Harpoon.jobs investe em metaoffice. Maioria das entrevistas já se fazem neste escritório virtual

A plataforma de recrutamento já convida a grande maioria dos candidatos a uma entrevista no seu metaoffice, que é como quem diz, no seu escritório no metaverso.

Em vez de uma morada com código postal ou de um convite para uma reunião Zoom, Teams ou em qualquer outra plataforma de videochamada, a Harpoon.jobs já desafia a grande maioria dos candidatos que entrevista a sentarem-se numa mesa no seu metaoffice, que é como quem diz, no seu escritório no metaverso. Além de ser um fator diferenciador no recrutamento de talento, a plataforma, que atua na área de recursos humanos, acredita que este espaço virtual também tem beneficiado a dinâmica da própria equipa.

“É como se fosse chegar ao escritório pela manhã. Esta é a mesa onde me costumo sentar. Aqui senta-se, normalmente, o Mauro e, neste sítio, a Mar. Podem-se acrescentar-se e retirar-se coisas. Por exemplo, eu acrescentei um timer, que ajuda-me a fazer uma melhor gestão do meu tempo”, começa por explicar Elísio Sousa, chief operating officer da Harpoon.jobs, ao mesmo tempo que nos faz uma visita guiada pelo metaoffice da companhia.

Elísio Sousa — na sua versão de avatar — corre os corredores da recrutadora, enquanto nos mostra salas de reunião, auditórios para conferências e webinars, espaços para descansar e fazer uma pausa a meio do dia, para trabalhar em equipa e até zonas verdes no exterior, onde uma fonte proporciona um ambiente sonoro parecido ao que teríamos no mundo real. Por fim, chegamos à maior sala deste escritório, que é onde se fazem as entrevistas aos canditatos.

“Nesta sala enorme já fazemos a maioria das entrevistas. E é muito engraçado porque isto é privado, portanto quem está de fora não consegue ouvir a conversa entre o recrutador e o candidato. Apenas consegue ver que estão aqui duas pessoas e, enquanto falam, aparece um balão que indica precisamente que está a haver uma conversação”, esclarece.

Até agora, tem sido um “ótimo desbloqueador de conversa”, garante Elísio Sousa. “Toda a gente ouve falar em meta, em trabalho híbrido… Mas poucas são as pessoas que têm, de facto, esse contacto. Quando entram no nosso escritório e veem que é fácil, indolor e atrativo, de repente sentem-se entusiasmadas e isto ajuda a que o processo de entrevista seja mais agradável para ambas as partes.”

Entrar na reunião é simples, nem sequer é preciso instalar nenhuma ferramenta em especial. A Harpoon.jobs envia apenas um link aos candidatos, através do qual podem facilmente aceder à entrevista. “O metaoffice existe na cloud. Por exemplo, a nossa equipa tem acesso permanente. Aos convidados, enviamos um link para acederem a uma determinada reunião, por um determinado período temporal. A pessoa acede e não tem de instalar nada, é tudo na cloud. Faz o seu avatar, modifica-o…”

Toda a gente ouve falar em meta, em trabalho híbrido… Mas poucas são as pessoas que têm, de facto, esse contacto. Quando entram no nosso escritório e veem que é fácil, indolor e atrativo, de repente sentem-se entusiasmadas e isto ajuda a que o processo de entrevista seja mais agradável para ambas as partes.

Elísio Sousa

Chief operating officer da Harpoon.jobs

O mesmo processo para os clientes, com quem a empresa já faz também reuniões no metaoffice, embora ainda em menor escala. “Com determinados clientes — ainda não são todos os que podemos passar para aqui — já fazemos reuniões no metaoffice. Neste momento, 30% dos nossos clientes já se reúnem connosco aqui”, avança Maria Falcão, que assumiu o cargo de co-CEO da empresa em abril.

Todo o processo é muito gamificado. É possível vestir o avatar, escolher acessórios, colocar objetos em cima da mesa de trabalho, como se de um jogo se tratasse. “No outro dia, estava a personalizar a minha mesa de trabalho e, de repente, ganhei um token porque já tinha personalizado dez coisas diferentes. É super engraçado”, admite Elísio Sousa.

“Há muitos encontros informais no metaoffice

Para a própria dinâmica interna da equipa da Harpoon.jobs tem trazido vantagens. “Este metaoffice faz com que possamos sentir que estamos, de facto, próximos e que estamos no escritório sem estar fisicamente. O levantar da mesa e ir falar com outra pessoa — sem ter de ligar –, ou os encontros no corredor… Há muitos encontros informais no metaoffice, e isso facilita muito. O link para uma reunião toda a gente tem, mas o facto de poderes conversar com uma pessoa a meio do dia, a meio de uma tarefa, de trocar ideias, é muito enriquecedor”, afirma Maria Falcão.

