Turquia levanta veto à adesão da Finlândia e Suécia à NATO

  • Lusa e ECO
  • 28 Junho 2022

A Turquia levantou o veto à adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica, após a assinatura de um memorando que “responde às preocupações” de Ancara, disse o secretário-geral da NATO.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou esta terça-feira que a Turquia levantou o seu veto à adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica, após a assinatura de um memorando que “responde às preocupações” de Ancara. É uma notícia que será desenvolvida nas próximas horas.

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5 ideias que Christine Lagarde deixou em Sintra

O BCE está comprometido em fazer baixar a inflação, mas sem causar uma crise da dívida. Diz que os Governos também devem fazer a sua parte. Lagarde deixou cinco ideias em Sintra.

Christine Lagarde, presidente do BCE, no Fórum Anual em Sintra. Sérgio Garcia | Your Image

Na abertura do segundo dia do Fórum Anual do BCE, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) fez um diagnóstico dos problemas que a Zona Euro enfrenta, assegurou que a autoridade monetária está comprometida em fazer baixar a inflação que está a aumentar o custo de vida das pessoas, podendo ser mais agressiva na subida das taxas se for necessário. Em Sintra, Christine Lagarde também revelou que os reinvestimentos do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP) começam a 1 de julho e confirmou que o escudo “anti-crise” que está a ser desenhado virá com condicionalismos, mantendo pressão sobre os governos.

Juros podem subir mais agressivamente

Um dado adquirido: o BCE vai subir as taxas de juro em 25 pontos base na reunião de 21 de julho, protagonizando a primeira subida em mais de uma década para travar a escalada da inflação, que situou nos 8,1% em maio, confirmou Christine Lagarde.

Não restam dúvidas de que virá aí um novo ciclo na Zona Euro com o dinheiro mais caro. Em princípio, os juros voltarão a subir mais 25 pontos base na reunião do conselho de governadores de setembro, mas a presidente abriu a porta a um aumento mais acentuado se as tensões inflacionistas se mantiverem. “Se o outlook de médio prazo persistir ou deteriorar, um aumento maior será apropriado na reunião de setembro”, disse a francesa.

Lagarde assumiu o compromisso de “movimentar-se mais rapidamente” se a informação apontar nesse sentido. “É um compromisso, contudo, dependente dos dados”, frisou.

Na próxima sexta-feira, o Eurostat fará uma atualização da inflação em relação ao mês de junho e os economistas sondados pela Bloomberg antecipam uma subida da taxa para os 8,5%.

Mas há flexibilidade na normalização

Segundo Lagarde, o banco central está pronto para aumentar as taxas de juro, “de uma forma determinada e sustentada”, mas incorporando princípios de “gradualismo e opcionalidade”.

O que é que isto significa? “Significa mover-se gradualmente se houver incerteza sobre as perspetivas, mas com a opção de agir de forma decisiva sobre qualquer deterioração da inflação no médio prazo, especialmente se houver sinais de desancoragem das expectativas de inflação”, explicou a presidente do BCE.

Lagarde lembrou que a continuação da guerra na Ucrânia está a impulsionar os preços de forma muito significativa. Há incerteza sobre “quão rapidamente a inflação poderá regressar ao objetivo de médio prazo” de 2% do BCE.

Primeira linha de defesa da periferia já a 1 de julho

Depois de anunciar a subida dos juros na reunião de junho, o BCE assistiu um agravamento acentuado do risco dos países da periferia em relação à Alemanha, nomeadamente Itália, Portugal e Espanha, que viram os juros dispararem repentinamente. O risco de fragmentação da Zona Euro levou o banco central a agir prontamente. Anunciou duas medidas: mandou acelerar a criação de um instrumento que vai atuar contra o disparo dos spreads e vai flexibilizar os reinvestimentos do programa de compras de emergência pandémica (PEPP), que foi descontinuado em março.

Lagarde anunciou que estes reinvestimentos começarão já a 1 de julho, depois de terminado o programa de compra de ativos APP (que veio substituir o PEPP há três meses). Em concreto, o BCE vai usar o dinheiro das obrigações compradas no PEPP que vencerem na compra de novos títulos de dívida da Zona Euro para estabilizar os mercados.

Escudo vem com condicionalidade

Em relação à ferramenta contra a fragmentação da Zona Euro, Lagarde confirmou aquilo que já vinha sendo reportado pelas agências internacionais: o escudo anti-crise virá com condicionalismos e os governos só poderão beneficiar da sua proteção se mantiverem políticas orçamentais saudáveis. É um requisito importante para responder ao ceticismo dos chamados países frugais.

“O novo instrumento terá de ser eficaz, ao mesmo tempo proporcional e conter salvaguardas suficientes para preservar o ímpeto dos Estados-membros para uma política orçamental sólida”, disse Lagarde.

A agência Reuters adiantava precisamente há duas semanas que o escudo do BCE poderia estar associado às recomendações económicas da Comissão Europeia.

