Satélite angolano Angosat-2 é lançado na quarta-feira

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

“O nosso país é extenso e as comunicações via satélite ajudam a que cheguemos aos pontos mais recônditos do país de forma mais célere”, disse o ministro angolano Mário Oliveira.

O satélite angolano Angosat-2 vai ser lançado na quarta-feira, na estação aeroespacial de Baikonur, Cazaquistão, para reduzir a exclusão digital e melhorar o sinal de telecomunicações nas zonas mais remotas de Angola e do continente africano, anunciou o Governo.

Em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), a partir de Moscovo, na segunda-feira, ministro das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comuniaçao Social (Minttics), Mario Oliveira, assinalou que a equipa técnica angolana tem estado a trabalhar de forma próxima com técnicos russos, estando reunidas todas as condições para o lançamento e sendo esperadas condições climatéricas favoráveis.

Trata-se da segunda vez que Angola coloca em órbita um satélite, depois do Angosat-1, em dezembro de 2017, cujo lançamento fracassou. Uma situação que, segundo o ministro, não é novidade na ciência espacial. “É uma situação recorrente, acontece algumas vezes fruto da complexidade de um satélite de telecomunicações” como o Angosat, um aparelho geoestacionário que vai ser lançado a 6.000 quilómetros de distância.

Construído na sequência de um acordo assinado entre Angola e a Rússia, em 2009, o Angosat-1 custou 360 milhões de dólares (sensivelmente o mesmo em euros) ao Estado angolano, mas tinha um seguro de 121 milhões de dólares, que, em caso de acidente ou desaparecimento, cobriria a totalidade dos custos da sua substituição, segundo a agência noticiosa angolana Angop.

Mário Oliveira sublinhou que o Angosat 2 faz parte do ecossistema de telecomunicações que o país pretende, já que Angola tem o objetivo de ser um ‘hub’ africano de telecomunicações. “O nosso país é extenso e as comunicações via satélite ajudam a que cheguemos aos pontos mais recônditos do país de forma mais célere”, afirmou, destacando os impactos positivos desta solução tecnológica que vai contribuir para o desenvolvimento sócioeconómico de Angola em várias áreas.

O lançamento do satélite, que coincide com a Semana Mundial do Espaço, culmina uma série de ações que o executivo angolano tem desenvolvido, nomeadamente a nível da formação de quadros no setor aeroespacial, acrescentou o governante. A Angop noticia que o satélite comporta uma série de serviços e tem capacidade para cobrir o continente africano, com ênfase na região sul, e parte significativa do sul da Europa.

Trata-se de um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), com peso total de duas toneladas, preparado para disponibilizar 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite).

O Angosat-2 começou a ser construído a 28 de abril de 2018, nas instalações da Airbus em França, e a estrutura foi depois transferida para a fábrica da ISS Reshetnev, na cidade de Zheleznogorsk, próximo de Krasnoyarsk (Sibéria), onde foi produzida a carcaça e instalado o mecanismo de arranque, refere a agência angolana.

Segundo um relatório da Space in Africa, desde que o primeiro satélite africano entrou em órbita, lançado pela pioneira África do Sul há 20 anos , 44 foram já lançados por 13 países africanos e outros 125, de 23 países, estão a ser desenvolvidos, devendo entrar em órbita até 2025.

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CIP quer descida gradual da taxa de IRC até pelo menos 17%

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

“O nosso desejo é que a redução seja gradual e venha a atingir no mínimo 17%, além da redução gradual da derrama estadual”, disse António Saraiva.

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, afirmou esta terça-feira que não desistirá de lutar pela redução gradual do IRC, fixando como meta mínima uma taxa de 17%. Em Barcelos, distrito de Braga, durante o Fórum Regional da Indústria, António Saraiva disse ainda que outra luta será a redução, igualmente gradual, da derrama estadual.

“O nosso desejo é que a redução seja gradual e venha a atingir no mínimo 17%, além da redução gradual da derrama estadual”, afirmou, lembrando que a taxa de IRC é atualmente de 21%. Sublinhando que a proposta do Orçamento do Estado para 2023 “não responde às necessidades” das empresas e das famílias, António Saraiva lembrou que “Roma e Pavia não se fizeram num só dia”.

“Este é o primeiro de um ciclo de quatro orçamentos e o importante é que, orçamento após orçamento seja incorporada a redução da carga fiscal para empresas e famílias e a consequente melhoria generalizada das condições de vida”, defendeu.