Apesar de estar a trabalhar num modelo híbrido — dois dias no escritório e três dias de teletrabalho — a equipa sente que consegue estar próxima todos os dias da semana. Quando não está no espaço de cowork Avila Spaces – Atrium Saldanha, onde trabalha, está no metaoffice.

A ideia surgiu, contudo, porque nem todos os membros da equipa estão em Lisboa, a começar, desde logo, pelo mentor da plataforma, Mathieu Douziech. A trabalhar a partir de Banguecoque (Tailândia), Mathieu Douziech foi o grande impulsionador desta mudança para o metaverso.

“Depois de um ano e tal de pandemia, sem poder viajar para a Europa, sentia-me longe da equipa, apesar de falar com eles todos os dias. E o metaoffice trouxe um lado extremamente humano, de proximidade, apesar de ser uma ferramenta digital. Tens a possibilidade de falar com a pessoa e vê-la na mesma sala que tu, na sala do lado, em reuniões… Traz uma aproximação que não tínhamos antes”, descreve o fundador e coCEO da Harpoon.jobs.

O metaoffice trouxe um lado extremamente humano, de proximidade, apesar de ser uma ferramenta digital.

Mathieu Douziech

Fundador e co-CEO da Harpoon.jobs

O balanço, mesmo na dinâmica interna, tem sido muito positivo. “Conseguimos ter aquela dinâmica do perceber que alguém está em entrevista sem precisar de lhe telefonar, conseguimos perceber que alguém está a relaxar porque está no espaço do metaoffice próprio para descansar, podemos estar a fazer o nosso trabalho e estar a ver que, ao mesmo tempo, na sala ao lado, está a haver um webinar com outras empresas, ou uma reunião com um cliente… Podemos ver vida a acontecer. É mesmo aglutinador”, explica o chief operating officer.

“No fundo, partilhamos um espaço. E nós temos uma equipa jovem, eles adoram o facto de termos o metaoffice, acham super cool. Nem sequer temos de dizer para irem para lá, eles sentem-se como ‘peixes na água’. É, de facto, um elemento de cultura e de pertença, para nós e, por outro lado, de diferenciação”, acrescenta Maria Falcão.

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Juros e spreads da periferia em queda com escudo anti-crise do BCE

Em reunião à porta fechada, Christine Lagarde explicou aos ministros das Finanças da Zona Euro que a ferramenta “anti-fragmentação” irá impor limites nos diferenciais das taxas da dívida.

Os juros da dívida da periferia e os prémios de risco face à Alemanha estão em queda esta sexta-feira, com as notícias sobre a forma como irá funcionar o escudo anti-crise do Banco Central Europeu (BCE) a aliviar as tensões que se vinham acumulando nos mercados obrigacionistas.

Em reunião à porta fechada, a presidente Christine Lagarde explicou esta quinta-feira aos ministros das Finanças da Zona Euro que a ferramenta “anti-fragmentação” que anunciou esta semana irá impor limites nos diferenciais (spreads) das yields da dívida soberana, avançaram várias fontes à agência Reuters.

Este mecanismo será usado também quando os prémios de risco subirem rapidamente e num curto espaço de tempo, explicaram as mesmas fontes.

Com isto, o banco central pretende assegurar que a normalização da política monetária (entenda-se, fim das compras de dívida e subidas das taxas) não se traduzirá na divergência das taxas da dívida que penalize os países mais endividados, o que poderia levar a uma nova crise da dívida na região.

Desde que este instrumento foi anunciado, na quarta-feira, os juros de Itália, Portugal e Espanha têm estado em queda, assim como os diferenciais em relação à Alemanha também estão em compressão.

Diferencial das taxas da periferia a 10 anos contra Alemanha

Fonte: Reuters

No caso italiano, alvo preferencial das atenções e preocupações das autoridades, depois de a taxa a dez anos ter atingido dos 4,27% na terça, deslizava agora para os 3,779% — baixa quase 50 pontos em três sessões. O spread em relação à dívida alemã encurtou-se para 209 pontos base, depois de ter atingido os 257 pontos na terça-feira.

Já a yield associada às obrigações portuguesas a dez anos cai para os 2,79%, após ter rompido a barreira dos 3% na terça. Nas últimas três sessões a taxa já caiu mais de 30 pontos base. O spread face à Alemanha baixou para os 110 pontos base, quando estava nos 135 pontos base há três dias. O ministro das Finanças, Fernando Medina, assegurou esta quinta-feira que o BCE não vai permitir que os juros atinjam a linha vermelha dos 7% que levou o país a pedir assistência à troika em 2011.

A taxa espanhola cai para 2,827% e o prémio de risco também caiu.

