday entrou em definitivo no calendário das marcas e dos consumidores portugueses, que ainda aproveitam as campanhas de descontos em novembro para adiantar já algumas compras de Natal. A proporção das transações que é feita online, com entregas ao domicílio ou em pontos de proximidade, é cada vez maior, o que aumenta a pressão sobre as principais empresas distribuidoras, obrigando-as a preparar esta operação com antecedência para garantir a qualidade do serviço.

É o caso dos CTT, que reclamam a liderança no mercado doméstico do transporte expresso e que para a peak season deste ano, período que se estende da Black Friday até ao dia de Reis, está a implementar medidas como o reforço das equipas no tratamento e na distribuição das encomendas; a distribuição nos feriados e fins de semana e em horários mais alargados; a recolha de objetos em antecipação dos principais expedidores; e ainda turnos duplos de distribuição diária.

“O objetivo é fazer face ao elevado volume de encomendas que se espera nesta altura, minimizando eventuais constrangimentos que possam surgir numa operação desta natureza e dimensão, em que é movimentado um elevado volume de encomendas por dia”, resume ao ECO o administrador dos CTT, João Sousa. No apoio ao cliente, por exemplo, terá um reforço de 30% de recursos de atendimento e task-forces durante os feriados e fins de semana. Se for necessário, pode alargar os horários de funcionamento dessas linhas de atendimento.

Para assegurar a rapidez nas entregas, abriu novos centros para tratamento de encomendas (Palmela, Aveiro, Leiria e Maia) e reforçou as ligações de transporte, incluindo no fluxo ibérico. Nos dias em que a procura exceda as estimativas partilhadas pelos clientes, as equipas operacionais têm agora informação em tempo real que facilita a entrega mais célere das encomendas atrasadas. E lançou uma nova aplicação mobile (app) para os distribuidores, que “além de ser mais rápida e intuitiva, facilita o contacto com o cliente em caso de ausência, para reduzir o número de objetos em que é deixado aviso para ir levantar em pontos CTT”.

João Sousa, administrador dos CTT

João Sousa frisa ainda que os consumidores têm vários serviços que facilitam a receção das encomendas. “Este ano temos mais de 450 cacifos na rede Locky, que permite aos clientes a recolha das encomendas de forma totalmente independente, no horário de maior conveniência e com total garantia de segurança e qualidade, todos os dias da semana, evitando as habituais filas desta altura do ano”, salienta o administrador da empresa, cuja rede dispõe de um total de 2.500 pontos de entrega e um serviço (CTT Now) para entregas rápidas, em menos de duas horas.

Já a concorrente DPD decidiu reforçar as equipas com a contratação de mais de 700 colaboradores, que aumenta em mais de 400 o número de circuitos de distribuição, e permite alocar mais de 300 novas pessoas às áreas da triagem e do atendimento. Para esta época alta, que no seu caso compreende o intervalo entre 24 de novembro e 24 de dezembro, reforçou igualmente a estrutura com a criação de três estações de distribuição temporárias, situadas em Alfena, na Maia e em Évora.

Vamos ter operações dedicadas aos serviços de distribuição durante os feriados de dezembro e fins de semana, para garantir entregas mais atempadas num período de forte procura, assim como um incremento das ligações domésticas e internacionais, correspondentes ao transporte de encomendas por camião entre estações.

Olivier Establet

CEO da DPD Portugal

“Vamos ainda ter operações dedicadas aos serviços de distribuição durante os feriados de dezembro e fins de semana, para garantir entregas mais atempadas num período de forte procura, assim como um incremento das ligações domésticas e internacionais, correspondentes ao transporte de encomendas por camião entre estações de distribuição, o que nos permite assegurar rapidez nas entregas e, desta forma, prestar um serviço ao cliente cada vez mais eficiente”, indica Olivier Establet, CEO da DPD Portugal, que além da tradicional entrega ao domicílio dispõe de uma rede de pontos pickup e lockers.