Admitiu que o Governo poderia ir mais longe no Orçamento, mas considerou ser “sensato e compreensível que o ministro das Finanças acautele a sustentabilidade das contas públicas”. Em relação ao acordo de concertação social, assinado no domingo, António Saraiva lamentou que alguns insistam em ficar de fora das soluções e continuem a fazer parte do problema.

“O acordo não é um fim, é um ponto de partida”, sustentou. Para António Saraiva, Portugal só crescerá se houver “coragem política” para fazer as reformas da administração pública, da justiça e fiscal. O Governo entregou esta segunda-feira na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê que a economia portuguesa cresça 1,3% em 2023 e registe um défice orçamental de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que a proposta reforça os rendimentos, promove o investimento e mantém o compromisso com finanças públicas sãs num ambiente externo adverso de guerra na Europa e escalada da inflação. O Governo visa reduzir o peso da dívida pública de 115% do PIB para 110,8% em 2023 e projeta que a inflação desacelere de 7,4% em 2022 para 4% no próximo ano.

A proposta vai ser debatida na generalidade no parlamento nos próximos dias 26 e 27, estando a votação final global do diploma marcada para 25 de novembro.

O Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade foi assinado no domingo (véspera da entrega da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano) pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelos representantes da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) assinou o documento antes da cerimónia, enquanto a CGTP recusou formalizar o acordo, alegando que as medidas previstas são “insuficientes” para responder aos problemas dos trabalhadores, reformados e pensionistas.

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Líder do PSD recusa mudar lei das incompatibilidades “a correr” e exige clarificação

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

“Aquilo que eu exijo como responsável político é que se faça uma verificação, se houve ou não houve em algum destes casos, em todos ou em nenhum uma violação da lei”, disse Montenegro.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, recusou esta terça-feira alterações à lei das incompatibilidades “a correr” e a “pensar em casos concretos” e exigiu que sejam as autoridades judiciais a clarificar se membros do Governo violaram as normas.

Aquilo que eu exijo como responsável político é que se faça uma verificação, se houve ou não houve em algum destes casos, em todos ou em nenhum uma violação da lei”, afirmou aos jornalistas o líder social-democrata. Salientando que são os tribunais que aplicam a lei, Luís Montenegro referiu que “as entidades de investigação não são alheias às notícias que foram veiculadas e sabem o que passa”, pelo que “devem cumprir a sua missão e fazer as suas indagações”.

“Se a lei estiver a ser cumprida, isso deve ficar clarificado”, vincou o dirigente ‘laranja’, sublinhando que caso a legislação tenha sido violada “deve aplicar-se a lei e as consequências que a lei determina”. O presidente do PSD respondia aos jornalistas depois de questionado sobre o pedido que o Presidente da República vai fazer ao parlamento para reapreciar a lei sobre incompatibilidades e impedimentos de titulares de cargos políticos.

Montenegro falava no final de uma visita ao troço da antiga estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, que colapsou para o interior de duas pedreiras, em 2018, provocando cinco mortos. Escusando-se a comentar diretamente a decisão do Presidente da República, o líder social-democrata disse que, se for suscitada uma discussão sobre a lei para o futuro, o PSD logo verá “o contexto em que o assunto é colocado”, recusando mudanças na lei “só porque há problemas” e “a pensar em casos concretos”.

“Eu não gosto quando o legislador e os intervenientes políticos vão a correr mudar a lei para evitar juízos sobre casos concretos. Não farei isso e o PSD não vai apresentar nenhuma proposta de clarificação”, vincou. Assinalando que, até agora, “nenhum partido apresentou propostas de alteração da lei”, o líder do PSD assinalou que os sociais-democratas “convivem bem” com a atual legislação, o que não significa que concordem com todas as suas disposições.

Sobre se os esclarecimentos prestados até agora pelos governantes visados foram suficientes, Luís Montenegro considerou que “ainda não houve um esclarecimento cabal e uma verificação total do cumprimento da lei”. “Muito longe disso. Há indícios até de que houve violação da lei. Agora, eu não quero ser juiz daqueles que se confrontam comigo, porque há instituições que têm essa jurisdição”, nomeadamente para “fazer a investigação e aplicação da lei”.