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Comissão recomenda que seja atribuído à Ucrânia estatuto de candidato à UE

A Comissão Europeia recomenda que seja atribuído à Ucrânia estatuto de candidato à União Europeia, mas lembra que é necessário que o país adote algumas reformas.

A Comissão Europeia recomenda que a Ucrânia tenha a perspetiva de aderir à União Europeia e que lhe seja atribuído o estatuto de candidato, anunciou esta sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Mas esta aceitação pressupõe que “anteriormente o país adote várias reformas“, alertou a responsável, recordando que a Ucrânia já demonstra a aspiração e a determinação em cumprir os valores e os padrões da Europa.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou que, neste momento, o seu país está mais próximo da União Europeia (UE) do que alguma vez esteve desde a sua independência em 1990.

“A Ucrânia está agora mais próxima da União Europeia do que alguma vez esteve desde a sua independência”, assegurou o Presidente na sua habitual mensagem diária em vídeo divulgada pelas agências de notícias locais. O Presidente ucraniano afirmou que “graças à coragem de homens e mulheres ucranianos, a Europa pode criar essa nova história de liberdade e, finalmente, eliminar a área cinzenta entre a UE e a Rússia no Leste da Europa”.

 

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Há empresas que esperam ano e meio por apoios do Estado

  • ECO
  • 17 Junho 2022

Inquérito da Associação Nacional de Consultores revela que só 4% das empresas que concorrem a fundos europeus receberam os reembolsos dentro dos prazos e 60% disseram que prazos não são cumpridos.

Há empresas que esperam ano e meio pelo pagamento de apoios do Estado. Os atrasos são recorrentes e “estão a pôr em causa a viabilidade de empresas que desesperam pelos fundos aprovados”, diz Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal, em declarações ao Jornal de Notícias (acesso pago)

Um inquérito realizado pela Associação Nacional de Consultores, no início do ano, revela que só 4% das empresas que concorreram a fundos europeus receberam os reembolsos dentro dos prazos e 60% disseram que os prazos não são cumpridos frequentemente. Além disso, uma em cada cinco teve experiências más ou muito más com a submissão de candidaturas.

O presidente da AEP defende que “os programas não deviam funcionar por avisos, para que as empresas pudessem recorrer a eles quando estão preparadas e para evitar acumulação de processos”, junto dos organismos que os analisam, aprovam e encerram. “As agendas mobilizadoras do PRR ainda não estão aprovadas, quase um ano depois. Vamos continuar a repetir os erros e arriscar perder milhares de fundos europeus”, denunciou ainda Luís Miguel Ribeiro. A AEP já pediu ao Governo para “acabar com os avisos e manter os programas em aberto”.

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Nas notícias lá fora: OMC, banca e Trump

  • ECO
  • 17 Junho 2022

Grandes fabricantes de automóveis na Europa continuam a perder terreno para as marcas asiáticas na batalha das vendas no velho continente. OMC acorda suspender patentes de vacinas antivírus.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) chegou a acordos para eliminar subsídios à pesca prejudicial, suspender patentes de vacinas antivírus e adotar medidas para enfrentar a crise alimentar. Os grandes bancos em Espanha, pela primeira vez na história, rejeitam a colação de Coco’s e de dívida subordinada. E o ex-presidente norte-americano pressionou o seu vice-presidente Mike Pence a não certificar o resultado das eleições de 2020, apesar de ter sido informado repetidas vezes que era ilegal fazê-lo.

Aljazeera

OMC acorda suspender patentes antivírus e medidas para combater crise alimentar

A 12.ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) terminou esta sexta-feira com acordos que incluem eliminar subsídios à pesca prejudicial, suspender patentes de vacinas antivírus e adotar medidas para enfrentar a crise alimentar. Após cinco dias de árduas negociações, que forçaram a conferência a ser prolongada por mais de um dia e a cerimónia de encerramento a ser realizada esta madrugada, os 160 países membros chegaram a acordo sobre sete documentos, declarações e acordos. “Há muito tempo que a OMC não alcançava tantos resultados multilaterais”, disse a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, na cerimónia de encerramento, onde sublinhou que os membros da OMC “mostraram ao mundo que se podem reunir apesar das diferenças políticas para enfrentar os problemas globais”.

Leia a notícia completa na Aljazeera (acesso livre, conteúdo em inglês)

Expansión

Banca espanhola sem emissões de capital pela primeira vez na história

Os grandes bancos em Espanha, pela primeira vez na história, rejeitam a colação de Coco’s e de dívida subordinada, mas entidades como o Santander e o Sabadell precisam deles para cumprir os seus planos de financiamentos para 2022. Em causa está a guerra na guerra na Ucrânia que leva a banca a evitar este tipo de financiamento de maior risco. A nível europeu só 14 bancos arriscaram lançar este ano emissões, mas os nomes não são conhecidos, embora nenhum seja espanhol, de acordo com o Expansión.