Em 2022, neste período entre a Black Friday e o Natal, a multinacional que investiu 28 milhões para criar um hub em Loures, prevê processar mais de 2,8 milhões de encomendas na rede da DPD, ultrapassando assim os valores de 2021. No entanto, adverte o gestor de origem francesa, “este ano [tem] uma dificuldade acrescida em chegar a números de volumes, pela imprevisibilidade de consumo que os próprios retalhistas [lhes] têm comunicado”.

Dos contentores marítimos aos estafetas citadinos

Com o maior número de encomendas e as empresas com as equipas cada vez mais espalhadas, também a Papiro Expresso (estafetas) está a reforçar o serviço personalizado de recolhas, transporte e entregas durante os meses de novembro e de dezembro para fazer face ao aumento da procura nesta altura do ano. A empresa prevê um processamento diário superior a 200 encomendas durante a época festiva, contando com o centro de estafetagem das Laranjeiras (Lisboa) como ponto principal de receção.

Luís Bravo, CEO da Papiro

“Os serviços da Papiro Expresso cresceram 45% desde o início da pandemia e daí a necessidade de agilizar ainda mais a entrega de encomendas que, no limite, pode ajudar a alavancar negócios. Nesta altura do ano é natural um aumento do volume de transações e este novo ponto de entrega foi pensado para um serviço mais próximo e célere”, salienta, citado num comunicado de imprensa, o CEO da Papiro, Luís Bravo.

Do setor dos transportes internacionais de mercadorias, chega outra perspetiva. Ao contrário do que aconteceu no ano passado, em que as dificuldades logísticas provocadas pela pandemia complicaram as entregas atempadas, este ano, sabendo já desses problemas, as marcas “foram fazendo as suas encomendas e programando o seu abastecimento com um tempo muito mais longo, embora com custos mais elevados”, resume Mário de Sousa, CEO da Portocargo, antevendo agora outras nuvens no horizonte.

Este ano, o problema não é como abastecer nas prateleiras, mas quanto vai ficar nas prateleiras por falta de capacidade de aquisição por parte dos consumidores.

Mário de Sousa

CEO da Portocargo

“Este ano, o problema não é como abastecer nas prateleiras, mas quanto vai ficar nas prateleiras por falta de capacidade de aquisição por parte dos consumidores” devido à conjuntura económica que é mais adversa do que quando as empresas encomendaram os artigos para a Black Friday, “convencidas que a procura ia ter um certo nível, que não vai ter”, contrapõe. E as empresas com autonomia financeira diminuta, completa o líder deste operador transitário especializado no transporte internacional de mercadorias, “podem ter um problema de não aguentar ter em stock produtos acabados que até podem passar a obsoletos”.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que o Banco de Fomento passa a ter uma nova liderança, Lula da Silva vai estar em Portugal e a agência Moody’s prepara-se para divulgar a mais recente avaliação do rating do país.

Aprovada há três semanas pelo Banco de Portugal, Celeste Hagatong vai finalmente tomar posse como nova chairwoman do Banco de Fomento. Após derrotar Jair Bolsonaro e participar na COP27 no Egito, o Presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, aterra em Portugal e tem marcado um encontro em Belém com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

Nova administração do Banco de Fomento toma posse

Está marcada para esta tarde a tomada de posse dos novos órgãos sociais do Banco Português de Fomento (BPF). A cerimónia de apresentação vai decorrer na Porto Business School, em Matosinhos, e conta com a presença e as intervenções do primeiro-ministro, António Costa; do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva; e de Celeste Hagatong, a nova presidente do conselho de administração do BPF.

Moody’s avalia rating de Portugal

Está prevista para esta sexta-feira uma nova avaliação do rating de Portugal por parte da Moody’s, que na última ocasião manteve a classificação do país no segundo nível de investimento qualidade, Baa2, com perspetiva estável. A agência de notação financeira, que tinha subido a notação da dívida pública nacional em setembro do ano passado, escolheu em maio não se pronunciar, nem divulgar qualquer relatório.