“Eu só posso esperar que o sistema funcione, o sistema judicial, que aplica as leis”, acrescentou. Quanto ao “escrutínio político”, concluiu, esse “será feito no parlamento” pelo PSD, com declarações públicas já feitas e outras previstas para “os próximos dias”, cumprindo os sociais-democratas o seu “papel de escrutinadores”.

O Presidente da República explicou que vai pedir ao parlamento que a lei em vigor seja reapreciada e que se defina “por onde deve passar um regime que pacifique as angústias da sociedade portuguesa” com possíveis situações de “nepotismo ou relações clientelares excessivas”.

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+M

Macieira Cream lança “forte campanha” de media

A entrada no segmento dos licores surge como uma oportunidade para a marca. O objetivo, a prazo, é chegar aos 36 mercados nos quais a Macieira está presente.

A História Acabou de Começar é a campanha com a qual a Macieira está a comunicar o Macieira Cream, bebida com a qual a Maciera entrou no segmento dos licores.

O lançamento de Macieira Cream é suportado por uma forte campanha de media da responsabilidade da Universal Media. Trata-se de uma campanha multiplataforma com vários focos de investimento, dos quais se destacam televisão, out-of-home e digital”, explica ao +M/ECO Ricardo André, group brand manager da Pernod Ricard Portugal. A campanha é assinada pela Havas e produzida pela Casper Films.

O vídeo da campanha será divulgado e amplificado não só através em televisão (canais generalistas e cabo), mas também via digital media. “Pretendemos não só atingir os nossos atuais consumidores, como potenciais. Nesse sentido, decidimos apostar numa campanha diversificada, que inclui formatos de media mais tradicionais e outros mais alinhados com os consumos de media dos targets mais jovens”, continua Ricardo André.

O lançamento do Macieira Cream aconteceu no final de agosto. “Mediante os dados de vendas de licores em Portugal, que temos disponíveis, percebemos que é um mercado que no último ano cresceu dois dígitos, em território nacional, e a partir destes valores, detetámos de imediato uma oportunidade”, explica ao +M/ECO Ricardo André. O lançamento desta nova referência surge como uma oportunidade de a marca “chegar a um maior número de consumidores, com preferências diversificadas, prossegue.

A curto prazo, diz Ricardo André, “o grande objetivo deste lançamento, para o primeiro ano, é dar a conhecer Macieira Cream aos atuais consumidores da marca e potenciais novos consumidores. No entanto, estamos bastante otimistas, pois temos consciência da qualidade do produto e, por este motivo, temos a certeza de que será um sucesso de vendas”, continua, sem avançar números concretos.

O mercado português é neste momento a prioridade. “Paralelamente, temos também como objetivo explorar a presença nos mercados internacionais em que Macieira apresenta uma maior expressão. Dada a qualidade do produto e do seu sabor, acreditamos que Macieira Cream tem potencial para ser lançada nos 36 países em que a marca já é comercializada”, diz, embora sem detalhar datas.

A campanha agora lançada é protagonizada por Sara Paixão que, à semelhança deste novo licor, quer seguir um novo caminho, a música. “Hoje, a Sara pode afirmar que a sua história ainda agora está a começar – da medicina dentária para o mundo do fado, com o lançamento do novo single “Vem dançar” que serve de banda sonora desta nova campanha A História Acabou de Começar, contextualiza a marca.

“A mais recente campanha de Macieira Cream, produzida localmente, está pensada e construída para representar a capacidade da marca de se reinventar. À semelhança da protagonista – Sara Paixão –, a Macieira tem-se mostrado flexível aos novos tempos e vontades do consumidor, e é nesse sentido que afirmamos que a história acabou de começar: a história da Sara, de Macieira e de todos os consumidores que acompanham há vários anos a marca”, prossegue.

 

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Mudanças no mínimo de existência chegam a dar mais 5,9% no salário líquido em 2024. Veja as simulações

As novas regras do mínimo de existência vão beneficiar as pessoas com rendimentos próximos do salário mínimo. O montante isento de imposto aumenta. Veja as simulações.

O Governo avançou com mudanças no mínimo de existência, isto é, o valor até ao qual não há lugar ao pagamento de imposto, que vão trazer benefícios para quem ganha perto do salário mínimo. Segundo as simulações feitas pela EY para o ECO, um contribuinte que receba 11 mil euros brutos chega a ter um aumento de 5,9% no salário líquido em 2024, face ao que recebia com o regime atual.

