Governo lança primeira obra para habitação de renda acessível. Ministro fala em “dia histórico”

  • Lusa
  • 16 Novembro 2022

A obra visa a construção de 24 habitações de renda acessível pelo IHRU, em Alcaniça, Monte da Caparica, num investimento de cerca de quatro milhões de euros.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação classificou esta quarta-feira como histórico o arranque da primeira obra de construção de raiz de habitação para renda acessível pelo Estado, o que não se verificava há mais de 40 anos.

Pedro Nuno Santos falava na cerimónia que marcou o arranque da primeira obra no âmbito do Plano Integrado de Almada (PIA), que decorreu em Almada, distrito de Setúbal, e na qual também participou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, a presidente do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), Isabel Dias, e a presidente da autarquia, Inês de Medeiros (PS).

A obra que agora se inicia visa a construção de 24 habitações de renda acessível pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), em Alcaniça, Monte da Caparica, num investimento de cerca de quatro milhões de euros. Esta primeira fase no âmbito do PIA prevê ainda a construção de outras 28 habitações na Quinta do Olho de Vidro e 156 em Alfazina. As três empreitadas constituem um investimento total de 31,1 milhões de euros.

O PIA integra ainda outras onze empreitadas. Ao todo serão 14 empreitadas do PIA, totalizando 1.169 habitações de renda acessível, com um investimento de mais de 165 milhões de euros.

Este é um dia histórico e é fácil de explicar porquê. É a primeira empreitada de habitação de construção de raiz do IHRU, do Estado português, desde há mais de 40 anos. É por isso que é histórico, porque significa a mudança de paradigma da resposta em matéria de política de habitação em Portugal”, disse o ministro da Infraestruturas e da Habitação.

Segundo o governante, durante décadas Portugal achou que o mercado trataria dos problemas da habitação, não existindo por parte do Estado a mesma resposta para a habitação que houve, por exemplo, para a saúde ou para educação.

Passadas décadas, adiantou, Portugal vive agora as consequências da ausência de uma política pública de habitação. “Vivemos um problema difícil, dramático, em matéria de habitação. É dos maiores desafios que Portugal enfrenta nas famílias carenciadas, mas também na classe media”, disse, salientando que o que está a ser feito com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência direcionadas pelo Governo para a habitação “é gigantesco”.

Portugal, explicou, tem apenas 2% do parque habitacional público, um valor muito abaixo da realidade de outros países europeus, que têm 30%. “Era claro que tínhamos de mudar de forma radical a resposta do Estado em matéria de habitação e tínhamos de ser capazes de fazer com a habitação o que fizemos desde o 25 de Abril com a escola pública, a saúde pública e o sistema nacional de pensões“, frisou.

Este projeto agora lançado, adiantou Pedro Nuno dos Santos, é dirigido às classes médias, a uma população de rendimentos intermédios e está a ser construído integrado na cidade de Almada, sem segmentação. A presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, considerou também o passo de hoje como histórico para o concelho, que vive dificuldades em matéria de acesso à habitação.

“Queremos acabar com o drama da habitação indigna e a falta de habitação do concelho de Almada”, disse Inês de Medeiros. A autarca considerou importante a criação de uma resposta de renda acessível para a classe média, num projeto que dá o primeiro passo no sentido de uma politica de integração em bairros do concelho.

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Filipe Silva substitui Andy Brown à frente da Galp

Galp promove atual administrador financeiro a presidente executivo a partir de janeiro de 2023. Paula Amorim diz que é a sucessão que "melhor permite continuar o percurso de crescimento" da empresa.

A Galp anunciou esta quarta-feira que o conselho de administração decidiu “por unanimidade” escolher Filipe Silva como novo presidente executivo, que se prepara assim para deixar as funções de administrador financeiro (CFO), que ocupava desde 2012.

Num comunicado enviado à CMVM, a empresa de energia refere que o gestor português vai render Andy Brown a partir de janeiro e até à próxima assembleia geral anual, mas informa que o maior acionista (Amorim Energia) vai mesmo propor que seja Filipe Silva a liderar o comité executivo até 2026.

Estou certa de que esta sucessão é a que melhor permite à Galp continuar o seu percurso de crescimento e transformação, de acordo com as orientações estratégicas definidas.

Paula Amorim

Presidente da Galp

“É um executivo com uma vasta experiência na empresa e nos mercados de energia, e estou certa de que esta sucessão é a que melhor permite à Galp continuar o seu percurso de crescimento e transformação, de acordo com as orientações estratégicas definidas. Desejo ao Filipe as maiores felicidades nas suas novas funções”, afirmou Paula Amorim, presidente da Galp.

Natural de Lisboa, onde nasceu há 58 anos, Filipe Crisóstomo Silva é licenciado em Economia e Gestão Financeira e tem um mestrado em Gestão Financeira, ambas pela Catholic University of America (EUA). Antes de ingressar na Galp, o gestor era CEO do Deutsche Bank em Portugal, função que acumulou a partir de 2008 com a responsabilidade anterior pelas áreas de investment banking deste banco germânico no mercado nacional.