Esta ferramenta irá atuar sempre que os spreads da dívida se afastarem para além dos fundamentos económicos dos países, mas não será um obstáculo à redução da inflação, explicou Lagarde, que sublinhou a importância do mecanismo para o BCE poder avançar com a normalização da política monetária sem causa desequilíbrios entre os Estados-membros.

Governos “devem fazer a sua parte”

A política monetária está e vai continuar a atuar para travar as tensões inflacionistas. A Zona Euro enfrenta um conjunto de choques “complexos” que vai reduzir o crescimento económico e impulsionar a inflação.

“Neste contexto, é imperativo que os decisores políticos, dentro dos seus mandatos, respondam a estes riscos para as perspetivas económicas”, disse Lagarde, sublinhando que “os decisores orçamentais devem fazer a sua parte na redução destes riscos”. Como? “Dando apoios direcionados e temporários enquanto, no médio prazo, seguem o quadro de regras sobre a sustentabilidade da dívida e a estabilização macroeconómica”.

Ao ECO, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, também havia chamado a dimensão orçamental para a discussão, dizendo que as respostas aos “desafios complexos” que enfrentamos “não se esgotam na margem de atuação da política monetária”.

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Assis suspende participação internacional do CES em protesto contra a Rússia

  • Lusa
  • 28 Junho 2022

Saída da Rússia da presidência da AICESIS é exigida em documento subscrito por 12 países europeus com França, Espanha e Portugal a suspender a sua participação, pelo que poderá ser até um ano e meio.

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, abandonou esta terça-feira, em Atenas, a assembleia geral da associação internacional, suspendendo a participação portuguesa enquanto a Rússia se mantiver na presidência da organização.

Os representantes dos CES de Espanha e de França assumiram idêntica posição e suspenderam também a sua participação na AICESIS – Associação Internacional dos Conselhos Económicos e Sociais e Instituições Similares, até a Rússia deixar a presidência da associação, o que deverá ocorrer dentro de ano e meio.

“A reunião de hoje [terça-feira] foi atribulada […], com França, Espanha e Portugal a exigirem a demissão russa, por considerarem inadmissível que o congénere russo seja um defensor da propaganda russa relativamente à guerra na Ucrânia”, disse à agência Lusa Francisco Assis, após ter abandonado a reunião em Atenas.

Embora só os três países tenham assumido a sua exigência com intervenções na reunião e com o abandono da mesma, a saída da Rússia da presidência da AICESIS foi exigida num documento subscrito por 12 países europeus.

“Nós cumprimos o nosso papel e suspendemos simbolicamente a nossa participação, penso que os restantes países europeus signatários irão assumir a mesma posição, suspendendo também a sua participação”, disse Francisco Assis.

Segundo o presidente do CES, os países europeus estiveram em minoria no encontro, dado que a maior parte dos países assumiu um “grande silêncio” relativamente à guerra da Ucrânia e a China considerou que se trata de um conflito entre as duas partes.

“Mas não é assim, porque a Ucrânia é que foi invadida e está a ser atacada e é lá que estão a morrer pessoas”, considerou.

Francisco Assis explicou que, para a presidência russa ser destituída eram necessários dois terços dos votos, mas os 12 signatários europeus eram minoritários relativamente ao total de 78 participantes na assembleia.

Em março, o CES português e os seus congéneres da União Europeia suspenderam todas as atividades no âmbito da Associação Internacional dos Conselhos Económicos e Sociais e Instituições Similares até à realização da assembleia geral, com o objetivo de retirar a presidência da associação à congénere russa, a Câmara Cívica da Federação Russa.

Na altura, os CES europeus consideraram inaceitável que a organização russa reproduzisse o discurso oficial da Federação Russa, de atribuir a responsabilidade da guerra à Ucrânia e condenaram a invasão da Ucrânia perpetrada pela Rússia. A próxima assembleia geral da AICESIS vai realizar-se em Belgrado e a seguinte na Rússia.

A próxima presidência da AICESIS, que é sempre rotativa, será atribuída a um país da Europa ocidental. A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, acusando Kiev de alegado genocídio de populações de língua russa na região do Donbass (leste).

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TrustEnergy investe 45 milhões de euros para aumentar potência de parques eólicos em Portugal

O investimento vai servir para reforçar a potência dos quatro parques eólicos da empresa localizados em Fafe, Mourisca, Nave e Ralo.

A TrustEnergy vai investir 45 milhões de euros para reforçar a capacidade de produção em quatro dos parques eólicos da sua participada TrustWind. De acordo com o comunicado divulgado esta terça-feira, a operação ficará concluída no primeiro semestre de 2023 e irá reforçar a capacidade destes parques até 20%, face à sua atual potência instalada.

Estão previstas intervenções em quatro parques eólicos, localizados em Fafe, Mourisca, Nave e Ralo, onde a Trustenergy substituirá os atuais aerogeradores por outros equipamentos de nova geração, mais potentes. “Esta operação insere-se numa estratégia de expansão, investimento e otimização dos parques eólicos existentes, com a possibilidade de sobreequipar os mesmos e aumentar a capacidade de produção renovável em Portugal”, informa o comunicado do grupo empresarial português detido pela francesa Engie e pela japonesa Marubeni.