O mínimo de existência tem um valor fixo neste ano e no próximo (10.640 euros), mas a partir de 2024 será calculado tendo em conta a evolução do Indexante dos Apoios Sociais (IAS). Até aqui, existia uma “distorção” que o Governo quer corrigir, que fazia com que quem recebesse um salário bruto de 10 mil euros acabasse por ter o mesmo rendimento líquido de quem recebia o salário mínimo (9.870 euros).

Com a norma transitória prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2023, um contribuinte solteiro, sem dependentes, residente fiscal em Portugal (Continente) passa a receber 9.924,60 euros líquidos este ano, uma subida de 54,6 euros face ao regime atual. Já nos anos seguintes passará a receber os mil euros limpos, já que fica abaixo do mínimo de existência e não há por isso lugar ao pagamento de imposto.

Já quem ganha 11 mil euros brutos por ano, segundo os mesmos pressupostos da anterior simulação da EY, terá o maior benefício percentual com as mudanças. Passa de um rendimento líquido de 10.250,08 euros com o regime atual para receber 10.856,45 euros em 2024, uma subida de 5,9% (ou seja, mais 606 euros).

Estes dois exemplos tinham aplicação já com a norma transitória, mas quem ganha acima disso apenas vai sentir os efeitos a partir de 2023. Um solteiro, sem dependentes que receba 12.500 euros brutos por ano vai ter um rendimento líquido mais alto apenas em 2023, passando de 11.423,78 euros para 11.609,47 euros. A subida é maior no rendimento líquido de 2024: chega aos 11.758,33 euros, mais 334 euros face ao regime atual (um aumento de 2,9%).

Finalmente, calculando as mudanças para alguém que receba 13 mil euros brutos por ano também só sente as mudanças no rendimento líquido do próximo ano. Este aumenta em 59,2 euros para 11.867,98 euros, atingindo os 12.058,88 euros de rendimento líquido em 2024 (uma subida de 250 euros face ao regime atual, que se traduz num aumento de 2,1%).

As mudanças chegam assim aos contribuintes de forma faseada: “Relativamente a 2022, beneficiará titulares de rendimentos brutos anuais até cerca de 11.220 euros, em 2023 será alargada até cerca de 13 mil euros anuais e em 2024 beneficiará pessoas até cerca de 14.000 euros (1.000 por mês)”, indica o Governo no relatório que acompanha a proposta de OE.

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Medina conta com cheque europeu de 7,92 mil milhões para ajudar a economia

Governo quer terminar o ano com execução de 87% do PT2020 e admite novas reprogramações para não perder verbas. Prioridade em 2023 é acelerar a execução “exigente” do PRR e implementar o PT2030.

O ministro das Finanças inscreveu no Orçamento do Estado para 2023 um cheque de 7,92 milhões de euros de Bruxelas para ajudar a economia a crescer 1,3%, mas também a fazer a transição verde e digital. A grande fatia ainda é do Portugal 2020, que tem de encerrar operações no próximo ano.

Os fluxos financeiros entre Portugal e a União Europeia traduzem-se em cheques pagos e recebidos, isto porque Portugal tem de contribuir para o Orçamento comunitário, por exemplo, apesar de receber muito mais na volta do correio. No próximo ano, o país vai pagar aos cofres da União Europeia 2.525,4 milhões de euros, mas vai receber da UE 10.449 milhões de euros, o que resulta num saldo líquido de 7,92 mil milhões.

Em causa estão verbas do PT2020, o atual quadro comunitário de apoio cuja execução tem de ser concluída em 2023, o Next Generation EU e o PT2030 que já vai representa quase metade do quadro anterior, uma vez que a expectativa é a de esteja totalmente operacional no próximo ano.

Do PT2020 Portugal deverá receber 3,31 mil milhões de euros este ano, uma estimativa inferior à inscrita no OE2022, que era de 4,2 mil milhões, e que pode ser explicada pelos atrasos na execução do quadro comunitário devido à pandemia, à guerra na Ucrânia e ao escalar da inflação e da escassez de matérias-primas que desincentivam o investimento. E para o próximo estão inscritos 4,39 mil milhões de euros, porque a expectativa das autoridades é que o PT2020 evolua de acordo com os mesmos pressupostos deste ano.