Troca liderança antes do prazo do plano estratégico

O britânico Andy Brown, gestor de topo da indústria petrolífera que no ano passado tinha substituído Carlos Gomes da Silva na liderança da Galp – que não levou o mandato até ao fim, que terminaria apenas no fim de 2022 – vai sair a 31 de dezembro depois de menos de dois anos no cargo e antes do fecho do prazo do plano estratégico da companhia.

A petrolífera não apontou motivos para a saída, além do fim do mandato, mas, ao que o ECO apurou, a decisão de não continuar foi de Andy Brown, numa altura em que se avizinham tempos conturbados para a indústria, sob forte pressão da opinião pública e dos Governos devido aos lucros muito elevados.

E a Galp não terá apenas de encontrar um novo presidente executivo para substituir o gestor britânico, que começou a acelerar a transição energética e sai com mais lucros e a cotação a subir. É que para cumprir a legislação, que obriga a que pelo menos um terço dos membros do conselho de administração sejam do género menos representado, terá de aumentar a presença feminina. O órgão máximo de gestão é atualmente composto por 19 membros, dos quais apenas cinco são mulheres.

Nos primeiros nove meses deste ano, a Galp Energia registou um lucro de 608 milhões de euros, um aumento de 86% face ao ano anterior. Todos os segmentos de negócio apresentaram “um forte desempenho”, mas o aumento dos preços do petróleo e o negócio de refinação ajudam a explicar os resultados.

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Allianz Partners lança seguro para conquistar veículos elétricos

  • ECO Seguros
  • 16 Novembro 2022

Carregamento na estrada, ajuda na montagem de um carregador em casa e cedência de veículo com motor de combustão para viagens maiores que 450 km, juntam-se às coberturas clássicas.

A Allianz Partners, ou Allianz Assistance, empresa do grupo alemão para soluções de assistência e seguros B2B2C, acaba de lançar uma solução de assistência, dirigida a veículos elétricos. Estas soluções facilitam a instalação de sistemas de carregamento e proteção do ponto de carregamento, bem como soluções para mobilidade regular ou ocasional.

Mário Solano, Head of Automotive Business da Allianz Partners Portugal, “os condutores têm hoje uma preocupação com as infraestruturas existentes, bem como com a questão da autonomia e da longevidade das baterias”.

As coberturas começam por assistência na estrada para veículos elétricos, um serviço que responde, segundo a seguradora, a duas das necessidades mais comuns: “Carregamento in-situ”, desde que existam recursos na zona em que o veículo se encontra parado, e reboque até ao ponto de carregamento mais próximo sem passar pela oficina.

O carregamento em casa é um dos aspetos que mais preocupa os consumidores quando colocam a possibilidade de adquirir um veículo elétrico, refere a Allianz Partners. Para resolver esse aspeto a apólice disponibiliza assistência jurídica e administrativa, com atendimento telefónico sobre os procedimentos a realizar para instalar um ponto de carregamento doméstico. Tem ainda uma cobertura para proteger os carregadores contra a tentativa de furto e vandalismo, indemnizando o proprietário pelos danos até um limite de 1 000 euros, acumulados anualmente.

A Allianz Partners, tendo em conta a autonomia atual dos veículos elétricos, criou ainda a “Solução Férias”, que permite ao segurado solicitar um veículo a combustão para a sua viagem superior a 450km.

Este seguro será comercializado pelo canal de mediação e não de forma direta, fará parte da oferta da Allianz Partners, bem será oferecido aos clientes atuais e futuros. “O seguro RSA para viaturas elétricas, pode ser adicionado a uma solução existente, embora criado especificamente para o universo de viaturas elétricas, inclui as coberturas tradicionais como reboque desempanagem, transporte dos ocupantes, entre outras”, confirma a empresa.

Mário Solano, Head of Automotive Business da Allianz Partners Portugal, afirma que “face ao número de viaturas elétricas vendidas em Portugal, quer pela necessidade de atingir as metas para a neutralidade carbónica, quer pelas medidas de incentivos estatais à sua aquisição ou pelo esforço das empresas e dos particulares nesta transição, tornou-se importante disponibilizar meios de assistência adaptados a esta realidade”. O gestor acentua “a forma como nos deslocamos que está claramente a mudar e, por isso, há que incluir nos nossos produtos de assistência novas formas de mobilidade que permitam uma tranquilidade e segurança aos condutores que têm hoje uma preocupação com as infraestruturas existentes, bem como com a questão da autonomia e da longevidade das baterias”, conclui.

A Allianz Partners ou Allianz Assistance, funciona em Portugal através da sucursal de seguradora europeia AWP P&C e da AZWP Services, empresa de prestação de serviços de assistência. A AWP P&C emitiu prémios de 1,9 milhões de euros em 2021 e já teve como designação Mondial Assistance até integrar a o grupo Allianz.

Um mercado a crescer sem fim à vista

Um estudo da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), estima que, num cenário mais favorável à eletrificação, o parque automóvel deverá, em 2025, ser composto por 12,6% de veículos elétricos e híbridos. Um em cada dois consumidores afirma que o seu próximo carro será híbrido ou elétrico. Portugal ocupa o 9.º lugar da mobilidade elétrica a nível europeu entre 27 Estados-membros.