Para tal, a TrustEnergy contará com o suporte das empresas Vestas, CME, WindPark, Siemens Energy, Siemens e a consultora Quadrante. Os contratos com estas entidades já estão todos assinados e está previsto o início das obras ainda este mês.

“Esta operação de reforço da capacidade de produção destes parques eólicos exemplifica o compromisso da TrustEnergy no aumento da capacidade renovável em Portugal e na descarbonização da produção elétrica e representa mais um passo do investimento que estamos a fazer no país para aumentar a nossa capacidade de produção de energia renovável”, comenta José Grácio, CEO da TrustEnergy.

 

 

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NATO compromete-se em atingir neutralidade carbónica até 2050

Secretário-geral reconheceu que a redução das emissões dos gases com efeito de estufa "não vai ser fácil mas pode ser feito".

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) comprometeu-se em reduzir a emissão de gases com efeito estufa (GEE) em 45% até 2030, garantindo atingir a neutralidade carbónica até 2050. O compromisso foi anunciado esta terça-feira pelo secretário-geral Jens Stoltenberg, fazendo deste o primeiro compromisso de redução de emissões assumido pela aliança.

“Todos os aliados estão comprometidos em reduzir as suas emissões de GEE como parte do Acordo de Paris. Não vai ser fácil mas pode ser feito“, garantiu o responsável esta tarde na abertura da cimeira da NATO que decorre até sexta-feira, em Madrid.

Para alcançar a meta, explicou o secretário-geral será necessário adaptar as forças armadas através de uma aposta em tecnologia verde, nomeadamente, “fontes de energias renováveis, combustíveis sintéticos amigos do ambiente e soluções mais eficientes em energia”.

Em Madrid, a Aliança Atlântica deverá aprovar um novo Conceito Estratégico, o documento que orienta as opções da NATO para a próxima década e que, segundo Stoltenberg, vai estabelecer que as alterações climáticas “são um desafio decisivo” e “um multiplicador de crises”.

Stoltenberg alertou também para o risco de cada Estado-membro da NATO optar por um caminho próprio nesta transição para tecnologias verdes e sem emissões poluentes, criando “um mosaico de sistemas incompatíveis”, e considerou que a organização é a plataforma ideal para os países se coordenarem.

No entanto, o compromisso poderá ser difícil de alcançar. Um estudo da Universidade de Boston, de 2019, citado pela Reuters, indicava que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos era o maior consumidor de petróleo do mundo, enquanto dados do Parlamento Europeu revelavam que, em 2019, a pegada de carbono dos militares do bloco era de cerca de 24,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente – aproximadamente o mesmo que as emissões de CO2 de cerca de 14 milhões de carros.

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Noucor instala 4 mil painéis solares e poupa 22% em energia

  • Servimedia
  • 28 Junho 2022

A Noucor instalou 4 mil painéis solares nas suas instalações em Barcelona, Espanha. Esta decisão vai fazer a empresa poupar 22% em energia e reduzir as emissões de CO2 em mais de 470 toneladas.

A Noucor, uma empresa farmacêutica centrada no negócio B2B e apoiada pela MCH Private Equity, começou a operar com energia solar nas suas instalações em Palau-solità i Plegamans (Barcelona), onde instalou 4 mil painéis solares, noticia a Servimedia.

A instalação destes painéis solares vai permitir à empresa ficar com um espaço de energia de autoconsumo de 2.482 MWh, reduzir a sua pegada de carbono (menos 471 menos toneladas de CO2 por ano) e, ainda, reduzir 30% no consumo de energia externa.

Os painéis, que já estão a funcionar normalmente e que exigiram um investimento de 1,5 milhões de euros, também vão permitir reduzir as contas de eletricidade em 22% nos escritórios e instalações da empresa em Palau-Solità i Plegamans.

O novo espaço de energia fotovoltaica na empresa foi inaugurado esta terça-feira por David Perdigó, CEO da Noucor, juntamente com Jordi Ravanals, diretor de Operações da empresa, Isabel Vallès, diretora de Sustentabilidade e EHS, e Sergi Plaza, vereadora de Economia, Serviços Municipais, Inovação e Eficiência Energética da Câmara Municipal de Palau-solità i Plegamans.

Durante o evento, o CEO da Noucur destacou o empenho da empresa na transição energética, que considera ser “a chave para controlar as alterações climáticas”, e salientou a importância da energia solar para atingir este objetivo por ser a opção “mais acessível a todos os tipos de consumidores”.

Por sua vez, Jordi Ravanals, explicou que a Catalunha é “uma área ideal para a exploração da energia solar”, uma vez que tem uma média de 2.700 horas de sol por ano.

“Este é um compromisso firme que visa contribuir para a melhoria do planeta e o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, concluiu Sergi Plaza, ao mesmo tempo que encorajou o tecido empresarial de Palau-solità i Plegamans a aderir a este tipo de iniciativa.

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Julgamento da multa de 48 milhões à EDP por abuso de posição dominante pode ser suspenso

  • Lusa
  • 28 Junho 2022

Tribunal da Concorrência admite suspender o julgamento do recurso da EDP Produção à multa aplicada pelo regulador por abuso de posição dominante para que tribunal europeu se pronuncie.