Lula da Silva visita Portugal

Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente eleito da República Federativa do Brasil, vai estar em Portugal esta sexta-feira, depois de ter participado na Cimeira do Clima, no Egito. O líder do PT, que venceu Jair Bolsonaro por margem mínima na segunda volta das Presidenciais brasileiras, vai ser recebido ao final da tarde por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República de Portugal, no Palácio de Belém.

INE divulga síntese económica de conjuntura

O Instituto Nacional de Estatística (INE) prepara-se para divulgar esta sexta-feira vários indicadores, todos eles com dados relativos ao mês de outubro. No calendário de publicações destaca-se a Síntese Económica de Conjuntura, estando igualmente agendadas as Previsões Agrícolas e ainda as chamadas Estatísticas Vitais.

Novo relatório de monitorização do governo das sociedades

O Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) vai apresentar ao final da tarde o relatório anual de monitorização do Código de Governo das Sociedades, relativo a 2021. Nesta sessão vai participar Pedro Rebelo de Sousa (IPCG), José Miguel Almeida (CMVM), Miguel Athayde Marques (AEM), Pedro Maia (CAM) e João Moreira Rato (IPCG).

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Mais de 300 funcionários públicos estão interessados em teletrabalhar a partir do interior

Os funcionários públicos deslocados podem trabalhar a partir dos espaços de teletrabalho no interior do país que fazem parte da rede nacional criada pelo Governo e que já conta com 89 municípios.

Mais de 300 trabalhadores da Administração Pública já manifestaram interesse em trabalhar a partir dos vários centros de teletrabalho distribuídos pelo país, no âmbito da Rede Nacional de Espaços de Teletrabalho/Coworking no Interior criada pelo Governo no ano passado para incentivar a ação fixação de pessoas no interior do país.

“Os números mais recentes apontam para 314 trabalhadores da Administração Pública que já manifestaram interesse em trabalhar a partir destes centros”, adianta fonte oficial do Ministério da Coesão Territorial, em declarações à Pessoas/ECO.

Destes 314 trabalhadores, 188 são técnicos superiores, cinco são coordenadores técnicos, 93 são assistentes técnicos e 28 são assistentes operacionais, conforme a informação da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

O trabalhador em regime remoto desempenha as mesmas funções que exercia no modelo presencial. E, se estiver em mobilidade, desempenha as funções correspondentes ao seu conteúdo funcional no serviço de destino.

De acordo com a portaria que determina o valor da compensação pecuniária do Programa de Incentivos à Fixação de Trabalhadores do Estado no Interior, os trabalhadores com vínculo de emprego público das carreiras gerais que integrem este programa irão receber uma compensação pecuniária de 4,77 euros por dia, o que corresponde à duplicação do subsídio de refeição. Este incentivo é devido enquanto perdurem as condições de trabalho que determinaram a sua atribuição e, no máximo, durante três anos.

Neste momento, o número de vagas disponíveis para a Função Pública nos espaços de teletrabalho é de cerca de 350, avança a mesma fonte.

Fonte: Ministério da Coesão TerritorialMinistério da Coesão Territorial

A Rede de Espaços de Teletrabalho/Coworking no Interior contempla já 89 municípios aderentes — 21 na região norte, 35 na região centro, 19 no Alentejo e 14 no Algarve — e estão, neste momento, em fase de conclusão os espaços nos municípios de Penamacor, Idanha-a-Nova, Coruche, Elvas, Serpa, entre outros.

Pela dimensão dos próprios espaços, existem alguns municípios que apresentam números mais significativos. É caso do espaço de teletrabalho e coworking de Vila Real, do Fundão e de Sever do Vouga.

“Estão disponíveis 730 lugares, dos quais 200 estão ocupados em permanência”, refere a fonte oficial do Ministério da Coesão Territorial consultada. E alerta: “Há que assinalar que a ocupação destes espaços é também feita de forma não permanente, pelo que os números num determinado momento nem sempre traduzem a real utilização destes locais.”

Vida local, trabalhador global

Estes espaços, a ser criados de norte a sul do país estão, no entanto, disponíveis para todos os cidadãos, portugueses ou estrangeiros, que pretendam trabalhar em regime de teletrabalho, seja qual for a sua entidade patronal, pública ou privada, por conta de outrem ou por conta própria. As Câmaras Municipais, responsáveis pelo funcionamento destes espaços, aceitam os pedidos de utilização e definem o calendário anual, o horário e as regras de utilização.