Leia a notícia completa na Expansión (acesso pago, conteúdo em espanhol)

Reuters

Trump pressionou Pence a não certificar o resultado das eleições, apesar de ter sido informado repetidas vezes que era ilegal

O ex-presidente norte-americano pressionou o seu vice-presidente Mike Pence a não certificar o resultado das eleições de 2020, apesar de ter sido informado repetidas vezes que era ilegal fazê-lo, revelaram testemunhas na terceira audiência pública da comissão que investiga o ataque ao Capitólio, a 6 de janeiro de 2021. Os membros desta comissão da Câmara dos Representantes, liderada pelos democratas, disseram que Trump continuou a sua “campanha de pressão” mesmo sabendo que uma multidão de apoiantes violentos ameaçava invadir o Capitólio.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

Cinco Días

Só marcas asiáticas de carros conseguiram aumentar vendas de carros na Europa em maio

Os grandes fabricantes de automóveis na Europa continuam a perder terreno para as marcas asiáticas na batalha das vendas no velho continente. Num contexto complicado para o setor, com os registos em queda – desceram 12,55 e maio e 12,9% em termos acumulados no ano, em toda a Europa, incluindo Reino Unido – devido à crise dos chips, as marcas asiáticas como a Hyundai, Toyota e Nissan foram as únicas que conseguiram aumentar as entregas em maio. A Hyundai aumentou a sua quota de mercado em 2,5 pontos e já detém 10% do mercado europeu e a tendência é de subida, de acordo com os dados da Associação Europeia de Fabricantes Automóveis.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol)

La Vanguardia

Incêndios já foram consumidos 2.000 hectares de floresta na Catalunha

As altas temperaturas em Espanha, que ultrapassam os 40.ºC em várias comunidades, provocaram incêndios de grandes dimensões na Catalunha. Há pelo menos três grandes incêndios em simultâneo na região de Lleida e Tarragona e já estão mobilizados todos os efetivos dos bombeiros daquela comunidade, tendo sido pedido o auxílio da Unidade Militar de Emergências. Até agora, não há registo de vítimas. As autoridades recomendam às populações que fiquem em casa. No total já foram consumidos 2.000 hectares de floresta na Catalunha, mas o Governo regional avisa que se o fogo não for contido, a área ardida pode atingir os 20 mil hectares.

Leia a notícia completa no La Vanguardia (acesso livre, conteúdo em espanhol)

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Santander escolhe mexicano Hector Grisi para novo CEO

Diretor do Santander Mexico e líder das operações na América do Norte, Hector Grisi é o nome escolhido para próximo CEO do Santander, substituindo José Antonio Álvarez, que estava no cargo desde 2014.

O grupo bancário espanhol Santander escolheu Hector Grisi para novo presidente executivo, substituindo o histórico José Antonio Álvarez, que estava no cargo desde 2014.

Grisi, 55 anos, irá iniciar as funções de CEO a partir de 1 de janeiro do próximo ano, sendo que o nome do gestor mexicano ainda está dependente das aprovações dos reguladores, anunciou o banco esta sexta-feira em comunicado.

A presidente do Santander, Ana Botín, destacou a experiência de Grisi como CEO do Santander Mexico e líder das operações na América do Norte, que “fala por si mesmo” e demonstra a razão pela qual acredita que será a “pessoa certa para liderar o banco na próxima fase de transformação e crescimento”.

A nomeação de Grisi surge numa altura em que o Santander está à procura de oportunidades de crescimento no México, com a potencial aquisição da operação de retalho do Citigroup no país em cima da mesa.

O Santander chegou a nomear Andrea Orcel para CEO há cerca de três anos, mas retirou o nome do banqueiro italiano, num volte-face pouco habitual em cargos de topo.

Grisi já exerceu o cargo de chairman e vice-presidente da unidade mexicana do Credit Suisse entre 2001 e 2015 e liderou a unidade de banca de investimento entre 1997 e 2001.

O Santander também está presente em Portugal, onde a operação é liderada por Pedro Castro e Almeida.

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Bolsas recuperam após quinta-feira de alta pressão dos bancos centrais

Bolsas europeias regressam às subidas ligeiras, depois da forte pressão vendedora registada na véspera. Juros da dívida de Portugal e Itália também estão em alta ligeira esta sexta-feira.

As bolsas iniciaram a última sessão da semana a recuperar ligeiramente das perdas expressivas da véspera por causa da forte pressão vendedora provocada pelas subidas agressivas das taxas de juro dos bancos centrais dos EUA, Reino Unido e Suíça.