A mesma associação indica que as vendas de veículos elétricos em Portugal aumentaram 44,8% em agosto, com 1 163 veículos novos ligeiros de passageiros matriculados. Nos primeiros oito meses de 2022 verificou-se um aumento de 58,6% na venda de carros elétricos novos em Portugal, em comparação com o mesmo período do ano anterior, tendo sido matriculados 10 055 unidades.

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Abriram as candidaturas à terceira fase do Programa Apoiar Gás

Apoio à diferença entre os custos com a fatura do gás suportados em 2021 e 2022 aumentou de 30 para 40% e subsídio a fundo perdido passou de 400 mil para 500 mil por empresa. Medida é retroativa.

Abriu esta quarta-feira a terceira fase de candidaturas ao Programa Apoiar Gás, que tem apoios mais vantajosos para as empresas intensivas em gás.

Em causa está um aumento de 30 para 40% do apoio à diferença entre os custos com a fatura do gás que as empresas suportaram em 2021 e em 2022. Além disso, o montante máximo deste subsídio a fundo perdido passou de 400 mil para 500 mil euros por empresa. As novas regras estendem esta ajuda aplicável a todo o território continental, ao setor da indústria transformadora agroalimentar.

Estas novas regras não são, contudo, exclusivas desta terceira fase já que o Executivo decidiu que seriam aplicadas retroativamente às candidaturas já submetidas nas primeira e segunda fases.

“O alargamento do apoio é processado automaticamente com a aceitação do valor do apoio resultante do aumento por parte da empresa através do preenchimento de um formulário eletrónico disponibilizado na plataforma do Sistema de Incentivos às empresas do Portugal 2020”, explica o IAPMEI. Depois, de acordo com o decreto-lei publicado esta quarta-feira em Diário da República, “as empresas que já beneficiaram do programa e que não apresentem uma nova candidatura deverão confirmar o valor do apoio resultante dos aumentos” na plataforma do IAPMEI onde apresentaram a sua candidatura.

Já as empresas mais afetadas pelos aumentos excecionais do preço do gás natural, que se querem candidatar à terceira fase deste subsídio a fundo perdido “para permitir a continuidade da atividade económica e a preservação das capacidades produtivas e do emprego”, vão também poder contar com o alargamento do apoio às candidaturas da primeira e segunda fases. Este será processado automaticamente em conjunto com o apoio relativo ao terceiro trimestre.

O Executivo rejeita que a decisão de tornar o incentivo retroativo tenha a ver o número de candidaturas não ter sido tão grande como era antecipado. “A retroatividade prende-se com revisão dos limites máximos passiveis de serem atribuídos, por empresa, no âmbito do Quadro Temporário de Apoio. Deste modo, são asseguradas as mesmas condições para quem já apresentou candidatura como para quem irá apresentar só na próxima fase”, explicou ao ECO fonte oficial do Ministério da Economia, aquando da decisão.

O decreto-lei publicado esta quarta-feira introduz uma ligeira mudança no financiamento da medida. O controlo e auditoria destes apoios, que visa assegurar que os recursos financeiros são utilizados de acordo com os seus objetivos, deixa de ser paga com reembolsos de beneficiários de fundos europeus, mas antes com “verbas com origem em saldos de gerência de receita própria”.

Segundo o IAPMEI, as 397 empresas que se apresentaram a concurso, são maioritariamente dos setores do têxtil — branqueamento e tingimento, tecelagem de fio do tipo algodão – e da cerâmica – fabricação de artigos de uso doméstico e de ornamentação de faiança, porcelana e grés fino, fabricação de ladrilhos, mosaicos e placas de cerâmica e da metalurgia.

Estes apoios às empresas intensivas em gás inserem-se num pacote mais vasto que tem uma dotação de 235 milhões de euros, dos quais 220 milhões para o “aumento da dotação afeta ao sistema de incentivos”, financiados “por verbas com origem em reembolsos de beneficiários de fundos europeus”, e uma dotação de 15 milhões para o “alargamento do sistema de incentivos às empresas da indústria transformadora agroalimentar”, como detalhava a resolução do Conselho de Ministros publicada a 4 de outubro.

Mas, as medidas direcionadas para as empresas com consumos mais elevados — que contam com um apoio extra de dois milhões de euros ou até cinco milhões de euros para as que registam perdas operacionais podem ver este valor subir – ainda estão a ser negociadas com Bruxelas que ainda não deu luz verde para avançarem.

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Certificados atraíram em média 20,4 milhões por dia entre janeiro e setembro

  • Lusa
  • 16 Novembro 2022

No total foram efetuadas subscrições no montante de 3.847,4 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2022.

O valor investido em certificados de aforro e do tesouro, nos primeiros nove meses deste ano, ascendeu em média a 20,4 milhões de euros por dia, com a procura a registar um aumento significativo nas últimas semanas.

Estes dados referidos à Lusa por fonte oficial dos CTT indicam que o valor médio diário de 20,4 milhões de euros de subscrições de certificados de aforro (CA) e de certificados do tesouro (CT) observados nos três trimestres deste ano comparam com a média diária de 18,7 milhões de euros registados no período homólogo de 2021.

No total foram efetuadas subscrições no montante de 3.847,4 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2022, referiu a mesma fonte, reportando-se aos dados divulgados na apresentação de resultados ao mercado.