O Tribunal da Concorrência admite suspender o julgamento do recurso da EDP Produção à coima de 48 milhões de euros por abuso de posição dominante, para que o Tribunal de Justiça da União Europeia se pronuncie sobre algumas questões.

O julgamento do recurso da EDP Produção à coima que lhe foi aplicada, em 2019, pela Autoridade da Concorrência (AdC), iniciado em outubro de 2021, tem alegações finais agendadas para o próximo dia 6 de julho, tendo o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, admitido a possibilidade de vir a suspender o processo para reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

Em resposta ao convite feito pelo juiz Sérgio Sousa para que os sujeitos processuais pensassem em eventuais questões que entendessem pertinente colocar ao TJUE, caso venha a decidir pelo reenvio prejudicial, tanto a AdC como a EDP apresentaram as suas sugestões, em requerimentos juntos ao processo, consultado esta terça-feira pela Lusa.

Ambas afirmam não verem necessidade de ocorrer essa diligência, com a Autoridade da Concorrência a lembrar que levaria ao “adiamento desnecessário” de uma decisão do tribunal.

O reenvio prejudicial é possível desde que seja suscitada uma questão de interpretação nova e que tenha interesse para a aplicação uniforme do direito da União Europeia ou quando a jurisprudência existente não permita lidar com uma nova situação jurídica.

Na condenação proferida pela AdC, a EDP – Gestão da Produção de Energia, S.A. (EDP Produção) é acusada de ter, durante cinco anos (de 2009 a 2013), manipulado a sua oferta do serviço de telerregulação ou banda de regulação secundária.

Segundo a decisão da AdC, com esta prática, a EDP Produção limitou a oferta de capacidade das suas centrais que beneficiam de compensações públicas ao abrigo do regime CMEC (Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual), reforçando as centrais em regime de mercado, “de modo a ser duplamente beneficiada, em prejuízo dos consumidores”.

A banda de regulação secundária ou telerregulação é o serviço que assegura que, a todo o momento, os consumidores recebem a energia elétrica de que necessitam, equilibrando a produção das centrais e o consumo das famílias e das empresas, explicita a AdC.

Os CMEC foram criados pelo Governo em 2004, para garantir às centrais de geração de energia elétrica uma remuneração equivalente à que poderiam obter em troca pela rescisão antecipada dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) que tinham assinado com a REN.

Agendadas para esta terça-feira, as alegações finais acabaram por ser adiadas para a próxima semana, já que foi dado prazo ao Ministério Público e à AdC para exercerem o contraditório relativamente a um parecer do ex-juiz do Tribunal Geral da União Europeia Ian Forrester, junto pela EDP.

Nesse parecer, cuja tradução deu entrada ao final da tarde de segunda-feira, Ian Forrester sugere que a decisão da AdC seja anulada ou devolvida para mais considerações ou, caso tal não aconteça, que a coima seja substancialmente reduzida, por, nomeadamente, considerar que a EDP cumpriu todos os pedidos da REN e que houve falha ao não se identificarem as ligações e interdependências dos vários produtores de eletricidade nos vários serviços do sistema.

A 30 de maio, a AdC havia juntado um segundo parecer jurídico elaborado por Richard Whish, professor de Direito da Concorrência da Universidade King’s College (que tinha já feito um parecer entregue nas alegações de resposta ao recurso da EDP), o qual corrobora a posição da Autoridade da Concorrência sobre a prática de abuso de posição dominante.

O Tribunal conta, ainda, com o parecer de Steffen Hoerning, professor da Nova SBE, cuja nomeação como assessor técnico do TCRS para este processo foi contestada pela EDP, por ter sido orientador de tese de uma assessora da AdC, tendo, contudo, sido indeferida a causa de suspeição levantada.

Stephen Hoerning conclui, no parecer datado de 26 de abril, que existiu de facto uma “estratégia” da EDP de evitar que as centrais CMEC fossem escolhidas para fornecer banda de regulação secundária e de tentar sensibilizar a REN sobre “perdas” nas reuniões de revisão anual dos CMEC, dando como exemplo a introdução, em 2010, de restrições adicionais às simulações do Valorágua.

O processo teve origem num estudo da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) que analisou a formação dos preços no mercado de serviços de sistema do setor elétrico nacional, pedindo a ERSE à AdC, em março de 2013, que analisasse e identificasse eventuais práticas que configurassem incumprimentos do quadro legal da concorrência.

Em novembro de 2013, a AdC recomendou ao Governo uma revisão do regime dos CMEC, por entender que implicava riscos de sobrecompensação no auxílio de Estado atribuído à EDP Produção por rescisão antecipada dos CAE, bem como a realização de uma auditoria independente para avaliar riscos de sobrecompensação.

Em abril de 2014, o então secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, determinou uma auditoria pela REN para apurar o risco de sobrecompensação no modo de cálculo da revisibilidade de centrais abrangidas no mecanismo de CMEC e eventual distorção da concorrência.