“Como plano de encerramento, o PT2020 tem como meta atingir os 87% de execução até ao final de 2022 e a plena absorção da dotação em 2023”, pode ler-se na proposta de OE2023. Até ao final de agosto, de acordo com os dados da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, a taxa de execução do PT2020 era de 77%. Ou seja, o Executivo espera executar dez pontos percentuais em quatro meses. Para isso conta com a bolsa de recuperação e tem previstos mais exercícios de reprogramação de verbas.

Mas o Ministério do Planeamento também sublinha no documento que a grande prioridade em 2023 é acelerar a execução “exigente” do PRR e implementar o Portugal 2030.

“PRR e Portugal 2030 constituem fortes instrumentos para impulsionar a transformação estrutural do país nesta década”, por isso, “uma das principais prioridades da área do Planeamento”, que tem a tutela política dos fundos europeus, “para o ano de 2023 é garantir a concretização integral e atempada dos investimentos e reformas constantes do PRR, nomeadamente através do cumprimento das metas e dos marcos acordados com a Comissão Europeia, o que exige um cuidadoso exercício de planeamento e de mobilização de todos os atores envolvidos”.

Assim, do PT2030, que já teve os primeiros concursos lançados este ano em regime de antecipação, deverá receber 2,36 mil milhões de euros no próximo ano, depois dos 100,7 milhões que o Executivo conta receber ainda este ano.

Finalmente, os montantes previstos no âmbito do Next Generation EU que engloba o Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR), o React, o Fundo de Transição Justa e o Desenvolvimento para 2023 ascendem a 3,67 mil milhões, com particular destaque para as subvenções no âmbito do PRR.

Há ainda 19,7 milhões de euros a receber no âmbito da Reserva de Ajustamento ao Brexit.

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Ministra garante portagens mais baratas nas autoestradas do Interior e na A22

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

“O compromisso é reduzir as portagens [nas autoestradas do Interior e na A22]. Vamos estudar qual a redução de portagens que conseguimos fazer num programa mais vasto”, disse Ana Abrunhosa.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou esta terça-feira que em 2023 haverá uma redução do preço das portagens nas autoestradas do Interior e na Autoestrada 22 (A22), mas escusou-se a avançar qualquer valor.

Em Barcelos, distrito de Braga, à margem do Fórum Regional da Indústria, Ana Abrunhosa sublinhou que a redução se integrará num programa “mais completo” de mobilidade e acessibilidade para fomentar o uso do transporte público. “O compromisso é reduzir as portagens [nas autoestradas do Interior e na A22]. Vamos estudar qual a redução de portagens que conseguimos fazer num programa mais vasto”, referiu, adiantando que o estudo de mobilidade e acessibilidade deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2023.

“As portagens em territórios do Interior são um custo de contexto elevadíssimo, nunca negámos isso”, disse ainda, ressalvando, contudo, que a redução terá de ser “sustentável”, para perdurar ao longo dos anos. Ana Abrunhosa admitiu também ter consciência de que o Interior reivindica o fim das portagens, mas disse que “não há condições” para adotar essa medida.

A ministra da Coesão Territorial reconheceu igualmente que as medidas que fomentem o uso de viatura própria são “em contraciclo” com a necessidade de fomentar o uso de transportes públicos, mas lembrou que o interior não tem alternativas.

No interior não há alternativas em termos de estradas e também não há transporte público como no litoral. A ideia é reduzir [as portagens], mas não é a solução. A solução é fomentar oferta de transportes públicos”, salientou.

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OE de austeridade? “Dizer isso é não perceber a diferença entre boa governação e austeridade”, diz Costa

"Não conheço desde o primeiro dia da minha governação tempo que não tenha sido exigente e tempo que não tenhamos estado rodeados de incerteza", afirmou António Costa.

António Costa admite que “os tempos são incertos” e “exigentes” face às consequências desencadeadas pela invasão russa à Ucrânia, mas sublinha que não conhece “desde o primeiro dia” da sua governação “tempo que não tenha sido exigente e rodeado de incerteza”. O primeiro-ministro recusou também as críticas de que a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) é de austeridade. “Dizer isso é não perceber a diferença entre boa governação e austeridade“, disse.

“Não conheço desde o primeiro dia da minha governação tempo que não tenha sido exigente e tempo que não tenhamos estado rodeados de incerteza“, afirmou o primeiro-ministro no arranque da reunião do grupo parlamentar do PS, em declarações transmitidas pela RTP3, relembrando o processo de resolução que estava em curso do Novobanco no início do seu mandato e os “anos duros” para sair do procedimento por défice excessivo.