Estes mesmos dados indicam que “o terceiro trimestre de 2022 beneficiou de um aumento das subscrições dos títulos da dívida pública, 71,1% acima do segundo trimestre de 2022 e 40,5% acima do terceiro trimestre de 2021”, sendo que “este crescimento foi suportado fundamentalmente nos certificados de aforro pelo facto da sua atratividade ter vindo a aumentar desde o início do ano, fruto de uma nova conjuntura de taxas de juro que posiciona melhor a dívida pública enquanto alternativa de investimento”.

A taxa de juro da série de certificados de aforro (CA) atualmente em comercialização (a série E) é determinada mensalmente (no antepenúltimo dia do mês, para vigorar no seguinte), tendo em conta uma fórmula que contempla um prémio de permanência e a média dos valores da Euribor a três meses observados nos 10 ias úteis anteriores.

As regras limitam o prémio de permanência a um máximo de 1% (valor atribuído a partir do 6.º ano da subscrição e até ao fim do prazo), definindo ainda que da fórmula não pode resultar uma taxa base superior a 3,5%. A subida que a Euribor a três meses tem vido a registar nos últimos meses, tem aumentado a remuneração dos CA e captado a atenção dos aforradores na comparação com a taxa de juro oferecida pelos tradicionais depósitos bancários.

Em resposta à Lusa, a mesma fonte oficial dos CTT referiu que de uma forma geral as contas de certificado “são abertas no próprio dia”, desde que o cliente seja portador de todos os elementos exigidos pelo IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.

Porém, e face “ao significativo aumento da procura nas últimas semanas têm ocorrido casos, em algumas lojas, em que a abertura demora cerca de 24 horas”. A taxa de juro bruta para as novas subscrições e capitalizações de CA em novembro foi fixada em 2,492%, cerca de um ponto percetual acima da que foi fixada para setembro, o que justificará a subida da procura sentida em algumas estações dos correios e potenciar os aumentos registados até ao final do terceiro trimestre.

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Adesão da União Africana como membro do G20 será considerada em 2023

  • Lusa
  • 16 Novembro 2022

Paris "apoia a plena integração da União Africana no G20", da mesma forma que a União Europeia também é membro.

A candidatura da União Africana (UA) a membro permanente do G20, que reúne as maiores economias do mundo, será considerada na próxima cimeira do grupo em 2023, disse esta quarta-feira o chefe de Estado do Senegal, Macky Sall. “Agradeço aos membros do G20 que apoiaram a candidatura da UA para se juntar ao grupo na cimeira de Bali na Indonésia“, afirmou o Presidente na sua conta oficial na rede social Twitter.

“A adesão da UA será considerada na Cimeira do G20 de 2023 na Índia”, acrescentou Sall. Na cimeira de Bali, realizada entre terça-feira e hoje, tanto Sall, atual presidente da UA, como Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul – o único país africano membro do G20 – apelaram à adesão da União Africana como membro permanente do fórum.

O Presidente senegalês já apelou este ano a uma revisão da governação internacional que daria uma maior representação africana em órgãos como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e o G20. “Gostaria de salientar que nesta renovação do multilateralismo com o qual nos comprometemos em Bali, África continua a ser um parceiro essencial na cena internacional“, referiu Sall, no seu discurso na cimeira do G20 na terça-feira.

É a oitava maior economia em termos de PIB [Produto Interno Bruto], tem mais de 60% de terra arável e uma população estimada em 2,5 mil milhões em 2050″, recordou o chefe de Estado senegalês. Por este motivo, acrescentou, África “pode ter a ambição justa de se tornar membro permanente do Fórum do G20 e eu gostaria de convidar os meus homólogos para o fazerem”.

A mesma opinião é partilhada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que afirmou que Paris “apoia a plena integração da União Africana no G20”, da mesma forma que a União Europeia também é membro. Macron anunciou, igualmente, a realização “no próximo mês de junho, em Paris” de uma “conferência internacional sobre um novo pacto financeiro com o Sul”, com o objetivo de “criar as condições para um verdadeiro choque de financiamento para o Sul”.

No seu discurso, o presidente em exercício da UA centrou-se também na luta contra a insegurança alimentar e apelou à “resolução do paradoxo de uma África com imenso potencial agrícola, florestal e hídrico, que muitas vezes enfrenta carências alimentares”.

Temos de modernizar os nossos sistemas agrícolas, aumentar a produtividade neste setor através de investimentos maciços, promover o acesso dos nossos produtores a equipamento agrícola e fertilizantes, e desenvolver cadeias de valor agrícola para aceder aos mercados externos”, apontou.

Macky Sall observou, ainda, que se trata de “uma questão de mobilizar recursos significativos que excedem em muito as capacidades orçamentais” dos Estados, “daí a necessidade de acompanhar estes esforços com financiamentos concessionais”.

Sobre a transição energética, o presidente da UA reiterou – como fez na cimeira climática da 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27) no Egito – o compromisso de África com o Acordo de Paris (2015) para combater a crise climática. África, salientou, “continua aberta à opção de uma economia de baixo carbono, mas isto requer transferência de tecnologia e investimento em energias renováveis”.