“A Rede Nacional de Espaços de Teletrabalho/Coworking nos Territórios do Interior de Portugal é composta por espaços devidamente equipados com computadores, impressoras e acesso à internet, divididos em áreas de distintas tipologias, incluindo bancadas livres para diferentes períodos de ocupação, zonas privadas para videochamadas, áreas para reuniões e locais para a realização de apresentações ou ações de formação”, detalha o Ministério da Coesão Territorial, num folheto informativo.

Em termos de localização, os espaços situam-se em zonas centrais de localidades portuguesas, próximo de serviços, espaços culturais ou equipamentos destinados à prática de desporto. Em alguns casos existe mais de um espaço de teletrabalho/coworking no mesmo município.

Cada interessado deve contactar diretamente a Câmara Municipal do município onde pretende utilizar o espaço de teletrabalho e coworking.

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Mário Silva reclama 1,3 milhões a empresa de Isabel dos Santos

Outrora homem forte dos negócios de Isabel dos Santos, Mário Leite da Silva deu entrada com uma ação de 1,3 milhões contra a Terra Peregrin, através da qual a angolana tentou comprar a PT SGPS.

Em 2014, Isabel dos Santos tentou comprar a PT SGPS, tendo oferecido 1,2 mil milhões de euros. A operação estava a ser realizada através da Terra Peregrin, sociedade acabada de criar e onde Mário Leite da Silva tinha lugar na administração. A OPA viria a cair pouco tempo depois, assim como caiu o império da empresária angolana após rebentar o caso Luanda Leaks, em 2020. Agora, o antigo gestor de Isabel dos Santos colocou uma ação de 1,3 milhões contra a Terra Peregrin, onde tinha ascendido a vice-presidente.

O ECO questionou Mário Leite da Silva sobre as razões do processo que interpôs no Juízo do Trabalho do Tribunal da Comarca de Lisboa, mas o gestor não quis fazer qualquer comentário. A petição, que deu entrada na segunda-feira, tem o valor de 1,27 milhões de euros.

Atualmente, a Terra Peregrin conta com uma administradora única, que é Isabel dos Santos, depois da saída de Leite da Silva e também do administrador António Vieira Rodrigues, em maio de 2020, segundo mostram os dados do registo comercial.

Esta não é a primeira ação que Mário Leite Silva coloca contra uma empresa de Isabel dos Santos, na sequência do terramoto do Luanda Leaks – o caso rebentou no início de 2020 e provocou uma onda de demissões nos meses seguintes nas várias empresas controladas pela empresária angolana.

Em abril de 2021, Mário Leite da Silva avançou com uma ação no valor de 97 mil euros tendo como alvo a Fidequity – outra das sociedades do universo de Isabel dos Santos em Portugal. O processo, contou o Expresso na altura, visava assegurar o direito a salários que ficaram por pagar antes de expirar o prazo legal para a reclamação desses créditos laborais.

Outros antigos colaboradores de empresas de Isabel dos Santos fizeram o mesmo.

Mário Leite da Silva foi uma figura de destaque nos negócios de Isabel dos Santos. Desde 2006 que geria empresas e os investimentos da filha do antigo Presidente de Angola, tendo acumulado cargos nos conselhos de administração em várias empresas nacionais de referência em Portugal, como o banco BPI, a telecom Nos e a Efacec.

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Peso dos administradores independentes fica aquém em metade das cotadas

Grau de cumprimento médio das recomendações do código de governo das sociedades estabilizou em 79%. Fiscalização das sociedades e nomeações entre áreas com menos acolhimento.

O grau de acolhimento médio das boas práticas de governo das sociedades estabilizou nos 79%, segundo o Relatório Anual de Monitorização relativo a 2021. Considerando apenas as empresas que faziam parte do índice PSI-20, a adoção das recomendações sobe para os 88%. Apesar das percentagens elevadas, há áreas onde um elevado número de empresas continua sem “cumprir”.