A auditoria, desenvolvida pela Brattle, e o parecer da comissão que acompanhou este trabalho identificaram problemas de índole regulatória e contratual e eventual ocorrência de distorções concorrenciais, no quadro de funcionamento do mercado de banda de regulação secundária (serviço de telerregulação).

A ERSE e a AdC detetaram indícios de baixos níveis de utilização das centrais CMEC na prestação de serviço de telerregulação, em comparação com centrais hidroelétricas em regime de mercado, o que poderá ter estado na origem da subida dos preços no mercado no período em causa.

A EDP alega que as centrais CMEC estão concentradas no mercado terciário, ficando, assim, indisponíveis para o serviço de telerregulação e refere depoimentos de testemunhas durante o julgamento que apontaram erros e omissões no modelo de simulação de mercado feito pelo Brattel Group.

A empresa afirma que não foram tidas em conta questões como as perdas e incumprimentos gerados pela utilização do modelo Valorágua, ignorando o impacto nas receitas efetivamente auferidas, sublinhando que “raciocínios retroativos abstratos” se tornam “grosseiros e errados”.

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Acidentes com bicicletas aumentam 20% em 2021. Número de mortes mais do que duplica

  • Lusa
  • 28 Junho 2022

Os acidentes com bicicletas aumentaram 20,4% no ano passado em relação a 2020 e as mortes envolvendo ciclistas mais do que duplicaram, totalizando 23 vítimas.

Os acidentes com bicicletas aumentaram 20,4% no ano passado em relação a 2020 e as mortes envolvendo ciclistas mais do que duplicaram, totalizando 23 vítimas, revelou esta terça-feira a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

O relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária de 2021 salienta o crescimento de 20,4% dos velocípedes como veículos intervenientes em acidentes para 2.756 desastres no ano passado, apesar de o peso dos ciclistas ser apenas 5,8% no total de sinistros registados.

Segundo a ANSR, os acidentes envolvendo ciclistas provocaram 23 mortos em 2021 (mais 130% do que em 2020), 138 feridos graves (mais 16%) e 2.511 feridos ligeiros (mais 19,7%).

Mortes em acidentes com bicicletas mais do que duplicaram no ano passadoPixabay

No ano passado aumentaram também os mortos devido a acidentes com tratores agrícolas, registando-se 14 vítimas (mais 16,7% do que em 2020) e 25 feridos graves (mais 8,7%), num total de 194 desastres (mais 2,6%).

O relatório dá conta que os automóveis ligeiros foram responsáveis por 72% dos acidentes ocorridos no ano passado, tendo-se verificado 34.426 desastres (mais 12,8%), seguindo-se os ciclomotores e motociclos, com 8.529 acidentes (mais 8,4%).

Apesar do aumento dos acidentes, os mortos em automóveis ligeiros diminuíram 14,4% em 2021 e em motos também desceram 1,9%.

A ANSR indica que em 2021 ocorreram 29.217 acidentes com 390 vítimas mortais, 2.106 feridos graves e 34.217 feridos ligeiros, mantendo-se o número de mortos face ao ano anterior e registando-se aumentos nos desastres (10,2%) e de feridos (+15,1% graves e +11,4% ligeiros).

“Comparando os valores do continente em 2021 com a média dos anteriores cinco anos (2016 a 2020), verificaram-se reduções nos totais de todos os principais indicadores: menos 10,5% nos acidentes, menos 16,2% nas vítimas mortais, menos 0,4% nos feridos graves e menos 12,8% nos feridos leves”, lê-se no relatório.

De acordo com a ANSR, a colisão foi o acidente mais frequente, seguido do despiste e os atropelamentos, sendo também dentro das localidades que a sinistralidade atinge valores mais elevados, correspondendo a 79,6% dos desastres, 55,1% das vítimas mortais, 63,9% dos feridos graves e 78,1% dos feridos ligeiros.

O relatório mostra também que, comparando com a sinistralidade de 2020, verificou-se aumento no número de acidentes em todos os distritos, mais acentuadamente em Bragança (+28,4%), Évora (+19,2%) e Portalegre (+16,6%), e menos marcante nos distritos de Castelo Branco (+1,3%) Guarda (+4,4%) e Vila Real (+4,9%).

No que diz respeito ao número de vítimas mortais, nove distritos registaram diminuições, com destaque para Santarém, com menos dez, passando de 34 em 2020 para 24 em 2021, e Porto que passou de 47 em 2020 para 38 em 2021, enquanto oito distritos evidenciaram aumentos, particularmente Braga com mais 13 mortos (de 24 em 2020 para 37 em 2021) e Setúbal com mais 10 mortos (de 27 para 37).

Em 2021, cerca de metade do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob responsabilidade de quatro gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (42,6% do total), Brisa (peso de 4,6%) e ainda os municípios de Guimarães e Cascais (1,5% cada).

Mais detidos por excesso de álcool

O mesmo relatório mostra que as infrações por condução sob efeito do álcool aumentaram cerca de 10% no ano passado em relação a 2020 e o número de condutores detidos subiu mais de 26%. Foram multados 22.765 condutores com excesso de álcool, mais 2.116 do que 2020.