“Renunciar à exploração dos nossos recursos naturais enquanto a eletricidade continua a ser um luxo, tanto para a população como para as nossas empresas devido ao seu elevado custo, significa restringir o nosso potencial de industrialização, especialmente no setor agroalimentar”, advertiu Sall. O G20 é um grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia. Juntas, as nações representam cerca de 80% de toda a economia global.

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Perto do fim da COP27, as “divisões são profundas”. Lula marca presença e pede COP30 na Amazónia

Na reta final da COP27, ainda existem "divisões profundas" e "muito trabalho pela frente". Lula marcou presença no diálogo climático e propôs acolher a COP em 2025 na Amazónia.

À medida que se entra na reta final da cimeira do clima, adensam-se as expectativas em relação ao pacto de Sharm el-Sheik, que deverá ser assinado entre os delegados presentes na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP 27), na sexta-feira. Mas, de acordo com o representante especial da presidência da COP27 do Egito, Wael Aboulmagd, as expectativas para já não são boas, uma vez que, dentro das salas das negociações, as “divisões são profundas”.

Acho que temos um número maior do que o normal de problemas persistentes“, cita a Reuters as declarações do responsável, esta quarta-feira. “Esperávamos, nas circunstâncias atuais, ver mais predisposição para cooperar e acomodar o que temos vindo a ver. As divisões são profundas”, admite.

Presente na cimeira do clima, está Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, que revelou esta tarde, em vídeo, não ter crenças de que a cimeira ficará concluída na próxima sexta-feira, 18 de outubro. “Ainda há ainda muito por decidir”, disse, anunciado que a partir de hoje as negociações deverão prolongar-se durante a noite.

“Temos muito trabalho pela frente. Vão começar as diretas a partir de hoje para chegarmos aos textos finais e à conciliação de vontades para ver até que ponto esta COP tem um conjunto de decisões que sejam, pelo menos, suficientes para nos dar alguma alegria”, referiu.

“O Brasil está de volta”

O Brasil voltou a sentar-se à mesa com os líderes mundiais para debater a crise climática, depois de o ex-presidente, Jair Bolsonaro, ter deixado claro de que essa não era uma prioridade no seu mandato. Nos quatro anos em que governou, as políticas ambientais do país enfraqueceram, ao passo que a desflorestação na floresta da Amazónia atingiu níveis recorde.

Mas o novo eleito, Lula da Silva, pretende deixar esse capítulo para trás e deixou isso bem claro ao marcar presença na cimeira do clima, apesar de só tomar posse, enquanto presidente, em janeiro de 2023. “Hoje, estou aqui para dizer que o Brasil está preparado para se juntar, uma vez mais, aos esforços para construirmos um planeta mais saudável”, afirmou esta quarta-feira, na COP27, no Egipto. “O Brasil está de volta”, vincou.

O presidente eleito brasileiro discursou em Sharm el-Sheik e lançou um desafio a António Guterres: “Vamos falar com o secretário-geral da ONU e vamos pedir que a COP de 2025 seja no Brasil, na Amazónia“, anunciou esta manhã.

A oferta para receber a COP30 em 2025 é um passo importante para reabrir as portas do Brasil ao mundo. Tal como a promessa de zelar pela proteção da Amazónia e criação de um Ministério dos Povos Originários, que servirá “para dar voz” à comunidade indígena no país. “A sobrevivência da Amazónia estava dependente destas eleições. A civilização está de volta. O respeito e o direito humano estão de volta”, atirou, sublinhando que “os esforços para combater as alterações climáticas” serão uma prioridade no seu mandato.

“Vamos priorizar o combate à desflorestação de todos os nossos biomas, e reverter anos dos governos anteriores. Em 2021, tivemos uma desflorestação de 13 mil quilómetros quadrados. A destruição ficará no passado”, vincou.

Portugal adere à aliança que visa pôr fim ao carvão e gás

Além do Brasil, Portugal também tem algo a assinalar neste que é o décimo dia da cimeira do clima ao aderir à iniciativa que visa por um fim ao recurso dos combustíveis fósseis, nomeadamente, o carvão e o gás natural. A adesão ao Beyond Oil and Gas Alliance (BOGA, na sigla inglês) foi formalizada esta tarde pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática (MAAC).

“Este passo demonstra o compromisso nacional com a descarbonização, com o abandono de subsídios perversos aos combustíveis fósseis e com a recusa de explorar combustíveis fósseis no nosso território“, lê-se numa publicação das redes sociais do ministério liderado por Duarte Cordeiro.

A iniciativa, lançada na COP26, em Glasgow, pela Costa Rica e a Dinamarca contava, até então, com Portugal enquanto membro associado, tendo esta tarde passado a ser membro efetivo da iniciativa — decisão tomada também pelas Ilhas Fiji. O BOGA conta também com o apoio da Gronelândia, Irelanda, Quebec, Suécia e País de Gales e dos estados norte-americanos Califórnia e Washington.

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CEO do Novobanco diz que incerteza não muda planos de ir para a bolsa

Apesar do aumento da incerteza por causa da guerra, Mark Bourke mantém os planos de levar o Novobanco para a bolsa e garantir uma "existência independente" no mercado português.