O relatório, divulgado pelo Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) esta sexta-feira, indica que a média de acolhimento passou de 78,72% para 79,27%, considerando as 36 empresas monitorizadas, onde se inclui uma sem ações cotadas, a Caixa Geral de Depósitos. A “evolução positiva” salientada é visível sobretudo entre as 19 empresas do então PSI-20, onde a percentagem subiu de 83% para 88%.

A tendência de estabilização é, segundo Rui Pereira Dias, diretor da Comissão Executiva de Acompanhamento e Monitorização, um reflexo “do alargamento do número de empresas emitentes que adotaram a nova versão do Código de Governo das Sociedades, revisto em 2020. Só em 2021, 17% das empresas analisadas adotaram esta versão pela primeira vez, um processo que, naturalmente, requer algum nível de adaptação das práticas de governo. Por outro lado, assistimos a um crescente diálogo entre a monitorização e as empresas emitentes, assim como a um compromisso cada vez mais vincado das empresas para com a melhoria da sua governação societária, dois elementos acompanhados por uma estabilidade do quadro recomendatório.”

Persistem, ainda assim, áreas que não são acolhidas pela maioria dos emitentes de valores mobiliários ou apenas por cerca de metade. Uma delas diz respeito aos administradores não executivos independentes, um dos pilares das boas práticas de governo das sociedades.

Só em pouco mais de metade (53%) das empresas é que os independentes representam um terço ou mais dos membros do conselho de administração, baixando face aos 55% do ano anterior. Considerando só as empresas do índice principal, a percentagem sobe para 67%. A recomendação com acolhimento mais baixo diz respeito à nomeação de um coordenador dos administradores independentes, que só é seguida por 29% da globalidade das empresas e por 36% no universo do PSI-20.

Outra área onde a adoção é menos robusta prende-se com o órgão de fiscalização, tipicamente o conselho fiscal e a comissão de auditoria, matéria onde a média de acolhimento é de 58%, subindo para 74% no índice principal. O Código de Governo das Sociedades (CGS) recomenda que aquele órgão se pronuncie sobre as linhas estratégicas e a política de risco previamente à sua aprovação final pela administração, o que só acontece em 46% dos emitentes. Ainda assim, o acolhimento melhorou face aos 33% observados em 2020.

A ausência de comissões internas especializadas em matéria de nomeações e governo societário também revela lacunas. No primeiro caso, o acolhimento é de 49% (68% no PSI-20) e no segundo de 51% (63% no índice principal. O mesmo acontece em relação à existência de uma comissão de acompanhamento e apoio às designações de quadros dirigentes, que teve um acolhimento global de 46%, percentagem que sobe para 69% no universo das empresas do PSI. Só a comissão de avaliação de desempenho tem uma adoção mais elevada, de 74% e 89%, respetivamente.

Com adesão bem abaixo da média aparece também a recomendação sobre os chamados “paraquedas dourados”. Só 56% dos emitentes definem o montante máximo das compensações a pagar ao membro de qualquer órgão ou comissão da sociedade em virtude da respetiva cessação de funções. No PSI-20 a percentagem é ainda mais baixa: 53%.

O relatório destaca também áreas onde se registou uma evolução assinalável face a 2020. Uma delas prende-se com a explicitação pela administração da forma como a estratégia e principais políticas definidas procuram assegurar o êxito da sociedade e contributos para a comunidade em geral. O grau de acolhimento desta recomendação, “que tem subjacentes preocupações de evolução do CGS para uma tomada em consideração da sustentabilidade dentro do quadro das práticas de bom governo das empresas emitentes”, subiu de 60% para 74% no universo global das sociedades e de 67% para 84% no conjunto das empresas do PSI.

“Vemos uma maior incorporação da revisão feita em 2020 ao nosso Código de Governo das Sociedades – o que para nós representou um passo fundamental rumo à autorregulação do governo das sociedades em Portugal – e um crescente compromisso de todos os intervenientes na consolidação das boas práticas de governo”, aponta João Moreira Rato, presidente da direção do IPCG.