O índice de referência na Europa, o Stoxx 600, soma 0,20%, depois de ter caído mais de 2% esta quinta-feira. Também as praças de Paris e Madrid estão em alta de cerca de 0,20% e o alemão DAX ganha 0,40%.

Estas subidas não apagam, contudo, as fortes quedas que as ações europeias registaram ontem. Reserva Federal norte-americana (Fed), Banco de Inglaterra e Banco Central da Suíça aumentaram as taxas num esforço para contrariar a escalada da inflação e a agressividade dos bancos centrais adensaram os receios de uma travagem da economia mundial.

Por cá, o PSI seguia praticamente inalterado, com uma subida de 0,01%. Galp e BCP, os mais penalizados da última sessão, valorizavam mais de 0,55%.

No mercado de dívida, a taxa portuguesa a dez anos avança para os 2,898%, após duas sessões a cair, na sequência das medidas anti-crise anunciadas na quarta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE). O mesmo acontecia com a taxa italiana no mesmo prazo: sobe para 3,879%, depois de ter atingido os 4,3% na terça.

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Hoje nas notícias: Apoios às empresas, Groundforce e filas no aeroporto

  • ECO
  • 17 Junho 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Há empresas que esperam ano e meio pelo pagamento de apoios do Estado, em muitos casos comprometendo a sua viabilidade. A lista de créditos reconhecidos da Groundforce está concluída e ascende a 136,2 milhões de euros e é composta por 2.664 credores. Presidente de sindicato do SEF culpa a ANA e o Governo pelas filas de espera no aeroporto. Os bancos preparam-se para concluir a venda dos fundos ECS com uma revisão em baixa do preço. PS continua a liderar intenções de voto, mas PSD aproximou-se após eleição de Luís Montenegro.

Há empresas que esperam ano e meio por apoios do Estado

Há empresas que esperam ano e meio pelo pagamento de apoios do Estado. Os atrasos são recorrentes e “estão a pôr em causa a viabilidade de empresas que desesperam pelos fundos aprovados”, diz Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal. Um inquérito realizado pela Associação Nacional de Consultores, no início do ano, revela que só 4% das empresas que concorrem a fundos europeus receberam os reembolsos dentro dos prazos e 60% disseram que os prazos não são cumpridos frequentemente. Além disso, uma em cada cinco teve experiências más ou muito más com a submissão de candidaturas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

Dívidas reconhecidas da Groundforce ascendem a 136 milhões

Lista de créditos reconhecidos da Groundforce está concluída e ascende a 136,2 milhões de euros e é composta por 2.664 credores, entre empresas e os trabalhadores. Os administradores de insolvência da empresa, Bruno Costa Pereira e Pedro Pidwell, deixaram de fora 14,6 milhões de euros. A maior dívida da Groundforce é à TAP — 15,5 milhões, entre créditos privilegiados, comuns e subordinados (os últimos a serem pagos) — que pediu a sua insolvência após divergências com o acionista maioritário, Alfredo Casimiro.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Filas do aeroporto são responsabilidade da ANA e do Governo

As longas filas do aeroporto dão da responsabilidade da ANA porque as 16 boxes na Portela por onde os passageiros têm de passar estão completas, diz Acácio Pereira, que rejeita quaisquer responsabilidades do SEF neste problema. O presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF sublinha, em entrevista conjunta ao DN e TSF, que não é possível construir mais boxes e o problema só se resolve com um novo aeroporto, porque este já está esgotado. Acácio Pereira é contra a extinção do SEF e aconselha o Governo a dar um “passo ao lado”, porque as consequências seriam “um desastre”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Bancos aceitam receber menos pelos ativos imobiliário e de turismo ECS Capital

Na próxima semana deverá ser concluída a venda de cerca de 80% dos ativos imobiliário e de turismo dos bancos que estão nos fundos de reestruturação da ECS Capital. CGD, BCP, Novobanco, Santander Totta e Oitante aceitaram a revisão em baixa do preço oferecido pela Davidson Kempner Partners. Em cima da mesa está uma redução para menos de 900 milhões de euros. A conclusão da operação depende do fundo norte-americano aceitar algumas das condições exigidas pelos bancos em troca da revisão em baixa do preço.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Montenegro encurta distância do PSD para o PS

O PS continua a liderar as intenções de voto dos portugueses, com 34,3% das preferências (ligeiramente abaixo dos 34,5% do barómetro de maio), mas a diferença para o PSD caiu após a eleição de Luís Montenegro como novo líder, com os sociais-democratas a reunirem agora 21,7% das intenções (18,5%), mostra o estudo da Intercampus. Chega e Iniciativa Liberal mantêm-se como terceiro e quarto partidos com mais intenções de voto, enquanto os outros partidos saem a perder.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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Petróleo a caminho da primeira queda semanal em mais de um mês

Barril de petróleo está a desvalorizar esta sexta-feira e prepara-se para a primeira queda semanal em mais de um mês.