Na sua primeira aparição pública enquanto CEO do Novobanco, Mark Bourke confirmou os planos de levar o banco para a bolsacomo o ECO revelou em primeira-mão. O irlandês assegurou que, apesar da maior turbulência que reina nos mercados, por causa da guerra, inflação e subida dos juros, não houve mudança nesses planos. “Sim, estamos a lidar com incerteza, mas estamos numa posição inicial mais forte”.

Questionado sobre se a incerteza poderia afetar o futuro banco, cujo próximo capítulo passará por um IPO (oferta pública inicial), o irlandês respondeu que não.

Mark Bourke explicou que tanto o setor bancário como o Novobanco estão hoje “muito mais fortes” do que em relação à crise financeira, com balanços mais sólidos e os ativos avaliados de forma mais prudente.

No caso do banco que lidera desde agosto, é agora “mais ágil” e dispõe de uma “maior capacidade para lidar com a incerteza”, depois de ter limpado o legado do BES e de ter reconstruído o modelo comercial para se concentrar no retalho e corporate, segundo afirmou na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios.

“Construir um negócio forte é o objetivo de todos. Quem nos detém não é essencialmente relevante no final de contas. Queremos ter o apoio dos acionistas e sempre vamos ter o apoio dos acionistas”, prosseguiu Mark Bourke, para depois confirmar que trabalha para preparar o banco para um IPO e que a atual incerteza não o afasta desse plano.

“Como tem sido dito na imprensa, a forma de fazer isso é prepararmo-nos para um IPO, o que significa prepararmo-nos para uma existência independente como banco que pode competir e aguentar no mercado. Então, os nossos planos estão completamente inalterados. Sim, estamos a lidar com incerteza, mas estamos numa posição inicial mais forte”, sublinhou.

Mark Bourke reconheceu que as condições do mercado atuais são mais adversas: “Há menos transações e menos IPO. O mercado retrai-se e toda a gente fica à margem”, disse.

Contudo, nos próximos seis a 12 meses, acredita, irá surgir um “novo normal” em que as operações serão retomadas, de onde vão emergir “novos níveis de avaliação e novos níveis de interpretação da avaliação” para o valor os ativos.

O Novobanco é detido em 75% pelos americanos da Lone Star, sendo que o Fundo de Resolução detém 19,31% e outros 5,69% estão nas mãos do Estado, por via da Direção-Geral de Tesouro e Finanças.

O banco registou lucros de quase 430 milhões de euros até setembro, o maior entre os bancos privados.

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Canadianos investem quase 108 milhões em mais dois hotéis Hilton em Portugal

  • ECO
  • 16 Novembro 2022

O grupo canadiano Mercan investe 107,8 milhões de euros em mais duas unidade hoteleiras em Portugal. Estas unidades deverão abrir no verão de 2024 e vão operar sob a marca Hilton.

A Mercan Properties, detida pelos canadianos do Grupo Mercan, vai investir 107,8 milhões de euros na construção de dois hotéis em Lagos, no Algarve. As duas unidades hoteleiras deverão abrir no verão de 2024, vão operar sob a marca Hilton e permitir criar centenas de postos de trabalho diretos.

Este já é o terceiro acordo entre a empresa canadiana e o grupo Hilton, após a abertura do Sé Catedral Hotel Porto, Tapestry Collection by Hilton e a futura abertura do Hilton Garden Inn Évora. Além disso, o grupo canadiano já tinha investido 187 milhões de euros na construção de três hotéis sob a marca Marriott.

Com 23.000 m2 de área bruta de construção, o novo empreendimento em Lagos “assume-se como um projeto único nesta cidade algarvia ao integrar dois hotéis com conceitos distintos”, destaca a Mercan Properties, em comunicado. Vai permitir criar 150 postos diretos durante a fase de construção e outros 200 na fase de operação.

Em causa está o Lagos Marina Hotel, Curio Collection by Hilton que terá 180 quatros, distribuídos por 4 pisos, numa área bruta total de 14.776 m2. Esta unidade terá um restaurante e dois bares, um dos quais situado num terraço com uma piscina. Haverá uma segunda piscina no rés-do-chão. Terá ainda instalações de spa e fitness.

Já o Hilton Garden Inn Lagos terá 90 quartos, 27 dos quais a serem convertidos em suítes com kitchenette, entre os 7.505 m2 de área bruta total. O hotel “irá dispor de um bar, restaurante e uma loja self-service 24 horas”, bem como um ginásio e uma piscina exterior.

“O acordo agora assinado com a Hilton é um sinal do desenvolvimento e interesse que a cidade de Lagos tem suscitado, afirmando-se cada vez mais como um local distinto, capaz de conjugar paisagens naturais soberbas com um rico património histórico e cultural”, destaca Jordi Vilanova, presidente da Mercan Properties, citado em comunicado.

Já Carlos Miro, Diretor-Geral de Desenvolvimento para Espanha e Portugal da Hilton, realça que “este anúncio fortalece o compromisso com Portugal enquanto mercado estratégico para a Hilton, com planos para mais do que duplicar o nosso portfólio nos próximos anos”.

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Musk faz ultimato aos trabalhadores do Twitter: trabalhar “longas horas a alta intensidade” ou sair da companhia

A mensagem foi transmitida através de um email enviados aos colaboradores, que têm, agora, até quinta-feira para indicar se permanecerão ou não no Twitter.