Este é o quarto Relatório Anual de Monitorização, desde que foi introduzido o Código de Governo do Instituto Português de Corporate Governance, em 2018, substituindo a avaliação que era antes feita pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. O código foi revisto em 2020, reduzindo para 53 o número de recomendações, desdobradas em 74 sub-recomendações.

A não observância das recomendações não implica qualquer sanção para as empresas. O CGS é de adesão voluntária e a sua observância assenta na regra do “comply or explain” – cumpre ou explica porque não cumpre. Os resultados da monitorização são publicitados de forma global e sem individualizar ou detalhar os resultados relativos a cada entidade aderente.

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“Esqueçamos” os direitos humanos no Qatar e “concentremo-nos na equipa”, diz Marcelo

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

Marcelo disse que este será “um campeonato muito difícil”, pela inédita calendarização no inverno europeu e pelas “condições muito difíceis, da construção dos estádios aos direitos humanos".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quinta-feira que “o Qatar não respeita os direitos humanos”, a três dias do arranque do Mundial2022 de futebol, mas vai assistir ao Portugal-Gana, em 24 de novembro. “O Qatar não respeita os direitos humanos. Toda a construção dos estádios e tal…, mas, enfim, esqueçamos isto. É criticável, mas concentremo-nos na equipa. Começámos muito bem e terminámos em cheio”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, na zona de entrevistas rápidas no Estádio José Alvalade.

O Presidente da República falava após a vitória de Portugal sobre a Nigéria, por 4-0, no último particular antes da partida para o Qatar, na sexta-feira, para disputar o Campeonato do Mundo. Marcelo Rebelo de Sousa explicou aos jogadores que este será “um campeonato muito difícil”, não só por uma inédita calendarização no inverno europeu, como pelas “condições muito difíceis, da construção dos estádios aos direitos humanos”.

A associação Frente Cívica pediu ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, António Costa, e ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que boicotem o evento. Nesta entrevista, Marcelo afirmou que estará no Qatar para assistir à estreia da seleção portuguesa. “Para a semana, no Portugal-Gana, lá estarei”, disse.

Quanto à performance desportiva, apreciou o jogo desta quinta, que mostrou que os 26 convocados poderão “estar à altura das circunstâncias” na fase final do Mundial, tendo mostrado “competência técnica e espírito de equipa”. Marcelo Rebelo de Sousa disse, entretanto, que os jogadores devem encarar “cada desafio como uma final”, e que acredita numa possível vitória na final, “mas é muito difícil”.

Embora as autoridades do Qatar neguem, várias organizações apontam para milhares de mortes naquele país entre 2010 e 2019 em trabalhos relacionados com o Mundial, com um relatório do jornal britânico The Guardian, de fevereiro deste ano, a cifrar o valor em 6.500 óbitos, número que muitos consideram conservador. Além das mortes por explicar, o sistema laboral de ‘kafala’ e os trabalhos forçados, sob calor extremo e com longas horas de trabalho, entre outras agressões, têm sido lembradas e expostas há anos por organizações não-governamentais e relatórios independentes.

Ao longo dos últimos anos, numerosas organizações e instituições têm apelado também à defesa dos direitos de adeptos, e não só, pertencentes à comunidade LGBTQIA+, tendo em conta a perseguição de que são alvo no Qatar.

Várias seleções, como Dinamarca, Austrália ou Estados Unidos, posicionaram-se ativamente contra os abusos ou a favor da inclusão e proteção, quer dos migrantes quer da comunidade LGBTQIA+, tanto a viver no país como quem pretenda viajar para assistir aos jogos. O Campeonato do Mundo masculino de futebol vai decorrer entre 20 de novembro e 18 de dezembro, com a seleção portuguesa apurada e inserida no grupo H, com Uruguai, Gana e Coreia do Sul.

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Assembleia-Geral da ONU começa a debater reforma do Conselho de Segurança

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

Tareq AlBanai, do Kuwait, e o eslovaco Michal Mlynar foram nomeados líderes do processo de negociações intergovernamentais para a reforma. "A credibilidade e a relevância da ONU estão em jogo".

A Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) começou esta quinta-feira a debater a tão aguardada reforma do Conselho de Segurança, tendo sido nomeados dois diplomatas para liderarem o processo de negociações intergovernamentais, segundo fontes oficiais.

Num pronunciamento à imprensa, o presidente da Assembleia-Geral da ONU, Csaba Korosi, afirmou que o Conselho de Segurança, como principal órgão promotor da paz e segurança internacionais, está impedido de tomar qualquer ação significativa, particularmente na “guerra mais perigosa que temos agora nos nossos dias”, referindo-se ao conflito na Ucrânia.

O mundo está a olhar para as Nações Unidas para obter respostas. O mundo olha cada vez mais para a Assembleia-Geral para os passos necessários. A credibilidade e a relevância da ONU estão em jogo. Assembleia-Geral é o órgão da ONU encarregue de agir sobre a reforma do Conselho de Segurança e essa questão já está em discussão há 43 anos”, lembrou o diplomata húngaro.

Frisando que o “mundo está a mudar” e que 73 líderes exigiram uma reforma urgente do Conselho de Segurança durante a 77.ª Assembleia-Geral da ONU que decorreu em setembro, Korosi anunciou que a nomeação dos representantes permanentes do Kuwait, Tareq AlBanai, e da Eslováquia, Michal Mlynar, como líderes do processo de negociações intergovernamentais para essa reforma.

“A Assembleia-Geral começou hoje a debater a questão da reforma do Conselho de Segurança. (…) Tenho total confiança nos embaixadores Mlynar e AlBanai e na sua intenção de entender as opiniões dos Estados-Membros e conduzir a negociação de boa-fé e respeito mútuo”, declarou.

“Todos os Estados-membros que falaram esta manhã expressaram a sua confiança e ofereceram cooperação aos dois co-presidentes deste processo. Os embaixadores acabaram de iniciar o seu trabalho. Mas, no futuro, tenho certeza de que eles estarão disponíveis para falar com a imprensa”, informou Csaba Korosi.

Questionado pela agência de notícias russa TASS sobre como conseguirá que uma reforma do Conselho de Segurança seja aprovada pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (P5) – China, França, Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos –, Korosi observou que esses países nunca votaram uma proposta sobre o tema.

“É muito importante que tenhamos um processo consultivo com o P5. Mas deixe-me dissolver uma perceção errónea de que é unicamente o P5 que dificulta as negociações. As negociações nunca produziram um resultado que fosse considerado pelo P5. Acho que há uma enorme tarefa pela frente da Assembleia-Geral agora, e veremos por quanto tempo, para chegar a um compromisso aceitável e viável entre os 193 Estados-Membros”, disse o diplomata.

“Nunca chegamos a esse ponto. Enquanto isso, é claro que também será muito importante garantir que o P5 possa trabalhar como membro dos 193. Mas essa será a segunda etapa, quando uma posição unida, consultada e consolidada da Assembleia-Geral será levada ao Conselho de Segurança para a sua aprovação”, concluiu o presidente da Assembleia-Geral da ONU.

Uma reforma e a expansão do Conselho de Segurança, frequentemente considerado obsoleto, já vêm sendo pedidas há vários anos, sempre sem sucesso, por falta de consenso. Aos membros permanentes pretendem juntar-se países emergentes como a Índia, África do Sul e Brasil.

Ao longo dos anos, o poder de veto tem sido uma das questões mais polémicas e alvo de vários pedidos de modificação. Esse tem sido, aliás, o mecanismo usado pela Rússia para impedir que o Conselho de Segurança atue contra si face à Guerra na Ucrânia.

Desde 1946, o veto foi usado quase 300 vezes, cerca de metade delas pela União Soviética ou pela Rússia, que herdou a sua cadeira. Em geral, quase todos os países da ONU consideram necessário reformar o Conselho de Segurança, mas não há acordo sobre como fazê-lo, com diferentes propostas na mesa há anos.

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