Os preços do petróleo estão a cair na sessão desta sexta-feira e este comportamento reforça o caminho da primeira queda semanal em mais de um mês tanto para o barril de brent negociado em Londres como para o crude WTI em Nova Iorque.

O contrato do Brent do Mar do Norte desvaloriza 3,18%, para 116 dólares por barril, naquela que será a primeira queda semanal desde a semana terminada a 22 de abril.

Nos Estados Unidos, o crude segue a perder 3,57%, para 113,39 dólares.

Petróleo em queda

Receios com o crescimento global por causa da onda de subida de taxas de juro nos EUA, Reino Unido e Suíça levaram os preços do petróleo a cair, na expectativa de um abrandamento da procura.

Entretanto, as cotações do barril subiram mais de 1% esta quinta-feira, depois de a Casa Branca ter anunciado mais sanções ao Irão, um dos principais produtores mundiais e considerado um dos países mais relevantes para substituir o petróleo russo caso haja um novo acordo nuclear.

A Agência Internacional de Energia espera que a procura continue a crescer em 2023, aumentando mais de 2% para um recorde de 101,6 milhões de barris por dia. O otimismo em relação à recuperação da procura da China após as restrições da Covid-19 também estiveram a dar suporte aos preços.

(Notícia atualizada às 15h23 com novas cotações)

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Gasóleo deve subir quatro cêntimos, gasolina descer dois

Litro de gasóleo simples vai permanecer acima da fasquia dos dois euros e o da gasolina simples 95 descerá para 2,15 euros. Mas valores ainda podem sofrer ajustamentos.

Os preços dos combustíveis voltam a ter um comportamento diferente na próxima semana. Se tem um carro a gasóleo, então não espere por segunda-feira para abastecer porque o preço deverá subir quatro cêntimos, uma subida inferior aos 13 cêntimos desta semana e que levaram o preço médio do gasóleo a ultrapassar, pela primeira vez, a fasquia dos dois euros. Mas se o motor do seu carro é a gasolina, as notícias são positivas, porque o litro deverá descer dois cêntimos, apurou o ECO junto de fonte do setor.

Tendo em conta os valores médios praticados nas bombas esta segunda-feira, isso significa que o litro de gasóleo simples vai permanecer acima da fasquia dos dois euros, ao custar 2,064 cêntimos, e o da gasolina simples 95 descerá para 2,15 euros. Mas estes valores ainda podem sofrer um ajustamento, tendo em conta o fecho das cotações do brent esta sexta-feira e do mercado cambial.

Ainda assim, na próxima semana voltará a haver mudanças decorrentes da fiscalidade, ao contrário do que aconteceu esta semana. O Ministério das Finanças, por causa dos feriados, decidiu não fazer a habitual atualização semanal do ISP, pelo que o preço final não sofreu alterações. Mas o valor do imposto voltará a ser atualizado esta sexta-feira, 17 de junho, através do mecanismo de ajuste que devolve a receita adicional de IVA ditada pelo aumento dos preços dos combustíveis.

Já o desconto do ISP equivalente à redução do IVA para 13% entrou em vigor na primeira segunda-feira de junho com os valores 0,5 cêntimos no caso da gasolina e em 0,3 cêntimos no caso do gasóleo e assim se manterá ao longo do mês, o último em que a medida se aplica. No entanto, o decreto-lei publicado em Diário da República prevê que a medida possa ser prolongada até dezembro.

O agravamento dos preços do gasóleo é um resultado da subida da cotação do petróleo, que se tem mantido sistematicamente acima do 120 dólares por barril, e chegou ao longo da semana a aproximar-se de máximos de três meses. Mas com o aumento das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos em 0,75 pontos percentuais — o maior aumento desde 1994 — os preços arrefeceram na sequência de uma queda da procura. E o dólar valorizou face ao euro, o que são más notícias para os europeus, já que o mercado cambial também influencia o preço a pagar na bomba.

Para o arrefecimento dos preços contribuiu também um ligeiro aumento da produção nos Estados Unidos, dos stocks de crude nos EUA e dos inventários de combustíveis refinados e claro, as mais recentes preocupações de abrandamento da procura na sequência de novos sinais de possíveis confinamentos na China para travar a evolução da pandemia.

Preços do petróleo mais elevados e previsões económicas revistas em baixa estão a diminuir as perspetivas de procura futuras, disse na quarta-feira a Agência Internacional de Energia. Mas as preocupações persistentes de oferta limitada mantiveram os preços do barril a rondar 120 dólares por barril.