O documento precisa também que no ano passado foram detidos 11.929 automobilistas que estavam a conduzir sob o efeito do álcool, mais 2.509 do que em 2020.

“Em termos de criminalidade rodoviária, o número total de detenções em 2021 aumentou 27,2%, em comparação com 2020, atingindo 25,3 mil condutores. Neste âmbito, constata-se que 47,1% das detenções resultaram da condução sob o efeito de álcool, com um aumento de 26,6% destes casos comparativamente com o ano anterior”, lê-se no relatório.

Além das multas por excesso de álcool, a infração que mais aumentou no ano passado foi a ausência de inspeção periódica obrigatória, que totalizou 55.614 contraordenações, uma subida de 53,3% face a 2020, quando se registaram 36.268.

A ANSR registou igualmente aumentos nas infrações pelo não uso de sistemas de retenção para crianças (29,8%), pelo não uso de cinto de segurança (18,9%) e pelo uso do telemóvel (5,6%).

De acordo com o mesmo documento, as polícias registaram no ano passado 2.120 infrações por não uso de sistemas de retenção para crianças, 20.801 pelo não uso de cinto de segurança (18,9%) e 24.306 pelo uso do telemóvel.

Em contrapartida, o relatório indica que em 2021 diminuíram 15,4% as infrações por excesso de velocidade ao registaram-se 666.454 e 1,2% as contraordenações por ausência de seguro, num total de 16.292.

A ANSR precisa que, em 2021, foram fiscalizados 122,4 milhões de veículos presencialmente e através de meios de fiscalização automática, tendo-se verificado um aumento de 5,6% em relação a 2020.

Segundo o relatório, a GNR fiscalizou 6,7 milhões de veículos, o que representa uma diminuição de 1,4% em relação a 2020, a PSP fiscalizou 3,8 milhões de veículos, o que representa um aumento de 4,4% e, por sua vez, o sistema de radares SINCRO, gerido pela ANSR, registou também um aumento de 6,0% em relação a 2020, tendo fiscalizado 110,5 milhões de veículos em 2021.

“Entre os 122,4 milhões de veículos fiscalizados em 2021, foi detetado 1,1 milhão de infrações, o que representa uma diminuição de 9,6% face ao ano anterior. Esta redução assume relevância na medida que se registou um aumento de 5,6% no número de veículos fiscalizados”, indica ainda o relatório hoje divulgado.

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Teletrabalho: Comunidade de Madrid e Catalunha lideram oferta

  • Servimedia
  • 28 Junho 2022

A The Knot Worldwide, o Airbnb e o Twitter estão a levar o setor tecnológico a liderar a implementação do teletrabalho. Em Espanha, a Comunidade de Madrid e a Catalunha lideram a oferta.

O teletrabalho é uma realidade crescente em Espanha e prova disso é o número de vagas registadas no portal de emprego “InfoJobs”, que mostra que a modalidade de trabalho fora do escritório duplicou nos primeiros quatro meses deste ano em comparação com o mesmo período em 2021, noticia a Servimedia.

Na mesma linha, de acordo com o novo relatório anual do Barcelona Digital Talent, a proporção de ofertas de emprego TIC com o modo de trabalho à distância aumentou de 4% em Janeiro de 2020 para 14% até ao final de 2021 em Espanha.

Ainda assim, apesar da oferta crescente em toda a Espanha, há algumas regiões que se destacam, tais como a Comunidade de Madrid (24,3%) e a Catalunha (17%), consideradas as regiões com maior desenvolvimento do teletrabalho em Espanha e as únicas que excedem a média nacional (14,4%), de acordo com um relatório elaborado pela Adecco. As Astúrias (13,3 %) e a Galiza (13,1 %) são as regiões que se seguem.

Neste aspeto, o setor de atividade mostra-se determinante nas possibilidades do teletrabalho. Por exemplo, empresas tecnológicas como a Airbnb e The Knot Worldwide, com escritórios internacionais em Barcelona, e o Twitter em Madrid, promoveram o teletrabalho no setor tecnológico juntamente com o setor financeiro, com o exemplo do BBVA.

Os setores que mais optaram por esta forma de trabalhar pretendem conseguir atrair talento e, para isso, centram a sua oferta nas grandes cidades ou capitais de província. No entanto, os setores da hotelaria e restauração, agricultura e construção não estão em condições de oferecer esta opção.

Num cenário onde o teletrabalho no setor digital já é comum, existe uma oportunidade de estimular a distribuição de talento tecnológico em áreas menos povoadas. Aliás, de acordo com um relatório da Infojobs, um em cada quatro teletrabalhadores vai deixar o seu atual local de residência durante o próximo ano para viver principalmente no campo.

Neste contexto, as zonas rurais beneficiam com o aumento do teletrabalho, uma vez que esta modalidade permite às pequenas cidades e cidades escassamente povoadas atrair jovens profissionais que trabalham à distância e procuram flexibilidade, equilíbrio trabalho-vida e preços acessíveis.