Além disso, o também secretário-geral do PS destacou que as dificuldades vividas nos últimos dois anos na sequência da pandemia e a que “se somou uma crise política”. “Quando vencida a crise política e aparentemente entrando num período mais sereno da pandemia foi desencadeada uma guerra como ninguém vivia nos últimos 70 anos“, disse Costa, acrescentando que a guerra provocou “estilhaços”, nomeadamente desencadeando a crise energética e problemas nas caldeias de abastecimento.

“Perante a incerteza externa e a incerteza que nos rodeia o nosso dever é assegurar certezas e confiança”, sinalizou, para depois, sublinhar que “uma maioria assegura estabilidade”, mas “nenhuma maioria se basta a si própria”. “Por isso temos apostado no diálogo”, sinalizou, dando como exemplo o processo de descentralização, o diálogo estabelecido com o PSD sobre o novo aeroporto de Lisboa e o acordo do passado fim de semana na concertação social.

Por fim, o primeiro-ministro defendeu ainda a proposta de Orçamento de Estado para 2023, referindo que esta “honra vários compromissos fundamentais”, dando como exemplo o complemento de garantia infantil ou o aumento do abono de família.

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Novobanco cria linha de crédito “verde” de até 250 milhões

  • Capital Verde
  • 11 Outubro 2022

Esta iniciativa na área do financiamento sustentável enquadra-se num compromisso do Novobanco para os próximos três anos.

O Novobanco vai lançar uma nova linha de crédito de até 250 milhões de euros para financiar projetos sustentáveis no sentido de “contribuir positivamente para apoiar as empresas a transitar para uma economia mais sustentável e de baixo carbono”. Empresas e empresários em nome individual vão ser os beneficiários deste apoio.

De acordo com a nota divulgada, a “Linha de Crédito Sustentabilidade 2022” servirá para apoiar “o tecido empresarial na sua transição energética” numa altura em que se são alocados esforços para se concretizar as metas de neutralidade carbónica até 2050, tal como prevê o Acordo de Paris.

Este novo crédito tem duas finalidades. A primeira é um apoio ao investimento “destinado à transição energética, ou que esteja de acordo com algum dos objetivos ambientais da taxonomia da União Europeia”. Aqui o prazo máximo do empréstimo são 10 anos.

Já a segunda linha é apoio ao fundo de maneio, e está “acessível a empresas com CAE elegível de acordo com a taxonomia da União Europeia”. Aqui o prazo é até quatro anos.

Segundo o comunicado, são várias as atividades económicas elegíveis da taxonomia, “que são consideradas alinhadas com os objetivos da taxonomia quando contribuam significativamente para um dos seguintes objetivos”, entre elas, mitigação das alterações climáticas, adaptação às alterações climáticas ou uso sustentável e proteção de recursos hídricos e marinhos. Mas além destas, estão incluídas também atividades económicas que contribuam para a transição para uma economia circular, previnam o ambiente contra a poluição e contribuam para a proteção e reabilitação da biodiversidade e ecossistemas.

“Esta iniciativa na área do financiamento sustentável às empresas, enquadra-se num compromisso do Novobanco para os próximos três anos, onde se valorizará o financiamento do investimento que vise a transição energética, promova a economia circular, e uma economia de baixo carbono”, escreve o banco liderado por Mark Bourke em comunicado.

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Ex-administradora da Caixa e sócio da Uría vão para a administração do BCP

  • ECO
  • 11 Outubro 2022

Altina Gonzalez (ex-gestora da Caixa) e Pedro Ferreira Malaquias (partner da Uría) foram indicados para o conselho de administração do BCP e aguardam autorização do BCE.

O BCP indicou os nomes da ex-gestora da Caixa, Altina Gonzalez, e do partner da Uría Menéndez, Pedro Ferreira Malaquias, para o cargo de administradores não executivos do banco, anunciou esta terça-feira o banco.

“A cooptação ficou sujeita à condição suspensiva da obtenção de autorização por parte do Banco Central Europeu para o exercício de funções e será apresentada para ratificação na próxima assembleia geral do banco”, adiantou a instituição em comunicado enviado ao mercado.

Altina Sebastián foi administradora não executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD) até dezembro passado, enquanto Pedro Ferreira Malaquias já foi consultor jurídico da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

O banco nomeia agora estes dois nomes depois de ter indicado inicialmente Clara Raposo (indicada posteriormente para vice-presidente do Banco de Portugal) e Teófilo da Fonseca para o board, que manifestaram indisponibilidade para assumir funções no banco liderado por Miguel Maya.