Brent segue em alta

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Diretor de compliance do Banco de Fomento pediu a demissão

Comissão de auditoria desconhece quando será expectável que escassez de recursos humanos seja superada. Mas considera que situação condiciona “de forma significativa o cumprimento dos objetivos.

O diretor de compliance do Banco Português de Fomento, João Martins, pediu a demissão no início do mês, precisamente na semana em que se realizou a assembleia geral que aprovou as contas de 2020. Pressões internas e a escassez de recursos humanos terão estado na origem da saída, revelou uma fonte ao ECO.

A própria comissão de auditoria ao Banco de Fomento assinala no relatório e contas de 2020, divulgado a semana passada, que “é reconhecida a escassez de recursos humanos” do Banco de Fomento, “nomeadamente ao nível das funções de controlo interno, não tendo sido assegurado o cumprimento da superação de tal deficiência até à presente data”. A comissão acrescenta que desconhece quando será expectável que tal situação seja superada. Mas, na sua avaliação, esta situação condiciona “de forma significativa, o cumprimento dos objetivos estratégicos” da instituição liderada por Beatriz Freitas.

O banco já tem publicado no site um anúncio de recrutamento de um novo diretor de conformidade, que tem como funções a prevenção de branqueamento de capitais, mas também coordenar a conformidade regulatória, acompanhando as alterações legislativas ou regulamentares e as orientações dos órgãos de supervisão, aconselhando os órgãos de administração e fiscalização em matéria de cumprimento regulamentar. Além disso, é-lhe pedido que faça a identificação e mapeamento dos riscos de conformidade, bem como dos procedimentos e controlos implementados.

É pedida uma pessoa com, pelo menos, cinco anos de experiência, “excelente capacidade de análise e interpretação da legislação”, “capacidade de liderança, coordenação e de trabalho em equipa” e “forte sentido crítico e de responsabilidade”.

No relatório e contas de 2020, o Banco de Fomento reconhece que “os processos de controlo interno serão alvo de melhoria, não só ao nível do banco como do Grupo BPF como um todo, reforçando as políticas de crédito, os mecanismos de monitorização e o sistema de três linhas de defesa (negócio, conformidade e auditora interna), de forma a garantir uma gestão prudente do risco”.

Uma promessa que procura responder aos alertas da comissão de auditoria. “O processo de adaptação e reforço da cultura organizacional, quer do sistema de controlo interno, continuam a requerer o forte compromisso dos responsáveis da gestão de modo a transmitirem o compromisso da mesma com uma cultura de controlo interno sólida”, lê-se no relatório de atividade e parecer da comissão de auditoria. Isto porque o Banco de Fomento nasceu da fusão de três instituições – SPGM, PME Investimento e IFD – com “culturas e práticas distintas e graus de maturidade diferentes ao nível da cultura organizacional, sistema de governo e sistema de controlo interno”, explica a comissão presidida por António Joaquim Andrade Gonçalves.

Além disso o BPF teve de reforçar o modelo de governo e adaptar a sua cultura organizacional por exigência do Banco de Portugal. Recorde-se que o regulador exigiu ao Banco de Fomento que levasse a cabo uma auditoria especial para avaliar o risco de crédito da instituição.

A auditoria está a ser realizada por uma entidade independente — a KPMG — e teve por base, tal como o ECO avançou, os processos de atribuição das linhas Covid-19 e as elegibilidades das mesmas. Dentro desta questão está ainda o elevado montante de garantias públicas subjacentes à atribuição destas linhas.

E apesar do “processo de consolidação da cultura da organização” estar “numa fase de consolidação”, a comissão de auditoria defende que é “importante assegurar que os responsáveis e os colaboradores da instituição se reconheçam como parte do BPF, independentemente das entidades para as quais prestavam trabalho em momento anterior à fusão”.

Ora, ao que o ECO apurou, uma das razões que levou à demissão de João Martins, que já era diretor de compliance da IFD, foram precisamente visões diferentes do papel de compliance, em relação às da administração. O ECO questionou o Banco de Fomento sobre as razões da demissão, mas não obteve resposta e tentou contactar o próprio e não obteve resposta até à publicação deste artigo.

De acordo com o Banco de Fomento, entre as missões da direção de conformidade, “que abrange todas as áreas, processos e atividades da sociedade, está a prevenção e mitigação dos riscos de conformidade, que se traduzem no risco de sanções legais ou regulatórias de perda financeira ou de reputação em consequência de falha no cumprimento da aplicação de leis, regulamentos e código de conduta”, lê-se no relatório e contas de 2020.

A direção de conformidade deve prevenir, monitorar e reportar os riscos associados, entre outros, ao governo interno da sociedade, ao conflito de interesse e ao relacionamento com partes relacionada, ao branqueamento de capitais e ao cumprimento de informação junto das autoridades competentes.