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Nos vai inaugurar Hub 5G no Parque das Nações

Operadora vai instalar o Nos Hub 5G no edifício que tem no Parque das Nações, um espaço de "desenvolvimento" e "criação de valor" na área da quinta geração móvel.

A Nos NOS 0,00% prepara-se para inaugurar em Lisboa um Hub 5G, um “espaço de ideação, cocriação de valor, experimentação e transformação tecnológica” na área da quinta geração móvel. A informação sobre o Nos Hub 5G faz parte de um convite enviado pela operadora à imprensa.

São poucos os detalhes avançados pela Nos sobre este centro, mas a iniciativa deverá fazer parte dos esforços de investigação e desenvolvimento na área da quinta geração, entre outros. Vai estar localizado no edifício Nos, no Parque das Nações.

A inauguração está marcada para a tarde de 4 de julho, segunda-feira, contando com a presença do CEO, Miguel Almeida, e do secretário de Estado para a Digitalização e Modernização Administrativa, Miguel Campolargo, de acordo com a companhia.

Além disto, o grupo acrescenta apenas que o Nos Hub 5G vai ao encontro da “materialização da ambição e capacidade da Nos em liderar o desenvolvimento da quinta geração móvel em Portugal”. A empresa foi a primeira a lançar ofertas comerciais assentes em 5G no final do ano passado.

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PME

Dos stocks ao IVA, liberais têm pacote para “descomplicar” a vida às PME

Iniciativa Liberal força Parlamento a discutir vários pacotes de medidas para “simplificar e liberalizar o país”. Confira as cinco primeiras propostas, dirigidas às pequenas e médias empresas.

A Iniciativa Liberal (IL) vai apresentar na Assembleia da República um pacote de propostas que designou como “Descomplicar PME”, com o objetivo de reduzir as perdas de tempo, de recursos financeiros e aliviar a pressão burocrática que recai sobre os empresários na “tumultuosa relação [com a] voraz Administração Pública, cada vez mais pesada e burocrática”.

“Precisamos de descomplicar Portugal. O peso da burocracia e dos custos de contexto é enorme e os empresários, seja de que setor for, estão cada vez mais massacrados por esta visão socialista de (des)organização económica. (…) A iniciativa privada tem de ser incentivada e facilitada e, por maioria de razão, o tempo gasto com procedimentos relacionados com o Estado têm de ser menores”, frisa a deputada, Carla Castro.

Entre as propostas consultadas pelo ECO estão mexidas na inventariação permanente de stocks para as PME, a unificação das declarações fiscais a entregar à Autoridade Tributária e à Segurança Social, a simplificação da devolução de IVA das dívidas de clientes de cobrança duvidosa ou o estabelecimento de um limite de 25 euros para a emissão da certidão de não dívida.

Este pacote de medidas do partido liderado por João Cotrim Figueiredo, que visam “descomplicar e desburocratizar” a vida de empresas e dos profissionais liberais, vai ser seguido, promete ainda a deputada Carla Castro, por outros conjuntos de propostas políticas, abrangendo diversas áreas e setores de atividade, mas com a mesma meta de “simplificar e liberalizar o país”.

Confira as cinco propostas da Iniciativa Liberal para as PME.

Isentar as PME da inventariação permanente de stocks

A obrigação da utilização do sistema de inventário permanente, que atualmente já não abrange as microempresas, deve passar a deixar de fora também as pequenas empresas, considerando o partido que a relação custo/benefício da utilização deste sistema, face ao sistema de inventário intermitente, deve ser avaliado por cada empresa e a decisão deve ser de cariz facultativo.

“Ter de fazer todos os registos de stock numa pequena empresa pode implicar um grande acréscimo de custos. Acresce que nas Pequenas e Médias Empresas (PME) é relativamente fácil descobrir esses desvios de stock, devido ao baixo volume de negócios. Não parece fazer sentido obrigar as PME a mais estes registos e custos, uma vez que o benefício da utilização deste sistema, mesmo que apenas para efeitos fiscais, fica muito aquém dos custos que implica”, lê-se no diploma.

Fundir declaração de remunerações ao Fisco e à Segurança Social

Os liberais propõem a unificação das declarações fiscais, através da fusão do documento de Declaração Mensal de Remunerações (DMR) à Autoridade Tributária com a declaração para a Segurança Social, onde constam informações que se sobrepõem. Esta simplificação permitirá que as empresas “poupem milhares de horas mensais no preenchimento de declarações repetidas apenas para satisfazer diferentes entidades públicas”, argumenta o partido.

Nesta DMR constam os dados salariais de cada trabalhador, com os devidos valores brutos, retenção na fonte de IRS e valor Taxa Social Única (TSU), assim como outros que se encontram isentos, como o subsídio de alimentação, ajudas de custos ou compensação por utilização de viatura própria.

Passar o Modelo 30 de mensal para trimestral

Ainda no plano declarativo, a IL propõe que o Modelo 30 do IRS passe de mensal a trimestral, “facilitando a vida a dezenas de milhares de pequenos negócios”, que vão desde os proprietários de alojamentos locais aos condutores de plataformas como a Uber ou Bolt.