O novo dono do Twitter, Elon Musk, fez um ultimato aos trabalhadores: ou decidem ficar e trabalham “longas horas, a alta intensidade” ou devem aceitar o pacote de despedimento e deixar a companhia. A mensagem foi transmitida através de um email enviados aos colaboradores, que têm, agora, até quinta-feira para indicar se permanecerão ou não na empresa.

“Para avançarmos, para construirmos um Twitter 2.0 e sermos bem-sucedidos num mundo cada vez mais competitivo, teremos de ser extremamente esforçados. Isto significará trabalhar longas horas, a alta intensidade. Só um desempenho excecional receberá aprovação”, lê-se no email enviado por Elon Musk e divulgado pelo The Wall Street Journal.

O líder pediu ainda aos funcionários que clicassem, até às 17h00 locais (22h00 em Lisboa) de quinta-feira, numa hiperligação caso quisessem “fazer parte do novo Twitter”. Se não cumprirem o pedido, os funcionários vão sair com uma indemnização no valor de três meses de salário.

“Seja qual for a decisão que tomem, agradeço os vossos esforços para tornar o Twitter bem-sucedido”, acrescentou Musk.

O ultimato surge pouco tempo depois dos despedimentos em massa no Twitter, anunciados no início de novembro. Uma semana depois de ter sido comprado por Elon Musk, o Twitter comprometeu-se a despedir metade dos cerca de 7.500 trabalhadores que tinha no final de outubro.

A par do Twitter, outras grandes empresas de tecnologias têm estado a reduzir milhares de postos de trabalho, incluindo a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, e a Microsoft.

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Amorim encaixa 270 milhões com venda da Tom Ford à Estée Lauder

Grupo Américo Amorim alienou a participação de 10% que tinha na empresa criada pelo designer norte-americano, que acaba de ser vendida à gigante mundial de beleza e cosmética Estée Lauder.

O Grupo Américo Amorim prepara-se para encaixar um valor a rondar 270 milhões de euros com a venda da Tom Ford à gigante mundial de beleza e cosmética Estée Lauder, que conta no seu portefólio com marcas como a MAC, Clinique, la Mer e Aveda, num negócio avaliado em 2.800 milhões de dólares (2.685 milhões de euros).

Segundo apurou o ECO, o grupo da família mais rica de Portugal acompanhou este mega acordo e alienou a participação de 10% que tinha na empresa de moda criada pelo estilista norte-americano. Num negócio impulsionado desde o início por Paula Amorim, que esteve na administração da Tom Ford International, começou por adquirir 25% da companhia em 2007. Há sete anos, a holding liderada por Marta Amorim – em 2020 substituiu a irmã mais velha (na foto) – vendera uma posição de 15% ao grupo italiano Zegna.

Esta operação, que será a maior realizada até à data pela Estée Lauder, está ainda pendente das necessárias autorizações, mas deverá ficar concluída no primeiro semestre de 2023. Em comunicado, o grupo de beleza promete que, ficando “sob a [sua] gestão”, garantirá “a continuidade e a evolução da marca Tom Ford” como uma das principais referências de luxo a nível mundial.

“Esta aquisição estratégica abrirá novas oportunidades e fortalecerá os nossos planos de crescimento para a Tom Ford Beauty”, afirma Fabrizio Freda, presidente executivo da Estée Lauder. “Também contribuirá para impulsionar o nosso crescimento na promissora categoria de beleza de luxo a longo prazo, ao mesmo tempo que reafirma o nosso compromisso de liderança global no segmento da beleza de prestígio”, acrescenta.

A Estée Lauder diz neste comunicado que pretende financiar a aquisição através de uma combinação de dinheiro e dívida e, ainda, de 300 milhões de dólares (288 milhões de euros) em pagamentos diferidos aos vendedores, com vencimento a partir de julho de 2025.

Nos termos do acordo, Tom Ford, fundador e CEO da Tom Ford International, irá manter-se como o responsável criativo da marca até ao final de 2023. O chairman Domenico De Sole permanecerá como consultor até à mesma data.

O grupo de cosmética sediado em Nova Iorque deverá pagar cerca de 2.300 milhões de euros (2.208 milhões de euros), após um pagamento de 250 milhões de dólares (240 milhões de euros) da fabricante italiana de óculos Marcolin, de acordo com o The Wall Street Journal.

Dona da Gucci também estava na corrida

Tom Ford, de 61 anos, ingressou na Gucci em 1990 como designer de moda feminina e, em 1994, foi nomeado diretor criativo, cargo no qual permaneceu por dez anos. Nesta altura, as vendas do grupo Gucci subiram de 230 milhões de dólares para 3.000 milhões de dólares, o que converteu a empresa numa das marcas de luxo mais lucrativas do mundo.

Natural do Texas, o designer lançou a sua própria empresa em 2005. Além das suas coleções de pronto-a-vestir de luxo, Ford deu também o seu nome a linhas de produtos de beleza, acessórios e óculos. Os perfumes e produtos de maquilhagem da Tom Ford Beauty estavam já, desde o seu lançamento, em 2006, ao abrigo de um acordo de licenciamento com a Estée Lauder, que prevê, dentro de dois anos, que esta área atinja vendas de 1.000 milhões de dólares (959 milhões de euros), contando, sobretudo, com o sucesso dos perfumes nos EUA e na China.