Ora no dossiê Efacec, o Banco de Portugal chumbou as garantias dadas. O regulador considerou mesmo que a lei foi violada ao serem concedidas garantias públicas totais de 99 milhões de euros à empresa, em duas operações financeiras realizadas pela participada Norgarante, quando só poderia ter dado garantias até 14,6 milhões de euros, tal como avançou o ECO. Mas foram estas duas operações que permitiram a viabilidade da empresa deste a nacionalização, em julho de 2020, até à venda à DST, a 24 de fevereiro, que ainda está dependente da aprovação de Bruxelas. Além disso, a Norgarante não identificou devidamente as chamadas partes relacionadas, diz o Banco de Portugal na carta a que o ECO teve acesso. Isto é, “todos os acionistas qualificados, diretos e indiretos e as empresas por eles dominadas”. A Norgarante é uma entidade mutualista, participada pelo Banco de Fomento, e como é explicitado no regime das instituições financeiras, “o artigo 109.º limita a possibilidade de concessão de crédito sob qualquer forma ou modalidade, incluindo a prestação de garantias, a detentores de participações qualificadas, detidas direta ou indiretamente, bem como a sociedades que estes dominem ou que com eles estejam em relação de grupo“. Só que 71,73% do capital da Efacec foi nacionalizado, portanto, é também uma empresa pública que beneficiou de uma garantia de uma entidade financeira pública, o Banco de Fomento, através da Norgarante.

O relatório e contas do Banco de Fomento reconhece ainda que os níveis de tolerância de risco do banco “propostos têm por base um benchmark de mercado, sendo que alguns limites, objetivos e alertas carecem ainda de recalibração para garantir o devido enquadramento à realidade de negócio” do banco.

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Sindicatos rejeitam propostas da Saúde

  • Lusa e ECO
  • 16 Junho 2022

O Ministério da Saúde apresentou uma proposta de revisão salarial das horas extraordinárias que foi considerada "completamente inaceitável" pelos sindicatos do setor.

Os sindicatos dos médicos consideraram “completamente inaceitável” a proposta apresentada pelo Ministério da Saúde sobre a atualização salarial dos clínicos em serviço de urgência, tendo saído da reunião com a tutela sem qualquer acordo, e há uma nova reunião marcada para a próxima quarta-feira, dia 22.

Não chegámos a qualquer consenso. Temos aqui uma proposta que se centra de uma forma muito estreitada nas horas de urgência, mais ainda, não é em todas as horas de urgência, são só aquelas horas extraordinárias para além daquilo que é definido legalmente e ainda por cima só num regime excecional e transitório com limite a três meses“, disse o presidente da Comissão Executiva da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Noel Carrilho.

Os sindicatos representativos dos médicos estiveram esta quinta-feira à tarde reunidos com a secretária de Estada da Saúde, Maria de Fátima Fonseca, para discutir um projeto de diploma sobre as matérias de remunerações em serviço de urgência. “Saímos daqui sem nenhum tipo de solução e dececionados após as afirmações da ministra e do próprio primeiro-ministro ter reconhecido que é um problema estrutural e apresentarem uma solução que é tudo menos estrutural, é ineficaz e perfeitamente pontual”, frisou.

Também Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), manifestou uma “deceção total”, considerando que a proposta “empurra mais uma vez os médicos para a prestação de serviços”. “Mais uma vez o Ministério da Saúde não entende que o essencial é a contratação de médicos, discutir uma carreira médica e uma nova grelha salarial”, disse Roque da Cunha, sustentando tratar-se de “uma encenação”.

O secretário-geral do SIM avançou que os sindicatos dos médicos vão apresentar uma contraproposta ao Ministério da Saúde na sexta-feira.

Roque da Cunha disse também que não foi falado durante a reunião o valor que os médicos podem vir a receber quando fazem serviços de urgência, considerando que “é um mero detalhe”, uma vez que “na prática e depois de feitas as contas não se aplica praticamente a ninguém”.

Não é um problema do verão, vai ser um problema da primavera, inverno e de várias situações porque não há médicos. Não é assim que se resolve o problema, é um problema estrutural e que necessita de medidas estruturais e não pontais”, frisou o sindicalista.

Noel Carrilho disse também que está previsto com a tutela “um trabalho de tentar chegar a um consenso”, mas “está muito longe de acontecer porque se está em campos muito opostos em termos de necessidade para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. “Esperamos respostas no sentido da valorização transversal da carreira médica no SNS”, realçou.

O diploma sobre as remunerações dos clínicos em serviço de urgência foi uma das medidas que o Governo apresentou na sequência do encerramento de urgências de ginecologia e obstetrícia de hospitais de vários pontos do país nos últimos dias, por dificuldades em assegurar escalas de médicos.

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