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Estratégia da Una Seguros inclui descontos no seu 4º aniversário

  • ECO Seguros
  • 11 Outubro 2022

A campanha de aniversário da Una seguros consiste na oferta de um vale no valor de 14% do prémio da apólice do cliente. Terminado o mês da celebração, o valor do vale desce para 10%.

Comercializada através dos agentes e corretores da Una seguros, a campanha de aniversário Bem Me Quer estabelece que, até ao final do mês de outubro, na subscrição de um Seguro Vida Crédito Habitação ou Previdência Total, ou de um Seguro de Saúde Individual Viva+Saudável, a Una oferece 14% de desconto sobre o prémio comercial da apólice.

Teresa Mendonça Bello é a Strategic Marketing Manager da Una Seguros.

A partir do dia 1 de novembro e até ao final de janeiro de 2023, as condições mudam e a oferta passa a 10% de desconto sobre o prémio comercial da apólice. Os benefícios não se aplicam a apólices com valores inferiores a 100 euros de prémio comercial.

Teresa Mendonça, Diretora de marketing estratégico da Una, explicou a génese da campanha Bem Me Quer: “Há coisas das quais as pessoas não abdicam e a proteção da família é uma delas. Ter um Seguro de Saúde ou um Seguro de Vida, não isenta as pessoas de problemas ou acidentes, mas ambos proporcionam uma sensação de segurança e proteção inigualável.”

Com base na premissa de que a saúde e o bem-estar são pilares essenciais da vida, a campanha Bem Me Quer procura proporcionar aos seus clientes uma proteção adaptada a necessidades básicas do a dia a dia, disse a companhia em comunicado.

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Alteração ao sistema de retenção dos trabalhadores independentes “demorará mais tempo”

Alterações ao modelo de retenção na fonte avançam já para dependentes e pensionistas, mas Governo deixa para mais tarde adaptação para os trabalhadores independentes.

As alterações ao modelo de retenção na fonte de IRS, previstas na proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), vão avançar já para os trabalhadores dependentes e para os pensionistas, mas para os trabalhadores independentes “demorará mais tempo”, disse esta terça-feira o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, referindo que o Governo está a trabalhar nisso.

“Estamos a trabalhar nas mudanças do modelo de retenção na fonte para a categoria B [trabalhadores dependentes] que substitua a taxa fixa de 25%“, disse António Mendonça Mendes esta terça-feira, durante uma conferência sobre o OE2023, organizada pela Católica e pela KPMG.

O objetivo do Executivo é fazer com que “a retenção na fonte seja mais adaptada aos rendimentos dos trabalhadores independentes” e é nisso que o Governo está a trabalhar, embora admita que vá demorar mais algum tempo.

Demorará mais tempo, mas a alteração que entra em vigor para as categorias A [trabalhadores dependentes] e H [pensionistas] não inviabiliza o trabalho que estamos a fazer na categoria B”, disse o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

De acordo com a proposta do OE2023, “os sistemas de pagamento de salários e pensões devem ser adaptados ao novo sistema de retenções na fonte de IRS (…), de forma a permitir a aplicação de taxas de retenção na fonte mais adequadas à situação tributária dos sujeitos passivos”.

O atual sistema faz com que no limiar da mudança do escalão de rendimento, em que a taxa aumenta, ocorram “situações de regressividade, em que um aumento do rendimento bruto não é refletido num aumento do rendimento líquido, nesse mês”.

Este novo sistema de retenções na fonte terá ainda de ser aprovado pelo membro do Governo responsável pela área das Finanças, com o Governo a estimar que a medida possa beneficiar cerca de três milhões de agregados.

“Embora estas situações sejam corrigidas aquando da entrega da declaração anual de IRS (por via de reembolso de IRS), a reformulação do sistema de retenções garantirá que a um aumento do rendimento bruto corresponde sempre a um aumento no rendimento líquido, no próprio mês”, lê-se.

Para tal, em 2023, as empresas terão de adaptar os sistemas de pagamento de salários e pensões de forma a aplicar as novas tabelas de retenção, as quais passarão de um modelo de taxa única para um modelo de taxas marginais, tal como sucede no cálculo do valor de IRS a pagar em cada ano.

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