A alteração da periodicidade, argumenta o partido, “em nada colide com o controlo eficiente dos referidos rendimentos, mas permite aliviar as empresas da carga burocrática do preenchimento mensal da comunicação”. O projeto de Lei permite, porém, que se mantenha mensal para as entidades que o queiram, “oferecendo-lhes a possibilidade de gerirem com mais flexibilidade o tempo despendido no cumprimento desta obrigação”.

Simplificar devolução de IVA nas cobranças duvidosas

Para simplificar o processo tributário e introduzir equidade na relação entre a autoridade fiscal e os contribuintes, a IL considera urgente agilizar o processo de recuperação do IVA no caso dos créditos de cobrança duvidosa, “já que as empresas pagaram antecipadamente ao Estado valores que provavelmente não irão receber”.

Entre as mexidas está a redução do prazo de apreciação do pedido de autorização prévia pela Autoridade Tributária e Aduaneira de quatro para dois meses, o deferimento tácito terminado esse prazo, e ainda a possibilidade de a documentação de suporte necessária à recuperação do IVA poder ser certificada por um Contabilista Certificado, e não apenas por um Revisor Oficial de Contas.

Flexibilizar declaração de situação tributária regularizada

As certidões de não dívida, necessárias em candidaturas a programas de apoio público ou de financiamento para empresas, servem para comprovar a ausência de dívidas de natureza fiscal e contributiva. Porém, muitas vezes ficam por pagar “valores sem qualquer materialidade, mas que provocam enorme dano” às empresas, dado a existência deste requisito.

Com este projeto de Lei, os liberais querem fixar um limite para a emissão da certidão de não dívida, correspondente a 25 euros. “Este limite não isenta as empresas da obrigação de pagar, mas permite a emissão de certidão de não dívida, por se considerar que dívidas abaixo deste valor não devem relevar para efeitos dessa emissão”, detalha o diploma.

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Portugal em condições de submeter plano estratégico da PAC a Bruxelas

  • Lusa
  • 28 Junho 2022

Maria do Céu Antunes prevê “boas notícias” para os agricultores em julho, e garante que plano permite aumentar produção utilizando menos recursos naturais, valorizando a água, solo e biodiversidade.

A ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, avançou esta terça-feira que Portugal está em condições de submeter o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) a Bruxelas, prevendo “boas notícias” para os agricultores já em julho.

“Estamos em condições de o poder submeter [a versão final do plano estratégico da PAC] a Bruxelas e contamos que seja aprovado na primeira leva. Contamos, sinceramente, durante o mês de julho, ter boas notícias para os agricultores portugueses”, referiu.

Em 30 de dezembro, o Ministério da Agricultura anunciou que tinha submetido, para apreciação da Comissão Europeia, o Plano Estratégico da PAC (PEPAC) para o período 2023-2027.

No final da apresentação da Agenda de Investigação e Inovação do Centro de Competências para a Agricultura Familiar e Agroecologia, que decorreu esta manhã em Coimbra, a governante sublinhou que se trata de “um plano estratégico ambicioso” e “único para o país”, incluindo também as regiões autónomas.

“É baseado no desempenho, portanto, temos objetivos claros e concretos que temos que atingir e depois tem toda uma transição ecológica e ambiental para podermos continuar a produzir, inclusive aumentar a produção, utilizando menos recursos naturais, valorizando verdadeiramente a água, o solo e a biodiversidade”, acrescentou.

De acordo com a governante, a distribuição do montante previsto para Portugal entre 2023 e 2027 assegura a garantia do rendimento, tendo em atenção o que é necessário fazer para “permitir aos agricultores produzir mais e melhor, mas com uso mais sustentável dos recursos”.

Aos jornalistas, Maria do Céu Antunes destacou ainda que o plano estratégico da PAC contempla medidas para fazer face à seca extrema que o país atravessa.

“Temos no primeiro pilar medidas que nos vão ajudar a gerir a água de forma mais eficiente, assim como no segundo pilar das medidas agroambientais. E depois, nas medidas de investimento, nomeadamente naquelas que dizem respeito ao uso eficiente de recursos, onde a água está implicada, para aplicação na agricultura de precisão, a agricultura 4.0, as taxas de financiamento são maiores”, informou.

A ministra da Agricultura disse ainda que está previsto um pacote financeiro para se continuar “a alavancar a criação, manutenção e modernização de sistemas públicos de regadio”, que pretendem que sejam “cada vez mais eficazes”.

“Nós, para continuarmos a produzir bem, sabemos que temos de disponibilizar água. Mas só o podemos fazer se tivermos água e, para termos água, temos de a recolher quando chove em maior abundância, de a distribuir e usar de forma muito eficiente”, evidenciou.

De acordo com Maria do Céu Antunes, durante o mês de julho, o governo vai abrir um aviso do Programa de Desenvolvimento Rural 2020, com 12 milhões de euros, “para que os agricultores possam colocar nas suas explorações os sistemas que permitam regar com maior eficiência”.

“Entendemos que isso é absolutamente determinante”, concluiu.

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