Eles [Estée Lauder] têm sido um parceiro incrível desde o início do meu negócio e estou muito feliz em vê-los tornar-se os luxuosos administradores deste novo capítulo da marca.

Tom Ford

Empresário

Com o negócio agora anunciado, a Estée Lauder adquire os direitos de propriedade intelectual de todas as linhas da Tom Ford, não tendo já de pagar royalties pela Tom Ford Beauty e podendo obter novas fontes de receita ao conceder, ela própria, licenças para uso da marca. O acordo prevê, nomeadamente, o prolongamento e expansão da licença concedida pela Tom Ford à Ermenegildo Zegna para as linhas de vestuário, acessórios e roupa interior. A licença atualmente concedida à Marcolin para os óculos Tom Ford será também será prolongada.

Num comunicado, Tom Ford considerou que a Estée Lauder era “a casa ideal” para a marca. “Eles têm sido um parceiro incrível desde o início do meu negócio e estou muito feliz em vê-los tornar-se os luxuosos administradores deste novo capítulo da marca Tom Ford”, disse. Segundo o Wall Street Journal, outros grupos estavam na disputa para comprar a Tom Ford, entre eles a francesa Kering, que já é dona das marcas Gucci, Saint Laurent e Balenciaga.

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Exportações na região Norte aumentam 45,5% entre 2011 e 2021

  • Lusa
  • 16 Novembro 2022

A CCDR-Norte revela que as exportações na região Norte aumentaram 45,5% entre 2011 e 2021. Atingiram um “novo máximo de exportações” e um excedente de 3.188 milhões de euros na balança comercial.

As exportações na região Norte aumentaram 45,5%, entre 2011 e 2021, tendo no último ano atingido um “novo máximo de exportações” e um excedente de 3.188 milhões de euros na balança comercial, revela a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte).

Em comunicado, a CDR-Norte dá conta que entre 2011 e 2021, a região Norte “reforçou a sua posição nos mercados internacionais”.

De acordo com o estudo Norte Estrutura, publicado pela CCDR-Norte, durante esse período, “marcado por várias crises internacionais”, as exportações na região aumentaram 45,5%. “O crescimento acentuado de exportações de produtos emergentes marcou um novo máximo de exportações, atingindo em 2021, e o excedente de 3.188 milhões de euros da balança comercial de bens”, lê-se no documento.

O estudo destaca o desempenho das exportações do setor do têxtil e vestuário (4.384 milhões de euros), do setor automóvel (4.252 milhões de euros), do setor das máquinas, aparelhos e material elétrico (2.734 milhões de euros), do setor dos metais comuns (2.433 milhões de euros) e do setor dos produtos florestais (2.244 milhões de euros).

No entanto, os setores com “maior crescimento percentual” referem-se a instrumentos de ótica, fotografia, media, precisão e médico-cirúrgicos, que registaram um crescimento de 610,4%, os plásticos (81,8%), os metais comuns (78,9%), as máquinas, aparelhos e material elétrico (62,9%) e produtos florestais (61%).

Ainda que as exportações na região Norte assentem “numa diversidade de bens de baixa, média e de alta tecnologia”, o estudo destaca o aumento das exportações de bens de média e alta tecnologia que, entre 2011 e 2021, aumentaram de 30,7% para 34,7%. No período em análise, as exportações de alta tecnologia cresceram 91,3%, enquanto as exportações de média tecnologia cresceram 59,9% e as de baixa tecnologia 44,1%.

“O estudo realça ainda a relação positiva entre as indústrias mais sofisticadas e o aumento da produtividade, salários, bem-estar e qualidade de vida”, lê-se no comunicado.

Ao nível do território, as exportações “continuam concentradas” nos locais de maior densidade, indica o estudo, acrescentando que, em 2021, a Área Metropolitana do Porto (AMP) era responsável por mais de metade (50,2%) das exportações da região.

À AMP seguiu-se depois a região do Ave (18,4%), do Cávado (11,9%), do Alto Minho (8,2%) e do Tâmega e Sousa (7,3%), com Trás-os-Montes, Alto Tâmega e Douro a serem responsáveis por 4,1% do total das exportações.

Quanto aos destinos das exportações, o estudo Norte Estrutura dá conta que, ao longo da década em análise, se “mantiveram estáveis”, com Espanha a manter-se o “principal parceiro comercial” em 2021, seguindo-se a França, Alemanha, Estados Unidos da América, Reino Unido, Países Baixos, Itália, Bélgica, Suécia e Angola.

De acordo com o Norte Estrutura, na década em análise, o modelo de crescimento das exportações de bens na região Norte “foi equilibrado e promoveu uma transição económica equitativa, que compatibilizou a dimensão social de salvaguarda de emprego menos qualificado, com uma dimensão competitiva capaz de criar emprego qualificado e promover a especialização tecnológica”.

Por fim, a CCDR-Norte acrescenta que “em termos prospetivos, o estudo afirma a importância das políticas públicas que a Norte definem uma política industrial assente no conhecimento e na tecnologia, e que incentivam a difusão de empresas de média e alta tecnologia”.

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